aula 1,2, 3-microbiologia industrial

128
Curso: Tecnologia em Produção de Fármacos e Farmácia Período: 5° período Disciplina: Microbiologia Industrial Professora: Sabrina Dias Centro Universitário da Zona Oeste AULA 1 e 2: Introdução a Microbiologia Morfologia, nutrição e fatores de crescimento

Upload: carla-tinoco

Post on 29-Dec-2015

46 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Curso: Tecnologia em Produção de Fármacos e FarmáciaPeríodo: 5° períodoDisciplina: Microbiologia IndustrialProfessora: Sabrina Dias

Centro Universitário da Zona Oeste

AULA 1 e 2: Introdução a MicrobiologiaMorfologia, nutrição e fatores de crescimento

Page 2: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 3: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Eucariontes

Procariontes

Material genético separado do citoplasma

Ausência de carioteca, material genético

misturado no citoplasma

Page 4: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Biotecnologia é tecnologia baseada na biologia, especialmente quando usada na agricultura, ciência dos

alimentos e medicina.

Page 5: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

A definição ampla de biotecnologia é o uso de

organismos vivos ou parte deles, para a produção de

bens e serviços. Nesta definição se enquadram um

conjunto de atividades que o homem vem

desenvolvendo há milhares de anos, como a

produção de alimentos fermentados (pão, vinho,

iogurte, cerveja, e outros). Por outro lado a

biotecnologia moderna se considera aquela que faz

uso da informação genética, incorporando técnicas

de DNA recombinante.

Page 6: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Biotecnologia

Page 7: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Estrutura Procariótica

Page 8: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

ESTRUTURAS PROCARIÓTICAS

1) CápsulaGlicocálix, Glicocálice ou camada limosa

Natureza polissacarídeaFunções: proteção e adesão

ligação às células do hospedeirodificultar a fagocitose resistência ao dessecamentofonte de nutrientes proteção contra bacteriófagos proteção contra anticorpos

Page 9: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

2) Fímbrias e pili

apêndices finos e curtosnumerosassomente visualizadas por microscopia eletrônicanatureza protéica (pilina) proteínas distintas: adesinasFunção: adesão

Pili = plural de pilus ����fímbria sexual (conjugação bacteriana)

Page 10: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

3) FlagelosApêndices longos, finos.Somente vistos por M.E.Função: Locomoção bactéria anfitríquia

bactéria monotríquia bactérias lofotríquias

bactérias peritríquiasObs.: Flagelos periplasmáticosEncontrados nas espiroquetas

Page 11: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

4) PAREDE CELULAR

Presente na maioria das bactérias conhecidasExceção: micoplasmas e algumas Archaea.

Funções: FORMA BACTERIANA PROTEÇÃOPATOGENICIDADE

(possui antígenos ou moléculas envolvidas no reconhecimento celular).

Page 12: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

1884 � Christian Grammétodo de coloração de bactérias

separação em dois grupos distintos:Gram-positivas e Gram-negativas

Advento da microscopia eletrônica e do aperfeiçoamento das técnicas de análise bioquímica dos componentes celulares:

Diferenças entre as Gram-positivas e Gram-negativas

Diferenças de composição e estrutura das paredes celulares.

Page 13: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Coloração de Gram

Page 14: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Composição da parede celular

Peptideoglicano (mureína ou mucopeptídeo)

�Responsável pela rigidez da parede celular�Formado por dois derivados de açúcares:

N-acetilglicosamina (NAG) ácido N-acetilmurâmico (NAM)

Page 15: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

O grupo carboxil de cada molécula de NAM liga- se a um tetrapeptídeo (4 aminoácidos).

Destes aminoácidos, o D-glutamato, D-alanina e o ác ido meso-diaminopimélico não são encontrados em nenhuma outra proteína conhecida.

Conseqüência: maior resistência da parede contra a ma ioria das peptidases.

Page 16: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Em Gram-positivas: Ligação entre os tetrapeptídeos (Ala-Glu-Lys-Ala ���� indireta(mediada por ponte interpeptídica Ex.: 5 glicinas em S. aureus).

peptideoglicano de células Gram-positivas

Page 17: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Em Gram-negativas: Ligação entre os tetrapeptídeos (Ala-Glu-DAP-Ala) ���� direta

Page 18: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Diferenças entre Gram-positivas e Gram-negativas

Gram positivas

Presença de ácidos teicóicose lipoteicóicos

Peptidioglicana com várias camadas

Sem membrana externa

Sem LPS

Gram-negativas

Presença da membrana externa

Presença de LPS

(lipopolissacarídeo)

Peptidioglicana com poucas camadas

Page 19: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 20: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Ácidos teicóicosparticipam nos processos de passagem de íons pela parede

Obs.: Em casos de escassez de fosfato,os ácidos teicóicos podem ser substituídospor ácidos teicurônicos, deixando assimos fosfatos livres para comporem ATP ou DNA, por exemplo.

Gram-positivas

Page 21: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Gram-negativasMembrana externa

� É uma segunda bicamada lipídica (semelhante à membrana plasmática),

� Localiza-se acima do peptideoglicano� Contém fosfolipídeos, lipoproteínas, proteínas e também

LPS.

Page 22: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

LPS (lipopolissacarídeos)Também denominados de endotoxinas: provocam febre, choque e eventualmente morte, quando injetados em animais.

