aula 16 - processo civil

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www.cers.com.br CARREIRAS JURÍDICAS Processo Civil Maurício Cunha 1 Sentença - Conceito - Classificação - Requisitos - Princípio da congruência (correlação, adstrição) Coisa julgada - Natureza - Conceito - Limites objetivos - Limites subjetivos SENTENÇA Conceito: deve resultar de uma análise conjunta dos arts. 162, §1º, 267 e 269, todos do CPC. Da conjugação desses dispositivos legais conclui-se que as sentenças terminativas passaram a ser conceituadas tomando-se por base critérios distintos: conteúdo: uma das matérias previstas nos incisos do art. 267, CPC; e efeito: a extinção do procedimento em primeiro grau de jurisdição. Classificação: ternária (trinária) ou quinaria (Pontes de Miranda) Requisitos: Relatório: é o histórico do processo. Atenção: nos Juizados Especiais, o relatório é dispensável (art. 38, Lei 9.099/95). Fundamentação: o juiz deve declinar as razões fáticas e jurídicas do seu convencimento. Lembre-se que o juiz decide as questões prejudiciais na fundamentação e não no dispositivo. Dispositivo: é a conclusão da sentença, oportunidade em que o magistrado acolhe ou rejeita o pedido formulado pelo autor. Princípio da congruência (correlação ou adstrição): ao proferir sentença, o magistrado vincula-se ao pedido formulado pelo autor, não podendo conceder tutela diversa da pedida e tampouco condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Sentença definitiva: é a decisão do juiz que põe fim ao procedimento em primeiro grau de jurisdição resolvendo o mérito da controvérsia. Sentença terminativa: é a decisão que extingue o processo sem resolução de mérito. Sentença e fato superveniente: é lícito ao juiz, ao julgar a ação, conhecer dos fatos supervenientes que tenham o condão de influenciar no julgamento da lide. Reexame necessário: o entendimento doutrinário majoritário é no sentido de que o reexame necessário é uma condição de eficácia da sentença. Recentemente, o STJ consolidou o entendimento no sentido de que “a dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a 60 salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas” (Súmula 490, STJ). COISA JULGADA Conceito: Coisa julgada é qualidade de imutabilidade da sentença de mérito. Pressupostos da coisa julgada: Decisão jurisdicional de mérito; Proferida em cognição exauriente. Coisa julgada nas ações de estado: tratando-se de causas relativas ao estado da pessoa e havendo pluralidade de interessados, se todos forem citados no processo, em litisconsórcio necessário, a sentença produzirá coisa julgada em relação a terceiros. Coisa julgada nas relações continuativas: é regida pela cláusula rebus sic stantibus, vale dizer, podem ser revistas quando houver alteração na situação fática que ensejou a decisão (CPC, art. 471). (Vunesp – TJ/SP – 2009) A regra da correlação ou da congruência: a) Refere-se somente à causa de pedir. b) Não foi adotada pelo legislador brasileiro. c) Foi adotada pelo legislador brasileiro e não comporta exceções. d) Está diretamente relacionada com o princípio do contraditório. (FCC – TJ/PE – 2011) Em relação à coisa julgada, é correto afirmar:

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2013 - Maurício Cunha

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CARREIRAS JURÍDICAS Processo Civil

Maurício Cunha

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Sentença - Conceito - Classificação - Requisitos - Princípio da congruência (correlação, adstrição) Coisa julgada - Natureza - Conceito - Limites objetivos - Limites subjetivos SENTENÇA • Conceito: deve resultar de uma análise

conjunta dos arts. 162, §1º, 267 e 269, todos do CPC. Da conjugação desses dispositivos legais conclui-se que as sentenças terminativas passaram a ser conceituadas tomando-se por base critérios distintos: conteúdo: uma das matérias previstas nos incisos do art. 267, CPC; e efeito: a extinção do procedimento em primeiro grau de jurisdição.

