aula 1.1 - aula 1.1 - teoria geral dos contratos - cristiano sobral

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AULA 1.1 - AULA 1.1 - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - CRISTIANO SOBRAL TEORIA GERAL DOS CONTRATOS art. 421 do CC Livros do Luciano Direito Civil Sistematizado ed. Direto do consumidor – parte processual e direito material – direito do consumidor para concurso. Ed. SARAIVA. 1. DEFINIÇÃO Contrato é o negócio jurídico bilateral formado pela convergência de duas ou mais vontades, que cria, modifica ou extingue relações jurídicas de natureza patrimonial. É um negócio jurídico, pois é uma atuação humana em que as partes escolhem os efeitos que serão produzidos ao praticarem o ato. É bilateral, pois é formado pelo acordo de vontades, ou melhor, são necessárias pelo menos dois desejos. O testamento é um negócio jurídico, já que é a atuação humana em que se escolhem os efeitos que dele serão produzidos, contudo não é um contrato, pois é um negócio jurídico unilateral. 2. CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS 2.1. Contrato Unilateral, Bilateral e Plurilateral Fala-se aqui em número de prestações e não na quantidade de vontades envolvidas, pois não existe contrato com uma vontade apenas. a) Contrato unilateral: há prestação apenas para uma das partes. Doação é contrato, pois existe duas vontades, em razão da necessidade do donatário aceitá-la. Porém, é contrato unilateral, pois só tem prestação para o doador (entregar o bem). b) Contrato bilateral: além de duas vontades, existe prestação para ambas as partes, por exemplo, contrato de compra e venda, pois o vendedor tem a prestação de entregar o bem e o comprador a de estabelecer o preço. c) Contrato plurilateral: há pelo menos três vontades envolvidas. Exemplo: contrato de sociedade, em que são partes os sócios e a

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Teoria Geral dos Contratos para concurso da Defensoria Pública Estadual

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AULA 1.1 - AULA 1.1 - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - CRISTIANO SOBRALTEORIA GERAL DOS CONTRATOS art. 421 do CCLivros do Luciano

Direito Civil Sistematizado ed.

Direto do consumidor parte processual e direito material direito do consumidor para concurso. Ed. SARAIVA. 1. DEFINIO

Contrato o negcio jurdico bilateral formado pela convergncia de duas ou mais vontades, que cria, modifica ou extingue relaes jurdicas de natureza patrimonial.

um negcio jurdico, pois uma atuao humana em que as partes escolhem os efeitos que sero produzidos ao praticarem o ato. bilateral, pois formado pelo acordo de vontades, ou melhor, so necessrias pelo menos dois desejos. O testamento um negcio jurdico, j que a atuao humana em que se escolhem os efeitos que dele sero produzidos, contudo no um contrato, pois um negcio jurdico unilateral.

2. CLASSIFICAES DOS CONTRATOS

2.1. Contrato Unilateral, Bilateral e Plurilateral

Fala-se aqui em nmero de prestaes e no na quantidade de vontades envolvidas, pois no existe contrato com uma vontade apenas.

a) Contrato unilateral: h prestao apenas para uma das partes. Doao contrato, pois existe duas vontades, em razo da necessidade do donatrio aceit-la. Porm, contrato unilateral, pois s tem prestao para o doador (entregar o bem).

b) Contrato bilateral: alm de duas vontades, existe prestao para ambas as partes, por exemplo, contrato de compra e venda, pois o vendedor tem a prestao de entregar o bem e o comprador a de estabelecer o preo.

c) Contrato plurilateral: h pelo menos trs vontades envolvidas. Exemplo: contrato de sociedade, em que so partes os scios e a prpria sociedade, como parte credora das prestaes dos scios (contribuio para o capital social). 2.2. Contrato oneroso e gratuito

a) Contrato oneroso: as partes ganham algo equivalente sua prestao, quer dizer, h equilbrio econmico entre as partes porque ambos perdem e ganham na mesma proporo econmica, por exemplo, contrato de compra e venda.

b) Contrato gratuito: a parte no ganha algo equivalente sua prestao, ou seja, h desequilbrio econmico, pois uma das partes s ganha e uma das partes s perde, por exemplo, contrato de doao.

2.3. Contrato Comutativo e Aleatrio

a) Comutativo: as partes podem antever os seus efeitos, isto , ao celebrar o contrato, j sabem os efeitos que sero produzidos. Exemplo: contrato de compra e venda, pois j percebe-se que um entrega o bem e que outro entrega o preo.

b) Aleatrio: as partes no podem antever os seus efeitos, ou melhor, ao celebrar o contrato no h como saber os efeitos que sero produzidos. A razo simples: contrato aleatrio o contrato de risco (lea significa risco). Exemplo: contrato de seguro, pois o segurado pode ou no receber a indenizao, a depender se ocorre ou no o sinistro, o que no se sabe quando o contrato celebrado. O contrato aleatrio pode ser naturalmente aleatrio (aleatrio tpico) ou acidentalmente aleatrio (aleatrio atpico). O contrato naturalmente aleatrio quando for da sua essncia ser aleatrio, por exemplo, contrato de seguro. O contrato acidentalmente aleatrio quando for da sua essncia ser comutativo, mas aleatrio em razo de uma circunstncia que lhe especfica. Exemplo: contrato de compra e venda comutativo, no entanto o contrato de compra e venda de uma safra que est sendo plantada aleatrio, pois no se sabe qual ser a quantidade da produo.

Os artigos 458 a 461 do Cdigo Civil trazem duas categorias de contratos de compra e venda atipicamente aleatrios: compra e venda de coisa futura e de coisa exposta a risco.

a) Compra e venda de coisa futura: o contrato de compra e venda de coisa futura aleatrio, pois no se sabe se a coisa vir a existir e em que quantidade. Pode o contratante assumir o risco da coisa no vir a existir, pagando mesmo assim o preo (chamado de contrato de compra e venda emptio spei) ou assumir o risco de vir a existir em qualquer quantidade, pagando o preo se vier a existir em quantidade inferior esperada, todavia no pagando se nada do avenado vier a existir (chamado contrato de compra e venda emptio rei speratae). Em ambos os casos, no pagar o preo se menos do esperado vier a existir por culpa ou dolo do contratante. Como exemplo, pense na compra de peixes que ainda sero pescados, em que se paga o preo mesmo que nenhum peixe seja pescado (emptio spei) ou se vier em qualquer quantidade, s no pagando se nenhum vier (emptio rei speratae). Em nenhum dos dois casos pagar, se o insucesso total ou parcial decorreu de dolo ou culpa do pescador.

b) Compra e venda de coisa exposta a risco: o contrato de compra e venda de coisa exposta a risco de coisa que j existe, entretanto atipicamente aleatrio, pois o comprador assume o risco exposto. Exemplo: compra de cermica a ser transportada em navio, cujo risco de vir a se quebrar o comprador assuma. Dever pagar todo o preo, mesmo que alguns venham quebrados, a menos que dolosamente o vendedor se aproveite, colocando alguns j quebrados. 2.4. Contrato Consensual e Real

O contrato se forma, em regra, quando a uma proposta se seguir uma aceitao, quer dizer, com o acordo de vontade das partes. Essa regra quebrada em alguns casos, quando o acordo de vontades no suficiente para a formao do contrato, o que s ocorre com a prtica de um ato posterior: a entrega do bem objeto da prestao.

a) Contrato consensual: se forma com o acordo de vontades das partes. a regra em matria de contratos, por exemplo, o contrato de compra e venda.

b) Contrato real: se concebe pela tradio, ou seja, com a entrega do bem, que se segue ao acordo de vontade das partes. So trs os contratos reais: mtuo, comodato e depsito. 2.5. Contrato de Execuo Instantnea, Continuada e Diferida

a) Contrato de execuo instantnea: que cumprido em uma s vez, no momento da celebrao do contrato (ex.: compra e venda com pagamento vista).

b) Contrato de execuo continuada: em que a prestao efetuada em cotas peridicas (ex.: compra e venda com pagamento parcelado). c) Contrato de execuo diferida: na qual a prestao realizada em uma s vez, contudo no futuro (ex.: compra e venda com pagamento a prazo). 2.6. Contrato entre Presentes e entre Ausentes

uma classificao que se refere formao do contrato. Pelos nomes, parece que depende se as partes esto ou no na presena fsica um do outro. No bem assim, pois h tecnologias que fazem com que uma conversa entre pessoas distantes seja como se estivessem fisicamente presentes, pois proposta e aceitao se do em tempo real.

a) Contrato entre presentes: a proposta e a aceitao se do em tempo real, sendo firmado no s entre pessoas fisicamente presentes, mas tambm por telefone ou meio de comunicao semelhante (vdeo conferncia, chats, entre outros).

b) Contrato entre ausentes: a proposta e a aceitao no se do em tempo real, cujos principais exemplos so aqueles formados por carta ou por e-mail.

3. PRINCPIOS CONTRATUAIS:

3.1. Princpio da Autonomia da Vontade

As partes so livres para contratar, isto , contratam se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem. Isso decorre de simples razo: contrato um acordo de vontades. O limite para suas atuaes a lei e, como veremos mais frente, o interesse social e a boa-f.

3.2. Princpio da Obrigatoriedade e a Teoria da Impreviso (pacta sunt servanda x clusula rebus sic stantibus)

Significa fora obrigatria do nJ, ou do contrato.

Tendo em vista este princ.. a parte poderia obrigar a outra a cumprir sua parte no contrato.

Esse princ.. vige em nosso ordenamento.

Mas a situao descrita poder ser mitigada, a situao poder gerar a mitigao do ctt pela funo social do contrato. eu no posso escravizar a parte a cumprir o contrato que no tem equilbrio. Se esse contrato no dotado de funo social ele no tem pacta sunt servanda.

Podemos sustentar e concretizar que no pdoemos escravizar a parte a cumprir o contrato se esta parte no tem equilbrio no contrato. As partes contratam se quiserem, porm, se contratarem, so obrigadas a cumprir o contrato. O contrato faz lei entre as partes, o que traduz o conhecido pacta sunt servanda, ou melhor, os pactos devem ser cumpridos.

Essa a noo bsica do princpio, no entanto o seu estudo pode e deve ser aprofundado. A atual Norma Civilista adotou o princpio do pacta sunt servanda, todavia no de forma absoluta, pois foi mitigado pela previso da chamada clusula rebus sic stantibus.

Para entender essa clusula, necessria uma breve anlise histrica. Desde a origem dos contratos, vigora o princpio do pacta sunt servanda, quer dizer, o contrato sempre fez lei entre as partes. Entretanto, a Idade Mdia foi uma poca que ameaou a sobrevivncia desse princpio, pois foi um perodo marcado por constantes guerras e conflitos feudais, o que inviabilizava o cumprimento de um contrato. Por isso, naquela poca, tornou-se comum vir nos contratos com prestao que se prolongava no tempo uma clusula liberando o contratante em caso de ocorrer uma guerra ou conflito feudal, permitindo-lhe pedir o fim do contrato. Rebus sic stantibus significa coisa assim ficar, ou seja, o contratante obrigado a cumprir o contrato, contudo apenas se a coisa assim ficar.

