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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Português TSE (banca CESPE) (teoria e questões comentadas) Aula 6 (Semântica) Semântica (parônimos, homônimos, sinônimos, antônimos) Olá, pessoal! Tenho percebido alguns alunos nossos comentando nos diversos fóruns de concursos sobre nossas aulas. Agradeço muitíssimo pelo apoio de vocês. Como meu livro sairá agora em agosto, isso dará uma força muito legal. Espero que todos estejam se adaptando bem ao ritmo das aulas. Lembro que sempre estou passando no fórum para tirar qualquer dúvida. Bom, nesta aula, nosso assunto é semântica: o sentido das palavras. Abaixo temos uma teoria rápida que vai nortear o caminho, mas este tema se resolve mesmo é fazendo uma boa interpretação do texto. Isso tira qualquer dúvida. Procurei nas provas as questões puramente de semântica, mas é difícil encontrar as que envolvam somente esse assunto. Muitas vezes ele está relacionado às questões de interpretação de texto. Por isso, teremos vários textos e tiraremos deles as ideias necessárias para a boa compreensão do sentido. Vamos a alguns dados conceituais que nos ajudarão. I) Denotação e conotação: Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer: A onça é uma fera. O vocábulo "fera" significa "animal bravio e carnívoro". Esse é o seu sentido literal. Mas, por associação, visto que as feras têm muita astúcia, agilidade, agressividade; esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É o que chamamos de Conotação. Nos dicionários, normalmente são os últimos significados e vêm com a abreviatura "fig.", mostrando que é um sentido figurado. Assim, por associação à ideia de agilidade, podemos dizer: Ele é uma fera no computador. Mas podemos associá-lo à braveza: O meu chefe está uma fera comigo. Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra "joia": Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família. O rubi é uma joia que encanta meus olhos. Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1

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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR

Português TSE (banca CESPE) (teoria e questões comentadas)

Aula 6 (Semântica)

Semântica (parônimos, homônimos, sinônimos, antônimos)

Olá, pessoal!

Tenho percebido alguns alunos nossos comentando nos diversos fóruns de concursos sobre nossas aulas. Agradeço muitíssimo pelo apoio de vocês.

Como meu livro sairá agora em agosto, isso dará uma força muito legal. Espero que todos estejam se adaptando bem ao ritmo das aulas. Lembro que sempre estou passando no fórum para tirar qualquer dúvida.

Bom, nesta aula, nosso assunto é semântica: o sentido das palavras. Abaixo temos uma teoria rápida que vai nortear o caminho, mas este tema se resolve mesmo é fazendo uma boa interpretação do texto. Isso tira qualquer dúvida.

Procurei nas provas as questões puramente de semântica, mas é difícil encontrar as que envolvam somente esse assunto. Muitas vezes ele está relacionado às questões de interpretação de texto. Por isso, teremos vários textos e tiraremos deles as ideias necessárias para a boa compreensão do sentido.

Vamos a alguns dados conceituais que nos ajudarão.

I) Denotação e conotação: Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer: A onça é uma fera. O vocábulo "fera" significa "animal bravio e carnívoro". Esse é o seu

sentido literal. Mas, por associação, visto que as feras têm muita astúcia, agilidade,

agressividade; esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É o que chamamos de Conotação.

Nos dicionários, normalmente são os últimos significados e vêm com a abreviatura "fig.", mostrando que é um sentido figurado.

Assim, por associação à ideia de agilidade, podemos dizer: Ele é uma fera no computador.

Mas podemos associá-lo à braveza: O meu chefe está uma fera comigo.

Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra "joia":

Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família. O rubi é uma joia que encanta meus olhos. Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento.

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Vamos comparar com o sentido conotativo: Ela é uma joia de menina. Que joia esse cachorrinho! Minha irmã se tornou uma joia muito especial.

Muitas vezes, veremos perguntas do CESPE quanto ao valor denotativo ou conotativo, além de se perguntar o sentido das palavras. Por isso, é muito importante a leitura atenta do texto.

II) Campos semânticos

As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto.

Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz ^ partes do corpo humano

azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás ^ cores

martelo, serrote, alicate, torno, enxada ^ ferramentas

batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba ^ legumes

Observações

a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas a associação entre elas é evidente.

b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora, citada há pouco. Ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras.

c) Essas palavras também podem ser associadas no grupo de hiperônimos e hipônimos que serão vistos em seguida.

III Polissemia: capacidade que as palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto.

Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele executivo só anda de avião. Meu relógio não anda mais.

O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inúmeros significados em português, dos quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, de uma mesma palavra, de uso diverso na língua. Nas frases do exemplo, significa, respectivamente, caminhar, estar, viajar e funcionar.

IV Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos do CESPE e também para a coesão referencial, pois se pode retomar palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto.

O comprimento da sala é de oito metros.

A extensão da sala é de oito metros.

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A substituição de comprimento por extensão não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos.

Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei.

Isso você vai ver muitas vezes nas provas do CESPE. Realizaremos exaustivamente questões que pedem para substituir uma palavra por outra mantendo o mesmo sentido. Algumas vezes, esta banca insere o nome "símile" (=semelhança). Esse processo resulta em semelhança contextual de sentido, pois normalmente haverá termo que fará uma aproximação semântica. Por exemplo:

Sua cidade é linda, como a capital do país.

Houve um processo de comparação por igualdade, isto é, houve semelhança textual entre duas cidades.

Então o mais importante é a atenção na interpretação. Mas, como abordamos anteriormente, uma leitura atenta do texto retira qualquer dúvida.

V Antonímia

Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto.

Ex.: É um menino corajoso.

É um menino medroso.

VI Homônimos, parônimos e expressões afins

Homônimos são vocábulos de sentidos diferentes que, por apresentarem semelhanças formais, costumam provocar dúvidas de significado e de grafia. Há dois tipos de homônimos: homônimos homógrafos e homônimos homófonos.

Os homógrafos são palavras que têm a mesma grafia, podendo a sua pronúncia coincidir ou não, como nos exemplos: manga (de roupa), manga "fruta" e manga "tubo de vidro ou cristal para lâmpadas"; seco /ê/ (adjetivo) e seco /é/ (verbo), gosto /ô/ (substantivo) e gosto /ó/ (verbo).

Já os homófonos caracterizam-se por terem pronúncia idêntica e grafia diferente: censo/senso, cessão/seção/sessão, etc.

Por sua vez, os parônimos são palavras que se apresentam como muito parecidas na pronúncia e na grafia, mas não chegam a ser idênticas. Exemplos: deferir/diferir, infligir/infringir.

Vamos, assim, elencar alguns vocábulos que têm caído nas provas:

1) Uso dos porquês

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1) Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser substantivo, admite artigo e pode ir ao plural:

Os considerandos são os porquês de um decreto.

O Relator explicou o porquê de cada emenda.

Qual é o porquê desta vez?

2) Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer em final de frase, ou sozinha:

Brigou de novo, por quê?

Brigou de novo? Por quê?

Ria, ria sem saber por quê.

3) Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos:

a. Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais como pois, porquanto, visto que:

Traga agasalho, porque vai fazer frio.(conjunção coordenativa explicativa = pois)

A reunião foi adiada porque faltou energia.(conjunção subordinativa causal = pois)

Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como)

b. Nas frases interrogativas a que se responde com "sim" ou "não":

Ele não votou o projeto porque estava de licença?

Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente?

Na realidade, a conjunção "porque" continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal).

c. Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica, mas vez por outra tem sido encontrada:

Rezo porque tudo corra bem.

Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porque: Rezo para que tudo corra bem.

4) Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos:

a. nas interrogativas diretas e indiretas:

Por que você demorou tanto? (interrogativa direta)

Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos. (interrogativa indireta)

b. sempre que se puder inserir as palavras motivo, razão:

Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.)

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O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.)

c. quando a expressão puder ser substituída por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, confirma-se que há pronome relativo "que" antecedido da preposição "por":

A estrada por que passamos está em péssimo estado de conservação.

(A estrada pela qual passamos está em péssimo estado de conservação.)

Esse é o motivo por que a reunião foi adiada.

(Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.)

d. quando "que" for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou completiva nominal, com imposição da preposição "por" pelo verbo ou nome, respectivamente:

Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos por isso)

O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso)

Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme acima - n° 3, letra c). Veja a diferença:

Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas.

O Relator estava ansioso por que começasse a votação.

Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que.

Exercícios

1. A reforma da casa não foi terminada o seu proprietário ficou sem verba. 2. o arquiteto pediu demissão da firma? 3. Os que estudam aquele período histórico jamais compreenderam o

de tanta violência. 4. Este supermercado foi fechado. ? 5. Não se preocupe. Tenho certeza de que a situação você está passando é transitória. 6. Retiraram-se da assembleia sem dizer . 7. Você é contra a liberdade de imprensa? ? 8. Responda-me não podemos sair agora? 9. ela perdeu, fiquei triste.

10. Não sei o disso.

2. Mau e mal

1) Mau

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Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como:

a. adjetivo - varia em gênero e número:

Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.

Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos.

Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco.

b. palavra substantivada:

Os bons vencerão os maus.

2) Mal

Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como:

a. advérbio - não varia:

O candidato foi mal recebido.

Fizeram mal em dizer tais coisas.

b. substantivo - varia em número:

O mal nem sempre vence o bem.

Há males que vêm para o bem.

c. conjunção (corresponde a quando)- não varia:

Mal cheguei, ele saiu.

d. mal é também um prefixo:

mal-educado, malcriado, mal-humorado

Exercícios

1. Antônio sempre foi um elemento. 2. Na luta contra o , devemos nos lembrar de nosso Criador. 3. O rapaz sofria de um incurável. 4. Dos de nossa época, o pior é a violência. 5. Os costumes causam problemas. 6. soou o alarme, todos correram.

7. Ele é criado e aluno.

3. Mas - más - mais

1. Mais pode ser um pronome ou um advérbio. É o contrário de menos:

a. advérbio (indica intensidade) - modifica verbo ou adjetivo:

Converse menos e trabalhe mais.

A garota está mais bonita hoje.

b. pronome indefinido (indica quantidade) - modifica um substantivo:

Comprei mais lâmpadas para a sala de aula. 2. Mas é uma conjunção adversativa (indica oposição). Equivale a porém, todavia, contudo:

Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.

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3. Más é adjetivo:

Ela é uma má aluna.

Exercícios

1. Embora fizesse o possível, ficava cada vez atrasado. 2. Todos sabiam que as irmãs de Pedro eram e covardes,

ninguém fazia comentários. 3. Não diga nem uma palavra. Nada pode ser feito agora. 4. O corredor automobilístico esforçou-se ao máximo, as condições da pista eram . 5. Ele reclama sempre, acaba fazendo seus deveres de

casa.

6. Tudo seria fácil se tivesse comparecido à reunião.

4. Há - a - à

1) Emprega-se o há:

a. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido:

Não o vejo há quinze dias.

Não se encontram há tempos.

Saiu daqui há duas horas.

b. Quando se trata de forma do verbo haver:

Há um artigo interessante nesta revista.

2) Emprega-se o a (preposição):

a. Com referência a tempo futuro:

A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem.

b. Com referência a distância:

Morava a cinco quadras daqui.

3) Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino:

A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado.

4) Emprega-se o à quando houver crase da preposição a com o artigo a ou com o demonstrativo a:

Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera.

Exercícios

1. Estávamos uma pequena distância da praia. (a - há) 2. O posto de gasolina fica três quilômetros daqui. (a - há) 3. Vive muitos anos naquela cabana. (a - há) 4. O relatório foi encaminhado dois dias. (a - há)

5. Sairemos daqui dez minutos. (a - há)

5. Senão - se não

1. A palavra senão é usada equivalendo a :

a. do contrário (conjunção) Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7

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Saia daqui, senão vai se molhar.

b. a não ser, salvo, exceto (preposição):

Não podia acreditar, senão vendo com os próprios olhos.

Não faz outra coisa, senão reclamar.

c. mas sim, porém (conjunção adversativa)

Não tive a intenção de exigir, senão de pedir.

Aconselhava não como chefe, senão como amigo.

d. defeito, falha (substantivo): Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta é a forma que se usa na expressão "senão vejamos".)

2. A expressão se não é usada equivalendo a caso não (conjunção condicional e hipotética):

Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora. (caso não venha)

Se não buscares, não encontrarás.

O dispositivo está na Constituição, se não no Regimento Interno.

6. A fim de - afim

1. A expressão a fim de indica finalidade; corresponde a para:

Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço.

(Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar com vontade de em textos mais elaborados, pois trata-se de modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica em textos coloquiais: Eu não estou a fim de sair hoje.)

2. A palavra afim (numa única palavra) corresponde a semelhante ou parente por afinidade:

A Matemática e a Física são ciências afins.

A língua portuguesa é afim da espanhola.

7. A par ou ao par?

1. A expressão a par equivale a ciente, informado, prevenido; em geral, emprega-se com o verbo estar:

O diretor não estava a par do assunto.

2. A expressão ao par emprega-se em relação a câmbio; indica título ou moeda de valor idêntico:

O real já esteve ao par do dólar. As ações foram cotadas ao par.

8. Em vez de - ao invés de

1. A expressão em vez de significa em lugar de:

Em vez de nos ajudar, prejudicou-nos.

Em vez de ir ao cinema, resolveu sair para comer uma pizza.

2. A expressão ao invés de significa ao contrário de: 8

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Ao invés de baixar, o preço dos legumes subi esta semana.

Respostas:

1. 1 (porque: conjunção causal); 2 (Por que: frase interrogativa direta); 3 (porquê: substantivo); 4 (Por quê: único vocábulo da frase); 5 (por que: pronome relativo = pela qual); 6 (por quê: última palavra da frase); 7 (Por quê: único vocábulo da frase); 8 (por que: frase interrogativa, podemos inserir a palavra "motivo"); 9 (Porque: conjunção causal. Inicia oração subordinada adverbial causal); 10 (porquê: substantivo). 2. 1 mau, 2 mal, 3 mal, 4 males, 5 maus, 6 Mal, 7 malcriado e mau. 3. 1 mais; 2 más, mas; 3 mais; 4 mas, más; 5 mas; 6 mais. 4. 1 a; 2 a; 3 há; 4 há; 5 a.

