aula 02 macroeconomia e economia brasileira exercicios bacen
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CURSO ON-LINE - MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRA EM EXERCÍCIOS P/ ANALISTA DO BANCO CENTRAL - QUESTÕES DO CESPE
PROFESSOR: MARLOS FERREIRA
PRINCIPAIS MODELOS MACROECONÔMICOS: MODELO
KEYNESIANO, POLÍTICA ANTICÍCLICA DE CURTO PRAZO. A
ECONOMIA NO LONGO PRAZO: PRODUTO POTENCIAL E PRODUTO
EFETIVO. POLÍTICA FISCAL E SEUS INSTRUMENTOS.
A ECONOMIA INTERTEMPORAL. O CONSUMO E O INVESTIMENTO
NUM MODELO DE ESCOLHA INTERTEMPORAL
Percebam que esse tópico muito cobrado por bancas como a ESAF e o
Cespe não tem merecido a devida atenção por parte da fundação Cesgranrio, o que não diminui a importância do tópico. Até
porque o momento econômico atual requer fundamentalmente
instrumentos de política fiscal (aumento de gastos, corte de impostos). Dessa forma, abordamos as questões da CESGRANRIO
dessa segunda metade da década atual bem como questões com o
mesmo corte de assunto, mas com grau de exigência mais avançado.
• Multiplicador fiscal ou keynesiano (multiplicador dos gastos
do governo, das exportações, do investimento):
1) ECONOMIA FECHADA SEM GOVERNO
K = 1
1 - c
2) ECONOMIA FECHADA COM GOVERNO
K = 1
1 - c ( 1-t)
3) Economia Aberta
K = 1
1 - c ( 1-t) +
• Política Fiscal e seus condicionantes:
Política Fiscal Expansionista Política Fiscal Contracionista
Aumento dos gastos públicos Redução dos gastos públicos
Queda da carga tributária Aumento da carga tributária
Provoca aumento do déficit público Provoca queda do déficit público
Efeito Crowding out Sem efeito crowding out
• Necessidades de Financiamento do Setor Público(NFSP)
NFSP PRIMÁRIO NFSP OPERACIONAL NFSP NOMINAL
RECEITAS NÃO FINANCEIRAS MENOS
DESPESAS NÃO
RECEITAS NÃO FINANCEIRAS MENOS
DESPESAS NÃO
RECEITAS NÃO FINANCEIRAS MENOS
DESPESAS NÃO
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FINANCEIRAS FINANCEIRAS FINANCEIRAS
SEM JUROS + JUROS + JUROS
SEM INFLAÇÃO/CÂMBIO
SEM INFLAÇÃO/CÂMBIO
+ INFLAÇÃO/CÂMBIO
• CONTAS PÚBLICAS
Critério Caixa Critério Competência
Fluxo de recebimentos e
pagamentos provenientes do caixa do governo
***No Brasil, as contas são
apuradas pelo conceito de caixa, exceto as despesas de juros
apuradas pelo conceito de
competência
Momento ou período em que se
efetivou o direito adquirido pelo credor, independente do momento
da ocorrência ou do pagamento
Método “acima da linha” Método “abaixo da linha”
Estatísticas fiscais desagregadas
em variáveis de receita e despesa
Estatísticas fiscais via variação do
endividamento público
• Sobre q de Tobin, sua mensuração é dado por:
Valor de Mercado do Capital Instalado/ Custo de Reposição do Capital
Instalado.
Valor de q
Viabilidade do Investimento/possibilidade de empreendimento
Q > 1 Investimento concretizado
Q = 1 Indiferente a concretização ou não do investimento
Q < 1 Investimento não concretizado
• ECONOMIA INTERTEMPORAL
Keynes Economia Intertemporal
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Consumo = função Renda corrente
ou atual ou presente
Consumo = função Renda corrente, Renda futura, estoque de riqueza,
taxa de juros...
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EXERCÍCIOS P/ ANALISTA DO BANCO CENTRAL - QUESTÕES DO CESPE PROFESSOR: MARLOS FERREIRA
Efeito Renda versus
Efeito Substituição
Ef. Renda > Ef.
Substituição
Ef. Renda < Ef.
Substituição
Consumo futuro Consumo presente
+ +
+ -
• Restrição intertemporal de um governo
Visão
Tradicional da dívida
pública
Visão
Equivalência
Ricardiana
Queda de
impostos
Queda de
impostos
Aumento dos
gastos de consumo
Manutenção
dos gastos de consumo
Maior
endividamento público
Endividamento
público constante
Maior ônus
tributário para as
gerações
futuras
Igual ônus tributário
para as
gerações futuras
• Restrição intertemporal de uma nação: Esquema Ponzi
Resultado:O país incorre em déficit de forma definitiva e os credores internacionais questionam a capacidade de honrar
compromissos financeiros. Efeito dominó de colapso e bancarrota
nas contas externas.
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QUESTÕES PROPOSTAS E GABARITO
01-(CESGRANRIO-PETROBRAS-2008) Com relação aos
determinantes do investimento, é incorreto afirmar que:
a) Ceteris paribus, uma queda na cotação das ações cotadas na Bolsa de
Valores reduziria o chamado “q” de Tobin. b) A demanda por investimento necessariamente se reduz se,
ceteris paribus, houver uma elevação instantânea e igual de todos os preços na economia.
c) A taxa que iguala a somatória do valor presente dos
rendimentos esperados de um bem de capital a seu preço de oferta é
denominada por Keynes, eficiência marginal do capital.
d) De acordo com o modelo do acelerador do investimento, quanto
maior a variação da renda, maior o investimento. Apesar de intuitiva e
com boa capacidade de previsão empírica, esta teoria tem problemas
para justificar teoricamente as relações que postula.
e) Uma condição necessária a que valha a
pena comprar um equipamento é que o valor presente dos lucros
esperados gerados pelo seu uso seja inferior ao preço de mercado do equipamento.
02-(CESGRANRIO-SECRETARIA DE GESTÃO DE ALFENAS- 2007) Considerando o modelo
Keynesiano simplificado e uma
economia fechada e com governo, onde a propensão marginal a poupar é 1/3, não é correto afirmar que:
a) o multiplicador do orçamento equilibrado será igual a 1 quando o aumento dos gastos do governo for financiado através de um
aumento idêntico da arrecadação tributária.
b) o multiplicador do orçamento equilibrado será nulo sempre que um
aumento nas transferências for financiado através de um aumento da arrecadação tributária.
c) um aumento nas transferências realizadas pelo governo terá
o mesmo efeito de um aumento do investimento de mesmo montante.
d) caso o governo decida abrir esta economia e a propensão marginal a
importar desta seja positiva, os efeitos de um aumento do gasto do governo sobre a renda se reduzirão, pois o multiplicador dos
gastos autônomos cairá.
e) se a alíquota do imposto de renda for 0,5, um aumento de R$ 3
milhões nos investimentos privados irá gerar um aumento de R$ 4,5 milhões no valor do produto.
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03-(TREINAMENTO AVANÇADO-CESGRANRIO- BACEN-
2009) Considere duas economias, numa das quais as importações
são uma função crescente do nível de renda real, enquanto na segunda as importações são autônomas em relação ao nível de
renda. O valor do multiplicador:
a) Da primeira será maior que o da segunda.
b) Da segunda será maior que o da primeira. c) Da primeira será igual ao da segunda.
d) Da primeira não depende do valor da propensão marginal a
consumir.
e) Da segunda é função do nível de importação.
04-(CESGRANRIO/BNDES) Sobre o significado macroeconômico do
consumo induzido pela renda na teoria keynesiana, o impacto do valor
da propensão marginal a consumir sobre o multiplicador e a Lei Psicológica de Keynes, marque a assertiva correta:
a) A Lei Psicológica de Keynes estabelece que ganhos adicionais
de renda repercutem desfavoravelmente nos gastos de consumo privado.
b) Quanto maior o consumo induzido pela renda, maior também será a
propensão marginal a poupar.
c) A propensão marginal a consumir é inversamente proporcional ao valor do multiplicador keynesiano simples para uma economia
fechada. d) O resultado estável e economicamente relevante para o
pensamento keynesiano ocorre quando a propensão marginal a consumir
for negativa e a coletividade destinar todo o ganho adicional de renda
para a poupança.
e) A Lei Psicológica de Keynes garante que a propensão marginal
a gastar está compreendida no
intervalo entre 0 e 1, ou seja, os aumentos de consumo pelo aumento de renda só cobrem uma
parte desse último aumento.
05-(UFF/PROVA DE SELEÇÃO-2006) Dentro do modelo keynesiano,
uma política fiscal expansionista pode ser executada tanto pela alteração dos gastos como pela alteração da carga tributária.
Dentro do instrumental desse modelo, assinale a assertiva que traça
corretamente
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as características e/ou diferenças de cada uma dessas alternativas
de política fiscal.
a) O impacto da alteração do gasto público (G) é menor que
aquele observado com a redução dos tributos, pois a propensão marginal a consumir se situa entre 0 e 1, amortecendo os efeitos
do primeiro instrumento.
b) A alteração de política tributária afeta diretamente a
demanda agregada ao reduzir a renda disponível para o consumo, componente da demanda agregada.
c) Os parâmetros c, t e m afetam em maior ou menor proporção o produto ou demanda agregada da economia via multiplicador.
d) Tanto a política de gasto quanto
aquela de tributos afeta indiretamente somente a demanda agregada da economia.
e) A alíquota do imposto (t) não é um dos parâmetros do multiplicador
da renda.
06-(UFF/PROVA DE SELEÇÃO-2006) Dentro do modelo keynesiano,
o investimento tem papel e desempenho relevantes para um país. Sobre essa variável significativa, assinale a alternativa incorreta:
a) No investimento bruto, estão incluídas as demandas por bens de capital, que elevará o estoque de capital da economia, bem como
uma parcela que apenas cubra a depreciação do capital existente.
b) Em um caso hipotético, no qual a depreciação é muito grande, um valor elevado para o investimento bruto pode não se traduzir em aumento significativo do estoque de capital, através de um
investimento líquido reduzido.
c) No modelo keynesiano simplificado, em uma economia fechada e sem governo, o valor do investimento é amplificado pelo multiplicador,
seguindo a fórmula Y = I/(1 – c).
d) No modelo Keynesiano simplificado, em uma economia aberta,
o valor do investimento é amplificado pelo multiplicador, seguindo
a fórmula Y = I/(1- c) - m.
e) Um maior investimento representará uma maior acumulação de capital e, conseqüentemente, a ampliação da capacidade produtiva
de um país ou do produto potencial de uma economia.