A inovao do Diploma Civil de 2002 foi tornar a clusula rebus sic stantibus implcita aos contratos, quando passou a prever a teoria da impreviso ou da onerosidade excessiva. Se um contrato for assinado e sobrevier fato imprevisvel que o desequilibre, tornando-o excessivamente oneroso para uma das partes e com extrema vantagem para a outra, poder aquela pedir a resoluo do contrato (art. 478 do CC). O exemplo tpico o contrato de leasing de um carro, com valor atrelado ao dlar (locao com opo de compra ao fim do contrato mediante pagamento de valor residual). O dlar vale um real e passa do dia para noite para dois reais, dobrando o valor a ser pago. Poder ser pedida a resoluo do contrato com base na teoria da impreviso ou da onerosidade excessiva.

So os elementos necessrios para incidncia da teoria da impreviso ou da onerosidade excessiva:

a) Contrato de execuo continuada ou diferida: a teoria da impreviso se aplica a contratos cuja execuo se prolongue no tempo, isto , quando a execuo continuada ou diferida no tempo. Como o contrato de execuo instantnea tem prestaes cumpridas quando da celebrao do contrato, estas no sero atingidas pelo fato imprevisvel superveniente.

b) Prestao excessivamente onerosa para uma das partes: a ideia da teoria, a excessiva onerosidade para uma das partes, desequilibrando o contrato.

c) Extrema vantagem para a outra parte: para a resoluo dos contratos, no basta este ter ficado muito oneroso para uma das partes. preciso que, concomitantemente, tenha havido extrema vantagem para a outra parte. Assim sendo, se o contratante perde seu emprego e consegue outro recebendo metade do salrio anterior, o contrato fica excessivamente oneroso para ele, porm no poder pedir a resoluo pela onerosidade excessiva porque no houve extrema vantagem para a outra parte.

c) Fato superveniente e imprevisvel: a resoluo do contrato s ter lugar se o desequilbrio das prestaes decorrerem de um fato superveniente que as partes no podiam prever quando da celebrao do contrato.

Ateno! No confundir teoria da onerosidade excessiva com leso e estado de perigo. Nesses defeitos do negcio jurdico, o ato j nasce viciado, enquanto na aplicao da teoria ora em estudo, o contrato origina-se consoante a lei, no entanto se vicia por fato superveniente.

A consequncia disso que na leso e no estado de perigo o contrato anulado, medida que na teoria da impreviso ele objeto de resoluo. Nos citados vcios da vontade, como o ato invalidado, a sentena anulatria retroage data da prtica do ato, desfazendo todos os efeitos produzidos, inclusive os anteriores anulao. Na resoluo do contrato pela onerosidade excessiva, a sentena no deveria retroagir, s aniquilando os efeitos a partir da resoluo. Contudo, por expressa previso legal, efeitos anteriores resoluo sero desfeitos, pois a lei determina que a sentena retroaja data da citao, ou melhor, s so preservados os efeitos anteriores citao.

Importante frisar que o contrato atingido pela teoria da impreviso ou onerosidade excessiva pode se manter, sem ser objeto de resoluo, o que ocorrer se o contratante beneficiado concordar com a reduo do seu ganho, reequilibrando as prestaes.

3.3. Princpio da Relatividade dos Efeitos dos Contratos

O contrato s produz efeitos em relao s partes. por isso que dizemos que o direito contratual inter parte (entre as partes), diferente dos direitos reais, que so direitos oponveis erga omnes (contra todos). Significa que o contratante s pode opor seu direito contratual ao outro contratante e no a pessoas estranhas relao contratual, pois s as partes podem ter direitos e deveres frutos do contrato que celebraram.

3.4. Princpio da Funo social do Contrato

Art. 421 do CC. A liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do contrato.276 Projeto de lei para modificar a redao deste artigo.

Existe diferena entre a liberdade contratual e a liberdade de contratar: - por que a liberdade de contratar esta ilimitada, enquanto a liberdade contratual limitada pela funo social do contrato. O correto deveria ser liberdade contratual, mas nas provas objetivas, voc. trabalha com aquilo que est na lei. ENUNCIADOS IMPORTANTES

Enunciado do conselho de justia da justia federal, 1 jornada de direito civil, 20,22, 23, 26 e 29.

20 - Art. 406: a taxa de juros moratrios a que se refere o art. 406 a do art. 161, 1, do Cdigo Tributrio Nacional, ou seja, um por cento ao ms;

22 - Art. 421: a funo social do contrato, prevista no art. 421 do novo Cdigo Civil, constitui clusula geral que refora o princpio de conservao do contrato, assegurando trocas teis e justas.

Obs. Princ. da conservao do Negcio jurdico: entendem que a resoluo extino ser a ultima ratio, ou seja, a ultima hiptese. Ou seja, o juiz sempre buscar a manuteno do contrato da conservao ao invs da resoluo do negcio jurdico. A resoluo ser sempre a ultima hiptese. Blz.

23 - Art. 421: a funo social do contrato, prevista no art. 421 do novo Cdigo Civil, no elimina o princpio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princpio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo dignidade da pessoa humana;

26 - Art. 422: a clusula geral contida no art. 422 do novo Cdigo Civil impe ao juiz interpretar e, quando necessrio, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-f objetiva, entendida como a exigncia de comportamento leal dos contratantes.

29 - Art. 456: a interpretao do art. 456 do novo Cdigo Civil permite ao evicto a denunciao direta de qualquer dos responsveis pelo vcioIII jornada 166 e 167 da jornada do conselho da justia federal.

ENUNCIADO N 166 Arts. 421 e 422 ou 113: A frustrao do fim do contrato, como hiptese que no se confunde com a impossibilidade da prestao ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicao do art. 421 do Cdigo Civil.

ENUNCIADO N 167 Arts. 421 a 424: Com o advento do Cdigo Civil de 2002, houve forte aproximao principiolgica entre esse Cdigo e o Cdigo de Defesa do Consumidor, no que respeita regulao contratual, uma vez que ambos so incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.IV JORNADA DE DIREITO CIVIL DO CONSELHO DA JUSTIA FEDERAL, enunciado 360 E 361;

360 Art. 421. O princpio da funo social dos contratos tambm pode ter eficcia interna entre as partes contratantes.

361 Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial decorre dos princpios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a funo social do contrato e o princpio da boa-f objetiva, balizando a aplicao do art. 475.enunciado 431 da v jornada de direito civil do conselho da justia federal.

431) Art. 421. A violao do art. 421 conduz invalidade ou ineficcia do contrato ou de clusulas contratuais.

Destaca-se tendo em vista o princ.. da funo social o contrato ganha uma nova roupagem, isso significa que o contrato no pode mais ser analisado como uma bolha, devendo ser submetido a um controle de merecimento para ver se o mesmo encontra-se averiguado de acordo com a ordem social.

Qual o objetivo da funo social?

O objetivo da funo social a busca da justia contratual, as partes devem buscar o equilbrio do contrato.

Tento em vista essa roupagem , destaca-se o ctt tem uma eficcia interna do contrato, as tb existe proteo da comunidade

Funo social:

Produz uma eficcia interna ou endgena;

Eficcia externa ou exgenas

esta vinculada na proteo dos interesses individuais relativos a dignidade da pessoa humana;

E a eficcia externa esta vinculada a proteo dos interesses metaindividuais, ou seja, da coletividade de terceiros. Tanto que o enunciado n 23, diz que:

23 - Art. 421: a funo social do contrato, prevista no art. 421 do novo Cdigo Civil, no elimina o princpio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princpio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo dignidade da pessoa humana;

ATENO A ESTES ENUNCIADOS.

O contrato no interessa apenas s partes contratantes, mas tambm a toda sociedade, porque ele repercute no meio social. Essa a ideia do princpio da funo social do contrato, que reflete a atual tendncia de sociabilidade do direito, quer dizer, de subordinao da liberdade individual em funo do interesse social. Assim sendo, se o contrato repercute negativamente para a sociedade, o juiz pode nele intervir para preservao do interesse coletivo.

Como exemplo, podemos pensar em um contrato com juros excessivamente elevados. No ruim apenas para a parte devedora, mas para toda a sociedade, pois aumenta o risco de inadimplemento, o que aumenta ainda mais os juros, o que dificulta a circulao do crdito, diminuindo os investimentos produtivos e fazendo com que o Estado no se desenvolva. O juiz, sob o fundamento da funo social do contrato, poder intervir nessa relao entre particulares, trazendo os juros para valor de mercado.

A atual Legislao Civilista, em vrias oportunidades, tem regras que refletem essa tendncia da sociabilidade do direito. o caso, por exemplo, da teoria da impreviso, podendo o juiz pr fim ao contrato em razo do seu desequilbrio econmico pela supervenincia de um fato imprevisvel. O mesmo ocorre no caso de leso e estado de perigo, podendo o juiz invalidar o contrato, por uma das partes ter assumido obrigao excessivamente onerosa em razo de determinadas circunstncias que foram a contratao. Isso demonstra a preocupao socializante da Lei Civil em vigor, pois, mesmo preenchidos os requisitos formais de validade do negcio jurdico, a lei pretende amparar um dos contratantes da esperteza ou ganncia do outro ou do prejuzo econmico imprevisvel com extrema vantagem para o outro contratante. Qual a razo disso? O Poder Judicirio s pode chancelar contratos que respeitem no s regras formais de validade jurdica, todavia, sobretudo, normas superiores de cunho moral e social.

Essa concepo social do contrato chega ao seu pice quando o Cdigo Civil, j em seu primeiro artigo sobre contratos, diz que a funo social do contrato representa uma limitao na liberdade de contratar (art. 421 do CC). As partes so livres para, dentro dos limites legais, colocarem no contrato as clusulas que quiserem, entretanto a limitao autonomia da vontade no se d apenas pela lei, mas tambm pelo interesse social.

Imagine um contrato para a construo de uma obra de vulto ou de uma indstria. No obstante estejam observados os requisitos legais de validade (agente capaz, objeto possvel, determinado ou determinado e forma prescrita ou no defesa em lei), alguns questionamentos podem ser feitos: e os reflexos ambientais? E os reflexos trabalhistas? E os reflexos sociais? E os reflexos morais, ou seja, no mbito dos direitos da personalidade? Por melhor que seja o contrato do ponto de vista econmico para os contratantes, no se pode chancelar como vlido um negcio negativo para a sociedade em razo do desrespeito de leis ambientais, que pretenda fraudar leis trabalhistas ou que viole a livre concorrncia, as leis do mercado ou postulados de defesa do consumidor, mesmo sob o pretexto da livre iniciativa.

Analisando os exemplos supramencionados, podemos verificar que um contrato que no cumpre a sua funo social pode ser bom apenas para uma das partes, como ocorre com o contrato com juros excessivos. Neste caso, caber ao contratante prejudicado pedir a tutela jurisdicional com base na funo social do contrato. Contudo, at mesmo quando o contrato for bom do ponto de vista econmico para ambas as partes, poder ser alvo de interveno do juiz, caso contrarie o interesse social, como o caso de um contrato muito lucrativo, porm que gera danos ambientais ou que fraude leis trabalhistas. A questo : nesse caso de mtuo benefcio, a quem caber pedir a interveno judicial?

