aula 03 noções de direito administrativo
DESCRIPTION
dir admTRANSCRIPT
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
AULA 03: Contratos
SUMARIO
1) INTRODUÇÃO À AULA 03_________________________________________________________ 2
2) CONTRATO ADMINISTRATIVO.____________________________________________________ 2
2.1. Características dos contratos administrativos 42.1.1. Forma específica 42.1.2. Contrato de adesão 132.1.3. Natureza intuitu personae 132.1.4. Caracterização do contrato administrativo como título executivo 182.1.5. Equilíbrio econômico e financeiro do contrato 182.1.6. Presença das cláusulas exorbitantes 232.1.6.1. Alteração unilateral 232.1.6.2. Rescisão unilateral 272.1.6.3. Restrição à exceção do contrato não cumprido 302.1.6.4. Fiscalização do contrato 312.1.6.5. Aplicação de penalidades 342.1.6.6. Ocupação provisória de bens e serviços essenciais 362.1.6.7. GARANTiA 372.2. Da Execução do Contrato Administrativo 392.2.1. Inexecução sem culpa (teoria da imprevisão) 422.3. Das espécies de contratos administrativos 442.3.1. Contratos de obras 442.3.2. Contratos de serviços 452.3.3. Serviços contínuos (duração e prorrogação dos contratos) 452.3.4. Contratos de fornecimento 492.3.5. Contratos de concessão 492.3.6. Contratos de gestão 512.4. Extinção do contrato 532.4.1. Conclusão do objeto contratado 532.4.2. ANuLAçÃo 552.4.3. Rescisão 56
31 RESUMO______________________________________________________________________ 58
4) QUESTÕES_____________________________________________________________________61
51 REFERÊNCIAS__________________________________________________________________ 71
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 1 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
1) Introdução à aula 03
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Que bom que você está conosco hoje novamente para mais essa
aula para o concurso do STJ.
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em
concursos anteriores do CESPE.
Nesta aula 03, abordaremos a matéria "5 Contratos
administrativos: conceito e características.".
Com certeza haverá uma ou duas questões desta aula na sua
prova, por isso, ABRA O OLHO!!!
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na
véspera da prova!
Chega de papo, vamos a luta!
2) Contrato Administrativo.
A existência do contrato administrativo já chegou a ser negada por
parte da doutrina administrativista brasileira, conforme verificado por Di
Pietro (2009, p. 251-252). Hoje, há consenso no sentido de que os
contratos administrativos existem como uma categoria própria, diversa
dos contratos de direito privado, uma vez que possuem características
exclusivas e que diferem, e muito, dos ajustes celebrados no campo do
direito privado, em que há uma liberdade quase que total e irrestrita na
manifestação de vontade.
contrato administrativo". NaVamos então ao conceito de
definição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 494),
contrato administrativo é o "ajuste firmado pela administração pública,
agindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades
administrativas, nos termos estipulados pela própria administração
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 2 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Estratégiar n n r ii b <: n <;
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa.
C O N C U R S O S Teoria e Exercícios comentados. Prof Daniel Mesquita - Aula 03
pública contratante, em conformidade com o interesse público, sob
regência predominante do direito público".
O conceito de contrato administrativo, contudo, não pode ser
firmado entre a administração pública e particulares, no qual a
administração não figura na qualidade de poder público"
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 495). Desse modo, o contrato
administrativo é regido pelo direito público e o contrato da
administração, predominantemente, pelo direito privado.
O vocábulo "predominantemente" decorre da imposição legal
inserta no art. 62, § 3.°, I, da Lei n.° 8.666/1993. Segundo esse
dispositivo, são aplicáveis aos contratos da administração, no que
couber, as cláusulas necessárias (art. 55), as exorbitantes (art. 58), a
que dispõe acerca da retroatividade dos efeitos da nulidade do contrato
(art. 59) e as relativas à formalização dos contratos (60 e 61).
C ^Questões de concurso
1. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) O contrato
administrativo é uma modalidade de contrato em que a administração
pública estabelece um acordo com outra entidade administrativa, sendo
vedada a contratação com particulares.
Vimos que o contrato administrativo também envolve a
contratação de particulares com a administração.
Gabarito: Errado.
2. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) Define-se
contrato administrativo como um acordo entre duas partes em que
ambas assumem obrigações e direitos.
Veja que a banca colocou um conceito bem simples, não deixa de
estar correto.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 3 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
confundido com o de , que é "o ajuste
Questão certa.
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
2.1. Características dos contratos administrativos
Outro importante tema é saber as características dos contratos
administrativos. A Administração rege-se por princípios próprios, dentre
os quais o da supremacia do interesse público, da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
O administrador da coisa pública não pode se dirigir a uma
concessionária e celebrar um contrato de compra e venda de automóvel
para a Administração. O particular assim o faz, sem qualquer condição
extraordinária, porque o dinheiro gasto na compra do veículo é dele e
de mais ninguém. Na administração pública, o dinheiro usado para o
pagamento de qualquer bem não é do gestor público, mas de todos os
contribuintes do Estado.
Diante disso, a lei instituiu cláusulas e obrigações específicas para
os contratos administrativos. Os princípios e regras relacionados aos
contratos no âmbito do direito privado são aqui aplicados somente
subsidiariamente (art. 54).
As características dos contratos administrativos são as seguintes:
2.1.1. Forma específica
Diante da importância desse tópico, transcrevemos, de imediato os
arts. 60 e 61:
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições i nteressadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de t udo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 4 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
Conforme transcrito, o art. 60, parágrafo único, da Lei n.°
8.666/1993, afirma que "é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a
desta Lei, feitas em regime de adiantamento". O valor discriminado na
lei é, atualmente, de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Além de ser escrito, o contrato administrativo deve mencionar os
nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que
autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas
da Lei n.° 8.666/1993 e às cláusulas contratuais (art. 61).
É condição de eficácia do contrato administrativo a publicação de
seu instrumento e dos aditamentos, ao menos de forma resumida, na
imprensa oficial (art. 61, parágrafo único). No caso de dispensa e de
inexigibilidade de licitação, como bem observam Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo (2010, p. 498), além da publicação do instrumento,
devem ser publicados os atos de ratificação do procedimento praticados
pela autoridade superior (art. 26).
O art. 62, por sua vez, observa que "o instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejamProf. Daniel Mesquita w w w .estrategiaconcursos.com .br 5 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho
de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço".
A Administração convocará o vencedor da licitação para assinar o
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
das condições estabelecidas e do prazo definido em edital - que poderá
ser prorrogado por uma vez por igual período, sob pena de decair o
direito à contratação (art. 64). Vale observar que, se decorridos 60 dias
da data da entrega das propostas sem convocação para a contratação,
ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Caso o convocado não compareça ou não aceite as condições, a
Administração pode revogar a licitação ou convocar os licitantes
remanescentes, na ordem de classificação, para ocuparem o lugar do
vencedor. Entretanto, os convocados devem aceitar as condições
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços.
Mas há hipóteses em que o instrumento de contrato formalizado é
dispensado?
PRESTE BEM ATENÇÃO NESTE PONTO!
Sim, apesar das inúmeras regras que demonstram um excessivo
rigor formal nas contratações realizadas pela Administração, a lei
flexibiliza no caso de compra com entrega imediata e integral dos
bens adquiridos, dos quais não resultem quaisquer obrigações
futuras. Nessa hipótese, independentemente do valor do contrato, é
dispensável o termo de contrato, podendo a Administração substituí-lo
por:
• carta-contrato;
• nota de empenho de despesa;
• autorização de compra; ou
• ordem de execução de serviço (§ 4.° do art. 62).
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 6 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Para que nenhum dispositivo desse ponto da Lei n° 8.666/83 passe
em branco, transcrevemos, ainda, os seguintes artigos para ciência:
Art. 63. é permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Questões de concurso
U b h h í í h h h J
3. (CESPE -2015- DPE-PE - Defensor Público) De acordo com a
Lei n.° 8.666/1993, o contrato administrativo deve ser escrito, sendo
nulo e de nenhum efeito todo contrato verbal celebrado com a
administração pública.
Conforme transcrito, o art. 60, parágrafo único, da Lei n.°
8.666/1993, afirma que "é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal
com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 7 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a
desta Lei, feitas em regime de adiantamento".
Gabarito:Errado.
4. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) O instrumento de contrato não será obrigatório nas hipóteses
em que a administração puder substituí-lo pela ordem de execução de
serviço.
Questão perfeita! Isso mesmo! Vimos que o instrumento de
contrato não será obrigatório quanto a administração puder substitui-lo:
• carta-contrato;
• nota de empenho de despesa;
• autorização de compra; ou
• ordem de execução de serviço (§ 4.° do art. 62).
Gabarito: Correto
5. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) Para que o contrato administrativo tenha eficácia, é
indispensável a publicação resumida do instrumento de contrato na
imprensa oficial, sendo dispensável a adoção da mesma formalidade
para os aditamentos contratuais.
A lei 8.666/93 é clara em seu artigo 61, § único:
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou
de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável
para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto
dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 8 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Gabarito: Errado
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
6. (CESPE - 2013 - ANP - Analista Administrativo) Em
consonância com a previsão constitucional de observância do
procedimento licitatório no âmbito da administração pública, não é
admissível, em nenhuma hipótese, o contrato verbal.
É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido para a modalidade convite, feitas em regime de
adiantamento (art. 60, parágrafo único, da Lei n° 8.666/93). Logo, está
INCORRETA.
7. (CESPE - CNJ - 2013 - Analista Judiciário - Area
Administrativa) Em virtude do princípio do formalismo, os contratos
administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento
escrito, salvo os de pequenas compras para pronto pagamento, em que
se admite contrato verbal com a administração pública.
É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento (art. 60, parágrafo
único, Lei n° 8.666/93). Logo, está CORRETA.
8. (CESPE - 2013 - TRT - 10a REGIÃO (DF e TO) - Técnico
Judiciário) Para os fins legais, somente será considerado contrato o
ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito.
Vimos que a regra é que o contrato administrativo seja escrito,
porém existem exceções. É permitido contrato verbal para pequenas
compras, com valores de até R$ 4.000,00. Portanto, o item está
incorreto.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 9 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Gabarito: Errado.
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
9. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) A administração deve convocar regularmente o interessado
para assinar o termo de contrato, dentro do prazo e das condições
estabelecidos, sem direito a prorrogação.
Vejamos o que diz a Lei:
Art. 64. § 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma
vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu
transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
Portanto, incorreta a questão.
Gabarito: Errado
10. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Contratos de
compra de pequeno valor e com pagamento imediato podem ser
celebrados verbalmente pela administração pública.
Como vimos, o art. 60, parágrafo único, da Lei n.° 8.666/1993,
afirma que "é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento)
do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em
regime de adiantamento". O valor discriminado na lei é, atualmente, de
R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
O fato da questão não discriminar o valor de R$4.000,00 não a
torna errada.
Gabarito: Certo.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 10 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
11. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Os contratos
relativos à constituição, modificação e extinção de direitos reais sobre
imóveis, como os demais contratos administrativos, devem ser lavrados
e arquivados em ordem cronológica na repartição interessada.
Observe o que diz o art. 60:
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos
seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos
a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento
lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo
que lhe deu origem.