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07-(CESPE/UNB/ FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/ICMS/AC –
2006) Com relação à função consumo, assinale a opção correta: a) Quando a renda é igual a zero, o consumo também será igual a zero. b) A propensão média a consumir é dada pela relação entre o acréscimo
no consumo e o acréscimo na renda.
c) A propensão marginal a consumir é uma relação cujo valor se situa
entre 0 e 1.
d) Quando são considerados curtos intervalos de tempo, a propensão
marginal a consumir tende a variar continuamente.
08- (CESPE/UNB-ANTAQ-2009) Em relação aos conceitos básicos de
macroeconomia, julgue os itens a seguir:
a) Entre as diversas teorias de determinação da renda agregada, a que mais se aproxima dos dados empíricos observados pela
pesquisa científica contemporânea é a teoria da renda relativa, que consiste na tese de que quanto maior for o nível de renda
individual, menor será a fração da renda aplicada no consumo.
b) Se a produção de determinada economia nacional está abaixo do seu
ponto de equilíbrio, a eventual expansão da produção se dará associada a um aumento não-intencional dos estoques das empresas.
c) O consumo independente da renda, também chamado de consumo
autônomo, determina o ponto em que a curva de consumo agregado
corta o eixo das ordenadas de um gráfico do tipo consumo versus nível de renda nacional.
d) A relação entre o nível de taxa real de juros e a propensão a poupar
das famílias é sempre diretamente proporcional.
e) A demanda por investimentos de um sistema econômico é determinada pela
eficiência marginal do capital, quando comparada com a taxa de juros do
mercado.
09- (CESPE/UNB-SEGER-ES-2008) A análise macroeconômica é
essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir.
a)Aumentos dos gastos públicos, no âmbito de
programas de redistribuição de renda como o Bolsa Família, podem ser
financiados mediante a expansão da poupança líquida interna e do déficit
externo.
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b) O efeito deslocamento (crowding out) supõe que variações nas taxas de juros, decorrentes da expansão dos gastos públicos, não afetam
o multiplicador keynesiano e, portanto, não alteram o nível de eficácia
da política fiscal para expandir a produção.
c) Na função keynesiana de consumo, os gastos das famílias dependem
essencialmente das variações da renda permanente.
d)A manutenção da relação dívida pública/PIB constante requer que
o superávit primário, expresso como proporção do PIB, seja tão
maior quanto menor for a taxa de juros e maior for o crescimento da economia.
e) Quando a taxa de juros é inferior à taxa de crescimento da economia,
a deterioração do resultado fiscal do governo conduzirá ao aumento da dívida e à elevação das despesas com juros.
f)O aumento dos salários dos funcionários públicos eleva o consumo do
governo na ótica da despesa, porém não altera o Produto Interno Bruto
(PIB) computado sob a abordagem da renda.
g) Se a redução das alíquotas do imposto de renda sobre pessoa jurídica (IRPJ) recentemente adotada no Brasil reduzir efetivamente o
ônus fiscal relativo a esse tributo, então a curva IS se deslocará para
cima e para a direita, contribuindo, assim, para elevar o nível de atividade da economia brasileira.
h) Se, em virtude da crise atual de liquidez, ocorrer redução substancial do multiplicador keynesiano da economia americana, então a contração
da demanda daí decorrente provocará um deslocamento ao longo da
curva de demanda agregada dessa economia.
i) A idéia de que o consumo corrente é financiado pelo estoque
de riqueza e pela renda gerada
ao longo da vida dos consumidores contradiz a hipótese do ciclo de vida.
j) Aumentos das alíquotas do imposto de renda de pessoa física (IRPF), por reduzirem a propensão marginal a poupar, diminuem a poupança
privada, porém não alteram os níveis de consumo.
Comentários: A assertiva A está correta porque sabemos que o déficit público (DP)
é dado pelo excesso de investimento governamental face à poupança do
governo em conta corrente, ou seja,
DP = Ig – Sg (1) e Ip + Ig = Sp + Sg + Se (2)
Da combinação das duas equações, podemos assumir que:
Ig - Sg = Sp + Se – Ip
Logo, equacionalmente, temos:
DP = (Sp – Ip) + Se.
A identidade que decorre da conta de capital do sistema de
contas nacionais indica que o déficit público é financiado, internamente, pelo
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excesso da poupança privada sobre o investimento privado e,
externamente, pelo afluxo de poupanças do resto do mundo.
Atenção, pois é um erro muito comum dos concursandos. A identidade
que decorre da conta de capital do sistema de contas nacionais indica que o déficit público é financiado internamente pelo excesso
da poupança sobre o investimento privado e externamente pelo afluxo
de poupanças do resto do mundo. Isso, em nenhuma hipótese, representa que o déficit público cause o déficit em transações
correntes e que, portanto, basta cortar o déficit público para
resolver as pendências externas.
A assertiva B está incorreta porque o efeito deslocamento
ou expulsão (crowding out) provocado pela política fiscal
expansionista ( aumento de gastos públicos) faz elevar as taxas de
juros da economia. O setor público ocupa espaço, portanto, da iniciativa privada, dos
empresários no processo de alavancagem da economia,
afetando a composição, a eficácia da política fiscal, logo, do multiplicador keynesiano. Cabe repisar que a
eficácia da política fiscal é afetada pela propensão marginal a consumir
(c), pelo multiplicador fiscal (K) e pela elasticidade (sensibilidade) do investimento em relação aos juros da economia.
A assertiva C está incorreta porque a visão keynesiana ou função
consumo de Keynes assinala o consumo como função da renda corrente,
atual ou presente. Dessa forma, a renda permanente (expectativa de renda futura, combinação com a renda presente) só faz sentido para
os pensadores da economia intertemporal em que o consumo passa a
ser função da renda presente, renda futura, estoque de riqueza, taxa de juros, preferências, gostos dos consumidores...
A assertiva D está correta porque uma razão dívida
pública/PIB estável e constante é garantida se ocorrem crescimento da atividade econômica e superávit fiscal maiores que
aumento dos juros, que incidem
sobre o estoque de títulos da dívida pública.
A assertiva E está incorreta porque quando a taxa de juros (que
incide sobre a dívida pública) é inferior à taxa observada de crescimento do PIB, a razão dívida pública/PIB se reduz, a economia fiscal é maior, o
que permite redução dos juros, da dívida pública e os
fundamentos macroeconômicos ficam mais sólidos, garantindo à economia mais solidez e robustez. Para que
ocorresse a deterioração das contas
públicas e o conseqüente maior endividamento fiscal e nova elevação dos juros básicos, seria necessária uma taxa de juros maior
que a taxa de crescimento da economia.
A assertiva F está incorreta porque o aumento dos salários dos funcionários públicos permite maiores gastos de consumo dos entes
da
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economia (famílias, empresas e governo) através de impulsos nas variáveis C e G da demanda agregada (Y = C + I + G + X – M) e
eleva o PIB, calculado sob o prisma da renda ou dos recebimentos, a
saber: Y
= Salários + Lucros + Juros + Aluguéis. A assertiva G está correta porque a redução do IRPJ
recentemente adotada no Brasil (como, por exemplo, a redução
atual do IPI sobre automóveis, produtos da linha branca e da
construção civil, deslocou a curva IS (do mercado real, de bens e serviços) para cima e para a direita, contribuindo para aumentar a
taxa de atividade da economia brasileira e evitar um provável
desaquecimento ou recessão.
A assertiva H está incorreta porque uma redução do
multiplicador keynesiano da economia americana em função da forte crise
financeira e de crédito mundial do biênio 2008/2009 provoca redução da demanda agregada da economia, deslocando a curva de DA para
a esquerda e para baixo. Deslocamentos ao longo da curva de
demanda agregada acontecem quando o preço da moeda (juros) da economia variar.
A assertiva I está incorreta porque a idéia de que o
consumo corrente é financiado pelo estoque de riqueza e pela renda
permanente gerada ao longo da vida dos consumidores é compatível com a hipótese do ciclo de vida, isto é, dos modelos de economia
intertemporal, um avanço do pensamento keynesiano em que o
consumo depende apenas da renda corrente.
A assertiva J está incorreta porque aumentos das alíquotas do IRPF
alteram os níveis de consumo da coletividade, uma vez que a
renda disponível da sociedade é reduzida com um aumento da
tributação direta ou indireta (Yd = Y – T), onde:
Yd= renda disponível; Y = renda bruta (salários, juros, lucros e aluguéis);
T = função tributação.
Quanto maior o grau de tributação, menor a renda disponível
da coletividade e, portanto, menor o nível de consumo das famílias.
10- (CESPE/UNB- BANCO DA AMAZÔNIA- TÉCNICO CIENTÍFICO – ECONOMIA-2007) Considere que, em uma economia fechada, sem
governo, os gastos autônomos e de consumo correspondam a R$ 150
bilhões, o investimento planejado seja igual a R$ 50 bilhões e a propensão marginal a consumir seja de 0,75. Com base nessas
relações, julgue os itens a seguir.
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a) O multiplicador keynesiano do consumo é igual a 1,333 e o PIB de
equilíbrio dessa economia é igual a R$ 800 bilhões.
b) A função de poupança (S) dessa economia é dada pela expressão S =
-150 + 0,25Y em que Y é o PIB.
11-(ANPEC-ECONOMISTA-2006/2007) O consumo, a poupança e o
investimento são importantes agregados macroeconômicos. Em relação
a essas variáveis, assinale a opção correta.
a) Se confirmadas, as expectativas de recessão mundial decorrentes do
aumento substancial do preço do petróleo levarão à redução
da propensão marginal a consumir nos países atingidos pela recessão.
b) Na visão keynesiana, o principal determinante do consumo
das famílias é a renda permanente obtida pelas famílias ao longo do ciclo de vida.
c) Um aumento no nível de preços reduz tanto a poupança como
o consumo agregado da economia.
d) Quando a taxa esperada de retorno de determinado investimento é inferior à taxa de juros de mercado, as empresas aumentam
seus estoques de capital.
e) O fato de que as decisões de investimento tendem a se relacionar com os lucros esperados dos negócios realizados é
consistente com o caráter autônomo dos investimentos.
12-(ANPEC-ECONOMISTA-2006/2007) Assinale a opção correta com
relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.
a) Se, no âmbito da reforma tributária atualmente em discussão
no Brasil, houver aumento do imposto de renda para pessoas
físicas e jurídicas, então a curva de demanda agregada da economia
brasileira se deslocará para baixo e para a esquerda.
b) De acordo com os economistas clássicos, as
políticas fiscais expansionistas são particularmente eficazes para reduzir a taxa
de desemprego no longo prazo.
c) Em presença de uma curva de oferta agregada positivamente inclinada, a expansão da demanda agregada, decorrente das despesas
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públicas realizadas no âmbito do Programa de
Aceleração do Crescimento, será superior àquela gerada pelo multiplicador keynesiano. d) Do ponto de vista do impacto sobre
o PIB, um aumento de R$
1.000.000,00 nos gastos públicos com investimentos em infra-estrutura
é equivalente à expansão, da mesma magnitude, dos gastos no âmbito do programa Bolsa Família.
e) O fato de um aumento de R$ 200,00 nas exportações autonomias
elevar o PIB em R$ 1.000,00 é incompatível com uma
propensão marginal a poupar igual a 0.20.