O papel de guardio do princpio da funo social do contrato deve recair sobre os ombros do Ministrio Pblico. A princpio, o parquet no teria legitimidade ativa para pedir a interveno do juiz no contrato, por tratar-se de interesse privado. No entanto, como o contrato tem uma funo social, no podendo prejudicar a sociedade como um todo, o interesse passa a ser coletivo, legitimando a atuao ministerial.

Com efeito, o princpio da funo social do contrato possibilita uma nova tendncia de controle dos contratos inaugurada pela atual Norma Civilista: o dirigismo judicial dos contratos. O que significa isso? O contrato sempre sofreu controle externo, limitando a atuao dos contratantes. At ento, prevalecia o controle feito pela lei, razo pela qual esse controle chamado de dirigismo legal dos contratos. Pense, como exemplo, no contrato de locao, onde a lei do inquilinato limita a atuao do locador. Hoje, com o Diploma Civil vigente, prevalece o dirigismo judicial dos contratos, isto , no a lei que controla o contrato, e sim o juiz, na anlise do caso concreto.

O que torna isso possvel a utilizao das chamadas clusulas gerais ou conceitos jurdicos indeterminados, que tem como exemplo a funo social dos contratos. So expresses vagas em seu contedo, exigindo do aplicador do direito uma anlise do caso concreto para suprir a vacncia. A lei diz que o contrato deve atender a funo social, ou melhor, no pode ir contra o interesse social. O que atender ou ir contra o interesse social? A lei no enumera casos, preferindo usar uma expresso vaga, permitindo ao juiz dizer, analisando o contrato, se ele atende ou no o interesse social.

Em concluso, no se pretende aniquilar o princpio da autonomia da vontade ou o pacta sunt servanda, todavia temper-lo, tornando-os mais vocacionados ao bem-estar comum, sem prejuzo do interesse econmico pretendido pelas partes contratantes. A lei relativiza o princpio do pacta sunt servanda com regras especficas, como a clusula rebus sic stantibus ou com a previso da leso ou do estado de perigo, entretanto tambm relativiza permitindo interveno judicial em uma relao que deveria interessar unicamente s partes do contrato, contudo que interessa a toda a sociedade, pois a lei diz que o contrato tem uma funo social.

3.5. Princpio da Boa-f ObjetivaArt. 422. Os contratantes so obrigados a guardar, assim na concluso do contrato, como em sua execuo, os princpios de probidade e boa-f.

Este art. narra o seguinte: projeto de lei 276, o texto deste art. pobre juridicamente, isto , NO S NA FASE DE EXECUO QUE DEVE SER OBERVADO.Ele deve ser observado em todas as etapas do contrato. vide item 5.1 desta aula.

I jornada de direito civil, enunciado de n 24, 25, 26 e 29;

24 - Art. 422: em virtude do princpio da boa-f, positivado no art. 422 do novo

Cdigo Civil, a violao dos deveres anexos constitui espcie de inadimplemento,independentemente de culpa.

25 - Art. 422: o art. 422 do Cdigo Civil no inviabiliza a aplicao pelo julgador do princpio da boa-f nas fases pr-contratual e ps -contratual. dirigido ao juiz este enunciado.26 - Art. 422: a clusula geral contida no art. 422 do novo Cdigo Civil impe ao juiz interpretar e, quando necessrio, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-f objetiva, entendida como a exigncia de comportamento leal dos contratantes.

III jornada de direito civil, enunciados 166,167, 168 e 170;

ENUNCIADO N 166 Arts. 421 e 422 ou 113: A frustrao do fim do contrato, como hiptese que

no se confunde com a impossibilidade da prestao ou com a excessiva

onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicao do art. 421 do Cdigo

Civil.

ENUNCIADO N 167 Arts. 421 a 424: Com o advento do Cdigo Civil de 2002, houve forte

aproximao principiolgica entre esse Cdigo e o Cdigo de Defesa do

Consumidor, no que respeita regulao contratual, uma vez que ambos so

incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.

168 Art. 422: O princpio da boa-f objetiva importa no reconhecimento de um

direito a cumprir em favor do titular passivo da obrigao.

170 Art. 422: A boa-f objetiva deve ser observada pelas partes na fase de

negociaes preliminares e aps a execuo do contrato, quando tal exigncia

decorrer da natureza do contrato. este enunciado dirigido as partes. IV JORNADA DE DIREITO CIVIL 36, 362 E 363;

ENUNCIADO 361 Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial decorre dos princpios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a funo social do contrato e o princpio da boa-f objetiva, balizando a aplicao do art. 475.

ENUNCIADO 362 Art. 422. A vedao do comportamento contraditrio (venire contra factum proprium) funda-se na proteo da confiana, tal como se extrai dos

arts. 187 e 422 do Cdigo Civil.

ENUNCIADO 363 Art. 422. Os princpios da probidade e da confiana so de ordem pblica, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existncia da

violao.

V JORNADA DE DIREITO CIVIL- ;

ENUNCIADO 432 Art. 422. Em contratos de financiamento bancrio, so abusivas clusulas contratuais de repasse de custos administrativos (como anlise do crdito, abertura de cadastro, emisso de fichas de compensao bancria, etc.), seja por estarem intrinsecamente vinculadas ao exerccio da atividade econmica, seja por violarem o princpio da boa-f objetiva.

VI JORNADA DE DIREITO CIVIL ENUNCIADO 546 O 2 do art. 787 do Cdigo Civil deve ser interpretado em consonncia com o art. 422 do mesmo diploma legal, no obstando o direito indenizao e ao reembolso. Artigos: 787, 2, e 422 ;

Justificativa: O 2 do art. 787 ( defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ao, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indeniz-lo diretamente, sem anuncia expressa do segurador) no deve ser interpretado com o propsito de obrigar os segurados a faltar com a verdade ou a criar obstculos ao trmite das aes judiciais, uma vez que esto em jogo princpios de ordem pblica, que no podem ser suprimidos ou minimizados pela vontade das partes, conforme defende parcela significativa da moderna doutrina securitria. A vedao ao reconhecimento da responsabilidade pelo segurado deve ser interpretada como a proibio que lhe foi imposta de adotar posturas de m-f perante a seguradora, tais como provocar a prpria revelia e/ou da seguradora, assumir indevidamente a responsabilidade pela prtica de atos que sabe no ter cometido, faltar com a verdade com o objetivo de lesar a seguradora, agir ou no em conluio com o suposto lesado/beneficirio, entre outras que venham a afetar os deveres de colaborao e lealdade recprocos. Caracteriza-se, portanto, como valorizao da clusula geral da boa f objetiva prevista no art. 422 do Cdigo Civil. Cumpre observar ainda que uma interpretao estritamente literal de tal dispositivo legal pode prejudicar ainda mais o segurado, que, nos casos de cumulao de responsabilidade civil e criminal, deixa de se beneficiar de atenuantes, comprometendo, entre outros aspectos, sua liberdade de defesa.

ART. 422 POBRE;

Confiana trazida do dir. alemo e lealdade regra prevista no art. 422 do CC mas para que haja a completude da boa-f objetiva diz o STJ:

- A SOMA DOS DEVERES PRINCIPAIS COM A SOMA DOS DEVERES ANEXOS. PARA QUE HAJA ACOMPLETUDE DA BOA-F OBJETIA DEVEMOS ESTAR DIANTE DOS CUMPRIMENTOS PRINCIPAIS E ANEXOS (SATELITRIOS, LATERAIS);

- so regrinha que devemos observar dentro dessa situao. Se eu violo o dever princ.. est configurado o inadimplemento, que pode ser total ou parcial.

Agora os anexos, terei tambm uma modalidade de inadimplemento, que a doutrina diz que nova, denominada por esta, como violao positiva do contrato.

Enunciado do I do CJF n 24 - Art. 422: em virtude do princpio da boa-f, positivado no art. 422 do novo Cdigo Civil, a violao dos deveres anexos constitui espcie de inadimplemento, independentemente de culpa.

Regrinha bastante importante.

Problemtica figuras parcelares da boa-f objetiva:

1- Venire contra factum proprium denominada teroia dos atos prprios;O que se busca vedar o comportamento contraditrio, ento a proibio do comportamento contraditrio. Vide enunciado que aduz isso. Mas para que haja a aplicabilidade deste instituto, so quatro requisitos:

i- Comportamento;

ii- Gerao de uma Expectativa;

iii- Investimento na expectativa gerada;

iv- Comportamento contraditrio;

Ento a pessoa tem um comportamento, em razo disso a pessoa gera uma expectativa, investe e v um comportamento contrrio.

Fora prometido um aumento, fora gerado uma expectativa e depois o prefeito voltou atrs com relao ao aumento. Estudar no STJ este tema.

Enunciado da IV CJF de direito civil n 362 Art. 422. A vedao do comportamento contraditrio (venire contra factum proprium) funda-se na proteo da confiana, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Cdigo Civil.

2- Supressio: significa = reduo do contedo obrigacional em razo de uma inrcia prolongada; supresso do contedo obrigacional.3- Surrecio = significa ampliao do contedo obrigacional. Ento muita ateno para este assunto. P. ex. art. 330 do CC

Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renncia do credor relativamente ao previsto no contrato. ex. relao locatcia, A locador e b locatrio, a obrigao deveria ser paga na casa do credor, a divida portable, essa obrigao vai ser cumprida no local da casa do locador, esta contratualmente designado, mas o credor/ locador, todos os meses se dirige a casa do locatrio/devedor receber os aluguis.

Passa um tempo, e o devedor fica esperando o credor/locador vir receber o aluguel, mas este no aparece e ento este surpreendido com uma carto de despejo. O que este locatrio pode arguir em sua defesa? Supressio, olha ocorreu que o locador se quedou inerte em cumprir com uma parte do contrato. ento h supressio para o locador e surrecio para o locatrio.

Ateno a esta dica!!

4- Duty to utigate the loss : enunciado III da CFJ 169 Art. 422: O princpio da boa-f objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do prprio prejuzo. E RESP 758.518 DO PARAN DEVE O CREDOR O AGRAVAMENTO DO SEU PRPRIO PREJUZO isto a figura mencionada.

Em resumo a pessoa comprou o apto e nunca pagou, e ingressou com a ao de reintegrao de posse, e nesta pode ser cumulado os pedidos, reintegrao de posse cumulada com perdas e danos. E o STJ acatou o pedido do banco, mas de 7 anos este diminuiu para 6 anos por conta da inrcia em requerer o seu direito, pois de acordo com essa teoria o credor deve evitar o seu prprio prejuzo. O agravamento do seu prprio prejuzo.

