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Aula 06 Direito Processual Civil p/ TJDFT - Analista Judiciário (Área Judiciária e Oficial de Justiça) Professor: Gabriel Borges

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Aula 06 - Direito Processual Civil.

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    Direito Processual Civil p/ TJDFT - Analista Judicirio (rea Judiciria e Oficial deJustia)Professor: Gabriel Borges

  • Direito Processual Civil TJDFT Teoria e Exerccios comentados

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    NOES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TJDFT - ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA E OFICIAL DE JUSTIA AVALIADOR

    AULA 06: FORMAO, SUSPENSO E EXTINO DO PROCESSO. PROCESSO E PROCEDIMENTO. PROCEDIMENTOS ORDINRIO E SUMRIO. PROCEDIMENTO ORDINRIO. PETIO INICIAL. REQUISITOS, PEDIDO E INDEFERIMENTO.

    SUMRIO PGINA

    1. Captulo VII: Formao, suspenso e extino do processo. 02 2. Captulo VIII: Processo e procedimento. 23

    3. Resumo 43

    4. Questes comentadas 50

    5. Lista das questes apresentadas 65

    6. Gabarito 72

    CAPTULO VII: FORMAO, SUSPENSO E EXTINO DO PROCESSO.

    FORMAO

    O processo uma relao jurdica. Estabelece-se com o vnculo entre pessoas, decorrente de um fato que provoca mudana na situao e rege-se por norma jurdica. Tem como finalidade a formao do litgio que se forma mediante a definio e aplicao da vontade da lei pelo juiz. At a sentena final, o processo passa por inmeras etapas, em que aos sujeitos do processo so atribudos deveres e obrigaes.

    So sujeitos da relao jurdica processual: autor, ru e Estado-juiz. O autor e o ru tm direito tutela jurisdicional enquanto o juiz tem o dever de prest-la. Essa relao entre eles se d no processo.

    Teorias que trabalham as caractersticas da relao processual:

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    a) Linear: os direitos e deveres so estabelecidos entre os sujeitos da lide, e o juiz considerado um estranho.

    b) Triangular: os direitos e deveres so estabelecidos entre as partes, e delas com o juiz.

    c) Angular: so sujeitos do processo, o autor, o ru e o juiz, e o rgo jurisdicional coloca-se em um plano superior em relao s partes. O vnculo entre as partes estabelecido por meio do juiz. Essa a teoria mais aceita modernamente.

    JUIZ

    AUTOR RU x As partes estabelecem vnculos por meio do juiz.

    Dvidas:

    a) Professor, com a apresentao da PI ocorre a propositura da ao? No. Vejamos: na PI (petio inicial), o autor dever indicar sua pretenso, os demandados, os limites do conflito (subjetivos e objetivos) e os fundamentos de fato e de direito. A propositura da ao, por sua vez, s ocorre quando o magistrado a despachar (caso haja apenas um juzo rgo jurisdicional com determinada competncia no municpio) ou quando a PI for distribuda (mais de um juzo).

    rgo Jurisdicional

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    b) Uma vez proposta a ao, professor, o processo sempre vivel? No. A PI ser analisada pelo juiz que verificar se esta contm as condies necessrias para ser recebida.

    c) E se algum vcio for detectado pelo juiz? Se sanvel, o juiz dar ao demandante 10 dias para corrigir o erro, se insanvel, ser indeferida. Se cumprir com as condies para seu recebimento, o juiz determinar que o ru seja citado.

    d) E depois professor? A relao processual se completa e a propositura da ao comear a produzir efeitos em relao ao ru.

    1. Incio do processo

    O processo civil comea por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. (Art. 262 do CPC).

    Oportuno entendermos a diferena entre processo dispositivo e processo inquisitivo. O primeiro determinado quando o processo tem seu destino levado ao arbtrio da parte. O segundo, quando o juiz, de ofcio, exerce a prestao jurisdicional.

    (MPE PI 2012) No que concerne a formao, suspenso e extino do processo, julgue os itens que se seguem. O processo comea pela iniciativa da parte, sendo a petio inicial o ato que deflagra a formao do processo, a qual, em regra, dever ser distribuda em lugares onde houver mais de um juzo. Por outro lado, em lugares onde houver somente um juzo, no haver distribuio.

    a) Certo b) Errado

    Gabarito: Certo

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    No devemos entend-los como uma contradio, mas como institutos que se fundem para melhor aplicao da justia.

    O princpio dispositivo ocorre na instalao processual, em que a parte tem o direito de decidir a propositura da tutela jurisdicional; ato privativo da parte. Encerrada a fase de instalao do processo, este se desenvolve por impulso oficial do juiz. Nessa etapa, a funo pblica (jurisdio) prevalecer sobre o simples interesse particular da parte.

    Percebam que h uma integrao entre atos que sero desenvolvidos a partir de provocao da parte e, outros, que o juiz praticar independentemente de solicitao.

    Como todos ns sabemos, o princpio do interesse pblico deve, em regra, prevalecer sobre o interesse privado (justa soluo do litgio e pacificao dos interesses sociais). Esta a principal razo de o Poder Judicirio estar centralizado nas mos do Estado.

    Dvida:

    Quando um ato determinante para o andamento do processo depende de iniciativa do autor, mas ele nada faz? H uma conduta padro do juiz para essa situao de inoperncia do autor: 1) aguarda-se que o demandante tome as devidas providncias, 2) se o autor no as realizar, o processo ficar paralisado e o julgador determinar que ele seja intimado, devendo tomar as providncias em 48 horas, 3) se as providncias no forem tomadas, o juiz poder extinguir o processo sem julgamento de mrito.

    importante analisarmos a Smula 240 do STJ: STJ Smula n 240 - 02/08/2000 - DJ 06.09.2000 - Extino do Processo -

    Abandono da Causa pelo Autor:

    A extino do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do ru.

    Vejam julgado nesse sentido: A extino do feito por abandono da causa pelo autor por mais de 30 (trinta) dias

    depende de pedido expresso dos rus, nos termos da Smula 240 do STJ, no podendo o juiz aplicar, de ofcio, a penalidade. Impe-se a intimao pessoal do autor, o qual, no

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    encontrado, dever ser intimado por edital. A ausncia de intimao regular do autor impe a cassao da sentena que extinguiu o feito sem julgamento do mrito, com fulcro no artigo 267, III, do CPC. (TJ/MG Ap. Cvel n 2.0000.00.489354-1/0001)

    Ento, podemos concluir que o ru deve requerer a extino do processo por abandono da causa pelo autor, no podendo o magistrado promov-la de ofcio. No entanto, se o ru no requerer a extino, o processo ficar paralisado por um perodo de 1 (um) ano. Depois desse perodo, o juiz poder extingui-lo.

    Art. 267 do CPC: Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:

    [...] Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligncia das partes.

    1.1. Formao do processo

    O processo caracteriza-se pela relao angular e a vinculao dos sujeitos acontece em mais de um ato.

    Primeiro ato: quando o Estado recebe a petio do autor, ocorre a vinculao linear, ou seja, forma-se um dos lados da relao processual, chamado de lado ativo autor e juiz.

    Segundo ato: quando ocorre a citao do ru forma-se o lado passivo da relao processual ru e juiz.

    Aps esses dois atos, concluda a relao angular. Por isso, o art. 263 do CPC diz que s ser considerada a propositura da ao depois de despachada a petio inicial pelo juiz.

    Art. 263. Considera-se proposta a ao, tanto que a petio inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuda, onde houver mais de uma vara. A propositura da ao, todavia, s produz, quanto ao ru, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.

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    O art. 219 do CPC relata que o ru somente ser parte da relao processual depois de citado. Esse artigo tambm nos mostra que a lei processual reservou o maior nmero de efeitos (e consequncias) processuais para a citao do ru. Vejamos:

    A citao vlida torna prevento o juzo, induz litispendncia e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrio.

    1 A interrupo da prescrio retroagir data da propositura da ao. 2 Incumbe parte promover a citao do ru nos 10 (dez) dias subsequentes

    ao despacho que a ordenar, no ficando prejudicada pela demora imputvel exclusivamente ao servio judicirio.

