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CURSO ISOLADO DE PROCESSO DO TRABALHO TST TEORIA E QUESTÕES FCC PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1 Da Justiça do Trabalho: organização e competência. Das Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho: jurisdição e competência. Dos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho e dos distribuidores. Do processo judiciário do trabalho: princípios gerais do processo trabalhista (aplicação subsidiária do CPC). Dos recursos no processo do trabalho. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Princípios Peculiares ao Processo do Trabalho: Princípio do Dispositivo: Informa que nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais. É também conhecido como Princípio da Inércia da Jurisdição, que está consagrado no art. 2º do CPC. Art. 2º CPC Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais. Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório: O juiz tem a função de prestar a tutela jurisdicional, solucionando o conflito de interesses das partes que lhe é apresentado, tendo assim a função de impulsionar o processo na busca da solução do litígio. Vide art. 262 do CPC e 765 da CLT e 856 da CLT. Princípio da Identidade física do juiz: Determina que o juiz que colheu as provas, ou seja, instrui o processo, deverá proferir a sentença. Tal princípio aplica-se ao processo Civil, porém ao Processo do trabalho este princípio não será aplicado, em face do que dispõe as Súmulas 136 do TST e 222 do STF. Súmula 136 do TST Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz. Princípio da Oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes. Revisional TST – Dicas e Perfil FCC Processo do Trabalho – Professora Déborah Paiva

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Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1

Da Justiça do Trabalho: organização e competência. Das Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho: jurisdição e competência. Dos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho: das secretarias das Varas do Trabalho e dos distribuidores. Do processo judiciário do trabalho: princípios gerais do processo trabalhista (aplicação subsidiária do CPC). Dos recursos no processo do trabalho.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Princípios Peculiares ao Processo do Trabalho:

� Princípio do Dispositivo: Informa que nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais. É também conhecido como Princípio da Inércia da Jurisdição, que está consagrado no art. 2º do CPC.

Art. 2º CPC Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão

quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais. � Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório: O juiz tem a função de

prestar a tutela jurisdicional, solucionando o conflito de interesses das partes que lhe é apresentado, tendo assim a função de impulsionar o processo na busca da solução do litígio. Vide art. 262 do CPC e 765 da CLT e 856 da CLT.

� Princípio da Identidade física do juiz: Determina que o juiz que

colheu as provas, ou seja, instrui o processo, deverá proferir a sentença. Tal princípio aplica-se ao processo Civil, porém ao Processo do trabalho este princípio não será aplicado, em face do que dispõe as Súmulas 136 do TST e 222 do STF.

Súmula 136 do TST Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz.

� Princípio da Oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais

verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes.

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Todos os exemplos dados no quadro acima serão estudados de forma aprofundada no momento próprio, por ora quero que vocês apenas guardem que eles são exemplos de atos praticados com através da manifestação verbal.

� Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias: No Processo do Trabalho as decisões interlocutórias não serão recorríveis de imediato, conforme estabelece o art. 893 § 1º da CLT, que somente permite apreciação das mesmas no recurso da decisão definitiva, geralmente no recurso ordinário. Decisão Interlocutória é o ato pelo qual o juiz no curso do processo resolve questão incidente.

Art. 893 da CLT Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:

I - embargos;

II - recurso ordinário;

III- recurso de revista;

IV- agravo.

§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

A Súmula 214 do TST traz hipóteses de exceção ao princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, quando o TRT proferir decisão interlocutória contrária a alguma Súmula e OJ do TST a parte poderá recorrer desta decisão. Neste sentido a Súmula 214 do TST!

Exemplos de manifestação deste Princípio: a) a leitura da reclamação trabalhista: (art. 847 da CLT); b) a defesa oral/20 minutos; c) as duas propostas de conciliação consubstanciadas nos artigos 850 e 846 da CLT, que será a primeira proposta oferecida antes de receber a contestação e após a abertura da audiência e a segunda proposta oferecida após as razões finais de 10 minutos para cada parte. d) oitiva de testemunhas (art. 848§2º CLT) e) razões finais em 10 minutos (art. 850 CLT) f) protesto em audiência (art. 795 CLT)

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Súmula 214 do TST Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

� Princípio do “Jus Postulandi” das partes: Empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

DICA: A recente Súmula 425 do TST é tema certo de cair em prova, observem as explicações abaixo: SÚMULA 425 do TST O Jus Postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

� Princípio da conciliação: O art. 764 da CLT dispõe que todos os dissídios sejam coletivos ou individuais deverão estar submetidos à conciliação na Justiça do Trabalho.

