aula 3 - dip uff

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DIREITOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO - SEMINÁRIO 1 - Surgem no século XVIII com Wolff e Vattel - Identifica o Estado como entidade soberana - Evoluem com as prioridades dos Estados - Os direitos e os deveres - A OEA e os Direitos Fundamentais - A ONU e os Direitos Fundamentais Direito à Liberdade Soberania Interna Soberania Externa (autonomia em seu território) (afirmação da sua liberdade no SI) - organização política - acordos com outros Estados - legislação - representação no SI - jurisdição - igualdade - domínio sob seu território - respeito mútuto Direito à Igualdade - É garantido a todos os Estados - Críticas: Hans Kelsen: "não há direito à igualdade no direito internacional, visto que os Estados não estão sob as mesmas condições" R.P. Anand: "states are overwhelmingly unequal, not only in resources and influence, but in the voting power and other rights conferred on them by internacional instruments" - A igualdade e a ONU - Consequências da igualdade jurídica - Esferas de atuação jurídica do Estado - Cooperação judiciária - Jure imperii x Jure gestionis - Imunidade absoluta do Estado {renúncias desse princípio} O direito à igualdade rege a relação entre os Estados que, frente a impossibilidade de aniquilar ou subjulgar outro Estado, tendem a manter uma boa convivência. Vale ressaltar que a realidade não é reflexo dessa teoria. Direito ao Respeito Mútuo - Direito de ser tratado com consideração pelos outros Estados - Respeito aos símbolos nacionais

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Professor Brustolin

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DIREITOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO - SEMINRIO 1

- Surgem no sculo XVIII com Wolff e Vattel- Identifica o Estado como entidade soberana- Evoluem com as prioridades dos Estados- Os direitos e os deveres- A OEA e os Direitos Fundamentais- A ONU e os Direitos Fundamentais

Direito Liberdade

Soberania Interna Soberania Externa (autonomia em seu territrio) (afirmao da sua liberdade no SI)

- organizao poltica - acordos com outros Estados - legislao - representao no SI - jurisdio - igualdade - domnio sob seu territrio - respeito mtuto

Direito Igualdade

- garantido a todos os Estados- Crticas: Hans Kelsen: "no h direito igualdade no direito internacional, visto que os Estados no esto sob as mesmas condies" R.P. Anand: "states are overwhelmingly unequal, not only in resources and influence, but in the voting power and other rights conferred on them by internacional instruments"- A igualdade e a ONU- Consequncias da igualdade jurdica- Esferas de atuao jurdica do Estado- Cooperao judiciria- Jure imperii x Jure gestionis- Imunidade absoluta do Estado {renncias desse princpio}

O direito igualdade rege a relao entre os Estados que, frente a impossibilidade de aniquilar ou subjulgar outro Estado, tendem a manter uma boa convivncia. Vale ressaltar que a realidade no reflexo dessa teoria.

Direito ao Respeito Mtuo

- Direito de ser tratado com considerao pelos outros Estados- Respeito aos smbolos nacionais- No de deve atentar contra a integridade territorial de outro Estado- Respeito cultura, etnia e religio- A CPJI e o Estatuto da Carlia Oriental

Direito de Defesa e Conservao

- Protege Estados "pequenos" do expansionismo dos Estados grandes - Engloba aes de proteo: adoo de leis penais, organizao de tribunais repressivos, prtica de medidas de ordem policial, expulso de estrangeiros nocivos ordem ou segurana pblicas, organizao da defesa nacional, etc. - Limites: no pode ser usado, de forma alguma, o uso unilateral de fora (art. 51 da Carta da ONU)- Em suma: o direito de defesa e conservao abrange todas as aes necessrias autodefesa do Estado, desde que no fira os outros entes da comunidade internacional - salvo em caso de legtima defesa- Se um determinado Estado se sente ameaado por outro, aquele pode utilizar o princpio de defesa e conservao para formar alianas a fim de manter seu Estado protegido contra ameaas externas. Ex: Brasil durante a Guerra Fria- o que assegura a segurana do Estado tanto no mbito interno como externo- Est vinculado ao direito de existncia - ONU como segurana para pases pequenos- Limites do direito de defesa e conservao: est no direito de conservao e existncia dos Estados membros da comunidade internacional- No nega o direito de legtima defesa

