aula 5 habilidades e competências segundo a proposta do enade iklk

Novas perspectivas

em didática do ensino

superior

Elaborar aulas, questões e

avaliar criteriosamente, a partir

do modelo de aprendizagem por

habilidades e competências.

(Enade)

Olá colega!

Nesta aula vamos praticar o que aprendemos até agora com relação às

metodologias ativas.

Você logo verá que tudo que estudamos até aqui converge com as

competências exigidas pelo Enade.

A essa altura, está claro para todos que o ensino superior hoje lida com

competências (saber fazer) e habilidades complexas e o professor deve se

ajustar a isso para se manter útil e competitivo.

Você aprenderá agora como propor em sala de aula atividades, trabalhos e

provas coerentes com os novos ideais de aprendizagem e as exigências do

Enade.

Equívocos que cometemos em sala de aula ao elaborar atividades e avaliações

Elaboração de material e questões que desenvolvem apenas as habilidades de decodificar e compreender (dificuldade no trabalho com os textos).

Desconhecimento estrutural (valorizamos o conteúdo da resposta e não a forma – estrutura didática, clareza, coerência, objetividade, coesão etc.).

Avaliação superficial e sem critérios definidos.

5

Habilidades e

competências

segundo a

proposta do

Enade

5

Itens avaliados

ENADE

Clareza

(a resposta esclarece satisfatoriamente a

indagação?)

Estratégias argumentativas (usa a estrutura

dissertativa? – tese argumentos conclusão.)

Nível de linguagem (utiliza vocabulário

adequado e correção gramatical do texto?)

Itens avaliados ENADE – 5

Coesão (as passagens entre os enunciados são harmônicas? Usa corretamente as conjunções e os termos de referência e retomada

como os pronomes?)


Coerência (o texto é progressivo, informativo, não - evasivo e não –

contraditório?)


Análise de resultados do ENADE

Veja a seguir os problemas gerais mais recorrentes apresentados pelos alunos.

(Estudo da PUC-RS)

Princípios Didáticos –1 Itens avaliados ENADE – 5

Dificuldade explícita de distinção entre o significado do termo “argumento” com relação ao termo

“opinião”.


Teses com uma espécie de avaliação de foro íntimo e vinculadas às experiências de sua biografia, em

vez de apresentarem uma argumentação de corte mais objetivo e contextualizada na dinâmica da

sociedade.


Insistência de respostas redigidas na primeira pessoa do singular, remetendo o estudante a uma

subjetividade opinativa, ao invés de uma objetividade argumentativa.


• Coerência: Dificuldade de exposição lógica das ideias, de seguir a progressão temática e de

empregar os vocábulos com seus significados precisos.

• Coesão: Frases fragmentadas, falta de domínio na utilização de conectores e elementos

anafóricos. Ausência de paragrafação.

• Modalidade escrita padrão: Dificuldades em expressar suas ideias na modalidade de escrita

formal, incorrendo em graves desvios de pontuação, ortografia, concordância e regência

nominal e verbal.

• Marcas de oralidade (ESCREVE COMO FALA)


Texto dissertativo-argumentativo, contendo uma proposta de defesa do meio ambiente, com

dois argumentos visando à validação da possível solução apresentada. No entanto, um número

expressivo não se mostrou capaz de dar essa forma ao seu texto.


Erros - desenvolvimento inadequado do tema, com ausência de conexão lógica entre as ideias

e/ou repetição de frases feitas e esvaziadas de sentido.


No desenvolvimento da argumentação, grande parte dos estudantes não sabe diferenciar tese e

argumento

– “a conscientização e a economia de água potável’.


• Bastante precário - apresentaram argumentos superficiais, ingênuos (por ex. “a culpa de tudo

que vem ocorrendo é apenas do governo”; “necessidade de criação de leis para a defesa do

meio ambiente”), falsas generalizações, baseadas, muitas vezes, em informações

desatualizadas, com predomínio, nesse caso, do emocional, traduzido num discurso que beira

o radicalismo, oscilando entre o ufanismo e o ceticismo.


No que diz respeito à coerência, a dificuldade maior foi, sem dúvida, a própria organização do texto

dissertativo-argumentativo, no que diz respeito à estruturação, progressão temática (parágrafos soltos,

redundâncias, digressões, frases interrompidas).