A lista a seguir mostra os distintos significados das palavras e expressões que podem gerar dúvidas. Isso é importante para o seu conhecimento e em determinadas questões esses valores podem ajudá-lo tanto na semântica, quanto na ortografia. Apenas LEIA, de vez em quando, essas palavras. Não decore, pois a banca CESPE cobra o sentido contextual.

Cuidado quando a prova "camufla" a questão gramatical numa questão de semântica. O sentido pode permanecer, mas às vezes a troca dos vocábulos pode gerar um problema de concordância ou de regência. Veja um exemplo:

Questão 1: (PGM RR/ 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir "tem" por dispõe, com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua. Resposta: E Comentário: O verbo "tem" e "dispõe" são sinônimos, mas o problema é que um não pode substituir o outro, se não houver ajustes gramaticais, pois o verbo "tem" é transitivo direto e "dispõe" é transitivo indireto e exige preposição "de".

Veja os ajustes: "...que uma pessoa tem... ("que" =OD, "uma pessoa" = sujeito, "tem" = VTD) "de que uma pessoa dispõe..." ("que" =OI, "uma pessoa" = sujeito, "tem" = VTI)

No caso deste tipo d cobrança, note que a banca salienta para o candidato que ele deve cuidar também da correção gramatical.

O nosso trabalho nesta aula é treinar as questões especificamente de semântica, mas em outras aulas vimos e continuaremos vendo questões que pedem o sentido, mas cobram também a correção gramatical. Portanto, muito cuidado.

Agora, sim, vamos à lista de vocábulos:

Abaixo-assinado: documento em geral de reivindicação, protesto ou solidariedade assinado por várias pessoas: Não faltaram abaixo-assinados contra a reforma da Previdência.

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Abaixo assinado: cada uma das pessoas que assinam um abaixo-assinado: Nós, abaixo assinados, vimos manifestar... Abjeção: baixeza, degradação: Em um ambiente de abjeção, as pessoas perdem o respeito. Objeção: réplica, contestação, obstáculo: O projeto tramitou sem encontrar nenhuma objeção. Absolver (absolvição): inocentar, perdoar: O tribunal absolveu o réu. Absorver (absorção): embeber em si, recolher em si, fazendo desaparecer por incorporação ou assimilação: O novo órgão absorveu as funções das duas secretarias que foram extintas. Acender: pôr fogo: Acender uma fogueira; ligar: Acender a lâmpada. Ascender: subir, elevar-se: Ascender na carreira. Acento: sinal gráfico, tom de voz: Nos discursos que fazia, era mestre em pôr o acento certo nas palavras certas. Assento: banco, cadeira: O Brasil reivindica assento no Conselho de Segurança da ONU. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, falou acerca de seus projetos. A cerca de: preposição "de" + quantidade aproximada: Brasília fica a cerca de duzentos quilômetros de Goiânia. Há cerca de: verbo "há" + quantidade aproximada: O povoado existe há cerca de um século; Atualmente, há cerca de trezentos moradores vivendo em suas ruelas. Acessório: suplementar, adicional, secundário: As questões acessórias serão discutidas posteriormente; aquilo que se junta ao principal, complemento: Comprou acessórios de informática. Assessório: assessorial; relativo a assessores. Acidente: acontecimento casual, imprevisto: Encontraram-se por acidente em uma solenidade; desastre: Por sorte, ninguém se feriu no acidente. Incidente: episódio; dificuldade passageira: O incidente da agressão ao diplomata desencadeou uma crise entre os dois países. Alto: de grande dimensão vertical, elevado: alto-falante, muro alto. Auto: de si mesmo; ato público; registro escrito de uma ocorrência: automóvel; autos do processo. À medida que: à proporção que, ao passo que (expressa o desenvolvimento de ação simultânea a outra): À medida que amadurecem, as pessoas aumentam sua capacidade de compreensão; A situação foi se aclarando, à medida que a testemunha relatava os fatos. Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que; porque (expressa causa ou a ideia de utilização de dado preexistente): Na medida em que o Relator apresentar seu parecer, a Comissão poderá votá-lo imediatamente; Devemos usar nossas prerrogativas de cidadãos, na medida em que elas existem. Amoral: que não tem senso de moral; moralmente neutro: Diz-se que a ciência é amoral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes; indecoroso; libertino: Conduta imoral. Moral: que está conforme os princípios socialmente aceitos: Encerrou o discurso com uma anedota de cunho moral. Ante: preposição: em frente a, perante: A verdade está ante nossos olhos; em consequência de; diante de: Ante os protestos, recuou da decisão. (Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.) Ante: pref. expressa anterioridade: anteontem, antessala. Anti: pref. expressa contrariedade, oposição: antiácido, antirregimental. Ao encontro de: para junto de: Com os braços abertos, caminhou ao encontro dos colegas; favorável a, concordante ou compatível com: Suas ideias vêm ao encontro do que o projeto defende (as ideias concordam com o que o projeto defende).

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De encontro a: contra; em prejuízo de: Tropeçou, indo de encontro à mesa; Suas ideias vão de encontro ao que o projeto defende (as ideias são contrárias ao que o projeto defende). Ao invés de: ao contrário de (deve ser empregado quando houver oposição real entre uma coisa e outra): Ao invés de aprovar, rejeitou; Ao invés de rir, chorou. Em vez de: em lugar de; em substituição a: Em vez do Presidente, falou o Vice-Presidente; Em vez de pôr o projeto em votação, suspendeu a sessão; ao invés de: Em vez de rir, chorou. Aonde: usa-se com verbos de movimento (ir a, dirigir-se a, chegar a, etc.): Aonde vai o Brasil?; A comissão aonde (à qual / para a qual) foi encaminhado o projeto irá apreciá-lo hoje. Onde: usa-se com verbos que não dão idéia de movimento: Onde está o projeto no momento?; A comissão onde (em que / na qual) se encontra o projeto irá apreciá-lo hoje; Onde será a reunião? Aparte: interrupção ao orador: "Concedo o aparte ao nobre Colega." À parte: isoladamente: O destaque apresentado foi votado à parte. Apreçar: perguntar o preço. Apressar: dar pressa. A princípio: no começo, inicialmente: A princípio, ninguém acreditava que o projeto seria aprovado. Em princípio: antes de qualquer consideração; de maneira geral; em tese: Em princípio, as leis visam ao bem comum. No princípio: mesmo que a princípio. Aresto: acórdão, solução de um julgado. Arresto: apreensão judicial de bens para garantir futura cobrança de dívida; embargo. Arrochar (arrocho): apertar muito: Arrochar o salário. Arroxar: variação do verbo arroxear "tornar roxo". Ascendente: ancestral, antepassado (pai, avô, etc.): O avô materno foi o ascendente que mais o estimulou a seguir a carreira política. Descendente: pessoa que descende de outra (filho, neto, etc.): Os descendentes souberam consolidar o império industrial iniciado pelo patriarca. À toa: com a reforma ortográfica, é a mesma grafia para adjetivo (irrefletido; inútil): Um gesto à toa e para locução adverbial de modo (a esmo; irrefletidamente): Uma pessoa que vive à toa. Avocar: chamar; atribuir a si; arrogar-se: Avoca a si poderes de que não está investido. Evocar: lembrar; invocar: De maneira saudosa, vive evocando o passado. Invocar: pedir a proteção ou a ajuda de; chamar: Invocou o apoio de seus pares. Caçar (caça): perseguir para aprisionar ou matar: A polícia caçou os fugitivos até encontrá-los. Cassar (cassação): anular, revogar: A portaria cassou as aposentadorias concedidas irregularmente. Cardeal: adj. principal, fundamental. • subst. prelado: O cardeal foi quem celebrou a missa. Cardial: cárdico, cardíaco. Cavaleiro: que anda a cavalo; cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Cela: pequeno quarto de dormir. Sela: assento que se põe sobre cavalgadura. Censo: levantamento de dados estatísticos; recenseamento: De acordo com o Censo 2000, há 171 milhões de brasileiros.

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Senso: faculdade de julgar, de sentir; juízo, entendimento: O estudo da Filosofia desenvolve o senso crítico. Cerrar: fechar; unir fortemente: Cerrou as mãos e soltou um grito; Encontrou todas as portas cerradas. Serrar: cortar com serra ou serrote: Os fugitivos serraram as grades da cela. Cessão: ato ou efeito de ceder: Agradeceu ao orador a cessão do aparte; transferência de posse ou direito: Cessão sem ônus. Seção: setor, repartição: Trabalha na Seção de Editoração; subdivisão de um todo: Um extenso capítulo com muitas seções. Sessão: espaço de tempo em que se realiza um trabalho: A sessão solene estendeu-se por mais de três horas; A primeira sessão do filme começará às 17 h. Chá: bebida: Em vez de chá, tomou café. Xá: antigo soberano do Irã. Cheque: ordem de pagamento. Xeque: chefe muçulmano; lance de xadrez. (xeque-mate = o rei morreu ou o rei está morto) Pôr em xeque: pôr em dúvida ou dificuldade. Comprimento: dimensão longitudinal de um objeto; tamanho: A sala tem 10 m de comprimento. Cumprimento: ato ou efeito de cumprir: o cumprimento de uma promessa; gesto ou palavra de elogio ou de saudação: Recebeu emocionado os cumprimentos dos colegas. Concertar: fazer acordo; combinar: Os Líderes concertaram a votação para hoje. Concerto: acordo; ajuste: O projeto foi aprovado graças ao concerto entre os partidos; harmonia: O concerto das nações; espetáculo musical: O concerto foi aplaudido de pé. Consertar (conserto): reparar; restaurar: Mandou consertar o relógio. Coser: costurar. Cozer: cozinhar. Deferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovem cientista. Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos diferem apenas no acessório, sendo idênticos no essencial. Defeso /ê/: adj. proibido: É defeso utilizar tributo com efeito de confisco; não sujeito a, isento. • subst. período do ano em que é proibido caçar ou pescar: O defeso da lagosta. Defesso /é/: que se fatigou; cansado. Delatar (delação): denunciar; revelar (crime ou delito): No interrogatório, o assaltante delatou seus comparsas. Dilatar: aumentar as dimensões ou o volume (dilatação): O calor dilata os sólidos; adiar, diferir, prorrogar (dilação): O Governo dilatou o prazo para pagamento do imposto. Demais e por demais: excessivamente, em demasia: A discussão deixou-a irritada demais (ou: por demais irritada). De mais: a mais: A conta veio com trinta reais de mais. (Na dúvida entre demais e de mais, lembrar que de mais é intercambiável com de menos.) Descrição: ato ou efeito de descrever; retrato: Fez uma descrição sumária da situação. Discrição: qualidade de discreto, do que não atrai a atenção: Veste-se com discrição; discernimento; poder (discricionário) da autoridade de agir. Descriminalizar: isentar de culpa; excluir a criminalidade: Há uma tendência de se descriminalizar a maconha. Descriminar: mesmo que descriminalizar.

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Discriminar: diferençar, distinguir; separar: Discriminar o bem do mal. Desidioso: em que há desídia; preguiçoso; negligente. Dissidioso: em que há dissídio, divisão; conflituoso, desarmonioso. Destratar: maltratar com palavras. Distratar: desfazer (trato, acordo). Discente: relativo a alunos: O corpo discente reclamou daquele professor. Docente: relativo a professores: O corpo docente avaliou os recursos dos alunos. Dorso: costas. Torso: tronco. Elidir: fazer elisão "supressão"; excluir, eliminar: A elisão fiscal é lícita. Ilidir: rebater, contestar, refutar: No tribunal, foi capaz de ilidir as provas que o incriminavam. Eludir: evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício: Eludir a lei. Iludir: causar ilusão em; enganar; burlar: Suas promessas já não iludem ninguém. Emenda: correção de falta ou defeito, alteração: A emenda aperfeiçoou o projeto; regeneração. Ementa: resumo, síntese (de lei, decisão judicial, etc.): Muitas ementas terminam com a expressão "e dá outras providências". Emergir: vir à tona; surgir, manifestar-se. Imergir: fazer submergir; mergulhar, afundar. Emigrar (emigrante): sair de um país para ir viver em outro: Milhares de descendentes de japoneses emigraram do Brasil para o Japão. Imigrar (imigrante): entrar em outro país para nele viver: A maioria dos alemães que imigraram para o Brasil fixaram-se no Sul. Migrar (migrante): mudar periodicamente de região ou país; passar de um lugar para outro. Eminente: proeminente; sublime; ilustre, notável: O eminente professor marcou época com aulas memoráveis. Iminente: que está a ponto de acontecer: Com o transbordamento do rio, a inundação da cidade é iminente. Empoçar: formar poça. Empossar: dar ou tomar posse. Espectador: aquele que assiste a um espetáculo. Expectador: aquele que permanece na expectativa. Esperto: atento; perspicaz; ativo. Experto: especialista, perito. Espiar: observar secretamente, espionar. Expiar: remir (a culpa), cumprindo pena; purificar-se. Estada: ato de estar; permanência: A estada da comitiva na capital foi de três dias. Estadia: prazo concedido para carga e descarga de um navio mercante num porto. Observação: O dicionário Aurélio (2009) categoriza este vocábulo também com valor de estada, permanência, mesmo este uso sendo condenado por muitos. Estático: imóvel como estátua; sem movimento; parado, hirto. "Olhava, estática, os destroços espalhados pelo chão". Extático: posto em êxtase, absorto, enlevado. Estrato: camada; faixa ou camada de uma população: Estratos sociais. Extrato: coisa que se extraiu de outra; resumo: Extrato bancário; perfume. Flagrante: registrado no momento da realização: Prisão em flagrante; evidente. Fragrante: perfumado. Florescente: que floresce; próspero: pomares florescentes. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência: Comprei uma lâmpada fluorescente.

