aula 05 cinematica

56
Fenômenos de Transporte I

Upload: thales-hatem

Post on 24-Jun-2015

413 views

Category:

Engineering


1 download

DESCRIPTION

Aula Fluidos Cinemática

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 05 cinematica

Fenômenos de Transporte I

Page 2: Aula 05 cinematica

Fundamentos da Cinemática dos fluidos.

ASSUNTO

Page 3: Aula 05 cinematica

O que estuda a Cinemática?

• A cinemática dos fluidos estuda o movimento dos

fluidos em termos dos deslocamentos, velocidades e acelerações, sem levar em conta às forças que o produzem;

Page 4: Aula 05 cinematica

Escoamento

•Definição:

Processo de movimentação das moléculas de um fluido, umas em relação às outras e aos limites impostos

Page 5: Aula 05 cinematica

Escoamentos

• Os escoamentos são descritos por:

–Parâmetros físicos

–Pelo comportamento destes parâmetros ao longo do espaço e do tempo;

Page 6: Aula 05 cinematica

Campo de velocidade A representação dos parâmetro de um fluido escoando em função das suas coordenadas espaciais é denominada representação do campo de escoamento. Uma das variáveis mais importantes é a velocidade de um campo de escoamento, cuja forma geral é

ktzyxwjtzyxvitzyxuV

,,,,,,,,,

Page 7: Aula 05 cinematica

Exemplo 1 - Campo de velocidade O campo de velocidade de um escoamento é dado por Onde x, y e z. São medidos em metros. Determine a velocidade do fluido na origem (x = y = z = 0) e no eixo y, (x = z = 0).

Page 8: Aula 05 cinematica

z

Vw

y

Vv

x

Vu

t

V

Dt

VDa

Em coordenadas cartesianas:

z

ww

y

wv

x

wu

t

w

Dt

Dwa

z

vw

y

vv

x

vu

t

v

Dt

Dva

z

uw

y

uv

x

uu

t

u

Dt

Dua

z

y

x

aceleração local

aceleração convectiva

Aceleração de uma partícula fluida

Page 9: Aula 05 cinematica

Aceleração de uma partícula fluida

O termo é chamado de aceleração local e encerra os efeitos da transitoriedade do escoamento.

Page 10: Aula 05 cinematica

Aceleração de uma partícula fluida

A aceleração convectiva está relacionada com a variação dos parâmetros devido à convecção, ou movimento da partícula no campo de escoamento no qual há um gradiente deste parâmetro.

Page 11: Aula 05 cinematica

Aceleração de uma partícula fluida

Page 12: Aula 05 cinematica

Considere o campo de escoamento bidimensional, e em regime permanente, cujo campo de velocidade é dado por Determine o campo de aceleração deste escoamento.

Exemplo 2 – Aceleração de uma partícula

Page 13: Aula 05 cinematica

Métodos para o estudo da cinemática dos fluidos

• Método de Lagrange

• Método de Euler

Page 14: Aula 05 cinematica

Método de Lagrange

• Descreve o movimento de cada partícula acompanhando-a em sua trajetória real;

• O movimento do fluido é descrito pela especificação dos parâmetros necessários em função do tempo: – Pressão, p = p(t); – Velocidade, V = V(t); – Massa específica, ρ = ρ(t); – Posição, P = P(x,y,z,t)

• Apresenta grande dificuldade nas aplicações práticas;

• Para a engenharia normalmente não interessa o comportamento individual da partícula e sim o comportamento do conjunto de partículas no processo de escoamento.

Page 15: Aula 05 cinematica

Método de Euler

• Consiste em adotar um intervalo de tempo, escolher uma seção ou volume de controle no espaço e considerar todas as partículas que passem por este local;

• O movimento do fluido é descrito pela especificação dos parâmetros necessários em função das coordenadas espaciais: – Pressão, p = p(x,y,z,t); – Velocidade, V = V(x,y,z,t); – Massa específica, ρ = ρ(x,y,z,t).

• Informações sobre o escoamento a partir de pontos fixos em instantes diferentes.

• Método preferencial para estudar o movimento dos fluidos: praticidade.

