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Aula 02 Direito Previdenciário p/ INSS (Prof. Ali Mohamad Jaha) Professor: Ali Mohamad Jaha .

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    Direito Previdencirio p/ INSS (Prof. Ali Mohamad Jaha)Professor: Ali Mohamad Jaha

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    2. Turma 2014/2014 Teoria e Questes Comentadas

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    AULA 02 Tema: Previdncia Social e seus Beneficirios. Assuntos Abordados: 3. Regime Geral de Previdncia Social (RGPS). 3.1. Segurados Obrigatrios. 3.3. Conceito, Caractersticas e Abrangncia: Empregado, Empregado Domstico, Contribuinte Individual, Trabalhador Avulso e Segurado Especial. 3.4. Segurado Facultativo: Conceito, Caractersticas, Filiao e Inscrio. 3.5. Trabalhadores excludos do Regime Geral (RGPS). 4. Empresa e Empregador Domstico: Conceito Previdencirio. 10. Manuteno, Perda e Restabelecimento da Qualidade de Segurado. 11. Lei n. 8.212/1991. 12. Lei n. 8.213/1991. 13. Decreto n. 3.048/1999. Sumrio Pgina Saudaes Iniciais. 1 - 2 01. Previdncia Social Conceito. 2 - 2 02. Princpios da Previdncia Social. 3 - 9 03. Regime Geral de Previdncia Social RGPS. 9 - 13 04. Segurados Obrigatrios do RGPS. 13 - 13 04.1. Segurado Obrigatrio Empregado. 13 - 22 04.2. Segurado Obrigatrio Empregado Domstico. 22 - 22 04.3. Segurado Obrigatrio Contribuinte Individual. 22 - 40 04.4. Segurado Obrigatrio Trabalhador Avulso. 40 - 41 04.5. Segurado Obrigatrio Segurado Especial. 41 - 55 05. Servidor Ocupante de RPPS x RGPS. 55 - 57 06. Segurado Facultativo do RGPS. 57 - 63 07. Manuteno e Perda da Qualidade de Segurado. 63 - 68 08. Dependentes e suas classes. 68 - 71 08.1. Perda da Qualidade de Dependente. 71 - 74 09. Empresa e Empregador Domstico. 74 - 76 10. Conselho Nacional de Previdncia Social. 76 - 81 11. Resumex da Aula. 81 - 88 12. Questes Comentadas. 89 - 189 13. Questes Sem Comentrios. 190 - 216 14. Gabarito das Questes. 217 - 217 Saudaes Iniciais.

    Ol Concurseiro! Tudo bem?

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    Vamos continuar o nosso Curso de Direito Previdencirio p/ INSS 2. Turma 2014/2014?

    No vamos perder tempo! Bons estudos! =)

    01. Previdncia Social Conceito.

    A Previdncia Social um dos trs ramos que compe a Seguridade Social, e deve ser tratada como um seguro que garanta a renda do contribuinte e de sua famlia em casos de doena, acidente, gravidez, priso, morte e velhice. Oferece vrios benefcios comprometendo-se com a tranquilidade do segurado no presente e no futuro, e pelo menos em tese, com a sua proteo perante os infortnios da vida. Porm, para ter essa proteo, necessrio se inscrever e contribuir todos os meses para a Previdncia Social. Em suma, a Previdncia Social apresenta carter contributivo, ou seja, s usufrui dela aquele que contribui, ao contrrio dos outros dois ramos da Seguridade Social: a Sade (que direito de todos) e a Assistncia Social (que devida apenas a quem dela necessitar). Para facilitar, no esquea o seguinte mnemnico:

    Seguridade Social = Previdncia + Assistncia Social + Sade

    Ter Seguridade Social = ter PAS FRPVPHVPR Memorize:

    SEGURIDADE

    SOCIAL

    PREVIDNCIA SOCIAL

    ASSISTNCIA SOCIAL

    SADE

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    02. Princpios da Previdncia Social.

    Aps essa breve conceituao e introduo sobre Direito Previdencirio e a Seguridade Social (Previdncia, Assistncia e Sade), devemos observar que a legislao previdenciria traz os Princpios que regem a Previdncia Social, a saber:

    1. Universalidade de participao nos planos previdencirios; 2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais; 3. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios; 4. Clculo dos benefcios considerando-se os salrios de contribuio corrigidos monetariamente; 5. Irredutibilidade do valor dos benefcios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo; 6. Valor da renda mensal dos benefcios substitutos do salrio de contribuio ou do rendimento do trabalho do segurado no inferior ao do salrio mnimo; 7. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos rgos colegiados.

    Analisando princpio por princpio, temos:

    1. Universalidade de participao nos planos previdencirios (UPPP):

    Esse princpio assegura que, todos os cidados que exercem atividades abrangidas pelo Regime Geral da Previdncia Social (RGPS), e tm como gestor o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sero filiados obrigatrios da Previdncia Social.

    (VVDXQLYHUVDOLGDGHpXPWDQWRUHVWULWDSRLVa Previdncia Social

    apresenta carter contributivo, ou seja, os benefcios e servios previdencirios sero fornecidos apenas s pessoas que com a Previdncia contribuem. Cabe observar que a Sade direito de todos e que a Assistncia Social prestada somente s pessoas que dela necessitam.

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    2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais (UEBS):

    Esse princpio segue o alinhamento do Direito do Trabalho, presente

    na CF/1988, e prev que no deve haver diferena entre trabalhadores urbanos e rurais. A prestao do benefcio ou do servio previdencirio aos segurados deve ser o mesmo, independentemente de se tratar um trabalhador do campo ou da cidade.

    O benefcio aposentadoria, por exemplo, no pode possuir valor

    inferior para os trabalhadores rurais, bem como o atendimento mdico posto disposio dos mesmos, ter qualidade inferior aos prestados aos trabalhadores urbanos.

    Numa interpretao mais ampla, constata-se que o princpio da

    Uniformidade e equivalncia dos benefcios tem inspirao no princpio FRQVWLWXFLRQDOGDLJXDOGDGHWRGRVVmRLJXDLVSHUDQWHDOHLsem distino GHTXDOTXHUQDWXUH]D CF/1988, Art. 5., caput). 3. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios (SDBS):

    Esse princpio traz conceitos do glorioso Direito Tributrio, a saber:

    Seletividade e Distributividade. A prestao de benefcios e servios sociedade no pode ser infinita. Convenhamos, por mais que o governo fiscalize e arrecade as contribuies sociais, nunca haver oramento suficiente para atender toda a sociedade.

    Diante dessa constatao, deve-se lanar mo da Seletividade, que

    nada mais do que fornecer benefcios e servios em razo das condies de cada um, fazendo de certa forma, uma seleo de quem ser beneficiado. Como exemplos claros, temos o Salrio Famlia, que devido apenas aos segurados de baixa renda. No adianta ter 7 filhos e uma remunerao de R$ 30.000,00 por ms. Para receber Salrio Famlia, necessrio comprovar que voc um segurado de baixa renda. Isso Seletividade. O mesmo vale para o Auxlio Recluso.

    E Distributividade? uma consequncia da Seletividade, pois ao

    selecionar os mais necessitados para receber os benefcios da Seguridade Social, automaticamente estar ocorrendo uma redistribuio de renda aos mais pobres. Isso distributividade.

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    4. Clculo dos benefcios considerando-se os salrios de contribuio corrigidos monetariamente (BSCC):

    Esse princpio tem por objetivo afastar a corroso da inflao no momento da obteno do benefcio previdencirio. No Brasil a sistemtica do clculo do benefcio funciona da seguinte forma: Todos os meses, o cidado recolhe a sua contribuio social, calculada atravs da aplicao de uma alquota sobre o seu Salrio de Contribuio (SC), sendo que esse, geralmente coincide com o seu salrio mensal. Aps muitos anos contribuindo para o RGPS, o cidado ter direito a gozar do benefcio, que ser calculado atravs da mdia de todos os salrios de contribuio (SC) do cidado, excluindo, em regra, os 20% menores SC.

    Imagine que Charles requeira benefcio junto ao INSS em

    Maio/2012, tendo contribudo regularmente para o RGPS desde Maio/1987. Nesse caso, se a mdia dos valores contribudos fosse calculada sem a devida correo, sem dvida, os SC mais antigos (1987, 1988, 1989...) estariam todos totalmente defasados e corrodos pela inflao, o que jogaria o benefcio previdencirio de Charles l pra baixo.

    Para evitar esse tipo de situao, a legislao previdenciria elencou

    esse princpio, que garante que no momento do clculo do benefcio previdencirio, todos os SC sero corrigidos monetariamente, ms a ms, pelos ndices oficiais, at a data do requerimento do benefcio, garantindo assim, o valor real e atualizado desse. 5. Irredutibilidade do valor dos benefcios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo (IRRVB):

    Quando foi escrito esse princpio legal, no longnquo ano de 1991, o

    Brasil tinha acabado de passar por uma dcada conturbada, sendo que o principal problema da poca era a inflao galopante. Um litro de leite custava 1.200,00 unidades monetrias no ms de janeiro, j no ms seguinte, 2.000,00 unidades monetrias. O legislador originrio no teve dvidas, e decidiu proteger os trabalhadores pertencentes ao RGPS.

    Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefcios garantida

    por meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou superior ao da inflao do mesmo perodo. Imagine o absurdo de um benefcio de aposentadoria nunca ser reajustado? No primeiro ano, o benefcio seria razovel, compatvel com as necessidades do aposentado. No segundo ano, iria apertar um pouco o cinto. No quinto ano o aposentado j estaria

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    mendigando no semforo. E se esse aposentado vivesse at prximo aos 90 anos? No gosto nem de imaginar.

    Quanto a esse princpio constitucional bom frisar que o mesmo

    apresenta duas vertentes a serem observadas:

    W Aos benefcios da Seguridade Social (Sade e Assistncia) esto garantidos a preservao do valor nominal, que aquele definido na concesso de determinado benefcio e nunca reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face, e;

    W Aos benefcios da Previdncia Social esto garantidos a

    preservao do valor real, que aquele que tem o seu valor definido na concesso do benefcio, mas reajustado anualmente (em regra), para manter o seu poder de compra atualizado.

    Observe que apenas os benefcios da Previdncia Social so

    assegurados a preservao do valor real (poder de compra). Em suma, com o passar do tempo, os benefcios no podero perder o seu poder de compra. Imagine que um aposentado receba R$ 1.100,00 em 2013, e que esse benefcio tenha um poder de compra de 1 cesta bsica. Passado um ano, o benefcio reajustado para R$ 1.110,00, mas o seu poder de compra cai para o equivalente a 0,85 cesta bsica. Nesse caso no houve a preservao do valor real do benefcio.

    O Art. 201, 4. da CF/1988 apenas uma aplicao do princpio

    da irredutibilidade:

    assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei.

    Por fim, devo ressaltar que antigamente o STF defendia que o

    princpio da irredutibilidade preservava apenas o valor nominal dos benefcios previdencirios, enquanto que a maioria dos autores ptrios defendia que tal princpio defendia o valor real dos benefcios previdencirios. Atualmente no resta dvida quanto ao posicionamento do STF:

    "Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no art. 201, 4, da Constituio do Brasil, assegura a reviso dos benefcios previdencirios conforme critrios definidos em lei, ou seja, compete ao legislador ordinrio definir as diretrizes para conservao do VALOR REAL do benefcio. Precedentes." (AI

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    668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda Turma, DJ de 7-12-2007.) No mesmo sentido: AI 689.077-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009.

    6. Valor da Renda Mensal dos Benefcios (RMB) substitutos do salrio de contribuio ou do rendimento do trabalho do segurado no inferior ao do salrio mnimo (RMBSM):

    O legislador infraconstitucional, seguindo a linha adotada pela CF/1988, garantiu ao trabalhador que todo benefcio que venha a substituir o Salrio de Contribuio ou a renda mensal do trabalhador, ter como menor valor o salrio mnimo.

    Observe que a regra no abrange todos os benefcios previdencirios, mas somente aqueles que venham a substituir o rendimento mensal do trabalhador. Diante dessa constatao, podemos afirmar que existiro alguns benefcios com valor inferior ao salrio mnimo, como o Auxlio Acidente e o Salrio Famlia, pois nenhum deles substitui o rendimento do segurado, apenas complementa. 7. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados (DDQ):

    Esse princpio visa participao da sociedade em geral na gesto

    da Previdncia Social. Essa gesto democrtica (participa quem tem interesse), descentralizada (pessoas de vrios setores diferentes podem participar) e quadripartite. E o que isso significa? Quer dizer que obrigatria a participao de 4 classes, sendo, trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo, nas instncias gestoras da Previdncia Social, que so: CNPS (Conselho Nacional da Previdncia Social) e CRPS (Conselho de Recursos da Previdncia Social).

    Aps a explanao detalhada dos Princpios da Previdncia Social,

    devo chamar a sua ateno para que no os confunda com os elencados no Art. 194 da CF/1988, que so os Princpios Constitucionais da Seguridade Social. Devo relembrar que a Seguridade Social apresenta um conceito mais amplo que a Previdncia Social, que abarca a Sade, a Assistncia Social e a prpria Previdncia. Observe o estudo em paralelo e no erre na prova:

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    Princpios da Previdncia Social (Legislao Previdenciria):

    Princpios Constitucionais da Seguridade Social:

    1. Universalidade de participao nos planos previdencirios (UPPP).

    1. Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA).

    2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais (UEBS).

    2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais (UEBS).

    3. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios (SDBS).

    3. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (SDBS).

    4. Clculo dos benefcios considerando-se os salrios de contribuio corrigidos monetariamente (BSCC).

    4. Equidade na forma de participao no custeio (EFPC).

    5. Irredutibilidade do valor dos benefcios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo (IRRVB).

    5. Irredutibilidade do valor dos benefcios (IRRVB).

    6. Valor da Renda Mensal dos Benefcios substitutos do salrio de contribuio ou do rendimento do trabalho do segurado no inferior ao do salrio mnimo (RMBSM).

    6. Diversidade da base de financiamento (DBF).

    7. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos rgos colegiados (DDQ).

    7. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados (DDQ).

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    Para no errar:

    03. Regime Geral de Previdncia Social RGPS.

    Atualmente, so duas as formas existentes para gerar os recursos

    que se transformaro em benefcios no sistema previdencirio: o Regime de Repartio e o Regime de Capitalizao.

    O Regime de Repartio, adotado pela Previdncia Social ptria,

    aquele em que as pessoas que esto na ativa (trabalhando) contribuem para o sistema, ou seja, so essas pessoas que custeiam os benefcios de quem j os recebe (inativos).

    Tambm classificado como Pacto de Geraes, tal regime no

    apresenta grandes problemas quando alto o nmero de quem trabalha e contribui para assegurar pagamento aos beneficirios. A situao complica-se, porm, nas economias com queda nas taxas de natalidade e

    Princpios da SEGURIDADE

    E PREVIDNCIA

    UEBS SDBS IRRVB DDQ

    UPPP BSCC RMBSM

    Princpios da PREVIDNCIA

    UCA EFPC DBF

    Princpios da SEGURIDADE

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    mortalidade, nos quais h reduo no nmero de trabalhadores contribuintes e aumento da faixa etria dos segurados.

    Outro agravante a queda nas contribuies motivadas pelo

    desemprego ou pela sua informalidade, os quais reduzem a entrada de recursos ao sistema sem reduzir a sada, haja vista os casos de no contribuinte receberem benefcios.

    Por sua vez, no Regime de Capitalizao, seus participantes so responsveis pela formao do saldo que no futuro ser vertido em benefcio, por meio de um fundo individual ou coletivo. Em termos de equilbrio financeiro, bastante seguro, j que o beneficirio quem paga no presente sua futura aposentadoria. Como representantes deste regime no Brasil esto as Entidades de Previdncia Complementar, abertas ou fechadas, indicadas a quem quer e ou precisa complementar o benefcio oferecido pela Previdncia Social (RGPS).

    Vamos aprofundar nossos estudos na rea de Previdncia Social?

    Sem preguia Concurseiro! =)

    Conforme definido no Decreto n. 3.048/1999 (Regulamento da Previdncia Social), ou simplesmente, RPS/1999, a Previdncia Social compreende dois regimes:

    1. Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), e; 2. Regimes Prprios de Previdncia Social (RPPS) dos servidores pblicos e dos militares.

    Da classificao supracitada j podemos definir que a Previdncia

    Social abrange apenas 2 regimes previdencirios. E a Previdncia Complementar? No! Ela no est compreendida dentro da Previdncia Social. Ateno com isso!

    Previdncia Social

    Previdncia Complementar

    RGPS

    RPPS

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    O objeto dos nossos estudos para as provas de concursos o RGPS.

    E afinal de contas, o que vem a ser o RGPS? O RGPS a forma como a Previdncia organizada. Essa organizao prev um regime de carter contributivo e de filiao obrigatria (Previdncia = contribuies, lembra?). A filiao ao RGPS obrigatria pelo simples exerccio de atividade remunerada. O sujeito que exerce, concomitantemente (ao mesmo tempo), mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) obrigatoriamente filiado em relao a cada uma dessas atividades, observado o limite mnimo (salrio mnimo) e mximo (teto do RGPS) para o Salrio de Contribuio (SC).

    Como podemos perceber, o exerccio de atividade remunerada j enseja a filiao obrigatria ao RGPS, e no s isso! Se o sujeito exercer trs atividades diferentes, dever ser filiado ao RGPS em relao a cada uma delas. Ahhh... Se o fulano ganha R$ 5.000,00 no emprego A, R$ 550,00 no emprego B e R$ 1.550,00 no emprego C, qual ser seu SC? O SC sempre dever respeitar o teto do RGPS, atualmente no valor de R$ 4.390,24, no podendo ele recolher contribuies sobre um SC maior.

    E no caso do aposentado pelo RGPS que voltar a exercer atividade

    abrangida por este regime? Esse aposentado tambm ser considerado segurado obrigatrio em relao a essa atividade! Isso mesmo, ele ter que recolher as contribuies devidas em funo dessa nova atividade remunerada.

    O que o RGPS faz pelo segurado que com ele contribui? O RGPS garante a cobertura das seguintes situaes, expressas no art. 5. do RPS/1999:

    1. Cobertura de eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada; 2. Proteo maternidade, especialmente gestante; 3. Proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio; 4. Salrio famlia e auxlio recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda; 5. Penso por morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes.