    3 No sendo citado o ru, o juiz prorrogar o prazo at o mximo de 90 (noventa) dias.

    4 No se efetuando a citao nos prazos mencionados nos pargrafos antecedentes, haver-se- por no interrompida a prescrio

    5 O juiz pronunciar, de ofcio, a prescrio 6 Passada em julgado a sentena, a que se refere o pargrafo anterior, o

    escrivo comunicar ao ru o resultado do julgamento. Obs.: O juzo tambm vincula a propositura da ao, no podendo assim, ser alterado. Devemos, ainda, notar que a vinculao do rgo e no do juiz.

    1mRVHFRQIXQGHPRVPRPHQWRVGDSURSRVLWXUDGDGHPDQGDRGRdespacho que ordena a citao e a citao propriamente dita. Cada um deles provocar um conjunto de consequncias processuais UHOHYDQWHV 'LUHLWR 3URFHVVXDO &LYLO (VTXHPDWL]DGR SJ Marcus Vinicius Rios Gonalves).

    importante compreendermos que desde a demanda j existe litispendncia. Litispendncia pode ser entendida como lide pendente sendo sua principal consequncia a atuao do magistrado e o impulso oficial. Na segunda acepo, litispendncia pode ser entendida como uma proibio. Estando um processo, de determinada ao, em curso, a

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    proposta de outra ao idntica proibida (Nesse caso a citao valida que induz litispendncia, como aduz o caput do art. 219).

    O despacho que ordena a citao tambm produz efeitos. Quando o juiz o profere, de modo implcito, recebe a PI, presumindo que ela est em plena conformidade. esse despacho que torna o juzo prevento, em caso de conexo ou continncia de demandas que se processam no mesmo foro.

    Art. 106, CPC: Correndo em separado aes conexas perante juzes que tm a mesma competncia territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.

    1.2. Alterao do pedido

    Quando o ru alcanado pela citao vlida ocorre a estabilidade do processo. O CPC, no entanto, admite que as partes possam, de comum acordo, alterar o pedido ou a causa de pedir. Esse fato pode ocorrer, inclusive, aps a citao do ru.

    Art. 264. Feita a citao, defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do ru, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituies permitidas por lei.

    Pargrafo nico. A alterao do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hiptese ser permitida aps o saneamento do processo.

    1.3. Alteraes subjetivas Depois da propositura da ao, o juzo no pode ser alterado, salvo por conexo,

    continncia ou motivo legal que o torne incompetente. Alm do juiz, as partes tambm no podero, em regra, ser alteradas.

    Em caso de falecimento, a substituio obrigatria. J a substituio entre vivos s ocorrer mediante concordncia do outro litigante ou suprimento do juiz.

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    SUSPENSO

    a paralisao do processo. Pode ocorrer tanto por acontecimento voluntrio quanto por no-voluntrio. O processo voltar a movimentar-se assim que o efeito paralisante acabe.

    A suspenso no elimina o vnculo jurdico criado na relao processual. Apesar da inrcia, o vnculo continuar com toda a sua eficcia. Vale lembrar que os atos e os prazos iniciados anteriormente suspenso no sero prejudicados. Os atos permanecero vlidos e os prazos restabelecero sua fluncia, assim que a suspenso acabar.

    Art. 180. Suspende-se tambm o curso do prazo por obstculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo ser restitudo por tempo igual ao que faltava para a sua complementao.

    Obs.: Em regra, no permitida a realizao de nenhum ato processual no perodo da suspenso.

    Obs.: Ao juiz permitido, ainda na suspenso, determinar a realizao de atos urgentes. Art. 266. Durante a suspenso defeso praticar qualquer ato processual; poder

    o juiz, todavia, determinar a realizao de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparvel.

    1. Casos de suspenso do processo

    Somente ocorrer a suspenso por deciso judicial. deciso de mera declarao, pois o processo ser considerado suspenso a partir do fato que o motivou.

    Nos casos em que houver um prazo pr-determinado por lei se findar a suspenso de modo automtico. Se no houver pr-determinao, para a retomada do andamento do processo e da contagem do prazo, dever ocorrer uma nova deliberao judicial e intimao das partes.

    2. Suspenso por morte ou incapacidade processual

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    1) Quando ocorre a morte de um dos sujeitos, o processo no prosseguir at a substituio pelo esplio ou sucessor.

    Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se- a substituio pelo seu esplio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.

    2) Quando ocorre a morte e o direito intransmissvel, o processo ser extinto. Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:

    IX - quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal.

    3) Nos demais casos de morte da parte ou das partes, o juiz determinar a suspenso do processo at que os sucessores se habilitem.

    A habilitao tem lugar quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo (art. 1.055).

    Passada em julgado a sentena de habilitao, ou admitida a habilitao nos casos em que independer de sentena, a causa principal retomar o seu curso (art. 1.062).

    O processo tambm ficar suspenso nos casos em que uma das partes seja interditada. Essa suspenso necessria at habilitao do curador.

    Caso no haja curador regular, o juiz nomear um curador especial. Esse procedimento tambm aplicado aos casos em que o representante legal torne-se incapaz. O processo s retomar seu curso aps a devida substituio.

    Tanto a suspenso por morte quanto a por incapacidade devero ser invocadas. Somente ocorrero aps a apresentao da prova do bito ou da incapacidade.

    Art. 265. Suspende-se o processo:

    1 No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspender o processo, salvo se j tiver iniciado a audincia de instruo e julgamento; caso em que:

    a) o advogado continuar no processo at o encerramento da audincia;

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    b) o processo s se suspender a partir da publicao da sentena ou do acrdo.

    Obs.: Em caso de falecimento do advogado, de qualquer dos sujeitos, o processo no prosseguir. O juiz suspender o processo e promover a intimao da parte para que em 20 dias constitua novo mandatrio. Aps outorgar mandato a outro, a suspenso acaba.

    Obs.: Caso o procurador do autor falea e no seja nomeado advogado no prazo legal, o processo ser extinto. A parte omissa dever arcar com as despesas processuais e os honorrios advocatcios.

    Obs.: Nos casos em que o ru for omisso em substituir o advogado morto, o juiz mandar, que aps o prazo legal, o processo tenha seguimento sua revelia.

    Art. 265. Suspende-se o processo:

    2 No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audincia de instruo e julgamento, o juiz marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguir o processo sem julgamento do mrito, se o autor no nomear novo mandatrio, ou mandar prosseguir no processo, revelia do ru, tendo falecido o advogado deste.

    Olha como a banca cobrou esse tema no concurso de 2012:

    (TJ PE 2012) Na sala de audincia da Vara nica da Comarca de Alagoinha, o DGYRJDGRGRDXWRU6U ; MiFRPEDVWDQWH LGDGHHSRUWDGRUGHGRHQoDFDUGtDFD WHYHum ataque do corao e sofreu morte sbita. Considerando que, j havia iniciado a audincia de instruo e julgamento, o M.M. juiz a) suspender o processo e marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de vinte dias.

    b) continuar a audincia j iniciada nomeando um advogado dativo para o autor e, posteriormente, suspender o processo e marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de cinco dias.

    c) continuar a audincia j iniciada nomeando um advogado dativo para o autor e, posteriormente, suspender o processo e marcar, a fim de que a parte constitua novo

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    mandatrio, o prazo de dez dias.

    d) suspender o processo e marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de dez dias

    e) extinguir o processo sem julgamento de mrito determinando o imediato desentranhamento dos documentos e entrega para o autor.

    Exatamente o que vimos, aplicado a uma historinha criada pela banca. Fiquem atentos a essa possibilidade. O examinador pode criar exemplos, e cobrar a aplicao a um caso FRQFUHWR$UHVSRVWDFRUUHWDHVWiQDOHWUDD

    Julgado sobre o assunto:

    A morte de umas das partes suspende, desde a sua ocorrncia, o curso do processo. A deciso judicial que paralisa o processo ante o falecimento da parte tem natureza meramente declaratria, operando efeitos ex tunc, ainda que o juzo tome conhecimento do fatdico tempos depois. Precedente da Corte Especial: EREsp 270.191/SP, Rel.Min. Francisco Peanha Martins, DJ de 20.09.04.2. Recurso especial provido.

