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AULA 14
Átomos com mais de um
elétron: Excitações Ópticas III
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Data Aula Dia Tópico6 Abril 7 2a Átomos com mais de um elétron: Partículas idênticas e
princípio de exclusão de Pauli
8 Abril 8 4a Átomo de He e forças de troca
13 Abril 9 2a Teoria de Hartree
15 Abril 10 4a Estados fundamentais e excitados
22 Abril 11 4a Exercícios & Teste 1
27 Abril 12 2a Átomos com mais de um elétron: Excitações Ópticas I
29 Abril 13 4a Átomos com mais de um elétron: Excitações Ópticas II
04 Maio 14 2a Átomos com mais de um elétron: Excitações Ópticas III
Você também pode ler sobre esta aula no capítulo10 do livro do Eisberg & Resnick.
Na semana passada, vimos...
3
•Espectros ópticos: envolvem os elétrons das últimas
camadas do átomo, que variam muito em suas
configurações, e vimos que não há regularidade entre os
espectros de átomos vizinhos (mas há entre os das
mesmas famílias de elementos, porque os átomos têm a
mesma configuração eletrônica na última camada).
•Os elétrons das últimas camadas estão ligados ao núcleo
com energias de ligação da ordem de elétron-volt.
•Excitações e desexcitações envolverão fótons muito
menos energéticos do que os de raios X, nas faixas de IV,
visível, UV, etc.
Começamos com os casos mais simples..
•Átomos alcalinos: Li, Na, K, Rb, Cs e Fr.
•Apenas lembrando: as propriedades químicas dos elementos
dependem dos elétrons mais externos.
•Todos os átomos alcalinos têm uma configuração eletrônica
que é um caroço de um gás nobre mais um elétron: Li: [He] 2s1,
Na: [Ne] 3s1 , K: [Ar] 4s1 , Rb:[Kr] 5s1, Cs: [Xe] 6s1 , Fr: [Rn] 7s1 .
•Depois estudamos os estados e termos do carbono, 1s22s22p2.
Para a mesma configuração, pode haver vários termos!
•Depois nós aprendemos a notação dos termos
e os colocamos em ordem crescente de
energia obedecendo as regras de Hund.
4
2 1sjL+
TERMO
As regras... (sempre em ordem decrescente
na intensidade dos efeitos)
Primeiro passo:
•O procedimento de Hartree nos dá uma
ordem dependente de n e ℓ, de tal maneira
que quanto menor o n, menor é a energia
de ligação do estado, e, para o mesmo n,
quanto menor o ℓ, menor é a energia (ou
seja, mais negativa é a energia => mais
ligado é o elétron).
•Aqui está incluída a interação
coulombiana com o núcleo e a interação
de um elétron com os demais, na forma de
um potencial aproximado central
(dependente apenas da distância radial r).
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Energia
1ª Regra de Hund•Vimos, no tratamento do átomo de hélio, que precisamos
antissimetrizar a função de onda total quando tratamos
de mais de um elétron.
•A antissimetrização corresponde ao enunciado forte do
Princípio de Exclusão de Pauli.
•A antissimetrização traz como consequência um efeito
residual (não levado em conta em Hartree)
•Recordando da aula 8, ...
•Quanto maior o spin, menor é a energia. Portanto, o
estado de menor energia é aquele em que s’ é maior.
•O efeito ainda é de repulsão elétrica.
6
A interação spin-spin
•O efeito da interação spin-spin é ao qual se refere a 1a Regra de Hund. Se temos dois elétrons, então o estado emque seus spins são paralelos (s’ = 1, estado tripleto) terãoenergia menor do que os estados em que os seus spins são antiparalelos (s’ = 0, estado singleto).
•Este resultado está correlacionado com o fato de que dois elétrons são férmions idênticos, e uma função de onda que descreve um par de férmions precisa ser antissimétricafrente à troca dos dois elétrons (uma exigência do Princípiode Exclusão de Pauli). A função de onda pode ser escritacomo o produto das funções de onda espaciais vezesaquelas de spin.
7
2ª Regra de Hund
• A segunda regra de Hund
nos diz que quanto maior o ℓ’,
menor será a energia.
•Argumento: quanto maior o
ℓ’, a distância média entre os
elétrons é maior, portanto a
repulsão coulombiana entre
eles é menor e,
correspondentemente, o
estado terá uma energia
menor.
•O efeito ainda é de repulsão
elétrica.
Argumento clássico
8
Veja classicamente...