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    Por sua vez, o Seguro Desemprego, apesar de ter carter previdencirio, administrado e concedido pelo MTE e no pelo INSS, que a autarquia vinculada diretamente ao Ministrio da Previdncia Social (MPS) que administra o RGPS, como podemos extrair do RPS/1999:

    Art. 7 A administrao do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) atribuda ao Ministrio da Previdncia Social (MPS), sendo exercida pelos rgos e entidades a ele vinculados (no caso, pelo INSS).

    E para concluir a nossa explanao sobre o RGPS, quem so as

    pessoas beneficirias do RGPS? So as pessoas fsicas classificadas como Segurados e Dependentes. Classificando de forma mais detalhada:

    - Segurados Obrigatrios:

    Contribuinte Individual Trabalhador Avulso Empregado Domstico Empregado Segurado Especial

    Facultativos

    - Dependentes

    Percebeu que existem 5 segurados obrigatrios e 1 segurado

    facultativo? Reparou nas letras que esto em negrito? Isso outro mnemnico que eu aprendi com meu amigo, o Prof. talo Romano. Como fica o mnemnico?

    CADES F

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    Pronto! Nunca mais voc vai esquecer quais so os segurados

    obrigatrios e facultativo do RGPS! =) 04. Segurados Obrigatrios do RGPS.

    Essa parte essencial para as provas de Direito Previdencirio! muito comum a questo contar um pouco da histria do trabalhador, contar o que ele faz, de que forma faz, e ao final questionar em qual classe de segurado, obrigatrio ou facultativo, ele se classifica. Quer um exemplo para ficar claro?

    Muitas pessoas moram em condomnios de edifcio, e nesse tipo de local sempre existe a figura do sndico! Agora questiono: em qual classe de segurado classificado o sndico?

    Depende! Se o sndico receber remunerao para exercer as atividades administrativas inerentes a sua funo, ele se enquadra como Contribuinte Individual. Por outro lado, se o sndico no receber nada, ser Segurado Facultativo. Aqui a seguinte informao se faz necessria: a iseno da taxa de condomnio, compensada ao sndico e/ou subsndico em exerccio, configura meio de remunerao pelo trabalho mensal, transformando-o em Contribuinte Individual. Em outras palavras, a iseno da taxa de condomnio tem natureza de remunerao indireta! Anote isso amigo!

    O enquadramento da atividade dentro das classes de segurados

    realizado pela prpria lei previdenciria e regulamentado pelo RPS/1999. Vou apresentar para voc, meu caro aluno, todos os enquadramentos com os respectivos comentrios e dicas! Sem preguia, hein! =) 04.1. Segurado Obrigatrio Empregado.

    So enquadrados como Empregados, as seguintes pessoas fsicas:

    01. Aquele que presta servio de natureza urbana ou rural a empresa, em carter no eventual, sob sua subordinao (jurdica) e mediante remunerao, inclusive como diretor empregado.

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    Esse o conceito de Empregado conforme o Direito do Trabalho. Nesse ramo do Direito podemos observar que o empregado apresenta os seguintes requisitos:

    Pessoa Fsica: No existe empregado Pessoa Jurdica.

    No eventualidade: O empregado deve exercer suas funes de modo permanente e constante. A legislao previdenciria entende que servio prestado em carter no eventual aquele relacionado direta ou indiretamente s atividades normais da empresa.

    Pessoalidade: O empregado deve prestar os servios contratados. No havendo pessoalidade, ser descaracterizada a relao de emprego.

    Subordinao Jurdica: O empregado deve obedecer s ordens lcitas de seu empregador. Subordinao jurdica pressupe que o empregado deve obedecer s ordens de seu empregador, mediante retribuio econmica (salrio). Porm, essas ordens no devem adentrar no mrito da parte tcnica da execuo do servio contratado, pois se assim fosse, estaramos diante de uma subordinao tcnica. Em outras palavras, o empregador pode mandar em seu empregado em relao a vrios aspectos (cumprimento de horrio, forma de atendimento de cliente, utilizao de equipamentos de proteo individual, etc.), mas jamais o empregador poder mandar ou desmandar na parte tcnica do trabalho. Como assim? Imagine um eletricista contratado por um lojista para ampliar a rede de energia de sua loja. Nesse caso, o eletricista tem subordinao jurdica em relao ao lojista, mas no tem subordinao tcnica, pois o lojista no pode dizer de que forma ele realizar o servio de eletricidade.

    Onerosidade: Toda relao de emprego remunerada (onerosa), ou seja, se no rolar dinheiro, no emprego.

    Como vimos, a legislao previdenciria adotou como primeiro

    enquadramento, de forma coerente e oriunda do Direito do Trabalho, o conceito exato de empregado.

    E para concluir os comentrios sobre esse enquadramento, o que seria o diretor empregado? Conforme a legislao previdenciria aquele que, participando ou no do risco econmico do empreendimento, seja

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    contratado ou promovido para cargo de direo das sociedades annimas (S/A), mantm as caractersticas inerentes relao de emprego. Em suma, o indivduo promovido ou contratado como empregado para cargo de direo em S/A, a fim de comandar a empresa, mantendo inclusive a subordinao.

    02. Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporrio (ETT), por prazo no superior a 3 meses, prorrogvel, presta servio para atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servio de outras empresas, na forma da legislao prpria.

    A ETT uma empresa que coloca mo de obra disposio de outra

    empresa, a empresa contratante, em duas situaes:

    - Atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente: Quando a empresa contratante precisa repor, de forma rpida e temporria, as baixas de seus empregados. - Acrscimo extraordinrio de servio: Imagine uma fbrica de chocolates na poca da Pscoa (Hummm...). Imaginou? H certamente um grande aumento na demanda em decorrncia da data, e para dar conta do recado, e o que fazer? Contratar pessoal temporrio via ETT.

    Para fins previdencirios, o trabalhador que vem a ser contratado

    pela ETT para trabalhar em qualquer uma das duas situaes, pelo prazo mximo de 3 meses (prorrogveis), enquadrado como segurado Empregado.

    03. O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agncia de empresa constituda sob as leis brasileiras e que tenha sede e administrao no Pas.

    Tanto o brasileiro quanto o estrangeiro domiciliado no Brasil

    que for contratado para servio no exterior, em sucursal (filial ou agncia), ser considerado empregado, desde que a empresa:

    - Seja constituda sob as leis brasileiras, e; - Tenha sede e administrao no Brasil.

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    Quer um exemplo? Um vendedor (empregado) de uma empresa do ramo do vesturio, constituda sob as leis brasileiras, com sede e administrao em Cianorte/PR, transferido para a filial em Milo (Itlia), continuar sendo enquadrado como Empregado. E caso seja o empregado argentino? Depende! Ele domiciliado e contratado no Brasil? Se sim, ser enquadrado como Empregado.

    04. O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente empresa constituda sob as leis brasileiras, que tenha sede e administrao no Pas e cujo controle efetivo esteja em carter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas fsicas domiciliadas e residentes no Pas ou de entidade de direito pblico interno.

    Esse enquadramento uma variao complicada do outro. Vamos

    anlise:

    Tanto o brasileiro quanto o estrangeiro domiciliado no Brasil que for trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior considerado empregado, desde que a empresa concomitantemente:

    - Tenha a maioria do capital votante (maioria das aes ordinrias Contabilidade) pertencente empresa constituda pelas leis brasileiras. - Que a empresa constituda pelas leis brasileiras tenha sede e administrao no Brasil e que o controle efetivo esteja nas mos de pessoas fsicas (nacionais ou estrangeiras) domiciliadas e residentes no Brasil.

    Conforme dispe o Cdigo Civil de 2002, so pessoas jurdicas de direito pblico interno ou entidades de direito pblico interno, a Unio, os Estados Membros, o Distrito Federal, os Territrios, os Municpios, as Autarquias (inclusive as Associaes Pblicas) e as demais entidades de carter pblico criadas por lei.

    Esse exemplo vai ser um pouco mais complexo. =) Um paraguaio, domiciliado e contratado no Brasil (situao comum

    nas fronteiras), contratado para trabalhar na NY Beach, empresa norte-americana, localizada em Nova York (EUA). A NY Beach tem a maioria de

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    suas aes ordinrias (capital votante) pertencentes a MS Praia, empresa brasileira, constituda sob as leis brasileiras, com sede e administrao em Dourados/MS. Cabe ainda ressaltar que a MS Praia est sob o controle efetivo de empresrios (pessoas fsicas) da cidade de Campo Grande/MS. Sem dvida, o paraguaio segurado empregado.

    Devemos prestar ateno que mesmo em se tratando de empresa

    estrangeira, ela se encontra sob domnio de empresa brasileira (maioria do capital votante), e a empresa brasileira, por sua vez, se encontra sob domnio de residentes nacionais (controle efetivo por pessoas fsicas ou jurdicas). Essa a regra.

    05. Aquele que presta servio no Brasil misso diplomtica ou a repartio consular de carreira estrangeira e a rgos a elas subordinados, ou a membros dessas misses e reparties, excludos o no brasileiro sem residncia permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislao previdenciria do pas da respectiva misso diplomtica ou repartio consular.