    Esse julgado importante, pois explicita que a suspenso do processo automtica ocorre desde o momento da morte ou da perda de capacidade e se o juiz tomar conhecimento dos fatos a posterior, ter efeitos ex tunc, sendo considerados nulos todos os atos praticados nesse intervalo.

    3. Outros casos de suspenso

    x I) Conveno das partes Art. 265. Suspende-se o processo:

    II - pela conveno das partes (Lei n 11. 481/2007)

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    Nesse caso, a suspenso no poder ultrapassar o prazo de 6 meses. O requerimento das partes, quando houver concordncia, no poder ser indeferido pelo magistrado.

    Ressaltamos que os prazos peremptrios em curso no sero atingidos pela suspenso. O processo s se suspender depois que se findar os prazos peremptrios.

    x II) Em razo de exceo Quando formada a exceo de incompetncia do juzo, da cmara, do tribunal ou

    nos casos de suspeio ou impedimento do juiz, o rgo judicante ficar inabilitado. Em casos especiais o art. 266 do CPC (j citado) permitir a realizao de atos

    urgentes.

    x III) Suspenso por prejudicabilidade As questes de mrito anteriores ao litgio e que nele influenciaro so

    consideradas prejudiciais e podero suspender o processo. A prejudicial pode ser interna ou externa. Ser interna quando apreciada pelo

    mesmo juiz que julgar a causa principal. A externa ocorrer quando for objeto de outro juzo.

    EXTINO

    So casos de extino do processo:

    1) Extino do processo sem resoluo de mrito 2) Extino do processo com resoluo de mrito 3) Julgamento antecipado da lide 4) Prolao de deciso saneadora

    1. Extino do processo sem resoluo do mrito

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    Extino do processo sem resoluo do mrito ocorre quando o juiz, em razo do vcio insanvel, percebe a inutilidade da continuao do processo.

    Essa extino se relaciona com o princpio da economia processual.

    Tambm corre extino do processo sem resoluo de mrito nos seguintes casos do art. 267 do CPC:

    Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:

    I - quando o juiz indeferir a petio inicial;

    Devemos associar este inciso com o art. 295, pois esse enumera as causas de indeferimento da inicial.

    Art. 295. A petio inicial ser indeferida:

    I - quando for inepta;

    II - quando a parte for manifestamente ilegtima;

    III - quando o autor carecer de interesse processual;

    V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, no corresponder natureza da causa, ou ao valor da ao; caso em que s no ser indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

    VI - quando no atendidas as prescries dos arts. 39, pargrafo nico, primeira parte, e 284.

    x Vocs devem estar se perguntando sobre o inciso IV. Pois bem, esse inciso uma exceo aos demais, pois nele ser examinado o mrito.

    IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadncia ou a prescrio (art. 219, 5o).

    Il - quando ficar parado durante mais de 1 ano por negligncia das partes;

    III - quando, por no promover os atos e diligncias que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

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    Relembrando:

    STJ Smula n 240 - 02/08/2000 - DJ 06.09.2000 - Extino do Processo - Abandono da Causa pelo Autor:

    A extino do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do ru.

    Ateno! Se o ru no tiver apresentado resposta, ser desnecessrio o seu requerimento para a extino.

    IV - quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo.

    V - quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa julgada;

    VI - quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

    VII - pela conveno de arbitragem;

    VIII - quando o autor desistir da ao;

    IX - quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal;

    X - quando ocorrer confuso entre autor e ru;

    XI - nos demais casos prescritos neste Cdigo.

    Vejam como a banca cobrou em 2012.

    (TRE SP 2012) O processo Laranja em trmite perante a X Vara Cvel do Foro Regional Y de So Paulo - SP est sem andamento processual por quinze meses em razo da negligncia das partes. Neste caso, de acordo com o Cdigo de Processo Civil brasileiro,

    a) o processo Laranja poder ser extinto com resoluo do mrito. b) o processo Laranja poder ser extinto sem resoluo do mrito. c) o processo Laranja poder ficar suspenso por at vinte e quatro meses, mediante

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    intimao das partes.

    d) as partes devero ser condenadas em indenizar o Estado na multa administrativa de at trs salrios mnimos regionais.

    e) as partes devero ser condenadas em indenizar o Estado na multa administrativa de 3% sobre o valor da causa.

    Percebam que o processo Laranja est parado, em razo de negligncia das partes, h 15 meses. Ora, o inciso II claro quando diz que se extinguir o processo que ficar parado por mais de 1 ano (12 meses) por negligncia das partes.

    O candidato s teve que adaptar os dados ao caso criado pela banca. Portanto, a UHVSRVWDFRUUHWDpDOHWUDE

    Mais um detalhe: quando ocorrerem as situaes dos incisos II ou III do art. 267, o juiz ordenar o arquivamento dos autos, declarando a extino do processo, se a parte, intimada pessoalmente, no suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.

    Ou seja, quando o processo: A- ficar parado por mais de 1 (um) ano por negligncia das partes; B- ou o autor no promover os atos e diligncias que lhe competir por mais de 30

    (trinta) dias, a parte ser intimada pessoalmente, e se no suprir a falta em 48 (quarenta e

    oito) horas, o juiz ir ordenar o arquivamento dos autos, declarando a extino do processo.

    Mais uma questo:

    (TCE AP 2012) Extingue-se o processo, sem a resoluo do mrito, quando o juiz a) rejeitar o pedido do autor. b) pronunciar a prescrio. c) homologar a renncia do autor ao direito sobre que se funda a ao. d) homologar a manifestao do ru que reconhece a procedncia do pedido.

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    e) acolher a alegao de coisa julgada.

    Veja que nessa questo a banca misturou os casos de extino do processo sem e com mrito.

    Primeiro, cuidado para no confundir o inciso I do art. 267 com o I do art. 269. Aquele diz: quando o juiz indeferir a petio inicial, ou seja, houve indeferimento da PI. Este aduz: quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor, ou seja, menciona o DFROKLPHQWR RX UHMHLomR GR SHGLGR $ OHWUD D YHUVD VREUH H[WLQomR GR SURFHVVR FRPresoluo de mrito.

    $VOHWUDVEFHGWDPEpPVmR casos de extino do processo com resoluo GHPpULWRFRPRYHUHPRVORJRDEDL[R3RUWDQWRDUHVSRVWDFRUUHWDpDOHWUDHTXHWUD]um dos casos em que ocorrer a extino sem que neste ato resolva sobre o mrito.

    Art. 267: [...] V - quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa

    julgada.

    (TRT 11 Regio 2012) Numa ao ordinria, aps a citao, o juiz julgou extinto o processo sem resoluo do mrito, porque, apesar de pessoalmente intimado, o autor deu causa paralisao do processo por mais de um ano. Nesse caso,

    a) o autor no poder intentar de novo a ao. b) persistir o efeito da citao que constituiu o ru em mora. c) desaparecer o efeito interruptivo da prescrio decorrente da citao. d) o autor s poder intentar de novo a ao aps seis meses contados do trnsito em julgado da deciso. e) o autor s poder intentar de novo a ao mediante o pagamento do dcuplo das custas.

    5HVSRVWDE No exemplo da questo, se o autor der causa, por trs vezes, extino do

    processo caso de perempo (perda de direito da ao) no poder intentar nova

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    ao contra o ru com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. Desse modo, no se deixar de reconhecer o efeito da citao que constituiu o ru em mora, mesmo que tenha havido perempo.

    A questo no fala que foi a terceira vez que o autor deu causa extino do SURFHVVRGDtSRUTXHQmRVHSRGHPDUFDUDOHWUDD(VWHMDPDWHQWRVDLVVRVHDEDQFDno adicionou um elemento questo que pudesse mudar a resposta, no faam isso por sua conta e risco. No imaginem coisas, leiam e julguem com base no que est escrito.