Page 16: Aula 05 cinematica

Medições em escoamentos: Euleriano vs. Lagrangiano

Page 17: Aula 05 cinematica

Método de Euler • O termômetro instalado perto da abertura indicaria a temperatura

de diversas partículas em instantes diferentes. Assim, obtém-se a variação da temperatura, T, nesse ponto, em função de suas coordenadas e do tempo, t.

• Vários termômetros instalados em pontos fixos do escoamento forneceria seu campo de temperatura.

Método de Lagrange • Um termômetro seria instalado em uma partícula fluida e, assim,

registraria sua temperatura ao longo do movimento, isto é, T = T(t). • Um conjunto de dispositivos para medir a variação da temperatura

de várias partículas forneceria a história da temperatura do escoamento. Isto só seria possível se a localização de cada partícula fosse conhecida em função do tempo.

Campo de velocidade: Euleriano vs. Lagrangiano

Page 18: Aula 05 cinematica

Campo de velocidade: Euleriano vs. Lagrangiano

EULERIANO LAGRANGIANO

Page 19: Aula 05 cinematica

Definições Importantes

• Trajetória • Linha de Corrente (Linha de fluxo) • Tubo de corrente • Linha de emissão (filetes)

Page 20: Aula 05 cinematica

Trajetória

• Linha traçada por uma dada partícula ao longo de seu escoamento. É um conceito Lagrangeano e pode ser visualizada a partir de uma fotografia de longa exposição.

X y

z

Partícula no instante t1

Partícula no instante t2

Partícula no instante t3

Page 21: Aula 05 cinematica

Linha de Corrente • Linha imaginaria que tangencia os vetores velocidade

de diversas partículas, umas após as outras • Duas linhas de corrente não podem se interceptar (o

ponto teria duas velocidades) e nenhuma massa atravessa as linhas de corrente

X y

z

Partícula 1 no instante t

Partícula 2 no instante t

Partícula 3 no instante t

v1

v2

v3

Page 22: Aula 05 cinematica

Vista Lateral aerodinâmica externa do Nissan Azeal. Linhas de corrente no plano mostrando a velocidade e o caminho da circulação do ar ao longo do automóvel.

Linha de Corrente

Page 23: Aula 05 cinematica

Tubo de Corrente

• No interior de um fluido em escoamento existem infinitas linhas de corrente definidas por suas partículas fluidas

• A superfície imaginaria constituída pelas linhas de corrente formada no interior do fluido é denominada de tubo de corrente ou veia líquida

Page 24: Aula 05 cinematica

Linha de Emissão (filete)

• Linha definida pela sucessão de partículas que tenham passado pelo mesmo ponto;

• A pluma que se desprende de uma chaminé permite visualizar de forma grosseira uma linha de emissão;

Ponto de Referência

Page 25: Aula 05 cinematica

• Classificação Geométrica;

• Classificação quanto à variação no tempo

• Classificação quanto ao movimento de rotação

• Classificação quanto à trajetória (direção e

variação)

Classificação do Escoamento

Page 26: Aula 05 cinematica

Em geral, um campo de velocidade de um escoamento é tridimensional, ou seja:

• Escoamento Tridimensional: As grandezas que regem o escoamento variam nas três dimensões. •Escoamento Bidimensional: As grandezas do escoamento variam em duas dimensões ou são tridimensionais com alguma simetria. Se u >> w e v >> w, então, temos um escoamento bidimensional. •Escoamento Unidimensional: São aqueles que se verificam em função das linhas de corrente (uma dimensão). Se u >> v e u >> w, então, temos um escoamento unidimensional

Classificação Geométrica do Escoamento

Page 27: Aula 05 cinematica

• Quanto à variação no tempo:

– Permanente: As propriedades médias estatísticas das partículas

fluidas, contidas em um volume de controle permanecem constantes, para um determinado ponto.

– Não Permanente (transitório) Quando as propriedades do fluido num

determinado ponto variam com o tempo;

Classificação do Escoamento

Page 28: Aula 05 cinematica

Escoamento: Permanente e Não Permanente

Dependência com o Tempo

Não Permanente Permanente

0t

0

t

Page 29: Aula 05 cinematica

Para os campos de velocidades dados a seguir, determine: a) Se o campo do escoamento é uni, bi, ou tridimensional; b) Se o escoamento é permanente ou não; (considere que a e b são constantes)

Exemplo 3 – Classificação de Escoamentos

Page 30: Aula 05 cinematica

• Quanto ao movimento de rotação:

– Rotacional: A maioria das partículas desloca-se animada de velocidade angular em torno de seu centro de massa;

– Irrotacional: As partículas se movimentam sem exibir movimento de rotação

Classificação do Escoamento*

Page 31: Aula 05 cinematica

• Quanto à compressibilidade:

– Compressível: as propriedades do fluido variam conforme a posição da partícula;

– Incompressível: as propriedades não mudam com a posição.