Gabarito: Errado.
12. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) É
considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito pela
administração, com exceção dos relativos a contratações de pequenas
compras de pronto pagamento, como as de valor não superior a 5% do
valor estimado para a modalidade convite, feitas em regime de
adiantamento.
Você tem que saber de cor essa parte da lei! Pois já caiu mais de
uma vez:
"é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em regime de
adiantamento".
Gabarito: Certo.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 11 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
13. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) No que se
refere à formalização do contrato administrativo, o denominado termo e
contrato é dispensável nos casos de concorrência e de tomada de
preços.
De acordo com o que foi falado em aula:
É indispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição
prevista neste artigo, a critério da Administração e independente de
seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive
assitência técnica.
Gabarito: Errado.
E nem poderia ser diferente. A modalidade com maior rigor formal,
a concorrência, não dispensaria o termo de contrato.
Dessa forma o item esta errado.
14. (CESPE - 2013 - MI - Todos os Cargos ) O resumo do
instrumento de contrato deve ser publicado na imprensa oficial no prazo
máximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura.
A assertiva é bem parecida com uma das questões anteriores, e
está correta, conforme art.61 parágrafo único da Lei 8666.
Gabarito: Certo.
15. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista - Advocacia) Será nulo
qualquer contrato administrativo celebrado e ajustado verbalmente com
a administração pública.
É considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito
pela administração, com exceção dos relativos a contratações de
pequenas compras de pronto pagamento, como as de valor não
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 12 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
superior a 5% do valor estimado para a modalidade convite, feitas em
regime de adiantamento.
Gabarito: Errado.
2.1.2. Contrato de adesão
Diante da supremacia e da indisponibilidade do interesse público,
não pode a Administração aceitar alterações no contrato de forma a
atender ao interesse do particular.
A Lei Geral de Licitações e Contratos informa, em seu art. 55, as
cláusulas necessárias em todo contrato administrativo. A inserção
dessas cláusulas no instrumento do contrato é realizada de forma
unilateral pela Administração.
De forma a dar publicidade ao instrumento elaborado, a minuta do
futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da
licitação (art. 62, § 1.°). Nesse momento, cabe ao interessado em
contratar com a Administração verificar as condições do contrato e fazer
uma única escolha: concordar ou não com todas as cláusulas aue lhe
serão impostas caso venha a ganhar a licitação.
2.1.3. Natureza intuitu personae
Os contratos administrativos são celebrados, em regra, após o
encerramento de um longo e complexo procedimento licitatório. Nesse
procedimento, a Administração verifica se o interessado tem condições
jurídicas, técnicas, econômico-financeiras e regularidade fiscal. Essa
avaliação tem o propósito de minimizar os riscos da Administração e
garantir que o bem contratado seja entregue pelo vencedor do certame.
Depois de promovida essa complexa avaliação, seria uma
incongruência e até mesmo uma violação ao princípio da isonomia
admitir a transferência unilateral do objeto pelo contratado a um
terceiro.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 13 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Por isso, um dos motivos para a rescisão unilateral do
contrato pela Administração é a "subcontratação total ou parcial
do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão
ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato" (art. 78, VI).
Mas essa é a regra! Toda regra tem exceção! E qual é a exceção,
no caso, meus amigos?
Se você for um leitor atento, percebeu que a parte final desse
dispositivo prevê que não haverá a rescisão unilateral do contrato
quando a subcontratação for admitida no edital e no contrato.
A subcontratação é permitida pelo art. 72 da Lei n.° 8.666/1993,
que possibilita ao contratado subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, desde que previamente admitido pela Administração.
É bom observar que a subcontratação ou terceirização é muito
comum quando o objeto do contrato é uma obra de grande porte. Ao
empreiteiro contratado é dada a possibilidade de subcontratar empresa
para a execução da parte hidráulica ou de ar-condicionado, por
exemplo.
A possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratação
do objeto contratado não retira o caráter intuitu personae do
contrato administrativo. Por que não?
(a) porque é vedada a terceirização integral do objeto
contratado;
(b) porque é vedada a subcontratação quando se tratar de
certame em que a qualificação técnica do licitante for fator
preponderante para a contratação (art. 13, § 3.°, da Lei n.°
8.666/1993).
(------------------\Questão deconcurso
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 14 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
16. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O contrato administrativo é sempre
consensual e, em regra, formal, oneroso e comutativo, mas não
é intuitu personae ou personalíssimo.
Uma questão simples mais que pega muita gente. O contrato
administrativo é consensual porque se fundamenta de acordo com as
vontades pois não existe ato unilateral e impositivo da Administração;
é formal porque se expressa por escrito e com requisitos especiais;
é oneroso porque é remunerado na forma convencionada;
é comutativo porque estabelece compensações recíprocas e
equivalentes para as partes e é intuitu personae porque deve ser
executado pelo próprio contratado, vedadas, em princípio, a sua
substituição por outrem ou a transferência de ajuste.
Gabarito: Errado.
17. (CESPE - 2012 -TJ-AC - Juiz) No que se refere às
disposições das Leis n.° 10.520/2002 e n.° 8.666/1993, que dispõem
sobre licitação, sistema de registro de preços e contratos
administrativos, assinale a opção correta.
(a) Quando a administração procede à alteração unilateral do
contrato administrativo com o propósito de adequá-lo às finalidades de
interesse público, não se faz necessária a revisão das suas cláusulas
econômico-financeiras.
(b) Os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do
contratado, apuradas no procedimento da licitação, razão pela qual é
vedada a cessão ou transferência, total ou parcial, de seu objeto para
outrem.
(c) Para a licitação na modalidade pregão, consideram-se bens
e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 15 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.
(d) Organizado o sistema de registro de preços para a prestação
de serviços e aquisição de bens, a administração fica obrigada a firmar
as contratações que dele possam advir, vedada a utilização de outros
meios licitatórios que tenham idêntico objeto e finalidade.
(e) Conforme previsão legal, a concorrência, a tomada de
preços, o convite, o concurso e o leilão devem adotar,
obrigatoriamente, um dos seguintes tipos de licitação: menor preço,
melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta.
Apesar da questão abordar outros conhecimentos, algumas
afirmativas podemos eliminar com a matéria que já tivemos até aqui:
a) A revisão das cláusulas econômico-financeiras se faz
necessária para permanecer o equilíbrio contratual, pois conforme o art.
58, § 2° da Lei 8.666 "O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor
adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos
do contratado; § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
concordância do contratado. § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo,
as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
para que se mantenha o equilíbrio contratual"
b) A questão se torna errada, pois como consta no art. 72 "O
contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da
obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração". Vale ressaltar que o art. 78, no inciso VI, afirma que
constituem motivo para rescisão do contrato "a subcontratação total ou
parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 16 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato". Lembrando que a
possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratação do
objeto contratado não retira o caráter intuitu personae do
contrato administrativo.
c) A afimativa está de acordo com a Lei. 10520/02, art. 1°,
parágrafo único, onde consideram-se bens e serviços comuns na
modalidade pregão aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente ser definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais do mercado.
d) A administração não é obrigada, conforme o teor do art. 15
da Lei 8666/93.
e) A afirtiva vai de encontro com o que consta no art. 45, §1°
e os demais incisos, além do julgamento objetivo, a Comissão de
licitação ou o próprio responsavel pelo convite irá realizá-lo de acordo
com os tipos de licitação.
Gabarito : Letra C
18. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado) Considere
que uma empresa vencedora de certame licitatório subcontrate, com
terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração pública,
apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no
contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do
prazo estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade
impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de
prejuízo ou descumprimento de cláusulas contratuais.
Vimos logo acima que um dos motivos para a rescisão
unilateral do contrato pela Administração é a "subcontratação
total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com
outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como aProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 17 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no
contrato" (art. 78, VI). Conclui-se, portanto, que a subcontratação
deve vir prevista em edital ou contrato. Portanto, errada a questão
Gabarito: Errado
19. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A regra segundo
a qual os contratos administrativos são realizados intuitu personae é
absoluta.
Os contratos administrativos são intuitu personae, mas essa
característica não é absoluta, pois há a lei possibilita ao contratado
subcontratar parte do objeto contratado.
Gabarito: Errado
2.1.4. Caracterização do contrato administrativo como titulo executivo
Essa é uma característica que não decorre da Lei n.° 8.666/1993,
mas da jurisprudência. O contrato administrativo, complementado por
outras informações prestadas pela Administração, pode se caracterizar
como um documento público assinado pelo devedor a ensejar a sua
caracterização como título executivo, especialmente quando o devedor
é o poder público. Nesse sentido se manifestou o STJ:
"Não há dúvidas que, em tese, o contrato administrativo e a certidão fornecida por agente público, por traduzirem atos do Poder Público, podem ser cons iderados como títulos executivos extrajudiciais e, consequentemente, aparelharem uma ação executiva, a teor do preceituado no art. 585, II, do CPC" (REs p 1.099.127).
2.1.5. Equilíbrio econômico e financeiro do contrato
MUITA ATENÇÃO, MEUS AMIGOS, NÃO SE ESQUEÇAM NUNCA
DESSA CARACTERÍSTICA!!!
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 18 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Caso haja a alteração do contrato administrativo, seja em razão de
risco decorrente do negócio ou por vontade unilateral da Administração,
o contratado terá direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico e
financeiro do contrato (art. 58, §§ 1.° e 2.°, e 65, § 6.°, da Lei n.°
8.666/1993).
A partir dessa análise, Di Pietro (2009, p. 275-278), com razão,
informa que um dos traços característicos do contrato administrativo é
a mutabilidade. Os interesses da Administração e os riscos
relacionados ao objeto contratado são circunstâncias que podem variar
no tempo. Nessas hipóteses, ainda que haja modificação no contrato,
deve ser mantido o seu equilíbrio econômico e financeiro estabelecido
inicialmente. Por isso, diz-se que o contrato administrativo é um
instituto dinâmico.
Para você ter uma noção, vale mencionar aqui os tipos de riscos
que o particular enfrenta quando contrata com a Administração:
(a) força maior;
(b) álea ordinária ou empresarial;
(c) álea administrativa, que se subdivide em poder de alteração
unilateral do contrato, fato do príncipe e fato da
Administração; e
(d) álea econômica.
Em todos esses casos, a Administração responde sozinha pela
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
Com relação a esse tema, vale destacar as distinções
conceituais entre revisão, reajuste e repactuação.
Para o restabelecimento do equilíbrio econômico financeiro do
contrato, a Administração deve promover a revisão do valor
contratado. Ela ocorre quando a administração procede à alteração
unilateral das cláusulas de execução "ou quando algum evento, mesmo
que externo ao contrato, modifica extraordinariamente os custos de
sua execução" (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 503-504).Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 19 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
revisão reajuste Repactuação
Alteração unilateral -
modificação
extraordinária dos
custos de execução.
Imposição legal e previsão
no contrato: decorre da
inflação ou perda ordinária
de poder aquisitivo da
moeda.
Efetiva variação dos
custos da prestação, nos
contratos de execução
continuada.
Já o reajuste é promovido por imposição legal do art. 55, III, da
Lei n.° 8.666/1993, e corresponde à modificação periódica de preços e
tarifas em decorrência da "inflação ordinária ou da perda ordinária
de poder aquisitivo da moeda, seguindo índices determinados, tudo
conforme previamente estabelecido no próprio contrato"
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 503-504).