� Princípio da Concentração dos Atos Processuais: Este Princípio

objetiva a que a tutela jurisdicional seja prestada, no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuais em uma única audiência. A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que caso não seja possível concluí-la no mesmo dia o juiz poderá designar nova data para prosseguimento.

� Princípio da Imediatidade ou Imediação: Este princípio permite um

contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos e terceiros e com a própria lide objetivando formar o seu livre convencimento motivado determinado pelo Princípio da Persuasão Racional no que tange às provas.

� Princípio da Extrapetição: Em casos expressamente previstos em lei,

o juiz poderá condenar o réu por pedidos não postulados expressamente pelo autor na petição inicial.

Exemplificando: Como exemplo de aplicação deste princípio no âmbito laboral pode citar: a aplicação de juros e correção monetária (Súmula 211 do TST), a fixação de gozo de férias por sentença fixando pena diária de 5% do salário-mínimo (art.136 §2º da CLT), dentre outros.

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Súmula 211 do TST Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.

Vejamos uma questão sobre princípios que tratou de um princípio ligado à contestação:

Questão: (CESPE - Defensoria Pública - DPEMA – 2011) Com relação aos princípios afetos ao processo do trabalho, assinale a opção correta.

A) Em atendimento ao princípio da identidade física do juiz, a lei determina que a competência para proferir a sentença é do juiz que colheu a prova.

B) Conforme estabelece o princípio do jus postulandi, os empregados e os empregadores deverão reclamar por meio de advogado perante a justiça do trabalho e acompanhar suas reclamações.

C) De acordo com o princípio da impugnação especificada, o reclamado deve manifestar-se, precisa e especificadamente, sobre os fatos narrados na petição inicial, não se admitindo a defesa por negação geral.

D) Em atenção ao princípio da extrapetição, a lei permite sempre que o juiz condene o réu em pedidos não contidos na petição inicial.

E) Consoante o princípio do dispositivo, o magistrado está impedido de instaurar de ofício, o processo trabalhista.

Comentários: O princípio da identidade física do juiz consiste na vinculação ao órgão julgador àquele que concluiu a audiência (art. 132 do CPC).

A letra E está correta. Revendo a "C" também considero correta, salvo se a CESPE considerar a exceção do art. 302, parágrafo único do CPC que admite a contestação por negação geral em alguns casos.

O princípio da impugnação especificada corolário do princípio do contraditório está previsto no art. 302 do CPC, segundo o qual “cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial”.

Os fatos que o réu não impugnar serão presumidos como verdadeiros. Este ônus atribuído ao réu somente não será aplicado:

a) se não for admissível a seu respeito a confissão; b) se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público

que a lei considerar da substância do ato; c) se estiverem em contradição com a defesa considerada em seu

conjunto.

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Organização e funcionamento da Justiça do Trabalho:

De acordo com o art. 111 da CRF/88 são órgãos da Justiça do Trabalho o TST, os TRTS e os Juízes do Trabalho.

Art. 111 da CRFB/88 Os Órgãos da Justiça do trabalho são: I -Tribunal Superior do Trabalho; II - Tribunal regional do Trabalho; III - Juízes do Trabalho.

Das Varas do Trabalho:

⇒ É o primeiro grau de jurisdição. ⇒ A Jurisdição das Varas de Trabalho será exercida por um juiz singular. ⇒ Nas comarcas não abrangidas por jurisdição trabalhista, ou seja, nas

quais não haja Vara de Trabalho, aos juízes de direito será atribuída à jurisdição trabalhista, com recurso para o respectivo TRT.

⇒ Compete às Varas de Trabalho:

a) conciliar e julgar: I- os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II- os dissídios concernentes à remuneração, férias e indenização por motivo de rescisão do contrato individual do trabalho; III- os dissídios resultantes de contratos de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice; IV- os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho. V- as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o órgão gestor de mão-de-obra OGMO decorrentes das relações de trabalho. b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; c) julgar os embargos opostos ás suas próprias decisões; d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência.

Dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT):

⇒ São órgãos de segundo grau de jurisdição. ⇒ Compõem-se de, no mínimo, 07 juízes (art.115, CRFB/88). ⇒ Nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com

mais de 30 e menos de 65 anos, sendo a escolha mediante lista sêxtupla das respectivas classes, que serão encaminhadas ao Tribunal que elaborará lista tríplice e encaminhará ao Presidente da República que em 20 dias escolherá um de seus integrantes para nomeação.

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⇒ 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício.

⇒ Os demais mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.