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Florescer: florir; prosperar, desenvolver-se: A indústria do turismo floresce a cada dia. Fluorescer: emitir radiação de fluorescência. Incerto: duvidoso; impreciso. Inserto: inserido; introduzido. Incipiente: que está no começo. Insipiente: ignorante; tolo. Incontinente: adj. imoderado, desregrado; sensual, lascivo. Incontinente ou incontinênti: adv. imediatamente, logo, sem intervalo: Os bombeiros responderam incontinente/ incontinênti ao chamado. Indefeso /ê/: sem defesa; desprotegido. Indefesso /é/: incansável; incessante. Infligir: impor, aplicar (pena, castigo): Na votação, os partidos de Oposição infligiram uma dura derrota ao Governo. Infringir: desobedecer a; transgredir: Quem infringe o Código Penal está sujeito a ser levado preso. Intemerato: não corrompido; puro. Intimorato: que não sente temor; destemido. Intercessão: ato de interceder, de intervir. Interse(c)ção: cruzamento; corte. Mandado: ordem escrita emitida por autoridade pública: Mandado de prisão. Mandato: concessão de poderes para desempenho de uma representação; procuração; delegação: Mandato parlamentar. Melhora: recuperação de mal físico ou moral; mudança para melhor estado ou condição. Melhoria: melhoramento; aprimoramento; mesmo que melhora "mudança para melhor estado ou condição". Óptico: respeitante à óptica "ciência da visão"; relativo à visão ou ao olho; ocular. Ótico: relativo ao ouvido; que é eficaz contra os males do ouvido. Ordinal: que denota ordem, posição. Ordinário: conforme ao costume; comum; frequente; vulgar. Original: que não ocorreu antes; novo; autêntico; com caráter próprio; primitivo. Originário: oriundo, proveniente; que não se alterou. Paço: palácio real ou episcopal. Passo: ato ou jeito de andar. Pleito: questão em juízo; discussão; eleição: Ele elegeu-se no pleito do ano passado. Pleitear: demandar em juízo; falar a favor de; fazer por conseguir: Pleitear um cargo. Preito: homenagem; respeito; assunto. Render preito: fazer declaração de louvor, gratidão, respeito. Posar (pose): assumir atitude, modos ou ares de algo que se quer aparentar; fazer pose: Posar para fotos. Pousar (pouso): descer, baixar em pouso: O avião pousou; pernoitar: Pousaram em um hotel à beira da estrada. Preceder: anteceder, vir antes; ter precedência. Proceder: vir, provir; originar-se. Preeminente: que ocupa lugar mais elevado; superior; sublime. Proeminente: que sobressai; que avança em ponta; preeminente. Prescrever (prescrição): preceituar; receitar: O médico prescreveu repouso; perder o efeito: O prazo para cobrança da dívida prescreveu. Proscrever (proscrição): banir; expulsar; vetar: A Constituição proscreve a pena de banimento. Prever: ver antecipadamente.

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Prover: abastecer; regular; nomear para um cargo; deferir. Provir: vir de; originar-se; resultar: Certas doenças provêm da falta de saneamento básico. Ratificar (ratificação): confirmar, validar. Retificar (retificação): corrigir. Recrear: proporcionar recreação a; divertir(-se). Recriar: criar de novo. Reincidir (reincidência): tornar a incidir, recair em; repetir. Rescindir (rescisão): tornar nulo (contrato); cancelar. Remição: ato ou efeito de remir "tornar a obter, resgatar"; liberação de pena ou dívida. Remissão: ato ou efeito de remitir "perdoar"; perdão; ação ou efeito de remeter. Repreensão: ato de repreender; censura; advertência. Repressão: ação de reprimir; contenção; impedimento. Saldar: pagar o saldo de; liquidar (contas). Saudar: cumprimentar; aclamar. Segmento: porção de um todo: Segmento de mercado. Seguimento: continuação: Dar seguimento ao trabalho. Sob: debaixo de: A lixeira fica sob a mesa; debaixo de autoridade, comando, orientação: Agiu sob o manto da lei; Sob esse ponto de vista, o argumento dele está correto; Ficou sob a mira do assaltante. Sobre: em cima de: O livro está sobre a mesa; acima de, em lugar superior: Nem sempre sabemos que forças atuam sobre nós; a respeito de: No discurso, falou sobre a seca. Sobrescrever ou sobrescritar: escrever (no envelope) nome e endereço do destinatário. Subscrever ou subscritar: assinar. Sortir: prover, abastecer: Sortiu a despensa com as compras. Surtir: dar como resultado: Apesar de oportuna, a medida não surtiu a mudança desejada. Tachar: pôr defeito em, qualificar negativamente; censurar: Tachou a Oposição de revanchista; Tacharam-no de provinciano. Taxar: tributar; submeter a uma taxa: O Brasil taxa pesado as importações de certos produtos; fixar o preço de: O correio taxa as cartas com base no peso das mesmas; qualificar positivamente ou negativamente: Taxou a Oposição de aguerrida; Taxaram-no de provinciano. Tampouco: também não, muito menos (é usado para reforçar uma negação): Não veio, tampouco telefonou; Não pôde encaminhar o trabalho no prazo, tampouco teve tempo de revisá-lo. (Nem tampouco é expressão redundante, a ser evitada.) Tão pouco: muito pouco: É pena que demonstre tão pouco interesse pelos estudos; em tal (pequeno, escasso) grau ou quantidade: Ganha tão pouco, que mal tem dinheiro para comer. Tráfego: movimento ou fluxo: tráfego aéreo; trânsito: Tráfego congestionado. Tráfico: negócio, comércio: tráfico negreiro; negócio ilícito: Tráfico de entorpecentes. Trás: atrás, detrás; após, depois de. Traz: forma do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: conjunto das peças de vestir; traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso, muito grande: Pagou pelo resgate uma vultosa soma em dinheiro.

Vultuoso: acometido de vultuosidade "inchaço no rosto".

Vamos agora às questões!!!!

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Questão 2: (Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia) Resposta: C Comentário: Paronímia significa que o nome é parecido, mas não idêntico; por isso esta afirmativa é correta.

Questão 3: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez mais na pobreza, na delinquência e na marginalidade. A palavra "ascender" poderia ser corretamente grafada, nesse contexto, também como acender. Resposta: E Comentário: São palavras homônimas, em que acender significa pôr fogo, ligar; já ascender significa subir, elevar-se.

Questão 4: (INCA / 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da criança monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de 6 anos de idade..." Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir "cerca de" por acerca de. Resposta: E Comentário: A expressão "cerca de" significa quantidade aproximada e acerca de significa a respeito de, sobre. Por isso a substituição não manteria a correção gramatical.

Questão 5: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Texto:

O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer do sufrágio simples dever cívico ou moral. Somente quando se torna obrigatório, o voto assume verdadeiro caráter de dever jurídico. Tal obrigatoriedade foi estabelecida por alguns países, menos pelos argumentos sobre a natureza do voto do que pela abstenção de muitos eleitores — fato prenhe de consequências políticas, inclusive no sentido de desvirtuar o sistema democrático. Nos pleitos eleitorais com alta porcentagem de abstenção, a minoria do eleitorado poderia formar os órgãos dirigentes do Estado, ou seja, governo e parlamento.

Eleições e sistemas eleitorais. In: Revista de Jurisprudência - Arquivos do tribunal de alçada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1.° trim./1981, p. 66 (com adaptações).

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Pertencem ao mesmo campo de significação, no texto, as palavras: "voto" (linha 1); "sufrágio" (linha 7) e "eleitorado" (linha 13). Resposta: C Comentário: Note que campo semântico não significa sinônimo, mas apenas palavras que dizem respeito a ideias que cobrem um mesmo assunto. As palavras "voto", "sufrágio" e "eleitorado" dizem respeito ao mesmo assunto: eleição.

Questão 6: O sentido do advérbio "primordialmente" (linha 1) equivale ao do adjetivo "primordial" na frase: O conceito primordial da arte encerra a ideia de equilíbrio. Resposta: C Comentário: O adjetivo "primordial" e o advérbio "primordialmente" significam principal, principalmente, respectivamente.

Questão 7: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. O termo "sanções" (linha 5) está empregado em sentido conotativo. Resposta: E Comentário: O substantivo "sanções" está no sentido literal, denotativo de punições.

Questão 8: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê.

Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito. Resposta: E Comentário: O primeiro "por que" está correto, pois se encontra em frase interrogativa indireta. O "que" é um advérbio interrogativo de causa. O segundo "porque" está errado, pois deveria estar separado (por que), tendo em vista que inicia oração subordinada adjetiva, podendo ser substituído por "pelo qual". Isso mostra que há pronome relativo "que". Os dois últimos estão corretos, porque são conjunções subordinativas adverbiais causais, podendo ser substituídos por porquanto, pois.

Questão 9: Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. Resposta: C

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Comentário: A primeira e a segunda ocorrências do "Por que" estão corretas, pois fazem parte de frases interrogativas diretas. Então o "que" é advérbio interrogativo. O terceiro "porque" também está correto, por ser uma conjunção causal, podendo ser substituído por porquanto, pois.

Questão 10: Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder. Resposta: C Comentário: O primeiro "por quê" está em final de frase, por isso fica separado e com cento. O segundo ("porquês") fica junto e recebeu acento por ser um substantivo, fato provado pela presença do artigo "os" antecipando-o, além de poder flexionar-se no plural. As duas últimas, com esse termo separado e sem acento, ocorre por estar em estrutura de frase interrogativa indireta, pois eles estão antecedidos do verbo "saber", além disso, pode-se subentender o vocábulo "motivo, causa ou razão" após esse termo.

(TRE - ES / 2011 / nível médio)

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Texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,

dispôs a Carta Magna de 1988: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos." Era o reconhecimento de um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.° 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.°: "Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida."

E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: "Para os fins deste decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade."

Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como "ressemantização da palavra quilombo"; segundo ele, "o quilombo já não significaria um povoado formado por escravos negros (...), mas uma identidade cultural."

O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações).

Questão 11: O vocábulo 'presunção' (linha 11) é empregado no texto com o sentido de suposição que se tem como verdadeira. Resposta: C Comentário: O substantivo 'presunção' é derivado do verbo "presumir". Esses vocábulos têm o sentido de "opinião ou juízo (suposição, suspeita) baseado em algo". Esse sentido, juridicamente, foi estendido para "Consequência que a lei

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deduz de certos atos ou fatos, e que estabelece como verdade por vezes até prova em contrário." (Dicionário Aurélio). No texto, é essa extensão de sentido que foi empregada. Veja o contexto:

"Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos (...) os grupos étnico-raciais (...) com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida".

Dessa forma, na forma da lei, são considerados remanescentes das comunidades aqueles que se declaram de ancestralidade negra e que satisfaçam as exigências legais. Há uma declaração, uma suposição, que é dada como verdadeira, até que se prove o contrário. Por isso, a questão está correta.

Questão 12: Mantêm-se as informações do período ao se substituir a palavra 'remanescentes' (linha 8) por descendentes. Resposta: C Comentário: O vocábulo "remanescente" tem o sentido de aquilo que resta, restante, remanente. Contextualmente, esse sentido se amplia. Não é apenas aquelas pessoas que restaram, mas aqueles que descendem daquela ancestralidade, de acordo com as restrições da lei. Por isso, contextualmente, o sentido permanece o mesmo.

Questão 13: De acordo com os sentidos do texto, a palavra Vessemantização' (linha 18) pode, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por ressignificação. Resposta: C Comentário: O vocábulo "semantização" é derivado de semântica, que significa o sentido das palavras. O prefixo "re" mostra que há nova semântica, isto é, novo sentido (ressignificação). Por isso, a questão está correta.

Questão 14: (TRE - PA / 2007 / Analista) Fragmento do texto: A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos TREs depende, entre outros fatores, também da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE, os demais ministros, pelo procurador-geral eleitoral. Os eleitos aos demais cargos — governador, senador, deputados federais, estaduais e distritais, assim como os respectivos vices e suplentes — recebem diplomas assinados pelo presidente do respectivo TRE. A palavra "também" (linha 2) está sendo usada para indicar a competência exclusiva dos tribunais citados para a expedição dos diplomas. Resposta: E Comentário: Para indicar que a competência é exclusiva dos tribunais citados, haveria a necessidade dos vocábulos "só", "somente", "apenas", junto aos vocábulos que indicam os tribunais, da seguinte forma: "...expedição somente (apenas) pelo TSE e pelos TRÊS...".

Já o vocábulo "também" mostra a inclusão, isso quer dizer que, além de a expedição de qualquer diploma depender da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar, ainda há outras exigências ("entre outros fatores").

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Questão 15: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: A expansão do agronegócio, segundo as Contas Regionais do Brasil 2004-2008, divulgadas pelo IBGE, foi um notável vetor de crescimento das regiões menos desenvolvidas. A cana-de-açúcar, a soja e o café ajudaram Rondônia; as lavouras temporárias empurraram o Acre; o Amazonas sofreu percalços na área industrial, mas ganhou com a criação de gado, o café e o cultivo de frutas cítricas. Mantém-se a informação do segundo período, ao se substituir o vocábulo "percalços" (linha 4) por qualquer uma das seguintes palavras: dificuldades, transtornos, contratempos. Resposta: C Comentário: O substantivo "percalços" transmite a ideia de dificuldade no texto. Veja que o próprio verbo "sofreu" já indica que é algo negativo. Por extensão, podemos entender também a ideia de "transtornos" e "contratempos", por serem sinônimos contextuais.

Questão 16: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. A expressão "sob o signo da" poderia, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por sob a influência da. Resposta: C Comentário: Importante observarmos o sentido da palavra "signo". Esse vocábulo tem seus sinônimos literais: sinal, símbolo. Por extensão, entendemos que a civilização possui alguns símbolos, como os das constelações (representando o zodíaco), a cruz (representando o cristianismo), as placas (representando as várias informações) etc. Daí observarmos que esses signos (símbolos) passam a influenciar a conduta do ser humano. Eis o novo sentido da palavra signo: influência. Daí a expressão "sob o signo de" ter seu sentido categórico nos dicionários como "sob a influência de".

Veja que, contextualmente, a COP-15 foi uma relativa decepção, porque as metas de redução da emissão de poluentes não se tornaram obrigatórias. Segundo o texto, uma possível explicação para que isso não tornasse obrigatório foi a forte influência da recessão mundial. Note que, nessa situação de forte recessão, dificilmente se iria querer reduzir a produção, para baixar as metas da emissão de poluentes. Por isso, o adjunto adverbial "sob o signo de" foi utilizado no texto. A questão está corretíssima.

Questão 17: (PC - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto:

Recentemente, a Coreia d Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu

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uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição.

A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados, mas para todo o planeta. Mantêm-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir a palavra "retaliação" (linha 6) por represália. Resposta: C Comentário: O sinônimo de "retaliação" é vingança, desforra, represália. Por isso, a questão está correta. Veja que o governo de Seul quer dar uma resposta à Coréia do Norte. E essa resposta não é nada amigável, pois poderá ter consequências catastróficas, segundo o texto. Daí entendermos que os sentidos literais arrolados acima realmente cabem neste contexto.