    2. Extino do processo com resoluo do mrito

    O art. 269, incisos I a V, do CPC versa sobre as possibilidades de decises de mrito.

    Haver resoluo de mrito:

    I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor II - quando o ru reconhecer a procedncia do pedido;

    III - quando as partes transigirem;

    IV - quando o juiz pronunciar a decadncia ou a prescrio; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ao.

    A demanda com resoluo de mrito extingue-se na etapa de julgamento de acordo com o estado do processo, nos termos do art. 329 do CPC.

    3. Julgamento antecipado da lide

    O julgamento antecipado da lide decorre da desnecessidade de realizao da fase probatria. Explicando de outra maneira:

    1 fase postulatria 2 fase saneamento 3 fase instrutria 4 fase decisria.

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    Quando no h necessidade de produo de provas, no necessrio realizar a fase probatria, o que gera uma lacuna entre a 2 fase e a 4 fase.

    No entanto, esse vcuo no admissvel. Para resolver essa inadmissibilidade, a fase decisria antecipada para o momento do saneamento, resultando no julgamento antecipado da lide.

    Podemos verificar no art. 331 (e seus ) do CPC trs situaes que exemplificam o fenmeno acima descrito.

    Haver julgamento antecipado do mrito quando a matria tratar exclusivamente de direito, ou seja, a inexistncia da narrao ftica.

    Outra possibilidade de julgamento antecipado ocorre quando h na demanda questes de fato e de direito e as questes de fato forem incontroversas. Ou seja, nos casos em que no exista provas ou que as provas tenham sido produzidas antecipadamente.

    Podemos ainda citar a realizao de audincia preliminar, no qual o juiz tentar a conciliao. Caso no haja conciliao, o juiz julgar, antecipadamente, o mrito.

    No havendo qualquer obstculo o juiz realizar o julgamento antecipado da lide. Ainda temos a revelia, tratada no art. 319 do CPC. Para que o juiz julgue

    antecipadamente ser necessrio constatar se h presuno de veracidade dos fatos no caso concreto.

    4. Saneamento do processo

    fase processual complexa. O art. 331 do CPC prev dois momentos de ocorrncia do saneamento:

    1) Audincia 2) Deciso escrita do juiz Art. 331. Se no ocorrer qualquer das hipteses previstas nas sees

    precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transao, o juiz designar audincia preliminar, que ser realizada no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual sero as

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    partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir.

    1- Em caso de conciliao, ela ser reduzida a termo e homologada por sentena.

    2- Se, por qualquer motivo, no for obtida a conciliao, o juiz fixar os pontos controvertidos, decidir as questes processuais pendentes e determinar as provas a serem produzidas, designando audincia de instruo e julgamento, se necessrio.

    3- Se o direito em litgio no admitir transao, ou se as circunstncias da causa evidenciarem ser improvvel sua obteno, o juiz poder, desde logo, sanear o processo e ordenar a produo da prova, do mesmo modo como no nmero 2 (anterior). Vejam bem a segunda parte, se as circunstncias da causa evidenciarem ser improvvel a transao. De modo que, se o juiz entender que para um litgio no haver acordo, ele pode se recusar a designar audincia, em obedincia aos princpios da celeridade e da economia processual.

    Suspenso do processo (art. 265, CPC) x Enquanto perdurar a suspenso do processo, s podero ser praticados

    atos processuais urgentes, necessrios a preservao dos direitos das partes.

    Art. 265. Suspende-se o processo:

    I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

    II - pela conveno das partes;

    III - quando for oposta exceo de incompetncia do juzo, da cmara ou do tribunal, bem como de suspeio ou impedimento do juiz;

    IV - quando a sentena de mrito:

    a) depender do julgamento de outra causa, ou da declarao da existncia ou inexistncia da relao jurdica, que constitua o objeto principal de outro processo

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    pendente;

    b) no puder ser proferida seno depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juzo;

    c) tiver por pressuposto o julgamento de questo de estado, requerido como declarao incidente;

    V - por motivo de fora maior;

    VI - nos demais casos, que este Cdigo regula.

    1 No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspender o processo, salvo se j tiver iniciado a audincia de instruo e julgamento; caso em que:

    a) o advogado continuar no processo at o encerramento da audincia; b) o processo s se suspender a partir da publicao da sentena ou do

    acrdo.

    2 No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audincia de instruo e julgamento, o juiz marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguir o processo sem julgamento do mrito, se o autor no nomear novo mandatrio, ou mandar prosseguir no processo, revelia do ru, tendo falecido o advogado deste.

    3 A suspenso do processo por conveno das partes, de que trata o no II, nunca poder exceder 6 (seis) meses; findo o prazo, o escrivo far os autos conclusos ao juiz, que ordenar o prosseguimento do processo.

    4 No caso do n III, a exceo, em primeiro grau da jurisdio, ser processada na forma do disposto neste Livro, Ttulo VIII, Captulo II, Seo III; e, no tribunal, consoante lhe estabelecer o regimento interno.

    5 Nos casos enumerados nas letras a, b e c do no IV, o perodo de suspenso nunca poder exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandar prosseguir no processo.

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    Extino do processo sem resoluo de mrito (art. 267, CPC) Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:

    I - quando o juiz indeferir a petio inicial; II - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligncia das partes; III - quando, por no promover os atos e diligncias que lhe competir, o autor

    abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de

    desenvolvimento vlido e regular do processo;

    V - quando o juiz acolher a alegao de perempo, litispendncia ou de coisa julgada;

    VI - quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

    VII - pela conveno de arbitragem;

    VIII - quando o autor desistir da ao;

    IX - quando a ao for considerada intransmissvel por disposio legal;

    X - quando ocorrer confuso entre autor e ru;

    XI - nos demais casos prescritos neste Cdigo.

    1 O juiz ordenar, nos casos dos ns. II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extino do processo, se a parte, intimada pessoalmente, no suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.

    2 No caso do pargrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagaro proporcionalmente as custas e, quanto ao n III, o autor ser condenado ao pagamento das despesas e honorrios de advogado (art. 28).

    3 O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o ru que a no alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar

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    nos autos, responder pelas custas de retardamento.

    4 Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor no poder, sem o consentimento do ru, desistir da ao.

    Extino do processo com resoluo de mrito (art. 269, CPC) Art. 269. Haver resoluo de mrito:

    I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; II - quando o ru reconhecer a procedncia do pedido;

    III - quando as partes transigirem;

    IV - quando o juiz pronunciar a decadncia ou a prescrio; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ao.

    PROCESSO

    Uma vez compreendido os temas jurisdio e ao, vamos estudar o fenmeno relativo ao processo, que se unem queles para formar a trade: jurisdio-ao-processo.

    De acordo com Misael Montenegro, quando o Estado assume a funo de pacificar os conflitos de interesses (por meio do exerccio da funo jurisdicional), conferindo ao interessado o direito de requerer a interveno estatal (direito de ao), percebemos que essa soluo s possvel por meio do PROCESSO, que consiste na operao destinada a obter a composio de um litgio.

    Assim, o processo o instrumento utilizado pela parte que exerceu o direito de ao na busca de uma resposta judicial que coloque fim ao conflito de interesses instaurado ou em vias de s-lo.

    Lembrem-se que o processo o meio de soluo de conflitos, de litgios.

    CAPTULO VIII DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO

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    x Processo pode ser entendido como: relao que se estabelece entre as partes conflitantes, denominada relao jurdica processual.

    Para solucionar os conflitos de interesses, o Estado dispe de trs opes de tutela jurisdicional: a espcie de cognio, de execuo e de cautela.

    1. Processo cautelar:

    o processo utilizado para acautelar direito, quando presentes os requisitos do fumus boni iuris (fumaa do bom direito) e o periculum in mora (perigo de demora). Ex.: medida cautelar de produo antecipada de provas.

    2. Processo de execuo:

    Pressupe a existncia de um ttulo executivo. Ex.: duplicata. A pessoa, assim, ingressa diretamente no processo de execuo.