EMENTADIREITO CIVIL. CONTRATOS. BOA-F OBJETIVA.STANDARDTICO-JURDICO. OBSERVNCIA PELAS PARTESCONTRATANTES. DEVERES ANEXOS.DUTY TO MITIGATE THELOSS. DEVER DE MITIGAR O PRPRIO PREJUZO. INRCIA DOCREDOR. AGRAVAMENTO DO DANO. INADIMPLEMENTOCONTRATUAL. RECURSO IMPROVIDO.

1. Boa-f objetiva.Standardtico-jurdico. Observncia pelos contratantesem todas as fases. Condutas pautadas pela probidade, cooperao elealdade.

2. Relaes obrigacionais. Atuao das partes. Preservao dos direitos doscontratantes na consecuo dos fins. Impossibilidade de violao aospreceitos ticos insertos no ordenamento jurdico.

3. Preceito decorrente da boa-f objetiva.Duty to mitigate theloss: odever de mitigar o prprio prejuzo. Os contratantes devem tomar asmedidas necessrias e possveis para que o dano no seja agravado. A partea que a perda aproveita no pode permanecer deliberadamente inerte diantedo dano. Agravamento do prejuzo, em razo da inrcia do credor.Infringncia aos deveres de cooperao e lealdade.

4. Lio da doutrinadora Vra Maria Jacob de Fradera. Descuido com odever de mitigar o prejuzo sofrido. O fato de ter deixado o devedor naposse do imvel por quase 7 (sete) anos, sem que este cumprisse com o seudever contratual (pagamento das prestaes relativas ao contrato de comprae venda), evidencia a ausncia de zelo com o patrimnio do credor, com oconsequente agravamento significativo das perdas, uma vez que a realizaomais clere dos atos de defesa possessria diminuiriam a extenso do dano.

5. Violao ao princpio da boa-f objetiva. Caracterizao deinadimplemento contratual a justificar a penalidade imposta pela Corteoriginria, (excluso de um ano de ressarcimento).

6. Recurso improvido.

5- adimplemento substancial / substancial performance: ESTA VINCULADO A UM INADIMPLEMENTO MNIMO enunciado IV 361 361 Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial decorre dos princpios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a funo social do contrato e princpio da boa-f objetiva, balizando a aplicao do art. 475.Cabe a parte credora cooperar para que a parte devedora cumpra a obrigao. Sob pena de violao positiva do contrato. isso j caiu mais de 2x no DPE do RJ.6- tu quoque : no faa aos outros aquilo que voc. no gostaria que fizesse a sua pessoa exceo do contrato no cumprido. argumento de defesa. Art. 476 do CC vc. No cumpriu a sua parte e quer exigir a minha? Este princpio vem consagrado no artigo 422 da Legislao Civilista, que obriga as partes contratantes a agirem de boa-f quando da celebrao de um contrato. A palavra chave do princpio confiana, que significa parceria contratual. A ideia que os contratantes no so lutadores, um querendo prejudicar o seu adversrio, mas sim parceiros, porque um confia no outro, uma vez que so obrigados a agir em conformidade com os ditames da boa-f.

Idealize um casal de noivos que compra suas alianas em uma joalheria, optando por um modelo que feito com ouro amarelo e ouro branco. Satisfeitos com a bela aliana, no dia da festa do noivado, um casal de amigos informa que toda aliana com ouro branco fica amarelada com o decorrer do tempo. Revoltados, reclamam junto joalheria, que diz nada poder fazer. Os noivos podero pedir a resoluo do contrato de compra e venda, devolvendo as alianas e recebendo seu dinheiro de volta, em funo da quebra da boa-f do vendedor, que no informou um relevante aspecto do contrato, que interferiria na escolha do modelo da aliana ou na prpria realizao do negcio.

O princpio que rege os contratos o princpio da boa-f objetiva, porm, em realidade, existem dois tipos: a objetiva ou a subjetiva. A subjetiva, como o nome sinaliza, a boa-f interior, psicolgica, quer dizer, o que o contratante acredita ser correto. J a objetiva lhe exterior, ou seja, agir de forma correta, conforme um padro normal de conduta. A boa-f que rege os contratos a objetiva, pois mais segura, uma vez que no depende do que pensa o outro contratante, mas tambm em verificar se o contratante agiu seguindo um comportamento normal das pessoas.

O que um comportamento normal? Como saber se o contratante agiu seguindo um padro normal de conduta? o juiz que dir na anlise do caso concreto. Com efeito, vimos que a tendncia atual em matria de controle contratual o chamado dirigismo judicial dos contratos, em substituio da antiga prevalncia do dirigismo legal. Cabe ao juiz controlar os contratos, o que lhe permitido a partir do uso de clusulas gerais ou de conceitos jurdicos indeterminados, que so expresses vagas, reclamando suprimento da vacncia pelo aplicador do direito na anlise do caso concreto. o caso no s da funo social dos contratos, e tambm da boa-f objetiva. A lei obriga as partes a agirem de boa-f, sem, no entanto, enumerar as condutas permitidas e proibidas sob esse aspecto. Esse papel caber ao juiz, que poder intervir em um contrato, podendo at resolv-lo, mesmo tendo sido observados os requisitos formais de validade em uma livre negociao entre particulares.

Ateno! De acordo com o artigo 422 da Lei Civil, a boa-f deve nortear o comportamento dos contratantes no s no momento da concluso do contrato, mas tambm durante a sua execuo. o fundamento da chamada responsabilidade civil ps-contratual. s vezes, um contrato produz efeitos aps a sua celebrao, devendo a boa-f perdurar enquanto durarem esses efeitos. Suponha que uma pessoa compre um carro junto a uma concessionria. Este quebra, todavia no existe pea para reposio e o comprador no poder mais utiliz-lo. Ele poder pedir a resoluo do contrato alegando quebra da boa-f objetiva em razo de no ter informado o fato que poderia ocorrer aps a execuo do contrato.

Ateno! Embora no mencionado expressamente no artigo 422 do Cdigo Civil, a boa-f deve conduzir o comportamento dos contratantes at mesmo antes da proposta. o fundamento da chamada responsabilidade civil pr-contratual, que ser analisada a seguir nas consideraes sobre a formao dos contratos. Exemplo tpico a proibio da propaganda enganosa. O contrato celebrado a partir de uma propaganda enganosa poder ser resolvido a requerimento da parte prejudicada, pois a boa-f j deve fazer-se presente mesmo durante as negociaes preliminares para uma futura contratao.

Qual o objetivo da boa-f objetiva? Trata-se de um dever de conduta que dever ser obeservado em todas as fases do contrato. trata-se de um dever que dever ser observados em todas as estapas. So deveres de conduta.

Segue as fases

4. PRELIMINARES (arts. 421 a 426, CC)

A Norma Civilista trata da teoria geral dos contratos a partir do seu artigo 421, iniciando com questes preliminares. De todos os princpios vistos, trata do princpio da funo social dos contratos e da boa-f objetiva. A seguir, trata de trs temas: contrato de adeso, contratos atpicos e pacto sucessrio.

1 fase a das negociaes preliminares (puntuao), proposta no formalizada. Debates prvios = trata-se de uma proposta no formalizada, essa fase no gera a obrigao de fazer, no possvel o lesado ingressar com a ao, por que aqui h apenas debates prvios, tratativas;

Excepcionalmente poderemos falar sobre responsabilidade civil.

M Diniz diz que ]por mais qye no haja obrigao, poder falar-se em responsabilidade civil aquiliana. Natureza jurdica aquiliana.

4.1. Contratos de Adeso

So os mais utilizados, as clausulas so pr dispostos por uma das partes;* Art. 54. Contrato de adeso aquele cujas clusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou servios, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu contedo. (conceitua o ctt de adeso) contratos de fiana so 99% contratos de adeso. So aqueles elaborados unilateralmente por uma das partes contratantes, opondo-se ao contrato paritrio, em que elas elaboram conjuntamente as suas clusulas. No um negcio jurdico unilateral, pois o aderente, embora no tenha o poder de negociar as clusulas do contrato, tem de aceitar a proposta, no perdendo, portanto, sua natureza contratual de bilateralidade.

O aderente parte mais fraca nessa relao contratual. Para garantir a isonomia material ou real, o Diploma Civil lhe confere duas protees:

a) Art. 423: quando houver no contrato de adeso clusulas ambguas ou contraditrias, deve ser adotada uma interpretao mais favorvel ao aderente.

Princ.. da interpretao mais favorvel = daquele que adere ao contrato; no se aplica em qualquer espcie de contrato mas im no ctt de adeso; s tem essa aplicabilidade se o ctt for de adeso b) Art. 424: so nulas as clusulas em um contrato de adeso que estipulem a renncia do aderente de um direito seu resultante da prpria natureza do negcio. Exemplo: contrato de depsito aquele em que o depositante entrega temporariamente ao depositrio a guarda e conservao de um bem, que tem o dever de devolver o bem tal como recebido. Note que um direito do depositrio receber o bem tal como entregou ao depositrio. Sendo o estacionamento em estabelecimentos comerciais um contrato de depsito e de adeso, nula a clusula que diz no haver responsabilidade pelos objetos deixados no interior do veculo. 4.2. Contratos Atpicos

A Legislao Civilista, nos artigos 481 e 853, trata da regulamentao das vrias espcies de contrato. No h como a lei prever toda espcie de contrato, pois este resulta do acordo de vontade das partes, que so livres para negociar segundo suas necessidades. Ademais, as alteraes da lei no conseguem acompanhar o surgimento de novos contratos em razo da dinmica social.

Contratos tpicos so aqueles previstos e regulamentados em lei, enquanto os contratos atpicos no os so. So lcitos os contratos atpicos em razo do princpio da autonomia da vontade. Que normas so aplicadas a eles, j que no h regulamentao especfica em lei? Nos termos do seu artigo 425, as normas gerais da Lei Civil, tanto da sua parte geral quanto da teoria geral dos contratos, ora em estudo.

Liberdade de contratar fazer contratos atpicos; desde que no fira a lei

4.3. Pacto Sucessrio

Compreende o contrato que tem por objeto herana de pessoa viva, sendo tambm chamado de pacta corvina ou pacto de abutres. Nos termos do artigo 426 do Cdigo Civil, um contrato proibido por lei, sendo invlido se praticado. A questo : ser nulo ou anulvel? A lei no permite a prtica sem dizer, entretanto, se nulo ou anulvel, razo pela qual considerado nulo pela lei, segundo prev o artigo 166, VII, da Norma Civilista em vigor.

Perceba que no podendo ser objeto de contrato herana de pessoa viva, isto , aps morte do de cujos, aps a abertura da sucesso, os herdeiros podem negociar seus quinhes hereditrios, mesmo antes da individualizao obtida ao fim do inventrio com o formal de partilha, sendo considerado por lei um contrato de bem imvel (art. 80, II, do CC).

Pacta corvina ou pacto de abutres : significa vedao// proibio de contrato de herana de pessoa viva. Caso ocorra o ctt de herana de pessoa viva, nulidade absoluta.

5. FORMAO DOS CONTRATOS (arts. 427 a 435, CC)

O contrato se forma, em regra, quando a uma proposta se seguir uma aceitao, seja com o acordo de vontades das partes. Como exceo, temos os contratos reais, em que este acordo no suficiente para a formao do contrato, o que s ocorre com um ato posterior: a tradio, ou melhor, a entrega do bem. o caso de trs classes contratuais: mtuo, comodato e depsito.