Composta por 3 regiões distintas:lipídeo Apolissacarídeo central Cadeia polissacarídica lateral O ou Antígeno O

Page 23: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Periplasma (gel periplasmático)

• Espaço situado entre a membrana externa e membrana citoplasmática, encontrado em células encontrado em células GramGram negativasnegativas . .

• Contém diversas enzimas e outras proteínas (Ex.: hidrolases, proteínas de ligação envolvidas no transporte e quimiorreceptores).

Page 24: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

5) Membrana Citoplasmática

Funções da Membrana citoplasmática:

Envolver o conteúdo celularBarreira osmótica, altamente seletiva

(permeabilidade seletiva)

Sítio de diversas atividades enzimáticas

Page 25: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

6) Material genético• Nucleóide• Plasmídeos

único cromossomo não envolto por carioteca

cromossomo circular ebastante enovelado

Obs.: Pode ser 1000 vezes maior que a própria célula.

Page 26: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Plasmídeos:• Moléculas de DNA

extracromossômico• Genes não codificam

características essenciais

• Conferem vantagens seletivas à bactéria

• Capazes de autoduplicação independente

• Encontram-se em número variável

Page 27: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

7) Corpúsculos de inclusãoSão grânulos de armazenamento:Fonte de material de reserva ou energiaEx.: glicogênio, amido, poli-hidroxibutirato, enxofre.

Algumas bactérias possuem magnetossomos

E outras, vacúolos de gás � flutuação (cianofíceas)

(Minério de ferro)

Page 28: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

8) RibossomosTODAS AS CÉLULAS POSSUEMPresentes em grande número Conferem ao citoplasma aparência granular ao M.E.Função: síntese protéica

Page 29: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

9) Endosporos

• Estruturas de latência • Encontrados em alguns gêneros Gram positivos • Resistência: calor, radiações, desinfetantes e

desidratação.

Em condições tornam-se inadequadas �

processo de esporulação�

manutenção de seu material genético

Page 30: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 31: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Características do esporo

Altamente desidratadoInativa enzimasAumenta a termorresistênciaResistência a alguns agentes químicos

Page 32: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Morfologia: Tamanho, Forma, e arranjos bacterianos

TamanhoMaioria das bactérias � 2 a 6 µm de comprimento X 1 a 2 µm de largura.

Obs.: bactérias “gigantes” de até 500 ou 800 µm �visíveis a olho nuEpulopiscium fishelsoni

Thiomargarita namibiensis

Page 33: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Formas e arranjos

Page 34: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Outras formas

ProstecaEx.: Prosthecomicrobium

Ex.: Verrucomicrobium

Page 35: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Nutrição e crescimento

• Nutrição microbiana– Componentes necessários às

células

– Meios de cultura

– Condições ambientais

• De todos os organismos vivos, os microrganismos são os mais versáteis e diversificados em suas exigências nutricionais.

• Alguns são tão exigentes quanto o homem e outros animais.

• Todos os organismos vivos compartilham algumas necessidades nutricionais em comum:

- carbono

- nitrogênio

- água

Crescimento populacional

- Velocidade de crescimento

- Tempo de geração

- Medidas do crescimento

Page 36: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Em algumas situações os microrganismos são estudados em seu hábitat natural.Ex.: Fendas termais, sistemas de tratamento de resíduos, solo.

• Para caracterizar suas propriedades (morfológicas, fisiológicas e bioquímicas) é necessário o cultivo em laboratório.

Cultivo in vitro: quando se conhece as exigências nutricionais

Cultivo in vivo: quando exigências nutricionais específicas são desconhecidas.

Cultivo in vitro:Cultivo in vivo - Keffir

Page 37: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Para o cultivo laboratorial (in vitro) são utilizados meios de cultura que simulam e até melhoram as condições naturais.

Os elementos químicos principais para o crescimento das células incluem C, N, H, O, S e P e são denominados de macronutrientes .

• O carbono é um dos elementos mais importantes para o crescimento microbiano (todos requerem carbono)

• Os compostos orgânicos são os que contém carbono

(Exceção para CO2)

MACROnutrientes : - Necessários em grande quantidade.

- Tem papel importante na estrutura e metabolismo.

MICROnutrientes : - Necessários em quantidades mínimas.

- Funções enzimáticas e estruturais das biomoléculas

Page 38: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Fonte de Carbono

Compostos orgânicos (microrganismos heterotróficos):- Carboidratos- Lipídeos - Proteínas

Deles se obtém energia e unidades básicas para o crescimento celular.

Utilização de CO2 (microrganismos autotróficos)

É a forma mais oxidada do carbono, assim a fonte de energia

provém da luz.

Componentes necessários às célulasComponentes necessários às células

Page 39: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Fonte de Nitrogênio

- É elemento mais abundante depois do C, cerca de 12%

(constituinte das proteínas, ácidos nucléicos, etc.)

► Moléculas orgânicas (aminoácidos, proteínas, etc.)

► Moléculas inorgânicas (NH3, NO3-, N2)

Componentes necessários às célulasComponentes necessários às células

• Hidrogênio

- Principal elemento dos compostos orgânicos e de diversos inorgânicos (água, sais e gases)

• Função do H:

– Manutenção do pH– Formação de ligações de H entre moléculas – Serve como uma fonte de energia nas reações de oxi-redução da

respiração

Page 40: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Oxigênio

- Elemento comum encontrado nas moléculas biológicas (aminoácidos, nucleotídeos, glicerídeos ...)

- É obtido a partir das proteínas e gorduras.