    3. Processo de conhecimento:

    Busca-se uma sentena que, depois, servir execuo. Por esse meio tenta-se solucionar a lide. o modo encontrado para que aquele que se sentiu lesado busque a satisfao do seu direito.

    PROCEDIMENTO

    1. Distino entre Processo e procedimento

    O processo se desenvolve por meio de uma srie de atos processuais que se originam, em regra, das partes. Alguns so praticados pelos juzes e outros pelos auxiliares da justia. Assim, a sucesso de atos processuais representa a forma como o processo se desenvolve e a qual damos o nome de procedimento.

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    Complexo Simples

    Quanto mais complexo for o procedimento, maior ser a durao do processo. Essa uma caracterstica marcante nos procedimentos comum e ordinrio.

    Prtica de mltiplos atos.

    Quanto mais simples for o procedimento, mais curta ser a durao do processo. Essa uma caracterstica marcante nos procedimentos sumrios e sumarssimos.

    Prtica de poucos atos.

    CONCLUSO Pretende-se chegar a um mesmo fim: a soluo do conflito. O que se altera a dinmica, a forma de se alcanar a soluo.

    Desse modo, temos o seguinte: a parte provoca o Estado por meio do exerccio do direito de ao, o que faz gerar um processo, que se desenvolve por meio de um procedimento (sucesso de atos processuais) at a prolao da sentena.

    Obs.: As expresses rito e procedimento so sinnimas.

    1.1. Espcies de procedimentos

    A Lei de Ritos prev dois tipos de procedimento para a soluo dos conflitos de interesses: Procedimento comum e especial.

    1. Procedimento Comum: Aplica-se a todas as causas para as quais a lei processual no haja institudo um rito prprio ou especfico (art. 272, CPC). A maioria das demandas segue o procedimento comum; ademais, sempre que

    uma lei for omissa, aplica-se, supletivamente e de modo automtico, o disposto para o procedimento comum.

    Assim, as normas do procedimento comum so observadas, em regra, na tramitao de toda e qualquer ao judicial.

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    O procedimento comum um rito, que se subdivide em rito sumrio e rito ordinrio.

    2. Procedimento Especial

    Ritos prprios para o processamento de determinadas causas selecionadas pelo legislador no Livro IV (DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS) do Cdigo de Processo Civil ou em leis esparsas. (No objeto de nosso estudo, neste captulo).

    3. Procedimento Comum Ordinrio

    o procedimento mais complexo e longo de todos, uma vez que no seu curso so admitidos inmeros atos processuais. Caracteriza-se pela cognio ampla e pela produo de todo tipo de provas (lcitas), respeitando, assim, o princpio do contraditrio e da ampla defesa.

    Dessa forma, podemos concluir que o procedimento ordinrio o mais adequado realizao do processo de conhecimento, pela amplitude com que permite s partes e ao juiz pesquisar a verdade real.

    3.1. Dinmica do procedimento comum ordinrio

    O procedimento ordinrio divide-se em quatro etapas: postulatria, saneadora, instrutria e decisria.

    1. Fase postulatria: da propositura da ao resposta do ru, sendo possvel, em algumas situaes, penetrar nas providncias preliminares pelo juiz, como prembulo do saneamento.

    PROCEDIMENTO COMUM RITO SUMRIO

    RITO ORDINRIO

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    Lembrem-se que a resposta do ru pode consistir em contestao, reconveno ou exceo, art. 297, CPC.

    O ru poder oferecer, no prazo de 15 dias, em petio escrita, dirigida ao juiz da causa, contestao, exceo e reconveno.

    2. Fase Saneadora: O magistrado verificar a regularidade do processo, desde o recebimento da inicial at o incio da fase de instruo, podendo decretar as nulidades insanveis ou suprir as nulidades que forem sanveis.

    Esta fase compreende as diligncias de emenda ou complementao da inicial (art. 284, CPC), as providncias preliminares (arts. 323 a 328, CPC) e o saneamento do processo (art. 331, CPC).

    Pode conduzir ao reconhecimento de estar o processo em ordem, ou pode levar sua extino sem julgamento do mrito. Nessa ltima opo, o juiz conclui que o caso no contm os requisitos necessrios para uma deciso da lide.

    3. Fase Instrutria: Destina-se coleta do material probatrio, que servir de suporte deciso de mrito.

    Em casos de revelia ou naqueles em que juiz entender pela suficincia da prova documental e de questes meramente de direito, a fase instrutria eliminada e ocorre, assim, julgamento antecipado da lide logo aps a fase postulatria, no momento normalmente reservado ao saneamento do processo.

    4. Fase Decisria: Destina-se prolao da sentena de mrito. A sentena pode ser proferida oralmente, ao final da audincia de instruo e julgamento, ou ser elaborada por escrito nos dez dias seguintes, art. 456, CPC.

    Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferir a sentena desde logo ou no prazo de 10 dias.

    A sentena, todavia, s assume a feio de ato processual com sua publicao, ou seja, com sua integrao efetiva ao processo. A publicao pode ser feita por ato do escrivo, quando proferida fora da audincia, ou pela leitura da sentena pelo prprio juiz, quando divulgada na audincia de instruo e julgamento, ou em outra especialmente designada para a publicao.

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    Etapas do procedimento ordinrio

    1. Ocorre a propositura da ao e o despacho do juiz ordenando a citao.

    2. O ru pode se defender por meio da apresentao de ampla defesa, que se desdobra nas formas de: contestao, reconveno e exceo.

    3. A defesa apresentada EXCLUSIVAMENTE por ESCRITO, fora do mbito de qualquer audincia, no prazo de 15 dias, podendo esse prazo ser prolongado nos casos previstos em Lei (Fazenda Pblica, Ministrio Pblico, o pobre na forma da lei). 4. Aps a defesa o autor poder manifestar-VHVREUHDFRQWHVWDomRSRUPHLRGDUpSOLFDreferindo-se a documentos ou sobre preliminares que tenham sido sucitadas pelo ru. Essa manifestao deve ser apresentada no prazo de 5 dias e por escrito se impugnar somente a documentao, ou em 10 dias se impugna preliminares arguidas pelo ru.

    5. designada a audincia preliminar ( art. 331 do CPC), se no for um caso de extino de processo sem a resoluo do mrito ou de julgamento antecipado da lide. 6. Frustrada a tentativa de conciliao ou havendo necessidade de produo de prova pericial ou oral, ser desiganada a audincia de instruo e julgamento. 7. Uma vez produzidas as provas, enseja-se a apresentao das razes finais, na forma oral ou escrita, para que seja dada a sentena. Esta deve ser prolatada desde de logo ou nos 10 dias seguintes (Artigo 456 do CPC). Obs: Em regra esse prazo de 10 dias no observado, devido ao acmulo de servios forenses. A inobservncia no acarreta nenhuma penalidade processual ao magistrado.

    4. Procedimento Sumrio

    O procedimento sumrio uma subespcie do procedimento comum que est previsto no art. 275 ss, CPC.

    Tem como objetivo a simplificao dos atos processuais com o intuito de obter, em um menor intervalo de tempo, uma soluo para a lide.

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    Devemos ressaltar que o autor no pode, nem mesmo com consentimento do ru, substituir o procedimento sumrio pelo ordinrio nos casos em que a lei determina a observncia do primeiro. Excetuam-se as hipteses de pedidos cumulados, art. 292, 2.

    No entanto, o emprego do procedimento ordinrio, em vez do sumrio, no causa de nulidade do processo. De acordo com o art. 250:

    O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulao dos atos que no possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessrios, a fim de se observarem, quanto possvel, as prescries legais.

    Pargrafo nico. Dar-se- o aproveitamento dos atos praticados, desde que no resulte prejuzo defesa.

    Quando se trata apenas de erro de forma, o magistrado aproveita os atos teis e manda que o feito tome o rito adequado.

    Ao converter a causa ordinria em sumria, o juiz d prazo ao autor para que ele complete a inicial, juntando rol de testemunhas, para evitar prejuzo, uma vez que, alm dessa, no haver, em regra, mais oportunidade.