No confunda a formao do contrato com a sua validade. O contrato se formar significa passar a existir no mundo jurdico, obrigando as partes ao seu cumprimento, enquanto ser vlido estar consoante a lei e, portanto, apto a produzir seus regulares efeitos. O artigo 107 do Diploma Civil prev que a validade dos contratos no exige forma especial, seno quando a lei exigir, quer dizer, o contrato se forma com o simples acordo de vontades, contudo, em alguns casos, sua validade reclama uma forma especial para produzir efeitos. Assim, destacando que em alguns casos deve haver uma forma especial do contrato, o que tratamos aqui do momento da sua formao, pois passando a existir no mundo jurdico, obriga as partes ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade civil contratual, ou seja, indenizao de perdas e danos em razo da mora ou do inadimplemento (tema tratado em obrigaes, para onde remetemos sua leitura).

A Legislao Civilista trata do tema formao dos contratos nos artigos 427 a 435, mencionando a proposta e a aceitao. Porm, a formao do contrato no composta apenas por esses dois atos. Normalmente existe uma fase prvia, de negociaes preliminares, chamada de fase de puntuao, que poder culminar na formulao de uma proposta, que, se aceita, formar o contrato. So as fases que passamos a estudar.

5.1. Fase de Puntuao e a Responsabilidade Pr-contratual

Fase de puntuao a fase de negociaes preliminares que antecedem a proposta, marcada por conversaes prvias, ponderaes, reflexes, sondagens, clculos e estudos de viabilidade de negociao futura. Pode resultar, inclusive, em uma minuta contratual se alguns pontos acordados forem reduzidos a termo, isto , a escrito (difere da proposta, pois esta completa, uma vez bastar um sim para o contrato se formar).

Sobrevindo uma proposta fase de puntuao, esta vincula o proponente, pois, se a outra parte a aceitar, o contrato estar formado e ambos estaro obrigados em seus termos. A questo : podemos falar em responsabilidade civil nesta fase de negociaes preliminares pela no concluso do contrato? Em regra no, pois no h qualquer problema em se iniciarem negociaes e se perceber a inviabilidade ou inconvenincia da contratao. Mas, em alguns casos, pode haver responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, pois no h ainda um contrato, sendo chamada de responsabilidade civil pr-contratual.

Em que ocasio isso ocorre? Quando, nas negociaes preliminares, uma das partes cria na outra a justa expectativa de contratao e, sem qualquer justificativa, por mero capricho, no formaliza a proposta. O fundamento a quebra da boa-f objetiva na fase das negociaes preliminares. H um abuso de direito, que considerado pela lei ato ilcito a ensejar responsabilidade civil (art. 187 c/c art. 927, ambos do CC). Ora, ao criar a justa expectativa de contratao, legitima a outra parte a contrair gastos e at a recusar outras propostas, e no concluir o contrato sem qualquer justificativa causar o que chamamos de dano de confiana, em razo da quebra da boa-f objetiva, que deve nortear o comportamento dos contratantes at mesmo antes da proposta.

Como exemplo, cito um caso cobrado em concurso. Imagine que durante anos um fabricante de extrato de tomate distribui gratuitamente sementes de tomate entre agricultores de uma regio, procurando-os na poca da colheita para celebrar com eles contrato de compra e venda de toda a produo de tomate. No dcimo ano distribuiu as sementes, no entanto no apareceu para compra da safra. Procurada pelos agricultores, recusou-se, sem qualquer justificativa, a celebrar o contrato. Nesse caso, h responsabilidade civil pr-contratual aquiliana do fabricante de extrato de tomate, tendo que indenizar os agricultores em razo dos prejuzos que resultaram da no contratao, como os custos da produo e eventual recusa de venda para outros compradores. O fundamento da responsabilidade pr-contratual a violao do princpio da boa-f objetiva nessa fase de negociaes preliminares anterior proposta, pois o fabricante criou nos agricultores a justa expectativa de contratao e, sem qualquer justificativa, por mero capricho, no formalizou a proposta de compra e venda.

5.2. Pr-contrato ou Contrato Preliminar

NO CONFUNDIR NEGOCIAO PRELIMINAR COM CONTRATO PRELIMINAR!

NEGOCIAO PRELIMINAR fase de debates prvios;

CONTRATO PRVIO j fase consolidada em contrato.

Sua forma livre no observa uma forma. Tem que conter todos os requisitos essenciais ao contrato definicitivo.

462. O contrato preliminar, exceto quanto forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

462. O contrato preliminar, exceto quanto forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. (princ. da liberdade das formas).

Art. 107. A validade da declarao de vontade no depender de forma especial, seno quando a lei expressamente a exigir.

O pr-contrato, tambm chamado de contrato preliminar ou pacto de contrahendo, um contrato em que as partes assumem a obrigao de celebrar um contrato definitivo no futuro, por no ser possvel a contratao agora ou por no ser o melhor momento.

Tem que conter todos os requisitos do contrato definitivo.

Clusula de arrependimento que tem que estar expressa e no se presume ;

Art. 463. Concludo o contrato preliminar, com observncia do disposto no artigo antecedente, e desde que dele no conste clusula de arrependimento, qualquer das partes ter o direito de exigir a celebrao do definitivo, assinando prazo outra para que o efetive.

AULA 1.3 - AULA 1.3 - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - CRISTIANO SOBRAL O contrato preliminar necessita de registro? Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. c/c enunciado n 435 435) Art. 462. O contrato de promessa de permuta de bens imveis ttulo passvel de registro na matrcula imobiliria. Art. 463. Concludo o contrato preliminar, com observncia do disposto no artigo antecedente, e desde que dele no conste clusula de arrependimento, qualquer das partes ter o direito de exigir a celebrao do definitivo, assinando prazo outra para que o efetive.

Pargrafo nico. O contrato preliminar dever ser levado ao registro competente.

Enunciado de n/ 30 da I CNJF- Art. 463: a disposio do pargrafo nico do art. 463 do novo Cdigo Civil deveser interpretada como fator de eficcia perante terceiros.

A doutrina diz que pode, e no deve, isso o que diz a doutrina majoritria. Ser dado a eficcia erga omnes, se no tiver a eficcia se d inter partes.

Art. 464. Esgotado o prazo, poder o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo carter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigao.

Quer dizer que o contrato preliminar conter um prazo? E se este prazo for descumpirido, pdoe a parte requerer ao magistrado transfomar aquilo que preliminar em definitivo.

Mas no final do art. salvo se isto se opuser a natureza da obrigao, ou seja, no toda e qualquer obrigao que poder ser transformada de preliminar para definitivo. P. ex. as obrigaes personalssimas, no pode ser transformadas em definitivo. Nas obrigaes de fazer intuito personae, obrigaes infungveis.

Exemplo: Um time de futebol quer contratar um jogador. No pode celebrar um contrato definitivo agora, pois ele tem contrato em vigor com outro clube. Todavia, podero celebrar um pr-contrato, em que se obrigam a contratar ao trmino do contrato em vigor. Caso o jogador negocie seu passe com outro clube ou este no queira mais contrat-lo, haver descumprimento do contrato, devendo arcar com perdas e danos, que provavelmente vir pr-fixada em uma clusula penal.

Ateno! O pr-contrato deve ter os mesmos elementos do contrato definitivo, exceo de um deles: a forma. As partes e o objeto so os mesmos, entretanto a forma no precisa ser a mesma. Se o contrato definitivo tem de ser por escritura pblica, nada impede que o pr-contrato ocorra por instrumento particular.

Qual a importncia do pr-contrato? Em princpio, a responsabilidade civil na fase de negociaes preliminares extracontratual, pois ainda no h um contrato. Contudo, se celebrarem um pr-contrato, as partes transformaro essa responsabilidade pr-contratual em contratual antes mesmo da celebrao do contrato definitivo, pois o pr-contrato um contrato. Qual a vantagem? A parte prejudicada no precisar provar a culpa do inadimplente no descumprimento do contrato nem tampouco o dano, seja sua prpria existncia, seja a sua extenso. Voc recorda o que foi tratado a respeito do tema?

Relembrando: tanto a responsabilidade civil extracontratual (em regra) como a contratual so subjetivas, porm esta tem culpa presumida. Assim, se o caso de responsabilidade contratual, basta ao contratante prejudicado provar o inadimplemento, sem precisar provar que o outro teve culpa no descumprimento do contrato (este poder elidir sua responsabilidade provando no ter tido culpa, pois a presuno de culpa relativa, admitindo prova em contrrio, o que representa inverso do nus da prova). Por outro lado, se caso de responsabilidade civil extracontratual subjetiva, a vtima do dano, ao cobrar perdas e danos, dever provar que o agressor teve culpa em caus-lo. Assim sendo, a responsabilidade civil contratual mais vantajosa para quem sofre o dano, pois no precisar provar o difcil elemento subjetivo da culpa. Alm disso, como h um contrato, podemos pr-fixar as perdas e danos em uma clusula penal, dispensando a parte prejudicada de provar no s o dano, no entanto, sobretudo, a sua extenso.

No supramencionado exemplo da compra dos tomates, o fabricante, por ser fase anterior proposta, tem responsabilidade civil extracontratual, somente sendo responsabilizado civilmente se os agricultores provarem a justa expectativa de contratao e a recusa sem qualquer justificativa, mas tambm a sua culpa na no celebrao do contrato. Todavia, se na fase de negociaes preliminares, as partes reduzirem as bases do contrato a escrito em um pr-contrato, bastaro provar que o fabricante assinou um pr-contrato e que houve inadimplemento, alm de sequer precisar provar o dano e a sua extenso, pois podero executar direto a clusula penal.

O mesmo ocorre no exemplo da contratao do jogador de futebol. Se o clube apenas conversa em negociaes preliminares, acertando as bases de um futuro contrato, pode ser que, ao final do contrato em vigor, o atleta quebre a confiana e resolva permanecer no clube que est ou contratar com outro. Para responsabiliz-lo civilmente, dever provar que o atleta no contratou culposamente, entretanto, se assinar um pr-contrato, bastar comprovar o inadimplemento, sem sequer precisar provar o dano e a sua extenso.

5.3. A Proposta ou policitao Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente (vincula), se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.

E se no cumprir- haver responsabilidade civil contratual. Isso pode se dar entre presentes e ausentes. Presente: facilidade de comunicao entre as partes; o cliente da Tim, liga para o operador, h a facilidade na comunicao, o contrato entre ausente existe uma dificuldade na comunicao. Ex. contrato epistolar, que contrato atravs de carta. Para ver qual tipo tem que ver se h ou no a facilidade de comunicao. Art. 434. (TEORIA DA AGNIO) Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida, exceto:

I - no caso do artigo antecedente;

II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;

III - se ela no chegar no prazo convencionado.