Do Tribunal Superior do Trabalho (TST):

⇒ É Órgão de terceiro grau de jurisdição. ⇒ Compõem-se de 27 Ministros, brasileiros com mais de 35 anos e menos

de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal por maioria absoluta.

⇒ 1/5 serão escolhidos dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício.

⇒ Os advogados devem ter notório saber jurídico e reputação ilibada. ⇒ A indicação será feita por lista sêxtupla elaborada pelos órgãos de

representação das respectivas classes, que a enviam para o tribunal que formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que terá o prazo de 20 dias para escolher um dos indicados para nomeação.

⇒ Os demais serão escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira indicados pelo próprio TST.

Competência e Jurisdição:

Jurisdição é o poder-dever que o juiz, que representa o Estado, tem de aplicar o direito objetivo a um caso concreto, substituindo os titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente buscar, por meio da pacificação do conflito que os envolve, a realização da justiça e o estabelecimento da paz social.

Art. 1º CPC “A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida

pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este código estabelece”.

OJ 416 do TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo internacional. (Divulgada no DeJT 14/02/2012) As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.

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Art. 2º CPC “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais”.

A competência é a delimitação da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional.

⇒ A competência é a medida da jurisdição. ⇒ Todo juiz possui jurisdição, mas nem todos os juízes possuem

competência para julgar determinadas ações.

Exemplificando: Se Adalgisa tivesse interposto a ação na Justiça estadual em umas das Varas de família, o juiz titular de tal Vara não seria competente para julgas ação que trate de direito do trabalho. A justiça do Trabalho é que será competente para julgar o conflito entre empregada doméstica e sua empregadora.

Espécies de competência: Absoluta e Relativa

A Competência absoluta é a competência em razão da matéria, em razão

da pessoa e em razão da função.

DICA: MPF (ABSOLUTA) VT (Relativa)

A competência relativa é a competência em razão do valor e do território. A competência relativa prorroga-se se o réu não argüir a exceção (art. 114 CPC). DICA: A prorrogação de competência é um fenômeno segundo o qual um juiz inicialmente incompetente torna-se competente.

Competência

Absoluta

Matéria Pessoa Função

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Este fenômeno somente ocorrerá com a incompetência relativa, nunca com a incompetência absoluta.

Competência Absoluta em razão da matéria (Art.114 CRFB/88): Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir.

Súmula Vinculante 23 do TST: A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÃO POSSESSÓRIA AJUIZADA EM DECORRÊNCIA DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELOS TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA.

Competência

Relativa

Valor VT Território

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Atenção: Competência Territorial da Justiça do Trabalho (art. 651 da CLT).

Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado em local diverso. Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que quando o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos em locais diferentes, será competente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do último lugar da execução dos serviços e não a de cada local dos estabelecimentos da empresa no qual tenha prestado serviços. Exemplificando: Um empregado foi contratado em Manaus, trabalhou em Belém, em Recife e depois foi dispensado em Fortaleza. Neste caso a ação deverá ser proposta em Fortaleza/CE.

§ 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial (aquele que

presta serviços em mais de uma localidade), a regra da competência é dúplice, porque o empregado poderá ajuizar a ação na localidade em que a empresa tenha filial e a esta esteja o empregado vinculado ou, em caso de inexistência de agência ou filial, poderá demandar na localidade de seu domicílio ou no local mais próximo de seu domicílio.

§ 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. O empregado poderá ser contratado em um país para prestar serviços

em outro, ou ser contratado para prestar serviço em um país e depois ser transferido para outro.

A Súmula 207 do TST estabelecia: ”a relação jurídica trabalhista será

regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviços e não por aquelas do local da contratação”.

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Em Julho de 2009 foi alterado o caput da lei 7.064 de 1962 que só era aplicada aos empregados de empresas de engenharia que eram transferidos para o exterior. A partir daí a lei passou a ser aplicada a todos os empregados que contratados no Brasil e transferidos por mais de 90 dias para prestar serviços no exterior. Assim, passou-se a aplicar a norma mais favorável.

Esta é a razão do cancelamento da súmula 207 do TST. Quando o empregado for contratado no Brasil e transferido para o exterior por mais de 90 dias será aplicada a lei mais favorável. Trata-se da competência de lei.

O art. 651 da CLT trata da competência para julgamento. Não podemos confundir a legislação material a ser aplicada, com a competência da Justiça brasileira para apreciar e julgar a matéria.