Questão 18: (TRE - PA / 2007 / Analista) Fragmento do texto:

A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não se tratar de crime evidente.

O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre

A "incontestável" (linha 2) e imponderável. B "diplomados" (linha 4) e reformados. C "evidente" (linha 6) e indubitável. D "invioláveis" (linha 10) e permanentes. E "expedição" (linha 12) e envio. Resposta: C Comentário: Na alternativa (A), perceba que "incontestável" significa indiscutível (em caso de crime indiscutível). Já "imponderável" significa aquilo que não se pode avaliar. Assim, não são sinônimos. Na alternativa (B), o segundo parágrafo explica literalmente o que venha a ser diplomação: é a formalidade da posse dos membros do Congresso Nacional. Já "reformados" significa, de maneira geral, aquilo que foi corrigido. A alternativa (C) está correta, pois a expressão "evidente" significa "às claras, "que não oferece dúvida". Por isso, a substituição pelo adjetivo "indubitável" preserva o sentido no texto. Na alternativa (D), perceba que invioláveis significa aquilo que não pode ser

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violado, mexido, aberto. No contexto, significa que deputados e senadores não serão imputados civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos; a partir da diplomação. O adjetivo "permanentes" significa aquilo que perdura, ininterrupto. Isso não cabe no contexto. Na alternativa (E), "expedição" está no sentido do ato da homologação, assinatura, despacho do documento. Já "envio" significa remessa, por isso não cabe no contexto.

Questão 19: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento do texto: O debate sobre as deficiências na legislação penal brasileira, as falhas na justiça e a crise do sistema penitenciário oscila em função do noticiário policial. Cada crime de impacto, como as ondas de violência deflagradas, no Rio e em São Paulo, de dentro de penitenciárias, produz clamores por leis mais duras e prisões com rigidez absoluta. Os críticos desse tipo de reação argumentam que mais eficaz do que qualquer agravamento de penas ou aperto extremo nos presídios é o cumprimento da legislação vigente, para se acabar com a perigosa sensação de impunidade que existe na criminalidade. Essa posição é bastante razoável, por ter uma sólida fundamentação. É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. A expressão "clamores" (linha 5) está sendo empregada no sentido de rejeições. Resposta: E Comentário: O substantivo "clamor" tem o sentido de "queixar, protestar, bradar". Pelo contexto, entendemos que os crimes de impacto produzem protestos, rogos por mais rigidez na legislação. Observe que "rejeições" não tem esse valor semântico, por isso a questão está errada.

Questão 20: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento do texto: Na movimentação em curso, uma das preocupações predominantes é a de fugir de partidos que, nos estados representados pelos parlamentares, não conseguiram eleger governador. A outra justificativa é a de que não há como ficar de fora da ampla coalizão de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fase de montagem no Congresso. A palavra "coalizão" (linha 4) está sendo empregada com o sentido de oposição. Resposta: E Comentário: A palavra "coalizão" significa acordo, aliança, união; enquanto "oposição" significa contraste, contrário; por isso a questão está errada.

Questão 21: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento do texto: A mudança desenfreada de legendas contribui sempre para desgastar ainda mais a atividade política, aumentando o descrédito dos representantes da sociedade no Poder Legislativo. A expressão "ainda mais" (linha 2) deixa pressupor que a atividade política tem outros motivos para estar desgastada, além das trocas de legendas.

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Resposta: C Comentário: A expressão "ainda mais" é termo adicional, pressupondo-se que haja elemento já adicionado. Por esse motivo, entende-se que a atividade política já está desgastada e a mudança desenfreada de legendas vai aumentar esse desgaste. Por isso, a questão está correta.

Questão 22: (TSE / 2006 / Analista) Fragmento do texto: Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política. A palavra "manietados" (linha 3) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. Resposta: E Comentário: O adjetivo "manietados" é gerado do verbo "manietar", o qual possui a variação "maniatar". Esse vocábulo é constituído dos substantivos "mão" e o verbo "atar": maniatar. Então, o sentido desses vocábulos é "atar as mãos", prender-se ou sentir-se preso.

Assim, entendemos que os municípios sentiam-se tolhidos, dificultados, presos, imobilizados, por causa da falta de recursos próprios, por isso reclamam por ajuda dos governos estaduais e federal. Veja:

"Os municípios, tolhidos pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política."

Questão 23: (TSE / 2006 / Analista) Fragmento do texto: Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia universal. A palavra "panacéia" (linha 6) significa estratégia, método. Resposta: E Comentário: "panacéia" está no sentido irônico de solução, resolução de todos os problemas universais. Por isso, a alternativa está errada.

Questão 24: (TSE / 2006 / Técnico) Fragmento do texto: (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. As expressões "folheia a gramática política" (linha 4) e "tem a gramática na

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mão" (linhas 5 e 6) estão sendo empregadas em sentido denotativo. Resposta: E Comentário: As expressões "folheia a gramática política" e "tem a gramática na mão" estão sendo empregadas em sentido figurado, conotativo; pois o substantivo "gramática" está sendo empregado no sentido de regra e, por consequência, poder.

Questão 25: (TSE / 2006 / Técnico) Fragmento do texto: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. Cada partido tem o direito de fazer suas próprias propostas, procurando mostrar para a opinião pública a sua viabilidade, a sua pertinência e a sua importância. A palavra "clivagens" (linha 1) está sendo empregada com o sentido de convergências, uniões. Resposta: E Comentário: O substantivo "clivagens" significa divisão, fragmentação. Mas não se precisava saber o sentido desse substantivo, pois bastava interpretar o texto. Veja:

Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político.

A oração "que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político" é subordinada adjetiva explicativa e com isso mostra o sentido deste substantivo no texto: as clivagens de uma sociedade democrática fundamentam-se no respeito à pluralidade, à diversidade política. Assim, não se pode entender como convergência ou união.

Questão 26: (SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico) Fragmento do texto: O programa Fica Vivo, carro-chefe da SEDS, tem como objetivo a prevenção da violência e é focado em jovens de 12 a 24 anos. Criado em 2002, em Belo Horizonte, atualmente atende a mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros. O programa Fica Vivo consiste na atuação de várias esferas do poder público em comunidades marcadas pela violência. A palavra "esferas" (linha 5) está sendo empregada com o sentido de instâncias. Resposta: C Comentário: Note que o vocábulo "esferas" tem o seu sentido literal como um espaço geométrico limitado por uma superfície esférica. Esse ambiente limitado se estendeu ao sentido figurado de área de atuação, campo, instância, setor, ramo profissional etc. Dessa forma, usamos as expressões "esfera (ou instância) do poder público". Por isso, a alternativa está correta.

(SERPRO / 2010 / Técnico) Incentivar o uso de transportes que desafoguem o trânsito e

diminuam a poluição é uma necessidade urgente nas metrópoles. Sintonizado com essa demanda, o Rio de Janeiro seguiu o exemplo de cidades europeias e implantou um serviço de aluguel de bicicletas públicas, o Pedala Rio, há um ano. A iniciativa louvável, porém, esbarrou

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em um velho problema dos grandes municípios brasileiros: o furto. Em menos de duas semanas, cinquenta e seis unidades foram roubadas. O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo em uma cidade que sofre com a falta de segurança pública e a atuação de gangues

10 criminosas. Incapaz de operar sem quase um terço da frota, a concessionária responsável cancelou o serviço temporariamente. A empresa prometeu reativá-lo, mas agora com novas precauções para tentar driblar os gatunos. Para isso, usará mecanismos como travas mais resistentes nas estações e dispositivos eletrônicos que permitam

15 comunicar à central de operações a retirada forçada dos equipamentos. Também está sendo estudada a implantação de câmeras nos pontos de aluguel. Além disso, as bikes não voltarão prateadas às ruas, mas com cores chamativas, para serem mais facilmente identificadas. Ao que tudo indica, o furto foi uma ação coordenada. Ladrões teriam usado a estrutura

20 do próprio equipamento como alavanca para quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, permaneceram intactas. "Tudo ia muito bem até esse incidente", afirma Altamirando Moraes, subsecretário de meio ambiente da prefeitura. Segundo ele, agora o governo estadual concordou em dar maior atenção ao policiamento e ao

25 controle das estações. Essa ação integrada das duas esferas de governo é uma providência útil para salvar uma boa ideia.

Maíra Magro. Será que dá pedal? In: Istoé online, 30/12/2009, p. 86 (com adaptações).

Questão 27: As expressões "empresa" (linha 12) e "central de operações" (linha 15) foram empregadas, no texto, com a finalidade de se evitar a repetição do vocábulo "concessionária" (linha 11). Resposta: E Comentário: Contextualmente, "empresa" e "concessionária" são palavras equivalentes, sinônimas. Já "central de operações" é um departamento específico que controla a segurança. Por isso, a questão está errada.

Questão 28: O vocábulo "demanda" (linha 3) poderia ser substituído por diligência, sem que se alterassem as informações apresentadas no texto. Resposta: E Comentário: O vocábulo "demanda" significa necessidade, procura; já "diligência" significa providência, medida. Por isso, não se pode substituir um vocábulo por outro, sem a mudança do sentido original.

Questão 29: No trecho "O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo" (linhas 7 e 8), a palavra "xeque" poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original. Resposta: E Comentário: A expressão "colocou em xeque" significa pôr em dúvida o mérito, o valor de algo. Por isso, "xeque" não pode ser substituído por "cheque".

Questão 30: A locução "a não ser" (linha 20) poderia, sem prejuízo sintático

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ou semântico para o texto, ser substituída por senão. Resposta: C Comentário: Vimos no início desta aula que um dos valores do "senão" é "a não ser", "exceto", "salvo". Como no texto o sentido da expressão "a não ser" é de exceção, cabe a substituição.

Questão 31: A substituição de "maior" (linha 24) por mais não traria prejuízo para o sentido original do texto. Resposta: C Comentário: A ideia no texto é aumentar a atenção, por isso, cabe tanto o pronome indefinido "mais", quanto o adjetivo "maior", mantendo-se o sentido original.

Questão 32: (SGA - AC / 2007 / Superior) Fragmento do texto: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho. A correção gramatical do texto seria mantida se o pronome "que", em "que me escapavam", fosse substituído por quê. Resposta: E Comentário: Da mesma forma que o vocábulo "porque" leva acento quando recebe artigo ou fica em final de frase, também ocorre o mesmo com o vocábulo "que". Mas, no contexto, "que" é um pronome relativo e não pode receber acento.

Questão 33: (SEMEC - PI / 2009 / Superior) Texto:

Estava em tempo de aprender a ler. (...) Meu primeiro mestre me ensinava as letras, a princípio com agrado. Aos poucos foi se aborrecendo e chegou até a gritar: "— Menino burro!" (...) Nada aprendi na aula do mestre desgraçado. Somente fiquei mais próximo da infelicidade. (...) Tudo me parecia dificílimo. As letras boiavam nos meus olhos banhados de lágrimas, pois a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes. (...) Aquele suplício era pior que o da asma. Às vezes desejava cair doente para fugir das lições. No entanto era preciso aprender a ler. A minha cabeça era de pedra.

José Lins do Rego. Meus verdes anos. Rio de Janeiro, José Olympio / INL, MEC, 1980, p.187- 213.

No trecho "a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes" (linhas 6 e 7), a palavra "obtusidade" está sendo empregada com o sentido de

A distração. B desatenção. C rebeldia. D estupidez. Resposta: B Comentário: Perceba que o contexto nos mostra que a então criança tinha dificuldades na aprendizagem, por isso foi usado o substantivo "obtusidade",

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isto é, fechado para aquelas informações. Esse comportamento dava a entender à professora que o aluno estava desatento. Por isso, o único vocábulo, dentre as alternativas, que comporta o sentido de "obtusidade" é "desatenção".

Questão 34: (Prefeitura VV - ES / 2008 / Superior) Fragmento do texto:

Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão — de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão? O sentido do texto seria mantido se o vocábulo "convicções" fosse substituído por crenças. Resposta: C Comentário: O substantivo "convicções" está relacionado a ideologias, crenças. Por isso, a questão está certa.

Questão 35: (SEDUES - ES / 2010 / Técnico) Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Pelos sentidos do texto, a palavra "sismo" (linha 1) significa sinistro, tragédia. Resposta: E Comentário: Podemos entender que um abalo sísmico é uma tragédia. A palavra sinistro não seria muito adequada, mas até (com bons olhos) poderíamos entender, pois alguns dicionários trazem esse substantivo também com o valor de grande dano. Mas perceba o pedido da questão: Pelos sentidos do texto. Devemos levar em conta como está escrito no texto: "os tremores do sismo". Uma tragédia treme? Um sinistro treme? Logicamente, não. Por isso, contextualmente, não possuem o mesmo sentido.

Questão 36: (SEDUES - ES / 2010 / Técnico) Fragmento do texto:

Existe um problema que tende a ser minimizado na elaboração e divulgação das campanhas de preservação ambiental, sobretudo naquelas que enfocam, especificamente, o relacionamento do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente relacionado. Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico.

Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de higiene.

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A palavra "proliferação" (linha 7) está sendo empregada com o sentido de liberação. Resposta: E Comentário: O substantivo "proliferação" tem o sentido de ampliar, propagar-se. Assim, entendemos no texto que houve o aumento, a propagação desenfreada do consumo. Já o substantivo "liberação" transmite a ideia de que algo estava fechado e foi liberado, o que não cabe no contexto.

Questão 37: Com o emprego da palavra "consumismo" (linha 7), confere-se à ideia de consumo a noção de exagero. Resposta: C Comentário: O próprio sufixo "ismo" confere ao vocábulo uma ideia pejorativa, transmitindo a noção de exagero. Isso foi reforçado ainda mais com a expressão "proliferação desenfreada". Por isso, a questão está certa.