    Na hiptese de a causa no ser convertida por descuido do juiz e chegar a ser julgada no rito ordinrio, o Tribunal no poder anular o processo, salvo se houver gerado dano ao ru (arts. 250 e 244 do CPC).

    H hipteses em que o processo ajuizado como sumrio pode, por motivo superveniente, converte-se em ordinrio. Isso se d quando o juiz acolhe a impugnao ao valor da causa, ou sobre a natureza da demanda (art. 277, 4, CPC), e quando durante a instruo da causa, torna-se necessrio prova de maior complexidade tcnica (art. 277, 5, CPC).

    So princpios orientadores do procedimento sumrio: oralidade, concentrao dos atos processuais, celeridade. Vejamos cada um deles. 1. Princpio da oralidade: Admite que a defesa do ru seja feita de modo oral na prpria audincia de conciliao. Lembramos que esse princpio no afasta a forma escrita. Este princpio encontra-se, de modo implcito, no art. 278, CPC.

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    2. Princpio da concentrao dos atos processuais: Garante que os atos do processo sumrio no sejam praticados de maneira dispersa. Essa concentrao permite que o fim do processo seja alcanado mais rapidamente. Podemos encontrar esse princpio nos arts. 276, 277 e 278 do CPC.

    3. Princpio da celeridade: Decorre da observncia dos dois princpios anteriores e da proibio de que determinados atos sejam praticados no procedimento sumrio, como exemplo a vedao do exerccio da interveno de terceiros, exceto a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada em contrato de seguro (art. 280).

    4.1. Dinmica do Procedimento Sumrio

    Etapas do procedimento sumrio

    1. Aps ingressar com a petio inicial, o juiz determinar o aperfeioamento da citao do ru para que comparea audincia de conciliao, art. 277, CPC, ficando advertido de que deve apresentar a defesa no desdobrar do ato, sob pena de revelia.

    2. Na audincia de conciliao, realizada no mnimo dez dias aps a juntada do mandado de citao aos autos, o ru ter a oportunidade de apresentar sua defesa, escrita ou oral, nas espcies: contestao, exceo de impedimento, incompetncia, de suspeio, alm da impugnao ao valor da causa. No se admite a formulao de reconveno.

    3. O magistrado examina as questes pendentes na audincia de conciliao; saneamento do processo; fixao dos pontos controvertidos; designao da data da audincia de instruo e julgamento, quando for necessria a produo de prova oral. 4. Ao autor e ao ru determinado que se apresente o rol de testemunhas nas peas de ataque e defesa, sob pena de precluso consumativa.

    PETIO INICIAL

    importante comearmos esclarecendo a diferena entre petio inicial e GHPDQGD'LGLHUUHODWDTXHDUHODomRHQWUHSHWLomRLQLFLDOHGHPDQGDpDPHVPDTXHVH

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    estabelece entre a forma e o seu contedo. Do mesmo modo que o instrumento de um FRQWUDWRQmRpRFRQWUDWRDSHWLomRLQLFLDOQmRpDGHPDQGD

    DGHPDQGDpum ato jurdico que requer forma especial. A petio inicial a forma da demanda, o seu instrumento; a demanda o FRQWH~GRGDSHWLomRLQLFLDO(Didier).

    Bem, uma vez estabelecida essa diferena, vamos analisar a petio inicial.

    O processo se inicia por meio da manifestao da parte interessada. Assim, a materializao da tutela jurisdicional a petio inicial.

    PETIO INICIAL: materializao da tutela jurisdicional

    A petio inicial tem duas funes: provocar a instaurao do processo e identificar a demanda.

    Ela deve seguir alguns requisitos formais, ou seja, a petio um ato processual solene. Quando os requisitos de formalidade no so preenchidos podemos ter uma nulidade sanvel ou insanvel. Aquela pode ser suprida pela emenda da petio inicial e esta causar indeferimento liminar da petio.

    1. Requisitos

    Os requisitos estruturais esto elencados no art. 282 do CPC e no art. 39, I, do CPC. Este determina a indicao do endereo do patrono que a subscreve.

    Art. 282. A petio inicial indicar:

    I - o juiz ou tribunal, a que dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e

    do ru;

    III - o fato e os fundamentos jurdicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificaes;

    V - o valor da causa;

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    VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

    VII - o requerimento para a citao do ru.

    Art. 39. Compete ao advogado, ou parte quando postular em causa prpria:

    I - declarar, na petio inicial ou na contestao, o endereo em que receber intimao;

    II - comunicar ao escrivo do processo qualquer mudana de endereo.

    Pargrafo nico. Se o advogado no cumprir o disposto no n I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citao do ru, mandar que se supra a omisso no prazo de 48 horas, sob pena de indeferimento da petio; se infringir o previsto no n II, reputar-se-o vlidas as intimaes enviadas, em carta registrada, para o endereo constante dos autos.

    O art. 282 do CPC determina que na primeira pgina da petio inicial, em seu topo, dever conter o "juiz ou tribunal" a que se dirige. Essa indicao necessria para a remessa da petio inicial e formao dos autos perante o rgo competente.

    Lembrem-se que a indicao nunca ser de carter pessoal. Indicar sempre o juzo, mesmo nos casos em que haja, somente, um juiz. Vale ressaltar que o descumprimento desse requisito acarretar uma irregularidade, mas no produzir efeitos significativos nos processos.

    Alm disso, a petio inicial dever conter a qualificao das partes. Esses elementos exercem duas funes precpuas: permitir a citao do ru e a individuao dos sujeitos processuais parciais.

    Os elementos so importantes para verificar se existe a inobservncia de algum requisito que possa gerar prejuzo ao ru ou ao processo. Alm disso, verificar se existem irregularidades.

    Sem a efetiva comprovao do prejuzo, o processo no ser nulo, pois nesses casos aplica-se o princpio da instrumentalidade das formas.

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    Obs.: Caso o autor tenha informaes que possam auxiliar na localizao do ru, como RG, CPF, CNPJ, local onde exerce a profisso ou desfruta das horas de lazer, dever indic-las na petio inicial.

    Obs.: A indicao do estado civil importante, pois em certas causas poder ser exigida a presena de ambos os cnjuges. Obs.: O litisconsrcio passivo multitudinrio uma exceo aos requisitos de identificao. Nesse caso, o autor dever identificar apenas algumas pessoas.

    Obs.: A petio inicial poder conter mais de um fato e mais de um fundamento jurdico. Tambm requisito da petio inicial a indicao da pretenso jurisdicional, pois

    o pedido pode ser analisado tendo uma viso processual (pedido imediato) ou uma viso material (pedido mediato).

    Requisitos formais da petio inicial

    1) Forma: deve ser escrita, datada e assinada. H casos em que se admite a petio inicial oral, como nos Juizados Especiais, procedimento especial da ao de alimentos.

    2) Assinatura de quem tem capacidade postulatria. Regra geral pelo Advogado regularmente inscrito na OAB, o Defensor Pblico e o Ministrio Pblico.

    3) Indicao do juzo a que dirigida a demanda. Cabe ao autor indicar o juzo singular ou colegiado fazendo o endereamento no cabealho da petio inicial.

    4) Qualificao das partes. dever, do demandante, qualificar as partes, explicitando: o nome, o estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru.

    5) O fato e o fundamento jurdico do pedido: Esses dois elementos formam a causa de pedir.

    6) O pedido: um requisito elementar da demanda. Toda petio inicial deve ter pelo menos um pedido.

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    7) Valor da Causa: Toda petio deve conter o valor da causa, que dever ser certo e fixado em moeda nacional.

    8) A indicao dos meios de prova: O demandante dever apresentar os meios de prova que ir usar para demonstrar a verdade das suas alegaes.

    9) Requerimento para a citao do ru: O demandante dever formular o requerimento de citao do ru.

    10)Documentos indispensveis propositura da demanda.

    2. Pedido

    Pode ser definido sob duas ticas: material e processual.