A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços
previsto no próprio contrato não é considerado alteração contratual. Por
isso, pode ser realizado por simples apostila, dispensando a celebração
de aditamento (art. 65, § 8.°).
A revisão e o reajuste também não se confundem com a
repactuação ou recomposição de preços (BANDEIRA DE MELLO,
2010, p. 637). Esta, na lição de Marçal Justen Filho1, é uma modificação
de preços que ocorre nos contratos de execução continuada em que se
analisa a efetiva variação dos custos da prestação desde a
apresentação das propostas até o momento de sua prorrogação. Caso
haja a amortização de determinados custos durante a execução do
contrato, o valor a ser pago pela Administração poderá ser reduzido
quando da prorrogação da avença. Caso haja o aumento dos custos, o
valor do contrato será majorado.
1 Conceito retirado do artigo publicado em <http://justenfilho.com.br/wp-content/uploads/2008/12/81.pdi>, acessado em 02.05.2010.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 20 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
EstratégiaC O N C U R S O S * " *
Questões de concurso
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
20. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O equilíbrio financeiro do contrato
administrativo é a relação, estabelecida inicialmente pelas partes, entre
os encargos do contrato e a retribuição da administração para a justa
remuneração do objeto do ajuste.
Conforme estudamos a questão és correta.
Gabarito: Correto.
21. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor) A recomposição ou
revisão de preços visa à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, garantida constitucionalmente, aplica-se no
caso de ocorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis, mas de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando-se álea econômica
extraordinária e extracontratual.
Perfeita a questão! Levem ela para sua prova, ok?
Gabarito: Correto.
22. (CESPE- 2013 - BACEN - Procurador - Questão adaptada)
No contrato administrativo, o reajuste é o instrumento por meio do qual
é realizado aumento real do valor pago ao contratado, podendo ocorrer
independentemente de previsão contratual.
Cuidado para não confundir os institutos! Vimos que o reajuste
decorre de imposição legal e previsão no contrato: decorre da
inflação ou perda ordinária de poder aquisitivo da moeda. Portanto, a
questão está errada.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 21 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Gabarito: Errado
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
23. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) Ao contratar
com a administração pública o empresário corre um risco, denominado
álea contratual, que pode ser classificada em ordinária ou
extraordinária.
Foi mencionado em aula os tipos de riscos que o particular enfrenta
quando contrata com a Administração:
(a) força maior;
(b) álea ordinária ou empresarial;
(c) álea administrativa, que se subdivide em poder de alteração
unilateral do contrato, fato do príncipe e fato da
Administração; e
(d) álea econômica.
Esses riscos se dividem em duas classificações: álea ordinária (item
b) e álea extraordinária (itens a, c e d).
Gabarito: Correto.
24. (CESPE - 2010 - MS - Analista) é admitida a celebração de
contratos administrativos com pessoas físicas domiciliadas no
estrangeiro.
O enunciado está de acordo com o § 2°, do art. 55, da Lei
8.666/93, que prevê: "Nos contratos celebrados pela Administração
Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas
domiciliadas no estrangeiro (...)". Portanto, a alternativa está
correta.
Gabarito: Correto.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 22 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
2.1.6. Presença das cláusulas exorbitantes
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 500) assim
caracterizam e definem as cláusulas exorbitantes: "As assim
denominadas cláusulas exorbitantes caracterizam os contratos
administrativos, são a nota de direito público desses contratos, as
regras que os diferenciam dos ajustes de direito privado. São chamadas
exorbitantes justamente porque exorbitam, extrapolam as cláusulas
comuns do direito privado e não seriam neste admissíveis".
As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais,
equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços
e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato,
aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços
essenciais.
2.1.6.1. Alteração unilateral
Nos termos do art. 65, I, da Lei n.° 8.666/1993, os contratos
administrativos podem ser alterados unilateralmente pela
Administração, sempre mediante justificativa, quando houver
modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação
técnica aos seus objetivos (alteração qualitativa); ou quando necessária
a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei
(alteração quantitativa).
Importantíssimo você ter em mente os §§ 1°, 2°, 3° e 4° do art.
65 da Lei n° 8.666/93:
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 23 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os
seus acréscimos.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I - VETADO
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes.
§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as
partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes
deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição
regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo
caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da
supressão, desde que regularmente comprovados.
O TCU (Decisão n.° 215/99, Plenário) consignou o entendimento de
que "tanto as alterações contratuais quantitativas - que modificam a
dimensão do objeto - quanto as unilaterais qualitativas - que mantêm
intangível o objeto, em natureza e em dimensão, estão sujeitas aos
limites preestabelecidos nos §§ 1.° e 2.° do art. 65 da Lei n.° 8.666/93,
em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I,
da mesma Lei, do princípio da proporcionalidade e da necessidade de
esses limites serem obrigatoriamente fixados em lei".
Em hipóteses excepcionalíssimas, o TCU já admitiu superar os
limites de 25% e 50% de modificação do valor original do contrato.
Essas hipóteses são conhecidas como agravações ou sujeições
imprevisíveis (GASPARINI, 2008, p. 755).
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 24 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Importante observar que o princípio do contraditório e da ampla
defesa também se aplica nas hipóteses de alteração unilateral do
contrato administrativo. O STJ entende que a Administração deve
consultar o contratado, previamente, quando a modificação acarrete
prejuízo ao particular (STJ, RMS 14.924).
Por último, conforme vimos acima, caso a alteração unilateral do
contrato provoque o desequilíbrio econômico-financeiro, a
Administração deve restabelecê-lo (art. 58, § 2.°, e 65, § 6.°, da Lei n.°
8.666/1993).
( \Questão deconcurso
25. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) As cláusulas
econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
podem ser alteradas de forma unilateral pela administração.
Conforme art. 58 § 1°:
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.
Gabarito: Errado.
Mais uma questão neste sentido:
26. (CESPE - 2010 - MS - Analista) O regime jurídico dos
contratos administrativos concede à administração pública o direito de
modificar unilateralmente as cláusulas econômico-financeiras dos
contratos administrativos, para melhor adequação ao interesse comum.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 25 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Como vimos anteriormente, o art. 58, da Lei n° 8.666/93, dispõe
que essas cláusulas não poderão ser alteradas sem prévia concordância
do contratado. Isso proporciona ao contratado garantia. Portanto, o
item está incorreto.
Gabarito: Errado.
27. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) A
administração pública, ao suprimir parte do objeto de um contrato,
provocou modificações no valor inicial contratual. Nessa situação, o
contrato poderá ser rescindido mediante requerimento da empresa
contratada.
Conforme artigo 65:
Art. 65 § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até
25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta
por cento) para os seus acréscimos.
Gabarito: Errado.
28. (CESPE - 2013 - Telebras - Advogado) Nos contratos
públicos, o direito privado atua de forma supletiva, pois não substitui ou
derroga as normas privativas da administração pública.
Os contratos administrativos são regulados pelas suas cláusulas e
pelos preceitos de direito público, sendo aplicado supletivamente os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito
privado, conforme o art. 54, da Lei 8666. Assim, percebe-se que os
contratos públicos são assim regulados para que o interesse público não
se submeta ao interesse do particular. Portanto, o item está correto.
Gabarito: Correto.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 26 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
29. (CESPE - 2013 - CNJ - Técnico Judiciário - Area
Administrativa) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com
determinado órgão público. Nessa situação hipotética, caso a
administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
O art. 65 dispõe como os contratos administrativos serão
alterados. Neste artigo, separa-se os casos em que serão alterados
unilateralmente pela Administração (inc. I) e os que serão alterados por
acordo das partes (inc.II). A hipotése tratada no enunciado vem diposta
no Inc. II, em que o contrato será alterado por acordo entre as partes
quando conveniente a substituição da garantia de execução. Portanto, o
item está incorreto.
Gabarito: Errado.
2.I.6.2. Rescisão unilateral
A Administração pode rescindir unilateralmente o contrato nos
casos previstos nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei n.°
8.666/1993.
Para que fique mais claro, adotamos a divisão de Di Pietro (2009,
p. 270-272) dessas hipóteses em:
(a) casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII
do art. 78), abrangendo hipóteses como não
cumprimento, cumprimento irregular ou lentidão no
cumprimento das cláusulas contratuais, atraso
injustificado, paralisação sem justa causa, subcontratação
irregular, faltas reiteradas na execução, caso fortuito ou
força maior impeditiva da execução do contrato;
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 27 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
(b) inadimplemento sem culpa (incisos IX a XI), que abrangem
a insolvência, a dissolução ou alteração da estrutura da
sociedade;
(c) razões de interesse público (inciso XII); e
(d) caso fortuito ou força maior (inciso XVII).
A jurisprudência se consolidou no sentido de que a rescisão será
sempre motivada, conferindo-se ao contratado a ampla defesa e o
contraditório (STJ, RMS 20.385-PR).
Nas hipóteses de rescisão unilateral por culpa do contratado,
ocorrerá a assunção imediata do objeto do contrato (opcional), a
ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal pela Administração de forma a dar continuidade à execução do
contrato (opcional), execução da garantia contratual caso o contratado
deva multas e indenizações à Administração, retenção dos créditos do
contratado até o limite dos prejuízos do poder público e aplicação das
sanções administrativas cabíveis (art. 80).
Caso não haja culpa do contratado, as mesmas consequências
são verificadas, uma vez que a lei não distingue as hipóteses de
rescisão com culpa das hipóteses em que há culpa do contratado. O art.
79, § 2.°, contudo, informa que a rescisão levada a cabo pela
Administração, sem qualquer interferência do contratado gera o direito
deste de ser indenizado pelos prejuízos que houver sofrido (danos
emergentes) e pelo custo da desmobilização, de ver devolvida a
garantia prestada e de receber o pagamento pelo que executou até o
momento da rescisão.
(------------------\Questão deconcurso
30. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário) Suponha
que, na execução de determinada obra pública, o contratado paraliseProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 28 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão
do contrato após obter autorização judicial em ação proposta com
essa finalidade específica.
Após a explicação fica fácil né? A paralisação sem justa causa e
sem prévia comunicação enseja rescisão unilateral, não havendo
necessidade, portanto, de obter autorização judicial.
Gabarito: Errado.
31. (CESPE - 2013 - MI - Todos os cargos) A administração
pública pode rescindir unilateralmente o contrato administrativo,
devendo motivar formalmente sua decisão e assegurar ao particular
a ampla defesa e o contraditório.
Isso mesmo! Conforme art. 78, § único:
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
Gabarito: Correto.
32. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista) Na hipótese de atraso
injustificado do contrato administrativo provocado pelo contratado, é
cabível a rescisão unilateral pela administração, sem que se imponha a
esta o dever de ressarcir o contratado.
Dentre as hipóteses de rescisão unilateral temos:
(a)casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII do art.
78), abrangendo hipóteses como não cumprimento, cumprimento
irregular ou lentidão no cumprimento das cláusulas contratuais, atraso
injustificado, paralisação sem justa causa, subcontratação irregular,
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 29 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
faltas reiteradas na execução, caso fortuito ou força maior impeditiva da
execução do contrato;
Gabarito: Correto.