► Na forma de oxigênio molecular (O2), é requerido por muitos para os

processos de geração de energia.

Componentes necessários às célulasComponentes necessários às células

Outros macronutrientes:

• P – Sínese de ácidos nucléicos, ATP;

• S – Estabilidade de aminoácidos,

componente de vitaminas;

• K – Atividade de enzimas;

• Mg – Estabilidade dos ribossomos;

• Ca – Estabilidade da parede celular e

termoestabilidade de endósporos;

Na – Requerido em maior

quantidade por microrganismos

marinhos;

Fe – Papel-chave na

respiração, componente dos

citocromos e das proteínas

envolvidas no transporte de

elétrons.

Page 41: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Metais são em quantidades muito pequenas (traço) necessários na

composição de um meio de cultura:

Zn, Cu, Mn, Co, Mo e B

► Exercem função estrutural em várias enzimas

- Nem sempre sua adição é necessária

- Meios sintéticos com compostos de alto grau de pureza e água ultra

pura podem apresentar deficiências desses elementos.

Requisitos nutricionais Requisitos nutricionais -- MicronutrientesMicronutrientes

ÁguaComponente absolutamente indispensável

(com exceção dos protozoários que englobam partículas sólidas)

► Laboratório : destilada, filtrada, deionizada

Page 42: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

► Tampões

- Carbonato de cálcio

- Fosfatos- Proteínas (peptona)

►Inibidores

Ex: produção de ácido cítrico por

Aspergillus niger

Utiliza-se Fosfato e pH < 2 para

reprimir o ácido oxálico

Page 43: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

►Indutores

- A maioria das enzimas de interesse comercial precisa de indutores.

Ex: celulose induz a celulasepectina induz a pectinaseamido induz a amilase

►Antiespumantes

- Cultivos com aeração ocorre a produção de espuma

• Remoção de células, perda do produto, contaminação;• Redução do volume do meio

• Um antiespumante reduz a tensão superficial das bolhas

(álcoois, ácidos graxos, silicones, poliglicóis, ... )

Page 44: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MEIOS DE CULTURA

Page 45: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONDIÇÕES AMBIENTAISCONDIÇÕES AMBIENTAIS

� Temperatura� Atividade de água� oxigênio � pH� Pressão atmosférica� Pressão osmótica

Page 46: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

FATORES INTRINSECOS:

• Atividade de Água:

A Aa indica a intensidade das forças que unem a água com outros componentes não-aquosos, e a água disponível para o crescimento de m.o., reações químicas e bioquímicas.

Page 47: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

FATORES INTRINSECOS:

• Atividade de Água:

Page 48: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

FATORES INTRINSECOS:

• Acidez (pH):

Page 49: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• pH > 4,5 pouco ácidos mais sujeitos ao crescimento microbiano;

• pH entre 4,0 e 4,5 ácidos crescimento de bolores e leveduras poucas bactérias (láticas e espécies de Bacillus);

• pH < 4,0 muito ácidoscrescimento de bolores e leveduras.

FATORES INTRINSECOS:

• Acidez (pH):

Page 50: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

FATORES INTRINSECOS:

• Potencial de óxido-redução:

Aeróbio Anaeróbio Facultativo Microaerófilo Anaeróbio aerotolerante

Page 51: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

FATORES EXTRINSECOS:

• Temperatura :Psicrotróficos: crescem em temperatura de refrigeração, entre 0°c a 7 °c;

Psicrófilo: cresce a temperatura de 0 °c a 20 °c;

Mesófilo: cresce a temperatura de 5 °c a 50 °c;

Termófilo: cresce a temperatura de 35 °c a 90 °c.

Page 52: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CRESCIMENTO MICROBIANO

• Em microbiologia crescimento geralmente é o aumento do número decélulas

• Na maioria dos procariotos ocorre a fissão binária : crescimento e divisão

Varia de minutos até diasDepende muito das condições ambientais

Escherichia Coli - 20 minutosPisolithus microcarpus – 2,5 dias

Page 53: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

O ciclo de crescimento

A fase exponencial

reflete apenas uma parte

do ciclo de crescimento

de uma população

microbiana.

O crescimento de

microrganismos em um

recipiente fechado

(batelada) apresenta um

ciclo típico com todas as

fases de crescimento.

Page 54: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

1) Fase Lag

Período de adaptação da cultura

• Mudança de meio, preparação do complexo enzimático

• Reparação das células com danos.

2) Fase exponencial

Fase mais saudável das células onde todas estão se dividindo .

• A maioria dos microrganismos unicelulares apresentam essa fase,

mas as velocidades de crescimento são bastante variáveis:

- Procarióticos – crescem mais rapidamente que os

eucarióticos

- Eucarióticos menores crescem mais rapidamente que os

maiores

Page 55: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

3) Fase estacionária :

Num sistema fechado (tubo, frasco ou biorreator) o crescimento exponencial

não pode ocorrer indefinidamente.

• Ocorre a limitação por depleção de nutrientes e acúmulo de metabólitos.

Divisão = morte → crescimento líquido nulo

• Ainda pode ocorrer: catabolismo e produção de metabólitos secundários

4) Fase de morte (declínio):

• A manutenção de uma cultura no estado estacionário por longo tempo

conduz as células ao processo de morte.