• Classificação: ternária (trinária) ou quinaria (Pontes de Miranda)

Requisitos: � Relatório: é o histórico do processo. Atenção: nos Juizados Especiais, o relatório é dispensável (art. 38, Lei 9.099/95). � Fundamentação: o juiz deve declinar as

razões fáticas e jurídicas do seu convencimento. Lembre-se que o juiz decide as questões prejudiciais na fundamentação e não no dispositivo.

� Dispositivo: é a conclusão da sentença, oportunidade em que o magistrado acolhe ou rejeita o pedido formulado pelo autor.

• Princípio da congruência (correlação ou adstrição): ao proferir sentença, o magistrado vincula-se ao pedido formulado pelo autor, não podendo conceder tutela diversa da pedida e tampouco condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

• Sentença definitiva: é a decisão do juiz que põe fim ao procedimento em primeiro grau

de jurisdição resolvendo o mérito da controvérsia.

• Sentença terminativa: é a decisão que extingue o processo sem resolução de mérito.

• Sentença e fato superveniente: é lícito ao juiz, ao julgar a ação, conhecer dos fatos supervenientes que tenham o condão de influenciar no julgamento da lide.

• Reexame necessário: o entendimento

doutrinário majoritário é no sentido de que o reexame necessário é uma condição de eficácia da sentença. Recentemente, o STJ consolidou o entendimento no sentido de que “a dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a 60 salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas” (Súmula 490, STJ).

COISA JULGADA • Conceito: Coisa julgada é qualidade de

imutabilidade da sentença de mérito. Pressupostos da coisa julgada: � Decisão jurisdicional de mérito; � Proferida em cognição exauriente. • Coisa julgada nas ações de estado:

tratando-se de causas relativas ao estado da pessoa e havendo pluralidade de interessados, se todos forem citados no processo, em litisconsórcio necessário, a sentença produzirá coisa julgada em relação a terceiros.

• Coisa julgada nas relações continuativas: é regida pela cláusula rebus sic stantibus, vale dizer, podem ser revistas quando houver alteração na situação fática que ensejou a decisão (CPC, art. 471).

(Vunesp – TJ/SP – 2009) A regra da correlação ou da congruência: a) Refere-se somente à causa de pedir. b) Não foi adotada pelo legislador brasileiro. c) Foi adotada pelo legislador brasileiro e não comporta exceções. d) Está diretamente relacionada com o princípio do contraditório. (FCC – TJ/PE – 2011) Em relação à coisa julgada, é correto afirmar:

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a) Forma-se pela verdade dos fatos, desde

que estabelecida como fundamento da sentença.

b) Se ocorreu preclusão, pode-se discutir no curso do processo as questões já decididas, desde que em primeira instância. c) Uma vez formada, com resolução de mérito, ter-se-ão como deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor tanto ao acolhimento como à rejeição do pedido. d) A resolução da questão prejudicial não a forma em nenhum caso. e) O julgamento da relação jurídica continuativa, da qual sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, é imutável pela formação de coisa julgada material. (Vunesp – TJ/SP – 2009) A eficácia preclusiva da coisa julgada: a) Não atinge matéria de ordem pública e impede a propositura de ação rescisória. b) Não impede o reexame da sentença, se o fundamento não foi deduzido no processo. c) Impede o reexame dos fundamentos da sentença, mesmo que o pedido seja diverso. d) Impede o reexame do dispositivo da sentença, ainda que por fundamento de defesa não deduzido no processo. (Vunesp – TJ/SP – 2011) Assinale a alternativa correta: a) A verdade dos fatos, estabelecida como

fundamento da sentença, faz coisa julgada. b) A resolução de questão prejudicial faz coisa julgada, se a parte o requerer, o juiz for competente e constituir pressuposto para o julgamento da lide. c) A sentença produz coisa julgada apenas em relação às partes entre as quais é dada. d) Na apelação, serão objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal somente as questões julgadas na sentença. e) As questões de fato, não propostas no juízo inferior, não poderão ser suscitadas na apelação.