Questão 38: (SEDAP - PB / 2009 / Superior) Fragmento do texto: O fato é que, antes da atual crise, nem todos os mutuantes foram predadores e nem todos os mutuários foram idiotas. Mas alguns empréstimos foram imprudentes e outros foram fraudulentos. Alguns investidores correram riscos que não entendiam. Muito poucos estavam dispostos a aprender com as evidências dos projetos de microcrédito bem-sucedidos em todo o mundo; então, agora, teremos todos que aprender com as evidências de nossos erros. A substituição da palavra "fraudulentos" (linha 3) pela palavra fraudadores não altera o sentido nem a adequação gramatical do período em que a palavra está inserida. Resposta: E Comentário: Não há adequação vocabular com essa troca, porque o sufixo de substantivo or(ores) em "fraudadores" denota a ação de alguém; já o sufixo de adjetivo ente(entos) denota uma característica da ação ou do elemento fraudado (eleição fraudulenta, campeonato fraudulento, empréstimos fraudulentos). Por isso, a substituição não cabe neste contexto.

(Polícia Federal / 2004 / Delegado) Fragmento do texto: Diversos municípios brasileiros, especialmente aqueles que se urbanizaram de forma muito rápida, não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais. Em um tecido social esgarçado, a violência é cada vez maior, ameaçando a vida e enclausurando ainda mais as pessoas nos espaços domésticos. Questão 39: A expressão "tecido social esgarçado" (linha 5) está empregada em sentido figurado e representa a idéia de que as estruturas sociais estão fortalecidas em suas instituições oficiais. Resposta: E Comentário: Realmente ocorre uma linguagem figurada, pois não há literalmente um tecido. Mas o erro está em dizer que "esgarçado" teria sentido de "fortalecido". É o contrário, ele está enfraquecido.

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Questão 40: A expressão "ainda mais" (linha 6) reforça a idéia implícita de que há dois motivos para o enclausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favoreçam as relações sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer e o aumento da ameaça de violência. Resposta: C Comentário: Como já abordamos em outra questão, a expressão "ainda mais" é usada para enfatizar que há elementos já adicionados a determinado termo. Neste contexto, houve a adição da violência como causadora do enclausuramento. Com a expressão "ainda mais", percebemos que há outro motivo para esse enclausuramento, motivo esse que podemos notar no texto, na passagem: "Diversos municípios brasileiros (...) não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais". Por isso, a questão está correta.

(Polícia Federal / 2002 / Delegado) Texto:

O que incomoda o Terror O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e

Washington não foram as torres gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico que, mesmo longe da perfeição, é o mais justo e livre que a humanidade conseguiu fazer funcionar ininterruptamente até hoje.

Não foi um ataque de Davi contra Golias. Nem um grito dos excluídos do Terceiro Mundo que, de modo trágico mas efetivo, se fez ouvir no império. Foi uma agressão perpetrada contra os mais caros e mais frágeis valores ocidentais: a democracia e a economia de mercado.

O que realmente incomoda a ponto de provocar a exasperação dos fundamentalistas, apontados como os principais suspeitos da autoria dos atentados, não é a arrogância americana ou seu apoio ao Estado de Israel. O que os radicais não toleram, mais que tudo, é a modernidade. É a existência de uma sociedade em que os justos podem viver sem ser incomodados e os pobres têm possibilidades reais de atingir a prosperidade com o fruto de seu trabalho.

É esse o verdadeiro anátema dos terroristas que atacaram os EUA. Eles são enviados da morte, da elite teocrática, medieval, tirânica que exerce o poder absoluto em seus feudos. Para eles, a democracia é satânica. Por isso, tem de ser combatida e destruída.

Veja, 19/9/2001, p. 9 (com adaptações). Questão 41: No contexto, é correto estabelecer-se uma relação semântica entre "torres gêmeas" (1° parágrafo) e "economia de mercado" (2° parágrafo). Resposta: C Comentário: Perceba pelo paralelismo dos dois parágrafos que "Torres Gêmeas" representavam "a democracia e a economia de mercado". Assim, o ataque às Torres Gêmeas foi, segundo o autor, um pressuposto para agredir os mais caros valores ocidentais: a democracia e a economia de mercado.

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Questão 42: A palavra "perpetrada" (2° parágrafo) está empregada no sentido de perpetuada, ou seja, que perdurará na memória da humanidade para sempre. Resposta: E Comentário: O adjetivo "perpretada" tem sentido de "realizada, praticada, cometida"; já o adjetivo "perpetuada" daria o sentido de eternizada, fazer durar para sempre, o que não foi a intenção no texto.

Questão 43: O adjetivo "caros" (2° parágrafo), no contexto, admite dois sentidos: o afetivo, significando estimados ou queridos, e o econômico, na acepção de valiosos. Resposta: C Comentário: Há uma consideração importante nesta questão. Não há dado literal no texto que confirme esses dois sentidos para o adjetivo "caros". Também não há qualquer dado no texto que negue essas duas acepções. Por isso, a banca afirmou na questão "admite dois sentidos". Mas então essa interpretação não seria muito subjetiva? Na realidade, não. Perceba a linha argumentativa do texto. O autor argumenta que o atentado, na realidade, foi cometido contra um sistema social e econômico. O autor admite que esse sistema está longe da perfeição, mas em sua visão é o mais justo e livre que a humanidade conseguiu fazer funcionar ininterruptamente até hoje. Daí, o possível sentido de estimado ou querido para os valores desse sistema. A acepção de valiosas está mais clara no texto, por ressaltar as questões econômicas.

Questão 44: O termo "anátema" (4° parágrafo) está empregado em sentido denotativo, significando ódio profundo, aversão exacerbada. Resposta: C Comentário: O substantivo "anátema" possui o sentido denotativo de "maldição, execração, opróbrio, reprovação enérgica". Observe o contexto:

"É esse o verdadeiro anátema dos terroristas que atacaram os EUA."

Agora, fica mais claro que os terroristas tinham ódio ao atacar os EUA.

Questão 45: Pelo vocabulário empregado no último parágrafo do texto, depreende-se que o ataque aos EUA foi movido, também, por motivos religiosos. Resposta: C Comentário: Perceba os vocábulos "morte", "teocrática", "satânica". Esses vocábulos fazem parte do campo semântico de religião. Note a estrutura sintática: "... elite teocrática, medieval, tirânica que exerce o poder absoluto em seus feudos. Para eles, a democracia é satânica. Por isso, tem de ser combatida e destruída. Assim, entendemos a motivação por motivos religiosos.

Questão 46: Infere-se, pelo terceiro parágrafo do texto, que a moderna

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sociedade americana é maniqueísta, por ser constituída por "justos" (3° parágrafo), sinônimo contextual de ricos, e "pobres" (3° parágrafo), homônimo também contextual de injustos. Resposta: E Comentário: Primeiro, devemos perceber que o autor não critica o sistema vigente. Diante do sistema antagônico, defende ele que não há outro melhor. Assim, não cabe no texto a crítica mordaz desta sociedade capitalista. Ser justo, no texto, não implica ser rico. O autor defendeu a justiça (os direitos preservados) e a possibilidade de ascensão social para os desfavorecidos. Algo que ele supostamente não vê noutro sistema. Assim, não há relação sinônima de "justo" e "rico". Além disso, perceba que homônimo deve ter a pronúncia da palavra ou a escrita igual (Veja isso no início da aula). Por isso, não há relação homônima entre "injustos" e "pobres".

(Polícia Federal / 1997 / Delegado) Texto:

Merecemos uma chance - Até amanhã. Eram mais de 22 horas de uma segunda-feira quando me despedi de minha

amiga e colega M. "Até amanhã", respondeu M. E no amanhã M. não estava mais dando duro em sua cadeira, linda e I como a cada dia , cumprindo compromissos e agendando tarefas. No dia seguinte M. estava num hospital, com hematomas da cabeça aos pés, nariz quebrado, dentes amolecidos e hemorragia interna.

Acontece que entre o até amanhã e o amanhã a juventude e a jovialidade de M deram de cara com três psicopatas em busca de diversão . Eles a levaram a Osasco , na Grande São Paulo, e bateram nela até se cansar. M. fo i abandonada numa estrada seminua e ensangüentada, enquanto seus carrascos procuravam outra vítima, "mais nova do que essa" . Que tipo de pessoa é capaz de cometer uma brutalidade dessas? Não basta uma classificação psiquiátrica ou sociológica . Tente imagina r a alma de um sujeito assim, e o que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro. O horror, o horror.

Certos tipos de crime são independentes da sociedade em que se inserem . Em países ricos ou pobres, em povos cultos ou ignorantes, materialistas ou religiosos, capitalistas ou social-democratas, entre suecos ou tanzanianos, sempre existirá gente que sa i às ruas para brutaliza r mulheres . Assim como existem torturadores compulsivos, assassinos seriais, estupradores etc. De alguma maneira , isso faz parte da natureza humana.

Não se trata aqui de uma aposentada na miséria furtando remédios na farmácia (e provavelmente sendo presa). Estamos falando no crime como modo de vidcí. Existe gente que literalmente vive disso . Se quer dinheiro, rouba . Não para "matar a fome", mas para comprar a melhor cocaína e o último Honda Se gente assim quer se divertir, junta alguns amigos do mesmo caráter e escolhe mulheres ao acaso no trânsito . Na mesma delegacia onde M . prestou queixa, estavam arquivadas 10 outras ocorrências iguais.

Para casos assim existe essa instituição chamada polícia. Polícia é um serviço público , pago com nossos impostos, e não a encarnação do mal, este papel simplista que intelectuais, jornalistas e artistas costumam lhe reservar . Seu dever é proteger os não-criminosos dos criminosos . Mas a polícia não está cumprindo seu papel . Há uma guerra nas ruas . É um assalto dos marginais ao resto da sociedade . E as primeiras

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vítimas dessa guerra são os mais pobres, os marginalizados, a tão decantada classe trabalhadora . É na periferia das grandes cidades que esses degenerados fazem suas primeiras vítimas. Assassinatos, crimes sexuais, roubo, tudo acontece primeiro e pior em bairros populares.

Qual a solução? Educação? Sim, mas... Um marmanjo que escolhe suas vítimas ao acaso não precisa exatamente de educação . Aliás muitos criminosos têm educação esmerada , e até mesmo dinheiro . São violentos porque são . Policiamento? Óbvio . Mas no Brasi I a segurança da população não é prioridade. O salário dos policiais fo i enterrado, no último prejuízo do Banco do Brasil. A verba das armas fo i distribuída entre cabides de empregos de prefeituras falidas. Sem estrutura, paralisada pela burocracia , a polícia brasileira não protege a sociedade de seus criminosos . É o tipo de problema que parece não ter solução . Mas pode ter. Temos que busca r opções, e não apenas chora r o sangue derramado . O importante é que M . não seja mais atacada por psicopatas sem freios . Nem N. , nem P. , nem O . Nós, os não-criminosos, merecemos uma chance . Questão 47: O vocábulo "segunda-feira" (linha 2) e a expressão segunda feira têm o mesmo sentido. Resposta: E Comentário: O substantivo composto "segunda-feira" foi gerado a partir da expressão "segunda feira". Mas não possuem o mesmo sentido. O primeiro transmite a ideia do segundo dia da semana e a expressão denota apenas uma numeração ordinal do substantivo "feira".

Questão 48: A construção "o até amanhã e o amanhã" (3° parágrafo) apresenta um pleonasmo, devido à aproximação de palavras de significados semelhantes. Resposta: E Comentário: A expressão "até amanhã" é uma saudação, despedida, já o advérbio "amanhã" demonstra literalmente o outro dia. Assim, os termos possuem sentidos diferentes e não apresentam pleonasmo.

Questão 49: No quarto parágrafo, ocorrem várias antíteses e um símile. Resposta: C Comentário: A antítese é a marca do oposto. Assim, nas expressões "ricos ou pobres", "cultos ou ignorantes", "materialistas ou religiosos", há relação de oposição. Agora, perceba a locução conjuntiva de comparação de igualdade "assim como". Ela traça um paralelo semântico: estão em mesmo nível semântico as expressões "gente que sai às ruas para brutalizar mulheres" e "existem torturadores compulsivos, assassinos seriais, estupradores".

Questão 50: O primeiro período do quinto parágrafo serve como exemplificação da idéia expressa no período seguinte. Resposta: E Comentário: Localizando o trecho pedido na questão, teremos:

"Não se trata aqui de uma aposentada na miséria furtando remédios na farmácia (e provavelmente sendo presa). Estamos falando no crime como modo de vida "

Percebemos, portanto, que uma aposentada na miséria furtando remédios na

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farmácia não é um exemplo de crime como modo de vida. Perceba isso com a expressão "Não se trata aqui".

Questão 51: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue a associação apresentada no item abaixo, sob o foco da sinonímia. "compulsivos" (4° parágrafo) - impulsivos Resposta: C Comentário: Os sentidos dos dois vocábulos giram em torno de "ato irrefletido", "obedecendo ao impulso do momento", "compelido", "excitar-se ou enfurecer-se fácil e rapidamente.". De acordo com o contexto, cabem os dois vocábulos.

Questão 52: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "encarnação" (6° parágrafo)- personificação Resposta: C Comentário: O substantivo "encarnação" significa tornar à carne, cabendo, no sentido em que se encontra no texto, ser sinônimo de "personificação" (tornar-se uma pessoa ou com propriedades de).

Questão 53: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "decantada" (6° parágrafo) - celebrada Resposta: C Comentário: O adjetivo "decantada" tem sentido de "famoso", "notável". A pessoa "célebre" é aquela notável pela fama. Por isso, são palavras sinônimas.

Questão 54: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "marmanjo" (7° parágrafo) - adulto Resposta: C Comentário: O significado literal de "marmanjo" é homem adulto.

Questão 55: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "esmerada" (7° parágrafo) - polida Resposta: C Comentário: Aquilo que é esmerado é "aprimorado", "apurado", "elegante", "bem-acabado". Por isso, cabe o adjetivo "polida".

Questão 56: (Polícia Federal / 2000 / Agente) Fragmento do texto: A Revolução Industrial provocou a dissociação entre dois pensamentos: o científico e tecnológico e o humanista. A partir do século XIX, a liberdade do homem começa a ser identificada com a eficiência em dominar e transformar a natureza em bens e serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo. Perde importância a prática das artes e consolidam-se a ciência e a tecnologia. Relega-se a preocupação ética. A procura da liberdade social se faz sem considerar-se sua distribuição. A

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militância política passa a ser tolerada, mas como opção pessoal de cada um. O conceito de "liberdade" é tomado como sinônimo de consumo e de eficiência no domínio e na transformação da natureza em bens e serviços. Resposta: C Comentário: Veja que o sentido é literal do texto. Acompanhe:

"A partir do século XIX, a liberdade do homem começa a ser identificada com a eficiência em dominar e transformar a natureza em bens e serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo."