Escoamento nos quais as variações de massa especifica são desprezíveis são denominados incompressíveis; quando essas variações são consideráveis o escoamento é dito compressível. A maioria dos escoamentos de líquidos é essencialmente incompressível. Embora a maior parte dos escoamentos gasoso seja compressível, nos casos da velocidade do escoamento (V) ser pequena em relação a velocidade do som no fluido (c), ele pode ser considerado incompressível; quando o número de Mach, M= V/c for menor que 0,3.

Classificação do Escoamento*

Page 32: Aula 05 cinematica

• Quanto à Direção da trajetória:

– Escoamento Laminar: As partículas descrevem trajetórias paralelas. O

fluido flui em camadas ou lâminas. (Re < 2000) – Escoamento turbulento: As trajetórias são caóticas. Escoamento

tridimensional das partículas de fluido. As componentes da velocidade apresentam flutuações ao redor da média (Re > 4000).

Classificação do Escoamento

Page 33: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

• Consiste na injeção de um corante líquido na posição central de um escoamento de água interno a um tubo circular de vidro transparente

• O comportamento do filete do corante ao longo do escoamento no tubo define três características distintas

Page 34: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

Page 35: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

1. Regime Laminar: – O corante não se mistura com o fluido, permanecendo

na forma de um filete no centro do tubo; – O escoamento processa-se sem provocar mistura

transversal entre escoamento e o filete, observável de forma macroscópica;

– Como “não há mistura”, o escoamento aparenta ocorrer como se lâminas de fluido deslizassem umas sobre as outras;

Page 36: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

2. Regime de transição:

– O filete apresenta alguma mistura com o fluido, deixando de ser retilíneo sofrendo ondulações;

– Essa situação ocorre para uma pequena gama de velocidades e liga o regime laminar a outra forma mais caótica de escoamento;

– Foi considerado um estágio intermediário entre o regime laminar e o turbulento;

Page 37: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

3. Regime turbulento: – O filete apresenta uma mistura transversal intensa, com

dissipação rápida;

– São perceptíveis movimentos aleatórios no interior da massa fluida que provocam o deslocamento de moléculas entre as diferentes camadas do fluido (perceptíveis macroscopicamente);

– Há mistura intensa e movimentação desordenada;

Page 38: Aula 05 cinematica

Experimento de Reynolds

Page 39: Aula 05 cinematica

Classificação de Escoamento

O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número adimensional usado em mecânica dos fluídos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. É utilizado, por exemplo, em projetos de tubulações industriais e asas de aviões. O seu nome vem de Osborne Reynolds, um físico e engenheiro irlandês. O seu significado físico é um quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade.

Page 40: Aula 05 cinematica

Classificação de Escoamento

VLVL

idadevisdeforças

inerciadeforças

cos

Re

V - velocidade média do fluído

L - longitude característica do escoamento, o diâmetro

para o escoamento no tubo

μ - viscosidade cinemática do fluído

ν- viscosidade cinemática do fluído

ρ – massa específica

Page 41: Aula 05 cinematica

Classificação de Escoamento

Re < 2000 Escoamento Laminar 2000 < Re < 4000 (2400) Transição Re > 4000 (2400) Escoamento Turbulento

Page 42: Aula 05 cinematica

Tabelas de Viscosidade Cinemática

Page 43: Aula 05 cinematica

Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se que em uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma velocidade de 0,05m/s.

Exemplo 4 – Número de Reynolds

Page 44: Aula 05 cinematica

Determine o número de Reynolds para uma aeronave em escala reduzida sabendo-se que a velocidade de deslocamento é v = 16 m/s para um vôo realizado em condições de atmosfera padrão ao nível do mar (ρ = 1,225 kg/m³). Considere a dimensão característica c = 0,35 m e μ = 1,7894 x 10-5 kg/ms.