Direito Internacional do Desenvolvimento

- Estados juridicamente iguais, mas economicamente desiguais- Medidas adotadas pela AGNU para os estados em desenvolvimento {Nova Ordem Internacional} {Conferncia sobre Comrcio e Desenvolvimento} {Organizao das Naes Unidas para Desenvolvimento Industrial (ONUDI ou UNIDO)}- Sntese doutrinria do direito ps-moderno- Diferena norte-sul/leste-oeste- Os doutrinadores dos pases ricos que receiam o caos costumam rotular o momento como crise do direito internacional- J para os internacionalistas caos era o direito internacional clssico, que sempre permitia dominao e expropriao dos pases pobres pelos ricos

Direito Jurisdio

- Jurisdio: poder que o Estado detm para aplicar o direito em seu territrio- Ao do Poder Judicirio - Direito exclusivo: o pas A no exerce jurisdio no pas B- A jurisdio do Estado em relao aos estrangeiros que nele esto no exclusiva: a lesgislao de um pas pode prever o exerccio das suas leis em pas estrangeiro sobre seus nacionais {exemplo: os presos brasileiros no exterior podem ser transferidos para o Brasil, desde que os pases tenham assinado o acordo de transferncia de presos}

Princpio de No Interveno entre Jus Cogens e Soft Law

- Kelsen: "o dever de um Estado confere direito a outros"- No h necessidade da criao de direitos, somente de deveres para os Estados- Jus Cogens x Soft Law- O direito existncia confere o dever se no interveno- Caracterizao de interveno {Imposio da vontade exclusiva do Estado que a pratica} {Existncia de dois ou mais Estados soberanos} {Ato no baseado em compromisso internacional}- Caracterizao de interveno no-imperativa- Formas de interveno {diplomtica ou armada} {direta ou indireta} {individual ou coletiva} {clara ou oculta} {poltica ou no-poltica}

Interveno em nome do Direito de Defesa e de Conservao

- Exerccio de atividade legtima {direito dos Estados de tomar as medidas visando sua defesa e conservao} {ex: Ucrnia intervinda no territrio da Crimia para defend-la da invasso russa}- Interveno {um Estado no pode tomar medidas capazes de atingir outro Estado que no o ameace militarmente, pois isso seria uma interveno, o que condenada pelo Direito Internacional} {ex: Rssia na Crimia, territrio que foi transferido em 1954 da jurisdio de Moscou para Kiev pelo ento lder Nikita Khrushchev}

Interveno para a proteo dos Direitos Humanos

- reconhecida pelo Direito Internacional, pela Carta das Naes Unidas (1945) e na Declarao Universal dos Direitos Humanos (1948) a interveno feita para salvaguardar os direitos humanos- A interveno deve ser feita por uma organizao internacional - Organizao das Naes Unidas- Pode ser feita com ou sem o uso da fora, com a autorizao do Conselho de Segurana, mas a fora s usada em casos extremos- Limitao: ainda um "tema perifrico" do direito internacional, tendo os seus Estados como seu objeto central de preocupao; soberania estatal- Exemplo: MINUSTAH (2004 - hoje)

Interveno para a proteo dos interesses de nacionais

- Todo Estado tem o direito de proteger os seus nacionais no exterior- Geralmente ocorre atravs de misses diplomticas- Esse exerccio de proteo diplomtica frequentemente acompanhado por meios de presso ao outro pas, como a adoo de restries econmicas

Restries aos Direitos Fundamentais do Estado

- O Direito Internacional admite restries genricas - ONU e seu papel na diminuio dessas restries soberania- Panoramas: {neutralidade permanente} {arrendamento de territrio} {imunidade de jurisdio e de exceo} {capitulaes} {servides internacionais}

Neutralidade Permanente

- Situao na qual um Estado se compromete, de maneira permanente, a no fazer guerra a nenhum outro- Exceo: defesa prpria contra agresso sofrida- Difere-se da neutralidade temporria, que existe apenas em tempo de guerra- Deve ser reconhecida por outros Estados e, os que o fazem, tm a obrigao principal de no violarem tal neutralidade- A participao em organizaes regionais ou na ONU acarreta no fim da neutralidade permanente

Arrendamento de territrio

- Transferncia temporria da soberania e administrao de um Estado a outro- No precisa, necessariamente, ser um territrio Bolivian Syndicate e a questo do Acre