(Polícia Federal / 2000 / Agente) Texto:

A força da História A História caprichosamente ofereceu aos brasileiros um símbolo de forte

densidade, o de Tiradentes, para concretizar o mito do herói nacional. O lado generoso do chefe da rebelião anticolonial vem do transbordamento de seus objetivos, no sentido de tornar coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade. Não apenas um ato de particular conveniência no mundo das relações humanas, mas uma articulação de vulto nacional.

Enquanto os ativistas da Inconfidência (Tiradentes o maior e o mais lúcido de todos) e os ideólogos lidavam com categorias universais, que pressupunham os interesses da coletividade brasileira, outros aderentes circunstanciais, os magnatas e os devedores da fazenda Real, ingressaram no processo de luta a fim de resguardar vantagens particulares.

Com efeito, a figura de Tiradentes implanta, na memória e no coração da nacionalidade, o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais, um parceiro dos deuses.

(Fábio Lucas, Luzes e trevas - Minas Gerais no século XVIII. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p. 150-1; com adaptações)

Questão 57: Em língua portuguesa, a mudança na ordem das palavras nem sempre provoca alteração nas relações semânticas entre elas. Os itens abaixo reproduzem trechos do texto LP-III com alguma alteração na ordem dos termos. Julgue-os quanto à manutenção dos sentidos originais do texto.

linha 1: Caprichosamente, a História ofereceu aos brasileiros Resposta: C Comentário: Não há mudança de sentido, porque houve apenas o deslocamento do advérbio dentro de sua própria oração.

Questão 58: linhas 2 e 3: O lado generoso do chefe anticolonial da rebelião vem Resposta: E Comentário: Com o deslocamento, o chefe passou a ter a característica de anticolonial, o que no texto original é característica da rebelião.

Questão 59: linha 4: no sentido de tornar a aspiração coletiva de ruptura e de liberdade Resposta: E

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Comentário: No texto original, "coletiva" é um predicativo do objeto direto. Esse predicativo será a característica do objeto direto "a aspiração de ruptura e de liberdade". Com o deslocamento dos termos, o termo "a aspiração" manter-se-ia como objeto direto, mas a expressão "coletiva de ruptura e de liberdade" seria o predicativo, a característica do objeto direto. Assim, haveria alteração do sentido.

Questão 60: linhas de 8 e 9: ao ideólogos, que pressupunham os interesses da coletividade brasileira, lidavam com categorias universais Resposta: E Comentário: Houve o deslocamento da oração subordinada adjetiva explicativa. No texto original, essa oração explica o termo ""categorias universais". Com o deslocamento, os "ideólogos" passaram a ter esse sentido.

Questão 61: linhas de 12 a 14: na memória e no coração da nacionalidade, a figura de Tiradentes implanta o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais Resposta: C Comentário: Perceba que houve apenas o deslocamento dos termos adverbiais entre vírgulas, mas a informação continua a mesma. Compare: Texto original: "a figura de Tiradentes implanta, na memória e no coração da nacionalidade, o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais."

Reescrita da questão: na memória e no coração da nacionalidade, a figura de Tiradentes implanta o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais.

Questão 62: O primeiro período sintático do texto admite a seguinte paráfrase: Ao concretizar o mito do herói nacional, Tiradentes ofereceu à História e aos brasileiros um símbolo de forte densidade. Resposta: E Comentário: Paráfrase é uma reconstrução de texto com mesmo sentido. Veja que no texto original, "A História" é o termo agente (sujeito) e oferece "aos brasileiros" um símbolo: Tiradentes. Dentre várias outras diferenças semânticas, na reescrita, Tiradentes passou a ser o agente, o que já foge do sentido original. Além disso, houve mudança de sentido da oração original "para concretizar o mito do herói nacional" (finalidade) em relação à reescrita "Ao concretizar o mito do herói nacional" (temporal). Por isso a questão está errada.

Questão 63: As seguintes expressões do texto têm "Tiradentes" como referente: "herói nacional" (linha 2), "chefe da rebelião anticolonial" (linha 3), "vulto nacional" (linha 6) e "ativistas da Inconfidência" (linha 7). Resposta: E

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Comentário: Tendo em vista o texto enquadrar Tiradentes como símbolo de forte densidade, cabe entender que "herói nacional" também faz referência a Tiradentes (não só a ele). O termo "chefe da rebelião anticolonial" retoma Tiradentes. É mencionado no texto que Tiradentes foi o maior e o mais lúcido de todos os ativistas da Inconfidência. Portanto, esse termo faz referência a ele. Já o termo "vulto nacional" faz referência a "articulação". Por isso, a questão está errada.

Questão 64: As idéias de "coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade" (linha 4), "articulação de vulto nacional" (linha 6), "categorias universais" (linha 8) e "interesses da coletividade brasileira" (linha 9) desenvolvem e explicam a idéia de "transbordamento de seus objetivos". (linhas 3 e 4). Resposta: C Comentário: Veja o trecho abaixo. Sinalizei em negrito o termo explicado e sublinhei os outros que o desenvolvem. Acompanhe:

A História caprichosamente ofereceu aos brasileiros um símbolo de forte densidade, o de Tiradentes, para concretizar o mito do herói nacional. O lado generoso do chefe da rebelião anticolonial vem do transbordamento de seus objetivos, no sentido de tornar coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade1. Não apenas um ato de particular conveniência no mundo das relações humanas, mas uma articulação de vulto nacional2.

Enquanto os ativistas da Inconfidência (Tiradentes o maior e o mais lúcido de todos) e os ideólogos lidavam com categorias universais3, que pressupunham os interesses da coletividade brasileira4, outros aderentes circunstanciais, os magnatas e os devedores da fazenda Real, ingressaram no processo de luta a fim de resguardar vantagens particulares.

Primeiro, perceba que o texto informa que "O lado generoso do chefe da rebelião anticolonial vem do transbordamento de seus objetivos". Note a cadeia coesiva ligando os elementos sublinhados. Observe a expressão "no sentido de tornar" ligando o primeiro termo. Depois temos a expressão de adição "Não apenas ... mas" ligando o segundo termo. Em seguida o texto se desenvolve realizando um contraste entre a ideologia de Tiradentes (termos 3 e 4) e a dos outros aderentes circunstanciais, dos quais Tiradentes não fez parte.

Questão 65: O segundo parágrafo estrutura-se sobre uma oposição: ativistas e ideólogos versus magnatas e devedores, correspondendo, respectivamente, a "interesses da coletividade" e "vantagens particulares". Resposta: C Comentário: Conforme vimos na questão anterior, houve um contraste expresso pela conjunção "enquanto". Ela transmite simultaneidade temporal, mas contraste de informação, reforçada pelo pronome indefinido "outros".

(PM ES / 2010 / Médio) Texto:

A democracia é o único regime que permite ao cidadão ser contra, dentro da lei. Os demais regimes recusam ou reprimem esse direito e permitem ao cidadão apenas ser a favor ou neutro, jamais ser contra.

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Portanto, para funcionar bem, a democracia precisa garantir ao cidadão aquilo que a distingue dos demais regimes: o direito legal de ser contra.

Eleições no mundo todo são feiias somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor. Muitos ditadores do mundo submeteram-se a eleições e foram "reeleitos", sempre com votos a favor.

No Brasil, há muitos políticos que, embora rejeitados por muitos, acabam sendo eleitos por poucos, lamentavelmente com votos suficientes para ganhar o cargo. O voto a favor, sozinho, não garante a democracia.

As eleições atuais não detectam verdadeiramente a vontade da maioria dos cidadãos — um dos traços da democracia —, pois não levam em conta a rejeição dos eleitores ao candidato. É uma democracia pela metade.

Para que uma eleição seja democrática, cada eleitor deveria receber duas cédulas, uma para o voto a favor do candidato preferido e outra para o voto contrário ao candidato que ele não quer. Seriam apurados os votos a favor, os contrários e o saldo de votos. Assim, estaria eleito o candidato com o maior saldo de votos. Puro, simples e democrático.

A primeira eleição seria talvez um pouco confusa para o eleitor e para o candidato, mas as vantagens seriam tão grandes que ambos aprenderiam logo para a eleição seguinte.

De início, a vantagem seria a imediata exclusão de políticos "profissionais", picaretas, enganadores, populistas, marqueteiros, tudo de acordo com as regras democráticas, pelo voto; nesse caso, tanto o voto a favor quanto o contrário. Mas a principal vantagem seria fazer funcionar plenamente a democracia, ao dar ao eleitor aquilo que a distingue, o direito de oposição legal.

Milton Nogueira. Voto a favor, voto contrário. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

Questão 66: A expressão "Puro, simples e democrático" (linha 21) qualifica o processo eleitoral verdadeiramente democrático proposto pelo autor do texto. Resposta: C Comentário: Observe o início do parágrafo em que o autor afirma: "Para que uma eleição seja democrática". Dado o desenvolvimento dessa ideia, o parágrafo termina com a expressão "Puro, simples e democrático". Por isso, está correta a afirmativa.

Questão 67: O vocábulo "confusa" (linha 22) foi empregado no texto com sentido denotativo. Resposta: C Comentário: O vocábulo "confusa" realmente está em sentido denotativo, literal, pois está no sentido de que as primeiras eleições não seriam muito claras, seriam tumultuadas, obscuras.

Questão 68: O vocábulo "populistas" (linha 26) poderia ser substituído, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto, por populares. Resposta: E Comentário: Populista não é o mesmo que popular. O primeiro significa o

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adepto ao populismo, que se diz amigo do povo. Termo muito usado na política. Diferente do segundo, que significa aquilo ou aquele que tem a simpatia do povo. O primeiro traduz um valor um tanto pejorativo, ligado à intenção de manipular, já o segundo não. Por isso não possuem o mesmo sentido.

Questão 69: A conjunção "ou" (linha 3) é empregada, no texto, com o objetivo de ligar termos sinônimos. Resposta: E Comentário: A conjunção "ou" é alternativa de exclusão. Assim, um termo (a favor) exclui o outro (neutro), não cabendo o mesmo sentido.

Questão 70: Os vocábulos "democracia" e "ditadura", ambos na linha 7, são antônimos. Resposta: C Comentário: O texto ratifica o sentido oposto entre democracia e ditadura. Perceba isso no segundo parágrafo, em que o autor afirma que as eleições no mundo todo admitem somente o voto a favor. Ele continua dizendo que isso também é feito na ditadura (algo tão contrastante). Veja:

"Eleições no mundo todo são feitas somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor."

Questão 71: (MRE / 2008 / Superior) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra "fôlego" (linha 2) está sendo empregada em sentido conotativo e tem o mesmo significado de força, resistência. Resposta: C Comentário: Note que "fôlego" não está no sentido literal (voltado à respiração: boa respiração, bom fôlego, boa saúde), mas tem a ver com resistência. Assim, bom fôlego na economia é maior rendimento.

Questão 72: A palavra "neutralizados" (linha 4) está sendo empregada com o sentido que compreende as seguintes idéias: eliminados, solucionados, resolvidos. Resposta: C Comentário: Neutralizar significa tirar o efeito, como ocorre com os vocábulos "eliminados", "solucionados" e "resolvidos".

(MRE / 2008 / Superior) Texto:

O afastamento de Fidel Castro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta para o fim de uma singular experiência revolucionária no hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevida melancólica

5 nas condições de hoje, ao nascer incendiou romanticamente a imaginação

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de muitos de nós e nos mobilizou. Eram os tempos provavelmente mais quentes da Guerra Fria, e a fantasia de uma alternativa socialista e revolucionária atraía muitos jovens generosos, estimulados pela visão sartriana de um furacão benigno sobre Cuba, protagonizado igualmente por jovens abnegados e heróicos. A movimentação resultante concorreu, naturalmente, para que o processo político brasileiro desaguasse no desastre de 1964, enquanto em plano mundial se evidenciava a face bárbara da experimentação com o socialismo e se engendrava a dinâmica que terminaria por inviabilizá-lo. Felizmente, as circunstâncias do presente permitem, quando nada, evocar com bom humor algo do clima do imediato pós-Revolução Cubana — e quem sabe procurar refletir de novo sobre importantes e perenes temas políticos.

Fábio Wanderley Reis. Valor Econômico, 24/2/2008 (com adaptações). Questão 73: A palavra "incendiou" (linha 5) está sendo empregada em sentido conotativo, com o significado de estimulou. Resposta: C Comentário: O verbo "incendiar" em sentido denotativo é colocar fogo, incinerar. Esse é o processo primeiro da ignição. Como sabemos que a ignição é o início de um efeito de combustão que movimenta máquinas; também associamos o vocábulo "incendiar" como um processo de ignição (estímulo) de nossas ações. Vemos vários exemplos desse uso conotativo em expressões como "Ela incendiou a passarela, com seu encanto.", "Vamos incendiar a torcida no jogo".

Questão 74: A expressão "se engendrava" (linha 13) está sendo empregada com o sentido de rejeitava, recusava. Resposta: E Comentário: O verbo "engendrar" tem o sentido de dar origem, gerar, produzir, engenhar. Daí entendermos que uma dinâmica era produzida, gerada, não cabendo o sentido de "rejeitava", " recusava".

O que devo tomar nota como mais importante?

• LER as regras e procurar diferenciar os sentidos. O melhor macete é ler em voz alta. Não procure DECORAR, mas associar as palavras, marcar as mais difíceis e depois retornar lendo em voz alta.

• Nem sempre nós conheceremos o sentido de todas as palavras numa questão de semântica; mas, muitas vezes, você vai conseguir a resolver a questão pelo contexto.

Índice das provas analisadas

Prova: (Polícia Federal / 1997 / Delegado) Prova: (Polícia Federal / 2000 / Agente) Prova: (Polícia Federal / 2002 / Delegado) Prova: (Polícia Federal / 2004 / Delegado) Prova: (TSE / 2006 / Analista) Prova: (TSE / 2006 / Técnico) Prova: (TRE - PA / 2007 / Analista)

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Prova: (TRE - TO / 2007 / Analista) Prova: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Prova: (SGA - AC / 2007 / Superior) Prova: (Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior) Prova: (SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico) Prova: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Prova: (MRE / 2008 / Superior) Prova: (SEDAP - PB / 2009 / Superior) Prova: (SEMEC - PI / 2009 / Superior) Prova: (PGM RR/ 2010 / nível médio) Prova: (INCA / 2010 / nível médio) Prova: (SERPRO / 2010 / Técnico) Prova: (Prefeitura VV - ES / 2008 / Superior) Prova: (SEDUES - ES / 2010 / Técnico) Prova: (PM ES / 2010 / Médio) Prova: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Prova: (PC - ES / 2011 / nível médio)

Até nosso próximo encontro! Grande abraço.