33. (CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico -
Direito) A inexecução culposa de contrato administrativo resulta de ação
ou omissão da parte, decorrente da negligência, imperícia ou
imprudência.
A inexecução ou inadimplência do contrato é o descumprimento de
suas cláusulas, total ou parcialmente. Pode ocorrer por ação ou
omissão, culposa ou sem culpa, de qualquer das partes, caracterizando
o retardamento (mora) ou o descumprimento integral do ajustado. A
inexecução culposa resulta de uma ação ou omissão decorrente de
negligência, imprudência, imprevidência ou imperícia no atendimento
das cláusulas contratuais. Logo, está CORRETA.
Gabarito: Correto.
2.I.6.3. Restrição à exceção do contrato não cumprido
ABRA O OLHO! ESSE PONTO É MUITO IMPORTANTE!
Prescreve o art. 476 do Código Civil de 2002 que "nos contratos
bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro". Assim, nos contratos de direito
privado, se uma das partes deixa de cumprir a sua obrigação, não pode
essa mesma parte exigir que a outra execute o que previsto no
contrato. Esse é o instituto da exceção do contrato não cumprido ou
exceptio non adimpleti contractus.
Na Lei n.° 8.666/1993, a exceção do contrato não cumprido pode
ser oposta contra a Administração quando o atraso no pagamento de
obra ou serviço já executado for superior a noventa dias. Nesse caso,
pode o contratado escolher entre a suspensão da execução do contrato
ou a sua rescisão judicial ou amigável. Se optar pela rescisão, terá
direito às parcelas descritas no art. 79, § 2.°, acima mencionado.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 30 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Veja a redação do art. 78, XV:
"Constitui motivo para rescisão do contrato o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados".
V_____________________________________________________________________ /
A exceptio non adimpleti contractus só é afastada integralmente
- após os noventa dias - nos contratos administrativos quando o não
pagamento pela Administração ocorre em caso de (a) calamidade
pública, (b) grave perturbação da ordem interna ou (c) guerra.
Sob o aspecto inverso, no caso da Administração se ver
prejudicada - caso o particular deixe de executar o seu dever contratual
- o ente público pode, imediatamente, opor a exceção do contrato não
cumprido e suspender os pagamentos devidos ao contratado, sem
prejuízo das demais sanções legais (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p.
512).
2.I.6.4. Fiscalização do contrato
"O controle do contrato administrativo é um dos poderes inerentes
à Administração e, por isso mesmo, implícito em toda contratação
pública, dispensando cláusula expressa" (MEIRELLES, 2002, p. 211).
Decorre desse poder a prerrogativa de fiscalizar a execução dos
contratos, conforme prevê o art. 58, III, e o art. 67, ambos da Lei
Geral.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 31 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;III - fiscalizar-lhes a execução;
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Apurada a existência de vício na execução do objeto, o contratado
é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados (art. 69).
Por fim, destaca-se que a atividade de fiscalização da
Administração não faz com que a responsabilidade do contratado por
dano decorrente da culpa ou dolo seja reduzida ou transferida ao poder
público (art. 70). Não há que se falar aqui em culpa in vigilando do
Estado.
( \ Questão deconcurso
34. (CESPE - 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o
item subsequente, relativo a elaboração e fiscalização de contratos.
Considere que uma empresa contratada para prestação de serviços
técnicos tenha concluído uma demanda. Considere, ainda, que essa
empresa tenha notificado a instituição e solicitado validação paraProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 32 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
posterior emissão de fatura. Nesse caso, é papel do fiscalizador do
contrato validar se a demanda concluída faz parte do escopo contratual.
A lei n° 8.666/93 em seu art. 67 dispõe que:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.§ 1° O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,determinando oque for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
Gabarito - Certo.
35. (CESPE - 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o
item subsequente, relativo a elaboração e fiscalização de contratos.
Ao encontrar uma irregularidade na execução do contrato, o fiscal
do contrato deverá notificar tal irregularidade verbalmente, em primeiro
momento, ao preposto da contratada. Caso essa irregularidade não seja
corrigida, o fiscal deverá notificar a empresa por meio de
correspondência simples entregue pelos correios.
Pessoal, basta observar o art. 67 da lei 8.666/93 exposto acima,
para responder essa questão.
Gabarito - Errado.
36. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Celebrado
o contrato com a administração pública, a execução desse contrato
deve ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
administração especialmente designado para tal fim, admitida a
contratação de terceiros para assistir ou subsidiar o trabalho.
Veja como o Cespe não tem fugido da lei:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 33 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Gabarito: Correto.
2.I.6.5. Aplicação de penalidades
Curioso, não é? Num contrato, uma parte pode impor uma multa a
outra parte! É, meus caros, isso ocorre quando alguém contrata com
administração e descumpre o que foi acordado.
A administração pode se valer do atributo da imperatividade dos
atos administrativos para impor ao particular contratado as sanções
pelo descumprimento das cláusulas firmadas no ajuste, seja pela
inexecução total ou pela parcial. Essa é uma das prerrogativas do poder
público.
As sanções administrativas são definidas taxativamente nos arts.
86 e 87 da Lei em comento. São elas: (a) advertência; (b) multa; (c)
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos; (d)
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
Os dispositivos que regulam a aplicação de sanções devem ser
interpretados restritivamente, uma vez que representam limitações aos
direitos dos contratados. Por isso, em razão da autorização expressa no
§ 2.° do art. 87 da Lei n.° 8.666/1993, somente a pena de multa pode
ser aplicada conjuntamente com qualquer outra penalidade
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 507, e DI PIETRO, 2009, p. 272).
No aspecto procedimental, esse postulado determina que seja
conferido o contraditório e a ampla defesa ao contratado. O art. 87, §§
2.° e 3.°, da Lei Geral, em atenção a essa imposição constitucional,
dispõe que o contratado tem dez dias para apresentar defesa contra a
Prof. Daniel Mesquita w w w .estrategiaconcursos.com .br 34 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Estratégia------- c o n c u r s o s Teoria e Exercícios comentados.
Prof Daniel Mesquita - Aula 03
imposição da sanção de declaração de inidoneidade e de cinco dias úteis
para as demais penalidades (TCU, Acórdão n.° 611/2008-TCU-1.a
Câmara). Além disso, a lei prevê o recurso, no prazo de cinco dias úteis,
contra a decisão que aplicou as penas de advertência, suspensão
temporária ou de multa e o pedido de reconsideração, no prazo de dez
dias úteis, da decisão que declara a inidoneidade.
A multa| pode ser aplicada pelo atraso na execução do contrato
(multa de mora, prevista no art. 86) ou em razão da inexecução
parcial ou total do contrato. Essa sanção, como bem lembram
Alexandrino e Paulo (2010, p. 507), pode ser diretamente descontada
da garantia prestada pelo contratado. Nos termos do art. 86, § 3.°, se a
multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da
perda desta, responderá o contratado pela sua diferença a qual será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração
(atributo da autoexecutoriedade) ou cobrada judicialmente (se não há
valor a ser repassado pelo poder público ou se a garantia for
insuficiente, a Administração só poderá alcançar o patrimônio da
contratada em demanda proposta perante o Poder Judiciário).
A suspensão temporária) de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração em até dois
anos só vale no âmbito do órgão que aplicou a penalidade (TCU,
Acórdão 842/2005-Plenário e Acórdão 538/2009-1.a Câmara), ou seja,
não pode um órgão vedar a participação de determinada interessada na
licitação se essa empresa tem em seus dados cadastrais uma
penalidade de suspensão imposta por outro órgão, entidade ou unidade
administrativa. Apesar dessa firme orientação do TCU, o STJ já chegou
a afirmar que a suspensão do direito de participar de licitação não fica
adstrita a um único órgão (RESP 151567).
A declaração de inidoneidade é mais grave que a suspensão
temporária para contratar. Ela ocorre quando a Administração verifica a
prática de fraude, crime ou a prática de fato grave por parte da
Direito Administrativo p/STJ - Técnico
Prof. Daniel Mesquita w w w .estrategiaconcursos.com .br 35 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
empresa contratada ou da interessada em contratar com o poder
público (é admitida a imposição dessa penalidade a empresa não
contratada: RESP 15.999).
A declaração de inidoneidade vale para todo e qualquer órgão
da Administração de qualquer esfera (No STJ: RESP 520553 e RESP
151567. No TCU: Decisão n.° 52/99-Plenário e Acórdão n.° 538/2009-
1.a Câmara).
A Lei n.° 8.443/1992 define que a penalidade em foco pode ser
fixada por até cinco anos. Esse período pode ser maior se perdurarem
os motivos determinantes da punição (art. 87, IV, da Lei n.°
8.666/1993). Por outro lado, o prazo mínimo da declaração de
inidoneidade é de dois anos, nos termos da parte final do mesmo
dispositivo da Lei n.° 8.666/1993.
A declaração de inidoneidade só pode ser aplicada por Ministro
de Estado ou autoridade equivalente nas entidades federadas.
O efeito dessa declaração, segundo recente orientação da Primeira
Seção do STJ (MS 14002 e MS 13101), é ex nunc, ou seja, não interfere
nos contratos preexistentes ou nos que estejam em andamento.
Entretanto, a Administração pode promover medidas no sentido de
rescindir esses contratos, nos moldes do art. 79 da Lei n.° 8.666/1993.
Essas são as sanções administrativas a que se sujeitam os
interessados em contratar com a Administração Pública.
2.I.6.6. Ocupação provisória de bens e serviços essenciais
Como bem observam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010,
p. 509), há duas situações distintas em que se admite a ocupação
temporária ou provisória: como medida acautelatória durante a
execução do contrato em razão da irregularidade na sua execução (art.
58, V, da Lei Geral) e como medida a assegurar a continuidade na
prestação do serviço público após a rescisão contratual (art. 80, II, da
mesma lei).
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 36 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Em ambos os casos, a Administração pode ocupar provisoriamente
o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na
execução do contrato.
E o que acontece com o pessoal que tinha vínculo trabalhista com a
empresa contratada?
Se houver a ocupação e a utilização do pessoal para a continuidade
da obra ou serviço, os trabalhadores terão vínculo empregatício
diretamente com o poder público. Também por isso, a ocupação deve
ser promovida somente em caso de excepcional interesse público.
2.I.6.7. Garantia
A Administração pode ou não exigir garantia nas contratações de
obras, serviços e compras. Quando essa garantia for exigida, ela será
cláusula necessária no contrato administrativo (art. 55, VI, da Lei n.°
8.666/1993).
O contratado pode optar pelas seguintes modalidades:
• caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública;
• seguro garantia; ou
• fiança bancária.
A exigência deve ser limitada a cinco por cento para os contratos
em geral e a dez por cento para obras, serviços e fornecimentos de
grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros
consideráveis (art. 56, §§ 2.° e 3.°, da Lei n.° 8.666/1993).
Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, será exigida
garantia adicional no valor desses bens (§ 5.°).
Toda garantia prestada pelo contratado será liberada após a
execução do contrato. Se foi oferecida garantia em dinheiro, o valor
será devolvido com atualização monetária (§ 4.°).