TEORIA DA AGNIO1- TEORIA DA EXPEDIO: que a regra, art. 434 desde que a aceitao expedida, no h necessidade da recepo desta aceitao, basta que haja a expedio.2- Teoria da recepo: exceo que est nos incs. Do art. 434 do CC; O contrato se forma quando a uma proposta se seguir uma aceitao. raro uma pessoa fazer uma proposta e a outra simplesmente a aceitar, pois normal se sucederem sucessivas contrapropostas at culminar em uma aceitao final. Essa fase de sucessivas contrapropostas a partir de uma proposta chamada de fase de policitao ou fase de oblao. Isso d nome aos atores envolvidos: quem faz a proposta chamado de proponente ou de policitante e quem a aceita chamado de aceitante ou de oblato.

Na fase de policitao, no deixa de haver uma negociao entre as partes, o que j acontece na fase de puntuao. Ora, qual a diferena entre a fase de puntuao e a fase de policitao na formao dos contratos? a existncia de uma proposta. A fase de puntuao a fase de negociaes preliminares, ou melhor, anterior proposta. J a fase de policitao se d aps a proposta, sucedendo-se sucessivas contrapropostas. A pergunta se mantm: como saber se uma conversa entre as partes j configura uma proposta ou apenas negociaes preliminares, que at pode resultar em uma minuta, se reduzido a termo? a seriedade da proposta. Significa que a proposta pronta e acabada, abordando todos os elementos do contrato, pois basta um sim para a formao do contrato. Se isso j existe, fase de policitao; se ainda no existe, sendo conversados apenas alguns pontos do contrato, a fase de puntuao.

O aspecto mais importante da proposta o seu aspecto vinculatrio, quer dizer, a proposta obriga o proponente. Se eu fao uma proposta, crio na outra parte a justa expectativa de contratao, que pode lev-la a contrair gastos e at a recusar outras propostas. Feita a proposta, o proponente a ela se obriga, ou seja, se houver aceitao, no poder alegar desistncia ou arrependimento, podendo o aceitante pedir em juzo a execuo forada do contrato ou indenizao por perdas e danos. J responsabilidade civil contratual, pois com a aceitao o contrato se formou, passando a existir no mundo jurdico. A proposta s obriga o proponente e a aceitao passa a obrigar ambas as partes.

Nos termos do artigo 427 da Lei Civil, a proposta no obriga o proponente em trs casos:

a) Se isso resultar dos termos da proposta: se no prprio corpo da proposta vier expressa a no obrigatoriedade, no cria justa expectativa de contratao na outra parte.

b) A depender da natureza do negcio: h certos negcios jurdicos que, por sua natureza, no obrigam o proponente, como proposta de venda de produto com quantidade limitada em estoque, a partir do fim do estoque.

c) Em decorrncia de determinadas circunstncias: existem certas circunstncias que fazem com que a proposta deixe de ser obrigatria, estando elas elencadas no artigo 428 do Cdigo Civil - a primeira delas para contrato entre presentes e as trs restantes para contrato entre ausentes, a saber:

(i) se feita proposta sem prazo pessoa presente e esta no foi imediatamente aceita;

(ii) se feita proposta sem prazo a pessoa ausente e tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;

(iii) se feita proposta com prazo pessoa ausente e esta no expedir a resposta no prazo;

(iv) se feita uma proposta entre ausentes e antes dela ou simultaneamente chegar ao conhecimento da outra parte a sua retratao.

A proposta fixa o local de formao do contrato (art. 435 do CC). A importncia em saber o local de sua formao determinar qual lei ser aplicada ao contrato.

5.4. A Aceitao

Se a proposta obriga apenas o proponente, a aceitao vincula tambm o aceitante, pois ela faz o contrato se formar, passando a existir no mundo jurdico, estando a mbas as partes obrigadas ao seu cumprimento nos termos da responsabilidade civil contratual.

A aceitao pode ser expressa ou tcita. Expressa a aceitao inequvoca, podendo ser escrita, verbal ou at gestual (ex.: leilo). Tcita a aceitao presumida pela prtica de um ato incompatvel com a no aceitao. Exemplo: doao de vaso no aceita de forma expressa, contudo o donatrio manda busc-lo na casa do doador e o coloca exposto em sua sala. por isso que o artigo 111 da Norma Civilista prev que o silncio, embora no seja a regra, at pode valer como aceitao, porm apenas quando as circunstncias indicarem que a pessoa aceitou tacitamente e, evidente, a lei no exija aceitao expressa.

Em conformidade com o que foi visto, a proposta obriga o proponente. No entanto, essa obrigatoriedade no eterna, e sim pelo prazo dado. Se houver aceitao fora do prazo ou at mesmo com modificaes, o proponente no obrigado a concordar, todavia se quiser poder aceit-la. Por isso, dizemos que a aceitao fora do prazo ou com modificaes tem natureza de nova proposta.

O contrato se forma quando a uma proposta se seguir uma aceitao. Se o contrato entre presentes, fcil ser determinar o momento, pois proposta e aceitao se do em tempo real. E se o contrato for entre ausentes, quando se d sua formao? Em regra, quando a aceitao expedida, pois quando o aceitante perde o controle de sua vontade. Como exceo, o contrato entre ausentes se forma quando a resposta chegar ao proponente, se assim convencionado entre as partes.

6. CONTRATOS QUE PRODUZEM EFEITOS A TERCEIROS (arts. 436 a 440, CC)

Em razo do princpio da relatividade de seus efeitos, o contrato s atinge as partes, isto , s quem parte pode ter direito e deveres que dele decorrem. Entretanto, h trs contratos em que um terceiro por ele atingido, pois tero direitos e deveres decorrentes de um contrato em que no celebraram originariamente:

6.1. Estipulao em Favor de Terceiro

o contrato em que um dos contratantes estipula um terceiro para quem o outro contratante dever cumprir a prestao. um terceiro ao contrato tendo um direito dele decorrente. Exemplo: contrato de compra e venda em que o estipulante determina a entrega do bem para um beneficirio. Se a prestao no for cumprida, o estipulante poder exigi-la em juzo. O beneficirio tambm tem esse poder, desde que no haja essa restrio no contrato. Caso tenha sido retirado do beneficirio esse poder, poder o estipulante exonerar o devedor de cumprir a prestao. E a substituio do beneficirio possvel? Sim, independente da anuncia dele e do outro contratante, se reservar esta faculdade no contrato.

6.2. Promessa de Fato de Terceiro

o contrato em que um dos contratantes promete que um terceiro cumprir a prestao para o outro contratante. terceiro ao contrato com um dever dele decorrente. Exemplo: contrato por meio do qual uma das partes promete que seu irmo, um cantor famoso, conceder uma entrevista exclusiva a um programa de rdio. Se o terceiro no cumprir a prestao, o promitente responde por perdas e danos, mesmo que tenha feito todos os esforos para o cumprimento da prestao. O promitente no responder, mas sim o terceiro, se este aceitar a prestao e depois no cumpri-la. Ademais, o promitente no responde pelo descumprimento da prestao do terceiro se, pendendo sua aceitao, forem casados e, a depender do regime de bens do casamento, a cobrana sobre o promitente recair de alguma forma sobre o terceiro.

6.3. Contrato com Pessoa a Declarar

aquele em que um dos contratantes pode indicar uma pessoa que ir assumir a sua posio no contrato. um terceiro ao contrato tendo direitos e deveres que dele decorrem. Exemplo: uma pessoa quer comprar uma casa, cujo dono jamais lhe vender por problemas pessoais, podendo se valer de uma pessoa para contratar com o proprietrio, inserindo no contrato clusula que lhe permite indic-lo a assumir sua posio no contrato. Essa indicao deve ser feita em quinze dias, se outro prazo no for estipulado, contudo tem efeito retroativo data da celebrao do contrato, pois o indicado assume os direitos e deveres do contrato desde a sua celebrao e no apenas a partir da sua nomeao. Esse contrato exige muita confiana entre quem indicar e quem ser indicado, pois se no houver nomeao ou se esta no for aceita pelo indicado, o contrato produz efeitos entre os contratantes originrios. Princpio da relatividade dos efeitos do contrato: res inter alios acta sustenta que o contrato somente gera efeitos entre as partes. S que voc. acabou de ver que isso no a ideia de funo social. Ento esse princ.. mitigado por esta funo social. Atente-se a este posicionamento por que um posicionamento bastante interessante.

Funo social interna: ou seja, eficcia interna destaca-se o art. 827 do CC - art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dvida tem direito a exigir, at a contestao da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Beneficio de ordem, o fiador pode pedir no prazo da contestao que primeiro sejam executados e esgotados todos os bens do devedor.

Pargrafo nico. O fiador que alegar o benefcio de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo municpio, livres e desembargados, quantos bastem para solver o dbito.

LEMBRE-SE QUE A MAIORIA DOS CONTRATOS DE FIANA SO CTT DE ADESO.

Art. 828. No aproveita este benefcio ao fiador:

I - se ele o renunciou expressamente;

II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidrio;

III - se o devedor for insolvente, ou falido.

A LEI PREV A RENNCIA AO BENEFCIO DE ORDEM. S QUE SSA POSSIBILIDADE APLICARIA SE FOSSE UM CONTRATO DE PARIDADE. Ento voc. pode alegar o afastamento da clusula que prev a situao de afastamento do beneficio de ordem, por esta no ser cabvel em contrato de adeso, pedindo assim a sua nulidade absoluta pela fratura da funo social do ctt. Art. 424 da lei civil. Art. 424. Nos contratos de adeso, so nulas as clusulas que estipulem a renncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negcio;

IV JONADA DA CNJF DE DIREITO CIVIL - 364 Arts. 424 e 828. No contrato de fiana nula a clusula de renncia antecipada ao benefcio de ordem quando inserida em contrato de adeso.

ENTO, A CLUSULA QUE PREV O AFASTAMENTO D OBENEFCICIO DE ORDEM, NULA. OU AT MESMO O CONTRATO. Funo social externa: p. ex., s,la n 308 do STJ, a hipoteca firmada entre o agente constrututor e o agente financeiro no traz prejudicialidade ao terceiro adquirente. A Smula 308 diz que a hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior celebrao da promessa de compra e venda, no tem eficcia perante os adquirentes do imvel. Rjz e o basncoitau, ento eu tenho ao gente construtor e o aente financeiro e eu tenho um terceiro adquirente deste imvel, AULA 1.2 - AULA 1.2 - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - CRISTIANO SOBRALO agente construtor realiza um contrato com o agente financeiro, e a pessoa quer adquirir a casa, e vai a construtora e percebe que ele tem a possibilidade de arcar com as parcelas de um financiamento para adquirir o imvel. A construtora no tem dinheiro para a construo do empreendimento. At o banco que financia sempre para ela, e esta ento realiza um contrato com o banco ita de mtuo fineraticio, com juros; a construtora pediu o dinheiro emprestado, e o banco pede alguma garantia para a concesso deste emprstimo.

- a construtora diz que d como garantia a hipoteca direito real de garantia que recai sobre bens imveis. A hipoteca recai sobre bens imveis, e a hipoteca tem uma caracterstica bsica, a caracterstica do direito de sequela, que aonde a vaca vai o boi vai atrs, o ius per seguindo, ela cola e acompanha o bem onde ele estiver.