§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

É importante ficar claro o que venha a ser “empregador que promova a realização de atividades fora do local do contrato de trabalho”. O parágrafo 3º é exceção à regra geral do caput do art. 651 da CLT e deverá ser utilizado quando o empregador exercer a sua atividade em locais transitórios, eventuais ou incertos. Exemplificando: Empresas que promovam a prestação de serviços fora do local da contratação são: auditorias, atividades circenses, instalação de caldeiras, reflorestamento, exposições, feiras, desfiles de moda, montadoras, etc A Prevenção ocorrerá quando dois juízes forem competentes e for necessário determinar qual juiz julgará aquela ação. Quando os juízes tenham a mesma competência territorial o juiz prevento será aquele que despachou em primeiro lugar e quando os juízes tiverem competência territorial distinta será considerado prevento aquele em que ocorreu a primeira citação válida (arts. 106 e 219 do CPC).

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Conflito de Competência:

Quando ocorre o conflito de competência, ou seja, quando dois juízes declaram-se competentes ou incompetentes para processar e julgar determinadas ações, quem irá solucioná-los será:

TRT Suscitados entre Varas de Trabalho

TST Suscitado entre Tribunais Regionais do Trabalho. Suscitados entre varas e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista de regiões distintas.

STF Conflitos entre STJ e qualquer outro Tribunal. Entre Tribunais Superiores. Entre Tribunais Superiores e qualquer outro Tribunal.

STJ Entre quaisquer Tribunais, exceto se houver Tribunal Superior. Entre Tribunal e Juízes a ele não vinculados. Entre juízes vinculados a tribunais diversos

DICA: Aposto com vocês que caso seja cobrado na prova o tema conflito de competência, a banca irá abordar a Súmula 420 do TST, que estabelece que entre as Varas de Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho a que estejam vinculadas há relação de hierarquia e, por isso, não ocorrerá conflito de competência.

Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.

Em resumo:

A Competência é a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional, ou seja, é a delimitação da jurisdição. A Competência classifica-se como: a) Absoluta (em razão da matéria/funcão/pessoa) e b) Relativa (em razão do valor e do território).

A competência mais abordada em provas é a do art. 114 da CRFB/88,ou seja, competência material e em razão das pessoas e a do Art. 651 da CLT que trata da competência em razão do território. A) A competência absoluta:

� É inderrogável pela vontade das partes � O juiz deverá conhecê-la de ofício � Não admite prorrogação. � Poderá ser argüida em qualquer tempo e grau de jurisdição � Deverá ser argüida em preliminar da contestação.

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Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir.

B) A competência relativa:

� Prorroga-se se o réu não argüir a exceção � O juiz não poderá conhecê-la de ofício � Deverá ser argüida no momento de apresentação da contestação,

sob pena de preclusão � O art. 651 da CLT trata da competência territorial que tem como

regra geral o local onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador.

Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. § 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

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Assistência Judiciária:

A assistência judiciária na justiça do trabalho será prestada pelo

Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. O art. 14 da Lei 5.584/70 estabelece que a assistência judiciária é devida

a todo trabalhador que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado idêntico direito ao trabalhador de maior salário, desde que prove que a sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

Com o advento da Lei 7.115/83 deixou de ser obrigatória a apresentação

de atestado de pobreza para a concessão do benefício da assistência judiciária, bastando que o interessado de próprio punho ou através do advogado declare que não tem condições de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família.

A Orientação Jurisprudencial 304 da SDI-1 do TST estabelece que basta

a declaração do empregado ou de seu advogado na petição inicial para configurar a situação econômica descrita na Lei 5.584/70, necessária para a concessão da assistência judiciária.

OJ Nº 304 da SDI-1 do TST Atendidos os requisitos da Lei nº 5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica.

Honorários de advogado e Ius postulandi

Os honorários de advogado na Justiça do Trabalho não decorrem da simples sucumbência nas relações de emprego, devendo a parte estar assistida pelo seu Sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao mínimo legal ou estar em situação econômica que não lhe permita demandar em juízo sem prejuízo próprio ou de sua família.

No que tange às lides decorrentes da relação de trabalho os honorários

advocatícios serão devidos pela mera sucumbência, uma vez que a Instrução Normativa 27/2005 do TST assim estabeleceu.

A Súmula 219 do TST trata do tema, observem abaixo:

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Súmula 219 do TST - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70.

Ius Postulandi é a capacidade processual postulatória da parte, ou seja, ela poderá postular em juízo pessoalmente, sem a presença de um advogado que a represente.

Empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça

do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final do processo. No que tange às ações oriundas das relações de trabalho o Jus Postulandi

não será aplicado, uma vez que o art. 791 da CLT estabelece expressamente: ”empregados e empregadores”.

Art. 791 da CLT - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.