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 37 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
EstratégiaC O N C U R S O S * " *
Questões de concurso
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
37. (CESPE - 2-13 - SERPRO - Analista) A atualização
monetária é devida a partir do vencimento da respectiva obrigação,
ainda que não exista no contrato administrativo cláusula expressa
nesse sentido.
Veja como a banca cobrou sobre "atualização monetária". E a
questão está perfeita. É isso mesmo!
Gabarito: Correto.
38. (CESPE - 2013 - TCU - Auditor) Visando resguardar o
adequado cumprimento do contrato administrativo, a administração
pública deve indicar e exigir, entre as opções legalmente previstas, a
garantia a ser prestada pelo particular contratado para executar obras,
serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
Lembre-se que a exigência de garantia é ato discricionário da
Administração, ou seja, pode ou não exigir depósito de garantia.
Portanto, questão errada.
Gabarito: Errado.
39. (CESPE - 2013 - MI - Todos os cargos) A prestação de
garantia pelo particular é obrigatória para a execução de contratos
administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
Acabamos que ver na questão acima! A prestação de garantia é
ato discricionário!
Gabarito: Errado.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 38 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
2.2. Da Execução do Contrato Administrativo
A execução do contrato administrativo é a fase de efetivação das
cláusulas nele entabuladas. A execução deve ser promovida
observando-se fielmente o que dispõem as obrigações assumidas e a
legislação de regência. Nessa fase, tanto a administração como o
contratado devem observar o que está escrito no instrumento (pacta
sunt servanda). Também nessa etapa devem ser observados os
princípios da boa-fé objetiva e da probidade.
Algumas normas específicas são aplicáveis à execução dos
contratos.
OLHO ABERTO, O PRINCIPAL ASPECTO DA EXECUÇÃO DOS
CONTRATOS É A RESPONSABILIDADE.
Como já observado acima, o contratado é responsável pelos
danos causados diretamente à Administração ou a terceiros,
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar
que a fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz
essa responsabilidade (art. 70 da Lei n.° 8.666/1993).
O contratado também é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993.
Na ADC n.° 16, o STF entendeu que a responsabilidade da
Administração pelo pagamento das verbas trabalhistas das empresas
contratadas não pode ser automática, como vinha entendendo o TST. A
culpa da Administração na fiscalização do contrato deve ser
comprovada nos autos.
Após a decisão na ADC n° 16, o TST passou a entender que:
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 39 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
"Os entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem su bsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada asua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/93, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade nã o decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pe l a empresa regularmente contratada" (nova redação do item V da Súmula 331/TST).
A Lei n.° 8.666/1993, por outro lado, prevê como solidária a
responsabilidade da Administração e do contratado pelos encargos
previdenciários resultantes da execução do contrato (art. 71, § 2.°,
da Lei 8.666/1993).
Quando o objeto do contrato é a compra de bens, uma importante
faculdade que tem o poder público é a de receber amostras ou fazer
testes no objeto contratado para avaliar a qualidade do produto e
verificar se ele será recebido pela Administração (art. 75).
(------------------\Questões deconcurso
40. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O contratado é responsável pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais decorrentes
da execução do contrato, porém sua inadimplência transfere a
responsabilidade relativa a esses encargos para a administração
pública.
A assertiva vai de encontro com o Art. 71, §1° , qual seja:
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.§ 1° A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 40 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Gabarito: Errado.
41. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) Na hipótese de dano causado diretamente pelo contratado a
terceiros, decorrente de sua culpa na execução do contrato, o
contratado será responsável pelo dano, ainda que tenha ocorrido a
fiscalização pelo órgão interessado.
Como já observado acima, o contratado é responsável pelos
danos causados diretamente à Administração ou a terceiros,
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar
que a fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz
essa responsabilidade (art. 70 da Lei n.° 8.666/1993).
Gabarito: Correto.
42. (CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo)
Considere que determinado órgão público tenha contratado, mediante
licitação, certa sociedade empresária para a prestação de serviço de
limpeza e que a referida empresa não tenha cumprido todas as
obrigações trabalhistas com seus empregados. Nessa situação, o órgão
contratante responderá solidariamente com a empresa contratada
perante o Poder Judiciário pelos encargos não adimplidos.
Muito cuidado com essa questão. Lembre-se que a
responsabilidade solidária é referente aos encargos previdenciários!
Quanto aos encargos trabalhistas, a responsabilidade é subsidiária
quando incorrer omissão na fiscalização. Daí a incorreção da questão.
Gabarito: Errado
43. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista) No que concerne à
execução dos contratos administrativos, a administração pública
responde solidariamente com o contratado pelo inadimplemento dos
encargos previdenciários.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 41 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Perfeito! Como vimos logo acima, a responsabilidade é solidária
quanto aos encargos previdênciários!
Gabarito: Correto.
2.2.1. Inexecução sem culpa (teoria da imprevisão)
A teoria da imprevisão decorre da cláusula rebus sic stantibus,
segundo a qual as obrigações contratuais hão de ser entendidas em
correlação com o estado das coisas ao tempo em que se contratou. Se
houver alteração no estado das coisas, devem ser alteradas disposições
do contrato de forma a reequilibrar as prestações.
Caso ocorram eventos:
(a) extraordinários;
(b) imprevisíveis - ou previsíveis, mas de consequências
incalculáveis;
(c) inevitáveis;
(d) deflagrados sem qualquer culpa do contratado; e
(e) que causem prejuízos a ele, desequilibrando o contrato,
deve-se promover a mudança do que originariamente
contratado.
Mas o que esses requisitos têm em comum, professor? Eu quero
uma dica de memorização!
Calma amigo, perceba que todos esses requisitos decorrem da
noção de álea econômica que "é todo acontecimento externo ao
contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que
causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato
excessivamente onerosa para o contratado" (DI PIETRO, 2009, p. 282).
O contrato deve ser cumprido na medida em que mantidas as
condições iniciais da celebração.
A teoria da imprevisão também justifica a inexecução do contrato
administrativo sem culpa do contratado. Nessa hipótese, o art. 79, §
2.°, da Lei n.° 8.666/1993, prevê que ele será ressarcido dos prejuízos
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 42 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
que houver sofrido e terá direito à devolução da garantia, aos
pagamentos devidos pela Administração até a data da rescisão e ao
valor relativo ao custo de desmobilização.
Vale observar que essa regra deve ser aplicada em situações
excepcionais de imprevisibilidade e inevitabilidade.
Dentre as áleas extraordinárias, que ensejam a inexecução sem
culpa do contrato administrativo ou o restabelecimento do seu equilíbrio
econômico financeiro, se possível, estão:
Caso fortuito e força maior a prestação não pode ser
cumprida porque ocorre circunstância inevitável, seja de
forma imprevisível ou de forma irresistível. Nessas hipóteses,
há um desequilíbrio e uma das partes passa a sofrer um
encargo extremamente oneroso. Geralmente se define caso
fortuito como o evento decorrente da força da natureza
(terremotos, tempestades etc.) e força maior como um fato
causado pela vontade humana (arrastão, greve etc.). Esse
conceito, contudo, não é unânime.
Fato do príncipe: é a determinação geral imposta pelo
Estado que influi diretamente na execução do contrato,
onerando-o. Assim como todo elemento que enseja a
aplicação da teoria da imprevisão, essa determinação deve
ser inevitável e imprevisível (Ex: uma lei geral que altera o
equilíbrio do contrato).
Fato da administração ação ou omissão da Administração
que incida direta e especificamente sobre o contrato,
provocando desequilíbrio econômico ou inviabilizando sua
execução. Se o contratante não libera o local da obra no
prazo determinado, por exemplo, está-se diante de um fato
da administração.
Para resumir, apresentamos o seguinte quadro:
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 43 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
fato do príncipe fato da
administração
Caso fortuito e força
maior
Ato geral da
Administração
Fato concreto da
Administração
Circunstância natural
ou humana imprevista
2.3. Das espécies de contratos administrativos
2.3.1. Contratos de obras
São aqueles cujo objeto é a realização de uma obra. O art. 6.°, I,
da Lei n.° 8.666/1993, define obra como toda construção, reforma,
fabricação, recuperação ou ampliação de determinado bem público,
realizada por execução direta ou indireta.
Nos termos do art. 6.°, VII e VIII, há dois regimes de execução de
obras:
(a) direta, em que a execução é promovida pelos agentes da
própria Administração;
(b) indireta, em que a Administração contrata terceiros para a
realização do objeto. Esta última modalidade de execução se subdivide
em:
• empreitada por preço global, em que o preço ajustado leva
em consideração a obra como um todo;
• empreitada por preço unitário, quando o preço leva em conta
unidades determinadas da obra a ser realizada;
• empreitada integral, quando a obra é contratada na sua
integralidade, compreendendo todas as suas etapas,
incluindo serviços e obras; e
• tarefa, quando se ajusta mão de obra para pequenos
trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento de
materiais (art. 6.°, VIII, "d"), independentemente de prévia
licitação.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 44 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Só tem sentido se falar em contrato de obras públicas no regime
de execução indireta.
2.3.2. Contratos de serviços
Serviço é conceituado pela lei em análise no art. 6.°, II, como toda
atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a
Administração. Melhor explicando, com fundamento em conceitos de
direito civil, o serviço é uma obrigação que consiste num fazer.
A lei distingue os serviços comuns, os quais não precisam ser
executados por pessoas com habilitação específica, dos técnicos
profissionais (art. 13), que exigem habilitação legal, seja através de
curso superior específico ou de registro nos órgãos legalmente
determinados (estudos técnicos, perícias, pareceres, assessorias,
fiscalização, gerenciamento etc.).
2.3.3. Serviços contínuos (duração e prorrogação dos contratos)
Serviços contínuos são aqueles que atendem necessidades
permanentes da Administração (JUSTEN FILHO, 2008, p. 669). Por
essa razão, esses serviços não podem sofrer solução de continuidade,
ou seja, não podem ser interrompidos (GASPARINI, 2008, p. 704).
Para ilustrar esse conceito, vale a transcrição do seguinte trecho do
Acórdão 1382/2003 - 1.a Câmara do TCU: "De natureza continuada são
os serviços que não podem ser interrompidos, por imprescindíveis ao
funcionamento da entidade pública que deles se vale. Enquadram-se
nessa categoria os serviços de limpeza e de vigilância, o fornecimento
de água e de energia elétrica, a manutenção de elevadores".
A Lei n.° 8.666/1993 faz menção aos serviços contínuos quando
trata da duração dos contratos administrativos. Via de regra, a
duração desses contratos fica adstrita à vigência dos respectivos
créditos orçamentários (art. 57, caput).
As exceções a essa regra geral são:
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 45 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
• os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser
prorrogados se houver interesse da Administração e desde
que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
• a prestação de serviços a serem executados de forma
contínua;
• o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de
até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do
contrato;
• as hipóteses previstas nos incisos IX (comprometimento da
segurança nacional), XIX (compra de material de uso das
Forças Armadas), XXVIII (produção de bens e serviços no
País que envolvam alta complexidade tecnológica e defesa
nacional) e XXXI (contratações visando à criação de
ambientes especializados e cooperativos de inovação e de
pesquisa e desenvolvimento para solução de problema
técnico) do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por
até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
administração (redação dada pela Lei n.° 12.349/2010).
