aula 10 e 11 necessidades e recomendacoes de nutrientes[1]

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Aulas 10 e 11 Necessidades e recomendações de Nutrientes CONCEITOS E APLICABILIDADE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA 3 ° e 4° SEMESTRE CURSO NUTRIÇÃO(NOTURNO) Profa Fernanda Maria Vital Oliveira

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Page 1: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Aulas 10 e 11 Necessidades e recomendações de

Nutrientes

CONCEITOS E APLICABILIDADE

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

3 ° e 4° SEMESTRE

CURSO NUTRIÇÃO(NOTURNO)

Profa Fernanda Maria Vital Oliveira

Page 2: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Histórico 1860: Inglaterra – Estabelecimento dos padrões de referência

nutricionais → Energia e proteína

1940: Governo Federal dos EUA – Formação do Comitê de

Alimentação e Nutrição (Food and Nutrition Board – FNB)

1941: Tabela de RDA (Recommended Dietary Allowances) → Energia, proteína, cálcio, ferro, vit A, tiamina, riboflavina, ácido

nicotinamínico, ácido ascórbico e vit D

1943: 1° impressão das RDA

1974: 8° edição FND → RDA é definida nível de ingestão de nutrientes

essenciais para cobrir as necessidades de nutrientes específicos de

praticamente todos os indivíduos saudáveis

Dwyer J. Nutrition,16(7/8):488-492, 2000

Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003

Feltrin C et al. The Eletronic Journal of Pediatric, 8:1-8, 2004

Page 3: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Histórico 1989: 10° edição das RDAs

1995: FNB + Canadá – Formação do Comitê da DRIs (Dietary

Referencas Intakes)

1997:

Prevenção: deficiências nutricionais, doenças crônicas não

transmissíveis + Limite para ingestão de nutrientes + 10° ed. RDA

1993: FNB + Canadá – “Worshop” para discussão dos aspectos

das RDAs → prevenção de doenças crônicas

Dwyer J. Nutrition,16(7/8):488-492, 2000

Fisberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003

Feltrin C et al. The Eletronic Journal of Pediatric, 8:1-8, 2004

• Ingestão Dietética de Referência (Dietary Reference Intakes – DRIs) - Food and Nutrition Board / Institute of Medicine.

• • Desenvolvido para substituir as RDAs

• • Conjunto de 4 valores de referência de ingestão de nutrientes:

• EAR (Estimated Average Requirement): Necessidade média estimada.

• RDA (Recommended Dietary Allowances): Quota Dietética Recomendada.

• AI ( Adequate Intake): Ingestão Adequada.

• UL (Tolerable Upper Intake Levels): Nível de ingestão máximo tolerável

Page 4: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

DRIs - Dietary Reference Intakes Ingestões Dietéticas de Referência

O que são?

São valores de referência podem ser expressos segundo quatro conceitos: RDA, AI, UL e EAR.

Representam a quantidade estimada de ingestão do nutriente a ser usada no planejamento e avaliação de dietas de grupos aparentemente saudáveis.

Uso

– Planejamento de dietas

– Avaliação de dietas

– Indivíduos ou grupos

Page 5: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Comitê(s) FAO sobre necessidades de calorias (1950 e1957) • Três conceitos gerais:

1. A necessidade de energia de um grupo é representada por uma média das necessidades dos indivíduos naquele grupo;

2-) Na medida do possível, as necessidades de energia devem ser determinadas a partir das estimativas do gasto de energia;

3) A necessidade de energia de um homem ou mulher “referência” constitui a linha base para a avaliação das necessidades de energia das pessoas em geral (com ajustes para situações diferentes, por ex: crescimento, gravidez, lactação, envelhecimento, clima etc.

Page 6: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

DRIs - Dietary Reference Intakes Ingestões Dietéticas de Referência

Considerações: • Balanço e metabolismo de nutrientes em diferentes

faixas etárias

• Diminuição do risco de doenças crônicas não transmissíveis

• Biodisponibilidade dos nutrientes e erros associados aos métodos de avaliação

• Estruturada para atender as necessidades nutricionais da população norte americana e canadense

Food and Nutrition Board, 1997

Page 7: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Ingestões Dietéticas de Referência

EAR – Estimated Average Requeriment Necessidade Média Estimada

Setembro / 2005

Valor médio da ingestão de 1 nutriente estimado

para cobrir as necessidades de 50% dos

indivíduos saudáveis de determinada faixa

etária, estado fisiológico e sexo.

Observações:

A EAR é usada na determinação da RDA e

corresponde à mediana da distribuição de

necessidades de um dado nutriente para um dado

grupo de mesmo gênero e estágio de vida.

Page 8: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

RDA – Recommended Dietary Allowances Quotas Dietéticas Recomendada

Conceito:

A RDA para cada nutriente é estabelecida com base em valores que podem ser adequados para 97 a 98% de todos os indivíduos de um determinado grupo etário,

– Observação:

A RDA de um nutriente é um valor a ser usado como meta de ingestão dietética para indivíduos saudáveis. Não deve ser utilizada para avaliar as dietas de indivíduos ou grupos ou para planejar dieta de grupos.

Page 9: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

RDA (Quota Dietética Recomendada)

–Cálculo:

Requer a definição do valor de EAR:

Quando o desvio padrão do EAR é conhecido

RDA = EAR + 2DPEAR

– Quando o desvio padrão de EAR não é

• Conhecido

Assume-se coeficiente de variação igual a 10%

• • RDA = 1,2 x EAR

Setembro / 2005

Page 10: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Ingestões Dietéticas de Referência AI – Adequat Intake

Ingestão Adequada

“A Ingestão Adequada é utilizada, no lugar da RDA,

quando não há evidência científica suficiente para se

calcular o valor de EAR”.

