aula 10 - processo civil inter. - roteiro 2.pdf

3
FAPI – FACULDADE DE PINHAIS CURSO: DIREITO MÓDULO: 7º E 8º PERÍODOS DISCIPLINA: DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO AULA 10 – PROCESSO CIVIL INTERNACIONAL – COOPERAÇÃO INTERNACIONAL / IMUNIDADE DE JURISIDIÇÃO COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Cartas Rogatórias; Homologação de sentenças estrangeiras; Auxílio direto. Auxílio direto: Tratados internacionais que autorizam pedidos de cooperação entre autoridades centrais; O Auxílio Direto passivo não depende de exequatur do STJ; Exemplos: Protocolo de Las Lenas e de São Luiz assinado entre os membros do MERCOSUL (investigação de delitos penais). IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO: CF, art. 5º, XXXV; Elemento da soberania do Estado. Por meio da atividade jurisdicional, o Estado cumpre o seu dever de administrar a justiça àqueles que a solicitaram. O Estado estrangeiro possui imunidade à jurisdição brasileira. Aplicação às Organizações Internacionais Princípio par in parem non habet imperium: CF, art. 4º: Não intervenção e Igualdade entre os Estados. Igualdade entre as nações e Soberania dos Estados. Limitação aos atos de império (1990). Não aplicação aos atos de gestão (caráter civil). Imunidade tributária (Convenção de Viena); Imunidade de execução (bens afeitos às atividades essenciais). Imunidade do Estado Brasileiro: CF, art. 109, I e II (Justiça Federal); CF, art. 102, e (STF); CF, art. 114, I (Justiça do Trabalho); É renunciável? IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: Determinados indivíduos também são imunes à jurisdição brasileira. Absoluta: Relativa a qualquer crime. a) Chefes de Governo ou de Estado estrangeiros, familiares e membros de comitiva; b) Embaixador e familiares; c) Funcionários do corpo diplomático e familiares; d) Funcionários de Organizações Internacionais em serviço. Relativas: Exercício da função. a) Agentes consulares.

Upload: adriano-de-almeida-vieira

Post on 01-Oct-2015

224 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

  • FAPI FACULDADE DE PINHAIS CURSO: DIREITO

    MDULO: 7 E 8 PERODOS DISCIPLINA: DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

    AULA 10 PROCESSO CIVIL INTERNACIONAL COOPERAO INTERNACIONAL / IMUNIDADE

    DE JURISIDIO

    COOPERAO INTERNACIONAL:

    Cartas Rogatrias;

    Homologao de sentenas estrangeiras;

    Auxlio direto. Auxlio direto:

    Tratados internacionais que autorizam pedidos de cooperao entre autoridades centrais;

    O Auxlio Direto passivo no depende de exequatur do STJ;

    Exemplos: Protocolo de Las Lenas e de So Luiz assinado entre os membros do MERCOSUL (investigao de delitos penais).

    IMUNIDADE DE JURISDIO: CF, art. 5, XXXV; Elemento da soberania do Estado. Por meio da atividade jurisdicional, o Estado cumpre o seu dever de administrar a justia queles que a solicitaram. O Estado estrangeiro possui imunidade jurisdio brasileira. Aplicao s Organizaes Internacionais Princpio par in parem non habet imperium: CF, art. 4: No interveno e Igualdade entre os Estados. Igualdade entre as naes e Soberania dos Estados. Limitao aos atos de imprio (1990). No aplicao aos atos de gesto (carter civil). Imunidade tributria (Conveno de Viena); Imunidade de execuo (bens afeitos s atividades essenciais). Imunidade do Estado Brasileiro: CF, art. 109, I e II (Justia Federal); CF, art. 102, e (STF); CF, art. 114, I (Justia do Trabalho); renuncivel?

    IMUNIDADE DIPLOMTICA: Determinados indivduos tambm so imunes jurisdio brasileira. Absoluta: Relativa a qualquer crime. a) Chefes de Governo ou de Estado estrangeiros, familiares e membros de comitiva; b) Embaixador e familiares; c) Funcionrios do corpo diplomtico e familiares; d) Funcionrios de Organizaes Internacionais em servio. Relativas: Exerccio da funo. a) Agentes consulares.