13- A análise do consumo, da poupança e do
investimento é fundamental para entender a determinação da renda
e do produto de equilíbrio. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) A incorporação da renda futura esperada na função de
consumo constitui a principal contribuição da teoria keynesiana do
consumo.
b) De acordo com a hipótese do ciclo de vida, o consumo depende tanto
da renda como da riqueza dos consumidores.
c) Acelerações na taxa de crescimento das inovações tecnológicas
deslocam a curva de demanda de investimento para baixo e para
a esquerda.
14- (TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-AFRFB) Sobre
Keynes, intervenção econômica, política fiscal e economia intertemporal, assinale a assertiva incorreta.
a) Enquanto para Keynes, o nível de consumo é função da
renda corrente ou atual, para os economistas da economia
intertemporal, o consumo é função não só da renda corrente, mas também da renda futura, do estoque de riqueza e da taxa de juros.
b) A visão da equivalência ricardiana sinaliza que o consumidor
age racionalmente, no sentido de que uma queda dos impostos representa manutenção do nível de consumo presente em
preferência por um aumento de poupança privada para bancar os
impostos mais altos no futuro.
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EXERCÍCIOS P/ ANALISTA DO BANCO CENTRAL - QUESTÕES DO CESPE PROFESSOR: MARLOS FERREIRA
c) A visão tradicional da dívida pública promove um remanejamento das
poupanças, isto é, a queda da poupança pública em função da menor carga de impostos é substituída por um aumento da poupança privada
para bancar impostos mais altos no futuro.
d) Esquema Ponzi de financiamento representa sucessivos
déficits comerciais e financeiros da nação que precisam em algum momento no futuro ser honrados, via poupança externa (empréstimos
internacionais) ou através de superávits comerciais (mais
exportações e menos importações). A negativa de empréstimos internacionais pode provocar um efeito cadeia, efeito dominó nas contas
públicas.
e) O Estado Keynesiano, o Estado produtor, consumidor, empregador e
regulador, isto é, essa corrente fiscalista, é compatível com a situação de “armadilha da liquidez” em que a política monetária é ineficaz para
aumentar o produto e a renda nacionais.
15- (TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-AFRFB-2009) Se um país A
tem mais da metade da sua população entre as idades 20 a 50 anos, uma país B tem sua população quase que absoluta entre 0 e 15 anos e
um país C tem sua população majoritariamente acima de 60 anos, de
acordo com a Teoria do Ciclo de Vida, espera-se que:
a) a taxa de poupança no país A seja igual no país B e no país C. b) a taxa de poupança no país A seja maior do que nos países B e C.
c) o país A importe bens do país B.
d) o país A exporte bens ao país C.
e) o país A tome empréstimos do país C.
16-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) Aponte a
afirmativa correta em relação à Teoria Monetária de Keynes e aquelas derivadas da tradição da Teoria Quantitativa da Moeda:
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(A) a demanda por moeda para transação não figura na abordagem
neoclássica da demanda de moeda;
(B) a reconstrução da Teoria Quantitativa da Moeda formulada por
Friedman propõe que a política monetária não produz efeitos reais; (C) segundo Keynes, a existência de demanda por moeda por precaução
justifica-se pelas expectativas de aferição de lucros em decorrência da variação do preço dos títulos;
(D) para Keynes, a demanda por moeda para transação será
tanto menor quanto menor for o número de retiradas de contas remuneradas por unidade de tempo;
(E) para Keynes, em certas circunstâncias, entre elas a presença de um
nível de taxas de juros suficientemente baixo, a demanda especulativa
de moeda torna-se infinitamente elástica.
17-(TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-2009) “Para Mantega,
as críticas ao aspecto fiscal não se justificam, uma vez que o Brasil é um dos países cuja dívida pública não subirá expressivamente por causa
da crise. Segundo levantamento da agência de risco Standard &
Poor´s, o endividamento bruto dos Estados Unidos crescerá de 52% do PIB em
2008 para 79% do PIB em 2010, enquanto no Brasil a dívida pública
permaneceria estabilizada em torno de 58% do PIB. Reduzimos o superávit primário em 2009 para poder fazer uma
política anticíclica e ainda assim nosso resultado nominal será o
segundo melhor do G20, citando números da revista “Economist”, que projeta um déficit de 2,1% do PIB para o Brasil”. (Jornal do Comércio,
26/05/2009, p.22 , caderno de Economia). Sobre o tema déficit
público versus dívida pública, assinale a assertiva correta:
a) O método “acima da linha” mede a variação do
endividamento público, sem considerar as estatísticas fiscais desagregadas.
b) As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) no Brasil
são medidas pelo critério de competência, à exceção do cálculo
das despesas com juros, cotados no critério de caixa.
c) O déficit público nominal é maior que o déficit público primário se o
país for credor internacional, isto é, apresentar receitas provenientes de
juros e variação cambial.
d) O resultado primário das contas públicas leva em consideração todas
as despesas não financeiras bem como todas as receitas financeiras e não financeiras.
e) A relação dívida pública/PIB decresce sempre que ocorrer aumento da atividade econômica e/ou redução do estoque dos títulos
da dívida pública.
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18-(TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-2009) “A queda dos
juros básicos da economia reduziu o impacto negativo da redução do esforço fiscal do governo nas contas do setor público consolidado de
abril. As contas consolidadas do Tesouro Nacional, Banco Central,
Previdência, estados, municípios e estatais mostram que, no mês passado, o gasto com o pagamento de juros foi de R$ 12,2
bilhões, resultado 13,5% menor que o de março. A carga de juros nos
últimos meses encerrados em abril foi de 5,41% do PIB, a mais baixa desde maio/98, quando a relação era de 5,38% do PIB. Por conta
disso, o setor público registrou em abril superávit nominal de R$ 300
milhões, reflexo de um superávit primário de R$ 12,5 bilhões e gastos com juros de R$ 12,2 bilhões.”
(Jornal do Comércio, 26/05/2009, p.21, caderno de Economia). Acerca
do tema e da importância da política fiscal e da dívida pública no resultado das contas públicas, assinale a assertiva incorreta:
a) Para o setor público brasileiro, as contas públicas são mensuradas
pelo critério de caixa, à exceção das despesas de juros calculadas pela
ótica da competência.
b) O déficit público nominal leva em conta toda e qualquer receita
financeira (caso exista) bem como as despesas financeiras a título de
juros nominais (inflação, variação cambial e juros).
c) As necessidades de financiamento do setor público sob o
prisma operacional computam as despesas financeiras tomadas como juros reais, isto é, taxa de juros e correção monetária.
d) Maiores empréstimos internacionais acarretam desconfiança dos credores internacionais se os
fundamentos macroeconômicos da
economia nacional não são sólidos, robustos. Dessa forma, teremos a negativa na concessão de novos empréstimos e um possível
efeito dominó de desconfiança, alimentando ainda mais a crise. É o
chamado esquema Ponzi de financiamento.
e) O déficit público nominal é o déficit público operacional mais
as despesas com correção monetária e variação cambial, se houver.
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19- Com relação à Dívida Pública, Déficit Público e Necessidade de
Financiamento do Setor Público, identifique a opção falsa. a) Uma medida muito utilizada para avaliar a capacidade de pagamento
do setor público é a relação dívida /PIB.
b) A diferença entre as receitas totais e os gastos totais é chamada de
déficit primário, pelo conceito “acima da linha”.
c) O déficit nominal é uma medida bastante requisitada em períodos de
inflação elevada.
d) Os vários conceitos de déficit público podem ser apurados por dois
critérios: o de competência e o de caixa.
e) No longo prazo, o crescimento da dívida pública ocupa o espaço que
seria destinado à formação de capital (efeito crowding - out), por meio da redução de investimentos.
20- (NCE/UFRJ- TÉCNICO DE TRIBUTOS ESTADUAIS/AM-
2005) Quando os gastos do setor público brasileiro com juros são superiores ao superávit primário obtido, isso significa que estamos diante
de:
a) um déficit estrutural de longo prazo. b) um aumento da dívida pública.
c) uma redução da taxa de juros. d) uma redução da relação dívida pública/PNB. e) uma redução do investimento público.
21- (ESAF/AFC/CGU-2006) Com relação a déficit público e dívida pública, não se pode afirmar que
a) para avaliar o estímulo do governo à atividade econômica em termos
de complementação da demanda privada, há interesse em se medir o
tamanho do déficit público.
b) quando o déficit público é menor do que zero, o governo está fazendo
uma política fiscal contracionista.
c) se o déficit público for maior que zero, o governo estará contribuindo
para aumentar a demanda.
d) caso o governo incorra em um déficit, o gasto que supera a receita
deverá ser financiado de alguma forma.
e) quanto menor for o estoque da dívida pública, maior será o gasto com juros.
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22-(NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Em relação ao
investimento, NÃO é correto afirmar que:
(A) o investimento aumenta à medida que a taxa de juros cai; (B) um aumento no produto marginal do capital leva a um aumento do
investimento;
(C) de acordo com o modelo do acelerador, o investimento
cresce quanto mais aumenta a renda da economia;
(D) quando o produto marginal do capital for maior que a taxa de juros
real, as firma terão incentivo para aumentar seu investimento;
(E) sempre que o custo real do capital for maior que o produto marginal
do capital, as firmas terão incentivos para aumentar seu estoque de
capital.
23-(FCC-MPU/2007) No modelo keynesiano de determinação
do equilíbrio do produto, onde o consumo agregado é uma função
linear e crescente da renda, é correto afirmar que:
a) o produto estará em equilíbrio quando o investimento for igual
à poupança realizada.
b) um aumento nos impostos tem maior poder de diminuir o produto de
equilíbrio que igual contração nos gastos do governo, tudo o
mais constante.
c) a propensão média a consumir é maior que a propensão marginal a
consumir, se o consumo autônomo for positivo.
d) a estabilidade do equilíbrio requer propensão marginal a consumir
maior que 1.
e) o multiplicador das exportações é maior que o
multiplicador do investimento.