– Observações:

• A AI de um nutriente é um valor a ser usado como meta

de ingestão dietética para indivíduos saudáveis. Não deve

ser utilizada para avaliar as dietas de indivíduos ou grupos

ou para planejar dieta de grupos.

Page 11: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Ingestões Dietéticas de Referência

UL – Tolerable Upper Intakes Levels Nível de Ingestão Máxima Tolerada

Se refere ao nível mais alto do consumo diário de

nutrientes que não exerce riscos de efeitos adversos para

quase todos os indivíduos da população geral. Conforme o

consumo ultrapassa a UL, o risco de efeito adverso

também aumenta. Referem-se à ingestão total de

nutrientes (dieta, água e suplementos) ou à ingestão dietética

conforme o caso.

• Não foram estabelecidos UL’s, por insuficiência de dados, para

arsênio (As), cromo (Cr) e silício (Si).

Amaya-Farfan J; Domene SMA; Padovani RM. Rev Nutr,14(1):71-78, 2001

Fiberg RM et al, Rev Bras Nutr Clin, 18(2):81-86, 2003

Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002

Page 12: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Aplicação da DRIs

Setembro / 2005

Dwyer J. Nutrition, 16(7/8):488-492, 2000

Sachs A. Uso e aplicações das DRIs: O que mudou das recomendações de nutrientes. 16-21p, 2001

São mais detalhadas do que a RDA e

contemplam:

• Avaliação e planejamento de dietas para

grupos e indivíduos

• Rotulagem de alimentos

• Programas de avaliação alimentar

• Desenvolvimento de novos produtos

Page 13: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

E o que é então a IDR que observamos nos rótulos de alimentos ?

CUIDADO !!! Não é a “tradução” da DRI, muito menos “Recomendações Nutricionais” para a população brasileira. A IDR (Ingestão Diária Recomendada) é uma Portaria do Ministério da Saúde, publicada em 1998, unicamente com a finalidade de padronizar informações nutricionais para Rotulagem de Alimentos, principalmente quanto a porcentagem de atendimento às necessidades nutricionais. A IDR é baseada em duas importantes publicações anteriores com a mesma finalidade: ALINORM 93/22, publicada pela FAO/OMS e A GMN n 18/1994 do Mercosul.

Setembro / 2005

Page 14: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Aplicação Prática das DRIs

Grau de riscoDados clínicos, bioquímicos, antropométricos

Necessidades de Nutrientes Ingestão de Nutrientesa

a= alimentos + suplementos

Planejamentode Dietas

Avaliação de Dietas

Grupo Indivíduos

EAR (AI)UL

RDA(AI)UL

EARUL

EAR (AI)UL

Grupo Indivíduos

Distribuição do nutriente de interesseGrau de risco tolerável (2 a 3%)Avaliação da intervenção

Prevalência de indivíduos < EAR• Aproximação probabilística• EAR como ponto de corte

Fonte: Adaptada de Beaton (1994).

Murphy SP; Poos MI. Public Health Nutrition, 5(6A): 843-849, 2002

Page 15: Aula 10 e 11 Necessidades e Recomendacoes de Nutrientes[1]

Setembro / 2005

DRIs

Individuos Grupos

EAR Utilizar para examinar a probabilidade de inadequação da ingestão habitual

A proporção do grupo com ingestão abaixo da EAR é uma estimativa da prevalência de inadequação do grupo

RDA Ingestão habitual igual ou acima da RDA apresenta baixa probabilidade de inadequação

Não utilizar a RDA para avaliar ingestão de grupos

AI Ingestão habitual igual ou acima da AI provavelmente está adequada Nenhuma avaliação pode ser feita se a ingestão se apresentar abaixo da AI

Mediana da ingestão habitual igual ou acima da AI significa baixa prevalência de ingestão Inadequada. Nenhuma avaliação pode ser feita quando a mediana da ingestão estiver abaixo da AI

UL Ingestão habitual acima da UL pode predispor o indivíduo a apresentar riscos de efeitos adversos decorrentes da ingestão excessiva

A proporção do grupo com ingestão habitual acima da UL pode apresentar riscos de efeitos adversos decorrentes da ingestão excessiva

AVALIAÇÃO DE DIETAS

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DRIs

Individuos Grupos

EAR Não usar a EAR como meta de ingestão . Ingestão habitual igual a EAR apresenta 50% de probabilidade de inadequação

Planejar para uma baixa proporção do grupo com ingestão abaixo da EAR . A média de ingestão provavelmente estará acima da EAR.

RDA A RDA deve ser usada como meta de ingestão de indivíduos . Ingestão habitual igual ou acima da EAR apresenta baixa probabilidade de Inadequação

Não utilizar a RDA para planejar a média de ingestão de grupos. Média de ingestão igual à RDA quase sempre implica em prevalência muito alta de ingestão inadequada

AI Quando a RDA não estiver disponível, utilizar a AI como meta de ingestão Ingestão habitual igual ou acima da AI apresenta baixa probabilidade de Inadequação

Utilizar a AI como meta de média da ingestão do grupo Média de ingestão igual ou acima da AI significa baixa prevalência de ingestão Inadequada

UL A ingestão habitual deve ficar abaixo da UL para evitar riscos de efeitos adversos decorrentes da ingestão excessiva

Planejar para minimizar a proporção do grupo com ingestão acima da UL para minimizar riscos de efeitos adversos decorrentes da ingestão excessiva

PLANEJAMENTO DE DIETAS