Muitas vezes, o texto corresponde a um único parágrafo ou, mais grave, a um único período, o que

dificulta a compreensão e a clareza.


Notaram-se também os seguintes aspectos:

Muitos argumentos circulares ou incoerentes.

• “Venho em defesa do meio ambiente defender não somente a redução do desmatamento...”;

“Apesar da diminuição do desmatamento não ter diminuído...”; “O meio ambiente é uma situação

preocupante.”;


Emprego de chavões e palavras com sentido modificado: “ a ponta do iceberg”, “Acontece que uma

grande minoria...”

Criação de palavras: desmatação por desmatamento, levantamento florístico;


• Reprodução de informações extraídas de peças publicitárias veiculadas pela mídia, ou até de

propaganda política, adotadas como expressão da verdade, demonstrando falta de senso crítico

dos estudantes;


Ampliação do emprego “onde” como conectivo, mesmo não tendo como antecedente uma expressão de

lugar:

“Com o desmatamento à médio prazo acaba acarretando por conta do aquecimento global onde retarda a

produção de todos esses problemas onde o desmatamento deixa os campos frágeis e acabam não

produzindo quase nada.” [sic];


Ressalta-se, mais uma vez, a dificuldade no uso da expressão escrita.

Frequentemente, os estudantes querem dizer uma coisa e escrevem outra, gerando problemas de

coerência textual. Observem-se dois exemplos: “O governo deve incentivar o reflorestamento para

que nosso planeta contribua para a camada de ozônio e com o efeito estufa”. “O meio ambiente vem

desaparecendo. Com isso crescendo a cada ano”.

Referência:

SMITH, Marisa Magnus. ENADE comentado: componente: formação geral. Porto Alegre: Edipucrs,

2010.


http://selobacusi.blogspot.com.br/

QUESTÕES VALORIZADAS HOJE:

Situações-problema

Estudos de caso

Simulações

Interpretação de textos, imagens, gráficos e tabelas.

(IN) COERÊNCIA ENTRE AS AULAS, AS AVALIAÇÕES

PROPOSTAS E AS HABILIDADES PERSEGUIDAS

AVALIAÇÃO NÃO É AUTÓPSIA

É um processo contínuo de pesquisas.

Serve para o professor decidir sobre alternativas de trabalho (aulas).


Função diagnóstica/

saneadora


http://muhajira.bloggspace.se/image/1262945471-jpg/

Avaliação na

universidade


O QUE É UMA UNIVERSIDADE?

http://fcsl.edu/blogs/careercrossro

ads/files/2012/04/Questions.png

A UNIVERSIDADE QUE NÃO QUEREMOS

• Apreensão sem compreensão;

• Compreensão sem transformação;

• Ensino reprodutivo (o que o autor tal diz sobre....; conceitue; descreva; quais são, etc. ???).

A ciência ou é plágio ou é revolução.


Analisado, refletido, criticado (consumo de textos);

Para ser reelaborado (produção de textos).

O conhecimento deve ser:

Portanto:

As avaliações devem propiciar que o aluno:

Intervenha, proponha e resista.

O aluno não pode ser um objeto, uma esponja, ou um sujeito passivo.

Deve ser sujeito de criação, deve fecundar.


http://www.bobesponja.org/wp-content/uploads/2008/05/papel6.jpg

A universidade pretendida

É provocativa, reflexiva, questionadora, criativa..

Discerni, propõe..

Aulas e provas convergentes (problematizantes).

PROBLEMA: A escola treina (adestra) o aluno para responder a perguntas.


AVALIAÇÃO PERTINENTE

ESTIMULA O ALUNO A:

• Desestabilizar os saberes ao recepcioná-los.

• Perguntar (PESQUISAR) e não apenas responder!


Elaboração das questões (exploração de textos)

Desconhecimento estrutural (resposta

dissertativa)

Avaliação (subjetiva demais ou aberta demais)

Equívocos:

Leitura e burrice

Ler pode ser perigoso. É Schopenhauer que nos adverte. “Quando lemos outra pessoa pensa por nós: só repetimos o seu processo mental. [...]

