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ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO- ESTERÓIDES (AINES) E O TRATO GASTROINTESTINAL Dr. Alexandro Vaesken Alves

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Page 1: Aula 14 - Antiinflamatórios

ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTERÓIDES (AINES)

E O TRATO GASTROINTESTINAL

Dr. Alexandro Vaesken Alves

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Amplamente utilizados no tratamento da artrite reumatóide (AR) e osteoartrose (AO).

O AAS por sua ação antitrombótica previne a ocorrência de infarto agudo do miocárdio. Altera a adesão plaquetária podendo aumentar o risco de sangramento.

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SEM EFEITOS INDESEJÁVEIS

ANTITROMBÓTICO

ANTIPIRÉTICO

ANALGÉSICO

ANTIINFLAMATÓRIO

ANTIINFLAMATÓRIO IDEAL

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

EUA: 70-100 milhões de prescrições/ano. 30 bilhões de cp/ano.

A auto-medicação é aproximadamente 7x maior. 30 milhões de indivíduos tomem regularmente

AINES - 40% idosos. GB: 24 milhões de prescrições/ano. Mais de 100 000 de hospitalizações/ano. Entre 10 000 – 20 000 mortes atribuídas aos AINEs. Lucro – 5 bilhões de US$. Custo – 4 bilhões de US$. (Dados de 1991)

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

15° causa do morte nos EUA (1997)16 500 mortes por complicações TGI

X16 800 mortes por AIDS

AAS em dose baixa é a principal causa de hemorragia digestiva alta (HDA).

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Complicações ao TGI:

Erosões Úlcera Gástrica Úlcera Duodenal

Lesões no Intestino Delgado e Grosso

Lesões no esôfago

Exacerbação da RCUI/Crohn

Função renal em cirróticos com ascite (IR)

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Metade dos pacientes tem algum tipo de sintoma digestivo (pirose, náuseas, vômitos e dor).

2/3 dos pacientes tem alguma alteração endoscópica.

Úlcera Péptica é diagnosticada por endoscopia em 15-30% dos pacientes (UG=15% e UD=10%).

1-2% dos usuários crônicos apresentam complicações: HDA, perfuração ou obstrução.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Estudo ARAMIS (J Rheumatol 2001)

81% das complicações graves não foram precedidas de sintomas.

+50% das erosões, úlceras e complicações ocorrem em pacientes assintomáticos.

50% dos pacientes com sintomas dispépticos apresentavam EDA normal.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Estudo ARAMIS (J Rheumatol 2001)

Fatores De Risco

Comprovados Prováveis

Idade avançada Sexo feminino

História de UP ou HDA Tabagismo

Uso de ACO ou CE Álcool

Dose elevada de AINE HP

Associação de AINEs

Comorbidades

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Ação tópica:

Presença de eritema, estrias hiperêmicas e erosões.

Absorção Aprisionamento Lesão

Pode ocorrer em minutos ou horas.

Assintomático

Resistência

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Ação sistêmica:

Diminuição de muco, bicarbonato, fluxo sangüíneo e proliferação epitelial – resistência mucosa.

Aumento TNF – aumento das moléculas de adesão com aderência de neutrófilos no endotélio da microcirculação e obstrução capilar por trombose, liberação de proteases e radicais livres.

Lesão epitelial permite a agressão de subst. endógenas (HCl, pepsina , sais biliares) e exógenas (álcool).

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

F o s fo lip a se

"P ro s tag la n d in a s c ito p ro te to ra s"F lu xo san g u in eo

M u coB ica rbo n a to

C O X 1

"P ro s ta g la n d in as in fla m a tó ria s"P e rm e ab ilid a de

D o r

C O X 2

L e u cotrie n osQ u im ioa tra ção

D o r

5 LO

A c id o A ra cd ô n ico

F o s fo líp id es d e m e m b ra na

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Esôfago: esofagite é a mais freqüente lesão causada por AINEs. Lesão por contato direto de radicais ácidos no epitélio, necrose celular, liberação de mediadores inflamatórios e inflamação. A úlcera por impactação do comprimido não é rara.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Estômago/Duodeno: lesões graves decorrem principalmente do efeito sistêmico. UG, UD e suas complicações: perfuração, sangramento e obstrução.

Hemorragia é 3-5x mais freqüente que a perfuração.

Revisões realizadas ao sistema de Sidney propuseram o diagnóstico de gastropatia para as inflamações agudas por álcool e drogas.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Tratamento:

Interromper o uso do AINE e tratar a úlcera

Continuar o AINE e tratar a úlcera

Utilizar outros analgésicos ou reduzir a dose. AAS tamponado – reduz lesões agudas, não

crônicas.

DROGAS:

Bloqueadores da BP Bloqueadores H2

Sucralfato Misoprostol

Profilaxia: anti-secretores – IBP e Misoprostol

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

AINEs e H.P. Controvérsia!!!METANÁLISE com 463 estudos – 25 estudos

(Huang, Sridah e Hunt; Lancet, 2002.)

UP usuários de AINE HP+ 42%

HP- 26%

UP – 61% mais freqüente em AINE+/HP+ do que AINE-/HP-.

UP – 20% mais freqüente em HP+/AINE- e nos AINE+/HP-.

UP hemorrágica – risco 1.7X maior em HP+, 4.8X em AINE+ e 6.1X em HP+/AINE+

Conclusão metanálise: AINE e HP são fatores de risco independentes e sinérgicos para UP e HDA.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Trabalhos – usuários crônicos de AINE c/ UP

Erradicação HP x IBP

Aumento da recidiva de UP

A erradicação do HP não mostrou ainda reduzir o risco de UP.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Trabalhos – virgens de AINE

Erradica HP x não erradica HP

Diminuição de UP

A pesquisa e erradicação do HP em pacientes que irão utilizar AINEs por longa data diminui o risco de UP e suas complicações.

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Hunt RH, Bazzoli F. Review article: should NSAID/Low-dose aspirin takers be tested routinely for HP infection and treated if positive? Aliment Pharmacol Ther 2004;19 (suppl 1):9-16.

Sem ou baixo risco para UP

UP ativa ou história

HDA

Virgens de tto Testar e tratar Testar e tratar

Usuários crônicos

Não recomendado

Testar e tratar + IBP

Testar e tratar + IBP

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Intestino Delgado: Enteropatia induzida por AINE - perda de proteína e sangue (60-70%). Pode persister até uma ano após a suspensão da medicação. Tratamento: Sulfassalazina, Metronidazol ou Misoprostol, poucos e fracos estudos.Estenoses – Clínica de sub-oclusão intestinal mais comum na sua parte média. Geralmente curtas, simétrica e múltiplas. Finos diafragmas de difícil diagnóstico radiológico. Tratamento: Ressecção dos diafragmas por via cirúrgica.

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Médicos são pessoas que prescrevem remédios os quais eles

pouco conhecem para curar doenças que conhecem menos

ainda em seres humanos dos quais não conhecem nada.

Voltaire

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Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) e o trato gastrointestinal

Cólon: raro porem potencialmente grave. Úlceras de ceco, transverso e sigmóide. Processos de colite. Achado mais comum são manchas enantemáticas no cólon. Clínica: diarréia e cólicas.

Exacerbação da DII

Quadro graves de Diverticulite

Tratamento: suspender o uso de AINE.

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