- A morte celular é acompanhada da lise celular

Page 56: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MEDIDAS DO CRESCIMENTO MICROBIANO

• Podem ser realizadas pelos seguintes métodos:

1) Peso seco total das próprias células – filtração, secagem e pesagem

2) Peso de algum componente celular – extração, secagem e pesagem

3) Variação no número de célulasa) contagem de células totaisb) contagem de células viáveis

a) Contagem de células totais (contagem microscópica direta)

Utilizam-se câmaras especiais de contagem (lâmina com grade quadriculada)Ex.: Câmara de Neubauer

Page 57: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Medidas do crescimento microbiano contagem direta

• Vantagens : método rápido e fácil

• Desvantagens

Não distingue as células vivas das mortas

Pode-se omitir células pequenas

Células móveis precisam ser imobilizadas

Entre outras.

Page 58: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

b) Contagem de células viáveis:

Contagem das colônias formadas em meio de cultura em placas.

Medidas do crescimento microbiano contagem indireta

Page 59: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Diluição das suspensões celularesAmostras concentradas precisam ser diluídas

Razões:

Erros devido à junção de células na colônia

Restrições podem fazer células viáveis não originarem colônias

São empregadas várias diluições decimais porque é difícil prever o número de viáveis.

É contada a placa com 30 a 300 colônias

Page 60: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Medidas do crescimento microbiano Outros métodos

Turbidimetria

As células dispersam a luz e quanto mais células mais turvo é o meio

Pode ser medida com um espectrofotômetro

• O uso da turbidimetria exige a construção de uma curva padrão- Turbidez X quantidade de células

Page 61: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Curso: Tecnologia em Produção de Fármacos e FarmáciaPeríodo: 5° períodoDisciplina: Microbiologia IndustrialProfessora: Sabrina Dias

Centro Universitário da Zona Oeste

AULA 2: MICRORGANISMOS DE INTERESSE EM ALIMENTOS E NA INDÚSTRIA

Page 62: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MICRORGANISMOS IMPORTANTES EM ALIMENTOS

Patogênicos Benéficos Deteriorantes

Bactérias Fungos Leveduras

Fungos Mofos

Page 63: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MICRORGANISMOS IMPORTANTES EM ALIMENTOS

Mofos de Interesse Benéficos:

• Gênero Mucor – M. rouxii – maturação de queijos;• Gênero Aspergillus – A. orizae – produção de saquÊ de arroz, A. niger –produção de ácido cítrico, A. soyae – produção do “shoyu”;• Gênero Penicillium – P. cammembert – produção de queijo Brie, P. gorgonzolae – produção de queijo gorgonzola, P. roquefort – produção do queijo roquefort

Mofos deteriorantes:

• Gênero Mucor – M. mucedo – maturação de queijos de pasta branda;• Gênero Rhyzopus – R. nigricans – “mofo do pão”;• Gênero Aspergillus – A. flavus – produção de aflatoxina, A. glaucus –deterioração de alimentos com baixa Aa, A. ochraceus – produção de micotoxina, • Gênero Penicillium – P. brevicaule – maturação de queijos, P. candidus –mofo da casca de queijo embolorado

Page 64: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MICRORGANISMOS IMPORTANTES EM ALIMENTOS

Leveduras de Interesse Benéficos:

• Gênero Saccharomyces – S. cerevisiae– panificação, cervejaria, vinicultura, S. Fragilis – fermentação do soro do leite, S. kefir – um dos constituintes do grão de “kefir”, S. lactis – fermentação da lactose do leite;

Leveduras Deteriorantes:

• Espécies Saccharomyces – S. pasteurianus – contamina cerveja;• Espécie Picchia – P. membranefaciens – altera vinhos, forma película sobre cerveja;• Espécies Zygosaccharomyces – S. octosporus – deteriora alimentos com alto teor de solutos, ex. mel.

Page 65: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

MICRORGANISMOS IMPORTANTES EM ALIMENTOS

Bactérias de Interesse Benéficos:

• Lactobacillus, Propionobacterium, Leuconostoc, Streptococcus

Bactérias Deteriorantes:

• Pseudomonas, Acetobacter, Halobacterium, Zymomonas, Pediococcus, Mycobacterium, Brucela, Micrococcus, Erwinia,

Bactérias Patogênicas:

• Staphylococcus, Bacillus, Klebsiela, Escherichia, Salmonella, Shigela, Clostridium, Listeria

Page 66: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Acetobacter spp.

Acetobacter aceti

•Células bastonetes, gram negativas, não

esporuladas;

•Bactérias acéticas, produzem ácido acético a partir

da oxidação do etanol;

• São utilizadas na produção de vinagres, porém

deteriorantes de sucos de frutas, vinhos e cervejas;

• Algumas oxidam etanol até ácido acético,outras

podem oxidar o ácido acético a gás carbônico e

água (superoxidação);

• Aeróbias, temperatura entre 33 e 35oC

Page 67: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Lactobacillus spp.

•Bactérias láticas, gram positivas, na forma de

bastonetes ou cocos;

• Produzem ácido lático como principal produto do

metabolismo de carboidratos;

• Possuem fermentação homolática ( produz só

ácido lático) ou heterolática ( produz ácido lático,

diacetil, acetoína, gás carbônico, etc;

• Temperatura ótima 37 a 45oC;

• Produzem laticínios e vinhos, produção de

vegetais fermentados, deterioração de alimentos e

bebidas.

lactococcus lactissubsp. lactis

Lactobacillus delbrueckii

Page 68: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Propionibacterium

•Células em formato bastonete irregular, levemente

curvada, gram positiva, anaeróbias ou

aerotolerantes;

• Semelhante às bactérias láticas, produzem ácido

propiônico, ácido acético e gás carbônico durante a

fermentação;

• Produz queijo suíço.