Assim, a duração dos contratos administrativos fica adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, salvo quando se tratar
de produtos contemplados nas metas do Plano Plurianual, de serviços
contínuos e de aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática.
Isso não quer dizer que é possível a prorrogação indefinida desses
contratos. É bom ter em mente uma regra salutar dos contratos
administrativos: é vedada a celebração de contrato com prazo de
vigência indeterminado (art. 57, § 3.°).
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 46 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Contudo, os contratos de prestação de serviços contínuos podem
ser prorrogados sucessivamente, nos termos do art. 57, II, IV, §§ 2° e
4°, da Lei n° 8.666/93, assim, expresso:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos
relativos:
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,
que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a administração, limitada a sessenta meses;
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o
contrato.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante
autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do
caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.
MUITA ATENÇÃO, desses dispositivos podem ser extraídos os
seguintes requisitos para a prorrogação: (a) obtenção de preços e
condições mais vantajosas para a Administração; (b) prorrogação,
limitada ao total de sessenta meses, por iguais e sucessivos períodos;
(c) a vigência do contrato ainda não pode ter expirado; (d) justificativa
por escrito do interesse na prorrogação; e (e) autorização da autoridade
competente para celebrar o contrato.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 47 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Veja também que é possível prorrogar o contrato de serviço
contínuo por mais 12 (doze) meses, além dos 60 (sessenta) previstos,
em caráter excepcional, perfazendo o contrato um total máximo de 72
(setenta e dois) meses.
Outra característica dos contratos administrativos cujo objeto é a
prestação de serviços contínuos é que a sua vigência não está adstrita
ao exercício financeiro (Orientação Normativa n.° 1 da AGU). Assim,
como o exercício financeiro no Brasil coincide com o ano civil (art. 34 da
Lei n.° 4.320/1964), não há necessidade de se firmar um contrato
dessa natureza de janeiro a dezembro de um mesmo ano.
( \ Questões deconcurso
l— — — —
44. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário) Na execução dos
contratos administrativos, prorrogações de prazo devem ser justificadas
por escrito e previamente autorizadas pela autoridade competente para
celebrar o contrato.
Veja o que diz a lei:
Art. 57 §2° Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
Dessa forma o item esta correto.
45. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Os contratos
administrativos, ressalvadas as espécies de contratos previstas em lei,
devem, necessariamente, conter cláusula que identifique o crédito
orçamentário que responderá pela despesa. Portanto, considerando-se
as normas vigentes no país, a duração e a execução dos contratos
administrativos não podem, via de regra, ultrapassar o prazo de um
ano.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 48 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Como vimos a duração dos contratos administrativos fica adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, por mais que a lei
tenha algumas exceções, a duração ao tempo do crédito orçamentário é
a regra, sendo esse período de 12 meses.
Gabarito: Cerreto.
46. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente) Como regra geral, os
créditos orçamentários têm a mesma duração do contrato
administrativo.
Segundo o art. 57, da Lei 8.666/93, a duração desses contratos
fica adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, em
regra. Portanto, o item está correto, por mais que a questão tenha
invertido os termos. O correto seria: "Como regra geral, os contratos
administrativos têm a mesma duração dos créditos orçamentários.
No entanto, compreende-se que o examinador tinha a intenção de
afirmar que os dois têm a mesma duração.
Gabarito: Correto.
2.3.4. Contratos de fornecimento
São aqueles destinados à aquisição de bens móveis necessários à
consecução dos serviços administrativos. Alexandrino e Paulo (2010, p.
535-536) observam, com razão, que o contrato de fornecimento é o
mesmo que o contrato de compra e venda para a Administração.
2.3.5. Contratos de concessão
São aqueles cujo objeto é a execução de um serviço público, a
realização de uma obra pública ou o uso de um bem público para que o
particular o execute, o preste ou o use nas condições previstas sem que
a titularidade do bem público envolvido passe para o patrimônio jurídico
do particular.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 49 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Desse modo, observa-se que os contratos de concessão podem ser
divididos em (a) concessão de serviços públicos, (b) de uso de bem
público, (c) concessão de direito real de uso de bem público e (d) de
obra pública.
A concessão de serviço público é "o contrato administrativo pelo
qual a Administração Pública transfere, sob condições, a execução e
exploração de certo serviço público que lhe é privativo a um particular
que para isso manifeste interesse e que será remunerado
adequadamente mediante a cobrança, dos usuários, de tarifa
previamente por ela aprovada" (GASPARINI, 2008, p. 365).
A concessão de uso de bem público, por sua vez, é o contrato
cujo objeto é a utilização de bem público por particular. Pode ser
remunerada ou gratuita, mas deve ser promovida no interesse público e
mediante licitação (art. 2.° da Lei n.° 8.666/1993).
Há também a concessão de direito real de uso de bem
público, regida pelo Decreto-lei 271/1967. Na definição de Alexandrino
e Paulo (2010, p. 538), esse instituto consiste "num contrato que
confere ao particular um direito real resolúvel, por prazo certo ou
indeterminado, de forma remunerada ou gratuita". Interessante
observar que esse contrato constitui uma exceção ao dispositivo da Lei
n.° 8.666/1993 que veda a celebração de contrato por prazo
indeterminado.
Por fim, na concessão de obra pública, conforme observado
acima, a Administração contrata a realização de uma obra pública, mas
é o usuário da obra quem pagará pela sua execução por meio de
tarifas.
f ------------------------------------------\Questão deconcurso
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 50 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
47. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Analista de Informática) Nos
casos de obra pública, é devida e adequada a modificação das
condições inicialmente pactuadas no contrato, sempre que seja
necessário o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro entre
os encargos do contrato e a justa remuneração do objeto do ajuste.
Uma boa questão pra relembrar os conceitos anteriores. Mesmo
nos nesses casos, vale lembrar que sempre que as obrigações do
contrato ficarem mais onerosas do que a época da contratação, poderá
ser feito o equilíbrio econômico-financeiro. Lembrando também que
nunca poderam ser modificadas unilateralmente as denominadas
cláusulas econômico-financeiro.
Gabarito: Correto.
48. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
O contrato de concessão de serviço público pode ser rescindido por
iniciativa da concessionária, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim, no caso de descumprimento das normas
contratuais pelo poder concedente.
A Lei 8987/95, consoante seu art. 39 afirma que o contrato de
concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, se
houver descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente,
mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Gabarito: Correto.
2.3.6. Contratos de gestão
Esses contratos não são espécies de contratos administrativos que
decorrem da Lei n° 8.666/93, mas do parágrafo 8.° do art. 37 da
Constituição Federal, que assim informa:
§ 8° A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para oórgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
)
Prof. Daniel Mesquita
Twitter: @danielmqt
w w w .estrategiaconcursos.com .br
Facebook: Daniel Mesquita
51 de 71
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
O termo contrato de gestão serve tanto para designar:
(a) o ajuste (e não exatamente "contratos") firmado entre a
Administração Direta e entidades da Administração Indireta ou
entre dois órgãos da Administração Direta; e
(b) o contrato firmado entre a Administração Direta centralizada e
as organizações sociais.
Nos contratos de gestão, o objetivo é "estabelecer determinadas
metas a serem alcançadas pela entidade em troca de algum benefício
outorgado pelo Poder Público" (DI PIETRO, 2009, p. 333). Além disso,
com enfoque no mencionado dispositivo constitucional, esses contratos
buscam conferir uma maior autonomia gerencial, administrativa e
financeira de forma a gerar uma maior eficiência na administração
pública.
Nos termos dos Decretos 2.487/1998 e 2.488/1998, se os
contratos de gestão forem celebrados entre autarquias e fundações
com o respectivo Ministério Supervisor, prevendo um plano
estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional para
melhorar a qualidade da gestão pública (princípio da eficiência), a
autarquia ou a fundação será qualificada como agência executiva.
Já os contratos firmados entre a Administração Direta
centralizada e as organizações sociais (pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos) não têm previsão constitucional expressa,
mas encontram-se definidos no art. 5.° da Lei n.° 9.637/1998 como "o
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada
como organização social, com vistas à formação de parceria entre as
partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas
relacionadas no art. 1.°", que são as áreas de ensino, pesquisa
científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura, e saúde. Os elementos essenciais do contrato de
gestão são a especificação do programa de trabalho, a estipulação das
metas a serem atingidas, os prazos de execução, os critérios objetivosProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 52 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
de avaliação de desempenho (qualidade e produtividade) e a
estipulação de limites para os gastos com remuneração e vantagens aos
dirigentes e empregados das organizações sociais.
O STF, em sede de medida cautelar, afirmou a constitucionalidade
da Lei n.° 9.637/1998 (ADI 1923).
( ~ "iQuestão de concurso
49. (CESPE - 2013 - ANS - Analista Administrativo) O contrato
de gestão é uma espécie contratual mediante a qual entidades ou
órgãos da administração pública contratam empresas especializadas em
gestão pública com a finalidade de estabelecer metas administrativas e
um modelo de gestão adequado para alcançá-las.
Lembre-se que o contrato de gestão poderá ser firmado entre
órgãos e entidades públicas, entre o poder público e pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos (OS). Ou seja, não há qualquer
correlação com "contratação de empresa privada especializada em
gestão pública". Portanto, questão errada.
Gabaratito: Errado
2.4. Extinção do contrato
Chegamos, por fim, quanto ao estudo dos contratos
administrativos na Lei n° 8.666/93, às formas de extinção do contrato.
O contrato administrativo pode se extinguir (a) pela conclusão do
objeto contratado, (b) pela anulação e (c) pela rescisão. Esta pode ser
unilateral (pela Administração), judicial ou amigável.
Passa-se à análise de cada uma dessas modalidades.
2.4.1. Conclusão do objeto contratado
Quando há o adimplemento das prestações pelo contratado ou o
término do prazo contratual originariamente fixado e não houverProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 53 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
prorrogação, há a extinção do contrato pela conclusão do objeto
contratado.
Em se tratando de obras e serviços, o objeto será recebido
provisoriamente pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em
até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado, e
definitivamente por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes,
após o decurso do prazo de observação - que não pode ser superior a
90 (noventa) dias - ou vistoria que comprove a adequação do objeto
aos termos contratuais.
Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos, o
objeto será recebido provisoriamente para efeito de posterior
verificação da conformidade do material com a especificação e,
posteriormente, de forma definitiva, após a verificação da qualidade e
quantidade do material e consequente aceitação. Se a compra ou
locação for de equipamento de grande vulto, o recebimento far-se-á
mediante termo circunstanciado e, nos demais objetos, mediante
recibo.
A lei dispensa o recebimento provisório e informa que o
recebimento definitivo será feito mediante recibo nos seguintes casos:
• gêneros perecíveis e alimentação preparada,
• serviços profissionais e obras e serviços de valor até R$
80.000,00 (oitenta mil reais), desde que não se componham
de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à
verificação de funcionamento e produtividade.
r \Questão de concurso
50. (CESPE - 2013 - TELEBRÁS - Especialista) A conclusão
do objeto contratual determina a extinção do contrato pela cessaçãoProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 54 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
do vínculo obrigacional entre as partes, dado o integral cumprimento
de suas cláusulas.
Como vimos, a conclusão do objeto contratual é uma das formas
de extinção do contrato administrativo.
Gabarito: Correto.
51. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) Em se
tratando de compras ou de locação de equipamentos, executado o
contrato administrativo, seu objeto deve ser recebido, provisoriamente,
por servidor ou comissão designada por autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso
do prazo de observação ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais.
Veja que o examinador confundiu dois conceitos:
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:I - em se tratando de obras e serviços:a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
Gabarito: Errado
2.4.2. Anulação
A Administração está sujeita ao princípio da legalidade e exerce o
controle sobre seus atos. No exercício do poder de autotutela, a
Administração deve anular seus atos quando eivados de vício de
legalidade e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade. Esse poder também pode ser exercido nos contratos de
que a Administração é parte.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 55 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
O art. 59 da Lei n.° 8.666/1993 informa que a declaração de
nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo
os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Apesar disso, se o contratado não foi o causador do vício, a
Administração deve indenizá-lo pelo que houver executado até a data
da declaração da nulidade e por outros prejuízos comprovados.
Alexandrino e Paulo (2010, p. 520) informam que a lei não impõe à
Administração o dever de indenizar o contratado pelos lucros cessantes,
mas apenas pelos danos emergentes.
Com fundamento na Súmula 473/STF e no art. 5.°, LV, da CF, o
STJ (RMS 27.440) e o TCU (Acórdão n.° 1.531, Plenário) entendem que
a Administração deve conferir ao contratado a oportunidade de se
manifestar antes de promover a anulação do contrato, em atenção ao
direito ao contraditório e à ampla defesa.
Por fim, vale dizer que a nulidade da licitação gera a nulidade do
contrato (art. 49, § 2.°).
2.4.3. Rescisão
A rescisão do contrato administrativo pode ocorrer de três formas:
amigável, judicial e unilateral ou administrativa.
A rescisão amigável ocorre quando a Administração e o
contratado têm interesse na rescisão do contrato.
A rescisão judicial ocorre por decisão judicial que determina o fim
do contrato. Normalmente é o contratado quem ingressa em juízo, pois
a Administração tem o poder de rescindir unilateralmente o contrato
nas hipóteses previstas na Lei.
A rescisão unilateral (administrativa) só ocorre nas hipóteses
legais e na forma já abordada em tópico próprio.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 56 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
EstratégiaC O N C U R S O S * " *
Questão de concurso
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
52. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Area
Judiciária) Suponha que, na execução de determinada obra pública, o
contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à
administração. Nesse caso, a administração estará legitimada a
promover a rescisão do contrato após obter autorização judicial em
ação proposta com essa finalidade específica.
Nesse caso a Administração poderá Administração Pública rescindir,
unilateralmente, o contrato administrativo quando há culpa do
contratado, conforme a Lei 8666, art. 78 inciso V, sem necessidade de
autorização judicial.
Gabarito: Errado.
53. (CESPE/Procurador do Estado da Paraíba/2008) A respeito
dos contratos administrativos, assinale a opção incorreta.
a) É possível a existência de contrato administrativo com prazo de
vigência indeterminado.
b) Fato do príncipe é situação ensejadora da revisão contratual
para a garantia da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
c) Força maior e caso fortuito são eventos imprevisíveis e
inevitáveis, que geram para o contratado excessiva onerosidade ou
mesmo impossibilidade da normal execução do contrato.
d) Ocorre fato da administração quando uma ação ou omissão do
poder público especificamente relacionada ao contrato impede ou
retarda a sua execução.
e) Interferências imprevistas consistem em elementos materiais
que surgem durante a execução do contrato, dificultando extremamente
a sua execução e tornando-a insuportavelmente onerosa.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 57 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Está na cara que a opção incorreta é a letra A, pois contraria texto
expresso de lei. Não é possível contrato administrativo com prazo
indeterminado.
3) RESUMO
Vamos aos principais pontos abordados nessa nossa aula.
Primeiramente quanto aos contratos administrativos.
O art. 60, parágrafo único, da Lei n.° 8.666/1993, afirma que "é
nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o
de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas
de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no
art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em regime de adiantamento".
O valor discriminado na lei é, atualmente, de R$ 4.000,00 (quatro mil
reais).
O art. 62, por sua vez, observa que "o instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho
de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço".
Caso haja a alteração do contrato administrativo, seja em razão de
risco decorrente do negócio ou por vontade unilateral da Administração,
o contratado terá direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico e
financeiro do contrato (art. 58, §§ 1.° e 2.°, e 65, § 6.°, da Lei n.°
8.666/1993).
As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais,
equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 58 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato,
aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços
essenciais.
Com relação à alteração dos contratos, especialmente quanto aos
acréscimos ou supressões, vale a transcrição dos §§ 1°, 2° e 3° do art.
65 da Lei n° 8.666/93: "§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta
por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou
supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo
anterior, salvo: II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados
preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante
acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 1o deste artigo".
Nas hipóteses de rescisão unilateral por culpa do contratado,
ocorrerá a assunção imediata do objeto do contrato (opcional), a
ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal pela Administração de forma a dar continuidade à execução do
contrato (opcional), execução da garantia contratual caso o contratado
deva multas e indenizações à Administração, retenção dos créditos do
contratado até o limite dos prejuízos do poder público e aplicação das
sanções administrativas cabíveis (art. 80).
Caso não haja culpa do contratado, as mesmas consequências
são verificadas, uma vez que a lei não distingue as hipóteses de
rescisão com culpa das hipóteses em que há culpa do contratado. O art.
79, § 2.°, contudo, informa que a rescisão levada a cabo pela
Administração, sem qualquer interferência do contratado gera o direito
deste de ser indenizado pelos prejuízos que houver sofrido (danosProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 59 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
emergentes) e pelo custo da desmobilização, de ver devolvida a
garantia prestada e de receber o pagamento pelo que executou até o
momento da rescisão.
Na Lei n.° 8.666/1993, a exceção do contrato não cumprido pode
ser oposta contra a Administração quando o atraso no pagamento de
obra ou serviço já executado for superior a noventa dias. Nesse caso,
pode o contratado escolher entre a suspensão da execução do contrato
ou a sua rescisão judicial ou amigável. Se optar pela rescisão, terá
direito às parcelas descritas no art. 79, § 2.°, acima mencionado.
As sanções administrativas são definidas taxativamente nos arts.
86 e 87 da Lei em comento. São elas: (a) advertência; (b) multa; (c)
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos; (d)
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
Dentre as áleas extraordinárias, que ensejam a inexecução sem
culpa do contrato administrativo ou o restabelecimento do seu equilíbrio
econômico financeiro, se possível, estão:
fato do príncipe fato da
administração
Caso fortuito e
força maior
Ato geral da
Administração
Fato concreto da
Administração
Circunstância natural
ou humana
imprevista
Os regimes de execução de obras são (a) direta, em que a
execução é promovida pelos agentes da própria Administração; e (b)
indireta, em que a Administração contrata terceiros para a realização do
objeto. Esta última modalidade de execução se subdivide em:
empreitada por preço global, em que o preço ajustado leva em
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 60 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
consideração a obra como um todo; empreitada por preço unitário,
quando o preço leva em conta unidades determinadas da obra a ser
realizada; empreitada integral, quando a obra é contratada na sua
integralidade, compreendendo todas as suas etapas, incluindo serviços
e obras; e tarefa, quando se ajusta mão de obra para pequenos
trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais (art.
6.°, VIII, "d"), independentemente de prévia licitação.
A duração dos contratos administrativos fica adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, salvo quando se tratar de produtos
contemplados nas metas do Plano Plurianual, de serviços contínuos e de
aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática.
Vamos agora às questões comentadas ao longo da aula.
4) Questões
1. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) O contrato
administrativo é uma modalidade de contrato em que a administração
pública estabelece um acordo com outra entidade administrativa, sendo
vedada a contratação com particulares.
2. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) Define-se
contrato administrativo como um acordo entre duas partes em que
ambas assumem obrigações e direitos.
3. (CESPE -2015- DPE-PE - Defensor Público) De acordo com a
Lei n.° 8.666/1993, o contrato administrativo deve ser escrito, sendo
nulo e de nenhum efeito todo contrato verbal celebrado com a
administração pública.
4. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) O instrumento de contrato não será obrigatório nas hipóteses
em que a administração puder substituí-lo pela ordem de execução de
serviço.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 61 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
5. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) Para que o contrato administrativo tenha eficácia, é
indispensável a publicação resumida do instrumento de contrato na
imprensa oficial, sendo dispensável a adoção da mesma formalidade
para os aditamentos contratuais.
6. (CESPE - 2013 - ANP - Analista Administrativo) Em
consonância com a previsão constitucional de observância do
procedimento licitatório no âmbito da administração pública, não é
admissível, em nenhuma hipótese, o contrato verbal.
7. (CESPE - CNJ - 2013 - Analista Judiciário - Área
Administrativa) Em virtude do princípio do formalismo, os contratos
administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento
escrito, salvo os de pequenas compras para pronto pagamento, em que
se admite contrato verbal com a administração pública.
8. (CESPE - 2013 - TRT - 10a REGIÃO (DF e TO) - Técnico
Judiciário) Para os fins legais, somente será considerado contrato o
ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito
9. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) A administração deve convocar regularmente o interessado
para assinar o termo de contrato, dentro do prazo e das condições
estabelecidos, sem direito a prorrogação.
10. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Contratos de
compra de pequeno valor e com pagamento imediato podem ser
celebrados verbalmente pela administração pública.
11. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Os contratos
relativos à constituição, modificação e extinção de direitos reais sobre
imóveis, como os demais contratos administrativos, devem ser lavrados
e arquivados em ordem cronológica na repartição interessada.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 62 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
12. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) E
considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito pela
administração, com exceção dos relativos a contratações de pequenas
compras de pronto pagamento, como as de valor não superior a 5% do
valor estimado para a modalidade convite, feitas em regime de
adiantamento.
13. CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) No que se
refere à formalização do contrato administrativo, o denominado termo
de contrato é dispensável nos casos de concorrência e de tomada de
preços.
14. (CESPE - 2013 - MI - Todos os Cargos ) O resumo do
instrumento de contrato deve ser publicado na imprensa oficial no prazo
máximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura.
15. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista - Advocacia) Será nulo
qualquer contrato administrativo celebrado e ajustado verbalmente
com a administração pública.
16. CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O contrato administrativo é sempre
consensual e, em regra, formal, oneroso e comutativo, mas não
é intuitu personae ou personalíssimo.
17. (CESPE - 2012 -TJ-AC - Juiz) No que se refere às
disposições das Leis n.° 10.520/2002 e n.° 8.666/1993, que dispõem
sobre licitação, sistema de registro de preços e contratos
administrativos, assinale a opção correta.
(f) Quando a administração procede à alteração unilateral do
contrato administrativo com o propósito de adequá-lo às finalidades de
interesse público, não se faz necessária a revisão das suas cláusulas
econômico-financeiras.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 63 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
(g) Os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do
contratado, apuradas no procedimento da licitação, razão pela qual é
vedada a cessão ou transferência, total ou parcial, de seu objeto para
outrem.
(h) Para a licitação na modalidade pregão, consideram-se bens
e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.
(i) Organizado o sistema de registro de preços para a prestação
de serviços e aquisição de bens, a administração fica obrigada a firmar
as contratações que dele possam advir, vedada a utilização de outros
meios licitatórios que tenham idêntico objeto e finalidade.