Daí se segue que aquele que lê muito e quase o dia inteiro, perde, paulatinamente, a capacidade de pensar por conta própria. Esse é o caso de muitos eruditos: leram até ficar estúpidos” (Arthur Schopenhauer, Sobre livros e leituras, p. 17) [...]

Pela observação das vacas você deve ter notado que elas ruminam vagarosamente o capim que comeram. Só se pode ruminar, com tranquilidade. As vacas não se apressam nunca. O leitor tem de ter para com o livro que está lendo a mesma atitude que as vacas têm para o capim que estão comendo: ruminação.[...].

Livro é comida. Ler é igual a comer. É preciso que o livro lido, comido, ruminado, se transforme em parte de nós mesmos. As palavras têm de ser transformadas em sangue.[...]

Bom seria que o professor dissesse aos seus alunos: “Leiam esse livro. Ruminem. Depois de ruminar, escrevam os pensamentos que vocês pensaram, provocados pelo pensamento do autor”.

Rubem Alves. Entre a ciência e a sapiência.

Elaborações das

questões


Para elaborar questões, atividades, trabalhos e avaliações, você deverá, a partir de agora, utilizar a escala da taxonomia de

Bloom, vista na aula anterior (Novas metodologias).

O objetivo é propor leituras e trabalhos mais consistentes, que explorem os níveis mais maduros de aprendizagem, preparando

o aluno para analisar, criticar, interpretar e criar a partir do conhecimento adquirido.


Observe na tabela abaixo as perguntas ideais para cada nível de aprendizado.


Texto


http://2.bp.blogspot.com/_HydtobHIMzY/S04o-

AD9i1I/AAAAAAAAALc/yO8nWiCj3Ao/S220-h/novelo.jpg

PERGUNTAS INÚTEIS Problema na clamba

Naquele dia, depois de plomar, fui drão ver se o Zé queria ou não ir comigo lá na clamba. Mas

antes disso vi-o passando com a golipesta – então percebi que ele já tinha outro zadrevi. Então resolvi ir ao tode para canevar antes de ir para a clamba. Estacionei zulpinho bem

nacinho, para aproveitar ao chinta aquele sol gostoso e o mar pli sulapente. 1- O que resolveu fazer o narrador naquele dia depois de plomar? 2- O narrador chegou a fazer o convite ao Zé? Por quê? 3- O que resolveu fazer então o narrador? 4- Como foi estacionado o zulpinho? 5- Como estava o mar? Todos são capazes de responder a essas questões, tirar nota 10 na prova MAS não compreender

nada.

COMO O ALUNO ESTUDA PARA SUA PROVA?

DEVE “VOMITAR” O QUE INGERIU?


http://www.fotolog.com/vicky_lokilla/16936615/#profile_start

QUESTÃO CENTRAL:

O conhecimento consumido (matéria passada para a prova) é

energia (intelectual) para o aluno pensar novos processos e

soluções?


QUESTÕES SUPERADAS

Identificação (identifique os...; quais são...)

Ordenação/ enumeração (enumere os...)

Evocação (segundo fulano, qual é a ...)

Perguntas conceituais, (o que é)

Devolutivas, (reproduza, discorra sobre ou resuma)

Distintivas (diferencie)

“Escreva o que entendeu” = paráfrase. (Atividade que suprime a crítica e a reflexão). Questões de sondagem (preliminares).

Tais questões podem integrar sua avaliação (podem ser as primeiras questões), mas não devem ser as únicas. A avaliação deve exigir a leitura em níveis mais profundos e

consistentes (deve ir além disso).

O que o texto estudado (ou dado no

enunciado) diz?

O que o autor defende? (boa apenas como

pergunta preliminar)

Avaliação ruim:

O texto dado é visto como o registro do sabido.

Ponto de partida que conduzirá a uma escrita homogeneizada.


Correto

intertextualidade + expressão autêntica do pensamento

Melhor = Concorda ou discorda?

Suas provas e trabalhos estimulam a:

“Ruminar” os conteúdos?

http://realbebes.es/wp-content/uploads/2011/10/vaca.jpg

Ler com objetivo determinado e intenção?

Focalizar problemas e soluções?

Pensar sobre o que lê?

Ler analiticamente?

Localizando teses e argumentos, antíteses e argumentos contrários?