Exemplo 5 – Número de Reynolds

Page 45: Aula 05 cinematica

Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume e o tempo.

A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de determinada seção transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou negativa). Isto significa que a vazão representa a rapidez com a qual um volume escoa.

As unidades de medida adotadas são geralmente o m³/s, m³/h, l/h ou o l/s.

Vazão Volumétrica

Page 46: Aula 05 cinematica

• A forma mais simples para se calcular a vazão volumétrica é apresentada a seguir na equação mostrada.

• Q representa a vazão volumétrica, V é o volume e t o intervalo de tempo para se encher o reservatório.

Vazão Volumétrica

Page 47: Aula 05 cinematica

Um exemplo clássico para a medição de vazão é a realização do cálculo a partir do enchimento completo de um reservatório através da água que escoa por uma torneira aberta como mostra a figura. Considere que ao mesmo tempo em que a torneira é aberta um cronômetro é acionado. Supondo que o cronômetro foi desligado assim que o balde ficou completamente cheio marcando um tempo t, uma vez conhecido o volume V do balde e o tempo t para seu completo enchimento, a equação é facilmente aplicável resultando na vazão volumétrica desejada.

Vazão Volumétrica*

Page 48: Aula 05 cinematica

Relação entre Área e Velocidade Uma outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é através do produto entre a área da seção transversal do conduto e a velocidade do escoamento neste conduto como pode ser observado na figura a seguir.

Pela análise da figura, é possível observar que o volume do cilindro tracejado é dado por: V = d · A

Substituindo essa equação na equação de vazão volumétrica, pode-se escrever que:

A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em Física, sabe-se que a relação d/t é a velocidade do escoamento, portanto, pode-se escrever a vazão volumétrica da seguinte forma: Q = v ·A

Q representa a vazão volumétrica, v é a velocidade média do escoamento e A é a área da seção transversal da tubulação.

Page 49: Aula 05 cinematica

Vazão em massa é a quantidade em massa do fluido que atravessa uma dada seção do escoamento por unidade de tempo.

Lembrando a relação entre a massa e o volume : m = ρ ·V

Substituindo na equação anterior teremos que: Qm = ρ·Qv

E por tanto: Qm = ρ·v·A

Vazão em Massa

Page 50: Aula 05 cinematica

É uma velocidade hipotética, constante ao longo de toda a seção transversal do tubo de corrente, que nos permite calcular a vazão num dado instante de tempo.

Velocidade média

Page 51: Aula 05 cinematica

Calcular o tempo que levará para encher um tambor de 214 litros, sabendo-se que a velocidade de escoamento do líquido é de 0,3m/s e o diâmetro do tubo conectado ao tambor é igual a 30mm.

Exemplo 6 – Vazão

Page 52: Aula 05 cinematica

Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que pela mesma, escoa água a uma velocidade de 6m/s. A tubulação está conectada a um tanque com volume de 12000 litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para enchê-lo totalmente

Exemplo 7 – Vazão

Page 53: Aula 05 cinematica

• A equação da continuidade relaciona a vazão em massa na entrada e na saída de um sistema.

Qm1=Qm2 ρ1 · v1 · A1 = ρ2 · v2 · A2

• Para o caso de fluido incompressível, a massa específica é a

mesma tanto na entrada quanto na saída, portanto: v1 · A1 = v2 · A2

• A equação apresentada mostra que as velocidades são

inversamente proporcionais as áreas, ou seja, uma redução de área corresponde a um aumento de velocidade e vice-versa.

Equação da Continuidade

Page 54: Aula 05 cinematica

Para a tubulação mostrada na figura, calcule a vazão em massa, em peso e em volume e determine a velocidade na seção (2) sabendo-se que A1 = 10cm² e A2 = 5cm². Dados: r = 1000kg/m³ e v1 = 1m/s.

Exemplo 10– Equação da Continuidade

Page 55: Aula 05 cinematica

Um tubo despeja água em um reservatório com uma vazão de 20 l/s e um outro tubo despeja um líquido de massa específica igual a 800kg/m³ com uma vazão de 10 l/s. A mistura formada é descarregada por um tubo da área igual a 30cm². Determinar a massa específica da mistura no tubo de descarga e calcule também qual é a velocidade de saída.

Exemplo 11 – Equação da Continuidade

Page 56: Aula 05 cinematica