    A misso diplomtica ou repartio consular se equipara, para

    fins previdencirios, a uma empresa. Quando a misso contrata um brasileiro residente, em regra, esse indivduo enquadrado como empregado. Mas temos excees. No se enquadram como empregado as seguintes contrataes:

    1. No brasileiro sem residncia permanente no Brasil; 2. Brasileiro residente, mas amparado por legislao previdenciria do pas da misso diplomtica ou da repartio consular.

    06. O brasileiro civil que trabalha para a Unio no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que l domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime prprio de previdncia social (RPPS).

    Brasileiro que trabalha no exterior para a Unio empregado!

    regra! O sujeito deve trabalhar em organismo oficial do qual o Brasil seja membro efetivo. Mesmo que ele seja domiciliado e contratado no exterior ele ser segurado empregado. S no ser empregado se for amparado por RPPS (da Unio ou do Organismo Internacional).

    07. O brasileiro civil que presta servios Unio no exterior, em reparties governamentais brasileiras, l domiciliado e

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    contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei n. 11.440/2006, este desde que, em razo de proibio legal, no possa filiar-se ao sistema previdencirio local.

    Brasileiro civil (no militar), que trabalha no exterior para a Unio?

    Empregado! Essa foi a regra apresentada no enquadramento anterior. Esse enquadramento reza que o brasileiro que prestar servio para Unio, no exterior, em reparties governamentais brasileiras, ser considerado empregado, inclusive na condio de Auxiliar Local. O que seria isso? Conforme Art. 56, Lei n. 11.440/2006:

    Auxiliar Local o brasileiro ou o estrangeiro admitido para prestar servios ou desempenhar atividades de apoio que exijam familiaridade com as condies de vida, os usos e os costumes do pas onde esteja sediado o posto.

    Em resumo, o cara que conhece bem a regio e os costumes

    locais!

    O enquadramento faz uma ressalva quanto ao auxiliar local! Em regra ele deve ser filiado ao sistema previdencirio local. Caso haja proibio legal, ele ser enquadrado como empregado. Logo, o enquadramento de empregado para o Auxiliar Local residual, ou seja, s ocorrer se ele no for filiado ao sistema previdencirio local.

    08. O bolsista e o estagirio que prestam servios empresa, em desacordo com a Lei n. 11.788/2008 (Lei do Estgio).

    Quando um bolsista ou estagirio presta servio empresa em

    desacordo com a Lei do Estgio, na verdade ele est trabalhando como um empregado! O enquadramento priorizou a essncia da relao! O estgio no gera vnculo empregatcio. No difcil encontrarmos empresas que explorem seus estagirios, fazendo-os trabalhar em condies de igualdade com seus empregados. Se esse for o caso, no estaremos diante de uma relao de estgio, mas sim de uma relao de emprego indevidamente constituda, na forma de contrato por prazo indeterminado, segundo o direito do trabalho.

    09. O servidor da Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio, includas suas autarquias e fundaes, ocupante, exclusivamente, de cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao.

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    Esse enquadramento direcionado aos cargos comissionados dos entes polticos, de livre nomeao e livre exonerao, ou como tratamos no Direito Administrativo, os chamados cargos ad nutum. Quando, por exemplo, um prefeito nomeia o irmo no servidor para cargo em comisso, e este exercer exclusivamente o cargo comissionado, a Previdncia o enquadrar como segurado empregado.

    A legislao previdenciria estende esse enquadramento ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretrio Estadual, Distrital ou Municipal, sem vnculo efetivo com a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundaes.

    10. O servidor do Estado, Distrito Federal ou Municpio, bem como o das respectivas autarquias e fundaes, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, no esteja amparado por regime prprio de previdncia social (RPPS).

    Esse enquadramento ampara, na esfera estadual e principalmente

    na esfera municipal, uma situao intermediria. Nos pequenos municpios, os concursos so realizados para a contratao de servidores estatutrios (detentores de cargos efetivos), mas, geralmente por razes econmicas e financeiras, o referido ente no possui condies de criar um RPPS especfico para seus funcionrios. Dessa forma, os servidores pblicos so enquadrados, para fins previdencirios, como contribuinte Empregado, regido pela CLT (Consolidao das Leis do Trabalho).

    11. O servidor contratado pela Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio, bem como pelas respectivas autarquias e fundaes, por tempo determinado, para atender necessidade temporria de excepcional interesse pblico, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituio Federal.

    Os contratados temporariamente por necessidade temporria de

    excepcional interesse pblico so enquadrados como empregados, para fins previdencirios.

    12. O servidor da Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio, includas suas autarquias e fundaes, ocupante de emprego pblico.

    Empregado pblico aquele sujeito contratado por concurso pblico

    regido pelo regime CLT (Consolidao das Leis do Trabalho). Esse tambm enquadrado para fins previdencirios como empregado. No mbito da

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    Unio, podemos citar os Conselhos de Fiscalizao de Profisses Regulamentadas (CRM, CRA, CRC, etc.). Os empregados dessas autarquias federais pertencem ao regime celetista, contratados por meio de concurso pblico, mas enquadrados no RGPS na condio de empregado. Em resumo, por estar abarcado pelo RGPS, possui seu SC limitado ao teto do RGPS (que como j vimos, atualmente R$ 4.390,24), ainda que este empregado pblico perceba mensalmente R$ 6.000,00. Assim sendo, no futuro, seus benefcios (aposentadorias e penses) tambm estaro limitados ao mesmo teto.

    13. O escrevente e o auxiliar contratados por titular de servios notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), em conformidade com a Lei n. 8.935/1994 (Lei dos Cartrios).

    Em regra, o escrevente e o auxiliar de cartrio (servios notariais

    e de registro), so enquadrados como empregados. Essa regra vlida a partir de 21/11/1994 at os dias atuais. O escrevente e o auxiliar contratado em data anterior a 21/11/1994, deve ter feito a opo pelo RGPS para ser enquadrado como segurado Empregado, e gozar de seus benefcios.

    Os escreventes e auxiliares de investidura estatutria ou em regime especial, contratados por titular de servios notariais e de registro antes da vigncia da Lei n. 8.935/1994 (21/11/1994) que fizeram opo, expressa, pela transformao do seu regime jurdico para o da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), sero segurados obrigatrios do Regime Geral de Previdncia Social como empregados e tero o tempo de servio prestado no regime anterior integralmente considerado para todos os efeitos de direito.

    Por fim, no tendo havido a opo supracitada, os escreventes e auxiliares de investidura estatutria ou em regime especial continuaro vinculados legislao previdenciria que anteriormente os regia, desde que mantenham as contribuies nela estipuladas at a data do deferimento de sua aposentadoria, ficando, consequentemente, excludos do RGPS conforme dispe a legislao previdenciria.

    14. O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que no vinculado a regime prprio de previdncia social (RPPS).

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    Essa regra vale para o poltico que no era servidor antes de virar poltico, ou seja, no era vinculado a nenhum RPPS. Um Auditor-Fiscal do Trabalho eleito deputado federal ser enquadrado como empregado no RGPS? No! Pois ele j est vinculado ao RPPS da Unio.

    15. O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime prprio de previdncia social (RPPS).

    Essa a situao do indivduo que trabalha em um organismo oficial

    internacional (ou estrangeiro) em funcionamento no territrio nacional. Em regra, esse indivduo coberto pelo RPPS (do organismo ou de alguns dos entes polticos), mas caso no seja coberto, ele ser enquadrado como segurado empregado do RGPS.

    16. O trabalhador rural contratado por Produtor Rural Pessoa Fsica (PRPF), na forma do art. 14-A da Lei n. 5.889/1973 (Lei do Trabalho Rural), para o exerccio de atividades de natureza temporria por prazo no superior a 2 meses dentro do perodo de 1 ano.

    Nesse ponto analisaremos o trabalhador rural empregado, que

    no pode ser confundido com o trabalhador rural segurado especial, que aquele que trabalha em regime de economia familiar, como veremos no decorrer de nossa aula. =)

    Conforme observamos no dispositivo supracitado, o trabalhador

    rural contratado por Produtor Rural Pessoa Fsica (PRPF) para realizar atividades temporrias ser enquadrado como segurado empregado. Devo ressaltar que, como dispe o 4. do Art. 14-A da Lei n. 5.889/1973, a contratao de trabalhador rural por pequeno prazo s poder ser realizada por PRPF, proprietrio ou no, que explore diretamente atividade agroeconmica.

    Por sua vez, se a contratao de trabalhador rural ultrapassar 2

    meses dentro do perodo de 1 ano, fica descaracterizada a condio de trabalho temporria, sendo convertida a relao trabalhista em contrato de trabalho por prazo indeterminado. Entretanto, essa alterao no mbito trabalhista no respinga no mbito previdencirio, uma vez que fica mantido o enquadramento como segurado empregado.

    17. O aprendiz, maior de 14 e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficincia, ao qual no se aplica o limite mximo de idade, sujeito formao tcnico-profissional metdica, sob

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    a orientao de entidade qualificada, conforme disposto na Consolidao das Leis do Trabalho (CLT).

    Esse dispositivo prev que o aprendiz, a partir dos 14 anos,

    segurado empregado. Essa condio, em regra, perdura at os 24 anos exceto se o aprendiz for portador de deficincia, que nesse caso, no observar o referido limite. Alm da limitao de idade, a empresa deve fornecer formao tcnico-profissional ao aprendiz. Esse enquadramento no tem cara de questo de prova??? =) 04.2. Segurado Obrigatrio Empregado Domstico.