Argumentos bons

Tese texto 1

Anti – Tese

texto 2

Argumentos fracos

Argumento da

antítese

Argumento

da

tese


Investigar Observar

Pesquisar

Ler

Teses

Antíteses

Buscar soluções

Síntese

e sua hipótese

Problema


Para exemplificar, vamos imaginar dois textos sobre o

problema da “adoção de crianças por casais homossexuais”:


Análise do texto 1 Análise do texto 2

Tese Homossexuais devem adotar crianças, pois

(Anti) Tese (tese contrária)

Homossexuais não devem adotar crianças, pois

Argumento (pois): Argumento (pois):

1- Pelo princípio da igualdade, ninguém pode ser discriminado em razão do sexo, portanto a lei não pode impedir a adoção.

1- O homossexualismo contraria a determinação de algumas religiões.

2- Se os homossexuais podem se casar, também poderão ter filhos.

2- É uma prática imoral e condenada pela sociedade.

3- Há crianças que ninguém quer adotar (doentes, grandes etc.).

3- As crianças serão vítimas de preconceito.

4- Os homossexuais podem dar amor e educação do mesmo modo que os heterossexuais.

4- Poderão ter problemas emocionais.

Depois de analisar os textos, passamos à crítica.

Nesse momento, avaliamos os dados, julgando a coerência de

cada um deles.


Para avaliar os erros e acertos de cada posicionamento é

preciso ter raciocínio lógico e informação.


Crítica do texto 1 Crítica do texto 2

Tese Homossexuais devem adotar crianças, pois

(anti) Tese (tese contrária)

Homossexuais não devem adotar crianças, pois



1- O homossexualismo contraria a determinação de algumas religiões.


2- É uma prática imoral e condenada pela sociedade.





Note que todos os

argumentos do

texto 1 foram

considerados bons

Por outro lado, o

texto 2 teve dois

argumentos

reprovados.

Justificando a crítica aos argumentos 1 e 2 do texto 2


Argumento 1:

O homossexualismo contraria a

determinação de algumas religiões.

Crítica:

Avaliando esse argumento,

considero-o fraco, incoerente, pois o Brasil é um estado “laico”, ou seja, a

religião é separada do Estado. Portanto,

direito e religião não se misturam.

Argumento 2:

É uma prática imoral e condenada

pela sociedade.

Crítica:

Avaliando esse argumento, também o elimino, pois é fraco e incoerente. A moral é mutável e cada grupo social e cada tempo

têm uma moral diferente. Os gregos na

antiguidade, por exemplo,

consideravam o homossexualismo

normal.

Depois de avaliar os textos, devemos refletir sobre eles.

Refletir é comparar as teses diferentes sobre determinado problema, ponderando sobre elas para,

finalmente, formular uma síntese.


Eliminados os argumentos fracos, agora devemos pensar numa solução a partir de todos os

argumentos bons.

Para isso devemos relacionar os dados da investigação (textos 1 e 2)!

A solução proposta parte da síntese dos argumentos bons (e leva a uma nova tese).


Síntese

Considera os bons argumentos e prepara a resposta

pessoal e nova que daremos a um determinado problema,

depois de estudar as diversas propostas já existentes.


Síntese É uma espécie de soma os argumentos bons dos textos lidos, analisados e criticados.








Harmonizando esses bons argumentos, devo propor minha hipótese (minha sugestão para resolver o impasse).

Se essa sugestão for comprovada por testes e raciocínios corretos, se tornará uma nova tese.

Veja a hipótese sugerida:

Solução

Homossexuais devem adotar,

mas (como o preconceito é real) o Estado deve

propiciar acompanhamento

psicológico à família, bem como implantar políticas educacionais

mais firmes que combatam o preconceito.

ATENÇÃO

Observe que a solução considera e enfrenta também o argumento contrário!

Reflete sobre os dois lados da questão (sobre os dados dos dois textos que apoiaram a investigação – harmonizando a tese e antítese!)

Por isso a dialética é uma maneira inteligente de lidar com os problemas, pois ela traz uma solução equilibrada e madura!


http://thirinhas.wordpress.com/2010/01/22/reforma-educacional-basica/

Tarefa

1.Conte a seus colegas do fórum como foi a aplicação de sua aula da semana passada. Para responder aponte o que deu certo e o que não deu.

aula 5 habilidades e competências segundo a proposta do enade iklk

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