SÚMULA 425 do TST O Jus Postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

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Procedimento Sumaríssimo

O procedimento sumaríssimo está regulamentado pelos arts. 852-A ao 852-I da CLT e abaixo para fácil compreensão vocês encontrarão um quadro esquemático com as principais peculiaridades do Procedimento Sumaríssimo.

As principais características principais do Procedimento sumaríssimo são: • Cada parte poderá apresentar no máximo duas testemunhas. • Apreciação do pedido em 15 dias no máximo. • Audiência una. • Proibida a citação por edital. • Dispensado o relatório da sentença que será proferida em audiência. • Procedimento sumaríssimo não se aplica aos ente públicos. • Parecer oral do Ministério Público do Trabalho nos recursos ordinários.

Não poderá ser aplicado o procedimento sumaríssimo nas causas em que figuram os órgãos da administração direta, autárquica e fundacional.

Aplica-se o procedimento sumaríssimo às empresas públicas e sociedades de economia mista. As ações submetidas ao procedimento sumaríssimo deverão ser apreciadas num prazo máximo de 15 dias do seu ajuizamento.

O processo submetido ao procedimento sumaríssimo deverá ser instruído e julgado em audiência única, exceto se a critério do juiz for impossível não interromper a audiência quando a parte contrária tiver que manifestar-se sobre documentos juntados pela outra parte.

O Procedimento sumaríssimo somente terá lugar nas ações trabalhistas individuais cujo valor da causa seja superior a dois salários e inferior a 40 salários mínimos.

A prova pericial somente será cabível quando a prova do fato a exigir ou for legalmente imposta como por ex. o art. 195 CLT. Aplica-se o procedimento sumaríssimo somente aos dissídios individuais cujo valor não exceda a 40 vezes o salário-mínimo.

Nas ações enquadradas no procedimento sumaríssimo o pedido deverá ser certo ou determinado indicando o valor correspondente, sendo liquido.

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Não se fará citação por edital nas ações submetidas ao procedimento sumaríssimo. O autor deverá indicar corretamente o nome e endereço do reclamado. Se não o fizer, o processo será extinto sem o julgamento do mérito e o autor será condenado ao pagamento das custas sobre o valor da causa.

Todos os incidentes e exceções que puderem interferir no prosseguimento da audiências e do processo deverão ser decididos de plano. As demais questões serão decididas na sentença.

Cada parte somente poderá apresentar duas testemunhas. Só haverá intimação de testemunhas que comprovadamente convidada pela parte não comparecer a audiência.

O juiz é dispensado de fazer o relatório nas sentenças sujeitas ao procedimento sumaríssimo.

Provas

“Prova nos domínios do direito processual é o meio lícito para demonstrar a veracidade ou não de determinado fato com a finalidade de convencer o juiz a cerca da sua existência ou inexistência”. (Carlos Henrique Bezerra Leite).

O objeto da prova são os fatos controvertidos, relevantes e pertinentes narrados pelo reclamante e pelo reclamado. O Direito, em regra, não precisará ser provado, pois vigora o brocardo jurídico “iura novit curia”, presumindo-se que o juiz conhece o direito, bastando que as partes narrem os fatos e os prove, sendo desnecessária a prova do direito.

Como quase toda regra tem exceção, o art. 337 do CPC estabelece que o direito deverá ser provado em relação ao teor e vigência quando, tratar-se de normas de direito estadual, municipal, distrital, consuetudinário ou estrangeiro, se assim o determinar o juiz.

No Processo do trabalho, o juiz poderá ainda, determinar que a parte faça prova de teor e vigência de normas coletivas, de regulamento de empresa, de sentença normativa, caso a parte as invoque.

Somente os fatos controvertidos deverão ser provados e o juiz é livre para formar o seu convencimento, devendo, porém, motivá-lo. É o que estabelecem os artigos 131 do Código de Processo Civil e 832 da CLT.

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Art. 131 do CPC – O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mas deverá indicar na sentença os motivos que lhe formaram o convencimento.

Art. 832 da CLT- Da decisão deverão constar o nome das partes,

o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.

O art. 334 do CPC aplicado subsidiariamente ao Processo do trabalho estabelece que não serão objeto de prova os fatos notórios, os fatos incontroversos, os fatos alegados por uma das partes e confessados por outra e os que militam presunção legal de veracidade.

Súmula 217 do TST - DEPÓSITO RECURSAL. CREDENCIAMENTO BANCÁRIO. PROVA DISPENSÁVEL O credenciamento dos bancos para o fim de recebimento do depósito recursal é fato notório, independendo da prova.