24-(FCC-MPU/2007) No modelo keynesiano simples para
uma economia aberta e com governo, em que
o investimento, a tributação, os gastos do governo e as exportações são autônomos, as propensões marginais a poupar e a importar são
0,25 e 0,15, respectivamente. Supondo que o nível de investimento
aumenta em 40, a renda também será aumentada em:
a) 500
b) 400 c) 267
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d) 160
e) 100
25-(ESAF/ENAP-2006) Considere A = 400 + 0,7Y – 3000i i = 0,06
X = 250
M = 0,2Y
onde: A = demanda agregada interna;
I = taxa de juros;
X = exportações;
M = importações.
Considerando a renda de equilíbrio, o saldo X – M será de
a) - 62
b) 62
c) 54
d)- 54
e) 12
26- Uma medida de política fiscal pura, anti-recessiva, materializa-se
por meio de:
a) Aumento de gastos do governo e/ou redução da carga
tributária acompanhados de um aumento nos meios de pagamento.
b) Redução de gastos do governo e/ou aumento da carga tributária acompanhados de um aumento nos meios de pagamento.
c) Aumento de gastos do governo e/ou redução da carga tributária com
meios de pagamento constantes.
d) Redução dos gastos do governo e/ou aumento da carga
tributária com meios de pagamentos constantes.
e) Aumento dos meios de pagamento com gastos do governo e carga tributária constantes.
27- (ESAF-AFCE-TCU-2002) O déficit público no Brasil é mensurado a
partir da idéia de necessidade de financiamento do setor público (NFSP). Este, por sua vez, pode ser apresentado por meio dos
conceitos
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primário, operacional e nominal. Quanto a esses conceitos, é correto
afirmar que:
a) no Brasil o déficit primário é maior do que o déficit nominal. b) nem no conceito primário nem no nominal estão incluídos os
juros nominais da dívida pública.
c) tanto o conceito operacional quanto o primário
levam com consideração os juros reais da dívida pública.
d) o pagamento de juros reais sobre a dívida pública não influi no déficit
público, independentemente do conceito utilizado na sua apuração.
e) no déficit primário, diferentemente do déficit nominal,não são considerados os juros nominais da dívida pública.
28 - (ESAF/AFRF – 2003) Considere as seguintes informações
para uma economia fechada e com governo:
Y = 1200; C = 100 + 0,7Y I = 200 Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando
o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica
consiga um aumento de 10% no produto agregado, os
gastos do governo terão de sofrer um aumento de:
a) 60% b) 30% c) 20% d) 10% e) 8%
29 – (ESAF/ENAP – 2006) Suponha que as empresas, em
suas decisões em relação ao estoque de bens de capital que elas
devem possuir, levem em consideração a razão entre o valor de mercado do capital instalado (a), avaliado pelo mercado acionário,
e o custo de reposição do capital instalado (b). Denominada essa
razão de q (isto é
(a)/(b)) e aceitando essa suposição: a) se q>1, a empresa não terá incentivos em repor e aumentar o capital.
b) se q>1, a empresa não terá incentivos em realizar os investimentos. c) somente será interessante investir se q <1.
d) se q=1, a empresa é indiferente em investir.
e) se q=1, a empresa obterá lucros aumentando o capital instalado.
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GABARITO DAS QUESTÕES PROPOSTAS:
01-E 13-B
02-C 14-C
03-B 15-B
04-E 16-E
05-C 17-E
06-D 18-C
07-C 19-B
08-FFVFV 20-B
09-VFFVFFVFFF 21-E
10-FV 22-E
11-E 23-C
12-A 24-E
25-B
26-C
27-E
28-A
29-D
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QUESTÕES COMENTADAS
01-(CESGRANRIO-PETROBRAS-2008) Com relação aos
determinantes do investimento, é incorreto afirmar que:
a) Ceteris paribus, uma queda na cotação das ações cotadas na Bolsa de
Valores reduziria o chamado “q” de Tobin. b) A demanda por investimento necessariamente se reduz se,
ceteris paribus, houver uma elevação instantânea e igual de todos os preços na economia.
c) A taxa que iguala a somatória do valor presente dos
rendimentos esperados de um bem de capital a seu preço de oferta é
denominada por Keynes, eficiência marginal do capital.
d) De acordo com o modelo do acelerador do investimento, quanto
maior a variação da renda, maior o investimento. Apesar de intuitiva e
com boa capacidade de previsão empírica, esta teoria tem problemas
para justificar teoricamente as relações que postula.
e) Uma condição necessária a que valha a
pena comprar um equipamento é que o valor presente dos lucros
esperados gerados pelo seu uso seja inferior ao preço de mercado do equipamento. Comentários:
A assertiva A está correta porque o “q de Tobin” é mensurado pela razão entre o valor de mercado do capital instado e o custo de reposição
do capital instalado. Ceteris paribus (tudo o mais constante), se o valor
de mercado das ações representativas do estoque de capital sofrer um decréscimo, o q de Tobin será menor que a unidade ( < que 1), o que
sinaliza que o mercado está disposto a pagar pela unidade
instalada menos que o seu custo de aquisição. O investimento perde
sua viabilidade e não será concretizado. Os empresários não
substituem o capital à medida que ele se desgasta.
A assertiva B está correta porque se ocorre uma elevação em todos
os preços da economia ( isso inclui o preço do capital – taxa de juros), a
demanda por investimento se reduz.
A assertiva C está correta porque eficiência marginal do capital
é importante ferramental na lei psicológica de Keynes. Compara exatamente o valor presente dos rendimentos
esperados de um bem de capital com seu preço de oferta.
A assertiva D está correta porque o modelo aceleracionista revela de fato essa ligação estreita entre renda e investimento. O complemento da
assertiva não é dos melhores. Todavia, veremos que a assertiva E está totalmente incorreta.
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A assertiva E está incorreta porque uma condição necessária a que
valha a pena comprar um equipamento (realizar um novo investimento) é que o valor presente dos lucros esperados gerados pelo seu uso seja
superior ao preço de mercado do equipamento. O investimento
será concretizado já que o capital vale mais do que seu custo de reposição. O empreendedor pode aumentar o valor de mercado de
suas empresas comprando mais capital.
Gabarito: E
02-(CESGRANRIO-SECRETARIA DE GESTÃO DE ALFENAS- 2007) Considerando o modelo
Keynesiano simplificado e uma
economia fechada e com governo, onde a propensão marginal a poupar é 1/3, não é correto afirmar que:
a) o multiplicador do orçamento equilibrado será igual a 1 quando
o aumento dos gastos do governo for financiado através de um aumento idêntico da arrecadação tributária.
b) o multiplicador do orçamento equilibrado será nulo sempre que um
aumento nas transferências for financiado através de um aumento da
arrecadação tributária.
c) um aumento nas transferências realizadas pelo governo terá
o mesmo efeito de um aumento do investimento de mesmo montante.
d) caso o governo decida abrir esta economia e a propensão marginal a
importar desta seja positiva, os efeitos de um aumento do gasto
do governo sobre a renda se reduzirão, pois o multiplicador dos gastos autônomos cairá.
e) se a alíquota do imposto de renda for 0,5, um aumento de R$ 3
milhões nos investimentos privados irá gerar um aumento de R$ 4,5 milhões no valor do produto.
Comentários: Sabemos que o modelo keynesiano simplificado, que governa
uma economia fechada e com governo (Y = C + G + I), se
traduz no seguinte multiplicador:
K = 1/ 1 – c onde c= propensão marginal a consumir. O consumo além de seu componente autônomo, é função da
renda disponível, que corresponde ao valor da renda total menos a arrecadação de
impostos. Logo, a função consumo é dada por C = ´C + cYd, onde c é a
propensão marginal a consumir. A arrecadação tributária é uma função linear da renda (T = ty) e o investimento bem como os gastos do
governo são variáveis exógenas.
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Sabemos também que s= 1- c = propensão marginal a poupar = 1/3.
Logo, c = 2/3.
A assertiva “A” está correta porque no caso especial de um aumento
de gastos governamentais com orçamento equilibrado, o multiplicador é
1: a produção aumenta exatamente no mesmo valor do aumento nos
gastos financiados pelos impostos.
O multiplicador do orçamento equilibrado é o número pelo
qual o aumento em G deve ser multiplicado para obter o aumento na
renda de equilíbrio quando T aumenta na mesma magnitude que G. Uma unidade monetária a mais de G aumenta a renda de equilíbrio em 1/ ( 1
– PMgC) enquanto uma unidade monetária a mais de T diminui a
renda de equilíbrio em – PMgC vezes 1/(1 – PMgC). Quando adicionamos estes dois efeitos, o multiplicador do orçamento equilibrado
é igual a 1:
1 + - PMgC = 1 – PMgC = 1
1 – PMgC 1 – PMgC 1 - PMgC Por exemplo, se tanto os gastos do governo como a
tributação aumentam em $ 1.000, a renda de equilíbrio aumenta em $ 1.000.
A assertiva “B” é tida como correta pela banca que provavelmente quis demonstrar que não existe multiplicador do orçamento equilibrado
diferente da unidade (1).
A assertiva “C” está incorreta porque um aumento nas transferências realizadas pelo governo (relacionadas com a
função tributação que é dependente da alíquota; função linear da renda T = ty) não terá o mesmo efeito
de um aumento do investimento (função exógena, independente)
de mesmo montante.
A assertiva “D” está correta porque o multiplicador dos
gastos autônomos numa economia aberta é menor do que em uma
economia fechada.
Apenas para ficar registrado e comprovado no modelo Keynesiano de uma economia fechada, o consumo além de seu componente autônomo,
é função da renda disponível, que corresponde ao valor da renda total
menos a arrecadação de impostos. Logo, a função consumo é dada por C = ´C + cYd, onde c é a propensão marginal a
consumir. A arrecadação tributária é uma função linear da
renda (T = ty) e o investimento bem como os gastos do governo são variáveis exógenas. Resolvendo, temos:
Y = (´C + cYd) + (I) + (G) Y = ´C + c(Y - tY) + I + G
Y = ´C + cY - ctY + I + G
Y - cY + ctY = ´C + I + G
Y ( 1 - c(1 - t) = ´C + I + G
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Y = 1.´(´C + I + G)/ 1 - c( 1 - t)
Portanto, o multiplicador é 1/ 1- c(1 - t).
No caso de uma economia aberta, temos a presença de X e M onde
X: exportações exógenas M: importações dependentes da renda: mY
Temos:
Y = ´C + c(Y - tY) + I + G + X – mY
Y = ´C +cY - ctY + I + G + X - mY
Y - cY +ctY + mY = ´C + I + G + X
Y = 1. (´C + I + G + X)/ 1 - c( 1- t) + m
Portanto, o multiplicador passa a ser:
1/ 1 - c( 1 - t) + m. Observe que o multiplicador para a economia aberta é menor do que o observado na economia fechada, considerando a mesma
propensão marginal a consumir e a mesma alíquota de imposto.