Propionibacterium Shermanii

Page 69: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Doenças Transmitidas por AlimentosNatureza Microbiana

� Intoxicações (= intoxinações) - Ingestão de toxinas pré-formadas no alimento

� Infecções- Ação do microrganismo per se

� Toxoinfecções- Ação de toxinas microbianas formadas in vivo

Page 70: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Bactérias Gram positivas

S. aureus

C. botulinum

C. perfringensL. monicytogenes

Page 71: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Bactérias Bactérias GramGram negativasnegativas

S. typhi

S. dysenteriae

E. coli

Page 72: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 73: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 74: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

� Produtor de neurotoxinas termolábeis� 7 tipos sorológicos: A, B, C, D, E, F e G

� A, B, E e F causam botulismo humano� C e D causam botulismo animal� G: sem evidencia de causar doença

� Toxina: ação nas junções mioneurais através do bloqueio de neurotransmissores (AcC)

Clostridium botulinum

Page 75: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

� Produtor de toxinas (13)

� Intoxicação alimentar acusada pela enterotoxina A

� Enterotoxina formada durante o processo de esporulação (in vivo)� Enterotoxina atua no transporte de ions através da mucosa do ID� Diarréia, dores abdominais agudas

Page 76: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Bacillus cereus� Aeróbio� Produtor de esporos� Esporos de elevada resistência térmica� Reservatório: solo e água � Amplamente distribuído na natureza

� Provoca duas síndromes diferentes:� Gastroenterite diarreica : Toxina LT- FASE LOG� Toxina inativada a 55ºC/ 20 MINUTOS

� Incubação: 8 a 16 h� Sintomas: diarréia e dores abdominais

� Gastroenterite emética : Toxina ST-FASE DE ESPORULAÇÃO

� Toxina inativada a 126ºC/ 90 MINUTOS� Incubação: 1 a 2h� Sintomas: vômitos e náuseas

Page 77: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Listeria monocytogenes

� Aeróbia� Não produtora de esporos� Amplamente distribuída na natureza (solo, água, etc)� Características psicrotróficas� Afeta principalmente mulheres grávidas, recém-nascidos, idosos

e adultos com o sistema imunológico comprometido

� Listeriose:� Início:

� Resfriado comum com febre e dores musculares� Gastrenterite febril aguda

� Agravamento: bacteremia, meningite, aborto, parto prematuro, infecções no RN

Page 78: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Salmonella sp

� Pertence à família Enterobacteriaceae� Anaeróbio facultativo� Não produtor de esporos� Hospedeiro-adaptado

� Homem: diversos sorovares� Aves: S. Gallinarum, S. Pullorum� Suínos: S. Cholerasuis� outros

� 3 síndromes:

� Febre tifóide (S. Typhi)

� Febres paratifóides (S. Paratyphi A e B)

� Salmoneloses (outros 2700 sorovares)

� Diversos fatores de virulência:

� Adesão

� Invasão

� Produção de enterotoxinas

� Produção de citoxinas

� Ilhas de patogenicidade: sítios de colonização específicos

Page 79: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Escherichia coli diarreiogênicas

� Pertence à família Enterobacteriaceae� Pertence ao grupo dos coliformes

termotolerantes� Anaeróbia facultativa� Não produtora de esporos

� Pelo menos 6 linhagens patogênicas distintas:� EPEC : E. coli enteropatogênica� STEC : E. coli produtora da toxina de Shiga (EHEC : E. coli

enterohemorrágica)� ETEC : E. coli enterotoxigênica� EAEC : E. coli enteroagregativa� EIEC : E. coli enteroinvasora� DAEC : E. coli que adere de forma difusa a células epiteliais

Page 80: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Escherichia coli diarreiogênicas

� Inúmeros fatores de virulência� Adesinas� Fatores de Colonização (fimbrias, fibrilas, proteínas de membrana

externa)� Produção de toxinas e proteínas efetoras

� Citotoxinas� Enterotoxinas

� Sintomatologia varia de acordo com a linhagem:

� Diarréia aquosa, leve ou severa

� Diarréia sanguinolenta

� Disenteria

� Febre

Page 81: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Shigella sp

� Pertence à família Enterobacteriaceae� Poucos dados sobre envolvimento em DTAs� Muitas semelhanças com EIEC ( E.coli

Enteroinvasora):� Características bioquímicas� Mecanismo de patogenicidade� Síndromes

Page 82: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Campylobacter sp.

� Pertencem à família Spirillaceae

� Móveis, flagelos polares, movimento saca-rolha

� Microaerófilos:3-5% de O2 ; 2 a 10% de CO2

� Pouco resistentes a refrigeração, congelamento, desidratação, etc

� 14 espécies, 3 patogênicas para o homem� C. jejuni subsp. doylei� C. jejuni subsp. jejuni� C. coli� C. lari

� Espécies patogênicas são termotolerantes

Page 83: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Campylobacter sp.

� Diversos fatores de virulência

� Adesão (adesinas e quimiotaxia)

� Invasão

� Produção de enterotoxinas

� Produção de citotoxinas

� Produção de sideróforos

� Sintomatologia: depende do FV

� Sindrome de Guillain-Barré

Page 84: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Vibrio sp.