A Súmula 12 do TST refere-se à presunção relativa (juris tantum) de veracidade que tem as anotações feitas pelo empregador na CTPS do empregado, portanto, poderão ser elididas por outras provas.

Súmula 12 do TST - CARTEIRA PROFISSIONAL - As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".

Súmula 225 do STF – Não é absoluto o valor probatório das anotações na carteira profissional.

No Processo do Trabalho o art. 818 da CLT combinado com o art. 333 do CPC tratam do ônus subjetivo da prova.

Art. 818 da CLT- A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.

Art. 333 do CPC – O ônus da prova incumbe:

I- ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,modificativo ou extintivo do direito do autor.

Súmula 212 do TST - DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

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A Súmula 338 do TST admite a inversão do ônus da prova no processo do trabalho no que se refere aos pedidos de horas extras, quando a empresa contar com mais de 10 empregados e negar-se a apresentar os controles de freqüência injustificadamente. Súmula 338 do TST- JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. Há algumas súmulas e orientações jurisprudenciais do TST que estabelecem o ônus da prova em determinados casos, o que prevalece sobre a regra geral do art. 818 da CLT e 333 do CPC. Observem abaixo:

Súmula 6 do TST EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial.

Súmula 16 do TST Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.

OJ 301 SDI-I TST Definido pelo reclamante o período no qual não houve depósito do FGTS, ou houve em valor inferior, alegada pela reclamada a inexistência de diferença nos recolhimentos de FGTS, atrai para si o ônus da prova, incumbindo-lhe, portanto, apresentar as guias respectivas, a fim de demonstrar o fato extintivo do direito do autor (art. 818 da CLT c/c art. 333, II, do CPC).

É importante frisar que a testemunha que litigou ou estar litigando contra o seu empregador não poderá ser considerada suspeita, caso seja apresentada pelo reclamante como meio de provar as suas alegações. Súmula 357 do TST - TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEI-ÇÃO Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

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Da revelia e Confissão

A reclamada que não comparecer à audiência inaugural, na qual deverá apresentar a sua defesa será considerada revel e confessa quanto às matérias de fato que forem controvertidos.

As pessoas jurídicas de direito público não se sujeitam à revelia e pena

de confissão previstas no art. 844 da CLT. E, também, a reclamada será considerada revel e confessa, ainda que o seu advogado compareça na audiência portando a sua defesa.

Ressalta-se que o atestado médico que declare expressamente a

impossibilidade de locomoção do empregador ou de seu preposto poderá ilidir a revelia.

Art. 844 da CLT - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.

OJ 152 SDI-I Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT. Súmula 122 do TST A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. Súmula 377 do TST Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

Recursos

� Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: A regra geral é que as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato na Justiça do trabalho, sendo recorríveis apenas no recurso da decisão definitiva que, em regra, é o recurso ordinário. Porém, a Súmula 214 do TST traz algumas exceções a esta regra geral, observem abaixo.

Art. 893 da CLT § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

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� Súmulas e orientações jurisprudenciais do TST referentes ao depósito recursal:

OJ 140 SDI-1 Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao “quantum” devido seja ínfima, referente a centavos. Súmula 86 do TST Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. Súmula 128 do TST - DEPÓSITO RECURSAL. I - É ônus da parte recorrente, efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia a sua exclusão da lide.

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� Recursos em espécie:

Embargos de Declaração

Agravo de petição Agravo de instrumento

Art. 897-A da CLT Art. 897, a, da CLT Art. 897, b, da CLT Prazo 5 dias Prazo de 8 dias Prazo de 8 dias.

Não estão sujeitos a dois juízos de admissibilidade

Estão sujeitos a dois juízos de admissibilidade

Admite-se o juízo de retratação, podendo o juízo reconsiderar a decisão.

OJ 142 SDI-I/TST, Súmulas 184 e 278 do TST

É o recurso cabível para impugnar decisões judiciais proferidas no curso do processo de execução.

Súmula 285 do TST.

Súmula 184 do TST Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

Súmula 278 do TST A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado.

Recurso de Revista Recurso Ordinário Recurso Adesivo Art. 897 da CLT Art. 895 da CLT Art. 500 do CPC. Prazo 8 dias Prazo 8 dias. Prazo 8 dias. Cabimento para Turma do TST

Cabimento para o TRT e para o TST

Para a interposição do recurso adesivo será preciso ter havido a sucumbência recíproca.

Dois Juízos de admissibilidade

Dois Juízos de admissibilidade

Não caberá a interposição de recurso adesivo no caso de reexame necessário em caso de decisão proferida contra ente público.