    A legislao previdenciria delimita da seguinte forma esse enquadramento:

    Pessoa fsica que presta servio de natureza contnua, mediante remunerao, a pessoa ou famlia, no mbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.

    Um exemplo clssico a empregada domstica, mas no o nico

    caso. Imagine um rico fazendeiro que contrata um motorista para ficar disposio de sua esposa e filhos para lev-los cidade. O motorista presta servio de natureza contnua, mediante remunerao, para famlia (esposa e filhos do fazendeiro) no mbito residencial (ele no trabalha com as atividades da fazenda) e realiza uma atividade sem fins lucrativos (levar a madame para passear, as crianas para a escola, para o McDonalds, etc.). Sem dvida, o motorista em questo tambm enquadrado como empregado domstico. =) 04.3. Segurado Obrigatrio Contribuinte Individual.

    A classificao de segurado como Contribuinte Individual nasceu em 1999, quando o governo federal unificou as seguintes classes de segurados: Trabalhador Autnomo e Empresrio. O Contribuinte Individual tem como caracterstica a prestao de servio em carter eventual a vrias empresas, SEM relao de emprego. Tambm caracterstica marcante o exerccio de atividade econmica por conta prpria.

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    So enquadrados como Contribuintes Individuais, as seguintes

    pessoas fsicas:

    01. Quem presta servio de natureza urbana ou rural, em carter eventual, a uma ou mais empresas, sem relao de emprego.

    Esse um dos conceitos previdencirios de contribuinte

    individual. Se a prova der um exemplo prtico a ser analisado, e durante a anlise voc constatar que:

    1. A prestao do servio ocorre em carter eventual. 2. A prestao realizada a vrias empresas. 3. No existe vnculo do trabalhador com as empresas onde exerce suas atividades.

    No tenha dvida! Voc est diante de um contribuinte individual!

    Pode marcar o gabarito! =)

    02. A pessoa fsica que exerce, por conta prpria, atividade econmica de natureza urbana, com fins lucrativos ou no.

    Esse outro conceito previdencirio de contribuinte individual.

    Novamente analise a questo e observe os seguintes requisitos:

    1. Prestao de servio por conta prpria.

    2. Atividade econmica de natureza urbana (no pode ser rural).

    3. Com ou sem lucro.

    Houve preenchimento dos requisitos? Perfeito! contribuinte individual!

    03. A pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade agropecuria, a qualquer ttulo, em carter permanente ou temporrio, em rea, contnua ou descontnua, superior a 4 mdulos fiscais; ou, quando em rea igual ou inferior a 4 mdulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxlio de empregados ou por intermdio de prepostos.

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    O enquadramento apresenta uma redao truncada e difcil, no ? Antes de iniciar a explanao, o que vem a ser um mdulo fiscal? O mdulo fiscal representa uma unidade de medida expressa em hectares (ha), fixada para cada municpio do Brasil, em funo das caractersticas locais. O mdulo fiscal tem um valor para cada cidade! Em Paranava/PR, por exemplo, o mdulo fiscal equivale a 20 ha. Por sua vez, em Ponta Por/MS, o mdulo fiscal equivale a 35 ha e em Corumb/MS, 110 ha.

    Voltando ao enquadramento, consideramos Contribuinte Individual:

    Pessoa fsica, proprietria ou no da terra, que explore:

    1. Atividade Agropecuria, em rea superior a 4 mdulos fiscais, com ou sem auxlio de empregados ou prepostos. 2. Atividade Agropecuria, em rea igual ou inferior a 4 mdulos fiscais, desde que, com auxlio de empregados ou prepostos. 3. Atividade Pesqueira ou Extrativista, desde que, com auxlio de empregados ou prepostos.

    Como podemos perceber, a redao truncada e difcil do

    enquadramento na verdade estava abarcando os trs tipos de situaes acima citados. Observe que a referncia aos mdulos fiscais s realizada quando da explorao da atividade agropecuria.

    04. A pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade de extrao mineral (garimpo), em carter permanente ou temporrio, diretamente ou por intermdio de prepostos, com ou sem o auxlio de empregados, utilizados a qualquer ttulo, ainda que de forma no contnua.

    Esse o enquadramento do garimpeiro: Contribuinte Individual!

    Garimpeiro no empregado! Entretanto, o que poucos estudantes sabem, que o garimpeiro j teve um enquadramento distinto.

    At 1998 o garimpeiro era considerado Segurado Especial.

    Entretanto, a Emenda Constitucional n. 20/1998 (Primeira Emenda de Reforma da Previdncia) alterou a redao do 8. do Art. 195 da CF/1988, excluindo o garimpeiro dessa condio. Com isso, a partir dessa emenda, esse segurado passou a ser classificado como Contribuinte Individual.

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    No se esquea, garimpeiro contribuinte individual! Essa

    questo manjada em concurso, no perca ponto com esse tipo de problema! =)

    05. O ministro de confisso religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregao ou de ordem religiosa.

    Padre no empregado da igreja! contribuinte individual. Os

    representantes religiosos sempre sero contribuintes individuais, independentemente da religio e de suas denominaes: padre, pastor, rabino, etc.

    06. O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil membro efetivo, ainda que l domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime prprio de previdncia social.

    Em regra, o brasileiro civil (no militar) que trabalhar para

    organismo oficial internacional (que o Brasil seja membro efetivo), residindo no pas do organismo, em regra, ser coberto por RPPS (do organismo ou de algum ente poltico). Caso no seja, ser enquadrado como Contribuinte Individual no RGPS.

    Para visualizar melhor a condio citada, supomos que um brasileiro v trabalhar na ONU (Organizao das Naes Unidas), em Nova York (EUA) e que ele no seja coberto pelo RPPS da ONU ou de qualquer ente poltico. Sabemos que o Brasil membro da ONU, logo, o brasileiro em questo enquadrado como Contribuinte Individual.

    J observou que esse enquadramento quase igual ao outro que ns vimos acima, lembra? Observe:

    enquadrado como Empregado: O brasileiro civil que trabalha para a Unio no exterior, em

    organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que l domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime prprio de previdncia social (RPPS).

    Percebeu a diferena entre os enquadramentos?

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    Brasileiro Civil que trabalha, no exterior, para a Unio, em organismo internacional que o Brasil seja membro. Empregado. Brasileiro Civil que trabalha, no exterior, para organismo internacional que o Brasil seja membro. Contribuinte Individual.

    Agora ficou mais fcil, no mesmo? Analisando a fundo a situao,

    observamos que ao trabalhar no exterior estar diante de duas situaes possveis:

    Trabalhar para a Unio: Empregado

    Trabalhar para o organismo internacional: Contribuinte

    Individual

    Agora ficou bem clara a diferena entre os enquadramentos, certo? Vamos continuar! =)

    07. O titular de firma individual urbana ou rural.

    Esse enquadramento classifica o titular de firma individual, ou empresrio (conforme a Lei n. 10.406/2002 - Cdigo Civil) como Contribuinte Individual, independentemente de ser a atividade urbana ou rural. Como exemplo, temos uma empresa de projetos de engenharia civil, cujo proprietrio e consultor engenheiro civil. Ele empresrio individual e contribuir para a Previdncia Social na qualidade de Contribuinte Individual.

    08. O diretor no empregado e o membro de conselho de administrao na sociedade annima.

    O diretor empregado, como j foi visto, enquadrado como

    Empregado. O diretor no empregado, por sua vez, enquadrado como

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    Contribuinte Individual. E o que vem a ser o diretor no empregado? aquele que, participando ou no do risco econmico do empreendimento, seja eleito, por assembleia geral dos acionistas, para cargo de direo das sociedades annimas (S/A), no mantendo as caractersticas inerentes relao de emprego. Nesse caso, no existe o vnculo empregatcio! O sujeito investido no cargo de direo da S/A e pronto! Vamos fazer um paralelo? Observe:

    Diretor empregado: contratado ou promovido para cargo de direo na S/A, desde que observadas as exigncias caractersticas inerentes da relao de emprego. Empregado. Diretor no empregado: investido no cargo de direo na S/A, sem a existncia da relao de emprego. Contribuinte Individual.

    Mas ateno: No porque no existe o vnculo empregatcio que

    no existe remunerao. Ningum trabalha de graa! Da mesma forma que a empresa pode contratar um consultor financeiro (contribuinte individual), para eventuais consultas ou servios, ela tambm possui autonomia para contratar um Diretor (Contribuinte Individual) no empregado. Ficou claro?

    09. Todos os scios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indstria.

    Nesse enquadramento encaixam-se duas vertentes:

    Scios em Sociedade em Nome Coletivo (SNC): esse tipo de sociedade , conforme o Cdigo Civil de 2002, composto exclusivamente por pessoas fsicas, sendo que esses indivduos so enquadrados como Contribuintes Individuais perante a Previdncia Social. Scios em Sociedade de Capital e Indstria (SCI): Esse outro estava presente no secular Cdigo Comercial (Lei n. 556/1850), mas os artigos que dispunham desse tipo de sociedade foram revogados pelo Cdigo Civil de 2002. Em suma, a legislao previdenciria est desatualizadssima, mas se cair na sua prova, marque que o scio em SCI enquadrado como Contribuinte Individual! No estamos

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    nos preparando para um debate acadmico e sim para uma prova de alto nvel, e muitas vezes o que vale a letra da lei, ainda que no atualizada!