9
0L =
Os elétrons chegam a
ficar muito próximos
Os elétrons ficam
em média mais distantes
L máximo =
A interação órbita-órbita
•Se dois elétrons em um átomo passam bastante tempo
próximos um ao outro, então eles contribuem com uma
energia potencial repulsiva, ou seja, uma energia positiva
para a energia total, implicando que seu nível de energia
terá energia maior.
•Se os elétrons estão orbitando na mesma direção (ou
seja, quando o momento angular orbital total é grande),
eles se encontram com menor frequência do que se
orbitarem em direções opostas. Assim, a sua repulsão é
menor em média quando o L’ é maior.
•O fato de que tais configurações têm menor energia
significa que serão preenchidas primeiro (2ª Regra de
Hund).
10
3ª Regra de Hund: interação LS
• Lembre-se: a interação spin-órbita é uma energia potencial
de orientação do momento de dipolo magnético de spin no
campo magnético interno (que depende do momento
angular orbital). Portanto o efeito aqui é magnético.
•Aqui temos que prestar atenção: há uma distinção entre o
caso de uma subcamada menos da metade cheia (quando
você trata elétrons) e o caso de uma subcamada mais da
metade cheia (em que é mais fácil você tratar os buracos,
que é o que falta para a camada completa).
•Como os buracos têm carga positiva, a 3ª regra diz que o
ordenamento é contrário nesses dois casos. Veremos um
exemplo comparando o ordenamento em energia dos
estados no carbono e no oxigênio.
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3ª Regra de Hund: interação LS
• Caso de última subcamada menos da metade cheia:
quanto menor é o j’, menor é a energia.
• Caso de última subcamada mais da metade cheia:
quanto maior é o j’, menor é a energia.
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Tudo de uma vez... (subcamada < metade cheia!)
Intensidade
da interação
Nome Natureza da
Interação
Número
quântico
determinante
da energia
Energia
menor para
Dominante Hartree Elétrica (potencial
médio)n, ℓ mínimo n
mínimo ℓ
Menos
intensa
Residual
(acopla-
mento de
spins)
Elétrica (desvios
do potencial
médio)
s’ máximo s’
Ainda
menos
intensa
Residual
(acopla-
mento
orbital)
Elétrica (desvios
do potencial
médio)
ℓ’ máximo ℓ’
Bem menos
intensa
Spin-
órbita
Magnética j’ mínimo j’
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Aplicação das regras de Hund
14
Interação
spin-spinInteração
órbita-órbita
Interação
spin-órbita
s’=0
s’=1
Singletos
Tripletos
Hoje aplicaremos o que vimos....
•Quero aplicar os conceitos que vimos a todos os átomos até
o neônio (Z = 10) e comparar com os dados experimentais
disponíveis, por exemplo, na página do NIST:
https://physics.nist.gov/PhysRefData/ASD/levels_form.html
•Se vocês entenderem o procedimento, vocês saberão fazer
para qualquer átomo aplicando as regras de Hund. Claro
que ainda há exceções, que vocês não saberão prever.
15
16
Começamos com o Hidrogênio:
17
Os níveis de energia do H até n = 4:
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Estados caracterizados pelo número quântico j, relativo ao momento angular
total J= L + S (as linhas azuis representam a previsão do modelo de Bohr)
j=1/2
j=3/2
j=1/2
j = 5/2
j = 3/2
j = 1/2
j = 7/2
j = 5/2
j = 3/2
j = 1/2
n = 4
n = 1
n = 3
n = 2
ℓ = 3ℓ = 2ℓ = 1ℓ = 0
2s½2p½
3s½ 2p3/2
1s½
NOTE: H I significa o átomo neutro, H II é o íon H+
20
21/2S
21/2,3/2P
21/2S
21/2,3/2P
21/2S
21/2S
23/2,5/2D
21/2,3/2P
23/2,5/2D
j’
21
21/2S
21/2,3/2P
21/2S
21/2,3/2P
21/2S
21/2S
23/2,5/2D
21/2,3/2P
23/2,5/2D
j’
Hélio
(Z=2)
22
Parahélio
s´= 0
Ortohélio
s´= 1
Número quântico orbital ℓ’
Níveis
do HE
1E
nerg
ia d
e lig
ação (
eV
)
Estados Singleto Estados Tripleto
•Estado
fundamental:
1s2
•Estados
Excitados:
1s nℓ
OBS: É mostrada
a energia de
ligação do elétron
opticamente
ativo.
23
Hélio
(Z=2)
•Estado
fundamental:
1s2
•Estados
Excitados:
1s nℓ.