A assertiva “E” está correta porque com t = 0,5 e c = 2/3 (dado na
questão), o multiplicador fiscal passa a ser:
K = 1/ 1 – c( 1- t)
K = 1/ 1 – 2/3.0,5
K = 1/ 1 – 0,333
K = 1/0,667
K = 1,5 Dessa forma, um aumento de R$ 3 milhões nos investimentos privados
acarretará um aumento de R$ 4,5 no produto de equilíbrio.
Gabarito:C
03-(TREINAMENTO AVANÇADO-CESGRANRIO- BACEN-2009) Considere duas economias, numa das quais as importações
são uma função crescente do nível de renda real, enquanto
na segunda as importações são autônomas em relação ao nível de renda. O valor do multiplicador:
a) Da primeira será maior que o da segunda.
b) Da segunda será maior que o da primeira.
c) Da primeira será igual ao da segunda.
d) Da primeira não depende do valor da propensão marginal a
consumir.
e) Da segunda é função do nível de importação.
Comentários:
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Os valores dos multiplicadores são, respectivamente:
i) importações guiadas por aumentos da renda real km1 = – 1/(1 – c + m)
ii) importações autônomas (exógenas, independentes): km2 = – 1/(1 – c)
Dessa forma,
Km2 > Km1 Em se tratando de duas economias abertas, mas sabendo
que importações representam vazamentos da renda (do produto)
para o exterior, quanto maior a dependência da renda, maior o
vazamento para o exterior, maior a propensão marginal a importar (m), de forma que o multiplicador fica cada vez menor.
Gabarito: B
04-(CESGRANRIO/BNDES) Sobre o significado macroeconômico do consumo induzido pela renda na teoria keynesiana, o impacto do valor
da propensão marginal a consumir sobre o multiplicador e a
Lei Psicológica de Keynes, marque a assertiva correta:
a) A Lei Psicológica de Keynes estabelece que ganhos adicionais
de renda repercutem desfavoravelmente nos gastos de consumo privado.
b) Quanto maior o consumo induzido pela renda, maior também será a
propensão marginal a poupar.
c) A propensão marginal a consumir é inversamente proporcional ao valor do multiplicador keynesiano simples para uma economia fechada. d) O resultado estável e economicamente relevante para o
pensamento keynesiano ocorre quando a propensão marginal
a consumir for negativa e a coletividade destinar todo o ganho adicional de renda
para a poupança.
e) A Lei Psicológica de Keynes garante que a propensão marginal
a gastar está compreendida no intervalo entre 0 e 1, ou seja,
os aumentos de consumo pelo aumento de renda só cobrem uma
parte desse último aumento.
Comentários: Na teoria Keynesiana, o consumo é tomado como um gasto induzido, ou
seja, varia de acordo com a variação do nível da renda. Assim, o nível de produto é determinado por estímulos de gastos
autônomos
(investimento – no modelo keynesiano simples -, gastos do governo e
exportações) que são multiplicados pela elevação do consumo induzido. Se o consumo induzido amplia os estímulos dos gastos autônomos,
quanto maior a propensão marginal a gastar dos receptores de rendas
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ampliadas por esses estímulos autônomos, maior será o
efeito multiplicador. Esse efeito pode ser visualizado pelo multiplicador 1/ (1 – c) onde, quanto maior a propensão a consumir, menor o
denominador e, conseqüentemente, maior o multiplicador. Pode-se
observar também que neste tipo de análise só existe um resultado estável e economicamente relevante se a propensão
a gastar for menor que 1, ou seja, se os aumentos de consumo
pelo aumento da renda cobrirem apenas uma parcela desse aumento. Para conseguir um resultado estável do modelo,
Keynes recorre a uma suposta “Lei Psicológica Fundamental”
que faria com que cada indivíduo não consumisse integralmente a elevação de sua renda pessoal.
Gabarito: “E”
05-(UFF/PROVA DE SELEÇÃO-2006) Dentro do modelo keynesiano,
uma política fiscal expansionista pode ser executada tanto pela alteração dos gastos como pela alteração da carga tributária.
Dentro do instrumental desse modelo, assinale a assertiva que traça
corretamente as características e/ou diferenças de cada uma dessas alternativas de política fiscal.
a) O impacto da alteração do gasto público (G) é menor que
aquele observado com a redução dos tributos, pois a propensão
marginal a consumir se situa entre 0 e 1, amortecendo os efeitos do primeiro instrumento.
b) A alteração de política tributária afeta diretamente a
demanda agregada ao reduzir a renda disponível para o consumo,
componente da demanda agregada.
c) Os parâmetros c, t e m afetam em maior ou menor proporção
o produto ou demanda agregada da economia via multiplicador.
d) Tanto a política de gasto quanto
aquela de tributos afeta indiretamente somente a demanda agregada da economia.
e) A alíquota do imposto (t) não é um dos parâmetros do multiplicador da renda.
Comentários: Uma política de elevação dos gastos públicos (incremento das despesas correntes e de capital do governo) tem um impacto direto sobre
a demanda agregada, como se observa pela identidade do produto: Y
=C
+ I + G + X – M. Assim, segundo a fórmula do multiplicador K = 1/ 1 –
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c(1 – t) + m, essa elevação do gasto resultará numa elevação
ainda maior do produto num montante que dependerá dos parâmetros c,
t, m. Já a modificação da política tributária, que se exprime macroeconomicamente pela
mudança da alíquota agregada dos impostos t, tem um
impacto indireto, ou seja, influencia a renda líquida disponível para o consumo do setor privado. Formalmente, essa alíquota é um dos
parâmetros do multiplicador da renda. Um menor valor da alíquota
tributária, menor t, implicará a elevação do multiplicador keynesiano.
O efeito da alteração do gasto direto é maior que da redução da carga tributária, uma vez que aquele se exerce diretamente sobre a demanda
agregada, enquanto a redução da alíquota tributária é de certa forma
“amortecida” pela propensão a consumir menor que 1, assumida no modelo keynesiano. Uma redução da carga tributária representará,
pois, uma elevação do consumo inferior a tal redução de acordo com a propensão a consumir do setor privado.
Gabarito: “C”
06-(UFF/PROVA DE SELEÇÃO-2006) Dentro do modelo keynesiano,
o investimento tem papel e desempenho relevantes para um país. Sobre
essa variável significativa, assinale a alternativa incorreta:
a) No investimento bruto, estão incluídas as demandas por bens
de capital, que elevará o estoque de capital da economia, bem como
uma parcela que apenas cubra a depreciação do capital existente.
b) Em um caso hipotético, no qual a depreciação é muito grande, um
valor elevado para o investimento bruto pode não se
traduzir em aumento significativo do estoque de capital, através de um
investimento líquido reduzido.
c) No modelo keynesiano simplificado, em uma economia fechada e sem
governo, o valor do investimento é amplificado pelo multiplicador,
seguindo a fórmula Y = I/(1 – c).
d) No modelo Keynesiano simplificado, em uma economia aberta,
o valor do investimento é amplificado pelo multiplicador, seguindo
a fórmula Y = I/(1- c) - m.
e) Um maior investimento representará uma maior acumulação de capital e, conseqüentemente, a ampliação da capacidade produtiva
de um país ou do produto potencial de uma economia.
Comentários:
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A assertiva A está correta porque a variável investimento
bruto corresponde à formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques deduzida a
depreciação desse novo bem de capital.
IB = FBCF + Ve – Depreciação. O que queremos deixar claro é que um nível favorável de investimento
se traduz em maiores oportunidades de emprego, incremento da renda e elevação do nível de atividade e produto da economia. De
forma análoga, menores taxas de investimento representam menor
nível de emprego, atividade econômica em desaceleração e decréscimo da renda da coletividade.
A assertiva B está correta porque o agregado investimento
líquido, que denota expressamente o efetivo de capacidade produtiva da economia, é o mais correto, pois leva em conta
a depreciação, o desgaste do equipamento e da maquinaria
produzidos durante o ano. Todavia, dada a dificuldade de estimação da depreciação, opta-se pelo cálculo do investimento bruto, em que os
dados de estoques adquiridos e novas plantas industriais são mais
confiáveis. Dessa forma, tem-se que: IL = IB – D onde:
IL = investimento líquido
IB = investimento bruto D = depreciação
Assim, um valor expressivo da depreciação, nos remete a um investimento líquido reduzido, isto é, dado o investimento bruto,
ceteris paribus (tudo o mais constante), quanto maior a depreciação,
menor a taxa de investimento líquida da economia.
A assertiva C está correta e a assertiva D está incorreta. No modelo keynesiano, não existe o termo propensão marginal
a investir (d), pois a função keynesiana roga que os investimentos
são exógenos, ou seja, I = I0. Em modelos keynesianos derivados,
ajusta- se a função investimento para I como função direta da renda, ou seja,
I = I0 + dY, onde:
I = função investimento
I0 = investimento autônomo
d= propensão marginal a investir Temos, portanto, dois modelos keynesianos, o simplicado(que é o solicitado na questão) e o derivado (também analisado abaixo).
01) Modelo Keynesiano simplificado: (I = I0) Dessa forma, temos para uma economia fechada, multiplicador dos gastos autônomos:
K = 1/ 1 – c(1 – t) Multiplicador da tributação:
Kt = - c/ 1 – c( 1 – t)
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E, para uma economia aberta, multiplicador dos gastos autônomos:
Kt = 1/ 1 – c(1 – t) + m onde m= propensão marginal a importar
As assertivas C e D trazem o multiplicador como função da renda de
equilíbrio. Assim, Y = 1/ 1 – c(1 – t) e Y = 1/ 1 – c(1 – t) + m, mas como não existe a função tributação, isto é, t = 0, fica reduzido a Y =
1/ 1 – c (para economia fechada) e Y = 1/ 1 – c + m (para economia aberta).
02) Modelo Keynesiano derivado: I = I0 + dY, onde:
I = função investimento
I0 = investimento autônomo d= propensão marginal a investir
Multiplicador dos gastos autônomos: K = 1/ 1 – c( 1 – t) - d
Multiplicador da tributação:
Kt = - c / 1 – c( 1 – t) - d
A assertiva E está correta porque maior taxa de investimento doméstica representa maior volume de bens de
capital fixo, isto é, mais imóveis, mais empreendimentos, novas plantas industriais, novas rodovias, mais despesas de
capital do governo, que modernizam e ampliam a oferta
de investimento, crescendo a economia, movimentando a coletividade com novos empregos e oportunidade além de mais renda e
produto na economia.