Terror

Lista de questões

Questão 1: (PGM RR/ 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir "tem" por dispõe, com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua.

Questão 2: (Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia)

Questão 3: (Tribunal Regional do Trabalho - RJ / 2008 / nível superior) Fragmento do texto: Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez mais na pobreza, na delinquência e na marginalidade. A palavra "ascender" poderia ser corretamente grafada, nesse contexto, também como acender.

Questão 4: (INCA / 2010 / nível médio) Fragmento do texto: Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da criança monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de 6 anos de

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idade..." Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir "cerca de" por acerca de.

Questão 5: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Texto:

O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer do sufrágio simples dever cívico ou moral. Somente quando se torna obrigatório, o voto assume verdadeiro caráter de dever jurídico. Tal obrigatoriedade foi estabelecida por alguns países, menos pelos argumentos sobre a natureza do voto do que pela abstenção de muitos eleitores — fato prenhe de consequências políticas, inclusive no sentido de desvirtuar o sistema democrático. Nos pleitos eleitorais com alta porcentagem de abstenção, a minoria do eleitorado poderia formar os órgãos dirigentes do Estado, ou seja, governo e parlamento.

Eleições e sistemas eleitorais. In: Revista de Jurisprudência - Arquivos do tribunal de alçada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1.° trim./1981, p. 66 (com adaptações).

Pertencem ao mesmo campo de significação, no texto, as palavras: "voto" (linha 1); "sufrágio" (linha 7) e "eleitorado" (linha 13).

Questão 6: O sentido do advérbio "primordialmente" (linha 1) equivale ao do adjetivo "primordial" na frase: O conceito primordial da arte encerra a ideia de equilíbrio.

Questão 7: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. O termo "sanções" (linha 5) está empregado em sentido conotativo.

Questão 8: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê.

Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito.

Questão 9: Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso

ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito

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mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local.

Questão 10: Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder.

(TRE - ES / 2011 / nível médio)

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Texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,

dispôs a Carta Magna de 1988: "Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos." Era o reconhecimento de um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.° 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.°: "Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida."

E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: "Para os fins deste decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade."

Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como "ressemantização da palavra quilombo"; segundo ele, "o quilombo já não significaria um povoado formado por escravos negros (...), mas uma identidade cultural."

O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações).

Questão 11: O vocábulo 'presunção' (linha 11) é empregado no texto com o sentido de suposição que se tem como verdadeira.

Questão 12: Mantêm-se as informações do período ao se substituir a palavra 'remanescentes' (linha 8) por descendentes.

Questão 13: De acordo com os sentidos do texto, a palavra 'ressemantização' (linha 18) pode, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por ressignificação.

Questão 14: (TRE - PA / 2007 / Analista) Fragmento do texto: A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos TREs depende, entre outros fatores, também da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República recebem diplomas assinados pelo

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presidente do TSE, os demais ministros, pelo procurador-geral eleitoral. Os eleitos aos demais cargos — governador, senador, deputados federais, estaduais e distritais, assim como os respectivos vices e suplentes — recebem diplomas assinados pelo presidente do respectivo TRE. A palavra "também" (linha 2) está sendo usada para indicar a competência exclusiva dos tribunais citados para a expedição dos diplomas.

Questão 15: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: A expansão do agronegócio, segundo as Contas Regionais do Brasil 2004-2008, divulgadas pelo IBGE, foi um notável vetor de crescimento das regiões menos desenvolvidas. A cana-de-açúcar, a soja e o café ajudaram Rondônia; as lavouras temporárias empurraram o Acre; o Amazonas sofreu percalços na área industrial, mas ganhou com a criação de gado, o café e o cultivo de frutas cítricas. Mantém-se a informação do segundo período, ao se substituir o vocábulo "percalços" (linha 4) por qualquer uma das seguintes palavras: dificuldades, transtornos, contratempos.

Questão 16: (TRE - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto: Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. A expressão "sob o signo da" poderia, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por sob a influência da.

Questão 17: (PC - ES / 2011 / nível médio) Fragmento de texto:

Recentemente, a Coreia d Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição.

A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados, mas para todo o planeta. Mantêm-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir a palavra "retaliação" (linha 6) por represália.

Questão 18: (TRE - PA / 2007 / Analista) Fragmento do texto:

A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não

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se tratar de crime evidente. O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com

a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre

A "incontestável" (linha 2) e imponderável. B "diplomados" (linha 4) e reformados. C "evidente" (linha 6) e indubitável. D "invioláveis" (linha 10) e permanentes. E "expedição" (linha 12) e envio.

Questão 19: (TRE - TO / 2007 / Analista) Fragmento do texto: O debate sobre as deficiências na legislação penal brasileira, as falhas na justiça e a crise do sistema penitenciário oscila em função do noticiário policial. Cada crime de impacto, como as ondas de violência deflagradas, no Rio e em São Paulo, de dentro de penitenciárias, produz clamores por leis mais duras e prisões com rigidez absoluta. Os críticos desse tipo de reação argumentam que mais eficaz do que qualquer agravamento de penas ou aperto extremo nos presídios é o cumprimento da legislação vigente, para se acabar com a perigosa sensação de impunidade que existe na criminalidade. Essa posição é bastante razoável, por ter uma sólida fundamentação. É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. A expressão "clamores" (linha 5) está sendo empregada no sentido de rejeições.

Questão 20: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento do texto: Na movimentação em curso, uma das preocupações predominantes é a de fugir de partidos que, nos estados representados pelos parlamentares, não conseguiram eleger governador. A outra justificativa é a de que não há como ficar de fora da ampla coalizão de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fase de montagem no Congresso. A palavra "coalizão" (linha 4) está sendo empregada com o sentido de oposição.

Questão 21: (TRE - TO / 2007 / Técnico) Fragmento do texto: A mudança desenfreada de legendas contribui sempre para desgastar ainda mais a atividade política, aumentando o descrédito dos representantes da sociedade no Poder Legislativo. A expressão "ainda mais" (linha 2) deixa pressupor que a atividade política tem outros motivos para estar desgastada, além das trocas de legendas.

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Questão 22: (TSE / 2006 / Analista) Fragmento do texto: Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política. A palavra "manietados" (linha 3) está sendo empregada com o sentido de mobilizados.

Questão 23: (TSE / 2006 / Analista) Fragmento do texto: Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia universal. A palavra "panacéia" (linha 6) significa estratégia, método.

Questão 24: (TSE / 2006 / Técnico) Fragmento do texto: (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. As expressões "folheia a gramática política" (linha 4) e "tem a gramática na mão" (linhas 5 e 6) estão sendo empregadas em sentido denotativo.

Questão 25: (TSE / 2006 / Técnico) Fragmento do texto: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. Cada partido tem o direito de fazer suas próprias propostas, procurando mostrar para a opinião pública a sua viabilidade, a sua pertinência e a sua importância. A palavra "clivagens" (linha 1) está sendo empregada com o sentido de convergências, uniões.

Questão 26: (SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico) Fragmento do texto: O programa Fica Vivo, carro-chefe da SEDS, tem como objetivo a prevenção da violência e é focado em jovens de 12 a 24 anos. Criado em 2002, em Belo Horizonte, atualmente atende a mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros. O programa Fica Vivo consiste na atuação de várias esferas do poder público em comunidades marcadas pela violência. A palavra "esferas" (linha 5) está sendo empregada com o sentido de instâncias.

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(SERPRO / 2010 / Técnico)

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Incentivar o uso de transportes que desafoguem o trânsito e diminuam a poluição é uma necessidade urgente nas metrópoles. Sintonizado com essa demanda, o Rio de Janeiro seguiu o exemplo de cidades europeias e implantou um serviço de aluguel de bicicletas públicas, o Pedala Rio, há um ano. A iniciativa louvável, porém, esbarrou em um velho problema dos grandes municípios brasileiros: o furto. Em menos de duas semanas, cinquenta e seis unidades foram roubadas. O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo em uma cidade que sofre com a falta de segurança pública e a atuação de gangues criminosas. Incapaz de operar sem quase um terço da frota, a concessionária responsável cancelou o serviço temporariamente. A empresa prometeu reativá-lo, mas agora com novas precauções para tentar driblar os gatunos. Para isso, usará mecanismos como travas mais resistentes nas estações e dispositivos eletrônicos que permitam comunicar à central de operações a retirada forçada dos equipamentos. Também está sendo estudada a implantação de câmeras nos pontos de aluguel. Além disso, as bikes não voltarão prateadas às ruas, mas com cores chamativas, para serem mais facilmente identificadas. Ao que tudo indica, o furto foi uma ação coordenada. Ladrões teriam usado a estrutura do próprio equipamento como alavanca para quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, permaneceram intactas. "Tudo ia muito bem até esse incidente", afirma Altamirando Moraes, subsecretário de meio ambiente da prefeitura. Segundo ele, agora o governo estadual concordou em dar maior atenção ao policiamento e ao controle das estações. Essa ação integrada das duas esferas de governo é uma providência útil para salvar uma boa ideia.

Maíra Magro. Será que dá pedal? In: Istoé online, 30/12/2009, p. 86 (com adaptações).

Questão 27: As expressões "empresa" (linha 12) e "central de operações" (linha 15) foram empregadas, no texto, com a finalidade de se evitar a repetição do vocábulo "concessionária" (linha 11).

Questão 28: O vocábulo "demanda" (linha 3) poderia ser substituído por diligência, sem que se alterassem as informações apresentadas no texto.

Questão 29: No trecho "O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo" (linhas 7 e 8), a palavra "xeque" poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original.

Questão 30: A locução "a não ser" (linha 20) poderia, sem prejuízo sintático ou semântico para o texto, ser substituída por senão.

Questão 31: A substituição de "maior" (linha 24) por mais não traria prejuízo para o sentido original do texto.

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Questão 32: (SGA - AC / 2007 / Superior) Fragmento do texto: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho. A correção gramatical do texto seria mantida se o pronome "que", em "que me escapavam", fosse substituído por quê.

Questão 33: (SEMEC - PI / 2009 / Superior) Texto:

Estava em tempo de aprender a ler. (...) Meu primeiro mestre me ensinava as letras, a princípio com agrado. Aos poucos foi se aborrecendo e chegou até a gritar: "— Menino burro!" (...) Nada aprendi na aula do mestre desgraçado. Somente fiquei mais próximo da infelicidade. (...) Tudo me parecia dificílimo. As letras boiavam nos meus olhos banhados de lágrimas, pois a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes. (...) Aquele suplício era pior que o da asma. Às vezes desejava cair doente para fugir das lições. No entanto era preciso aprender a ler. A minha cabeça era de pedra.

José Lins do Rego. Meus verdes anos. Rio de Janeiro, José Olympio / INL, MEC, 1980, p.187- 213.

No trecho "a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes" (linhas 6 e 7), a palavra "obtusidade" está sendo empregada com o sentido de

A distração. B desatenção. C rebeldia. D estupidez.

Questão 34: (Prefeitura VV - ES / 2008 / Superior) Fragmento do texto:

Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão — de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão? O sentido do texto seria mantido se o vocábulo "convicções" fosse substituído por crenças.

Questão 35: (SEDUES - ES / 2010 / Técnico) Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Pelos sentidos do texto, a palavra "sismo" (linha 1) significa sinistro, tragédia.

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Questão 36: (SEDUES - ES / 2010 / Técnico) Fragmento do texto:

Existe um problema que tende a ser minimizado na elaboração e divulgação das campanhas de preservação ambiental, sobretudo naquelas que enfocam, especificamente, o relacionamento do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente relacionado. Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico.

Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de higiene. A palavra "proliferação" (linha 7) está sendo empregada com o sentido de liberação.

Questão 37: Com o emprego da palavra "consumismo" (linha 7), confere-se à ideia de consumo a noção de exagero.

Questão 38: (SEDAP - PB / 2009 / Superior) Fragmento do texto: O fato é que, antes da atual crise, nem todos os mutuantes foram predadores e nem todos os mutuários foram idiotas. Mas alguns empréstimos foram imprudentes e outros foram fraudulentos. Alguns investidores correram riscos que não entendiam. Muito poucos estavam dispostos a aprender com as evidências dos projetos de microcrédito bem-sucedidos em todo o mundo; então, agora, teremos todos que aprender com as evidências de nossos erros. A substituição da palavra "fraudulentos" (linha 3) pela palavra fraudadores não altera o sentido nem a adequação gramatical do período em que a palavra está inserida.

(Polícia Federal / 2004 / Delegado) Fragmento do texto: Diversos municípios brasileiros, especialmente aqueles que se urbanizaram de forma muito rápida, não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais. Em um tecido social esgarçado, a violência é cada vez maior, ameaçando a vida e enclausurando ainda mais as pessoas nos espaços domésticos. Questão 39: A expressão "tecido social esgarçado" (linha 5) está empregada em sentido figurado e representa a idéia de que as estruturas sociais estão fortalecidas em suas instituições oficiais.

Questão 40: A expressão "ainda mais" (linha 6) reforça a idéia implícita de que há dois motivos para o enclausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favoreçam as relações sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer e o aumento da ameaça de violência.

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(Polícia Federal / 2002 / Delegado) Texto:

O que incomoda o Terror O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e

Washington não foram as torres gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico que, mesmo longe da perfeição, é o mais justo e livre que a humanidade conseguiu fazer funcionar ininterruptamente até hoje.

Não foi um ataque de Davi contra Golias. Nem um grito dos excluídos do Terceiro Mundo que, de modo trágico mas efetivo, se fez ouvir no império. Foi uma agressão perpetrada contra os mais caros e mais frágeis valores ocidentais: a democracia e a economia de mercado.

O que realmente incomoda a ponto de provocar a exasperação dos fundamentalistas, apontados como os principais suspeitos da autoria dos atentados, não é a arrogância americana ou seu apoio ao Estado de Israel. O que os radicais não toleram, mais que tudo, é a modernidade. É a existência de uma sociedade em que os justos podem viver sem ser incomodados e os pobres têm possibilidades reais de atingir a prosperidade com o fruto de seu trabalho.