� Três espécies patogênicas� V. cholerae� V. parahameolyticus� V. vulnificus

� Halotolerantes� Halofílicos: V. parahameolyticus e V. vulnificus

� Agente etiológico da cólera� Sorogrupo O1 e não-O1 (ou 0139)

� O1: sete pandemias� O139: oitava pandemia (1993)

� O1 tem três sorotipos: Inaba, Ogawa e Hikojima� Todos tem dois biotipos: Clássico e El-Tor

Page 85: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Vibrio cholerae� Transmissão pela água e pescados� Endêmica em algumas regiões � Produz CT (enterotoxina colérica)� Causa desequilíbrio eletrolitico da

mucosa� Diarréia aquosa profusa (água de arroz):

desidratação, colapso circulatório e morte

Yersinia enterocolitica� Pertencem à família Enterobacteriaceae� Anaeróbias facultativas� Psicrotróficas� Mecanismos de patogenicidade:

� Adesão� Invasão� Produção de enterotoxina termoestável Yst

Page 86: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

• Produção de ácido cítrico (Aspergillus niger)

• Produção de β-caroteno (Choanephora cucurbitarium)

• Produção de enzimas:

– Invertase (S. cerecisiae)

– Lipase (Yarrowia lipolytica)

– Pectinases (Penicillium corylophilum)

– Amilases (Macrophomina phaseolina)

• Produção de antibióticos, como penicilina (P. chrysogenum e P. notatum)

Benefício dos Fungos na indústria

Aspergillus niger

Choanephora cucurbitarium

Penicillium corylophilum

Page 87: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 88: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 89: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 90: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 91: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

�Industria farmacêutica

•Produção de antibióticos

•Penicilina → Alexandre Fleming→1929→ Penicillium notatum

•Cefalosporinas

•Produção de hormônios

•Insulina

•Hormônio do crescimentoPenicillium notatum

Page 92: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Saccharomyces Cerevisiae

•Levedura com células redondas, ovais ou alongadas,

podendo formar pseudomicélios;

•Reprodução por gemulação;

• Metabolismo fermentativo.

•Utilizado na produção de bebidas destiladas,

fermentadas, e panificação.

Zygosaccharomyces spp.

Saccharomyces spp.

•Leveduras fermentadoras de açúcares, toleram Aa de 0,7;

•Encontradas em xaropes, mel. Melado, doces em massas;

•Toleram ácido, podendo se multiplicar em pH 1,8;

Zygosaccharomycesrouxii

Page 93: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

�MICOTOXICOSES: Intoxicação pela ingestão de alimentos contaminados

por micotoxinas produzidas por fungos MICROSCÓPICOS.

�MICETISMO: Intoxicação pela ingestão de fungos MACROSCÓPICOS

(Fungos do grupo dos Basidiomicetos, conhecidos como Cogumelos )

Doenças alimentares - Fungos

Page 94: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 95: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

�Micotoxinas: Efeito agudo:

• Deterioração das funções hepática e renal.

• Fatal em alguns casos.

• Interferência na síntese protéica.

• Imunodeficiência extrema.

• Neurotóxicas.

�Micotoxinas: Efeito crônico:

• Indução de câncer (sobretudo de fígado).

�Micotoxinas: Efeitos mutagênicos e teratogênicos:

• Alterações na Replicação do DNA de diversos tipos celulares, causando

efeitos mutagênicos e teratogênicos.

Page 96: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 97: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Alcalóide do esporão do centeio

Causa o ERGOTISMO

•Claviceps purpurea → Forma gangrenosa, marcada pela vaso constrição periférica e necrose das extremidades distais.

•C.fusiformis . → Forma convulsiva → ergotismo neurológico, marcado por espasmos musculares, convulsões e alucinações.

Claviceps purpurea

C.fusiformis .

As alucinações devem ser causadas pelo ácido lisérgico que faz parte da molécula de ergotamina.

Page 98: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

AFLATOXINAS

•Produzidas principalmente por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus.

•Existem 17 compostos denominados aflatoxinas.

•As aflatoxinas B1, B2, G1, G2 (maior quantidade), e M1, M2, B2A, G2A, GM1,

GM2 (menor quantidade).

•A aflatoxina B1 é o mais potente carcinogênio natural conhecido e é a

principal aflatoxina produzida por cepas toxigênicas.

Aspergillus flavusAspergillus parasiticus

Page 99: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 100: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 101: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 102: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 103: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 104: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 105: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Aspergillus sp.

•Possuem micélio septado, reprodução assexuada, crescimento superficial;

•Deteriorante de vegetais, produtos cárneos, e laticínios;

•Coloração verde, azul, preta e amarela.;

• Apresenta gêneros produtores de micotoxinas, como aflatoxinas e patulina

• Alguns gêneros são usados para produção de queijos.

Micélio septado

Penicillium sp.

Page 106: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 107: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 108: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 109: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 110: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial
Page 111: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

Curso: Tecnologia em Produção de Fármacos e FarmáciaPeríodo: 5° períodoDisciplina: Microbiologia IndustrialProfessora: Sabrina Dias

Centro Universitário da Zona Oeste

AULA 3: CONTROLE DE CRESCIMENTO MICROBIANO

Page 112: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

OS AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS PODEM PROMOVER:

• Esterilização: destruição de todas as formas de vida (células vegetativas e esporos ).

• Desinfecção: destruição das formas vegetativas dos microrganismos (patogênicos e inócuos), mas não necessariamente das formas esporuladas. Geralmente refere-se a substâncias químicas ( desinfetantes ) aplicadas sobre objetos inanimados.