    10. O scio gerente e o scio cotista que recebam remunerao decorrente de seu trabalho e o administrador no empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural.

    Esse enquadramento engloba trs classes diferentes de

    contribuintes individuais, a saber:

    Scio Gerente: o scio da sociedade limitada que realiza funes de gestor. Scio Cotista: o scio da sociedade limitada que no realiza funes de gestor. Administrador no empregado da sociedade limitada: aquele que presta consultoria gerencial junto sociedade. Ele no faz parte dos quadros da sociedade (no empregado), mas trabalha para ela. Como percebemos, as trs classes esto relacionadas figura da

    sociedade limitada. E se, por exemplo, a questo citar qualquer uma das classes vinculadas a uma sociedade por aes (S/A), a questo estar errada! Fique atento!

    11. O associado eleito para cargo de direo em cooperativa, associao ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o sndico ou administrador eleito para exercer atividade de direo condominial, desde que recebam remunerao.

    Esse dispositivo abarca duas classes diferentes de contribuintes

    individuais, a saber:

    Diretor Associado de Cooperativa ou Associao: aquele associado que por eleio nomeado para cargo de diretor de sua associao ou agropecuria, desde que receba remunerao. Sndico de condomnio remunerado: esse dispositivo faz referncia a uma das mais clebres figuras da vida urbana cotidiana: O sndico! RS! Quem j morou em condomnio sabe do que estou falando! O sndico, quando remunerado, classificado

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    como contribuinte individual. E o sndico no remunerado? Esse segurado facultativo. Preste ateno nessa diferena! No entanto, enfatizo novamente a informao introduzida no comecinho da nossa aula: a iseno da taxa de condomnio, compensada ao sndico e/ou subsndico em exerccio, configura meio de remunerao pelo trabalho mensal, transformando-o em Contribuinte Individual. OK? Prosseguimos!

    12. O aposentado de qualquer regime previdencirio nomeado magistrado classista temporrio da Justia do Trabalho, ou nomeado magistrado da Justia Eleitoral, conforme previses constantes na Constituio Federal.

    Esse enquadramento de contribuinte individual rene duas

    hipteses:

    Aposentado nomeado Magistrado Classista Temporrio da Justia do Trabalho: Atualmente, no existe a figura do Juiz Classista do Trabalho! A Justia do Trabalho passou por duas reformas profundas: Emenda Constitucional n. 24/1999 (Disposies sobre a representao classista) e Emenda Constitucional n. 45/2004 (Reforma do Poder Judicirio). Essas reformas aboliram a representao classista e modernizaram a justia trabalhista. Como voc pode perceber, amigo, a legislao previdenciria tambm est desatualizada nesse ponto, mas no podemos desprez-lo, pois o mesmo pode ser objeto de nossa prova. Aposentado nomeado Magistrado da Justia Eleitoral: Esse dispositivo faz referncia ao advogado aposentado, escolhido para atuar como Juiz do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Em relao a esse advogado, a legislao previdenciria pontua uma ressalva: o magistrado nomeado manter o mesmo enquadramento no RGPS de antes de sua investidura no cargo de Juiz da Justia Eleitoral.

    13. O cooperado de cooperativa de produo que, nesta condio, presta servio sociedade cooperativa mediante remunerao ajustada ao trabalho executado.

    Essa uma disposio muito importante!

    Funciona assim: Uma sociedade cooperativa contrata uma

    cooperativa de produo para a realizao de um servio qualquer. Essa

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    cooperativa de produo disponibiliza seu cooperado para a realizao do trabalho contratado. Como voc percebeu, no existe vnculo entre o cooperado e a sociedade cooperativa (contratante). Essa prestao ocorre em carter eventual e pode ser prestada a vrias sociedades cooperativas distintas. Lembrando-se do conceito previdencirio de contribuinte, no temos dvida que esse cooperado pertencente cooperativa de produo (contratada) enquadrado como contribuinte individual.

    14. O Microempreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A, 18-B e 18-C da Lei Complementar n. 123/2006 (Simples Nacional), que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuies abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.

    Antes de iniciar essa explanao, j adianto que vou me alongar um

    pouco mais nesse enquadramento, pois se trata de um assunto complexo e com algumas peculiaridades importantes.

    A priori, o que vem a ser o MEI? A legislao do Simples Nacional considera MEI o Empresrio Individual, que:

    Exerce profissionalmente a atividade econmica organizada

    para a produo ou a circulao de bens ou de servios, adotando o conceito legal de Empresrio previsto no Art. 966 do Cdigo Civil;

    Que tenha auferido receita bruta no ano-calendrio anterior de no mximo R$ 60.000,00 e;

    Seja optante pelo Simples Nacional. O Simples Nacional nada mais do que um regime tributrio

    diferenciado, simplificado e favorecido, previsto na Lei Complementar n. 123/2006, aplicvel s Microempresas (ME) e s Empresas de Pequeno Porte (EPP). Para o MEI que est iniciando a sua atividade, a Lei do Simples Nacional considera para clculo da renda auferida no ano-calendrio, o importe de R$ 5.000,00 multiplicado pelo nmero de meses compreendido entre o incio da atividade e o final do respectivo ano-calendrio, consideradas as fraes de meses como um ms inteiro. Por exemplo, se um Micro Empresrio Individual iniciou suas atividades em 20/04/2011, o Simples Nacional considerar como renda auferida por ele no ano calendrio de 2011 o valor R$ 45.000,00, referentes a 9 meses

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    multiplicados por R$ 5.000,00, ou seja, de abril a dezembro. Simples mesmo, no ? =)

    Conforme dispe a legislao tributria, a opo pelo enquadramento como MEI implica que o empresrio, nessa condio (Contribuinte Individual), dever recolher a sua contribuio social na forma prevista pela legislao previdenciria, ou seja, com a aplicao da alquota de 5% sobre o limite mnimo mensal do salrio de contribuio, que nada mais do que o salrio mnimo (Lei n. $UW LQFLVR ,, DOtQHD D'HYR UHVVDOWDU TXH WDOforma de recolhimento implica automaticamente na excluso do direito ao benefcio de Aposentadoria por Tempo de Contribuio ao MEI.

    Com essa forma de recolhimento, o MEI no poder contar seu tempo de contribuio para:

    1. Obteno da Aposentadoria por Tempo de Contribuio do RGPS (Regime Geral da Previdncia Social), e;

    2. Contagem Recproca de Tempo de Contribuio para obteno de benefcios previdencirios no mbito de algum RPPS (Regime Prprio de Previdncia Social), no caso de o MEI vir a trabalhar no setor pblico na qualidade de servidor pblico estatutrio.

    Para contar com esse tempo de contribuio na qualidade de MEI

    (Contribuinte Individual) para fins de obteno da Aposentadoria por Tempo de Contribuio e/ou da Contagem Recproca do Tempo de Contribuio, o empresrio dever complementar a contribuio mensal j quitada, mediante recolhimento do valor correspondente diferena entre o percentual pago (5%) e aquele que garante o efetivo benefcio ao segurado (20%), acrescido dos juros moratrios de que trata a Lei n. 9.430/1996. Em suma, o MEI deve pagar 15% sobre todos os seus salrios de contribuio acrescentados dos juros moratrios, para poder cont-los como tempo de contribuio. Um exemplo deixa tudo mais fcil! =)

    Imagine que Waldemir tenha contribudo durante os 3 primeiros meses do ano de 2013 como MEI. O referido empresrio foi aprovado posteriormente no concurso para o cargo de Analista-Tcnico da SUSEP, desejando levar para o RPPS do Governo Federal esse perodo que contribuiu como MEI. Nesse caso o que fazer? Waldemir dever recolher a diferena entre o percentual pago (5%) e o percentual de 20% em relao

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    a cada uma das contribuies na condio de MEI (Contribuinte Individual) com os respectivos juros moratrios, da seguinte forma:

    Ms/Ano Salrio Mnimo

    Contribuio Recolhida

    (5%)

    Contribuio a Recolher

    (15%)

    Juros Moratrios

    Pagamento em

    Abril/2013: Janeiro/2013 678,00 33,90

    101,70 2,44 104,14

    Fevereiro/2013 678,00 33,90 101,70 1,72 103,42 Maro/2013 678,00 33,90

    101,70 0,98 102,68

    Total: 310,24

    A legislao tributria ainda traz que a empresa contratante de

    servios executados por intermdio do MEI mantm, em relao a essa contratao, a obrigatoriedade de recolhimento de sua Cota Patronal no valor de 20% sobre o total da remunerao paga ao MEI. Se a empresa contratante for uma instituio financeira (bancos, caixas econmicas, sociedades de crdito, etc.), a Cota Patronal ser de 22,5%. Porm, essa obrigatoriedade de recolhimento de Cota Patronal, por parte da empresa contratante do MEI, ocorre somente na prestao dos seguintes servios:

    1. Hidrulica; 2. Eletricidade; 3. Pintura; 4. Alvenaria; 5. Carpintaria; 6. Manuteno de Veculos.

    Por sua vez, o empresrio individual que possua apenas um nico

    empregado que receba 1 salrio mnimo ou o piso salarial da categoria, poder ser enquadrado como MEI (Contribuinte Individual). Nesse caso, o MEI dever recolher a Cota Patronal de 3% sobre o salrio de contribuio do seu empregado contratado, devendo reter e recolher esse valor, obedecendo s previses previstas na legislao tributria e previdenciria.