Há diversas Súmulas do TST

S. 158, 201, 414 do TST.

Súmula 283 do TST

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Contagem dos Prazos Processuais

A contagem dos prazos é de fácil compreensão quando apresentamos um exemplo hipotético, assim, transcreverei uma questão de prova e abaixo apresentarei as Súmulas que mais são cobradas em provas sobre o tema prazos.

(FCC – TRT/23ª Região – Analista Judiciário) Mário ingressou com a reclamação trabalhista em face da empresa X e teve sua reclamação julgada procedente. A empresa X pretende ingressar com recurso ordinário para a segunda instância. Considerando que a sentença foi publicada no diário oficial no dia 4 de Maio de 2007 (sexta-feira), o prazo para interposição dos respectivos recursos expirou-se em a) 11 de maio de 2007 (sexta-feira) b) 14 de Maio de 2007 (segunda-feira) c) 16 de maio de 2007 (quarta-feira) d) 18 de maio de 2007 (sexta-feira) e) 21 de Maio de 2007 (segunda-feira)

Trata-se da aplicação da Súmula 01 do TST que estabelece que quando a intimação tiver lugar na sexta-feira o prazo será contado a partir de segunda-feira. Assim, como o Recurso ordinário tem prazo de 8 dias para ser interposto e a sentença foi publicada em 04/05/07(sexta-feira), a contagem excluirá o dia 4 e começará na segunda-feira (07/05/07), terminando no dia 14 de Maio de 2007(segunda-feira).

Observem abaixo, as principais Súmulas do TST sobre o tema prazos processuais: Súmula 01 TST Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. Súmula 16 TST Presume-se recebida a notificação 48 horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso deste prazo constitui ônus de prova do destinatário. Súmula 30 TST Intimação da sentença- Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento ( art. 851 § 2º CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença

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Súmula 262 TST I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem no subsequente. II- O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do TST suspendem os prazos recursais.

A OJ 310 da SDI-1 do TST é no sentido de ser tal regra de prazo em

dobro para os litisconsortes inaplicável ao processo do trabalho por ferir o princípio da celeridade processual.

Ressalta-se que em relação às demandas oriundas das relações de trabalho, Carlos Henrique Bezerra Leite entende ser aplicável o art. 191 do CPC.

OJ-310 “Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro. Art. 191 do CPC. Inaplicável ao Processo do Trabalho. A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao Processo do Trabalho, em face da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.

Princípios Específicos das Nulidades Processuais:

Dentro da teoria das nulidades podemos destacar os seguintes princípios:

a) Princípio da Transcendência ou do Prejuízo: Previsto no art. 794 da CLT, determina que somente, haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

Art. 794 da CLT- Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

b) Princípio da Instrumentalidade das formas: Previsto nos artigos

154 e 244 do CPC, determinando que se o ato for praticado de outra forma, mas atingir a sua finalidade ele será válido.

c) Princípio da Convalidação ou da Preclusão: Previsto no art. 795 da CLT, determinando que as nulidades não serão declaradas senão pela provocação das partes, às quais deverão arguí-las, na primeira vez em que tiverem de falar nos autos. Porém, o princípio da convalidação somente será aplicado ás nulidades relativas.

BIZU DE PROVA

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O art. 795 §1º da CLT ao determinar que deverá ser declarada de ofício a nulidade fundada em incompetência de foro na verdade quis dizer que a incompetência absoluta deverá ser declarada de ofício pelo juiz.

Art. 795 da CLT – As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. 1º – Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. 2º – O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.

d) Princípio da Proteção: Previsto no art. 796 da CLT, determina que

somente será declarada a nulidade quando for impossível suprir-lhe a falta ou repetir-se o ato e quando não for arguida por quem lhe houver dado causa.

Art. 796 da CLT – A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa.

e) Princípio da Utilidade: Está previsto no art. 798 da CLT determina

que a nulidade do ato não prejudicará, senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência.

Art. 798 da CLT A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam, ou seja, conseqüência.

EXECUÇÃO: Para Mauro Schiavi: “a execução trabalhista consiste num conjunto doe atos praticados pela justiça do trabalho destinados à satisfação de uma obrigação consagrada num título executivo judicial ou extrajudicial, da competência da Justiça do Trabalho, não voluntariamente satisfeita pelo devedor, contra a vontade deste último.”

O credor será denominado exeqüente e o devedor será denominado executado na fase de execução. A execução deverá ser processada pelo modo menos gravoso para o devedor/executado.

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As normas aplicáveis ao processo de execução são:

� CLT (arts. 876/892) � Art. 13º da Lei 5.584/80(remição) � Lei 6.830/80 (art. 889 da CLT) � CPC � Lei 8009/90.