- Ocorreu no incio do sculo XX - Arrendamento econmico - Envolveu Bolvia, capitalistas ingleses e norte-americanos e, posteriormente, Brasil

A questo de Hong Kong

- Contexto - Tratado de Nanquim (1842) - Tratado de 1860 - Arrendamento de novos territrios (1898) - A relao da China e Hong Kong na Segunda Guerra - A Declarao Conjunta sobre a Questo de Hong Kong {regio administrativa especial} {1997: um pas, dois sistemas}

Macau

- Presena portuguesa se estendeu de 1557 at 1999 - "provncia ultramarina de governo simples" - Voltou ao controle chins com o nome e o estatuto de "Regio Administrativa Especial" - Diferente de Hong Kong, nunca teve exatamente a configurao de um "arrendamento de territrio"

Imunidade de Jurisdio e de Execuo

- Imunidade de jurisdio: nenhum outro Estado pode ser julgado pelos tribunais de outro Estado - Imunidade de execuo: se opor execuo de seus bens em outro Estado- Poder ser: {absoluta} {relativa}- Extraterritorialidade {chefes de Estado ou governo} {ministro de relaes exteriores} {funcionrios internacionais} {navios e aeronaves pblicas} {tropas estrangeiras}- Privao do benefcio de jurisdio {renncia} {litgio que diz respeito ao direito privado}

Capitulaes

- Inicialmente concesses unilaterais jurdicas - Difere de convenes de beligerantes em busca de rendio- Determinava: concesso de certas imunidades e faculdades especiais de jurisdio- Exemplo: Imprio Otomano- No existe atualmente

Servides Internacionais

- So restries em que o Estadi aceita expressa ou tacitamente quanto ao livre exerccio da soberania sobre o seu territrio- Trs condies essenciais: {que o direito atingido pertena ao Estado e a restrio seja admitida em favor de outro ou outros Estados} {que o direito concedido seja permanente} {que ele seja estritamente real ou territorial}- As servides podem ser: {permissivas/positivas} {restritivas/negativas}- Exemplos: {a interdio de utilizao da ilha de Martin Garcia como meio de impedir a livre navegao do Rio Paran, estabelecida em tratados de 10 de julho de 1853, de 7 de maro de 1856 e outros atos internacionais entre estados ribeirinhos}

AULA 3 - RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO

- A questo da responsabilidade internacional do Estado tida como uma das mais importantes do direito internacional e centro das instituies de qualquer sistema jurdico.- A responsabilidade tem relao direta com a pessoalidade internacional, com a ideia de sujeito de direito, de forma que ter responsabilidade aquele a quem se atribuem direitos e deveres na mesma ordem jurdica internacional. - Trata-se de saber quem deve reparao pelo dano sofrido. Ora, esse problema no passvel de muitas solues diferentes. - O direito pblico est bem obrigado a tomar meprestado do direito civil as normas que lentamente se consolidaram pelo progresso do direito, e progresso maior ser alcanado, quando se aplicarem s reaes entre Estados as normas que governam a sociedade dos homens.

Princpios gerais e aplicao

- Princpio fundamental da justia traduz-se concretamente na obrigao de manter os compromissos assumidos e de reparar o mal injustamente causado a outrem, princpio este sobre o qual repousa a noo de responsabilidade.- A Corte Permanente de Justia Internacional (CPJI) teve ensejo de estabelecer o princpio de que a violao de um compromisso acarreta a obrigao de reparar por forma adequada. - Assim, pode-se considerar como incontestvel a regra de que o Estado internacionalmente responsvel por todo ato ou omisso que lhe seja imputvel e do qual resulte a violao de uma norma jurdica internacional ou de suas obrigaes internacionais. - A responsabilidade pode ser delituosa ou contratual, segundo resulte de atos delituosos ou da inexecuo de compromissos contrados. - corrente falar tambm em responsabilidade direta e responsabilidade indireta, dizendo-se que a primeira deriva de atos do prprio governo ou de seus agentes, e que a segunda resulta de atos praticados por simples particulares, mas de maneira que possa ser imputvel ao governo. Essa distino, porm, antes terica do que prtica. - Na verdade, os atos de particulares no podem acarretar propriamente a responsabilidade do Estado, mas este ser responsvel por no os haver prevenido ou punido. - Em rigor, contudo, poderia dizer-se que a responsabilidade do Estado ser sempre indireta, porque somente pode praticar atos por meio dos seus agentes, e quando responde por atos de particulares no por t-los praticado.