    Para finalizar o nosso longo tpico sobre MEI, guarde as seguintes informaes para a sua prova:

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    MEI que trabalha por conta prpria

    O MEI recolhe a Contribuio Social de 5% sobre o salrio mnimo, com possibilidade de complementao at 20% para fazer jus a Aposentadoria por Tempo de Contribuio.

    MEI contratado por empresa

    A empresa recolhe a Cota Patronal de 20% ou 22,5% (instituies financeiras) sobre a remunerao do MEI.

    MEI que contrata 01 empregado O MEI recolhe a Cota Patronal de 3% sobre a remunerao do seu empregado.

    15. O condutor autnomo de veculo rodovirio, assim considerado aquele que exerce atividade profissional sem vnculo empregatcio, quando proprietrio, coproprietrio ou promitente comprador de um s veculo.

    Condutor autnomo nada mais do que o taxista autnomo. Ele

    contribuinte individual. o famoso taxista que no tem vnculo com nenhuma empresa de transporte de passageiros e exerce a profisso de forma autnoma na condio de proprietrio, coproprietrio ou promitente comprador de um s veculo, pois o taxista autnomo s pode ter um (01) txi!

    16. Aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autnomo de veculo rodovirio, em automvel cedido em regime de colaborao, nos termos da Lei n. 6.094/1974 (Lei do Auxiliar de Condutor Autnomo).

    Essa figura o motorista auxiliar. o cara que senta ao lado do

    condutor e o auxilia em seu trabalho (problemas mecnicos, revezamento de motoristas, entre outras atividades auxiliares). Qualquer Auxiliar de Condutor Autnomo enquadrado como contribuinte individual? No! Esse enquadramento s realizado quando o veculo utilizado encontra-se em regime de colaborao, conforme legislao.

    17. Aquele que, pessoalmente, por conta prpria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pblica ou de porta

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    em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei n. 6.586/1978 (Lei do Comerciante Ambulante).

    Esse dispositivo refere-se ao comerciante ambulante e ao

    camel. Esses dois sujeitos, muito comuns na Rua 25 de Maro em So Paulo e nas proximidades dos terminais rodovirios Brasil fora, so enquadrados pela previdncia como contribuintes individuais. muito comum esse tipo de comerciante autodenominar-se Empresrio, pois cada qual, sua maneira, no possui vnculo empregatcio, no so empregados de ningum.

    18. O trabalhador associado cooperativa que, nessa qualidade, presta servios a terceiros.

    Nas condies apresentadas, o trabalhador associado cooperativa

    executar tarefas a terceiros, sem vnculo empregatcio e de forma eventual. Esse tipo de operao tambm classifica o trabalhador cooperado como contribuinte individual.

    19. O membro de conselho fiscal de sociedade por aes (S/A).

    O que Conselho Fiscal? um colegiado composto por membros, acionistas ou no, da sociedade por aes (S/A). Esse Conselho examina a prestao de contas do exerccio, emitindo pareceres sobre as demonstraes contbeis do exerccio social, alm de fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutrios.

    O Conselho Fiscal obrigatrio? Para as S/A com certeza! A Lei n. 6.404/1976 (Lei das S/A) em seu art. 161 deixa bem claro:

    A companhia ter um conselho fiscal e o estatuto dispor sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exerccios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.

    Agora que j verificamos a questo do Conselho Fiscal, ressaltamos

    que o membro do Conselho Fiscal, acionista ou no, enquadrado como Contribuinte Individual.

    20. Aquele que presta servio de natureza no contnua, por conta prpria, a pessoa ou famlia, no mbito residencial desta, sem fins lucrativos.

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    Prezado aluno, voc prestou ateno nesse enquadramento? Leu algo parecido? Lembra-se do enquadramento do empregado domstico? Vamos relembrar juntos:

    Pessoa fsica que presta servio de natureza contnua, mediante remunerao, a pessoa ou famlia, no mbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.

    Conseguiu observar a diferena? Pessoa fsica que presta servio no

    mbito residencial pessoa ou famlia, sem fins lucrativos, pode ser enquadrada de duas formas:

    Se o servio for contnuo: O trabalhador um empregado domstico. Se o servio NO for contnuo: O trabalhador um contribuinte individual.

    A diferena entre um enquadramento e outro reside exatamente na

    continuidade, ou no, da atividade realizada. Ateno com as pegadinhas! Quer um exemplo bem prtico desse dispositivo? Sabe aquela diarista que muitas vezes voc contrata uma vez por semana ou quinzenalmente para ajudar nos servios domsticos mais difceis da casa? Voc no a registra em carteira, certo? Isso porque a periodicidade com que ela frequenta sua casa para a realizao desses afazeres no configura natureza contnua, ou seja, um trabalho eventual. Dessa forma, se no h registro em CTPS (ou seja, no se trata de um empregado domstico), ela dever particularmente, contribuir para com a previdncia para ter assegurados seus direitos e benefcios, se tratando, portanto de uma segurada Contribuinte Individual.

    21. O notrio ou tabelio e o oficial de registros ou registrador, titular de cartrio, que detm a delegao do exerccio da atividade notarial e de registro, no remunerados pelos cofres pblicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994.

    O enunciado nos d a falsa impresso que estamos diante de quatro

    enquadramentos distintos: notrio, tabelio, oficial de registros e titular de cartrio. Mas na prtica, os quatro exercem praticamente as mesmas funes. A pessoa que detm a delegao do exerccio de atividades notariais e registro um profissional do Direito, dotado de f

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    pblica, ao qual compete por delegao do Poder Pblico, formalizar juridicamente a vontade das partes. Apesar do exerccio dessa delegao ser uma atividade privada, ela est sujeita fiscalizao do Poder Judicirio.

    Assim, o detentor da referida delegao ser enquadrado como contribuinte individual, desde que atenda dois requisitos:

    1. No seja remunerado pelo Estado.

    2. Que tenha iniciado o exerccio da funo aps 21/11/1994.

    Voc deve estar pensando: Caramba, j li algo semelhante! Realmente, voc leu, colega! Era o enquadramento do escrevente e do auxiliar contratados pelo detentor da delegao de exerccio da atividade notarial e de registro. Vamos refrescar a memria:

    O escrevente e o auxiliar contratados por titular de servios notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdncia Social (RGPS), em conformidade com a Lei n 8.935/1994 (Lei dos Cartrios).

    Em regra, o escrevente e o auxiliar de cartrio (servios notariais

    e de registro) so enquadrados como empregados. Essa regra vlida a partir de 21/11/1994 at os dias atuais. O escrevente e o auxiliar contratados em data anterior, devem ter feito opo pelo RGPS para serem considerados Segurado Empregado.

    Vamos tecer um breve paralelo:

    Detentor da delegao de exerccio da atividade notarial e de registro Contribuinte Individual. Escrevente e Auxiliar contratado pelo Detentor da delegao Empregado.

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    22. Aquele que, na condio de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados.

    Pequeno feirante contribuinte individual. Pronto! Simples! S isso! =)

    23. A pessoa fsica que edifica obra de construo civil.

    A pessoa fsica que edifica obra de construo civil no o pedreiro! aquele que detm a posse da obra. Este classificado como contribuinte individual. S isso? Em tese sim, mas a RFB tem um entendimento um pouco mais restrito, que o seguinte, conforme dispe a Instruo Normativa RFB n. 971/2009:

    A pessoa fsica que habitualmente edifica obra de construo civil com fins lucrativos.

    Nesses casos, para ser considerado contribuinte individual segundo

    a RFB, o sujeito pessoa fsica dever apresentar habitualidade e lucratividade na atividade de construo civil. Guarde esses dois entendimentos para a prova. A construo daquela casa na praia para uso prprio no constitui habitualidade ou finalidade lucrativa. OK?

    24. O mdico residente de que trata a Lei n. 6.932/1981 (Lei do Mdico Residente).

    O mdico residente contribuinte individual, definido pela Lei n.

    6.932/1981. E o que mdico residente? Segundo o art. 1 da referida lei, que dispe sobre as atividades do mdico residente:

    A Residncia Mdica constitui modalidade de ensino de ps-graduao, destinada a mdicos, sob a forma de cursos de especializao, caracterizada por treinamento em servio, funcionando sob a responsabilidade de instituies de sade, universitrias ou no, sob a orientao de profissionais mdicos de elevada qualificao tica e profissional.

    Como voc pode ver, trata-se de modalidade de ensino, e no de

    vnculo empregatcio. Por isso, sem dvida, ele Contribuinte Individual. E quanto ao mdico plantonista? Esse segurado empregado. No confunda! =)

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    Mdico Residente Contribuinte Individual Mdico Plantonista Empregado

    25. O pescador que trabalha em regime de parceria, meao ou arrendamento, em embarcao com mais de 6 (seis) toneladas de arqueao bruta, ressalvado o disposto no inciso III do 14;

    Pescador (parceiro, meeiro, arrendatrio) em embarcao com mais

    de 6 toneladas de arqueao bruta contribuinte individual! Essa a regra. No esquea que so 6 toneladas! Em provas aparecem 4, 5, 8 toneladas, com o intuito de confundir mesmo. Voc deve lembrar!