Ento a construtora pediu emprstimo e o banco pediu uma garantia. O adquirente do imvel, que comprou-o na planta est pagando certinho, mas a construtora no est pagando ao ITA o emprstimo certinho.

O prdio ficou pronto e o adquirente entrou no seu apartamento. E at este momento a construtora devedora do Ita, e o ITA tem uma hipoteca em mos e pode perseguir o bem, o bem esta com o adquirente.

Em tese, o ITA poderia pedir o bem, mas a smula n 308 do STJ QUE DIZ QUE NO, O BANCO vai ter que achar outro jeito de receber esse valor devido pela construtora.

A funo social trabalha com uma via de mo dupla, a construtora e o banco, o contrato assinado por elas no pode trazer prejuzos a terceiros.

Esse terceiro que poderia ser atingido ns denominados de: terceiro ofendido ou vtima by stander.

AULA 1.4 - AULA 1.4 - ULTIMO TEMA- VCIOS REDIBITRIOS- CRISTIANO SOBRAL7. GARANTIAS IMPLCITAS IMPOSTAS AO ALIENANTE (arts. 441 ao 471, CC) sempre cai em provas. Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vcios ou defeitos ocultos, que a tornem imprpria ao uso a que destinada, ou lhe diminuam o valor.

Vcio redibitrio - aquele que acarreta a impropriedade ou inadequao de bem mvel ou de bem imvel. E que somente tem aplicabilidade nos contratos onerosos;

Ateno ao par. nico deste artigo.Pargrafo nico. aplicvel a disposio deste artigo s doaes onerosas. Doao contrato gratuito como regra geral, mas tem a doao modal ou com encargo em que h onerosidade, neste pode se falar em plicao dos vcios redibitrios. S aplica os vcios redibitrios aos contratos comutativo, e no os aleatrios, que dependem de um risco, tem alea = incerteza.

Quando houver um vcio redibitrio, o que fazer? Aquele que adquiriu bem poder propor aes edilciais: ao redibitria e ao estimatria.

Quando uma pessoa aliena um bem, deve garantir ao adquirente, em nome da boa-f objetiva, o seu normal uso e fruio, bem como a garantia de que no o perder para terceiros por razes de direito. Assim sendo, o alienante responde perante o adquirente do bem tanto por defeitos materiais como por defeitos jurdicos.

O alienante, responder por defeito material responder por vcio redibitrio, ou seja, o bem apresenta um defeito fsico que o torna intil ao seu uso ou que lhe diminui o valor. Por sua vez, responder por defeito jurdico responder pela evico, ou melhor, quem alienou o bem no poderia t-lo feito e o adquirente o perdeu para um terceiro, podendo buscar uma indenizao do alienante.

Procederemos aqui ao estudo em separado do vcio redibitrio e da evico. No entanto, de plano, merecem destaque trs observaes comuns a ambos os institutos, pois so questes muito recorrentes em prova e que merecem sua especial ateno:a) O alienante responde por eles mesmo que no haja previso expressa em contrato, pois so garantias implcitas, que decorrem de lei e no da vontade das partes.

b) O alienante responde por eles apenas diante de alienaes onerosas. A doao uma alienao gratuita, porm o alienante responder por eles quando a doao for com encargo, o que a lei chama de doao onerosa.

c) O alienante responde por eles mesmo que a aquisio do bem tenha se dado em hasta pblica, quer dizer, atravs da venda pblica de bem penhorado em processo de execuo.

7.1. Vcios Redibitrios

Aqui a responsabilidade diante da existncia de defeitos materiais, ou seja, o bem est quebrado. Importante voc no confundir a disciplina civil dos vcios redibitrios com a disciplina consumerista. Sendo o CDC uma lei especial em relao ao Diploma Civil, s aplicamos suas regras quando inaplicveis as regras do CDC. Quando, ento, aplicamos as regras dos vcios redibitrios previstas na Legislao Civilista? Quando no houver relao de consumo, o que ocorre em dois casos: (i) quando o alienante no fornecedor, como ocorre na venda ocasional de um bem usado, pois ser fornecedor exige habitualidade da negociao; e (ii) quando o adquirente no for consumidor, como ocorre no caso de algum adquirir um bem para renegociao, pois o CDC afirma que s consumidor quem adquire um bem como destinatrio final. Aqui nos concentraremos na disciplina civil do tema, deixando as regras da relao de consumo para um estudo especfico do tema.

Por definio, vcios redibitrios so defeitos ocultos que tornam o bem imprprio para o uso a que se destina ou que lhe diminuem o valor. Repare que na disciplina civil, diferente da relao de consumo, o alienante s responde por defeitos ocultos, isto , que no poderia ter sido facilmente detectado pelos rgos dos sentidos, pois se o vcio era aparente, presume-se que o adquirente o admitiu, pois dele ciente.

Comprove que o vcio redibitrio um defeito material que pode tornar o bem imprprio para o seu uso ou que pode apenas lhe diminuir o valor. Portanto, haver vcio redibitrio tanto no defeito oculto em um motor de um carro que o faz no mais funcionar, como tambm no defeito oculto de uma mquina que produz determinado produto, diminuindo a sua produo, embora ela ainda funcione. Assim sendo, o adquirente pode reclamar do vcio redibitrio em juzo optando por uma de duas aes judiciais: # oq que fazer diante de um vcio redibitrio.a) Redibitria: ao judicial em que se pede para redibir o contrato, ou melhor, desfazer o negcio jurdico. Trata-se de anulao e no de declarao de nulidade, pois a lei impe prazo para reclam-lo, sob pena de convalescimento.

Visa extinguir, resolver, visa a extino, resolver a mesma coisa que extinguir, querem as partes voltar as partes ao estado em que se encontravam antes da compra, ex. comprei o carro, eu devolvo o carro e ele me devolve o valor que paguei pelo carro.

b) Quanti Minoris ou Ao Estimatria: ao judicial em que se pede abatimento do preo, quer dizer, o adquirente quer permanecer com o bem, no entanto quer devoluo do valor da desvalorizao em razo do defeito oculto ou, se ainda no pagou, descont-lo quando do pagamento. Nessa ao se apura o valor a ser abatido do preo, o que justifica o seu nomem iuris: estimar quanto menos vale o bem. Aqui a ao visa o abatimento, eu fico com o bem mas eu quero o abatimento do valor pago pelo bem.

Trata-se de um concurso eletivo de aes- a parte poder propor uma ao ou outra. uma ou outra as duas no.

A doutrina diz que s pode ingressar com ao se houver vcio redibitrio extenso, destaca-se que este no o entendimento majoritrio.

Pode cumular com perdas e danos? Para isso necessrio que se v at o art. 443 do CC - Art. 443. Se o alienante conhecia o vcio ou defeito da coisa, restituir o que recebeu com perdas e danos; se o no conhecia, to-somente restituir o valor recebido, mais as despesas do contrato; devolver o valor recebido mais perdas e danos, s que na prtica esta prova diablica, por que o adquirente que ter que provar que o alienante sabia do defeito. Art. 233; Se o alienante no sabia do vcio, to somente devolver o valor percebido com alienao. PRAZOS: art. 445 do CC -Art. 445. O adquirente decai (natureza jurdica do prazo) do direito de obter a redibio ou abatimento no preo no prazo de trinta dias se a coisa for mvel, e de um ano se for imvel, contado da entrega efetiva; se j estava na posse, o prazo conta-se da alienao, reduzido metade. 30 dias = coisa mvel; 1 ano = coisa imvel; Se na posse: o prazo cai pela metade, ou seja, coisa mvel, 15 dias e se imvel, se coisa imvel, contados da alienao. Conceito de possuidor: Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade. Art. 1.228. O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. GRUDE GOZAR REAVER, USAR E DISPOR ESSES SO OS DIR. QUE O POSSUIDOR POSSUI. Tradio ficta para a segunda parte do art. 445. Que subdivide-se em traditio breve manu e constituto possessrio - Traditio breve manu aquele que possui em nome alheio passa a possuir em nome prprio~.

Constituto possessrio aquele que possui em nome prprio passa a possuir em nome alheio.

2 parte do 445 exemplo de traditio breve manu. Ex. locador de imvel urbano, este deve oferecer obrigatoriamente para o locatrio. Se este exercer o seu dir. de preferencia ter um caso de reduo o prazo a metade. Por uqe ele era possuidor em nome alheio e passa a ser possuidor em nome prprio.

1 do art. 445 - CONFUSO - 1oQuando o vcio, por sua natureza, s puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se- do momento em que dele tiver cincia, at o prazo mximo de cento e oitenta dias (180 dias), em se tratando de bens mveis; e de um ano, para os imveis.

O caput protege o vcio aparente

1 - protegeria o vcio oculto.

Ento terei o prazo do 1 para conhecer o vcio e o prrraaazo do capuuut para demandar. isso que este enunciado fala. Ex. Cristiano comprou o apartamento do Jlio, qual o prazo mx. para que cris descubra vcio? 1 ano. Vamos supor que cris tenha descoberto o vcio com 8 meses, da data da descoberta, cris mais um ano para a propositura da ao esta regra deve ser observada pois como j falado, a parte no tem o prazo do caput para demandar? Sim, e o prazo do pargrafo para conhecer deo vcio. Cris descobre com 1 ano e trs meses o vcio, poder ele demandar? No ele senta e chora, por que ultrapassou o prazo mx. para conhecimento.Outro exemplo: cris comprou um bem mvel do julio, qual o prazo para descoberta do vcio? 180 dias, ele descobriu com 70 dias? Da data do conhecimento ter mais 30 dias para a propositura da ao. Mas e se ele descobrir com um ano, senta e chora por que o prazo j se esgotou.

Enunciado da III CFJ n 174 Art. 445: Em se tratando de vcio oculto, o adquirente tem os prazos do caput do art. 445 para obter redibio ou abatimento de preo, desde que os vcios se revelem nos prazos estabelecidos no pargrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do defeito.

2oTratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vcios ocultos sero os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no pargrafo antecedente se no houver regras disciplinando a matria. S que no tem lei especial para isso. exemplo de regra que est em consonacia com o art. 4 da LICC, decreto lei 4657-processo de colmatao ou regra de integrao. vedado ao juiz deixar de sentenciar e alegar lacuna na lei. O juiz no pdoe deixar de sentenciar, despachar, ele tem que se valer da analogia e os princ.. gerais de direito.

Art. 446. No correro os prazos do artigo antecedente na constncia de clusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadncia.

Quer dizer que se for dada a clusula de garantia, NO SE CONTA O PRAZO DA LEI. SE CONTA PRIMEIRO A GARANTIA CONTRATUAL FINDA A GARANTIA CONTRATUAL, INICIAMOS O ESTUDO DA GARANTIA LEGAL. DOIS ANOS DE GARANTIA CONTRATUAL, INICIA-SE AI O PRAZO DA GARANTIA LEGAL. DESCOBERTO O VCIO, A PARTE DEVER NOTIFICAR O ALIENANTE SOB PENA DE PERDA DA GARANTIA.