• Anti-sepsia: processo permite a remoção de parte dos microrganismos presentes em tecidos vivos. Associado a substâncias químicas ( anti-sépticos ) aplicadas sobre estes tecidos.

• Esporocida: agente físico ou químico que mata as formas esporuladas dos microrganismos.

• Assepsia: conjunto de técnicas utilizados para impedir a penetração de germes em locais que não os contenha.

Page 113: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

CONDIÇÕES QUE AFETAM A AÇÃO ANTIMICROBIANA DOS AGENTES

FÍSICOS E QUÍMICOS

1. Relacionadas ao microrganismo:

- tipo: forma vegetativa (mais susceptível), forma esporulada (mais resistente).

- estado fisiológico das células: células jovens (mais susceptíveis), células velhas (mais resistentes, que por poderem apresentar alterações fisiológicas e/ou

estruturais, tornam-se mais resistentes ).

- nº de microrganismos: quanto maior o número de microrganismos presentes

num material, maior a chance de haver sobreviventes e formas resistentes.

Page 114: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONDIÇÕES QUE AFETAM A AÇÃO ANTIMICROBIANA DOS AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

2. Relacionadas ao ambiente ou material onde se encontram os microrganismos:

- pH: o calor é mais eficiente em pH ácido.

- temperatura: quanto maior, maior a probabilidade de eliminação.

- presença de compostos orgânicos: protegem os microrganismos, diminuindo a ação de alguns agentes

químicos.

- consistência do material: aquoso (maior penetração), viscoso, denso (menor penetração)

3. Tempo: os processos não são instantâneos.

Page 115: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

AGENTES FÍSICOS UTILIZADOS NO CONTROLE DOS MICRORGANISMOS

CALOR:

a) Calor Seco:

1- Forno de Pasteur (forno de ar quente): ação esterilizante (causa a morte por promover: a oxidação das proteínas que constituem o microrganismo).

- Condições de esterilização: de 150 a 170° C, de 1 a 2 horas

- Utilização: esterilização de substâncias imiscíveis em água (como pós, óleos etc.), instrumentos cortantes (tesouras, bisturis, agulhashipodérmicas e etc.) e vidrarias limpas e secas (placas de Petri, seringas de vidro, pipetas, balões, tubos de ensaio).

Page 116: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

2- Incineração: ação esterilizante. Leva à carbonização do material e dos microrganismos.

- Para descartáveis: animais usados em experimentos e produtos contaminados (cotonetes, curativos e ataduras contaminados, seringas plásticas contaminadas e etc.).

3- Flambagem: ação esterilizante: carbonização do microrganismo.

- O material é submetido a ação direta da chama.

- Condições de esterilização: 200 a 300ºC, por poucos segundos.

- Uso: apenas na rotina microbiológica (alças e agulhas de platina, estiletes, bocas dos tubos).

Page 117: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

b) Calor Úmido:

1- Autoclavação: realizada em autoclaves (aparelhos que utilizam vapor saturado sob pressão). Ação esterilizante. Causa a morte por promover a desnaturação das proteínas que constituem os microrganismos.

- Condições para esterilização: 121° C por 15 a 30 m inutos a 1 atmosfera a mais de pressão.

- Substâncias miscíveis com água (meios de cultura, solução salina, água, etc.), cotonetes, luvas de látex (cirúrgica), sondas, cateteres, gaze, rouparia,material contaminado, etc.

OBS: utilizada apenas em materiais que não se alteram com a temperatura.

2- Ebulição: água à temperatura de 100°C por um tempo de 30 minu tos. Causa desnaturação protéica, eliminando apenas formas vegetativas.

Page 118: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

3- Pasteurização: processo utilizado para alimentos. Elimina apenas microrganismos patogênicos:

Salmonella typhi, Brucella abortus e etc.

- Condições: 63°C por 30 minutos ou 72°C por 15 segu ndos, seguido de resfriamento rápido (leite e vinho). UHT: leite aquecido a 74°C, em seguida aquecido a 140°C (5 segundos) e resfriament o imediato.

4- Vapor Fluente Fracionado - Tindalização : submeter ao vapor fluente contínuo por 3 vezes, com intervalo de 12 a 18 horas após cada execução, tomando-se o cuidado de não abrir o recipiente onde está acondicionado o material. Elimina formas vegetativas e esporuladas. Causa a morte por promover a desnaturação de proteínas dos microrganismos.- Uso: soluções (vitaminas, carboidratos) e materiais que não suportam temperaturas acima de 100ºC.

Page 119: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

c) Radiações : o tempo e a intensidade das radiações depende do material

a ser esterilizado.

1- Radiações Não Ionizantes - raios Ultra-Violeta: baixo poder de

penetração: l longo (carreia menos energia). Utilizado apenas em

superfícies. Causam danos ao DNA levando a formação de dímeros de

pirimidina (mutação).

-Utilizado: eliminação de microrganismos em superfícies.

2- Radiações Ionizantes - raios X e raios Gama : alta penetrabilidade. l

curto (muita energia). Promovem a excitação de elétrons, formando

radicais altamente reativos (OH-, H+, H2O2 ). - Esterilização de fios de

sutura, material biológico (soros, antibióticos e vacinas) que não podem ser

submetidos à ação do calor.