    Na material, considera-se o resultado prtico pretendido pedido mediato, que traga vantagem no plano dos fatos.

    Na processual, considera-se a tutela pleiteada pedido imediato, que representa a prpria providencia jurisdicional solicitada. Pode ser condenao, constituio, declarao, satisfao etc.

    Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. lcito, porm, formular pedido genrico:

    I - nas aes universais, se no puder o autor individuar na petio os bens demandados;

    II - quando no for possvel determinar, de modo definitivo, as consequncias do ato ou do fato ilcito;

    III - quando a determinao do valor da condenao depender de ato que deva ser praticado pelo ru.

    No caput desse artigo usa-se D FRQMXQomR DOWHUQDWLYD RX PDVRFRUUHX IDOKD QD UHGDomR 2 FHUWR VHULD D FRQMXQomR DGLWLYD H 2pedido deve ser certo, uma vez que a tutela jurisdicional precisa estar

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    clara, expressa; mas tambm deve ser determinado, ou seja, a quantidade e a qualidade do bem material estarem definidas.

    2.1. Espcies de pedidos

    PEDIDO IMPLCITO

    Ainda que no esteja explcito na demanda, integra o objeto do processo por determinao da lei. Exemplo: Juros legais; despesas processuais; honorrios advocatcios.

    PEDIDO GENRICO

    Admite-se em trs situaes:

    I - nas aes universais, se no puder o autor individuar na petio os bens demandados

    II - quando no for possvel determinar, de modo definitivo, as consequncias do ato ou do fato ilcito;

    III - quando a determinao do valor da condenao depender de ato que deva ser praticado pelo ru.

    PEDIDO ALTERNATIVO

    O direito pode ser satisfeito por prestaes autnomas e excludentes.

    O pedido ser alternativo, quando, pela natureza da obrigao, o devedor puder cumprir a prestao de mais de um modo (art.288 do CPC). Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurar o direito de cumprir a prestao de um ou de outro modo, ainda que o autor no tenha formulado pedido alternativo (pargrafo nico).

    PEDIDO COMINATRIO

    Possibilita ao autor formular pedido ao juiz para que este aplique pena pecuniria para o caso de descumprimento da sentena ou da deciso antecipatria de tutela.

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    PEDIDO EM OBRIGAO INDIVISVEL

    Na obrigao indivisvel com pluralidade de credores, aquele que no participou do processo receber a sua parte, deduzidas as despesas na proporo de seu crdito (art.291 do CPC).

    2.2. Cumulao de pedidos

    2.2.1. Cumulao prpria

    Ocorre cumulao prpria quando se formulam vrios pedidos no intuito de todos serem acolhidos simultaneamente. H duas espcies de cumulao prpria: a simples e a sucessiva.

    1) Simples: no h relao de precedncia lgica entre os pedidos. A pretenso pode ser analisada de modo independente; acolhida total ou parcialmente; rejeitada, sem que o resultado do outro pedido seja perquirido.

    2) Sucessiva: Existe entre os pedidos precedncia lgica, ou seja o acolhimento de um pressupe o acolhimento do anterior. Essa dependncia poder ocorrer de duas maneiras:

    a) o primeiro pedido prejudicial ao segundo; o no acolhimento do primeiro implicar a rejeio do segundo.

    b) o primeiro pedido preliminar ao segundo; o no acolhimento do primeiro implicar a impossibilidade de anlise do segundo.

    2.2.2. Cumulao imprpria

    a formulao de vrios pedidos ao mesmo tempo. No entanto, somente um pedido ser analisado. A cumulao imprpria pode ser eventual ou alternativa.

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    1) Eventual: Tambm chamada de subsidiria, consiste no estabelecimento, pelo autor, de uma hierarquia entre os pedidos a serem analisados. O magistrado dever analisar os pedidos de acordo com a hierarquia estabelecida pelo autor.

    2) Alternativa: importante lembrarmos que no h previso expressa dessa hiptese de cumulao. No entanto, a doutrina e a jurisprudncia tm-na aceitado. A cumulao alternativa a formulao, pelo demandante, de mais de um pedido sem, porm, determinar uma hierarquia entre eles.

    2.2.3. Cumulao inicial e ulterior

    1) inicial: ligada ao ato que originariamente contm a demanda. 2) ulterior: a parte pode agregar novo pedido demanda inicial, como o

    aditamento permitido da petio inicial.

    2.2.4. Requisitos para a cumulao

    COMPETNCIA O juzo dever ter competncia absoluta para reconhecer os pedidos.

    COMPATIBILIDADE DE PEDIDOS Devero os pedidos ser compatveis entre si. Caso isso no ocorra, haver inpcia da petio inicial.

    IDENTIDADE DO PROCEDIMENTO necessria a compatibilidade procedimental das postulaes.

    3. Valor da causa

    O CPC versa sobre o valor da causa.

    Art. 258. A toda causa ser atribudo um valor certo, ainda que no tenha contedo econmico imediato.

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    Art. 259. O valor da causa constar sempre da petio inicial e ser:

    I - na ao de cobrana de dvida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos at a propositura da ao;

    II - havendo cumulao de pedidos, a quantia correspondente soma dos valores de todos eles;

    III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;

    IV - se houver tambm pedido subsidirio, o valor do pedido principal;

    V - quando o litgio tiver por objeto a existncia, validade, cumprimento, modificao ou resciso de negcio jurdico, o valor do contrato;

    VI - na ao de alimentos, a soma de 12 (doze) prestaes mensais, pedidas pelo autor;

    VII - na ao de diviso, de demarcao e de reivindicao, a estimativa oficial para lanamento do imposto.

    Caso no possa aplicar os critrios legais para estipular o valor da causa, o autor apresentar o valor da vantagem econmica pleiteada. Se no houver valor econmico do bem perseguido, caber o autor dar qualquer valor causa.

    Lembrem-se, caso haja cumulao de pedidos, sendo um determinado pelo critrio legal e o outro por estimativa, prevalecer aquele na definio do valor.

    4. Citao

    Esse tpico detalhado na Aula sobre atos processuais. Agora, destacamos uma questo:

    O art. 282 do CPC traz a exigncia do requerimento da citao do ru.

    O autor indicar a forma que ocorrer a citao sempre que a lei lhe autorizar. Essa indicao relevante quando o autor opta pela citao por edital.

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    5. Indeferimento da petio inicial

    Quando o juiz deparar com vcios insanveis ter que indeferir a petio inicial. Dever indeferir, tambm, nos casos em que a emenda no tiver sanado o vcio, a irregularidade ou no tenha sido feita a apresentao da emenda, no prazo de dez dias, pelo autor.

    Art. 295. A petio inicial ser indeferida:

    I - quando for inepta;

    II - quando a parte for manifestamente ilegtima;

    III - quando o autor carecer de interesse processual;

    IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadncia ou a prescrio (art. 219, 5);

    V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, no corresponder natureza da causa, ou ao valor da ao; caso em que s no ser indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

    VI - quando no atendidas as prescries dos arts. 39, pargrafo nico, primeira parte, e 284.

    Pargrafo nico. Considera-se inepta a petio inicial quando:

    I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

    II - da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso;

    III - o pedido for juridicamente impossvel; IV - contiver pedidos incompatveis entre si.

    Existem dois tipos de indeferimento da petio inicial:

    a) total: o pronunciamento ser uma sentena recorrvel por apelao. b) parcial: deciso interlocutria recorrvel por agravo de instrumento.

    DICA:

    Indeferimento da petio inicial no Tribunal:

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    a) Competncia originria: o recurso cabvel depender do nmero de julgadores.

    b) Julgamento monocrtico: recorrvel por agravo interno para o rgo colegiado.

    c) Deciso colegiada: recurso especial ou extraordinrio e embargos infringentes.

    Obs.: No Tribunal, como no primeiro grau, somente haver indeferimento da petio inicial antes da citao do ru.

    Obs.: O art. 296 do CPC trata da possibilidade de o juiz se retratar, em 48 horas, sobre o indeferimento da petio inicial.