Número quântico orbital ℓ’
Níveis de
energia do
hidrogênioEscala vertical de
transições visíveis
Parahélio
s’=0
Ortohélio
s’=1
Níveis de
energia
do hélio
Hélio
24
Energ
ia d
e e
xcitação (
eV
)
Níveis de
energia
do hélio
Hélio
•Estado fundamental:
1s2
•Estados excitados
1s nℓ.
25j’
Lítio
(Z=3)
26
•Estado fundamental:
1s22s
•Estados excitados
1s2 nℓ
j’
Berílio
(Z=4)
27
•Estado
fundamental:
1s22s2
•Estados
excitados
1s2 2snℓ
j’
28
Boro(Z=5)
•Estado
fundamental:
1s22s22p
•Estados
excitados
1s22s2nℓ
j’
29
Carbono(Z=6)
•Estado fundamental:
1s22s22p2
•Estados excitados
1s22s22pnℓ ou
1s22s12p3
ou 1s22s1nℓn’ℓ’.
j’
Experimental: Níveis de energia de energia mais
baixa do átomo de carbono:
30
Configuração Termo j’
Alguns estados de baixa energia do C
31
Energia espectroscópica
(em unidades de cm−1)
2.6840136 eV
7.68476771 eV
1.2637284 eV
0 eV (estado fundamental)
Vamos agora olhar um estado excitado..
•Como exemplo, vejamos o estado em que o átomo de
carbono está excitado e na configuração 1s22s22p3s.
• Só precisamos olhar os elétrons mais externos:2p3s.
•No caso, ℓ1 = 1 e ℓ2 = 0 ℓ’ = 1 ;
s1 = 1/2 e s2 = ½ s’ = 0 ,1.
•Termos possíveis:
32
2 1sjL+
TERMO
10P
30,1,2P
Alguns estados de baixa energia do C
33
Energia espectroscópica
(em unidades de cm−1)
34
Os níveis do átomo de carbono
• Aqui estãoseparados os estados singletoà esquerda e os estados tripletoà direita.
• Note no gráficoque não hánenhumatransição entre níveis à esquerda para os da direita, e vice-versa! Veremosporque logo mais.
35
Os níveis do
átomo de
carbono
CarbonoSingletos (s’=0) Tripletos (s’=1)
Nív
eis
de
en
erg
ia
do
hid
rog
ên
io
Energ
ia d
e lig
açã
o(e
V)
j’=0 j’=1 j’=2 j’=3 j’= 1 j’=0,1,2 j’=1,2,3 j’=2,3,4
Momento angular orbital ℓ’
36
Carbono(Z=6)
•Estado fundamental:
1s22s22p2
•Estados excitados
1s22s22pnℓ ou
1s22s12p3
ou 1s22s1nℓn’ℓ’.
j’
E aqui a gente chega no 2p3...
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Nitrogênio(Z=7)
•Estado
fundamental:
1s22s22p3
•Estados
excitados:
1s22s22p2nℓ
Havíamos feito para o carbono:
38
m’ℓ
2
m’s1−1 3
32
1
1
1
1
1
1
2
12
1
=
m’ℓ2
m’s1−1 1
1
1
1
1
+
m’ℓ2
m’s1−1
1
32
1
1
1
1
1
1
11
−2
+
m’ℓ
2
m’s1−1 1
1
−
1−2
m’ℓ= −2, −1,0,1,2
m’s = 0m’ℓ= −1,0,1
m’s = −1,0,1
m’ℓ= 0
m’s = 0
ℓ‘= 2
s’ = 0ℓ’ = 1
s’ = 1
ℓ’ = 0
s’ = 0
2 1sjL+
TERMO
12D
30,1,2P 1
0S
E aqui a gente chega no 2p3...
39
Nitrogênio(Z=7)
•Estado
fundamental:
1s22s22p3
•Estados
excitados:
1s22s22p2nℓ
Precisamos fazer para o nitrogênio...
•Lição de casa: encontre o número de estados possíveis
que não violam o princípio de exclusão de Pauli no caso
de 3 elétrons equivalentes no estado p.
•Encontre os termos possíveis (ou seja, encontre os
conjuntos ℓ’,s’, j’ .
•Coloque os estados correspondentes em ordem segundo
as regras de Hund.
40
41
Nitrogênio(Z=7)
•Estado
fundamental:
1s22s22p3
•Estados
excitados:
1s22s22p2nℓ
j’
Nitrogênio
(Z=7)
42
•Estado
fundamental:
1s22s22p3
•Estados
excitados:
1s22s22p2nℓ
Número quântico orbital ℓ’
Nív
eis
do
hid
rog
ên
io
Nitrogênio
estado fundamental
Energ
iade
ligação
/eV
Dubletos (s’=1/2) Quadrupletos (s’=3/2)
Valores de j’
43
Oxigênio(Z=8)
•Estado
fundamental:
1s22s22p4
•Estados
excitados:
1s22s22p3nℓ
Precisamos fazer o estudo
do número de termos??