É esse o verdadeiro anátema dos terroristas que atacaram os EUA. Eles são enviados da morte, da elite teocrática, medieval, tirânica que exerce o poder absoluto em seus feudos. Para eles, a democracia é satânica. Por isso, tem de ser combatida e destruída.

Veja, 19/9/2001, p. 9 (com adaptações). Questão 41: No contexto, é correto estabelecer-se uma relação semântica entre "torres gêmeas" (1° parágrafo) e "economia de mercado" (2° parágrafo).

Questão 42: A palavra "perpetrada" (2° parágrafo) está empregada no sentido de perpetuada, ou seja, que perdurará na memória da humanidade para sempre.

Questão 43: adjetivo "caros" (2° parágrafo), no contexto, admite dois sentidos: o afetivo, significando estimados ou queridos, e o econômico, na acepção de valiosos.

Questão 44: O termo "anátema" (4° parágrafo) está empregado em sentido denotativo, significando ódio profundo, aversão exacerbada.

Questão 45: Pelo vocabulário empregado no último parágrafo do texto, depreende-se que o ataque aos EUA foi movido, também, por motivos religiosos.

Questão 46: Infere-se, pelo terceiro parágrafo do texto, que a moderna sociedade americana é maniqueísta, por ser constituída por "justos" (3° parágrafo), sinônimo contextual de ricos, e "pobres" (3° parágrafo), homônimo também contextual de injustos.

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(Polícia Federal / 1997 / Delegado) Texto:

Merecemos uma chance - Até amanhã. Eram mais de 22 horas de uma segunda-feira quando me despedi de minha

amiga e colega M. "Até amanhã", respondeu M. E no amanhã M. não estava mais dando duro em sua cadeira, linda e I como a cada dia , cumprindo compromissos e agendando tarefas. No dia seguinte M. estava num hospital, com hematomas da cabeça aos pés, nariz quebrado, dentes amolecidos e hemorragia interna.

Acontece que entre o até amanhã e o amanhã a juventude e a jovialidade de M deram de cara com três psicopatas em busca de diversão . Eles a levaram a Osasco , na Grande São Paulo, e bateram nela até se cansar. M. fo i abandonada numa estrada seminua e ensangüentada, enquanto seus carrascos procuravam outra vítima, "mais nova do que essa" . Que tipo de pessoa é capaz de cometer uma brutalidade dessas? Não basta uma classificação psiquiátrica ou sociológica . Tente imagina r a alma de um sujeito assim, e o que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro. O horror, o horror.

Certos tipos de crime são independentes da sociedade em que se inserem . Em países ricos ou pobres, em povos cultos ou ignorantes, materialistas ou religiosos, capitalistas ou social-democratas, entre suecos ou tanzanianos, sempre existirá gente que sa i às ruas para brutaliza r mulheres . Assim como existem torturadores compulsivos, assassinos seriais, estupradores etc. De alguma maneira , isso faz parte da natureza humana.

Não se trata aqui de uma aposentada na miséria furtando remédios na farmácia (e provavelmente sendo presa). Estamos falando no crime como modo de vidcí. Existe gente que literalmente vive disso . Se quer dinheiro, rouba . Não para "matar a fome", mas para comprar a melhor cocaína e o último Honda Se gente assim quer se divertir, junta alguns amigos do mesmo caráter e escolhe mulheres ao acaso no trânsito . Na mesma delegacia onde M . prestou queixa, estavam arquivadas 10 outras ocorrências iguais.

Para casos assim existe essa instituição chamada polícia. Polícia é um serviço público , pago com nossos impostos, e não a encarnação do mal, este papel simplista que intelectuais, jornalistas e artistas costumam lhe reservar . Seu dever é proteger os não-criminosos dos criminosos . Mas a polícia não está cumprindo seu papel . Há uma guerra nas ruas . É um assalto dos marginais ao resto da sociedade . E as primeiras vítimas dessa guerra são os mais pobres, os marginalizados, a tão decantada classe trabalhadora . É na periferia das grandes cidades que esses degenerados fazem suas primeiras vítimas. Assassinatos, crimes sexuais, roubo, tudo acontece primeiro e pior em bairros populares.

Qual a solução? Educação? Sim, mas... Um marmanjo que escolhe suas vítimas ao acaso não precisa exatamente de educação . Aliás muitos criminosos têm educação esmerada , e até mesmo dinheiro . São violentos porque são . Policiamento? Óbvio . Mas no Brasi I a segurança da população não é prioridade. O salário dos policiais fo i enterrado, no último prejuízo do Banco do Brasil. A verba das armas fo i distribuída entre cabides de empregos de prefeituras falidas. Sem estrutura, paralisada pela burocracia , a polícia brasileira não protege a sociedade de seus criminosos . É o tipo de problema que parece não ter solução . Mas pode ter. Temos que busca r opções, e não apenas chora r o sangue derramado . O importante é que M . não seja mais atacada por

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psicopatas sem freios . Nem N. , nem P. , nem 0 . Nós, os não-criminosos, merecemos uma chance . Questão 47: O vocábulo "segunda-feira" (linha 2) e a expressão segunda feira têm o mesmo sentido.

Questão 48: A construção "o até amanhã e o amanhã" (3° parágrafo) apresenta um pleonasmo, devido à aproximação de palavras de significados semelhantes.

Questão 49: No quarto parágrafo, ocorrem várias antíteses e um símile.

Questão 50: O primeiro período do quinto parágrafo serve como exemplificação da idéia expressa no período seguinte.

Questão 51: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue a associação apresentada no item abaixo, sob o foco da sinonímia. "compulsivos" (4° parágrafo) - impulsivos

Questão 52: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "encarnação" (6° parágrafo)- personificação

Questão 53: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "decantada" (6° parágrafo) - celebrada

Questão 54: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "marmanjo" (7° parágrafo) - adulto

Questão 55: Ainda com referência ao vocabulário do texto, julgue as associações apresentadas nos itens abaixo, sob o foco da sinonímia. "esmerada" (7° parágrafo) - polida

Questão 56: (Polícia Federal / 2000 / Agente) Fragmento do texto: A Revolução Industrial provocou a dissociação entre dois pensamentos: o científico e tecnológico e o humanista. A partir do século XIX, a liberdade do homem começa a ser identificada com a eficiência em dominar e transformar a natureza em bens e serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo. Perde importância a prática das artes e consolidam-se a ciência e a tecnologia. Relega-se a preocupação ética. A procura da liberdade social se faz sem considerar-se sua distribuição. A militância política passa a ser tolerada, mas como opção pessoal de cada um. O conceito de "liberdade" é tomado como sinônimo de consumo e de eficiência no domínio e na transformação da natureza em bens e serviços.

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(Polícia Federal / 2000 / Agente) Texto:

A força da História A História caprichosamente ofereceu aos brasileiros um símbolo de forte

densidade, o de Tiradentes, para concretizar o mito do herói nacional. O lado generoso do chefe da rebelião anticolonial vem do transbordamento de seus objetivos, no sentido de tornar coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade. Não apenas um ato de particular conveniência no mundo das relações humanas, mas uma articulação de vulto nacional.

Enquanto os ativistas da Inconfidência (Tiradentes o maior e o mais lúcido de todos) e os ideólogos lidavam com categorias universais, que pressupunham os interesses da coletividade brasileira, outros aderentes circunstanciais, os magnatas e os devedores da fazenda Real, ingressaram no processo de luta a fim de resguardar vantagens particulares.

Com efeito, a figura de Tiradentes implanta, na memória e no coração da nacionalidade, o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais, um parceiro dos deuses.

(Fábio Lucas, Luzes e trevas - Minas Gerais no século XVIII. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p. 150-1; com adaptações)

Questão 57: Em língua portuguesa, a mudança na ordem das palavras nem sempre provoca alteração nas relações semânticas entre elas. Os itens abaixo reproduzem trechos do texto LP-III com alguma alteração na ordem dos termos. Julgue-os quanto à manutenção dos sentidos originais do texto.

linha 1: Caprichosamente, a História ofereceu aos brasileiros

Questão 58: linhas 2 e 3: O lado generoso do chefe anticolonial da rebelião vem Resposta: E Comentário:

Questão 59: linha 4: no sentido de tornar a aspiração coletiva de ruptura e de liberdade

Questão 60: linhas de 8 e 9: ao ideólogos, que pressupunham os interesses da coletividade brasileira, lidavam com categorias universais

Questão 61: linhas de 12 a 14: na memória e no coração da nacionalidade, a figura de Tiradentes implanta o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais

Questão 62: O primeiro período sintático do texto admite a seguinte paráfrase: Ao concretizar o mito do herói nacional, Tiradentes ofereceu à História e aos brasileiros um símbolo de forte densidade.

Questão 63: As seguintes expressões do texto têm "Tiradentes" como referente: "herói nacional" (linha 2), "chefe da rebelião anticolonial" (linha 3),

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"vulto nacional" (linha 6) e "ativistas da Inconfidência" (linha 7).

Questão 64: As idéias de "coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade" (linha 4), "articulação de vulto nacional" (linha 6), "categorias universais" (linha 8) e "interesses da coletividade brasileira" (linha 9) desenvolvem e explicam a idéia de "transbordamento de seus objetivos". (linhas 3 e 4).

Questão 65: O segundo parágrafo estrutura-se sobre uma oposição: ativistas e ideólogos versus magnatas e devedores, correspondendo, respectivamente, a "interesses da coletividade" e "vantagens particulares".

(PM ES / 2010 / Médio)

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Texto: A democracia é o único regime que permite ao c i adão ser contra,

dentro da lei. Os demais regimes recusam ou reprimem esse direito e permitem ao cidadão apenas ser a favor ou neutro, jamais ser contra. Portanto, para funcionar bem, a democracia precisa garantir ao cidadão aquilo que a distingue dos demais regimes: o direito legal de ser contra.

Eleições no mundo todo são feitas somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor. Muitos ditadores do mundo submeteram-se a eleições e foram "reeleitos", sempre com votos a favor.

No Brasil, há muitos políticos que, embora rejeitados por muitos, acabam sendo eleitos por poucos, lamentavelmente com votos suficientes para ganhar o cargo. O voto a favor, sozinho, não garante a democracia.

As eleições atuais não detectam verdadeiramente a vontade da maioria dos cidadãos — um dos traços da democracia —, pois não levam em conta a rejeição dos eleitores ao candidato. É uma democracia pela metade.

Para que uma eleição seja democrática, cada eleitor deveria receber duas cédulas, uma para o voto a favor do candidato preferido e outra para o voto contrário ao candidato que ele não quer. Seriam apurados os votos a favor, os contrários e o saldo de votos. Assim, estaria eleito o candidato com o maior saldo de votos. Puro, simples e democrático.

A primeira eleição seria talvez um pouco confusa para o eleitor e para o candidato, mas as vantagens seriam tão grandes que ambos aprenderiam logo para a eleição seguinte.

De início, a vantagem seria a imediata exclusão de políticos "profissionais", picaretas, enganadores, populistas, marqueteiros, tudo de acordo com as regras democráticas, pelo voto; nesse caso, tanto o voto a favor quanto o contrário. Mas a principal vantagem seria fazer funcionar plenamente a democracia, ao dar ao eleitor aquilo que a distingue, o direito de oposição legal.

Milton Nogueira. Voto a favor, voto contrário. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

Questão 66: A expressão "Puro, simples e democrático" (linha 21) qualifica o processo eleitoral verdadeiramente democrático proposto pelo autor do texto.

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Questão 67: O vocábulo "confusa" (linha 22) foi empregado no texto com sentido denotativo.

Questão 68: O vocábulo "populistas" (linha 26) poderia ser substituído, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto, por populares.

Questão 69: A conjunção "ou" (linha 3) é empregada, no texto, com o objetivo de ligar termos sinônimos.

Questão 70: Os vocábulos "democracia" e "ditadura", ambos na linha 7, são antônimos.

Questão 71: (MRE / 2008 / Superior) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra "fôlego" (linha 2) está sendo empregada em sentido conotativo e tem o mesmo significado de força, resistência.

Questão 72: A palavra "neutralizados" (linha 4) está sendo empregada com o sentido que compreende as seguintes idéias: eliminados, solucionados, resolvidos.

(MRE / 2008 / Superior) Texto:

O afastamento de Fidel Castro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta para o fim de uma singular experiência revolucionária no hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevida melancólica

5 nas condições de hoje, ao nascer incendiou romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mobilizou. Eram os tempos provavelmente mais quentes da Guerra Fria, e a fantasia de uma alternativa socialista e revolucionária atraía muitos jovens generosos, estimulados pela visão sartriana de um furacão benigno sobre Cuba, protagonizado igualmente

10 por jovens abnegados e heróicos. A movimentação resultante concorreu, naturalmente, para que o processo político brasileiro desaguasse no desastre de 1964, enquanto em plano mundial se evidenciava a face bárbara da experimentação com o socialismo e se engendrava a dinâmica que terminaria por inviabilizá-lo. Felizmente, as circunstâncias do

15 presente permitem, quando nada, evocar com bom humor algo do clima do imediato pós-Revolução Cubana — e quem sabe procurar refletir de novo sobre importantes e perenes temas políticos.

Fábio Wanderley Reis. Valor Econômico, 24/2/2008 (com adaptações). Questão 73: A palavra "incendiou" (linha 5) está sendo empregada em sentido conotativo, com o significado de estimulou.

Questão 74: A expressão "se engendrava" (linha 13) está sendo empregada com o sentido de rejeitava, recusava.

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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR

GABARITO

1. E 2. C 3. E 4. E 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. C 11. C 12. C 13. C 14. E 15. C 16. C 17. C 18. C 19. E 20. E 21. C 22. E 23. E 24. E 25. E 26. C 27. E 28. E 29. E 30. C 31. C 32. E 33. B 34. C 35. E 36. E 37. C 38. E 39. E 40. C 41. C 42. E 43. C 44. C 45. C 46. E 47. E 48. E 49. C 50. E 51. C 52. C 53. C 54. C 55. C 56. C 57. C 58. E 59. E 60. E 61. C 62. E 63. E 64. C 65. C 66. C 67. C 68. E 69. E 70. C 71. C 72. C 73. C 74. E

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