    Mas afinal, o que tonelagem de arqueao bruta? Tonelagem de arqueao bruta significa a capacidade total da embarcao. Simples, no ?!

    E quanto ressalva ao final do enquadramento:

    Considera-se pescador artesanal (segurado especial) aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profisso habitual ou meio principal de vida, desde que na condio, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcao de at 10 toneladas de arqueao bruta.

    A ressalva se refere condio em que o trabalhador enquadrado

    como pescador artesanal (segurado especial, classe que ser vista logo adiante). Para ser considerado segurado especial, dever ser obrigatoriamente parceiro outorgado.

    Pescador em embarcao com mais de 6 toneladas de arqueao bruta = CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Pescador artesanal em regime de economia familiar at 10 toneladas de arqueao bruta = SEGURADO ESPECIAL

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    26. O incorporador de que trata o art. 29 da Lei n. 4.591/1964 (Lei do Condomnio em Edificaes e Incorporaes Imobilirias).

    O incorporador imobilirio contribuinte individual. E qual a

    definio de incorporador imobilirio? Art. 29 da Lei n. 4.591/1964:

    Considera-se incorporador a pessoa fsica ou jurdica, comerciante ou no, que embora no efetuando a construo, compromisse ou efetive a venda de fraes ideais de terreno objetivando a vinculao de tais fraes a unidades autnomas, em edificaes a serem construdas ou em construo sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivao de tais transaes, coordenando e levando a termo a incorporao e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preo e determinadas condies, das obras concludas.

    Tudo certo? =)

    27. O bolsista da Fundao Habitacional do Exrcito (FHE) contratado em conformidade com a Lei n. 6.855/1980.

    um enquadramento bem especfico, mas bom t-lo em mente.

    28. O rbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei n. 9.615/1998 (Normas Gerais sobre Desporto).

    O juiz de futebol e os bandeirinhas so contribuintes individuais,

    desde que atuem em conformidade com as normas gerais do desporto. E no adianta falar mal da me do juiz! =)

    29. O membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA), quando remunerado.

    O membro de conselho tutelar do seu municpio um contribuinte

    individual, desde que exera a funo de forma remunerada.

    30. O interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituio financeira.

    Esses cargos so todos enquadrados como contribuintes individuais.

    Sem comentrios adicionais.

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    Ufa! Acabamos! Respire fundo, beba uma gua (ou um caf!) e vamos ao prximo tpico! 04.4. Segurado Obrigatrio Trabalhador Avulso.

    A melhor definio para Trabalhador Avulso o conceito presente na legislao previdenciria:

    Trabalhador Avulso aquele que, sindicalizado ou no, presta servio de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vnculo empregatcio, com a intermediao obrigatria do rgo Gestor de Mo de Obra (no caso de atividades porturias), nos termos da Lei n. 12.815/2013 (Nova Lei dos Portos), ou do Sindicato da Categoria (no caso de atividades no porturias).

    O Trabalhador Avulso uma classificao bastante especfica e

    quase que voltada unicamente aos trabalhadores porturios. Sobre esse enquadramento, interessante conhecermos os requisitos necessrios:

    1. O trabalhador pode ser sindicalizado ou no. 2. Servio de natureza urbana ou rural. 3. Servio prestado a diversas empresas (imagine um porto com diversos navios e diversos despachantes aduaneiros). 4. Ausncia de vnculo empregatcio. 5. Intermediao obrigatria do OGMO (rgo Gestor de mo de obra) ou do Sindicato (Caracterstica essencial do Trabalhador Avulso. Leve isso para a prova).

    Apenas com o conceito de Trabalhador Avulso voc consegue

    acertar qualquer questo de concurso a respeito do assunto, mas vou transcrever abaixo os enquadramentos existentes na legislao previdenciria, para ter certeza que voc no ser surpreendido com nenhum termo diferente. Faa uma simples leitura, suficiente. =)

    So considerados trabalhadores avulsos:

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    01. O trabalhador que exerce atividade porturia de capatazia, estiva, conferncia e conserto de carga, vigilncia de embarcao e bloco. 02. O trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvo e minrio. 03. O trabalhador em alvarenga (embarcao para carga e descarga de navios). 04. O amarrador de embarcao. 05. O ensacador de caf, cacau, sal e similares. 06. O trabalhador na indstria de extrao de sal. 07. O carregador de bagagem em porto. 08. O prtico de barra em porto. 09. O guindasteiro. 10. O classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.

    04.5. Segurado Obrigatrio Segurado Especial.

    Prezado aluno! Sem dvida, essa a classe de segurado especial mais complexa de todas, e tambm a de maior quantidade de dispositivos legais correlatos. Diante da situao, eu peo sua total ateno para esse tpico.

    A princpio, considero importante apresentar o conceito de segurado

    especial presente na doutrina previdenciria ptria:

    Segurado Especial o produtor, o parceiro, o meeiro, o arrendatrio rural, o comodatrio, o usufruturio, os assentados, os acampados, os posseiros, os extrativistas, os foreiros, os ribeirinhos, os remanescentes de quilombos, o ndio, o pescador artesanal e o assemelhado, que exeram suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxlio de terceiros, bem como seus respectivos cnjuges ou companheiros e filhos. (VIANNA, Cludia Salles Vilela. Previdncia Social: Custeio e Benefcios. So Paulo: LTr, 2008).

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    Alm do conceito doutrinrio, considero interessante termos a noo de cada uma das atividades supra descritas:

    1. Produtor: o produtor rural, proprietrio ou no da propriedade rural, que desenvolve atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras; 2. Parceiro: o que tem contrato de parceria, escrito ou verbal, com o proprietrio da terra. O parceiro desenvolve atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras, sendo que o lucro (ou prejuzo) da produo ser repartido entre as partes (proprietrio e parceiro); 3. Meeiro: o que tem contrato, escrito ou verbal, com o proprietrio da terra. O meeiro desenvolve atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras, sendo que os rendimentos e os custos da produo sero repartidos entres as partes (proprietrio e meeiro); 4. Arrendatrio Rural: o que utiliza a terra de outrem para desenvolver atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras. Nesse caso, o arrendatrio rural paga aluguel ao proprietrio da terra, podendo esse aluguel ser pago em pecnia (dinheiro) ou com parte da produo (produtos in natura); 5. Comodatrio: o que, por meio de contrato, escrito ou verbal, empresta a propriedade rural de outrem, por tempo determinado ou no, para exercer atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras; 6. Usufruturio: aquele que no detm a propriedade sobre o imvel rural, entretanto, detm posse, uso, administrao ou direito a receber os ganhos da produo, desde que exera atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras; 7. Assentado: o que foi beneficiado por projeto de incentivo reforma agrria e que recebeu imvel rural, onde exerce atividades agrcolas, pastoris ou hortifrutigranjeiras; 8. Acampado: o que se encontra organizado coletivamente no campo, pleiteando sua incluso como beneficirio de programa de reforma agrria, desenvolvendo atividades rurais em terras pertencentes a terceiros;

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    9. Posseiro: o que no proprietrio, mas possui a posse da propriedade rural, onde a explora como se dele fosse; 10. Extrativista: o que tem como principal fonte de renda a atividade de extrao da natureza de produtos in natura. Como exemplo, tem-se o seringueiro; 11. Foreiro: o que explora a atividade rural em terra cedida por terceiro, firmando contrato escrito de carter perptuo e mediante pagamento anual; 12. Ribeirinho: o que vive s margens dos rios, lagos ou lagos, e explora a terra. Geralmente, essa explorao acontece por meio do extrativismo e da pesca artesanal; 13. Remanescente de Quilombo: Quilombola era o escravo que se refugiava nos quilombos. A Constituio Federal de 1988, no Ttulo X Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT), garantiu a propriedade definitiva aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras, devendo o Estado emitir-lhes os ttulos respectivos. Logo, a todos os descendentes dos quilombolas, que em suas terras permaneceram, foi reconhecida a propriedade definitiva, inclusive com emisso do ttulo de posse por parte do Estado; 14. ndio: o ndio reconhecido pela Fundao Nacional do ndio (FUNAI), inclusive o arteso que utilize matria-prima proveniente de extrativismo vegetal, independentemente do local onde resida ou exera suas atividades, sendo irrelevante a definio de indgena aldeado, indgena no-aldeado, ndio em vias de integrao, ndio isolado ou ndio integrado, desde que exera a atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar e faa dessas atividades o principal meio de vida e de sustento (Instruo Normativa INSS/PRESS n. 45/2010), e; 15. Pescador Artesanal e Assemelhado: o que faz da pesca seu principal meio de vida ou sua profisso, exercendo-a de maneira individual ou em regime de economia familiar, dentro das limitaes e imposies previstas na legislao previdenciria.

    O conceito doutrinrio de segurado especial e a descrio das 15

    atividades supracitadas no sero objeto de cobrana nas provas

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    concursos. Por essa razo, no precisa sair decorando tudo! Basta ter o conceito bsico para melhor compreender as disposies legais referentes ao tema, que sero apresentadas a seguir. =)

    Dando continuidade, essa a definio legal para Segurado

    Especial:

    So segurados obrigatrios da previdncia social classificados na