NÃO!!
44
Oxigênio(Z=8)
•Estado
fundamental:
1s22s22p4
•Estados
excitados:
1s22s22p3nℓ
j’
Oxigênio
45
Configuração eletrônica
de menor energia do O Nível
Energ
ia /
cm
−1
46
Oxigênio(Z=8)
•Estado fundamental:
1s22s22p4
•Estados excitados:
1s22s22p3nℓ
NOTE: apenas são mostrados os estados tripleto.
Energ
ia d
e e
xcitação (
eV
)
Carbono (Z=6) Oxigênio (Z=8)
47
j’ j’
48
Flúor(Z=9)
•Estado
fundamental:
1s22s22p5
•Estados
excitados:
1s22s22p4nℓ
j’
Boro (Z=5) Flúor (Z=9)
49
j’
j’
50
Neônio(Z=10)
•Estado
fundamental:
1s22s22p6
•Estados
excitados:
1s22s22p5nℓ
j’
Por que os níveis do Ne são importantes??
51
Estado fundamental
Neônio
Por que os níveis do Ne são importantes??
52
Neônio
Estado fundamental
Hélio
O próximo átomo seria o Na
• Nós já estudamos o átomo de Na.
53
Excitações do Na
(com fótons: valem as
regras de seleção)Estado
fundamental
Níveis e
transições
no átomo
de sódio
55
!!
1
0, 1
n qualquer
j
=
=
=
Nosso velho conhecido, o Argônio
56
j’ =0
j’ =2
j’ =3
Por último,...
•Como fica o modelo vetorial no acoplamento LS?
57
Como fica o modelo vetorial no acoplamento LS?
58
A velocidade de precessão é:
/Bg B =
Precessões rápidas de S’ e L’
em torno de J’
(alta )
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( )/B
dLB g L B
dt = = − =
A variação do vetor momento angular faz com
que ele precessione de um ângulo d = dt.
Em módulo, a variação do momento angular é
dL = (Lsen) d =(Lsen) dt, o que nos leva a
A velocidade de precessão é então
( )sen / senB
dLL g LB
dt = = =
/Bg B =
Da aula 3: vamos pensar agora num dipolo magnético
na presença de um campo magnético uniforme:
Como fica o modelo vetorial no acoplamento LS?
60
Precessão lenta de J’
em torno de z
(menor )
Precessões rápidas de S’ e L’
em torno de J’
(alta )
Você conhece esta regra?
•Toda regra tem uma exceção!
(mesmo esta daqui!)
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Nota técnica: o acoplamento jj
•Alguns átomos mais pesados não seguem rigorosamente
o acoplamento LS e as regras do jeito que vimos até
agora.
•Para esses átomos mais pesados, ocorre um outro
acoplamento, chamado jj.
•Para esses casos, o campo magnético interno no átomo
é mais intenso e o acoplamento LS entre ℓ1 e s1 é mais
intenso e você deve somá-los primeiro, resultando num j1.
•A mesma regra vale para ℓ2 e s2 : o acoplamento é mais
intenso e você deve somá-los primeiro, resultando num j2.
•Finalmente, você realiza a soma entre j1 e j2 para obter o
j’ (o acoplamento menos intenso).
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Nota técnica 2:
Explicação moderna 1ª Regra de Hund
•Cálculos quânticos mais recentes (a partir dos anos 1970s) de
estruturas eletrônicas de átomos revelaram que a explicação
para a 1a regra de Hund é que elétrons que estão ocupando
orbitais separados (cada elétron sozinho num orbital) são
menos blindados do núcleo pelos outros elétrons (ou seja, a
blindagem efetiva pelos demais elétrons é menor), de modo que
tais orbitais sofrem uma contração (porque vêm uma carga
maior) e a energia de atração elétron-núcleo fica maior em
intensidade (a energia fica mais negativa).
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Resumo
•Vimos exemplos de uma série de átomos, para os quais
fizemos a sua configuração eletrônica no estado
fundamental e em estados excitados.
•Encontramos os vários termos associados a cada
configuração.
•Colocamos os estados correspondentes em ordem
crescente de energia segundo as Regras de Hund
(sempre atentando se a subcamada está menos que a
metade cheia, ou mais do que a metade cheia).
•Finalmente, vimos como fica o modelo vetorial para os
momentos angulares quando temos mais de um elétron
na última camada.
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