aula 4 - modelo simplificado de keynes

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Teoria Macroeconmica Prof. Elvino de Carvalho Mendona

Aula 4 Modelo simplificado determinao de renda

de

Keynes

Sumrio

1.

Viso Geral .......................................................................................................................... 2 1.1. 1.2. Princpio da Demanda Efetiva .................................................................................. 2 Consumo e investimento na teoria keynesiana ..................................................... 4

2.

Modelo Keynesiano simples (o lado real) ....................................................................... 6 2.1. 2.2. Demanda agregada efetiva e planejada ................................................................. 6 Modelagem de determinao de renda .................................................................. 7 Consumo como nico componente da DA ..................................................... 8 Consumo e Investimento como componentes da DA ................................... 9 Modelo de determinao de renda com governo ........................................ 11 Modelo de determinao de renda com governo e com setor externo.... 14

2.2.1. 2.2.2. 2.2.3. 2.3.4. 3.

Oramento pblico ........................................................................................................... 14 3.1. Consideraes a respeito do oramento pblico..................................................... 16

4. 5.

Exerccios .......................................................................................................................... 18 Referncias Bibliogrficas ............................................................................................... 20

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1. Viso Geral No modelo clssico, deixando o mercado funcionar livremente, e na ausncia de imperfeies de mercado, a economia tenderia a atingir um EQUILBRIO DE PLENO EMPREGO. Pela teoria clssica, no h desemprego involuntrio, ou seja, as pessoas desejam ou no trabalhar ao nvel de salrio de mercado. A teoria clssica no dava conta de explicar a crise mundial observada nos anos 30, perodo este que ficou conhecido como a Grande Depresso. Apesar dos salrios nominais estarem despencando naquele perodo, o desemprego foi crescente. da fora de trabalho no conseguiu emprego, mesmos aceitando redues de salrios. Neste perodo, o enfoque passou a ser na demanda agregada.

o enfoque mudou da oferta agregada, das condies tecnolgicas e do estoque de fatores de produo, conforme preconizado pela escola clssica, para a anlise da demanda agregada.

Keynes desenvolveu o princpio da DEMANDA EFETIVA

Rompeu-se com a idia de PASSIVIDADE DA DEMANDA e o AUTOMATISMO de sua adequao oferta (Base da Lei de Say).

1.1.

Princpio da Demanda Efetiva

Oferta agregada Demanda Agregada

Para Keynes, estas so as duas curvas virtuais nas quais o EMPRESRIO se defronta para tomar suas decises.

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Para Keynes, os trabalhadores lutam por salrios nominais (varivel que possuem controle) e no pelos salrios reais.

O nvel de emprego determinado no MERCADO de BENS E SERVIOS por intermdio das EXPECTATIVAS DOS EMPRESRIOS.

Dado o nvel de emprego, o salrio real se ajusta para igual-lo a PRODUTIVIDADE MARGINAL DO TRABALHO.

Clssicos Nvel de emprego Determinado no MERCADO DE TRABALHO desemprego voluntrio

Keynesianos Determinado no MERCADO DE BENS E SERVIOS.

Desemprego

Voluntrio

Involuntrio

Salrios

O trabalhador olha para o SALRIO REAL

O trabalhador olha para o SALRIO NOMINAL (nico que tem controle).

O salrio real resultado do nvel de emprego vigente na economia. Este o sentido em que o modelo keynesiano aceita a condio

. Pgina | 3

O PRINCPIO DA DEMANDA EFETIVA se contrape frontalmente a LEI DE SAY (a oferta cria a sua demanda) e a HIPTESE da FLEXIBILIDADE DE PREOS e SALRIOS.

1.2.

Consumo e investimento na teoria keynesiana

CONSUMO A funo consumo keynesiana dada por:

(1)

Onde

o consumo autnomo c a propenso marginal a consumir.

Graficamente, a funo consumo keynesiana pode ser representada por:

C

C0

Y

C0 o intercepto e c a inclinao da funo de consumo.

Pgina | 4

INVESTIMENTO

O investimento (I) na teoria keynesiana um elemento da Demanda Agregada (DA) a curto prazo e da Oferta Agregada (OA) a longo prazo.