Gabarito: “D”
07-(CESPE/UNB/ FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/ICMS/AC –
2006) Com relação à função consumo, assinale a opção correta: a) Quando a renda é igual a zero, o consumo também será igual a zero.
b) A propensão média a consumir é dada pela relação entre o acréscimo no consumo e o acréscimo na renda.
c) A propensão marginal a consumir é uma relação cujo valor se situa
entre 0 e 1.
d) Quando são considerados curtos intervalos de tempo, a propensão marginal a consumir tende a variar continuamente.
Comentários: A assertiva A está incorreta porque mesmo quando a renda (Y) for
nula, ou seja, o consumidor não possui fluxo de recursos nem estoque de riqueza, a função consumo não será nula em razão do
consumo autônomo, independente, que constitui uma questão de
sobrevivência e não de padrão de vida. Ainda que o consumidor não tenha recursos para
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sustentar esse consumo, ele consome através de doações de
outros consumidores, por exemplo. São os “pedintes” em último caso.
Veja a função consumo: O consumo será considerado uma função linear da renda:
C = C0+ cy
C0 – consumo autônomo, independente da renda (questão de sobrevivência)
c – consume induzido (questão de padrão de vida) O coeficiente “ c” é denominado “ propensão marginal a consumir” ( PMgC), “ na margem”, “extra”, “adicional” e vem a ser o aumento
do consumo a cada aumento unitário da renda.
A assertiva B está incorreta e a assertiva “C” está correta porque
a propensão marginal a consumir (PMgC) entre 0 e 1 é uma das três propriedades fundamentais da função consumo de Keynes. Senão
vejamos:
Primeira: a propensão marginal a consumir se situa entre 0 e 1. O coeficiente “ c” é denominado “ propensão marginal a
consumir” ( PMgC), “ na margem”, “extra”, “adicional” e vem a ser o aumento do consumo a cada aumento unitário da renda.
Segunda: a propensão média a consumir cai quando a renda aumenta (PMeC declinante). PMeC = C/Y é a propensão média a consumir dada
por aquela relação para diferentes níveis de renda.
A PMeC decresce continuamente à medida que aumenta a renda, com o detalhe de que C aumenta menos do que proporcionalmente
aos aumentos de Y, pelo fato de c estar entre 0 e1.
Terceira: o consumo é determinado pela renda corrente. A assertiva D está incorreta porque, ceteris paribus, a
propensão marginal a consumir não tende a varia continuamente para curtos intervalos de tempo. Sabemos que a
PMgC determina a questão de padrão de vida e melhor padrão de
vida ou consumo mais ostensivo é proveniente de radicais alterações nos fluxos de rendas e estoque de riqueza das famílias. E tais
alterações não ocorrem da noite para o dia. A não ser situações
excepcionais como uma herança, um ganho no mercado de loterias, etc.
Gabarito: C
08- (CESPE/UNB-ANTAQ-2009) Em relação aos conceitos básicos de
macroeconomia, julgue os itens a seguir:
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a) Entre as diversas teorias de determinação da renda agregada, a que
mais se aproxima dos dados empíricos observados pela pesquisa científica contemporânea é a teoria da renda relativa,
que consiste na tese de que quanto maior for o nível de renda
individual, menor será a fração da renda aplicada no consumo.
b) Se a produção de determinada economia nacional está abaixo do seu
ponto de equilíbrio, a eventual expansão da produção se dará associada a um aumento não-intencional dos estoques das empresas.
c) O consumo independente da renda, também chamado de consumo
autônomo, determina o ponto em que a curva de consumo agregado
corta o eixo das ordenadas de um gráfico do tipo consumo versus nível de renda nacional.
d) A relação entre o nível de taxa real de juros e a propensão a poupar das famílias é sempre diretamente proporcional.
e) A demanda por investimentos de um
sistema econômico é determinada pela
eficiência marginal do capital, quando comparada com a taxa de juros do mercado.
Comentários: A assertiva A está incorreta porque existem duas teorias que se rivalizam, ou melhor, se complementam nessa análise renda-
consumo. A teoria keynesiana prega que, quanto maior a renda corrente (atual ou presente), maior a fração da renda aplicada no consumo ao
passo que a teoria da economia intertemporal assegura que o consumo
é explicado não só pela renda corrente, mas também pela renda futura, pela taxa de juros, pelo estoque de riqueza, dentre outros.
A assertiva B está incorreta porque em se tratando de
produção abaixo do ponto de equilíbrio (existe capacidade ociosa na
economia), uma eventual expansão está associada à queda da variação de estoques do período imediatamente anterior. Cabe repisar
que taxa
de investimento da economia é igual à formação bruta de capital fixo mais variação de estoques (I = FBCF + VE).
A assertiva C está correta porque o consumo autônomo ou exógeno se dá no ponto em que a curva consumo corta o eixo das ordenadas ao
passo que o consumo induzido (dependente da renda), isto é,
a propensão marginal a consumir representa a inclinação ou declividade da função consumo (C = C0 + cY).
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A assertiva D está incorreta porque de acordo com o motivo precaução, as pessoas guardam moeda, isto é, poupam em
função de algum imprevisto no futuro, de alguma reserva para
contingências, etc. Independente da taxa real de juros, o motivo precaucional se mantém. Em consonância com o motivo especulação,
as pessoas retêm moeda em função inversa com os juros, isto é,
quanto maior a taxa real de juros, maior o custo de oportunidade de retenção de moeda, ou seja, melhor fazer o aporte em títulos, que
rendem juros do que em moeda, que não rende juros. A
demanda por moeda é inversamente proporcional aos juros. É o motivo especulação ou portfólio.
A assertiva E está correta porque a demanda por investimentos da
economia cresce quanto menor a taxa de juros do mercado, isto é, taxa de juros e investimento são inversamente proporcionais.
Quando a eficiência marginal do capital (taxa de retorno dos
ganhos futuros) supera a taxa de juros praticada, o investimento é realizado.
Gabarito: FFVFV
09- (CESPE/UNB-SEGER-ES-2008) A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito
dessa teoria, julgue os itens a seguir.
a)Aumentos dos gastos públicos, no âmbito de
programas de redistribuição de renda como o Bolsa Família, podem ser
financiados mediante a expansão da poupança líquida interna e do déficit
externo.
b) O efeito deslocamento (crowding out) supõe que variações nas taxas
de juros, decorrentes da expansão dos gastos públicos, não afetam o
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multiplicador keynesiano e, portanto, não alteram o nível de eficácia da
política fiscal para expandir a produção.
c) Na função keynesiana de consumo, os gastos das famílias dependem
essencialmente das variações da renda permanente.
d)A manutenção da relação dívida pública/PIB constante requer que
o superávit primário, expresso como proporção do PIB, seja tão
maior quanto menor for a taxa de juros e
maior for o crescimento da economia.
e) Quando a taxa de juros é inferior à taxa de crescimento da economia,
a deterioração do resultado fiscal do governo conduzirá ao aumento da
dívida e à elevação das despesas com juros.
f)O aumento dos salários dos funcionários públicos eleva o consumo do governo na ótica da despesa, porém não altera o Produto Interno Bruto
(PIB) computado sob a abordagem da renda.
g) Se a redução das alíquotas do imposto de renda sobre pessoa jurídica (IRPJ) recentemente adotada no Brasil reduzir efetivamente o ônus fiscal relativo a esse tributo, então a curva IS se deslocará para
cima e para a direita, contribuindo, assim, para elevar o nível de
atividade da economia brasileira.
h) Se, em virtude da crise atual de liquidez, ocorrer redução substancial
do multiplicador keynesiano da economia americana, então a contração
da demanda daí decorrente provocará um deslocamento ao longo da
curva de demanda agregada dessa economia.
i) A idéia de que o consumo corrente é financiado pelo estoque
de riqueza e pela renda gerada
ao longo da vida dos consumidores contradiz a hipótese do ciclo de vida.
j) Aumentos das alíquotas do imposto de renda de pessoa física (IRPF),
por reduzirem a propensão marginal a poupar, diminuem a poupança
privada, porém não alteram os níveis de consumo.
Comentários: A assertiva A está correta porque sabemos que o déficit público (DP)
é dado pelo excesso de investimento governamental face à poupança do
governo em conta corrente, ou seja,
DP = Ig – Sg (1) e Ip + Ig = Sp + Sg + Se (2) Da combinação das duas equações, podemos assumir que:
Ig - Sg = Sp + Se – Ip
Logo, equacionalmente, temos:
DP = (Sp – Ip) + Se.
A identidade que decorre da conta de capital do sistema de
contas nacionais indica que o déficit público é financiado,
internamente, pelo excesso da poupança privada sobre
o investimento privado e, externamente, pelo afluxo de poupanças do resto do mundo.
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Atenção, pois é um erro muito comum dos concursandos. A identidade
que decorre da conta de capital do sistema de contas nacionais indica que o déficit público é financiado internamente pelo excesso
da poupança sobre o investimento privado e externamente pelo afluxo
de poupanças do resto do mundo. Isso, em nenhuma hipótese, representa que o déficit público cause o déficit em transações
correntes e que, portanto, basta cortar o déficit público para
resolver as pendências externas.
A assertiva B está incorreta porque o efeito deslocamento
ou expulsão (crowding out) provocado pela política fiscal
expansionista ( aumento de gastos públicos) faz elevar as taxas de
juros da economia. O setor público ocupa espaço, portanto, da iniciativa privada, dos
empresários no processo de alavancagem da economia,
afetando a composição, a eficácia da política fiscal, logo, do multiplicador keynesiano. Cabe repisar que a
eficácia da política fiscal é afetada pela propensão marginal a consumir
(c), pelo multiplicador fiscal (K) e pela elasticidade (sensibilidade) do investimento em relação aos juros da economia.
A assertiva C está incorreta porque a visão keynesiana ou função consumo de Keynes assinala o consumo como função da renda corrente,
atual ou presente. Dessa forma, a renda permanente (expectativa
de renda futura, combinação com a renda presente) só faz sentido para os pensadores da economia intertemporal em que o consumo passa a
ser função da renda presente, renda futura, estoque de riqueza,
taxa de juros, preferências, gostos dos consumidores...
A assertiva D está correta porque uma razão dívida
pública/PIB estável e constante é garantida se ocorrem crescimento
da atividade econômica e superávit fiscal maiores que
aumento dos juros, que incidem sobre o estoque de títulos da dívida pública.
A assertiva E está incorreta porque quando a taxa de juros (que
incide sobre a dívida pública) é inferior à taxa observada de crescimento do PIB, a razão dívida pública/PIB se reduz, a economia fiscal é maior, o
que permite redução dos juros, da dívida pública e os
fundamentos macroeconômicos ficam mais sólidos, garantindo à economia mais solidez e robustez. Para que
ocorresse a deterioração das contas
públicas e o conseqüente maior endividamento fiscal e nova elevação dos juros básicos, seria necessária uma taxa de juros maior
que a taxa de crescimento da economia.