Imputabilidade e responsabilidade

- Quanto imputabilidade, esta resulta, naturalmente, de ato ou omisso que possam ser atribudos ao Estado, em decorrncia de comportamento deste. Nesta categoria esto apenas os atos ou as omisses de indivduos que o representem. Mas como a imputabilidade exige certo nexo jurdico entre o agente do dano e o Estado, preciso que o agente tenha praticado o ato na qualidade oficial de rgo do Estado ou com os meios de que dispe em virtude de tal qualidade.- Para a ocorrncia da responsabilidade internacional do Estado, verificar-se-ia mais uma condio, alm das j indicadas: a de haver culpa do Estado. Da dizer-se que o dano resultante de caso de fora maior ou de caso fortuito no acarreta a dita responsabilidade.

Consequncias comuns

- A expropriao de investimentos estrangeiros por meio de atos legislativos ou de outras medidas adotadas pelo Estado receptor, no obstante as razes que possam ser invocadas para tanto, quer de ordem pblica, quer de interesse nacional. - Mesmo Estados na condio de soberanos e sujeitos de direito internacional, normalmente, sujeitar-se-o obrigao de indenizar ou restituir, por parte desse Estado que adote constries sobre patrimnio e investimentos de propriedade estrangeira.

Atos de rgos do Estado

- Os atos de rgos do Estado, contrrios ao direito internacional, implicam responsabilidade internacional, mesmo se tais atos forem baseados no seu direito interno. A regra foi codificada pela Conveno sobre o Direito dos Tratados de 1969 (art. 27)- Os atos mais comuns de responsabilidade do Estado resultam de atos dos rgos do poder executivo ou administrativo e podem decorrer de decises do prprio governo ou de atos de seus funcionrios. incontestvel que o poder executivo ou as autoridades superiores que o encarnam tm qualidade para comprometer a responsabilidade do Estado; para isso basta que o outro Estado ou cidado estrangeiro sofra dano resultante de ao ou de omisso das referidas autoridades incompatvel com as suas obrigaes internacionais.

Exemplos

- Entre outros atos do prprio governo que podem determinar a responsabilidade internacional do Estado, inclui-se a priso injusta ou ilegal de estrangeiros.- Tal responsabilidade se acha comprometida se a priso ou deteno no foi autorizada pela lei local, ou se o tratamento sofrido na priso foi contrrio ao que o uso geral das naes considera razovel. No se pode admitir, porm, que toda privao de liberdade seja abusiva.

Atos do rgo legislativo

- Os princpios aplicveis aos atos do rgo executivo tambm o so aos dos rgo legislativo, ainda que este tenha funcionado como rgo constitucional. Assim, se o poder legislativo do Estado adota lei ou disposio interna contrria aos seus deveres internacionais ou incomptivel com tais deveres, ou deixa de adotar as disposies legislativas necessrias para a execuo de algum dos ditos deveres, o Estado responder por isso. - Um Estado no pode declinar sua responsabilidade com a invocao de seu direito interno.

Atos do rgo judicirio ou relativos s funes judicirias

- O Estado pode ser responsabilizado em consequncia de atos de seus juzes ou de seus tribunais, embora esse princpio nem sempre tenha sido aceito pelos governos, ciosos da independncia de seus tribunais, do respeito devido coisa julgada e das garantias normalmente existentes no processo judicirio. Alm disso, existe a preocupao de no criar para o Estado ou indivduos estrangeiros a eventual instncia superior dos tribunais nacionais. - A denegao de justia pode ser tomada em duas acepes: uma ampla e outra restrita. Na primeira, a recusa de aplicar a justia ou de conceder a algum o que lhe devido. Na segunda, que a da ideia corrente em direito internacional , a impossibilidade para determinado estrangeiro de obter justia ou a reparao de ofensa perante os tribunais de outro Estado.