    Indeferida a petio inicial, o autor poder apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 horas, reformar sua deciso.

    Pargrafo nico. No sendo reformada a deciso, os autos sero imediatamente encaminhados ao tribunal competente.

    5.1. Hipteses de indeferimento

    5.1.1. Inpcia da petio inicial

    O pargrafo nico do art. 295 do CPC (supracitado), elencou as situaes em que ocorrer inpcia da petio inicial. Vamos relembr-las: falta de pedido ou causa de pedir, da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso, pedido juridicamente impossvel, pedidos incompatveis entre si.

    J sabemos que a petio deve conter os seguintes elementos: o pedido, a causa de pedir e as partes. Ademais, essencial a narrao dos dois primeiros elementos, porque viabiliza a fixao dos limites objetivos da ao e da pretenso do autor.

    A falta de descrio da causa de pedir e do pedido prejudica o exerccio do direito de defesa do ru (o contraditrio) e a deciso juiz.

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    Tambm necessria na petio inicial a ordem lgica entre os argumentos e a concluso do autor.

    Outra causa de inpcia da petio inicial o pedido juridicamente impossvel, ou seja, aquele vedado pelo ordenamento jurdico. Dessa forma, por tratar de expressa previso legal, dever o juiz, de ofcio, indeferir o pedido inicial.

    Por fim, os pedidos incompatveis so causa de inpcia da petio inicial.

    Os pedidos incompatveis, somente, geram indeferimento da petio inicial na cumulao prpria. Nos casos de cumulao subsidiria ou cumulao alternativa pode haver a coexistncia de pedidos incompatveis, uma vez que o juiz s atender a um dos pedidos cumulados.

    5.1.2. Manifesta ilegitimidade de parte

    Essa possibilidade de indeferimento depender da apreciao e do convencimento do juiz. Podemos concluir que esse dispositivo existe meramente para evitar, em casos de dvida do juiz acerca do tema, o indeferimento.

    5.1.3. Falta de interesse de agir

    Falta do interesse de agir tambm motivo para o indeferimento da petio inicial e nada mais do que a ausncia do interesse processual.

    5.1.4. Prescrio e decadncia

    Essa hiptese de indeferimento est prevista no inciso IV, do art. 269 do CPC, a sentena de mrito, geradora da coisa julgada material, que reconhece a prescrio e decadncia.

    Haver resoluo de mrito:

    I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

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    II - quando o ru reconhecer a procedncia do pedido;

    III - quando as partes transigirem;

    IV - quando o juiz pronunciar a decadncia ou a prescrio; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ao.

    O juiz poder de ofcio reconhecer a prescrio independentemente dos sujeitos ou do direito material tutelado. Isso est previsto no 5 do art. 219, CPC.

    5: O juiz pronunciar, de ofcio, a prescrio.

    5.1.5. Procedimento inadequado

    Essa causa de indeferimento da petio inicial est relacionada escolha inadequada do autor, em razo da natureza da causa ou do seu valor. No entanto, o indeferimento s ocorrer em casos em que no seja possvel a adaptao ao procedimento adequado.

    Caso seja possvel a correo do procedimento, ao autor ser dada a oportunidade de sanar o vcio por meio de emenda petio inicial.

    5.1.6. Ausncia de indicao do nome do patrono e no realizao de emenda

    Por fim, podemos expor a ausncia de indicao do nome do patrono do autor e a realizao da emenda como causas de indeferimento da petio inicial. Estas possibilidades esto previstas nos arts. 39, pargrafo nico, e 284 do CPC.

    6. Julgamento de Improcedncia Liminar

    A possibilidade de julgamento de improcedncia do pedido do autor antes da citao est prevista na Lei 11.277/2006, que modificou o CPC, introduzindo:

    Art. 285-A. Quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver sido proferida sentena de total improcedncia em outros casos idnticos, poder

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    ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

    1 Se o autor apelar, facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, no manter a sentena e determinar o prosseguimento da ao.

    2 Caso seja mantida a sentena, ser ordenada a citao do ru para responder ao recurso.

    O dispositivo tem como objetivo o encerramento de demandas repetitivas. Vale ressaltar que dois princpios basilares para essa previso so, novamente, os onipresentes princpios da economia processual e da celeridade do processo.

    Para o julgamento de improcedncia so exigidos dois requisitos: 1) Na demanda, a matria controvertida deve ser de direito. Contudo, se a matria

    for de fato no controvertido, os requisitos legais tambm estaro preenchidos.

    2) Existncia de sentena de total improcedncia anteriormente proferida em casos idnticos.

    RESUMO DA AULA

    - Formao do processo: o processo caracteriza-se pela relao angular e a vinculao dos sujeitos acontece em mais de um ato: primeiro ato: quando o Estado recebe a petio do autor; segundo ato: quando ocorre a citao do ru.

    - Alterao do pedido: Art. 264. Feita a citao, defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do ru, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituies permitidas por lei.

    - Alteraes subjetivas: Aps a propositura da ao, o juzo no pode ser alterado, salvo por conexo, continncia ou motivo legal que o torne incompetente. Em regra as partes tambm no podero ser alteradas.

    - Suspenso: a paralisao do processo. Pode ocorrer tanto por acontecimento voluntrio quanto por no-voluntrio.

    - Casos de suspenso do processo: Somente ocorrer a suspenso por deciso

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    judicial. deciso de mera declarao, pois o processo ser considerado suspenso a partir do fato que o motivou.

    - Suspenso por morte ou incapacidade processual

    - Outros casos de suspenso: Conveno das partes; em razo de exceo; suspenso por prejudicabilidade. - Extino do processo:

    1) Extino do processo sem resoluo do mrito: ocorre quando o juiz, em razo do vcio insanvel, percebe a inutilidade da continuao do processo.

    2) Extino do processo com resoluo do mrito: quando o ru reconhecer a procedncia do pedido; quando as partes transigirem; quando o juiz pronunciar a decadncia ou a prescrio; quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ao.

    3) Julgamento antecipado da lide: O julgamento antecipado da lide decorre da desnecessidade de realizao da fase probatria. Explicando de outra maneira:

    4) Saneamento do processo: dois momentos de ocorrncia do saneamento: audincia e deciso escrita do juiz. - O processo o meio de soluo de conflitos, de litgios. Assim, processo pode ser entendido como: relao que se estabelece entre as partes conflitantes, denominada relao jurdica processual. - O procedimento a exteriorizao da relao processual que pode assumir vrias feies. Procedimento sinnimo de rito do processo: formas externas diferentes de movimentao do processo.

    - Procedimento Ordinrio: O procedimento ordinrio est estruturado em fases lgicas, desdobrando-se em: fase postulatria, fase saneadora, fase instrutria e fase decisria.

    - Petio Inicial: a demanda um ato jurdico que requer forma especial. A petio inicial a forma da demanda, o seu instrumento; a demanda o contedo da petio inicial'LGLHU - O processo se inicia por meio da manifestao da parte interessada. Assim, a

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    materializao da tutela jurisdicional a petio inicial. - Funes: provocar a instaurao do processo e identificar a demanda.

    - Elementos da petio inicial: pedido, causa de pedir e partes.

    - Requisitos da petio inicial: forma, assinatura de quem tem capacidade postulatria, indicao do juzo a quem dirigida a demanda, qualificao das partes, o fato e o fundamento jurdico do pedido, o pedido, o valor da causa, a indicao dos meios de prova, requerimento para a citao do ru, documentos indispensveis propositura da demanda.

    - Pedido: Pode ser definido sob duas ticas: material e processual: Na material, considera-se o resultado prtico pretendido pedido mediato, que traga vantagem no plano dos fatos; J na processual, considera-se a tutela pleiteada pedido imediato, que representa a prpria providencia jurisdicional solicitada. Pode ser condenao, constituio, declarao, satisfao etc.

    - Espcies de pedidos: pedido implcito, genrico, alternativo, cominatrio, em obrigao indivisvel.

    - Cumulao de pedidos: Cumulao prpria, Cumulao imprpria e Cumulao