(j) Conforme previsão legal, a concorrência, a tomada de
preços, o convite, o concurso e o leilão devem adotar,
obrigatoriamente, um dos seguintes tipos de licitação: menor preço,
melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta.
18. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado) Considere
que uma empresa vencedora de certame licitatório subcontrate, com
terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração pública,
apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no
contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do
prazo estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade
impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de
prejuízo ou descumprimento de cláusulas contratuais.
19. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A regra segundo
a qual os contratos administrativos são realizados intuitu personae é
absoluta.
20. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O equilíbrio financeiro do contratoProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 64 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
administrativo é a relação, estabelecida inicialmente pelas partes, entre
os encargos do contrato e a retribuição da administração para a justa
remuneração do objeto do ajuste.
21. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor) A recomposição ou
revisão de preços visa à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, garantida constitucionalmente, aplica-se no
caso de ocorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis, mas de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando-se álea econômica
extraordinária e extracontratual.
22. CESPE- 2013 - BACEN - Procurador - Questão adaptada)
No contrato administrativo, o reajuste é o instrumento por meio do qual
é realizado aumento real do valor pago ao contratado, podendo ocorrer
independentemente de previsão contratual.
23. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) Ao contratar
com a administração pública o empresário corre um risco, denominado
álea contratual, que pode ser classificada em ordinária ou
extraordinária.
24. (CESPE - 2010 - MS - Analista) É admitida a celebração de
contratos administrativos com pessoas físicas domiciliadas no
estrangeiro.
25. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) As cláusulas
econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
podem ser alteradas de forma unilateral pela administração.
26. (CESPE - 2010 - MS - Analista) O regime jurídico dos
contratos administrativos concede à administração pública o direito de
modificar unilateralmente as cláusulas econômico-financeiras dos
contratos administrativos, para melhor adequação ao interesse comum.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 65 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
27. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) A
administração pública, ao suprimir parte do objeto de um contrato,
provocou modificações no valor inicial contratual. Nessa situação, o
contrato poderá ser rescindido mediante requerimento da empresa
contratada.
28. (CESPE - 2013 - Telebras - Advogado) Nos contratos
públicos, o direito privado atua de forma supletiva, pois não substitui ou
derroga as normas privativas da administração pública.
29. (CESPE - 2013 - CNJ - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com
determinado órgão público. Nessa situação hipotética, caso a
administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
30. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário) Suponha
que, na execução de determinada obra pública, o contratado paralise
a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
31. (CESPE - 2013 - MI - Todos os cargos) A administração
pública pode rescindir unilateralmente o contrato administrativo,
devendo motivar formalmente sua decisão e assegurar ao particular
a ampla defesa e o contraditório.
32. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista) Na hipótese de atraso
injustificado do contrato administrativo provocado pelo contratado, é
cabível a rescisão unilateral pela administração, sem que se imponha a
esta o dever de ressarcir o contratado.
33. (CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico -
Direito) A inexecução culposa de contrato administrativo resulta de ação
ou omissão da parte, decorrente da negligência, imperícia ou
imprudência.
34. (CESPE - 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o
item subsequente, relativo a elaboração e fiscalização de contratos.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 66 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
Considere que uma empresa contratada para prestação de serviços
técnicos tenha concluído uma demanda. Considere, ainda, que essa
empresa tenha notificado a instituição e solicitado validação para
posterior emissão de fatura. Nesse caso, é papel do fiscalizador do
contrato validar se a demanda concluída faz parte do escopo contratual.
35. (CESPE - 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o
item subsequente, relativo a elaboração e fiscalização de contratos.
Ao encontrar uma irregularidade na execução do contrato, o fiscal
do contrato deverá notificar tal irregularidade verbalmente, em primeiro
momento, ao preposto da contratada. Caso essa irregularidade não seja
corrigida, o fiscal deverá notificar a empresa por meio de
correspondência simples entregue pelos correios.
36. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Celebrado
o contrato com a administração pública, a execução desse contrato
deve ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
administração especialmente designado para tal fim, admitida a
contratação de terceiros para assistir ou subsidiar o trabalho.
37. (CESPE - 2-13 - SERPRO - Analista) A atualização
monetária é devida a partir do vencimento da respectiva obrigação,
ainda que não exista no contrato administrativo cláusula expressa
nesse sentido.
38. (CESPE - 2013 - TCU - Auditor) Visando resguardar o
adequado cumprimento do contrato administrativo, a administração
pública deve indicar e exigir, entre as opções legalmente previstas, a
garantia a ser prestada pelo particular contratado para executar obras,
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 67 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
39. (CESPE - 2013 - MI - Todos os cargos) A prestação de
garantia pelo particular é obrigatória para a execução de contratos
administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
40. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de
Telecomunicações - Advogado) O contratado é responsável pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais decorrentes
da execução do contrato, porém sua inadimplência transfere a
responsabilidade relativa a esses encargos para a administração
pública.
41. (CESPE - 2013 - TRT - Técnico Judiciário - Questão
adaptada) Na hipótese de dano causado diretamente pelo contratado a
terceiros, decorrente de sua culpa na execução do contrato, o
contratado será responsável pelo dano, ainda que tenha ocorrido a
fiscalização pelo órgão interessado.
42. (CESPE - 2013 - TCE-RS - Oficial de Controle Externo)
Considere que determinado órgão público tenha contratado, mediante
licitação, certa sociedade empresária para a prestação de serviço de
limpeza e que a referida empresa não tenha cumprido todas as
obrigações trabalhistas com seus empregados. Nessa situação, o órgão
contratante responderá solidariamente com a empresa contratada
perante o Poder Judiciário pelos encargos não adimplidos.
43. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista) No que concerne à
execução dos contratos administrativos, a administração pública
responde solidariamente com o contratado pelo inadimplemento dos
encargos previdenciários.
44. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário) Na execução dos
contratos administrativos, prorrogações de prazo devem ser justificadas
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 68 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
por escrito e previamente autorizadas pela autoridade competente para
celebrar o contrato.
45. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário) Os contratos
administrativos, ressalvadas as espécies de contratos previstas em lei,
devem, necessariamente, conter cláusula que identifique o crédito
orçamentário que responderá pela despesa. Portanto, considerando-se
as normas vigentes no país, a duração e a execução dos contratos
administrativos não podem, via de regra, ultrapassar o prazo de um
ano.
46. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente) Como regra geral, os
créditos orçamentários têm a mesma duração do contrato
administrativo.
47. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Analista de Informática) Nos
casos de obra pública, é devida e adequada a modificação das
condições inicialmente pactuadas no contrato, sempre que seja
necessário o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro entre
os encargos do contrato e a justa remuneração do objeto do ajuste.
48. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
O contrato de concessão de serviço público pode ser rescindido por
iniciativa da concessionária, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim, no caso de descumprimento das normas
contratuais pelo poder concedente.
49. (CESPE - 2013 - ANS - Analista Administrativo) O contrato
de gestão é uma espécie contratual mediante a qual entidades ou
órgãos da administração pública contratam empresas especializadas em
gestão pública com a finalidade de estabelecer metas administrativas e
um modelo de gestão adequado para alcançá-las.
50. (CESPE - 2013 - TELEBRÁS - Especialista) A conclusão
do objeto contratual determina a extinção do contrato pela cessação
do vínculo obrigacional entre as partes, dado o integral cumprimento
de suas cláusulas.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 69 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
51. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) Em se
tratando de compras ou de locação de equipamentos, executado o
contrato administrativo, seu objeto deve ser recebido, provisoriamente,
por servidor ou comissão designada por autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso
do prazo de observação ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais.
52. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
Suponha que, na execução de determinada obra pública, o contratado
paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à
administração. Nesse caso, a administração estará legitimada a
promover a rescisão do contrato após obter autorização judicial em
ação proposta com essa finalidade específica.
53. (CESPE/Procurador do Estado da Paraíba/2008) A respeito
dos contratos administrativos, assinale a opção incorreta.
a) É possível a existência de contrato administrativo com prazo de
vigência indeterminado.
b) Fato do príncipe é situação ensejadora da revisão contratual
para a garantia da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
c) Força maior e caso fortuito são eventos imprevisíveis e
inevitáveis, que geram para o contratado excessiva onerosidade ou
mesmo impossibilidade da normal execução do contrato.
d) Ocorre fato da administração quando uma ação ou omissão do
poder público especificamente relacionada ao contrato impede ou
retarda a sua execução.
e) Interferências imprevistas consistem em elementos materiais
que surgem durante a execução do contrato, dificultando extremamente
a sua execução e tornando-a insuportavelmente onerosa.
Gabarito: 1) E
2) CProf. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 70 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
3) E 30) E
4) C 31) C
5) E 32) C
6) E 33) C
7) C 34) C
8) E 35) E
9) E 36) C
10) C 37) C
11) E 38) E
12) C 39) E
13) E 40) E
14) C 41) C
15) E 42) E
16) E 43) C
17) C 44) C
18) E 45) C
19) E 46) C
20) C 47) C
21) C 48) C
22) E 49) E
23) C 50) C
24) C 51) E
25) E 52) E
26) E 53) A
27) E
28) C
29) E
5) Referências
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 71 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo
Descomplicado. 18a Ed., São Paulo, Método, 2010.
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Licitações e contratos:
orientações básicas / Tribunal de Contas da União. 3. ed. rev. atual. e
ampl. Brasília: TCU, Secretaria de Controle Interno, 2006.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Intervenção no VI Fórum da Reforma
do Estado. Rio de Janeiro, 1°. de outubro de 2007.
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito Administrativo.
Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1977.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo,
13a Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005.
DALLARI, Adilson Abreu. Aspectos jurídicos da licitação. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22a Ed. Editora
Atlas, São Paulo, 2009.
FERNANDES, J. U. Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão
presencial e eletrônico. 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 13a Ed., Editora Saraiva,
São Paulo, 2008.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos
administrativos. 12. ed. São Paulo: Dialética, 2008.
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, Tomo I, 3a Edição,
Salvador, 2007, Jus Podivm.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23a ed., São
Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 27a
Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010.
______. Preferências em licitação para bens e serviços fabricados no
Brasil e para empresas brasileiras de capital nacional. Revista Eletrônica
de Direito Administrativo Econômico (REDAE), Salvador, Instituto
Brasileiro de Direito Público, n.° 15, agosto/setembro/outubro 2008.Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 72 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM
Direito Administrativo p/STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa. Teoria e Exercícios comentados.Prof Daniel Mesquita - Aula 03
MUKAI, Toshio. Estatutos jurídicos das licitações. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 1992.
TALAMINI, Daniele Coutinho. Revogação do Ato Administrativo,
Malheiros Editores, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo - 24a
edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
SUNDFELD, Carlos Ari. Licitação e contrato administrativo. São Paulo:
Malheiros, 1994. Disponível em <http://justenfilho.com.br/wp-
content/uploads/2008/12/81.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2010.
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos
Administrativos, 3a Ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2008.
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo - Série Advocacia Pública,
Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo, 2011.
Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em
www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.sti.ius.br.
Prof. Daniel Mesquita WWW.eStrategiaCOnCUrSOS.COm.br 73 de 71
Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita
ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM