aula 14: federalismo fiscal. · prof. dr. giovanni pacelli – aula 14 prof. dr. giovanni pacelli 2...

88
Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 1 de 88 AULA 14: Federalismo Fiscal. SUMÁRIO PÁGINA 1.Apresentação 1 2.Federalismo: conceitos e características 2 2.1. Impactos sobre as funções econômicas orçamentárias em uma Federação 2 2.2. Impactos sobre o Sistema Tributário 8 2.3. Impactos sobre o Sistema de Transferências de Recursos 9 3.Peculiaridades do federalismo fiscal no Brasil 13 3.1. Quais as competências tributárias de cada ente? 14 3.2. Como se dá repartição das receitas? 18 3.3. Como se repartição dos fundos constitucionais: FPE e FPM? 27 3.4. Quais as atribuições das responsabilidades públicas por gastos? 35 4. Considerações finais 41 5.Lista das questões apresentadas 48 6.lista das questões comentadas 70 1. APRESENTAÇÃO Pessoal, na aula de hoje veremos os principais conceitos referentes ao federalismo fiscal. Alguns itens dessa aula foram extraídos da tese de Giovanni Pacelli.

Upload: others

Post on 05-Jun-2020

5 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 1 de 88

AULA 14: Federalismo Fiscal.

SUMÁRIO PÁGINA

1.Apresentação 1

2.Federalismo: conceitos e características 2

2.1. Impactos sobre as funções econômicas orçamentárias em uma Federação

2

2.2. Impactos sobre o Sistema Tributário 8

2.3. Impactos sobre o Sistema de Transferências de Recursos

9

3.Peculiaridades do federalismo fiscal no Brasil 13

3.1. Quais as competências tributárias de cada ente? 14

3.2. Como se dá repartição das receitas? 18

3.3. Como se dá repartição dos fundos

constitucionais: FPE e FPM? 27

3.4. Quais as atribuições das responsabilidades

públicas por gastos? 35

4. Considerações finais 41

5.Lista das questões apresentadas 48

6.lista das questões comentadas 70

1. APRESENTAÇÃO

Pessoal, na aula de hoje veremos os principais conceitos

referentes ao federalismo fiscal. Alguns itens dessa aula foram

extraídos da tese de Giovanni Pacelli.

Page 2: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 2 de 88

2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

Christensen e Wise (2009) definem o federalismo

governamental como um sistema de leis que dividem as

responsabilidades públicas entres as diversas unidades de governo.

Para Rezende (2001), o federalismo fiscal se constitui em uma

técnica administrativa que possibilita o exercício do poder em

territórios de grande amplitude. É um método de organização

administrativa nacional que se baseia no estabelecimento de

governos de âmbitos central, regional e local. Este arranjo financeiro

estabelece regras para divisão das receitas, das despesas e dos

encargos na federação a partir do compromisso dos residentes das

unidades federadas.

De acordo com o teorema da descentralização de Oates (1977,

2006, 2008) julga-se preferível a atribuição de encargos em níveis

inferiores de governo que têm condições de melhor adaptação às

preferências dos usuários. No entanto, conforme será exposto a

seguir, mesmo em uma Federação determinadas funções do Estado

ficam a cargo do poder central, seja devido aos ganhos de escalas,

seja devido às externalidades positivas geradas.

Page 3: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 3 de 88

O que é o Federalismo Fiscal?

1. Constitui uma técnica administrativa que possibilita o exercício do

poder em territórios de grande amplitude.

2. É um método de organização administrativa nacional.

3. Baseia-se no estabelecimento de governos de âmbitos nacional,

regional e municipal.

4. Pressupõe a livre negociação entre as partes, com objetivo de

garantir certo grau de autonomia e delinear a divisão das funções a

serem cumpridas pelos diversos níveis administrativos.

5. Permite a acomodação de um amplo leque de preferências

individuais (em tese os governos municipais estão mais próximos da

realidade do cidadão).

6. Arranjo financeiro chave que estabelece regras para divisão das

receitas e das despesas e encargos na Federação.

7. Compromisso federativo, fornecimento de serviços públicos e

infraestrutura em níveis semelhantes para os residentes das unidades

federadas.

A seguir serão apresentados três aspectos do federalismo fiscal

que impactam os instrumentos fiscais: (i) a responsabilidade pelas

funções econômicas do orçamento; (ii) sistema tributário, (iii) sistema

de transferências de recursos.

Page 4: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 4 de 88

2.1 Impactos sobre as funções econômicas orçamentárias em

uma Federação

2.1.1 Função alocativa

O teorema da descentralização de Oates (1977, 2006, 2008)

afirma que há maximização da eficiência econômica da ordenação

federativa fiscal alocativa sempre que for observada perfeita

correspondência entre as ações do governo e a preferência dos

grupos que o financiam.

Aplicado o teorema de Oates ao caso brasileiro, Silva (2005)

afirma que o governo central deve responder pela provisão de bens

cujo consumo seja uniforme, em termos de preferência e em termos

de quantidade individual demandada em todo o território federativo;

enquanto os governos estaduais assumiriam a responsabilidade pela

provisão de itens com preferências regionais, e os governos locais

responderiam pelos bens cujo perfil da demanda fosse especifico de

uma localidade (SILVA, 2005).

A autonomia fiscal das jurisdições e a livre mobilidade dos

consumidores são as premissas que melhor captam a essência do

mecanismo proposto por Tiebout (1956). No modelo do autor a partir

do mecanismo "votando com os pés" cada consumidor escolheria a

comunidade que oferece para si próprio a combinação ótima de

serviço público e impostos garantindo assim a eficiência.

Page 5: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 5 de 88

2.1.2 Função distributiva

A política distributiva pode ser implementada pela

operacionalização de três instrumentos, a saber: (i) a progressividade

do sistema tributário; (ii) o direcionamento das transferências fiscais

intergovernamentais; (iii) o perfil da cesta de bens provisionados pelo

governo (SILVA, 2005).

Essas ações são identificadas como tarefas primordialmente

destinadas ao governo central do estado federativo, por demandarem

procedimentos em escala nacional e uniformidade capaz de eliminar

possibilidades de deslocamento espacial dos fatores produtivos. Ações

dessa natureza, quando adotadas por governos subnacionais, num

quadro de ampla mobilidade de fatores, podem ser neutralizadas por

dois movimentos: (i) o deslocamento de famílias de baixa renda para

a jurisdição gestora das transferências; (ii) a busca por outras

jurisdições por parte dos indivíduos e das unidades produtivas,

detentoras de alto padrão de renda, à procura de menor custo

tributário (MUSGRAVE; MUSGRAVE, 1980; SILVA, 2005).

2.1.3 Função estabilizadora

As políticas fiscais orientadas à estabilização sejam elas

restritivas, sejam expansionistas, quando adotadas isoladamente

pelos governos subnacionais, acabam parcialmente anuladas pelos

efeitos de transbordamento, decorrentes da ampla mobilidade de

fatores entre jurisdições de um mesmo Estado federativo.

Page 6: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 6 de 88

Musgrave e Musgrave (1980) afirmam que as ações de política

fiscal de natureza expansionista tendem a perder eficiência e eficácia

por meio dos transbordamentos comerciais; e que os aumentos dos

gastos locais seriam parcialmente transferidos para outras jurisdições

via compra de mercadorias e serviços. As ações restritivas tenderiam

a reduzir a demanda e a pressionar os preços para baixo, gerando

incentivos sobre demandas oriundas de outras comunidades fiscais do

mesmo universo federativo. Nos dois casos, os esforços desenvolvidos

unilateralmente por uma unidade federativa seriam parcialmente

neutralizados, gerando ineficiências econômicas. Esse é o argumento

central utilizado por Oates (1977, 2006, 2008) para fundamentar

teoricamente a delegação, ao governo central, das competências

associadas à estabilização.

2.1.4 Reponsabilidade pelas funções econômicas do orçamento

no federalismo fiscal

O Quadro 1 resume a relação entre o governo central e os

governos subnacionais quanto às funções econômicas do orçamento.

Page 7: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 7 de 88

Quadro 1: Funções econômicas do orçamento no federalismo fiscal Governos Alocativa Distributiva Estabilizadora

Central

Bens cujo consumo seja uniforme, em

termos de preferência e em

termos de quantidade individual

demandada em todo o território

federativo.

Destinadas ao governo central do Estado federativo.

Regional

Provisão de itens

com preferências regionais.

Quando adotadas

por governos subnacionais, em

um quadro de ampla mobilidade de fatores, podem

ser neutralizadas.

Os esforços

desenvolvidos unilateralmente por

uma unidade

federativa seriam parcialmente

neutralizados, gerando

ineficiências econômicas.

Local

Bens cujo perfil da demanda fosse

especifico de uma

localidade.

Fonte: Adaptado de Oates (1977, 2006, 2008), Musgrave e Musgrave

(2005), Silva (2005).

Conclui-se que as funções orçamentárias distributiva e

estabilizadora devem ser conduzidas pelo governo central, enquanto

que a função alocativa pode ser conduzida pelas três esferas.

Page 8: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 8 de 88

2.2 Impactos sobre o Sistema Tributário

Ao analisar a tributação em ambiente federativo, Ter-Minassian

(1997) sugere que a distribuição de competências tributárias entre

diferentes níveis de governo deve obedecer aos seguintes critérios

definidos no Quadro 2.

Quadro 2: Critérios para segregação de tributos no âmbito de uma Federação

Categoria Critério Observação

Tributos de

competência do

governo central

Alta mobilidade da base

de arrecadação

A adoção desses por governos

subnacionais poderia implicar a

indução aos deslocamentos inter-

regionais dos fatores de produção,

com custos de eficiência para o

conjunto da Federação.

Forte sensibilidade a

mudanças no nível de

crescimento da economia

(grau acentuado de

elasticidade-renda)

Representa um relevante

instrumento de ação da política de

estabilização.

Bases de arrecadação

relevantes e distribuídas

irregularmente entre as

diversas regiões e

unidades federadas

Dado que a descentralização de

tributos com esse perfil acentua o

grau de assimetria inter-regional

Tributos incidentes sobre

o comércio exterior –

importação e exportações

São instrumentos reguladores das

trocas externas e influenciam a

balança comercial.

Tributos de

competência dos

governos

subnacionais

Baixa mobilidade da base

de incidência.

Sem observações adicionais. Tributos do tipo taxas por

serviços públicos

prestados à comunidade.

Fonte: Adaptado de Ter-Minassian (1997)

Ainda quanto ao Quadro 2, cabe destacar que basta o

atendimento de um dos critérios para que o tributo seja incluído na

respectiva categoria.

Page 9: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 9 de 88

2.3 Impactos sobre o Sistema de Transferências de Recursos

Bahl e Wallace (2005) definem três possíveis classificações de

transferência: (i) vertical e horizontal; (ii) conditional grants e

unconditional grants; (iii) matching (com contrapartida) e non

matching grants (sem contrapartida).

As transferências verticais ocorrem do nível nacional para o

nível regional e local ou do nível regional para o nível local; enquanto

as transferências horizontais ocorrem entre entes do mesmo nível

(regional para regionais; local para local) (BAHL; WALLACE, 2005).

As transferências condicionais devem ser aplicadas em

determinada área específica de gasto ou exigem contrapartida,

enquanto as incondicionais podem ser aplicadas em qualquer área do

gasto e dispensam contrapartida (BAHL; WALLACE, 2005).

As transferências com contrapartida são aquelas que

necessitam aporte de recursos do ente recebedor, enquanto as

transferências sem contrapartida não exigem qualquer aporte de

recursos do ente recebedor (BAHL; WALLACE, 2005).

Para Oates (1977, 2006, 2008) três motivos justificam a

existência de repasses financeiros horizontais e verticais entre

unidades federadas, para que essas possam fazer frente aos encargos

de suas respectivas competências, quais sejam: (i) externalidades;

(ii) compensações; (iii) redistribuição de renda.

O motivo “externalidades” está associado à correção dos custos

ou benefícios gerados pelos efeitos externos que o sistema econômico

de uma jurisdição exerce sobre outras. São pagas indenizações ou

subsídios, conforme seja a natureza da externalidade,

respectivamente, negativa ou positiva. A imposição de pagamento

indenizatório ou o recebimento em forma de subsídios funciona como

sinalização orientada, respectivamente, à inibição ou ao incentivo do

desenho produtivo gerador da externalidade (OATES, 1977, 2006,

2008).

Page 10: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 10 de 88

O motivo “compensação” está relacionado à necessidade de

mecanismos tributários, cuja arrecadação, por razões de eficiência

econômica, precisa ser realizada por jurisdições com abrangência

estadual ou pelo governo central. Essa configuração obriga a esfera

arrecadadora a realizar transferências com o objetivo de compensar

regiões tributadas e viabilizar os gastos dos respectivos governos. A

devolução total ou parcial dos recursos permite aos agentes

econômicos geradores do esforço tributário maior autonomia para a

realização das escolhas e maior possibilidade de correspondência

entre preferências e provisões públicas (OATES, 1977, 2006, 2008).

Por fim, o motivo “redistribuição” está vinculado aos objetivos

orientados à (i) redução das diferenças fiscais entre unidades

federativas, derivadas dos diferenciais relacionados ao grau de

desenvolvimento da atividade econômica, (ii) à dimensão da base

tributária, (iii) aos custos de produção e (iv) ao perfil da demanda por

bens cuja provisão é de responsabilidade do setor governo (OATES,

1977, 2006, 2008).

No entendimento de Ter-Minassian (1997) um sistema de

transferências é composto por dois elementos: cotas (revenue

sharing) e concessões (grants). O Quadro 3 contém as especificidades

de cada uma.

Page 11: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 11 de 88

Quadro 3: Formas de repartição de recursos em um sistema de transferências

Forma Caraterísticas

Transferências

por cotas

(revenue

sharing)

São previamente determinadas por dispositivos constitucionais ou

leis ordinárias

Podem estar associadas a um imposto específico ou a montantes

disponíveis em fundos públicos constituídos por recursos com

origem tributária diversificada

Podem ter a finalidade compensatória, sugerida nos casos em

que o repasse é realizado com o objetivo de devolver recursos de

uma base tributária específica, cuja arrecadação se processou no

território da jurisdição beneficiada, ainda que essa não tenha

assumido a responsabilidade pela operacionalização da

arrecadação

Podem ter a finalidade redistributiva, sugerida nos casos em

que os recursos são repassados segundo critérios que guardam

uma relação inversamente proporcional à renda e diretamente

proporcional à população e aos indicadores de carências

associados à disponibilidade de bens públicos ou meritórios.

Transferências

por

concessões

(grants)

Estão vinculadas à execução de políticas públicas setoriais e

independem de previsão legal específica.

As unidades transferidoras dispõem de autonomia para

decidir sobre o montante e os requisitos necessários ao

credenciamento para recebimento dos recursos.

Dependem de acordos negociados entre unidades federativas de

governo e podem depender de condições impostas pela esfera

repassadora, relacionadas ao desempenho da unidade solicitante

na gestão de programas específicos ou de critérios de

arrecadação, endividamento e transparência da gestão fiscal

Possuem natureza fiscal federativa uma vez que não guardam

relação direta com os motivos: externalidade, compensação e

redistribuição federativa.

Fonte: Adaptado de Ter-Minassian (1997)

Page 12: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 12 de 88

Ainda, quanto aos critérios para distribuição de transferências,

Bahl e Wallace (2005) sugerem os seguintes: (i) proporcionalidade à

arrecadação do próprio imposto da unidade; (ii) proporcionalidade à

população e à área da unidade; (iii) proporcionalidade inversa à renda

gerada em cada unidade. Estes dois últimos critérios também são

aceitos por Ter-Minassian (1997).

Qual o desafio do federalismo fiscal?

O desafio é equilibrar a capacidade de arrecadação, com a

distribuição de competências e responsabilidades de gastos.

1. (Cespe/TRE-RJ/2013/Analista) O federalismo fiscal constitui uma

política contrária à centralização financeira e orçamentária.

COMENTÁRIOS À QUESTÃO

Page 13: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 13 de 88

CERTO. O teorema a descentralização de OATES afirma que é

preferível a atribuição de encargos em níveis inferiores de governo

que têm condições de melhor adaptação às preferências dos usuários.

3. PECULIARIDADES DO FEDERALISMO FISCAL NO BRASIL

A Constituição de 1988 inaugurou nova etapa do federalismo

fiscal que ainda não se encontra concluída. Nessa etapa as demandas

de Estados e Municípios foram atendidas, mas as dificuldades

encontradas para fazer com que a descentralização das receitas

fosse acompanhada de uma concomitante descentralização

das responsabilidades públicas, em especial no campo das

políticas sociais, provocou desequilíbrios que precisam ser

corrigidos.

Segundo Rezende (2001) a autonomia financeira foi

confundida com liberdade para gastar sem a equivalente

responsabilidade de tributar. A seguir constam alguns aspectos

fundamentais da federação brasileira, quando relacionadas conjuntura

de 1988:

1. Enormes disparidades regionais.

2. Forte tradição municipalista.

3. Relativa independência dos Municípios em relação aos Estados.

4. Descentralização tributária.

5. Ampliação das transferências intergovernamentais sem alterar a

fisionomia do sistema fiscal1.

6. Redução parcial da competência tributária federal.

1A reforma de 67 já havia promovido a concentração das competências tributárias na União, e instituíra um amplo e inovador mecanismo de transferências intergovernamentais de receitas em benefício dos estados menos desenvolvidos e dos municípios menos populosos.

Page 14: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 14 de 88

3.1. Quais as competências tributárias de cada ente?

O quadro 4 ilustras as competências por instituir tributos,

contribuições e empréstimos compulsórios.

Quadro 4: Tributos, Contribuições e Empréstimos compulsórios no Brasil

Tributos, Contribuições e Empréstimos compulsórios

Federal Estadual Municipal

Impostos Sim Sim Sim

Taxas Sim Sim Sim

Contribuições de melhorias

Sim Sim Sim

Contribuições Sociais Sim Sim Sim

Contribuições Interventivas

Sim Não Não

Contribuições Profissionais Sim Não Não

Contribuição de Iluminação Pública

Não Não Sim

Empréstimos

Compulsórios Sim Não Não

Quanto ao imposto de Renda, a CF/1988 estabelece que:

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e

proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre

rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e

pelas fundações que instituírem e mantiverem;

Page 15: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 15 de 88

Quanto aos empréstimos compulsórios, a CF/1988 estabelece

que:

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir

empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de

calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de

relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III,

"b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo

compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Existe ainda a competência residual dada a União. Vejamos a

disposição da CF/1988:

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no

artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham

fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta

Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos

extraordinários, compreendidos ou não em sua competência

tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas

as causas de sua criação.

Page 16: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 16 de 88

Pontos Importantes

1. É possível instituir novos impostos, mas deve ser por lei

complementar e pela União.

2. Não há competência tributária fora dos termos definidos ou do rol

fechado explicitado na CF/1988, inexistindo liberdade discricionária

para o legislador ordinário. Assim, possuímos um sistema fechado.

3. Todos os entes podem instituir tributos e contribuições sociais.

4. Apenas os Municípios e o DF podem instituir contribuição de

iluminação pública.

5. Apenas a União pode instituir Contribuições Interventivas,

Contribuições Profissionais e Empréstimos Compulsórios.

(Cespe/ IPEA/ 2008) Relativamente à forma de federalismo fiscal

brasileiro, julgue os itens que se seguem, no que concerne às

competências e atribuições das três esferas de governo (federal,

estadual, incluindo o Distrito Federal, e municipal).

2. Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pelos

estados com autorização federal e desde que destinados a

calamidades públicas.

3. Os entes das três esferas de governo têm a competência para

instituir impostos, taxas e contribuições sociais, além de outros

tributos, nos limites estabelecidos na Constituição Federal (CF).

Page 17: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 17 de 88

COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES

(Cespe/ IPEA/ 2008) Relativamente à forma de federalismo fiscal

brasileiro, julgue os itens que se seguem, no que concerne às

competências e atribuições das três esferas de governo (federal,

estadual, incluindo o Distrito Federal, e municipal).

2. Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pelos

estados com autorização federal e desde que destinados a

calamidades públicas.

ERRADO, empréstimos compulsórios somente podem ser

instituídos pela União. Além disso, possuem duas finalidades:

para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de

calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; no

caso de investimento público de caráter urgente e de relevante

interesse nacional.

3. Os entes das três esferas de governo têm a competência para

instituir impostos, taxas e contribuições sociais, além de outros

tributos, nos limites estabelecidos na Constituição Federal (CF).

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 18: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 18 de 88

3.2. Como se dá repartição das receitas tributárias?

O Quadro 5 apresenta a estrutura atual das receitas coercitivas

da federação brasileira: tributos, contribuições e empréstimos

compulsórios com as respectivas bases tributárias (renda,

propriedade e consumo).

Das receitas citadas no Quadro 5 são consideradas incidentes

sobre a propriedade e a renda: imposto sobre renda e proventos (IR),

IOF (imposto sobre operações financeiras), imposto territorial rural

(ITR), imposto sobre grandes fortunas (IGF) que são de competência

da União; os impostos sobre transmissão causa mortis e doações

(ITCMD) e imposto sobre veículos automotores (IPVA) que são de

competência dos Estados; o imposto predial e territorial urbano

(IPTU) e o imposto transmissão bens “inter vivos” (ITBI) que são de

competência os Municípios.

Page 19: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 19 de 88

Quadro 5: Sistema Tributário na CF/1988 atualizado

Tributos

Impostos

Sobre Comércio Exterior Importação (U) – II

Exportação (U) – IE

Sobre a Propriedade e

Renda

Renda e proventos (U) – IR

Territorial rural (U) – ITR

Grandes fortunas (U) – IGF

Transmissão causa mortis e doações

(E) – ITCMD

Veículos automotores (E) – IPVA

Predial e territorial urbano (M) – IPTU

Transmissão bens “inter vivos” (M) –

ITBI

Consumo

Produtos industrializados (U) – IPI

Sobre operações de crédito (U) – IOF

Sobre Circulação de Mercadorias (E) –

ICMS

Sobre serviços de qualquer natureza

(M) – ISS

Especiais

Extraordinários por motivo de guerra

(U) – IEO

Impostos Residuais por lei

complementar (U)

Taxas (U) (E) (M)

Contribuições de melhoria (U) (E) (M)

Page 20: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 20 de 88

Contribuições

Sociais

Contribuições Previdenciárias (U)

Concurso de Prognósticos (U)

Sobre o Lucro Líquido (U)

Financiamento da Seguridade Social (U)

Intervenção no Domínio

Econômico Combustíveis (U)

Empréstimos

compulsórios

Guerra ou Calamidade (U)

Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (U)

Fundos de

Participação

21,5% (vinte e um vírgula cinco por cento) do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos

Industrializados deve ser repassado aos Estados.

24,5% (vinte e quatro vírgula cinco por cento) do Imposto de Renda e do Imposto sobre

Produtos Industrializados deve ser repassado aos Municípios.

3% do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados deve ser repassado

aos Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Page 21: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 21 de 88

Outras Cotas

Constitucionais

10% (três por cento) do Imposto sobre Produtos Industrializados proporcionalmente ao valor

das respectivas exportações de produtos industrializados. Desses, deve ser repassado ¼ (um

quarto) aos municípios, ou seja, 25% por cento do 10%.

50% (cinquenta por cento) do Imposto Territorial Rural deve ser repassado aos Municípios.

20% (vinte por cento) do imposto residual instituído por lei complementar deve ser repassado

aos Estados.

50% (cinquenta por cento) do Imposto sobre os Propriedade de Veículos Automotores deve

ser repassado aos Municípios.

25% (vinte e cinco por cento) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias deve ser repassado

aos Municípios.

100% (cem por cento) do IOF ouro é distribuído: (i) aos Estados (trinta por cento) e (ii) aos

Municípios (setenta por cento).

29% (vinte e nove por cento) da Contribuição da Intervenção no Domínio Econômico deve ser

repassada aos Estados e Distrito Federal. Desses, deve ser repassado ¼ (um quarto) aos

municípios, ou seja, 25% por cento do 10%.

Fonte: Brasil (1988).

Legenda: (U) Competência da União; (E) Competência dos Estados; (M) Competência dos Municípios.

Page 22: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 22 de 88

A arrecadação do ITR pode ser repassada da União aos Municípios.

Neste caso, os Municípios ficam com 100% a arrecadação. Vejamos a

CF/1988:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

(...)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI (ITR) do caput:

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a

desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,

quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim

optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do

imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

A seguir apresento a Figura 1 com a proporção da distribuição da

receita tributária.

Figura 1: Proporção da receita tributária no Brasil por tributo

Page 23: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 23 de 88

Pontos Importantes

1. Existem vinculações constitucionais na CF/1988. Exemplo: Fundo de

Participação dos Estados e Fundo de Participação dos Municípios.

2. Existem sub vinculações. Exemplo: dos 29% da CIDE combustível

repassada da União aos Estados, ¼ deve ser destinado ao Municípios.

3. Os Municípios podem assumir a arrecadação total do ITR.

4. Os Estados e Municípios retém o IR pago aos seus servidores.

5. A mesma base tributária (consumo por exemplo) é utilizada por

mais de um ente;

6. A base de maior materialidade é a de consumo (caráter regressivo do

sistema tributário);

7. Maiores arrecadações em 2009: ICMS (21%); IR (18%); CPS (17%);

8. O IPI caiu de 7% para 2,63%.

9. O município retém todos os seus impostos.

A Figura 2 a seguir mostra as alterações da CF/1967 e da CF/1988

quando da sua publicação em 05.10.1988.

Page 24: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 24 de 88

Figura 2: Federalismo Fiscal comparado entre a CF/1967 e CF/1988

A principal conclusão que quero evidenciar é a de que o mecanismo

de transferências constitucionais já existia na CF/1967 sendo ampliado na

CF/1988.

Page 25: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 25 de 88

4. (FCC/2012/TRE-PR) O federalismo fiscal trata da repartição da carga

tributária entre os três níveis de governo de um estado federado: União,

Estados e Municípios. No Brasil, o Imposto

a) Territorial Rural é de competência exclusiva da União, que não reparte

sua arrecadação com nenhum outro ente da federação.

B) sobre a Propriedade de Veículos Automotores é de competência

estadual, mas sua alíquota é determinada pelo Senado Federal e é

uniforme em todo o país.

C) de Renda das Pessoas Físicas e Jurídicas é de competência exclusiva

da União, que reparte sua arrecadação apenas com os Estados, aos quais

cabem 50% do total arrecadado.

D) sobre Produtos Industrializados é de competência da União, que

reparte sua arrecadação apenas com os municípios, aos quais cabem

25% do total arrecadado.

E) sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços é um imposto de

competência dos Estados e do Distrito Federal, que repassam 25% de

sua arrecadação aos municípios situados em sua jurisdição.

COMENTÁRIO À QUESTÃO

Page 26: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 26 de 88

4. (FCC/2012/TRE-PR) O federalismo fiscal trata da repartição da carga

tributária entre os três níveis de governo de um estado federado: União,

Estados e Municípios. No Brasil, o Imposto

a) Territorial Rural é de competência exclusiva da União, que não

reparte sua arrecadação com nenhum outro ente da federação.

ERRADO, a competência pela arrecadação pode ser assumida pelo

Município. Mesmo que a competência fique com a União, 50% do

valor arrecadado deve ser repassado ao Município.

B) sobre a Propriedade de Veículos Automotores é de competência

estadual, mas sua alíquota é determinada pelo Senado Federal e é

uniforme em todo o país.

ERRADO, essa regra se aplica ao ICMS.

C) de Renda das Pessoas Físicas e Jurídicas é de competência exclusiva

da União, que reparte sua arrecadação apenas com os Estados, aos

quais cabem 50% do total arrecadado.

ERRADO, o IR dos servidores estaduais e municipais por exemplo

ficam retidos nestes entes. Do valor arrecadado do IR, 24,5 % vai

para o FPM e 21,5% vai para o FPE.

D) sobre Produtos Industrializados é de competência da União, que

reparte sua arrecadação apenas com os municípios, aos quais

cabem 25% do total arrecadado.

ERRADO, do valor arrecadado do IPI, 24,5 % vai para o FPM e

21,5% vai para o FPE. Além disso, 10% do IPI sobre as cotas de

exportação são destinados aos Estados e DF.

E) sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços é um imposto de

competência dos Estados e do Distrito Federal, que repassam 25% de

sua arrecadação aos municípios situados em sua jurisdição.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 27: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 27 de 88

3.3. Como se dá repartição dos fundos constitucionais: FPE e FPM?

Quanto à questão da redução das desigualdades regionais cabe

destacar os seguintes aspectos constantes na CF/1988:

(i) A redução das desigualdades sociais e regionais é um dos objetivos

fundamentais da República Federativa do Brasil, bem como um dos

princípios da ordem econômica;

(ii) Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em

um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu

desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais;

(iii) Os orçamentos Fiscal e de Investimento das estatais

compatibilizados com o PPA, terão entre suas funções a de reduzir

desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

Para atender a essas disparidades regionais, o Brasil adotou

programas de desenvolvimento regional para as áreas mais carentes do

País, por meio de instrumentos creditícios e tributários. São eles: (i) o

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste

(FNE) e do Centro-Oeste (FCO); (ii) os incentivos fiscais – Zona Franca de

Manaus, Amazônia Ocidental e Áreas de Livre Comércio; (iii) os Fundos

Fiscais de Investimentos Regionais: Fundo de Investimento da Amazônia

(FINAM), do Nordeste (FINOR) e Fundo de Recuperação Econômica do

Estado do Espírito Santo (FUNRES); (iv) o Fundo de Desenvolvimento da

Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE). Estes programas de

desenvolvimento regional são considerando quando do planejamento

orçamentário.

Page 28: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 28 de 88

Além dos fundos e incentivos que compõem o desenvolvimento

regional, o federalismo brasileiro contempla duas transferências

constitucionais do nível federal aos entes subnacionais: (i) para os

Estados (Fundo de Participação dos Estados - FPE); (ii) para os Municípios

(Fundo de Participação dos Municípios - FPM). Estas transferências são o

coração de seu sistema fiscal intergovernamental e ajudam na

disponibilização de recursos para as regiões menos desenvolvidas.

A CF/1988, sobre os critérios de rateio, estabelece que:

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo

único, I;

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o

art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos

previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio

socioeconômico entre Estados e entre Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo

das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157,

158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o

cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que

alude o inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação,

os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos

recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a

expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados

por Estado e por Município; os dos Estados, por Município.

Page 29: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 29 de 88

O Quadro 6 apresenta como era, foi e é feita a repartição dos

recursos do FPE, enquanto o Quadro 8 apresenta como é feita repartição

dos recursos do FPM.

Quadro 6: Critérios de Repartição do FPE

Período Critérios

1º de janeiro

1994 até 30 de

setembro de

2013

85% para as Unidades da Federação integrantes das regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste.

15% para as Unidades da Federação integrantes das regiões Sul e

Sudeste.

1º de outubro

2013 até 31 de

dezembro de

2015

Conforme coeficiente de rateio constante no Quadro 7.

A partir de 1º

de janeiro de

2016

Cada entidade beneficiária receberá valor igual ao que foi distribuído

no correspondente decêndio (período de dez dias) do exercício de

2015, corrigido pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços

ao Consumidor Amplo (IPCA) ou outro que vier a substituí-lo e pelo

percentual equivalente a 75% (setenta e cinco por cento) da variação

real do Produto Interno Bruto nacional do ano anterior ao ano

considerado para base de cálculo.

A parcela que superar o montante especificado anteriormente será

distribuída proporcionalmente a coeficientes individuais de

participação obtidos a partir da combinação de fatores representativos

da população e do inverso da renda domiciliar per capita da entidade

beneficiária: (i) o fator representativo da população corresponderá à

participação relativa da população da entidade beneficiária na

população do País, observados os limites superior e inferior de,

respectivamente, 0,07 (sete centésimos) e 0,012 (doze milésimos),

que incidirão uma única vez nos cálculos requeridos; (ii) b) o fator

representativo do inverso da renda domiciliar per

capita corresponderá à participação relativa do inverso da renda

domiciliar per capita da entidade beneficiária na soma dos inversos da

renda domiciliar per capita de todas as entidades.

Fonte: Lei Complementar 62, de 28/12/1989, alterada pela Lei Complementar 143, de

17/7/2013.

Page 30: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 30 de 88

Quadro 7: Percentuais individuais de distribuição do FPE entre 1º de outubro 2013 e 31

de dezembro de 2015

Fonte: Lei Complementar 62, de 28/12/1989, alterada pela Lei Complementar 143, de

17/7/2013.

Quadro 8: Critérios de Repartição do FPM

Período Critérios Percentuais Demais critérios

Desde 1º de

janeiro 1994

10% para as capitais

São empregados dois fatores: fator

população e fator renda per capta.

86,4% para os

municípios do interior

3,6% de reserva

Legenda: A partir de 1º de setembro de 2007 o valor do FPM subiu de 22,5% para

23,5% sobre o IR e IPI. Com a EC 84/2014 subiu de 23,5% para 24,5% sobre o IR e

IPI.

Fonte: Lei Complementar 62, de 28/12/1989, alterada pela Lei Complementar 143, de

17/7/2013.

Quanto aos 86,4% é utilizado o seguinte critério constante na Lei nº

5.172, de 25 de outubro de 1966 atualizada pela lei complementar 91 de

1997:

Page 31: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 31 de 88

§ 2º - A distribuição da parcela a que se refere o item II deste artigo,

deduzido o percentual referido no artigo 3º do Decreto-lei que

estabelece a redação deste parágrafo, far-se-á atribuindo-se a cada

Município um coeficiente individual de participação determinado na

forma seguinte: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.881, de

1981) (Vide Lei Complementar nº 91, de 1997)

Categoria do Município, segundo seu número de habitantes Coeficiente

a) Até 16.980

Pelos primeiros 10.188 0,6

Para cada 3.396, ou fração excedente, mais 0,2

b) Acima de 16.980 até 50.940

Pelos primeiros 16.980 1,0

Para cada 6.792 ou fração excedente, mais 0,2

c) Acima de 50.940 até 101,880

Pelos primeiros 50.940 2,0

Para cada 10.188 ou fração excedente, mais 0,2

d) Acima de 101.880 até 156.216

Pelos primeiros 101.880 3,0

Para cada 13.584 ou fração excedente, mais 0,2

e) Acima de 156.216 4,0

§ 3º Para os efeitos deste artigo, consideram-se os municípios

regularmente instalados, fazendo-se a revisão das quotas anualmente,

a partir de 1989, com base em dados oficiais de população produzidos

pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Page 32: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 32 de 88

Cabe destacar que a Lei Complementar 62 de 1989 define que o

seguinte sobre a aferição da população e cálculo das quotas:

Art. 3° Ficam mantidos os atuais critérios de distribuição dos recursos

do Fundo de Participação dos Municípios até que lei específica sobre

eles disponha, com base no resultado do Censo de 1991,

realizado pela Fundação IBGE.

Art. 5° O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das

quotas referentes aos Fundos de Participação e acompanhará,

junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas

que lhes dão origem.

Parágrafo único. No caso de criação e instalação de Município, o

Tribunal de Contas da União fará revisão dos coeficientes

individuais de participação dos demais Municípios do Estado a

que pertence, reduzindo proporcionalmente as parcelas que a

estes couberem, de modo a lhe assegurar recursos do Fundo de

Participação dos Municípios - FPM.

Page 33: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 33 de 88

5. (ESAF/MPOG/APO/2015) Assinale a opção incorreta a respeito dos

mecanismos constitucionais de repartição das receitas públicas.

a) Os órgãos que contam com receitas vinculadas tendem a executar, com

esses recursos, os gastos de menor importância na escala de prioridade do

governo, no sentido de alocação de recursos adicionais necessários para o

atendimento de despesas como pagamentos de pessoal e encargos sociais.

b) Os normativos que instituem a vinculação de receitas colaboram muitas

vezes para impor a realização de novas despesas de difícil compressão com a

frustração dessas receitas, ampliando assim o gasto não discricionário do

governo.

c) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM) estão estabelecidos na Constituição Federal, e

são originados com base em percentuais da arrecadação líquida do Imposto

sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR e do Imposto sobre

Produtos Industrializados - IPI, conforme as emendas constitucionais ou leis

complementares sobre o assunto.

d) A Constituição Federal e legislação vigente estabeleceu que o Tribunal de

Contas da União – TCU faz o cálculo e revisão das quotas relativas aos fundos

de participação e a comunicação ao Banco do Brasil, anualmente, após obter os

dados oficiais da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

e) O total dos recursos do FPE, com base nos percentuais do IR e do IPI, são

rateados observando a seguinte regra: 85% são entregues às unidades

estaduais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e 15% para os estados

das regiões Sul e Sudeste; e os recursos do FPM são distribuídos aos municípios

com base em coeficientes que variam de 0,6, para os municípios que têm maior

população, até 4,0, para os municípios que têm menor população.

COMENTÁRIO À QUESTÃO

Page 34: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 34 de 88

5. (ESAF/MPOG/APO/2015) Assinale a opção incorreta a respeito dos mecanismos

constitucionais de repartição das receitas públicas.

a) Os órgãos que contam com receitas vinculadas tendem a executar, com esses

recursos, os gastos de menor importância na escala de prioridade do governo, no

sentido de alocação de recursos adicionais necessários para o atendimento de

despesas como pagamentos de pessoal e encargos sociais.

CERTO. Concordo parcialmente, pois a lógica foi a de que o órgão que

possui recurso vinculado sabe que mesmo que não consiga gastar não

perderá o recurso. Isso pode levar a um relaxamento e falta de priorização.

b) Os normativos que instituem a vinculação de receitas colaboram muitas vezes

para impor a realização de novas despesas de difícil compressão com a frustração

dessas receitas, ampliando assim o gasto não discricionário do governo.

CERTO. Depende do tipo de vinculação. Se for a vinculação tipo teto de

gasto a questão está 100% certa. Se for a vinculação percentual o gasto

não discricionário acompanha o desempenho da arrecadação de

determinada da receita. Neste último caso, se arrecadação cair, a despesa

cai.

c) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM) estão estabelecidos na Constituição Federal, e

são originados com base em percentuais da arrecadação líquida do Imposto sobre a

Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR e do Imposto sobre Produtos

Industrializados - IPI, conforme as emendas constitucionais ou leis complementares

sobre o assunto.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) A Constituição Federal e legislação vigente estabeleceu que o Tribunal de Contas

da União – TCU faz o cálculo e revisão das quotas relativas aos fundos de

participação e a comunicação ao Banco do Brasil, anualmente, após obter os dados

oficiais da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) O total dos recursos do FPE, com base nos percentuais do IR e do IPI, são

rateados observando a seguinte regra: 85% são entregues às unidades

estaduais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e 15% para os

estados das regiões Sul e Sudeste; e os recursos do FPM são distribuídos aos

municípios com base em coeficientes que variam de 0,6, para os municípios que

têm maior população, até 4,0, para os municípios que têm menor

população.

ERRADO. Primeiro que esse critério do FPE não existe mais. Segundo que

os municípios que possuem maior população recebem 4,0 e os de menor

população começam com 0,6.

Page 35: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 35 de 88

3.4. Quais as atribuições das responsabilidades públicas por

gastos?

A descentralização das receitas públicas promovida pela

Constituição Federal de 1988 não foi acompanhada de uma

descentralização concomitante dos encargos públicos.

À União coube a tarefa constitucional de reduzir as enormes

disparidades regionais.

3.4.1 Despesas com Educação

A Constituição Federal de 1988 estabelece que:

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no

mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a

proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do

ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos

respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto

neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão

considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os

recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao

atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a

universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do

plano nacional de educação.

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde

previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de

contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a

contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma

da lei.

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do

salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos

matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.

Page 36: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 36 de 88

Observa-se inicialmente que todos os entes da Federação devem

alocar recursos para custear despesas com manutenção e

desenvolvimento do ensino. Além disso, a CF/1988 segrega as prioridades

de atuação de cada ente.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

organizarão em regime de colaboração seus sistemas de

ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos

Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e

exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e

supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades

educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante

assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios;

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino

fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no

ensino fundamental e médio.

Diante do exposto, à luz da CF/1988 pode-se segregar o ensino em:

infantil, fundamental, médio e superior. Dessas modalidades, tanto os

Estados quanto os Municípios devem priorizar o ensino fundamental.

A Figura 3 ilustra a repartição de recursos destinados à manutenção e

desenvolvimento do ensino.

Page 37: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 37 de 88

Figura 3: Recursos destinados ao ensino

Page 38: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 38 de 88

3.4.2 Despesas com Saúde

A Constituição Federal de 1988 estabelece nos Atos das Disposições

Constitucionais Transitórias que2:

Observa-se inicialmente que todos os entes da Federação devem

alocar recursos para custear despesas em ações e serviços públicos de

saúde. No caso das despesas com saúde, não há na legislação uma

segregação de atribuições, tal qual ocorre nas despesas com educação.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,

organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades

preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,

com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,

anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos

derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo

exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por

cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de

2015)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação

dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os

arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que

forem transferidas aos respectivos Municípios;

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da

arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de

que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

2 Em 2015 foi publicada emenda constitucional que fixou limite para União:

Page 39: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 39 de 88

A Lei complementar 141, de 13 de janeiro de 2012, estabelece que:

Art. 6º Os Estados e o Distrito Federal aplicarão,

anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no

mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos impostos

a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam o art.

157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159,

todos da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que forem

transferidas aos respectivos Municípios.

Art. 7º Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão

anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no

mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação dos

impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam

o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159,

todos da Constituição Federal.

A Figura 4 ilustra a repartição de recursos destinados às ações e

serviços de saúde.

Page 40: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 40 de 88

Figura 4: Recursos destinados à saúde

Mínimo de 15% da Receita Corrente Líquida

Page 41: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 41 de 88

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A seguir apresento os pontos fortes do modelo brasileiro:

1.A partilha de competências tributárias é um instrumento poderoso de

incentivo à cooperação.

2.A descentralização favorece uma maior integração social, através do

envolvimento dos cidadãos na determinação dos rumos da sociedade.

3. Os instrumentos estatais para atender à sociedade estão mais

próximos do indivíduo o que legitima o poder público.

4. A descentralização e a integração são os ingredientes necessários à

instituição de formas eficientes de controle da sociedade sobre as ações

do Estado.

Riscos do modelo Brasileiro

1.A descentralização de recursos aumenta as dificuldades de

coordenação de política fiscal, com riscos para o atingimento das metas

de equilíbrio macroeconômico.

2.A descentralização dos recursos e do poder para administrá-los afeta a

capacidade de o Estado atuar com a finalidade de evitar a concentração

regional de renda.

3. Podem ocorrer, desequilíbrios verticais da repartição, assim são

utilizadas as transferências intergovernamentais diretas constitucionais/

legais e as intergovernamentais voluntárias/autônomas.

4. Por meio das transferências constitucionais, o modelo brasileiro

confere alguma segurança de receita para os entes subnacionais, na

medida em que permite a participação destes sobre receitas nacionais.

5. O sistema de competências concorrentes e comuns agrava a questão

do desequilíbrio vertical.

Page 42: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 42 de 88

Existem dois tipos de desequilíbrio: horizontal e vertical.

O desequilíbrio horizontal ocorre entre os entes federados de

mesmo nível. Por exemplo: alguns estados (ou municípios)

apresentam escassez de recursos frente aos seus compromissos,

enquanto, para outros estados (ou municípios), ocorre o inverso.

O desequilíbrio vertical dá-se entre os diferentes níveis de

governo. Por exemplo: quando os estados (ou municípios) apresentam

falta de recursos frente a suas despesas, o governo central apresenta

excesso de recursos.

O Quadro 9 mostra as causas dos desequilíbrios.

Quadro 9: Causas dos desequilíbrios

Vertical Horizontal

Falta de uma clara definição das

responsabilidades sobre os gastos.

Competição tributária horizontal.

Maior concentração das receitas

tributárias no governo federal e da

descentralização das despesas entre os

demais níveis de governo

O poder de tributar sobre as mesmas

bases (consumo, renda e

patrimônio) concedido a diferentes

níveis de governo gera efeitos

adversos.

O Quadro 10 mostram os desafios relacionados ao federalismo na

década de 90 e os desafios atuais.

Page 43: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 43 de 88

Quadro 10: Desafios do federalismo fiscal

1990 a 2000 2000 a 2010

O cenário dominado pelo ajuste fiscal,

deixou em segundo plano:

1. A busca da eficiência do sistema

tributário/ perda de qualidade;

2. Reforma tributária paralisada /

medo, perda de receitas;

3.Lentidão na redução das

desigualdades regionais;

4.Insucesso das políticas de

desenvolvimento regional–limitada aos

financiamentos dos fundos

Constitucionais FNE FNO e FCO, sem

recursos para livre aplicação.

1. Ainda há concentração excessiva

das receitas e dos gastos na União;

2. Transferência de encargos para

estado e municípios sem receitas

correspondentes;

3. Redução da base das transferências

intergovernamentais.

4. Acirramento da guerra fiscal

5. Conflito vertical - disputa pela

receita do FPE - União para

aquecer a economia/ desoneração,

reduz impostos partilhados e

fortalece as contribuições sociais.

6. Estados e os municípios mobilizados

para conter a corrosão das

transferências da União.

Page 44: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 44 de 88

6. (VUNESP/2013/SEFAZ-SP/APO) A Constituição Federal de 1988, em

clara adoção dos princípios federativos e da teoria dos freios e

contrapesos preconizados por Montesquieu, houve por bem dotar os

entes políticos de capacidades legislativas diversas com o fito de alcançar

um verdadeiro "federalismo". Ocorre que há certas exceções a estes

princípios, notadamente quando mais de um ente "federado" pode

legislar sobre a mesma matéria. Assim, há possibilidade de mais de um

ente legislar sobre orçamento?

a) Sim, quando não houver quebra da autonomia superior de que goza o

Senado da República como órgão legislador revisor.

b) Não, pois isso fere o princípio da independência e harmonia dos

poderes estampados no Art. 2º da Constituição Federal.

c) Sim, desde que haja prévia concordância de todos os entes federados,

devidamente homologada pelo presidente da mesa diretora do Congresso

Nacional, nos termos do Art. 53 da Constituição Federal.

d) Sim, quando houver medida provisória que autorize.

e) Sim, trata-se de competência concorrente.

Page 45: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 45 de 88

7. (PUC-PR/2015/PGE-PR/Procurador) Com relação às receitas públicas,

assinale a alternativa CORRETA.

a) O federalismo brasileiro contempla as denominadas receitas

transferidas, que correspondem àquelas arrecadadas por determinado

ente da Federação, pela competência que lhe é atribuída, e

compartilhadas com os demais.

b) Em sentido amplo, as receitas públicas consistem em recursos

financeiros obtidos pelo Estado em cará- ter transitório e que

representem um aumento de seu patrimônio.

c) Quanto à sua periodicidade, as receitas públicas classificam-se como

extraordinárias, quando integram o fluxo de previsão normal, e

ordinárias, quando eventuais, não tendo previsibilidade com prazo ou

período que se repete.

d) Os tributos são receitas originárias, pois têm origem no patrimônio

alheio, numa relação de imposição entre Estado e particulares; as

receitas derivadas são aquelas obtidas a partir da exploração dos bens ou

recursos do próprio Estado, qualificando uma relação de coordenação

entre particulares e a Administração Pública.

e) A exemplo dos depósitos, cauções, fianças, indenizações,

empréstimos e empréstimo compulsório, as entradas provisórias são

receitas públicas correntes.

COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES

Page 46: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 46 de 88

6. (VUNESP/2013/SEFAZ-SP/APO) A Constituição Federal de 1988, em

clara adoção dos princípios federativos e da teoria dos freios e

contrapesos preconizados por Montesquieu, houve por bem dotar os

entes políticos de capacidades legislativas diversas com o fito de alcançar

um verdadeiro "federalismo". Ocorre que há certas exceções a estes

princípios, notadamente quando mais de um ente "federado" pode

legislar sobre a mesma matéria. Assim, há possibilidade de mais de um

ente legislar sobre orçamento?

a) Sim, quando não houver quebra da autonomia superior de que goza o

Senado da República como órgão legislador revisor.

b) Não, pois isso fere o princípio da independência e harmonia dos

poderes estampados no Art. 2º da Constituição Federal.

c) Sim, desde que haja prévia concordância de todos os entes federados,

devidamente homologada pelo presidente da mesa diretora do Congresso

Nacional, nos termos do Art. 53 da Constituição Federal.

d) Sim, quando houver medida provisória que autorize.

e) Sim, trata-se de competência concorrente.

Vimos isso na aula 00 do curso. Trata-se competência

concorrente. A União legisla sobre normas gerais e os Estados

sobre normas suplementares. Gabarito E.

Page 47: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 47 de 88

7. (PUC-PR/2015/PGE-PR/Procurador) Com relação às receitas públicas,

assinale a alternativa CORRETA.

a) O federalismo brasileiro contempla as denominadas receitas

transferidas, que correspondem àquelas arrecadadas por determinado

ente da Federação, pela competência que lhe é atribuída, e

compartilhadas com os demais.

CERTO. Esse termo “receitas transferidas” deve ser incorporado.

b) Em sentido amplo, as receitas públicas consistem em recursos

financeiros obtidos pelo Estado em caráter transitório e que

representem um aumento de seu patrimônio.

ERRADO. Receita pública possui caráter permanente e aumentam

a disponibilidade financeira. Transitório seria a propriedade da

receita extraorçamentária.

c) Quanto à sua periodicidade, as receitas públicas classificam-se como

extraordinárias, quando integram o fluxo de previsão normal, e

ordinárias, quando eventuais, não tendo previsibilidade com prazo ou

período que se repete.

ERRADO, ele inverteu os conceitos.

d) Os tributos são receitas originárias, pois têm origem no patrimônio

alheio, numa relação de imposição entre Estado e particulares; as

receitas derivadas são aquelas obtidas a partir da exploração dos bens

ou recursos do próprio Estado, qualificando uma relação de coordenação

entre particulares e a Administração Pública.

ERRADO, ele inverteu os conceitos.

e) A exemplo dos depósitos, cauções, fianças, indenizações,

empréstimos e empréstimo compulsório, as entradas provisórias são

receitas públicas correntes.

ERRADO, depósitos, cauções, fianças são receitas

extraorçamentárias. Indenizações são receitas correntes.

Empréstimos e empréstimo compulsório são receitas de capital.

Page 48: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 48 de 88

5. LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

BATERIA Cespe

(Cespe/ IPEA/ 2008) Relativamente à forma de federalismo fiscal

brasileiro, julgue os itens que se seguem, no que concerne às

competências e atribuições das três esferas de governo (federal, estadual,

incluindo o Distrito Federal, e municipal).

1. Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pelos

estados com autorização federal e desde que destinados a calamidades

públicas.

2. Os entes das três esferas de governo têm a competência para instituir

impostos, taxas e contribuições sociais, além de outros tributos, nos

limites estabelecidos na Constituição Federal (CF).

3. As funções de governo incluem a judiciária que, na sistemática

brasileira, é exercida por todas as esferas de governo.

4. (Cespe/ SECONT-ES/ 2009/Auditor) Uma característica básica das

federações contemporâneas é a concentração da receita tributária nos

governos subnacionais, enquanto os encargos se concentram no governo

federal. Isso ocorre por razões técnicas ligadas à eficiência da tributação e

da provisão de serviços.

5. (Cespe/TRE-RJ/2013/Analista) O federalismo fiscal constitui uma

política contrária à centralização financeira e orçamentária.

Page 49: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 49 de 88

6. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) Compete a cada

estado a definição de normas gerais para os impostos de competência

municipal, como o IPTU e o ISS, de modo que tais normas devem ser

seguidas pelos respectivos municípios, os quais têm competência

legislativa acessória. No que tange a esse aspecto, inexiste norma federal

unificadora.

7. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) A mobilidade da base

do imposto de renda da pessoa física pode ser considerada uma das

principais razões para que tal imposto seja de competência federal, sendo

parte de sua arrecadação transferida para estados e municípios por meio

dos fundos de participação.

8. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) A legislação

concernente à divisão dos recursos entre os entes federados no Brasil

possui mais de uma década de existência, sendo hoje considerada

consensual entre os afetados. De acordo com essa legislação, os recursos

devem ser divididos com base em critérios distributivos e têm como

objetivo o combate às desigualdades regionais.

Page 50: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 50 de 88

BATERIA ESAF

1. (ESAF/2001/SFC) No que diz respeito ao federalismo fiscal, não se

pode afirmar que

a) constitui uma técnica administrativa que possibilita o exercício do

poder em territórios de grande amplitude.

b) baseia-se no estabelecimento de governos de âmbitos regional e

municipal.

c) pressupõe a livre negociação entre as partes, com objetivo de garantir

certo grau de autonomia e delinear a divisão das funções a serem

cumpridas pelos diversos níveis administrativos.

d) impede de a nação acomodar um amplo leque de preferências

individuais.

e) é um método de organização administrativa nacional.

2. (ESAF/2001/MPOG) No contexto do federalismo fiscal, o exame da

adequação entre atribuições e recursos dá ênfase à função alocativa. As

competências alocativas legais classificam-se em:

a)exclusivas, concorrentes e descentralizadas

b) exclusivas, concorrentes e supletivas

c) exclusivas, descentralizadas e supletivas

d) concorrentes, descentralizadas e supletivas

e) concorrentes, descentralizadas e divergentes

Page 51: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 51 de 88

3. (ESAF/2001/SEFAZ-PI) Com relação ao federalismo fiscal, escolha a

opção correta.

A)As decisões sobre o aumento de despesas ou sobre distribuição setorial

dos gastos são tomadas no mesmo nível das decisões relativas às

medidas a serem utilizadas.

B)Não existem problemas relativos à falta de coordenação entre os

elementos que formulam a política fiscal e os encarregados de tomar as

decisões necessárias à sua implementação.

C)Grande parte dos recursos a serem aplicados, assim como dos poderes

para a obtenção de recursos necessários, está sob o controle direto do

poder central.

D) Existem níveis alternativos de governo, através dos quais os serviços

públicos são ofertados e esses serviços fixam-se em cortes central,

regional e local.

E) O sistema federal de governo não permite à nação acomodar uma

ampla abertura de preferências individuais.

4. (ESAF/2002/MPOG/APO) A Constituição de 1988 inaugurou nova etapa

do federalismo fiscal brasileiro. De acordo com as suas atuais

características e peculiaridades, identifique a opção não pertinente.

a) Enormes disparidades regionais.

b) Forte tradição municipalista.

c) Centralização tributária.

d) Ampliação das transferências intergovernamentais.

e) Redução parcial da competência tributária federal.

Page 52: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 52 de 88

5. (ESAF/2003/MPOG) Uma das preocupações importantes no desenho de

sistemas tributários em regimes federativos é assegurar o necessário

equilíbrio entre a repartição de competências impositivas e autonomia dos

entes federados. Aponte a opção falsa no tocante ao federalismo fiscal.

A) A federação reforça a descentralização e a descentralização amplia os

espaços da democracia.

B) O governo central deve procurar equalizar ou amenizar as

desigualdades fiscais entre as jurisdições, por meio de transferências

intragovernamentais.

C) A descentralização dos recursos e do poder para administrá-los afeta a

capacidade de o Estado atuar com a finalidade de evitar a concentração

regional de renda.

D) A partilha de competências tributárias é um instrumento poderoso de

incentivo à cooperação.

E) A descentralização de recursos aumenta as dificuldades de

coordenação de política fiscal, com riscos para o atingimento das metas

de equilíbrio macroeconômico.

Page 53: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 53 de 88

6. (ESAF/2004/CGU) Nos últimos anos, tem-se assistido a frequentes

manifestações sobre a necessidade de um novo pacto federativo, que

elimine a tensão que volta e meia se manifesta sob a forma de conflito

nas relações intergovernamentais. Escolha a opção incorreta relacionada

à globalização, regionalismo e federação.

a) Em um novo pacto federativo, a autonomia deverá estar mais

associada à flexibilidade no uso e à estabilidade dos recursos financeiros

do que a liberdade para tributar.

b) A harmonização da política tributária não afeta a autonomia dos entes

federados, centrada na repartição das competências impositivas e no

mecanismo de repartição de receitas constitucionalmente definidos.

c) O período 1988-1998 sofreu influência de uma instável conjuntura

econômica que afetou fortemente o campo fiscal e acabou por reverter

parte significativa dos avanços alcançados no rumo da descentralização.

d) A manutenção do federalismo requer a existência de instituições

independentes em cada um dos níveis de governo.

e) Quando as desigualdades regionais são grandes, o equilíbrio entre

repartição de competências e a autonomia federativa depende de um

eficiente sistema de transferências compensatórias.

Page 54: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 54 de 88

7. (ESAF/2005/MPOG) Com relação ao Federalismo Fiscal não é correto

afirmar que :

a) um modelo ideal de responsabilidade fiscal entre diferentes níveis de

governo atribuiria aos governos estaduais e municipais atividades

alocativas, enquanto atividades distributivas, bem como atividades

alocativas de caráter nacional seriam executadas pelo governo federal.

B) a estabilidade e equilíbrio financeiros são condições necessárias mas

não suficientes para que o propósito de eficiência na gestão dos recursos

por meio da descentralização seja de fato alcançado.

C) a descentralização e a integração são os ingredientes necessários à

instituição de formas eficientes de controle da sociedade sobre as ações

do Estado.

D) a descentralização favorece uma maior integração social, através do

envolvimento dos cidadãos na determinação dos rumos da sociedade.

E) as decisões sobre um aumento de despesas ou sobre a distribuição

setorial dos gastos governamentais são tomadas no mesmo nível das

decisões relativas às medidas a serem utilizadas em um país onde a

organização é federativa.

Page 55: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 55 de 88

8. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Em um sistema federal, existem níveis

alternativos de governo, por meio dos quais os serviços públicos são

ofertados. Com relação ao Federalismo Fiscal no Brasil, não se pode

afirmar que:

a) a descentralização fiscal atingiu o auge na metade dos anos 90 e foram

plenamente sentidos os efeitos das mudanças introduzidas pela

Constituição de 1988.

b) enquanto a Constituição de 1988 apontava para uma maior

descentralização e autonomia subnacional, o esforço anti-inflacionário

exigiu duras restrições orçamentárias que colidiram com a autonomia dos

entes federados.

c) a deterioração das condições econômicas após a abertura do mercado

brasileiro à competição externa não permitiu aos estados e municípios

que exercessem plenamente a autonomia supostamente concedida pela

descentralização política e fiscal.

d) uma das críticas mais comuns à Constituição de 1988 é a de que ela

não só promoveu uma forte descentralização fiscal de recursos, como

também promoveu equitativamente a distribuição dos mesmos entre os

estados e municípios.

e) o processo de descentralização fiscal no Brasil, iniciado nos anos 1980

e aprofundado pela Constituição de 1988, teve basicamente uma

motivação política.

Page 56: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 56 de 88

9. (ESAF/2008/MPOG/APO) Em organizações federativas, o sistema

tributário é o elemento central na estruturação das relações financeiras

entre níveis de governo. Com relação ao Federalismo Fiscal no Brasil, não

se pode afirmar que:

a) a Constituição Federal brasileira de 1988 provocou graves

desequilíbrios no federalismo fiscal, especialmente porque não

dimensionou bem as atribuições de cada ente federado e suas respectivas

fontes de receitas.

b) na concepção do federalismo fiscal de 1988, não foi considerado o

cenário de abertura e de competitividade econômica internacional nem os

processos de integração econômica internacional.

c) o equilíbrio federativo e a descentralização fiscal são importantes para

que o Brasil se insira num contexto de integração econômica internacional

com uma harmonização jurídico-tributária e com a remoção de tributos

que inviabilizem a competição e impeçam uma integração econômica

bem-sucedida.

d) durante o período de 1970/1988, a fragilidade financeira dos estados

e municípios impossibilitou a maior atribuição de funções de caráter

regional e local a esses níveis de governo.

e) em termos verticais, os principais privilegiados pelo processo de

descentralização brasileiro, principalmente após a Constituição de 1988,

foram os estados, que praticamente dobraram sua participação no total

da receita tributária disponível.

Page 57: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 57 de 88

10. (ESAF/2008/STN) Em relação ao federalismo fiscal brasileiro, é

correto afirmar que:

A) Brasil possui um sistema federativo considerado aberto já que a

Constituição deixa livre as bases tributárias sobre as quais incidirão os

impostos dos entes subnacionais do país.

B) as transferências de recursos entre os entes da federação (União,

estados e municípios) só pode ocorrer da União para os estados e destes

para os municípios.

C) a legislação nacional faculta o direito de estabelecer operações de

crédito entre os diferentes entes da federação.

D) os municípios brasileiros possuem bases tributárias importantes mas a

administração destes tributos deve ser executada pelos níveis estaduais

e/ou federal, mesmo que o fruto da arrecadação pertença aos municípios.

E) o federalismo brasileiro é em parte constituído por transferências

intergovernamentais estabelecidas na Constituição, conferindo alguma

segurança de receita para os entes subnacionais, porém não estão

impedidas transferências autônomas por parte do Governo Federal.

Page 58: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 58 de 88

11. (ESAF/MPOG/APO/2015) Assinale a opção incorreta a respeito dos

mecanismos constitucionais de repartição das receitas públicas.

a) Os órgãos que contam com receitas vinculadas tendem a executar,

com esses recursos, os gastos de menor importância na escala de

prioridade do governo, no sentido de alocação de recursos adicionais

necessários para o atendimento de despesas como pagamentos de

pessoal e encargos sociais.

b) Os normativos que instituem a vinculação de receitas colaboram

muitas vezes para impor a realização de novas despesas de difícil

compressão com a frustração dessas receitas, ampliando assim o gasto

não discricionário do governo.

c) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e o

Fundo de Participação dos Municípios (FPM) estão estabelecidos na

Constituição Federal, e são originados com base em percentuais da

arrecadação líquida do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer

Natureza - IR e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI,

conforme as emendas constitucionais ou leis complementares sobre o

assunto.

d) A Constituição Federal e legislação vigente estabeleceu que o Tribunal

de Contas da União – TCU faz o cálculo e revisão das quotas relativas aos

fundos de participação e a comunicação ao Banco do Brasil, anualmente,

após obter os dados oficiais da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística - IBGE.

e) O total dos recursos do FPE, com base nos percentuais do IR e do IPI,

são rateados observando a seguinte regra: 85% são entregues às

unidades estaduais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e 15%

para os estados das regiões Sul e Sudeste; e os recursos do FPM são

distribuídos aos municípios com base em coeficientes que variam de 0,6,

para os municípios que têm maior população, até 4,0, para os municípios

que têm menor população.

Page 59: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 59 de 88

12. (ESAF/MPOG/APO/2015) Em regimes federativos cabe à União

envidar esforços para reduzir as disparidades regionais de

desenvolvimento. São instrumentos fiscais para desempenhar esse papel

todas opções abaixo, exceto:

a) Fundo Constitucional do Norte (FNO).

b) Fundo de Participação dos Estados (FPE).

c) Fundo Constitucional do Nordeste (FNE).

d) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

e) Fundo Constitucional dos Municípios (FPM).

13. (ESAF/MPOG/APO/2015) Identifique a opção incorreta sob o ponto de

vista do Federalismo Fiscal e Transferências Intergovernamentais.

a) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que os municípios fossem

reconhecidos como membros da federação, em pé de igualdade com os

Estados no que diz respeito a direitos e deveres ditados pelo regime

federativo.

b) A Reforma Tributária de 1967, promovida pelo Regime Militar,

promoveu uma concentração das competências tributárias na União, bem

como o mecanismo de transferências intergovernamentais de receitas, em

benefício, principalmente, dos Estados e municípios mais desenvolvidos.

c) A solução do conflito regional pela via do aumento das transferências

intergovernamentais reverteu o desequilíbrio vertical na repartição da

receita tributária nacional, às custas da esfera federal, mas ampliou em

muito os já graves desequilíbrios horizontais, em decorrência das

dificuldades encontradas para modificar as regras de partilha dessas

transferências.

d) Após 1988, ao mesmo tempo que os Estados e Municípios

beneficiaram-se da descentralização tributária, tiveram que enfrentar

incremento dos gastos de consumo e de pessoal, evidenciando os vícios

da descentralização como o empreguismo e clientelismo.

e) Com a Constituição de 1988, o enorme incremento das transferências

federais e estaduais para os municípios permitiu que fosse aumentado os

seus esforços próprios de arrecadação.

Page 60: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 60 de 88

14. (ESAF/ANAC/Analisa/2016) Com relação ao Federalismo Fiscal,

assinale a opção incorreta.

a) Na distribuição legal de competência exclusiva ou privativa, o poder é

conferido a uma esfera de governo, ficando este automaticamente vedado

às demais esferas de governo.

b) A função alocativa do setor público está diretamente associada à

questão da descentralização.

c) Quanto maior for a área do território nacional, menores tendem a ser

os ganhos de eficiência com a descentralização.

d) Do ponto de vista econômico financeiro, a manutenção do equilíbrio

federativo depende da capacidade de os governos subnacionais contarem

com recursos suficientes para garantir o atendimento de preferências e a

preservação das identidades regionais.

e) Na distribuição de recursos, competência concorrente é aquela

exercida, simultaneamente, pelas diferentes esferas de governo.

15. (ESAF/ANAC/Analisa/2016) Assinale o tributo cuja receita não é

submetida a nenhuma repartição constitucional.

a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a

títulos ou valores mobiliários incidentes sobre o ouro definido em lei como

ativo financeiro ou instrumento cambial.

b) Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros.

c) Imposto sobre a propriedade territorial rural.

d) Imposto sobre as operações relativas à circulação de mercadorias,

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

e) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

Page 61: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 61 de 88

BATERIA FCC

1. (FCC/2004/SAD/EPP-Orçamento) Considerando a União, os Estados e

os Municípios como componentes do federalismo e a necessidade de

serem estabelecidas

I. as competências tributárias;

II. a repartição das receitas tributárias;

III. a atribuição das responsabilidades públicas por gastos.

Pode-se afirmar que o maior problema enfrentado no Brasil é o

a) indicado no inciso I.

b) indicado no inciso II.

c) indicado no inciso III.

d) indicado no inciso I e II.

e) da compatibilização entre os incisos I e II com o inciso III.

Page 62: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 62 de 88

2. (FCC/TCE-CE/2008) Considere as assertivas abaixo, relativas aos

problemas suscitados pelo federalismo fiscal em nosso país.

I. Para se adequar à prática fiscal existente, na maioria dos países, de

desonerar tributariamente todas as exportações, a União teve que

conceder uma fatia adicional da arrecadação do Imposto sobre a Renda

(IR) que é distribuída aos Estados, para que esses isentassem a

incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre os

produtos primários exportados.

II. A dificuldade de implantar uma reforma fiscal e tributária em nosso

País consiste justamente em conciliar os interesses divergentes entre os

poderes tributantes e os contribuintes, bem como em medir as alterações

de arrecadação que essa reforma acarretaria.

III. A partir da Constituição Federal de 1988, a União tem concentrado

esforços em ampliar a base de cálculo e as alíquotas das contribuições

sociais e das contribuições sobre o domínio econômico, uma vez que

estas não são redistribuídas aos Estados e Municípios.

IV. A chamada “guerra fiscal” existente entre os Estados deriva do fato de

seu principal tributo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS), ser cobrado no estado de destino do bem, em vez de no

estado produtor.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

Page 63: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 63 de 88

3.(FCC/2009/TJ-PA) Em relação aos problemas suscitados nas duas

últimas décadas no âmbito do federalismo fiscal brasileiro, analise as

afirmativas abaixo.

I. Os municípios contam com um amplo mecanismo de transferências

constitucionais tanto do Estado quanto da União, participando da

arrecadação do Imposto de Renda, do Imposto sobre Produtos

Industrializados, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias, entre

outros.

II. À União coube a tarefa constitucional de reduzir as enormes

disparidades regionais, tarefa que é cumprida por meio da isenção ou

redução de tributos ou ainda de um maior volume de transferências para

as regiões mais carentes.

III. Na Assembleia Constituinte de 1988, houve uma tendência bastante

clara de reduzir a concentração tributária nas mãos da União, que tinha

se agravado no período ditatorial com a Constituição de 1967.

IV. A descentralização das receitas públicas promovida pela Constituição

Federal de 1988 foi acompanhada de uma descentralização concomitante

dos encargos públicos.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) I e III.

d) II e IV.

e) I e II.

Page 64: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 64 de 88

4. (FCC/2010/TCM-CE) No modelo de federalismo fiscal adotado no Brasil,

o principal mecanismo para correção dos desequilíbrios verticais

a) é o Imposto Territorial Rural.

b) é o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

c) são as transferências indiretas.

d) são os royalties sobre minérios e petróleo.

e) são as transferências diretas.

5. (FCC/2014/SEFAZ-PE) Atenção: A questão refere-se a Finanças

Públicas. No Federalismo Fiscal brasileiro,

a) a estratégia da União de aumento de sua arrecadação por meio da

elevação de alíquotas e ampliação das bases de cálculo das contribuições

sociais foi benéfica na geração de recursos para Estados e Municípios,

tendo em vista que sua vigência requer a observância apenas da

noventena constitucional e não do princípio da anualidade.

b) aos Estados compete aplicar até 25% de sua arrecadação de impostos

no financiamento da educação, atuando prioritariamente no ensino

superior, fundamental e na educação infantil, e de forma suplementar no

ensino profissionalizante, que é prioridade dos Municípios.

c) a transferência de recursos fiscais de regiões mais desenvolvidas para

regiões menos desenvolvidas tem por um de seus objetivos permitir o

custeio de serviços públicos pelas últimas, sem que essas tenham que

impor maior ônus tributário a sua população.

d) os Fundos de Participação dos Municípios - FPM são exemplos de

transferências incondicionais devolutivas que têm por finalidade a

redistribuição regional de recursos, arrecadados dentro de uma mesma

unidade da federação, além de promover a redução do hiato fiscal.

e) às unidades da federação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,

a União entrega mais de um quarto de sua arrecadação por intermédio do

Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE e de suas

instituições financeiras de caráter regional, estando estes recursos

vinculados à promoção do desenvolvimento do setor produtivo.

Page 65: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 65 de 88

6. (FCC/2015/TCE-CE) Sobre o Federalismo Fiscal, é correto afirmar:

a) Tal forma de organização fiscal não guarda qualquer relação, dentre

outros fatores, com a extensão territorial e a heterogeneidade regional de

um país.

b) O Federalismo Fiscal diz respeito à gestão federal da arrecadação

tributária, já que esse nível de governo concentra toda a coleta no âmbito

nacional.

c) No caso brasileiro, instituiu-se, desde a Constituição de 1988, um

desequilíbrio a partir de uma concentração da arrecadação nos níveis

estadual e municipal e um acúmulo de responsabilidades no plano federal.

d) Os problemas de política monetária devem ser cuidadosamente

considerados, particularmente no Brasil, para evitar perdas fiscais para os

governos municipais.

e) Há uma persistente tensão entre as definições de política fiscal

tomadas no plano federal e as demandas locais que afetam as

autoridades estaduais e municipais, como no caso da distribuição dos

royalties do petróleo a ser extraído do Pré-Sal.

Page 66: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 66 de 88

BATERIA FGV

Sem questões disponíveis.

Page 67: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 67 de 88

6. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

BATERIA Cespe

(Cespe/ IPEA/ 2008) Relativamente à forma de federalismo fiscal

brasileiro, julgue os itens que se seguem, no que concerne às

competências e atribuições das três esferas de governo (federal, estadual,

incluindo o Distrito Federal, e municipal).

1. Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pelos

estados com autorização federal e desde que destinados a

calamidades públicas.

ERRADO, empréstimos compulsórios somente podem ser

instituídos pela União. Além disso, possuem duas finalidades: para

atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade

pública, de guerra externa ou sua iminência; no caso de

investimento público de caráter urgente e de relevante interesse

nacional.

2. Os entes das três esferas de governo têm a competência para instituir

impostos, taxas e contribuições sociais, além de outros tributos, nos

limites estabelecidos na Constituição Federal (CF).

CERTO, sem comentários adicionais.

3. As funções de governo incluem a judiciária que, na sistemática

brasileira, é exercida por todas as esferas de governo.

ERRADO, não existe judiciário no âmbito municipal.

Page 68: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 68 de 88

4. (Cespe/ SECONT-ES/ 2009/Auditor) Uma característica básica das

federações contemporâneas é a concentração da receita tributária nos

governos subnacionais, enquanto os encargos se concentram no

governo federal. Isso ocorre por razões técnicas ligadas à eficiência da

tributação e da provisão de serviços.

ERRADO, o problema do Brasil de repete em outros países. O

governo central concentra receita tributária e os encargos nos

governos subnacionais. A diferença é como os países lidam com

os desequilíbrios.

5. (Cespe/TRE-RJ/2013/Analista) O federalismo fiscal constitui uma

política contrária à centralização financeira e orçamentária.

CERTO. O teorema a descentralização de OATES afirma que é

preferível a atribuição de encargos em níveis inferiores de

governo que têm condições de melhor adaptação às preferências

dos usuários.

6. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) Compete a cada

estado a definição de normas gerais para os impostos de competência

municipal, como o IPTU e o ISS, de modo que tais normas devem ser

seguidas pelos respectivos municípios, os quais têm competência

legislativa acessória. No que tange a esse aspecto, inexiste norma

federal unificadora.

ERRADO. As normas gerais de impostos competem a União. Por

exemplo: Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 atualizada pela

lei complementar 91 de 1997 institui o sistema tributário nacional

e trata destes impostos.

Page 69: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 69 de 88

7. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) A mobilidade da base

do imposto de renda da pessoa física pode ser considerada uma das

principais razões para que tal imposto seja de competência federal, sendo

parte de sua arrecadação transferida para estados e municípios por meio

dos fundos de participação.

CERTO, neste caso evita-se o efeito deslocamento. Ou seja, se

evita que os contribuintes se desloquem para onde a alíquota for

maior.

8. (Cespe/ Câmara dos Deputados/ 2014/Consultor) A legislação

concernente à divisão dos recursos entre os entes federados no Brasil

possui mais de uma década de existência, sendo hoje considerada

consensual entre os afetados. De acordo com essa legislação, os

recursos devem ser divididos com base em critérios distributivos e

têm como objetivo o combate às desigualdades regionais.

ERRADO. Não há consenso tanto é que já houve mudanças desde

1988. Além disso, o critério privilegiado é o populacional.

Page 70: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 70 de 88

BATERIA ESAF

1. (ESAF/2001/SFC) No que diz respeito ao federalismo fiscal, não se

pode afirmar que

a) constitui uma técnica administrativa que possibilita o exercício do

poder em territórios de grande amplitude.

CERTO, sem comentários adicionais.

b) baseia-se no estabelecimento de governos de âmbitos regional e

municipal.

CERTO, sem comentários adicionais.

c) pressupõe a livre negociação entre as partes, com objetivo de garantir

certo grau de autonomia e delinear a divisão das funções a serem

cumpridas pelos diversos níveis administrativos.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) impede de a nação acomodar um amplo leque de preferências

individuais.

ERRADO, permite na medida em que o Estado fica mais próximo

do cidadão.

e) é um método de organização administrativa nacional.

CERTO, sem comentários adicionais.

2. (ESAF/2001/MPOG) No contexto do federalismo fiscal, o exame da

adequação entre atribuições e recursos dá ênfase à função alocativa. As

competências alocativas legais classificam-se em:

a) exclusivas, concorrentes e descentralizadas

b) exclusivas, concorrentes e supletivas

c) exclusivas, descentralizadas e supletivas

d) concorrentes, descentralizadas e supletivas

e) concorrentes, descentralizadas e divergentes

Questão conceitual e pouco usual. Temos que absorver esse

entendimento. Gabarito B.

Page 71: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 71 de 88

3. (ESAF/2001/SEFAZ-PI) Com relação ao federalismo fiscal, escolha a

opção correta.

A)As decisões sobre o aumento de despesas ou sobre distribuição setorial

dos gastos são tomadas no mesmo nível das decisões relativas às

medidas a serem utilizadas.

ERRADO, existem níveis distintos. O aumento de despesas por

vezes é definido pelo governo central, e boa parte das medidas

fica a cargo do governo local.

B)Não existem problemas relativos à falta de coordenação entre os

elementos que formulam a política fiscal e os encarregados de tomar as

decisões necessárias à sua implementação.

ERRADO, existem tais problemas. Por exemplo no Brasil, os

mesmos níveis: estados e municípios são responsáveis pelas

mesmas obrigações no ensino fundamental.

C)Grande parte dos recursos a serem aplicados, assim como dos poderes

para a obtenção de recursos necessários, está sob o controle direto do

poder central.

ERRADO, atualmente o somatório dos recursos dos governos

estaduais e municipais foram elevados após a CF/1988.

D) Existem níveis alternativos de governo, através dos quais os serviços

públicos são ofertados e esses serviços fixam-se em cortes central,

regional e local.

CERTO, sem comentários adicionais.

E) O sistema federal de governo não permite à nação acomodar uma

ampla abertura de preferências individuais.

ERRADO, permite na medida em que o Estado fica mais próximo

do cidadão.

Page 72: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 72 de 88

4. (ESAF/2002/MPOG/APO) A Constituição de 1988 inaugurou nova etapa do

federalismo fiscal brasileiro. De acordo com as suas atuais características e

peculiaridades, identifique a opção não pertinente.

a) Enormes disparidades regionais.

b) Forte tradição municipalista.

c) Centralização tributária.

d) Ampliação das transferências intergovernamentais.

e) Redução parcial da competência tributária federal.

Em 1988 houve uma descentralização tributária. Por exemplo, os fundos

constitucionais saíram de 20% do IR e IPI para 44%. Gabarito C.

5. (ESAF/2003/MPOG) Uma das preocupações importantes no desenho de

sistemas tributários em regimes federativos é assegurar o necessário equilíbrio

entre a repartição de competências impositivas e autonomia dos entes

federados. Aponte a opção falsa no tocante ao federalismo fiscal.

A) A federação reforça a descentralização e a descentralização amplia os espaços

da democracia.

CERTO, sem comentários adicionais.

B) O governo central deve procurar equalizar ou amenizar as desigualdades

fiscais entre as jurisdições, por meio de transferências intragovernamentais.

ERRADO, transferência intergovenamentais é que corrigem desequilibro

verticais.

C) A descentralização dos recursos e do poder para administrá-los afeta a

capacidade de o Estado atuar com a finalidade de evitar a concentração regional

de renda.

CERTO, sem comentários adicionais.

D) A partilha de competências tributárias é um instrumento poderoso de

incentivo à cooperação.

CERTO, sem comentários adicionais.

E) A descentralização de recursos aumenta as dificuldades de coordenação de

política fiscal, com riscos para o atingimento das metas de equilíbrio

macroeconômico.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 73: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 73 de 88

6. (ESAF/2004/CGU) Nos últimos anos, tem-se assistido a frequentes

manifestações sobre a necessidade de um novo pacto federativo, que

elimine a tensão que volta e meia se manifesta sob a forma de conflito

nas relações intergovernamentais. Escolha a opção incorreta relacionada

à globalização, regionalismo e federação.

a) Em um novo pacto federativo, a autonomia deverá estar mais

associada à flexibilidade no uso e à estabilidade dos recursos financeiros

do que a liberdade para tributar.

CERTO, sem comentários adicionais.

b) A harmonização da política tributária não afeta a autonomia dos

entes federados, centrada na repartição das competências impositivas e

no mecanismo de repartição de receitas constitucionalmente definidos.

ERRADO, na medida em que se busca unificar alíquotas para

reduzir desequilibro horizontais a fim de harmonizar, há uma

relativa perda de autonomia dos entes.

c) O período 1988-1998 sofreu influência de uma instável conjuntura

econômica que afetou fortemente o campo fiscal e acabou por reverter

parte significativa dos avanços alcançados no rumo da descentralização.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) A manutenção do federalismo requer a existência de instituições

independentes em cada um dos níveis de governo.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) Quando as desigualdades regionais são grandes, o equilíbrio entre

repartição de competências e a autonomia federativa depende de um

eficiente sistema de transferências compensatórias.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 74: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 74 de 88

7. (ESAF/2005/MPOG) Com relação ao Federalismo Fiscal não é correto

afirmar que:

a) um modelo ideal de responsabilidade fiscal entre diferentes níveis de

governo atribuiria aos governos estaduais e municipais atividades

alocativas, enquanto atividades distributivas, bem como atividades

alocativas de caráter nacional seriam executadas pelo governo federal.

CERTO, sem comentários adicionais.

B) a estabilidade e equilíbrio financeiros são condições necessárias mas

não suficientes para que o propósito de eficiência na gestão dos recursos

por meio da descentralização seja de fato alcançado.

CERTO, sem comentários adicionais.

C) a descentralização e a integração são os ingredientes necessários à

instituição de formas eficientes de controle da sociedade sobre as ações

do Estado.

CERTO, sem comentários adicionais.

D) a descentralização favorece uma maior integração social, através do

envolvimento dos cidadãos na determinação dos rumos da sociedade.

CERTO, sem comentários adicionais.

E) as decisões sobre um aumento de despesas ou sobre a distribuição

setorial dos gastos governamentais são tomadas no mesmo nível das

decisões relativas às medidas a serem utilizadas em um país onde

a organização é federativa.

ERRADO, existem níveis distintos. O aumento de despesas por

vezes é definido pelo governo central, e boa parte das medidas

fica a cargo do governo local.

Page 75: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 75 de 88

8. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Em um sistema federal, existem níveis

alternativos de governo, por meio dos quais os serviços públicos são

ofertados. Com relação ao Federalismo Fiscal no Brasil, não se pode afirmar

que:

a) a descentralização fiscal atingiu o auge na metade dos anos 90 e foram

plenamente sentidos os efeitos das mudanças introduzidas pela Constituição

de 1988.

CERTO. Em 1988 houve uma descentralização tributária. Por

exemplo, os fundos constitucionais saíram de 20% do IR e IPI para

44%. Gabarito C.

b) enquanto a Constituição de 1988 apontava para uma maior

descentralização e autonomia subnacional, o esforço anti-inflacionário exigiu

duras restrições orçamentárias que colidiram com a autonomia dos entes

federados.

CERTO, a crise fiscal afetou a autonomia dos entes subnacionais.

c) a deterioração das condições econômicas após a abertura do mercado

brasileiro à competição externa não permitiu aos estados e municípios que

exercessem plenamente a autonomia supostamente concedida pela

descentralização política e fiscal.

CERTO, a crise fiscal afetou a autonomia dos entes subnacionais.

d) uma das críticas mais comuns à Constituição de 1988 é a de que ela não

só promoveu uma forte descentralização fiscal de recursos, como

também promoveu equitativamente a distribuição dos mesmos entre

os estados e municípios.

ERRADO, uma das críticas mais comuns à Constituição de 1988 é a de

que ela promoveu uma forte descentralização fiscal de recursos, sem

a devida distribuição de responsabilidade aos entes subnacionais.

Outro ponto, no início apenas 15% do FPE eram para as regiões Sul e

Sudeste.

e) o processo de descentralização fiscal no Brasil, iniciado nos anos 1980 e

aprofundado pela Constituição de 1988, teve basicamente uma motivação

política.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 76: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 76 de 88

9. (ESAF/2008/MPOG/APO) Em organizações federativas, o sistema

tributário é o elemento central na estruturação das relações financeiras

entre níveis de governo. Com relação ao Federalismo Fiscal no Brasil, não

se pode afirmar que:

a) a Constituição Federal brasileira de 1988 provocou graves

desequilíbrios no federalismo fiscal, especialmente porque não

dimensionou bem as atribuições de cada ente federado e suas respectivas

fontes de receitas.

CERTO, uma das críticas mais comuns à Constituição de 1988 é a

de que ela promoveu uma forte descentralização fiscal de

recursos, sem a devida distribuição de responsabilidade aos entes

subnacionais.

b) na concepção do federalismo fiscal de 1988, não foi considerado o

cenário de abertura e de competitividade econômica internacional nem os

processos de integração econômica internacional.

CERTO, sem comentários adicionais.

c) o equilíbrio federativo e a descentralização fiscal são importantes para

que o Brasil se insira num contexto de integração econômica internacional

com uma harmonização jurídico-tributária e com a remoção de tributos

que inviabilizem a competição e impeçam uma integração econômica

bem-sucedida.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) durante o período de 1970/1988, a fragilidade financeira dos estados

e municípios impossibilitou a maior atribuição de funções de caráter

regional e local a esses níveis de governo.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) em termos verticais, os principais privilegiados pelo processo de

descentralização brasileiro, principalmente após a Constituição de 1988,

foram os estados, que praticamente dobraram sua participação no

total da receita tributária disponível.

ERRADO, os mais privilegiados foram os Municípios.

Page 77: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 77 de 88

10. (ESAF/2008/STN) Em relação ao federalismo fiscal brasileiro, é

correto afirmar que:

A) Brasil possui um sistema federativo considerado aberto já que a

Constituição deixa livre as bases tributárias sobre as quais incidirão

os impostos dos entes subnacionais do país.

ERRADO, seria um sistema fechado.

B) as transferências de recursos entre os entes da federação (União,

estados e municípios) só pode ocorrer da União para os estados e

destes para os municípios.

ERRADO, pode ocorrer também da União para os Municípios.

C) a legislação nacional faculta o direito de estabelecer operações de

crédito entre os diferentes entes da federação.

ERRADO. A LRF veda a realização de operações de crédito entre os

entes da federação.

D) os municípios brasileiros possuem bases tributárias importantes mas a

administração destes tributos deve ser executada pelos níveis

estaduais e/ou federal, mesmo que o fruto da arrecadação

pertença aos municípios.

ERRADO, os municípios têm autonomia para executar a

arrecadação dos seguintes impostos: ISS, IPTU e ITBI.

E) o federalismo brasileiro é em parte constituído por transferências

intergovernamentais estabelecidas na Constituição, conferindo alguma

segurança de receita para os entes subnacionais, porém não estão

impedidas transferências autônomas por parte do Governo Federal.

CERTO, existem transferências constitucionais e voluntárias.

Page 78: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 78 de 88

11. (ESAF/MPOG/APO/2015) Assinale a opção incorreta a respeito dos mecanismos

constitucionais de repartição das receitas públicas.

a) Os órgãos que contam com receitas vinculadas tendem a executar, com esses

recursos, os gastos de menor importância na escala de prioridade do governo, no

sentido de alocação de recursos adicionais necessários para o atendimento de

despesas como pagamentos de pessoal e encargos sociais.

CERTO. Concordo parcialmente, pois a lógica foi a de que o órgão que

possui recurso vinculado sabe que mesmo que não consiga gastar não

perderá o recurso. Isso pode levar a um relaxamento e falta de priorização.

b) Os normativos que instituem a vinculação de receitas colaboram muitas vezes

para impor a realização de novas despesas de difícil compressão com a frustração

dessas receitas, ampliando assim o gasto não discricionário do governo.

CERTO. Depende do tipo de vinculação. Se for a vinculação tipo teto de

gasto a questão está 100% certa. Se for a vinculação percentual o gasto

não discricionário acompanha o desempenho da arrecadação de

determinada da receita. Neste último caso, se arrecadação cair, a despesa

cai.

c) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM) estão estabelecidos na Constituição Federal, e são

originados com base em percentuais da arrecadação líquida do Imposto sobre a

Renda e Proventos de Qualquer Natureza - IR e do Imposto sobre Produtos

Industrializados - IPI, conforme as emendas constitucionais ou leis complementares

sobre o assunto.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) A Constituição Federal e legislação vigente estabeleceu que o Tribunal de Contas

da União – TCU faz o cálculo e revisão das quotas relativas aos fundos de

participação e a comunicação ao Banco do Brasil, anualmente, após obter os dados

oficiais da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) O total dos recursos do FPE, com base nos percentuais do IR e do IPI, são

rateados observando a seguinte regra: 85% são entregues às unidades

estaduais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e 15% para os

estados das regiões Sul e Sudeste; e os recursos do FPM são distribuídos aos

municípios com base em coeficientes que variam de 0,6, para os municípios que

têm maior população, até 4,0, para os municípios que têm menor

população.

ERRADO. Primeiro que esse critério do FPE não existe mais. Segundo que os

municípios que possuem maior população recebem 4,0 e os de menor

população começam com 0,6.