A doutrina faz uma distinção entre títulos executivos judiciais e títulos executivos extrajudiciais, que vocês poderão observar no quadro abaixo.

Títulos Executivos Judiciais

� A sentença transitada em julgado;

� A sentença sujeita a recurso desprovido de efeito suspensivo;

� Acordos judiciais não cumpridos.

Títulos Executivos Extrajudiciais

� Termos de compromisso de ajustamento de conduta firmados pelo Ministério Público do Trabalho; (TAC)

� Termo de Conciliação firmados pela Comissão de Conciliação Prévia. (TCCCP)

Do bem de família (Lei 8009/90):

A impenhorabilidade será oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

� em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;

� pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;

� pelo credor de pensão alimentícia; � para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e

contribuições devidas em função do imóvel familiar; � para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia

real pelo casal ou pela entidade familiar; � por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de

sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

� por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

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Dos embargos à execução: Embargos à execução, ou embargos do executado ou, ainda embargos do devedor é uma ação na qual o executado será o autor e o exeqüente será o réu com o objetivo de anular ou reduzir a execução. Assim, o executado tem por objetivo ao embargar a execução, a desconstituição do título em que ela se funda, e por conseqüência a sua extinção, seja total ou parcialmente.

O executado terá o prazo de 05 dias contados da data da intimação da penhora para opor embargos à execução, desde que garanta a execução ou os bens sejam penhorados.

O prazo de 05 dias para o executado apresentar embargos e igual prazo

para exeqüente, impugná-lo ou de 30 dias para a Fazenda Pública (art. 30 da lei 6.830/80).

DICA: Parte da doutrina entende que o art. 741 do CPC aplica-se ao processo do trabalho, o que aumentaria as hipóteses de cabimento de embargos à execução.

⇒ Quando o executado for a fazenda pública o prazo para opor embargos à execução será de 30 dias.

⇒ Caso o devedor não esteja no local da penhora o oficial irá proceder ao arresto dos bens, sendo dada ciência ao devedor depois de ele ter sido efetivado.

⇒ Somente ocorrerá ordem de arrombamento se o devedor estiver ocultando-se para impedir que a penhora seja realizada.

Dos embargos de terceiro:

Um ponto muito cobrado nas provas de concursos é a questão de quem será competente para processar e julgar os embargos de terceiro quando a ação for processada por carta precatória. Será a competente o juízo deprecado (juízo que não processa a execução) ou o juízo deprecante (juízo que está processando a execução). Esta matéria está regulada pela Súmula 419 do TST. Súmula 419 do TST Na execução por carta precatória, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem, unicamente, sobre vícios ou irregularidades da penhora, avaliação ou alienação dos bens, praticados pelo juízo deprecado, em que a competência será deste último.

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Da Praça e Leilão: Resolvidos os embargos seguir-se-á para a praça ou leilão. Praça é realizada no fórum, destinada aos bens imóveis e leilão é realizado onde estiverem os bens móveis ou em outro lugar designado pelo juiz.

Na praça, poderão ocorrer uma das três situações abaixo: Após a penhora, a expropriação do bem poderá ocorrer pela remição, adjudicação ou arrematação. Da Arrematação: Ocorrerá quando um terceiro adquire o bem. A arrematação ocorrerá pelo maior lance, tendo o exeqüente a preferência para a adjudicação. O arrematante deverá garantir com um sinal de 20% sobre o valor da arrematação e em 24 horas deverá completar o restante, sob pena de perder o sinal dado para a execução.

Da Remição: Ocorrerá quando o devedor mantém a propriedade do bem pagando o valor devido, ele sempre terá preferência. A remição prefere a adjudicação e à arrematação. Poderá ser feita a qualquer tempo pelo executado, porém antes da arrematação ou da adjudicação.

Art. 13 da Lei 5.584/70 “Em qualquer hipótese a remição só será deferível ao executado se este oferecer preço igual ao valor da condenação.”

Da Adjudicação: Ocorrerá quando o credor fica com o bem para si, pagando o valor do maior lance e não o do preço da avaliação. Ele deverá pagar a diferença caso a avaliação seja maior que o quantum devido. Somente será permitida a adjudicação se for feita antes da assinatura do auto de arrematação. Chegamos ao final de nosso curso! Estarei à disposição de vocês acompanhando o fórum do curso! Caminhem, sempre, firmes e confiantes rumo ao objetivo desejado. Desejo a tão sonhada aprovação! Muita luz! No que eu puder ajudá-los contem comigo sempre! Um forte abraço, Déborah Paiva [email protected] [email protected]