A assertiva F está incorreta porque o aumento dos salários
dos funcionários públicos permite maiores gastos de consumo dos entes da economia (famílias, empresas e governo)
através de impulsos nas variáveis C e G da demanda
agregada (Y = C + I + G + X – M) e eleva
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o PIB, calculado sob o prisma da renda ou dos recebimentos, a saber: Y
= Salários + Lucros + Juros + Aluguéis. A assertiva G está correta porque a redução do IRPJ recentemente adotada no Brasil (como, por exemplo, a redução
atual do IPI sobre automóveis, produtos da linha branca e da
construção civil, deslocou a curva IS (do mercado real, de bens e serviços) para cima e para a direita, contribuindo para aumentar a
taxa de atividade da economia brasileira e evitar um provável
desaquecimento ou recessão.
A assertiva H está incorreta porque uma redução do
multiplicador keynesiano da economia americana em função da forte crise
financeira e de crédito mundial do biênio 2008/2009 provoca redução
da demanda agregada da economia, deslocando a curva de DA para a esquerda e para baixo. Deslocamentos ao longo da curva de
demanda agregada acontecem quando o preço da moeda (juros) da
economia variar.
A assertiva I está incorreta porque a idéia de que o
consumo corrente é financiado pelo estoque de riqueza e pela renda
permanente gerada ao longo da vida dos consumidores é compatível com a hipótese do ciclo de vida, isto é, dos modelos de economia
intertemporal, um avanço do pensamento keynesiano em que o
consumo depende apenas da renda corrente.
A assertiva J está incorreta porque aumentos das alíquotas do IRPF
alteram os níveis de consumo da coletividade, uma vez que a
renda disponível da sociedade é reduzida com um aumento da
tributação direta ou indireta (Yd = Y – T), onde:
Yd= renda disponível; Y = renda bruta (salários, juros, lucros e aluguéis); T = função tributação.
Quanto maior o grau de tributação, menor a renda disponível
da coletividade e, portanto, menor o nível de consumo das famílias.
Gabarito: VFFVFFVFFF
10- (CESPE/UNB- BANCO DA AMAZÔNIA- TÉCNICO CIENTÍFICO – ECONOMIA-2007) Considere que, em uma economia fechada, sem
governo, os gastos autônomos e de consumo correspondam a R$ 150
bilhões, o investimento planejado seja igual a R$ 50 bilhões e a propensão marginal a consumir seja de 0,75. Com base nessas
relações, julgue os itens a seguir.
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a) O multiplicador keynesiano do consumo é igual a 1,333 e o PIB de
equilíbrio dessa economia é igual a R$ 800 bilhões.
b) A função de poupança (S) dessa economia é dada pela expressão S =
-150 + 0,25Y em que Y é o PIB.
Comentários: A assertiva “A”está incorreta. Como a economia é simplificada ao máximo (sem governo e sem trocas com o exterior), não se tem
G
(gastos governamentais), X (exportações) nem M (importações). Dessa
forma, admite-se PIB = Y = C + I e o multiplicador fiscal simplificado
fica sendo K= 1/ (1 – c) em que c é igual à propensão marginal a consumir.
Sabemos que C = R$ 150 bilhões
I = R$ 50 bilhões
c = 0,75
O multiplicador keynesiano de consumo é igual a K = 1/ (1 – 0,75) =
1/0,25 = 4 e o PIB dessa economia é igual a R$ 800 bilhões (150 +
50)x4 A assertiva “B” está correta porque
não existe poupança independente tal como uma função
consumo. A função poupança é tão somente a ” imagem espelhada” da
função consumo. Por hipótese, C + I
= Y = C + S Y = C + S
S = Y – C
S = Y – ( Ċ +
cY) S = Y – Ċ – cY
S = - Ċ + Y – cY
S = - Ċ + ( 1 – c)Y
O coeficiente “ 1 – c” é denominado propensão marginal a poupar (PMgS) e seu valor corresponde ao restante da parcela c do consumo e vale aqui 0,25.
Logo, a função poupança é dada por S = - 150 + 0,25Y
Gabarito: “FV”
11-(ANPEC-ECONOMISTA-2006/2007) O consumo, a poupança e o
investimento são importantes agregados macroeconômicos. Em relação a essas variáveis, assinale a opção correta.
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a) Se confirmadas, as expectativas de recessão mundial decorrentes do
aumento substancial do preço do petróleo levarão à redução da propensão marginal a consumir nos países atingidos pela recessão.
b) Na visão keynesiana, o principal determinante do consumo
das famílias é a renda permanente obtida pelas famílias ao longo do ciclo
de vida.
c) Um aumento no nível de preços reduz tanto a poupança como
o consumo agregado da economia.
d) Quando a taxa esperada de retorno de determinado investimento é
inferior à taxa de juros de mercado, as empresas aumentam seus estoques de capital.
e) O fato de que as decisões de investimento tendem a se
relacionar com os lucros esperados dos negócios realizados é
consistente com o caráter autônomo dos investimentos.
Comentários: A assertiva “A’ está incorreta, segundo a banca
examinadora, porque um aumento considerável do preço do petróleo, matéria-prima para qualquer indústria, provoca recessão na economia
mundial, mas não conduz à redução da propensão marginal a
consumir a consumir nos países atingidos, pois essa representa padrão de vida, bem-estar da sociedade. Sabemos que a renda da economia
diminui o que leva a menor consumo de petróleo, já que a PMgC
depende da renda. Contudo, seu valor, em termos relativos, continua inerte, a princípio.
A assertiva “B” está incorreta porque, na visão
keynesiana, o determinante do consumo das famílias é a renda
atual (corrente) obtida pelas famílias. Somente no estudo da economia intertemporal, com o avanço do pensamento
microeconômico na macroeconomia, é que o nível de consumo
desejado passa a ser entendido como função não só da renda corrente, mas também da renda futura esperada, da taxa de juros e do estoque
de riqueza.
A assertiva “C” está incorreta porque um incremento no nível de preços acarreta perturbação nas variáveis
econômicas como na poupança e no consumo. Contudo, sabemos
que Y = C + S, ou seja, os rendimentos provenientes da ótica da renda do PIB (salários, juros aluguéis e lucros) podem ser
utilizados para o consumo ou para a poupança. Aquilo que não é
consumido, será poupado e, obviamente, o que não for poupado, será utilizado no consumo. Dessa forma, qualquer movimentação nos preços
da economia provoca alterações em sentidos opostos no consumo e na
poupança.
A assertiva “D” está incorreta porque o corolário de James Tobin: é
inequívoca a relação direta existente entre o mercado de ações e o agregado macroeconômico investimento. O problema do empresário,
do
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empreendedor tende a ser facilitado, segundo o q de Tobin, pois o preço das ações sinaliza às empresas qual o julgamento que o mercado realiza
de cada unidade de capital, ou melhor, qual o valor atribuído a
cada unidade de capital já operando.
O cálculo agora é trivial: reside na comparação do preço de aquisição de
uma unidade adicional de capital a ser instalado com o preço que o
mercado está valorando a unidade respectiva.
Se o valor julgado pelo mercado superar o preço da
aquisição da máquina, o empresário adquire a unidade de capital, viabilizando o investimento.
Por outro lado, se o valor que o mercado está disposto a pagar pela
unidade instalada for inferior ao custo de aquisição, o investimento perde sua viabilidade e não será concretizado.
E, ainda, se o valor estimado pelo mercado acionário for
exatamente igual ao custo de reposição da unidade de capital instalado,
o investidor é indiferente ao novo empreendimento.
Essa variável que interliga o valor acionário de uma unidade de capital
em relação ao seu custo de aquisição é que se denomina “q”
tendo ficado conhecida como “q de Tobin”.
A conclusão é clara: tanto os investimentos quanto o mercado de ações
estão diretamente vinculados aos mesmos fatores: lucros futuros esperados e
taxas de juros.
O q de Tobin é assim mensurado:
Valor de Mercado do Capital Instalado/ Custo de Reposição do Capital
Instalado.
Se q é maior do que 1, o mercado de ações considera que o capital instalado vale mais do que seu custo de reposição. Neste
caso, os empresários poderiam aumentar o valor de mercado de suas empresas comprando mais capital. De forma análoga, se q é menor do
que 1, o estoque de capital é menor do que seu custo de reposição.
Neste caso, os empresários não substituiriam o capital à medida que este se desgastasse.
A assertiva “E” está correta porque caráter autônomo
dos investimentos representa que o modelo keynesiano é o genérico sem derivação, isto é, o investimento é independente, não é induzido
pela taxa de juros. O modelo keynesiano generalizado é aquele em que o
I = I0. Já o modelo keynesiano derivado é aquele em que I = I0 + dY, onde:
I = função investimento
I0 = investimento autônomo
d= propensão marginal a investir
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O investimento está diretamente associado a três variáveis
fundamentais, a saber: a taxa de juros, as perspectivas empresariais sobre a atividade (expectativas dos agentes) e o nível da
capacidade instalada da economia (instalações produtivas das empresas).
O custo do dinheiro (preço do dinheiro dado pela taxa de juros) regula
as novas decisões de investimento. O nível de investimento só será viabilizado quando restar comprovado que o retorno
esperado do investimento for
superior ao custo do dinheiro. Ou seja, se o empreendimento for mais rentável que deixar o capital aplicado
no sistema financeiro, o investimento é viabilizado, novas contratações
irão surgir e o nível de atividade aumentará.
Quando as expectativas dos empresários sinalizam no sentido de
prosperidade e bons ventos para a economia, então, o investimento se
concretizará.
Ao mesmo tempo, se a capacidade produtiva das empresas ainda não chegou a seu limite, isto é, existe capacidade ociosa,
através de máquinas subutilizadas e trabalhadores sem
emprego, não há estímulo a novos investimentos. Por outro lado, se os trabalhadores encontram colocação, há capital disponível e as
máquinas estão no seu limite de produção, o
investimento será viabilizado o mais rápido possível. Gabarito: “E”
12-(ANPEC-ECONOMISTA-2006/2007) Assinale a opção correta com
relação à política fiscal, que constitui importante meio de o
governo atenuar as flutuações econômicas.
a) Se, no âmbito da reforma tributária atualmente em discussão
no Brasil, houver aumento do imposto de renda para pessoas
físicas e jurídicas, então a curva de demanda agregada da economia brasileira se deslocará para baixo e para a esquerda.
b) De acordo com os economistas clássicos, as
políticas fiscais
expansionistas são particularmente eficazes para reduzir a taxa de desemprego no longo prazo.
c) Em presença de uma curva de oferta agregada positivamente
inclinada, a expansão da demanda agregada, decorrente das despesas
públicas realizadas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, será superior àquela gerada pelo
multiplicador keynesiano. d) Do ponto de vista do impacto sobre
o PIB, um aumento de R$
1.000.000,00 nos gastos públicos com investimentos em infra-estrutura
é equivalente à expansão, da mesma magnitude, dos gastos no âmbito
do programa Bolsa Família.