Page 120: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

d) Microondas : muito empregado em laboratórios. As radiações emitidas

não afetam diretamente os microrganismos, mas geram calor, que é o

responsável pela morte dos microrganismos. Ainda não existem trabalhos

mostrando tempo e potência.

e) Filtração : fazem desinfecção e não esterilização. Apresentam poros de

diferentes diâmetros.

Ex.: Membranas Filtrantes - Millipore: éster de celulose (remove bactérias

e alguns vírus)

Page 121: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

Baixas temperaturas : Diminuição ou interrupção do metabolismo.

Dessecação : Liofilização ou dessecamento natural, que atua

diferentemente nos organismos, dependendo do tipo de meio, do material

dessecado e da intensidade do processo. Via de regra, os cocos Gram

negativos são mais sensíveis que os Gram positivos, sendo M.

tuberculosis um dos exemplos clássicos de organismo resistente à

dessecação (várias semanas em escarro seco).

Pressão osmótica : conservas com altos teores de sal ou açúcar.

Page 122: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

AGENTES QUÍMICOS UTILIZADOS NO CONTROLE DOS

MICRORGANISMOS.

a) Álcoois: anti-sépticos ou desinfetantes. Atua sobre formas vegetativas

promovendo a desnaturação de proteínas. É mais eficiente à 70%, pois

as proteínas celulares são mais facilmente desnaturadas na presença da

água.

b) Aldeídos e derivados : atua alquilando grupamentos funcionais das

proteínas como aminas, carboxilas e hidroxilas, formando

hidroximetilderivados inativos.

Mais empregados: aldeído fórmico (concentração: 3 - 8%) e aldeído

glutárico a 2%.

Page 123: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

c) Fenóis e derivados : Atua sobre proteínas a uma concentração de 0.2 a 1%. Bastante tóxico.

Mais empregados: cresóis (metacresol é um dos isômeros mais ativos). A creolina (mistura de cresóis) é utilizada na desinfecção de pisos, vasos sanitários, excrementos, etc.

d) Halogênios e derivados : o iodo é o mais empregado. Atua como bactericiada, fungicida e esporocida, combinando-se irreversivelmente com proteínas, através de interação com aminoácidos aromáticos (fenilalanina e tirosina). As soluções alcoólicas contendo 2% de iodo exercem ação imediata.

e) Cloro : ataca grupamentos aminados das proteínas, formando cloroaminoácidos inativos. Utilizado sob a forma: hipoclorito de sódio ou cálcio, ácido hipocloroso.

Page 124: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

f) Compostos Quaternários de Amônio : detergentes catiônicos:

utilizados em desinfecção e anti-sepsias.

Mais empregados são: cloreto de benzalcônio, cloreto benzetônio e

cloreto de cetilpiridínico. Clorexidina: empregada na anti-sepsia da pele,

em anti-sépticos bucais, etc.

g) Esterilizantes gasosos: óxido de etileno: utilizado na esterilização de

instrumentos cirúrgicos, fios de sutura, etc. Atua promovendo a alquilação

direta dos grupamentos carboxila, hidroxilas e sulfidrilas, inativando certas

enzimas.

Page 125: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

INDICADORES DE ESTERILIZAÇÃO:

- Substâncias com ponto de fusão conhecidos :Ácido Benzóico (121°C) e

Uréia (125°C).

- Cultura de microrganismos esporulado: Bacillus stearothermophilus

- Fitas indicadoras de esterilização.

ANTISSEPSIA DA PELE

Várias substâncias químicas são utilizadas no processo de anti-sepsia da

pele. Dentre estas, encontramos o iodo, álcool, triclosan e clorexidina

como uma das mais utilizadas.

Page 126: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

IODO

O iodo é um halogênio que exibe sua ação sobre os microrganismos

através de diferentes mecanismos de ação quais sejam: promovendo

inativação enzimática ou como oxidante, causando assim sua morte,

Atua como bactericiada, fungicida e esporocida, combinando-se

irreversivelmente com proteínas, através de interação com aminoácidos

aromáticos (fenilalanina e tirosina). As soluções alcoólicas contendo 2%

de iodo exercem ação imediata.

Os Álcoois: anti-sépticos ou desinfetantes. Atua sobre formas vegetativas

promovendo a precipitação e desnaturação de proteínas. É mais eficiente

à 70%, pois as proteínas celulares são mais facilmente desnaturadas na

presença da água.

Page 127: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

GLUCONATO DE CLOREXIDINAO gluconato de clorexidina é um Anti-séptico químico, Antifúngico e um bactericida capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas quanto as gram-negativas, no entanto mostra-se menos eficiente com os microrganismos gram-negativos. Também é um bacteriostático, impedindo a proliferação de bactérias.

Acredita-se que o mecanismo de ação ocorra através da ruptura da membrana celular, e não pela inativação por ATPase como pensava-se anteriormente.

Page 128: Aula 1,2, 3-Microbiologia Industrial

CONTROLE DAS POPULAÇÕES MICROBIANAS

TRICLOSAN

Triclosan ou triclosano é um agente anti-séptico efetivo contra bactérias gram negativas, bem como gram positivas. É eficaz também contra fungos e bolores. É encontrado em medicamentos, sabonetes, loções e cremes dentais. Apresenta boa tolerância para uso na pele e cavidade bucal em baixas concentrações.

OBJETIVO: utilizar uma solução de iodo, álcool, triclosan e clorexidinasobre uma porção da pele com a finalidade de reduzir a microbiota , eliminando quase todos os microrganismos presentes.