Denegao de justia

- 1) Quando um Estado no fornece aos estrangeiros a devida assistncia judiciria, ou porque no lhes permite o acesso a seus tribunais, ou porque no possui tribunais adequados.- 2) Quando as autoridades judicirias se negam a tomar conhecimento das causas que os estrangeiros lhes submeteram por meios regulares e a cujo respeito tenham jurisdio- 3) Quando as ditas autoridades se negam a proferir sentena em tais causas ou retardam obstinadamente as respectivas sentenas- 4) Quando os tribunais do Estado no oferecem aos estrangeiros as garantias necessrias para a boa administrao da justia

Contudo...

- No se deve confundir a injustia manifesta com o simples erro. Evidentemente, ningum poder pretender que as decises judicrias sejam infalveis, mas se o erro cometido no representa injustia palpvel ou no constitui em si mesmo, a violao de obrigao internacional, a responsabilidade do Estado no estar comprometida. - Assim, se um tribunal comete erro com relao a fato ou causa que julga ou interpretao da lei interna, mas procedeu de boa-f, nos limites de sua competncia, e observou as formalidades legais, no h base, em princpio, para reclamao diplomtica ou para que se declare comprometida a responsabilidade do Estado.

Atos de indivduos

- Os agentes ou funcionrios do Estado falam e agem em seu nome; os particulares, no. Evidentemente, o Estado no pode exercer sobre estes a mesma vigilncia e fiscalizao que sobre aqueles.- A responsabilidade do Estado no resulta diretamente dos atos do indivduo, como tal, que apenas ocasionam a responsabilidade. Esta decorre da atitude do Estado, ou seja, da inexecuo, por este, de obrigaes que o direito internacional lhe impe, relativamente a pessoas ou coisas no seu territrio.

Portanto...

- princpio hoje corrente que, no tocante a fatos lesivos cometidos por particulares, em territrio sob sua jurisdio, o estado responsvel quando o dano resulta da omisso de providncias que ele devia, normalmente ter adotado, para prevenir ou reprimir tais fatos. Em outras palavras, pode fizer-se que o Estado ser responsvel por atos de particulares: 1) se deixou de cumprir o dever se manter a ordem, isto , de assegurar pessoa e bens do estrangeiro a proteo que lhe devida 2) se foi negligente na represso de atos ilcitos cometidos contra o estrangeiro

Consequncias jurdicas da responsabilidade

- princpio geralmente aceito pela doutrina 349 o de que a responsabilidade do Estado comporta a obrigao de reparar o dano causado e, eventualmente, dar uma satisfao adequada. Ao Estado responsvel cabe, pois, essa obrigao, ao passo que ao Estado lesado, ou de que algum nacional ou protegido tenha sido lesado, pertence o direito reparao ou satisfao. - Conforme disse a Corte Permanente de Justia Internacional, "a reparao deve, tanto quanto possvel, apagar todas as consequncias do ato ilcito e restabelecer a situao que teria, provavelmente, existido se o dito ato no tivesse sido cometido".- Se, no entanto, se verifica a impossibilidade de restituio na mesma espcie - impossibilidade que tanto pode ser de ordem material quanto de ordem jurdica -, deve recorrer-se concesso de uma indenizao pelo dano causado, representada ordinariamente pelo pagamento de quantia equivalente.

Circunstncias que excluem a responsabilidade

- A doutrina e a prtica internacionais tm geralmente admitido que, em certos casos, devido a circunstncias especiais, a responsabilidade internacional do Estado desaparece. Tais casos so:

1) O primeiro caso o da legtima defesa. Esta pressupe sempre uma agresso ou ataque ilcito e uma reao determinada pela necessidade imediata da defesa, reao adequada, proporcionalmente ao ataque ou ao perigo iminente. 2) O segundo caso o das represlias. Estas compreendem atos em si mesmo ilcitos, mas que se justificaram como nico meio de combate a outros atos igualmente ilcitos. Convm precisar, no entanto, que as represlias s podem ser admitidas "em face de um ato prvio que constitua [...]" 3) O terceiro caso o da prescrio liberatria. Esse um modo de extino de obrigaes delituosas e, portanto, de excluso da responsabilidade do Estado. 4) O quarto e o ltimo caso o de culta do prprio indivduo lesado. Assim que se considera que a responsabilidade do Estado pode desaparecer ou, pelo menos, ser atenuada, quando o mencionado indivduo se comportou de tal modo que se pode dizer ter sido a prpria causa do fato gerador do dano ou ter fortemente contribudo para que este ocorresse.