  • ESTUDO DE CASOS: ESTADO ESTRANGEIRO, IMUNIDADE DE JURISDIO. CAUSA TRABALHISTA. 1- No h imunidade de jurisdio para o Estado estrangeiro, em causa de natureza trabalhista. 2- Em princpio, essa deve ser processada e julgada pela Justia do Trabalho, se ajuizada depois do advento da Constituio Federal de 1988 (art. 114). (STF). AO INDENIZATRIA DE DANOS PATRIMONIAIS. DIREITO INTERNACIONALPBLICO. IMUNIDADE DE JURISDIO. TRADUTOR JURAMENTADO. RECUSA DEAUTENTICAO DE DOCUMENTOS TRADUZIDOS PELA EMBAIXADA ESTRANGEIRA. 1. A questo relativa imunidade de jurisdio, atualmente, no vista de forma absoluta, sendo excepcionada, principalmente, nashipteses em que o objeto litigioso tenha como fundo relaes denatureza meramente civil, comercial ou trabalhista. 2. Ao indenizatria proposta em desfavor de Estado estrangeiro, ao argumento de ter recusado autenticao de documentos traduzidos porpessoa hbil realizao de tal trabalho, atrai a imunidadejurisdicional em relao ao aludido Estado, visto que se trata de questo atinente soberania estatal. 3. O silncio do representante diplomtico ou do prprio Estadoestrangeiro para vir compor a relao jurdico-processual no importa em renncia imunidade de jurisdio. 4. Recurso ordinrio desprovido. (STJ). DIREITO INTERNACIONAL. AO DE INDENIZAO. BARCO AFUNDADO EM PERODO DE GUERRA. ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE ABSOLUTA. (..) 2. A questo relativa imunidade de jurisdio, atualmente, no vista de forma absoluta, sendo excepcionada em hipteses diversas. Contudo, em se tratando de atos praticados numa ofensiva militar em perodo de guerra, a imunidade acta jure imperii absoluta, no comportando exceo. (STF). IMUNIDADE DE JURISDIO.. RECLAMAO TRABALHISTA CONTRA ESTADO ESTRANGEIRO. CONVENO DE VIENA. SILENCIO DO DEMANDADO. DESDE QUE INOCORRENTES AS EXCEES A IMUNIDADE, PREVISTAS NO ART 31, I, A, B, E C, DA CONVENO DE VIENA. O SILENCIO DO REPRESENTANTE DIPLOMATICO, OU DO PRPRIO ESTADO ESTRANGEIRO PARA VIR COMPOR A RELAO JURDICO- PROCESSUAL, NO IMPORTA EM RENUNCIA A IMUNIDADE DE JURISDIO. PROVIMENTO DA APELAO, PARA SE JULGAR EXTINTO O PROCESSO (ART. 267 , VI, DO CPC ). (STJ). MANDADO DE SEGURANA - ESTADO ESTRANGEIRO - IMUNIDADE RELATIVA NO PROCESSO DE EXECUO - PENHORA DE NUMERRIO EXISTENTE NA CONTA CORRENTE DO REINO DA ESPANHA - BEM AFETO SUA REPRESENTAO DIPLOMTICA - INVIOLABILIDADE PROTEGIDA PELO ART. 3 DA CONVENO DE VIENA - LIBERAO DO BEM CONSTRITO. (...). A penhora (via execuo direta) pode recari apenas sobre os bens no afetos representao diplomtica, conforme o disposto no art. 3 da Conveno de Viena e na jurisprudncia pacfica do Supremo Tribunal Federal.Recurso ordinrio parcialmente provido. (TST). IMUNIDADE DE JURISDIO. AO DE REPARAO DE DANOS, POR ACIDENTE DE TRNSITO, MOVIDA CONTRA O CONSULADO-GERAL DA POLONIA E O CONSUL DA POLONIA. SENTENA QUE DEU PELA EXTINO DO PROCESSO, SEM JULGAMENTO DO MRITO, RECONHECENDO A IMUNIDADE DE JURISDIO. VECULO DE PROPRIEDADE DO CONSULADO, MAS DIRIGIDO, NA OCASIAO DO ACIDENTE, PELO CONSUL. APLICAO AO CASO DA CONVENO DE VIENA SOBRE RELAES CONSULARES, DE 1963 (ART. 43, PARGRAFO 2., LETRA OBO) E NO DA CONVENO DE VIENA SOBRE RELAES DIPLOMATICAS, DE 1961. IMUNIDADE DE JURISDIO, QUE E DE ACOLHER-SE, EM RELAO A REPUBLICA POPULAR DA POLONIA, DE QUE O CONSULADO-GERAL E UMA REPARTIO. NO QUE RESPEITA AO CONSUL, MESMO ADMITINDO QUE O VECULO AUTOMOTOR, ENVOLVIDO NO ACIDENTE DE TRNSITO, PERTENCA AO CONSULADO-GERAL DA POLONIA, CERTO ERA O CONDUTOR DO AUTOMOVEL E NO GOZA, NO CASO, DE IMUNIDADE DE JURISDIO (CONVENO DE VIENA SOBRE RELAES CONSULARES DE 1963, ART. 43, PARGRAFO 2., LETRA OBO), PODENDO, EM CONSEQUENCIA, A AO MOVIDA, TAMBM, CONTRA ELE, PROSSEGUIR, PARA FINAL APURAO DE SUA RESPONSABILIDADE, OU NO, NO ACIDENTE, COM AS CONSEQUENCIAS DE DIREITO. PROVIMENTO, EM PARTE, A APELAO DOS AUTORES, PARA DETERMINAR PROSSIGA A AO CONTRA O CONSUL, MANTIDA A EXTINO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MRITO, RELATIVAMENTE A REPUBLICA POPULAR DA POLONIA (CONSULADO-GERAL DA POLONIA EM CURITIBA). (STJ).

  • HABEAS CORPUS - IMUNIDADE DIPLOMTICA - PACIENTE QUE POCA DO FATO ERA EMBAIXADOR DE BELIZE NO BRASIL - IMUNIDADE PENAL ABSOLUTA - TRANCAMENTO DO INQURITO POLICIAL EM RELAO AO PACIENTE - ORDEM CONCEDIDA 1. H nos autos slidos elementos dando conta de que o paciente, se que realmente praticou os delitos noticiados na representao criminal, os teria perpetrado enquanto Embaixador de Belize no Brasil, sendo detentor, portanto, de imunidade penal absoluta neste Pas, conforme consagrado na Conveno de Viena Sobre Relaes Diplomticas, promulgada no Brasil pelo Decreto n 56.435 , de 8 de junho de 1965. 2. O caso de trancamento das investigaes em relao ao paciente, pois trata-se de fatos, em tese, criminosos praticados por Chefe de Misso Diplomtica Estrangeira, detentor de imunidade penal absoluta, mesmo aps deixar o cargo, conforme expressamente previsto no artigo 38, item 2, da Conveno de Viena. 3. Ordem concedida.