O Investimento no curto prazo contribui para aumentar a Demanda Agregada. A relao do investimento com o longo prazo est associada com potencial de retorno que um dado bem de capital pode oferecer ao empresrio ao longo de sua existncia.

Deciso de investir do empresrio

Comparao entre o VALOR PRESENTE DO FLUXO DA RECEITA ESPERADA DO INVESTIMENTO e o CUSTO DO REFERIDO INVESTIMENTO.

Utiliza a EFICINCIA MARGINAL DO CAPITAL

Taxa de desconto que iguala o fluxo de receitas esperado ao custo do investimento

Pgina | 5

Questionamento de Keynes: A EFICINCIA MARGINAL DO CAPITAL muito instvel, uma vez que est diretamente associada com as expectativas dos empresrios.

Proposta de Keynes: Atuao mais efetiva do Estado para estabilizar a economia por intermdio de: (i) (ii) Gastos pblicos; Direcionamento e incentivos a investimentos via reduo de carga tributria.

2. Modelo Keynesiano simples (o lado real)

Idia bsica: O produto (renda) determinado pela demanda agregada, no existindo restries pelo lado da oferta para a expanso do produto.

2.1.

Demanda agregada efetiva e planejada

Para iniciar o modelo keynesiano, suponha que a DA seja igual ao somatrio entre o Consumo e o Investimento, ou seja: (2)

Onde C a funo consumo keynesiana apresentada na equao (1) e I o investimento. O I composto por dois componentes: (i) (ii) formao bruta de capital fixo; variao de estoques.

O comportamento dos estoques no segue necessariamente o PLANEJAMENTO dos empresrios, mas pode decorrer de mudanas nas condies de mercado. As condies de mercado implicam em dois tipos de investimento: (i) investimento voluntrio ou planejado ) e (ii) investimento no voluntrio ( ).

(3)

Pgina | 6

A partir das equaes (2) e (3) pode-se apresentar dois conceitos de demanda agregada: (i) (ii) Demanda Agregada efetiva; Demanda Agregada planejada.

A Demanda Agregada efetiva, que a Demanda que se observa, dada pela seguinte equao:

(4)

A Demanda Agregada planejada dada pela seguinte equao;

(5)

Fazendo-se a diferena entre as equaes (4) e (5) chega-se ao investimento no voluntrio, ou seja:

(6)

0 0 0

Obs. Neste caso, os preos no tm nenhum papel no ajustamento dos estoques.

2.2.

Modelagem de determinao de renda

Como estamos interessados nos determinantes da renda de equilbrio, trabalharemos apenas com a NOO DE DEMANDA AGREGADA PLANEJADA.

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2.2.1. Consumo como nico componente da DA Condio de equilbrio Funo consumo DA = OA (7) (8)

Como o produto produzido na economia a prpria OA, iguala-se a DA com a renda Y, de maneira que:

(9)

Rearrumando-se a equao (9), chega-se a seguinte a seguinte expresso para a renda de equilbrio: = O termo representa o multiplicador de gastos. (10)

Para representar a funo poupana, basta subtrair do produto o consumo, ou seja: (11) (12) (13)

1

Os pontos onde as condies de equilbrio se verificam, quer seja pela tica do consumo, quer seja pela tica da poupana, so representados nas figuras 1 e 2, respectivamente. DA

DA = OA

DA = C

Co

YE

Y

Figura 1. Equilbrio pela tica da poupana

Pgina | 8

S

Co YE Y

Figura 2. Equilbrio pela tica da poupana

Exemplo 1. DA=C Funo consumo C = 100 + 0,8Y a) Qual ser o consumo autnomo? b) Quais so os valores das propenses marginais a consumir e a poupar? c) Calcule a renda de equilbrio Respostas: a) 100 b) c = 0,8 e

s=1-c =0,2

c) DA = AO, DA = C e Y = DA 100 0,8,

100

500

2.2.2. Consumo e Investimento como componentes da DA No segundo modelo considera-se como componentes da Demanda Agregada o nvel de consumo e o nvel de investimento. Esta expresso apresentada na equao (14): (14)

Onde

representa o investimento autnomo.