Page 79: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 79 de 88

12. (ESAF/MPOG/APO/2015) Em regimes federativos cabe à União

envidar esforços para reduzir as disparidades regionais de

desenvolvimento. São instrumentos fiscais para desempenhar esse papel

todas opções abaixo, exceto:

a) Fundo Constitucional do Norte (FNO).

b) Fundo de Participação dos Estados (FPE).

c) Fundo Constitucional do Nordeste (FNE).

d) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

e) Fundo Constitucional dos Municípios (FPM).

Vejamos. Para atender a essas disparidades regionais, o Brasil

adotou programas de desenvolvimento regional para as áreas

mais carentes do País, por meio de instrumentos creditícios e

tributários. São eles: (i) o Fundo Constitucional de Financiamento

do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO); (ii)

os incentivos fiscais – Zona Franca de Manaus, Amazônia

Ocidental e Áreas de Livre Comércio; (iii) os Fundos Fiscais de

Investimentos Regionais: Fundo de Investimento da Amazônia

(FINAM), do Nordeste (FINOR) e Fundo de Recuperação

Econômica do Estado do Espírito Santo (FUNRES); (iv) o Fundo de

Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE).

Gabarito D.

Page 80: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 80 de 88

13. (ESAF/MPOG/APO/2015) Identifique a opção incorreta sob o ponto de

vista do Federalismo Fiscal e Transferências Intergovernamentais.

a) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que os municípios fossem

reconhecidos como membros da federação, em pé de igualdade com os

Estados no que diz respeito a direitos e deveres ditados pelo regime

federativo.

CERTO, sem comentários adicionais.

b) A Reforma Tributária de 1967, promovida pelo Regime Militar,

promoveu uma concentração das competências tributárias na União,

bem como o mecanismo de transferências intergovernamentais de

receitas, em benefício, principalmente, dos Estados e municípios mais

desenvolvidos.

ERRADO, houve uma descentralização inicial. Os municípios já

recebiam 10% de fundos constitucionais. Mas não havia privilegio

aos municípios mais desenvolvidos.

c) A solução do conflito regional pela via do aumento das transferências

intergovernamentais reverteu o desequilíbrio vertical na repartição da

receita tributária nacional, às custas da esfera federal, mas ampliou em

muito os já graves desequilíbrios horizontais, em decorrência das

dificuldades encontradas para modificar as regras de partilha dessas

transferências.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) Após 1988, ao mesmo tempo que os Estados e Municípios

beneficiaram-se da descentralização tributária, tiveram que enfrentar

incremento dos gastos de consumo e de pessoal, evidenciando os vícios

da descentralização como o empreguismo e clientelismo.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) Com a Constituição de 1988, o enorme incremento das transferências

federais e estaduais para os municípios permitiu que fosse aumentado os

seus esforços próprios de arrecadação.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 81: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 81 de 88

14. (ESAF/ANAC/Analisa/2016) Com relação ao Federalismo Fiscal,

assinale a opção incorreta.

a) Na distribuição legal de competência exclusiva ou privativa, o poder é

conferido a uma esfera de governo, ficando este automaticamente vedado

às demais esferas de governo.

CERTO, sem comentários adicionais.

b) A função alocativa do setor público está diretamente associada à

questão da descentralização.

CERTO, essa é função que deve ser exercidas em todos os 3 níveis

de governo: central, regional e local.

c) Quanto maior for a área do território nacional, menores tendem a

ser os ganhos de eficiência com a descentralização.

ERRADO, maior na medida em que o governo consegue alcançar

mais cidadão.

d) Do ponto de vista econômico financeiro, a manutenção do equilíbrio

federativo depende da capacidade de os governos subnacionais contarem

com recursos suficientes para garantir o atendimento de preferências e a

preservação das identidades regionais.

CERTO, sem comentários adicionais.

e) Na distribuição de recursos, competência concorrente é aquela

exercida, simultaneamente, pelas diferentes esferas de governo.

CERTO, sem comentários adicionais. Esse seria a competência

concorrente e comum da CF/1988

Page 82: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 82 de 88

15. (ESAF/ANAC/Analisa/2016) Assinale o tributo cuja receita não é

submetida a nenhuma repartição constitucional.

a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a

títulos ou valores mobiliários incidentes sobre o ouro definido em lei como

ativo financeiro ou instrumento cambial.

ERRADO, todo o IOF ouro para os Estados e Municípios.

b) Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros.

CERTO.

c) Imposto sobre a propriedade territorial rural.

ERRADO, 50% do ITR vai para os municípios.

d) Imposto sobre as operações relativas à circulação de mercadorias,

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

ERRADO, 25% do ICMS vai para os municípios.

e) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

ERRADO, 50% do IPVA vai para os municípios.

Page 83: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 83 de 88

BATERIA FCC

1. (FCC/2004/SAD/EPP-Orçamento) Considerando a União, os Estados e

os Municípios como componentes do federalismo e a necessidade de

serem estabelecidas

I. as competências tributárias;

II. a repartição das receitas tributárias;

III. a atribuição das responsabilidades públicas por gastos.

Pode-se afirmar que o maior problema enfrentado no Brasil é o

a) indicado no inciso I.

b) indicado no inciso II.

c) indicado no inciso III.

d) indicado no inciso I e II.

e) da compatibilização entre os incisos I e II com o inciso III.

Uma das críticas mais comuns à Constituição de 1988 é a de que

ela promoveu uma forte descentralização fiscal de recursos, sem a

devida distribuição de responsabilidade aos entes subnacionais.

Gabarito E.

Page 84: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 84 de 88

2. (FCC/TCE-CE/2008) Considere as assertivas abaixo, relativas aos

problemas suscitados pelo federalismo fiscal em nosso país.

I. Para se adequar à prática fiscal existente, na maioria dos países, de

desonerar tributariamente todas as exportações, a União teve que

conceder uma fatia adicional da arrecadação do Imposto sobre a

Renda (IR) que é distribuída aos Estados, para que esses isentassem

a incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre os

produtos primários exportados.

ERRADO, seria do IPI: 10% da quota sobre exportações.

II. A dificuldade de implantar uma reforma fiscal e tributária em nosso

País consiste justamente em conciliar os interesses divergentes entre os

poderes tributantes e os contribuintes, bem como em medir as alterações

de arrecadação que essa reforma acarretaria.

CERTO, sem comentários adicionais.

III. A partir da Constituição Federal de 1988, a União tem concentrado

esforços em ampliar a base de cálculo e as alíquotas das contribuições

sociais e das contribuições sobre o domínio econômico, uma vez que

estas não são redistribuídas aos Estados e Municípios.

ERRADO, da CIDE combustível 29% é destinado aos Estados e destes ¼

para os Municípios.

IV. A chamada “guerra fiscal” existente entre os Estados deriva do fato de

seu principal tributo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS), ser cobrado no estado de destino do bem, em vez de no

estado produtor.

CERTO, sem comentários adicionais.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

Gabarito E.

Page 85: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 85 de 88

3.(FCC/2009/TJ-PA) Em relação aos problemas suscitados nas duas

últimas décadas no âmbito do federalismo fiscal brasileiro, analise as

afirmativas abaixo.

I. Os municípios contam com um amplo mecanismo de transferências

constitucionais tanto do Estado quanto da União, participando da

arrecadação do Imposto de Renda, do Imposto sobre Produtos

Industrializados, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias, entre

outros.

CERTO, sem comentários adicionais.

II. À União coube a tarefa constitucional de reduzir as enormes

disparidades regionais, tarefa que é cumprida por meio da isenção ou

redução de tributos ou ainda de um maior volume de transferências para

as regiões mais carentes.

CERTO, sem comentários adicionais.

III. Na Assembleia Constituinte de 1988, houve uma tendência bastante

clara de reduzir a concentração tributária nas mãos da União, que tinha

se agravado no período ditatorial com a Constituição de 1967.

ERRADO, já havia tido uma descontração tributária na CF/1967 e

a instituição de um mecanismo de correção de desequilíbrios

verticais.

IV. A descentralização das receitas públicas promovida pela Constituição

Federal de 1988 foi acompanhada de uma descentralização

concomitante dos encargos públicos.

ERRADO, não houve esse acompanhamento.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) I e III.

d) II e IV.

e) I e II.

Gabarito E.

Page 86: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 86 de 88

4. (FCC/2010/TCM-CE) No modelo de federalismo fiscal adotado no Brasil, o

principal mecanismo para correção dos desequilíbrios verticais

a) é o Imposto Territorial Rural.

b) é o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

c) são as transferências indiretas.

d) são os royalties sobre minérios e petróleo.

e) são as transferências diretas.

Seria as transferências constitucionais, gabarito E.

5. (FCC/2014/SEFAZ-PE) Atenção: A questão refere-se a Finanças Públicas. No

Federalismo Fiscal brasileiro,

a) a estratégia da União de aumento de sua arrecadação por meio da elevação

de alíquotas e ampliação das bases de cálculo das contribuições sociais foi

benéfica na geração de recursos para Estados e Municípios, tendo em

vista que sua vigência requer a observância apenas da noventena constitucional

e não do princípio da anualidade.

ERRADO, as contribuições sociais não são repartidas com os entes

subnacionais.

b) aos Estados compete aplicar até 25% de sua arrecadação de impostos no

financiamento da educação, atuando prioritariamente no ensino superior,

fundamental e na educação infantil, e de forma suplementar no ensino

profissionalizante, que é prioridade dos Municípios.

ERRADO, os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no

ensino fundamental e médio. Os Municípios atuarão prioritariamente no

ensino fundamental e na educação infantil.

c) a transferência de recursos fiscais de regiões mais desenvolvidas para

regiões menos desenvolvidas tem por um de seus objetivos permitir o custeio de

serviços públicos pelas últimas, sem que essas tenham que impor maior ônus

tributário a sua população.

CERTO, sem comentários adicionais.

d) os Fundos de Participação dos Municípios - FPM são exemplos de

transferências incondicionais devolutivas que têm por finalidade a redistribuição

regional de recursos, arrecadados dentro de uma mesma unidade da

federação, além de promover a redução do hiato fiscal.

ERRADO, a redistribuição é interfederativa.

e) às unidades da federação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a

União entrega mais de um quarto de sua arrecadação por intermédio do

Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE e de suas

instituições financeiras de caráter regional, estando estes recursos vinculados à

promoção do desenvolvimento do setor produtivo.

ERRADO, até 2013, 85% do FPE eram destinados às unidades da

federação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A questão fala de

25%.

Page 87: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 87 de 88

6. (FCC/2015/TCE-CE) Sobre o Federalismo Fiscal, é correto afirmar:

a) Tal forma de organização fiscal não guarda qualquer relação, dentre

outros fatores, com a extensão territorial e a heterogeneidade

regional de um país.

ERRADO, essa é a forma recomendada para países com extensão

territorial.

b) O Federalismo Fiscal diz respeito à gestão federal da arrecadação

tributária, já que esse nível de governo concentra toda a coleta no

âmbito nacional.

ERRADO, nos níveis subnacionais também podem arrecadar

recursos.

c) No caso brasileiro, instituiu-se, desde a Constituição de 1988, um

desequilíbrio a partir de uma concentração da arrecadação nos

níveis estadual e municipal e um acúmulo de responsabilidades no

plano federal.

ERRADO, mesmo após a CF/1988 a concentração de recursos

continua no âmbito federal e as responsabilidades são de todos os

entes.

d) Os problemas de política monetária devem ser cuidadosamente

considerados, particularmente no Brasil, para evitar perdas fiscais

para os governos municipais.

ERRADO, as perdas fiscais decorrentes problemas de política

monetária afetam todos os entes, mas é de responsabilidade do

governo central.

e) Há uma persistente tensão entre as definições de política fiscal

tomadas no plano federal e as demandas locais que afetam as

autoridades estaduais e municipais, como no caso da distribuição dos

royalties do petróleo a ser extraído do Pré-Sal.

CERTO, sem comentários adicionais.

Page 88: AULA 14: Federalismo Fiscal. · Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14 Prof. Dr. Giovanni Pacelli 2 de 88 2. FEDERALISMO FISCAL: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Christensen e Wise (2009)

Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2019

Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 14

Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 88 de 88

Gabarito das questões comentadas Cespe

1-Errado 2-Certo 3-Errado 4-Errado 5-Certo

6-Errado 7-Certo 8-Errado

Gabarito das questões comentadas ESAF

1-D 2-B 3-D 4-C 5-B

6-B 7-E 8-D 9-E 10-E

11-E 12-D 13-B 14-C 15-B

Gabarito das questões comentadas FCC

1-E 2-E 3-E 4-E 5-C

6-E

Pessoal o prazer foi meu.

Prof. Dr. Giovanni Pacelli

Me siga no meu grupo de dicas no facebook, no meu canal do youtube e

no periscope (@GiovanniPacelli)

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais

(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida

a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são ilegais e prejudicam os professores

que elaboram os cursos. Valorize nosso trabalho e adquira nossos cursos

apenas pelo site do 3D CONCURSOS!