EXISTE DIFERENA PARA O CDC POIS O CDC PROTEGE O VCIO APARENTE E DE FCIL CONSTATAO E O VCIO COCULTO, ART. 26 DO CDC. Ateno! O alienante responde por vcios redibitrios estando ele de m-f ou at mesmo de boa-f, ou seja, sabendo ou no do defeito oculto. A diferena que apenas diante da m-f ele ser obrigado a indenizar por perdas e danos. Nos termos do artigo 443 do CC, se o alienante agiu de boa-f, apenas ressarcir o adquirente dos gastos que teve com o negcio em si, isto , da devoluo do valor recebido e do ressarcimento das despesas do contrato. Contudo, se o alienante procedeu de m-f, no s devolver o valor recebido, mas tambm indenizar o adquirente por todas as perdas e danos decorrentes do vcio redibitrio.

Qual o prazo que tem o adquirente para reclamar vcio redibitrio em juzo? Depende do bem adquirido: trinta dias para bem mvel e um ano para bem imvel. A princpio, o prazo se inicia quando da entrega efetiva do bem e no quando da alienao, pois s com o seu uso que ele consegue perceber o defeito oculto. Todavia, se o adquirente j tinha a posse do bem, o prazo se iniciar quando da prtica do ato, pois quando adquire legitimidade para reclamao em juzo, entretanto os prazos sero reduzidos metade, por j ter tido contato com o bem. Alm disso, se for um defeito oculto que por sua natureza seja de difcil percepo, o prazo s se inicia quando o adquirente dele tiver cincia.Contudo, a lei confere um prazo mximo para cincia do defeito a se somar ao prazo de reclamao: cento e oitenta dias para bem mvel e um ano para bem imvel. Por fim, no se esquea que eventual prazo de garantia convencional oferecida pelo alienante no substitui o prazo de garantia legal, mas tambm a ele se soma, pois, se houver garantia convencional, o prazo de garantia legal s se inicia quando este for encerrado.

7.2. Evico

a perda ou desapossamento judicial, ou excepcionalmente administrativo, de um bem, em razo de um defeito jurdico anterior alienao. Quem alienou o bem no poderia t-lo feito, e o adquirente o perdeu, tendo ao de indenizao contra o alienante. O adquirente que perde o bem o evicto, e o terceiro que dele o toma o evictor.

Exemplo: estelionatrio invade terreno e, falsificando a escritura pblica, vende-o. O verdadeiro dono ajuza ao reivindicatria reclamando seu terreno. Ao se constatar a falsidade da escritura pblica, o comprador perder judicialmente o imvel, o que chamamos de evico, tendo apenas direito indenizatrio contra o alienante.

Constate que a evico pode se dar excepcionalmente atravs de uma perda administrativa do bem, pois, em alguns casos, a jurisprudncia do STJ tem admitido a evico independente de deciso judicial. Destaque para o caso em que h apreenso policial da coisa em razo de furto ou roubo anterior alienao, podendo o caso ser resolvido no prprio mbito da delegacia. Exemplo: ladro que vende carro roubado, sendo o evicto parado em uma blitz e o carro levado delegacia e devolvido ao seu real dono.

Ateno! Nos termos do artigo 448 da Lei Civil, as partes podem por clusula expressa reforar, diminuir ou at mesmo excluir a responsabilidade do alienante pela evico. Cuidado, pois a excluso s valer se o evicto foi informado do risco da evico e o tenha assumido (art. 449 do CC).

Ao perder o bem, o evicto poder cobrar indenizao do alienante. A regra o ressarcimento da integralidade do dano do evicto, o que lhe permite cobrar do alienante no s a devoluo do que pagou pelo bem, como tambm as perdas e danos em razo da evico, os frutos que eventualmente tenha sido obrigado a restituir ao evictor e o que gastou com custas judiciais e honorrios advocatcios (art. 450 do CC).

Ainda dentro da regra da indenizao da integralidade do dano, o alienante responder perante o evicto por eventual valorizao do bem entre a poca da alienao e da evico. Se o bem se desvalorizou, o evicto cobrar do alienante o preo que lhe pagou, porm se houver valorizao, cobrar o valor do bem da poca em que se evenceu, ou melhor, da poca em que perdeu o bem pela evico.

Mais uma vez, ainda dentro da regra da indenizao da integralidade do dano, ainda que o bem esteja deteriorado, o evicto poder cobrar do alienante o valor total do bem, a menos que tenha sido causado dolosamente por ele, quando s poder cobrar do alienante o valor que passou a valer o bem. Note que, se a ttulo de culpa em sentido estrito a deteriorao, ainda assim o evicto cobrar do alienante o valor integral do bem.

Conforme ser visto no estudo da posse no captulo de direitos reais deste livro, para onde remetemos a sua leitura, o possuidor que realiza benfeitorias no bem e vem a perd-lo, tem direito de ser indenizado quando as benfeitorias forem necessrias e teis. o caso que ocorre aqui, pois o evicto tem a posse do bem e a perde para o evictor.

Assim, se ele realizou benfeitorias necessrias ou teis no bem antes da perda, poder reclamar indenizao do evictor. O artigo 453 do Cdigo Civil diz que o evicto pode cobrar do alienante o que gastou com benfeitorias necessrias e teis, se no foram abonadas, quer dizer, se no foram pagas pelo evictor. No entanto, completa o artigo 454 da atual Norma Civilista, se as benfeitorias foram feitas pelo alienante e abonadas, ou seja, pagas ao evicto pelo evictor, o valor ser deduzido quando o evicto cobrar a indenizao do alienante.

Para cobrar o direito que da evico lhe resulta, o evicto poder denunciar ao alienante da lide, para, em caso de sentena decretando a perda do bem, j determine o juiz na sentena a indenizao por ele devida ao evicto. Em havendo sucessivas vendas antes de o dono reclamar o bem, poder o evicto cobrar indenizao no s do alienante imediato, e sim qualquer dos anteriores (art. 456 do CC).

Por fim, fechando o tema evico, precisamos entender o que evico parcial, tema que tratado no artigo 455 do Diploma Civil. Haver evico parcial quando o evicto perder apenas parte do que adquiriu na alienao, por exemplo, quando compra cem cabeas de gado e perde vinte ou trinta delas pela evico. Qual a consequncia? Depende se a evico considervel ou irrisria, pois uma coisa perder uma ou duas cabeas de gado, outra perder noventa delas. Se a perda for considervel, o evicto pode pedir a resciso do contrato ou restituio da parte do preo correspondente ao desfalque sofrido, isto , devolver o que sobrou e cobrar devoluo do que pagou ou ficar com o que sobrou e cobrar apenas o equivalente sua perda. Se, todavia, a perda for irrisria, s poder o evicto cobrar a indenizao pela perda sofrida, permanecendo com o que sobrou.

8. EXTINO DO CONTRATO (arts. 472 a 480, CC)

A extino do contrato o fim de sua existncia, a sua morte, o seu desaparecimento do mundo jurdico. Extino o gnero, que contempla vrias espcies, pois a expresso mais ampla para o fim do contrato, seja pela causa que for.

Quando falamos em extino do contrato, esta pode se dar, em princpio, por duas formas diferentes: por causa anterior ou superveniente formao do contrato.

Se a causa de extino do contrato anterior ou at concomitante sua formao, temos um caso de imperfeio do contrato, pois ele j nasceu viciado. Nesse caso, o contrato invlido, podendo ele ser nulo ou anulvel, a depender do vcio. No tema para aqui ser visto, pois assunto da parte geral do direito civil, para onde remetemos sua leitura.

Se a causa de extino do contrato superveniente sua formao, estamos tratando de um contrato perfeito, ou melhor, que se formou de forma vlida, no sendo caso de nulidade nem de anulabilidade. O contrato perfeito pode ser extinto de duas formas diferentes: por execuo ou por inexecuo do contrato.

Execuo do contrato quando ele cumprido, o que pode ocorrer pelo pagamento ou at pelas formas anormais de extino das obrigaes, quais sejam: pagamento em consignao, pagamento com sub-rogao, novao, imputao ao pagamento, dao em pagamento, compensao, confuso ou remisso. Tambm no tema para aqui ser tratado, pois assunto de obrigaes, para onde remetemos a sua leitura.

O caso de inexecuo quando no h cumprimento de um contrato perfeito, que o tema que aqui estudamos. Perceba a impropriedade da presente Legislao Civilista ao tratar do tema sob o ttulo da extino do contrato, quando, na verdade, deveria t-lo intitulado de inexecuo dos contratos ou at mesmo da extino dos contratos pela inexecuo.

A inexecuo pode causar trs espcies de extino do contrato: resilio, resoluo e resciso. Vamos definir cada um dos institutos, para em seguida aprofundar o estudo.

Resilio: extino do contrato por vontade de um ou de ambos os contratantes, quer dizer, quando eu termino o contrato porque quero ou quando terminamos porque queremos, sem ter qualquer razo jurdica para isso. Exemplo: celebrei contrato de aluguel pelo prazo de trs anos e decido resili-lo com dois anos por questo pessoal. b) Resoluo: extino do contrato em razo do inadimplemento da outra parte, ou seja, um dos contratantes no cumpre o contrato, legitimando a outra parte pedir sua resoluo. Exemplo: mesmo contrato de aluguel de trs anos, resolvido pelo locador em razo do inquilino no pagar o aluguel.

c) Resciso: no h consenso na doutrina sobre o significado de resciso do contrato. Muitos usam o termo resciso como sinnimo de extino do contrato, at mesmo por causa antecedente, sendo, inclusive, o sentido que caiu no gosto popular, que s fala em resciso do contrato quando este chega ao fim. Autores clssicos, como Orlando Gomes e Caio Mrio, entretanto, com base na doutrina italiana, ensinam que resciso em sentido tcnico s ocorre quando um contrato extinto em caso de leso ou de estado de perigo. Modernamente, esse no o entendimento, at porque so defeitos do negcio jurdico, portanto, causas antecedentes ou concomitantes formao do contrato, caso de invalidade e no de inexecuo, quando pressupomos um contrato perfeito. Outros autores mencionam resciso como uma espcie de resoluo do contrato, significando a resoluo culposa ou voluntria, isto , quando o contrato extinto por inadimplemento culposo do outro contratante. O conselho evitar o uso do termo resciso, pois, como no h consenso, um risco desnecessrio em prova.

8.1. Resilio do Contrato De acordo com o que foi visto, a resilio do contrato ocorre quando h a sua extino unicamente em razo da vontade das partes. Ela pode ser unilateral ou bilateral, a depender se o desejo de apenas um dos contratantes ou de ambos. No se discute aqui culpa da parte fazendo surgir uma causa de extino do contrato, pois no h causa jurdica que motive o seu fim, simplesmente a pessoa no quer ou eles no desejam mais.

a) a) Resilio unilateral: ocorre quando apenas uma das partes no quer mais manter o contrato, sem precisar externar qualquer razo para isso. O artigo 473 da Lei Civil diz que se