Como o produto igual a demanda agregada, tem-se que:

Pgina | 9

(15)

Reorganizando-se a equao (15), tem-se o seguinte produto de equilbrio:

=

(16)

A expresso que representa a poupana idntica a equao (13). As Figuras 2 e 3 apresentam graficamente os equilbrios pela ticas do consumo e da tica da poupana, respectivamente. DA

DA = OA

DA = C+I0

Co

YE

Y

Figura 3. Equilbrio pela tica do consumo

S, I S

I0

YE - Co

Y

Figura 4. Equilbrio pela tica da poupana

Pgina | 10

Como se pode verificar pela Figura 3, a condio de equilbrio pela tica do consumo depende da propenso marginal a consumir, c, e dos nveis de gastos autnomos, (G0 e I0), de tal forma que:

1. Se

c

(tudo o mais constante) ento

, o que implica que YE YE

2. Se (G0 e I0)

(tudo o mais constante) ento

Exemplo 2. DA = C + I0 Suponha uma economia com as seguintes caractersticas: 1. funo consumo C = 100 + 0,8Y 2. I0 = 200 Calcule a renda de equilbrio. Resposta DA = AO, DA = C + I e Y = DA 100 0,8 200,

1500

O multiplicador de gastos igual a:,

5

2.2.3. Modelo de determinao de renda com governo Considere o modelo de determinao de renda com a presena do governo. Neste caso, a Demanda Agregada dada pela seguinte equao: (17)

Onde G0 o gasto autnomo do governo. Para representar o modelo de determinao de renda com governo deve-se apresentar o conceito de renda disponvel.

(18)

Pgina | 11

Onde: Yd renda disponvel Y renda T arrecadao de impostos R transferncias do governo

Suponha que a arrecadao de impostos seja uma funo da renda, transferncias sejam iguais a zero.

, e que as

A partir destas definies, representa-se a funo consumo pela seguinte equao:

(19) (20) 1 (21)

Substituindo-se a equao (21) na equao (17) e utilizando-se a condio de que Y = DA, tem-se que:

1

(22)

Reorganizando-se a equao (22), tem-se o seguinte produto de equilbrio:

(23)

Onde

o multiplicador de gastos.

Pgina | 12

Exemplo 3. Suponha uma economia com as seguintes caractersticas: 1. funo consumo C = 100 + 0,8Y 2. I0 = 200 3. T=0,25Y Calcule a renda de equilbrio. Resposta DA = AO, DA = C + I e Y = DA 100,

0,8,

0,25 100

200 200 750

O multiplicador de gastos a:, ,

2,5

Comparando-se os exemplos 2 e 3 verifica-se que com a introduo do governo (arrecadao dada por uma alquota de 25% do produto), o multiplicador de gastos foi reduzido pela metade, saindo de 5 para 2,5. Exemplo 4. Suponha uma economia com as seguintes caractersticas: 1. 2. 3. 4. funo consumo C = 100 + 0,8Y I0 = 200 T=0,25Y G=300

Calcule a renda de equilbrio. Resposta

DA = AO, DA = C + I + G e Y = DA 100,

0,8,

0,25 100

200 200

300 1500

300

Pgina | 13

2.3.4. Modelo de determinao de renda com governo e com setor externo Considere o modelo de determinao de renda com a presena do governo e com setor externo. Neste caso, a Demanda Agregada dada pela seguinte equao: (24)

Onde X0 representa o valor exportado e M o valor importado. Suponha que as importaes sejam funo da renda, ou seja, taxa de importao. , onde a

A renda de equilbrio em uma economia com governo e com setor externo dada pela seguinte equao:

(25)

Com a introduo do setor externo, o multiplicador de gastos passou a ser dado pela seguinte equao:

(26)

Pela equao (26) pode-se constatar que uma elevao na taxa de importao afeta negativamente o multiplicador de gastos, ou seja:

0

(27)

3. Oramento pblico Pergunta relevante: Qual o impacto total do setor pblico no nvel de renda da economia?

Para responder a esta pergunta deve-se combinar a arrecadao de impostos com os gastos do governo. Pgina | 14

Saldo do Oramento Pblico

Arrecadao

Gastos Pblicos

Fazendo-se T = tY, tem-se que:

(28)

A partir da equao (28), observa-se que para um dado nvel de gastos pblicos, o saldo oramentrio extremamente dependente da renda. A Figura 5 apresenta Oramento do governo graficamente.

Figura 5. Oramento pblico T, G T Supervit oramentrio

Dficit oramentrio G>T - Co G=T G