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e) O fato de um aumento de R$ 200,00 nas exportações autonomias elevar o PIB em R$ 1.000,00 é incompatível com uma
propensão marginal a poupar igual a 0.20.
Comentários: A assertiva A está correta porque um aumento do imposto de renda
para PF e PJ constitui instrumento de política fiscal contracionista, que reduz a renda das famílias, o apetite por novos projetos
industriais, comerciais e de serviços além de implicar na queda do crédito
público. A demanda agregada da economia sofre os impactos negativos da menor renda disponível da coletividade. Os componentes
da demanda agregada (C, I, G) são negativamente
impactados. Dessa forma, a demanda agregada diminui e a curva de DA se desloca para baixa e para a esquerda.
A assertiva B está incorreta porque,
em consonância com os economistas clássicos, as políticas fiscais não são eficazes para reduzir a
taxa de desemprego. No longo prazo, o nível do produto é determinado
pelas quantidades de capital e de trabalho e pela tecnologia disponível. Não depende, portanto, do nível de preços. A curva de oferta agregada
de longo prazo, OALP, é vertical.
A curva de oferta vertical atende à dicotomia clássica, uma vez que o
nível de produto é independente da demanda agregada e, portanto, da
oferta de moeda. Este nível de produto de longo prazo, Y, é chamado de
nível de produto de pleno emprego: é o nível de produto no qual os
recursos da economia estão plenamente empregados, ou, de forma mais
realista, em que o desemprego está em sua taxa natural. A redução na
demanda agregada afeta o nível de preços, mas não o nível do produto. A
assertiva “C” está incorreta porque, em um contexto de curva de
DA positivamente inclinada, a expansão da DA, decorrente das despesas
públicas realizadas no âmbito do PAC será idêntica àquela gerada pelo
multiplicador keynesiano em que se tem:
K = 1/ 1- c onde:
K = multiplicador keynesiano simplificado para uma economia fechada
(DA = C + G + I).
C = propensão marginal a consumir.
A assertiva “D” está incorreta porque o impacto no PIB decorrente
das duas medidas observadas (incremento nos investimentos públicos e
gastos com Bolsa Família) são distintos. A mudança na variável investimento afeta a cadeia produtiva para trás e para frente,
ou seja, possui efeitos multiplicadores em todos os segmentos da
cadeia ao passo que a alteração nos gastos com a política de subsídios do Bolsa
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Famílias (programa de assistencialismo) não tem o impacto tão
significativo na composição da demanda agregada.
A assertiva E está incorreta porque o fato de um aumento de R$ 200,00 nas exportações autônomas (X) elevar o PIB em R$ 1.000,00 é
compatível com uma propensão marginal a poupar de 0,2. Senão vejamos: se a PMgS (s) é igual a 0,2, então, a PMgC (c ) é igual
a 0,8. Daí, temos que as propensões marginais a consumir e a
poupar são complementares (PMgC + PMgS =1). O multiplicador das exportações autônomas para essa economia é igual a K = 1/ 1 – c, logo,
K = 1/ 1 –
0,8 = 1/0,2 = 5. Uma elevação de R$ 200,00 nas vendas externas acarreta um acréscimo no PIB de R$ 1.000,00.
Gabarito: “A”
13- A análise do consumo, da poupança e do
investimento é fundamental para entender a determinação da renda e do produto de equilíbrio. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) A incorporação da renda futura esperada na função de consumo constitui a principal contribuição da teoria keynesiana do
consumo.
b) De acordo com a hipótese do ciclo de vida, o consumo depende tanto
da renda como da riqueza dos consumidores.
c) Acelerações na taxa de crescimento das inovações tecnológicas
deslocam a curva de demanda de investimento para baixo e para
a esquerda.
Comentários:
A assertiva A está incorreta porque pra Keynes, a variável consumo = função ( Renda Corrente). Somente trabalhos da microeconomia no
campo macroeconômico sugerem que: Consumo = função (Renda Corrente, Riqueza, Renda Futura Esperada, Taxa de Juros). A grande
contribuição da economia intertemporal passa pela firme convicção que
os consumidores são conscientes, prudentes e, portanto, o nível de consumo desejado passa não só pela renda corrente ( renda
atual, proposta por Keynes e seus seguidores), mas também pela renda
futura esperada, pelo estoque de riqueza e pela taxa de juros.
A assertiva “B” está correta porque Modigliani destacou que a renda
varia ao longo da vida das pessoas e que a poupança permite
aos consumidores deslocar renda dos períodos em que ela é
alta para
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aqueles em que é mais baixa. Essa interpretação do comportamento do
consumidor constitui a base de sua hipótese do ciclo de vida. Como as famílias querem manter um padrão de consumo uniforme, despoupam
quando jovens ( renda é
desprezível), poupam durante os anos produtivos da sua vida adulta ( pagamento de dívidas contraídas
quando jovens e acumulação de riqueza para a velhice) e despoupam
quando ficam idosas. Se o consumidor nivela o consumo ao longo de sua vida, poupará e acumulará riqueza durante os anos em
que trabalha e consumirá o patrimônio acumulado na sua
aposentadoria.
A assertiva “C” está incorreta porque acelerações na taxa
de crescimento das inovações tecnológicas deslocam a curva de oferta para baixo e para a direita.
Fatores que influenciam a oferta de bens e serviços
Fator/condicionante Deslocamentos da
Curva de Oferta
Variação quantidade ofertada
/oferta
Preço do produto em comento
Ao longo da curva (na curva de oferta)
Quantidade ofertada
Preço dos insumos A curva de oferta se
desloca
Tecnologia A curva de oferta se
desloca
Preço do capital A curva de oferta se desloca
Oferta
Oferta
Oferta
Gabarito: B
14- (TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-AFRFB) Sobre
Keynes, intervenção econômica, política fiscal e economia intertemporal, assinale a assertiva incorreta.
a) Enquanto para Keynes, o nível de consumo é função da
renda corrente ou atual, para os economistas da economia
intertemporal, o consumo é função não só da renda corrente, mas também da renda futura, do estoque de riqueza e da taxa de juros.
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b) A visão da equivalência ricardiana sinaliza que o consumidor
age racionalmente, no sentido de que uma queda dos impostos representa manutenção do nível de consumo presente em
preferência por um aumento de poupança privada para bancar os
impostos mais altos no futuro.
c) A visão tradicional da dívida pública promove um remanejamento das
poupanças, isto é, a queda da poupança pública em função da menor carga de impostos é substituída por um aumento da poupança privada
para bancar impostos mais altos no futuro.
d) Esquema Ponzi de financiamento representa sucessivos déficits comerciais e financeiros da nação que precisam em algum
momento no futuro ser honrados, via poupança externa (empréstimos internacionais) ou através de superávits comerciais (mais
exportações e menos importações). A negativa de empréstimos
internacionais pode provocar um efeito cadeia, efeito dominó nas contas públicas.
e) O Estado Keynesiano, o Estado produtor, consumidor, empregador e regulador, isto é, essa corrente fiscalista, é compatível com a situação
de “armadilha da liquidez” em que a política monetária é ineficaz para
aumentar o produto e a renda nacionais.
Comentários: A assertiva A está correta porque a função consumo keynesiana roga
que o consumo dos agentes econômicos é função direta da renda atual
ou corrente ao passo que estudos avançados de microeconomia em macroeconomia, isto é, o estudo da economia intertemporal sinaliza
que a função consumo é função direta não apenas da renda
atual, mas também da renda futura (expectativa de ganhos), da taxa de juros, do estoque de riqueza, dos gostos e preferência dos
consumidores.
A assertiva B está correta e a assertiva C está incorreta porque a
concepção alternativa, a chamada equivalência ricardiana roga que a dívida pública não influi sobre as poupanças e sobre a acumulação
de capital. A equivalência ricardiana se alimenta da convicção que
uma redução tributária hoje (incremento da dívida pública presente) será inevitavelmente compensada por novo aumento de
carga de impostos amanhã (desincremento da dívida pública futura), o
que não motivará variações no nível de consumo total, que é função da renda permanente das famílias. A concepção ricardiana sinaliza que o
agente irá guardar o ganho obtido com o corte tributário de sorte a
capitalizar o mesmo na poupança, já que os impostos voltarão a crescer, o que diminui a sua renda disponível. O consumidor
atento ao futuro percebe, nas entrelinhas, que
o endividamento público do presente significa um incremento da carga tributária mais à frente. Não se verifica redução da carga de
impostos permanente. Ocorre um deslocamento, um
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remanejamento. A renda permanente do agente não se modificou e,
portanto, o consumo não se alterou. As famílias poupam o acréscimo na renda disponível para poder custear o
pagamento futuro de impostos. Este
aumento da poupança privada apenas compensa a redução na poupança pública. A poupança nacional, o somatório das
poupanças pública e privada, se mantém a mesma.
A concepção tradicional da dívida pública sustenta que esta dívida reduz
a poupança nacional e inibe a acumulação de capital. Um corte nos impostos, financiado através de aumento na dívida pública via
emissão de títulos públicos, repercute como um estímulo
às despesas de consumo, com aumento de renda agregada às custas de maior endividamento público
(leia-se aumento de dívida pública).
A assertiva D está correta porque retrata a situação em que o país incorre em déficit de forma definitiva, tomando empréstimos novos para
quitar os pretéritos, incorrendo em mais juros, o que acarreta novo déficit, incrementando cada vez mais o endividamento. Os
credores internacionais podem inferir que a capacidade do país
honrar seus compromissos financeiros é bastante suspeita, o que leva a negativa de novos empréstimos, provocando um verdadeiro
efeito dominó de colapso e bancarrota nas contas externas.
A assertiva E está correta porque o Estado fiscalista,
interventor, produtor de bens e serviços é compatível com a realidade atual em que a crise financeira internacional motivou o resgate do
papel do Estado como figura necessária para a reativação da economia.
Os instrumentos monetários perderam força no debate já que a taxa de juros já está suficientemente baixa. É o caso da armadilha
da liquidez ou caso keynesiano em que apenas a política fiscal é
eficaz para aquecer a economia ou retirá-la da recessão.
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Gabarito: C
15- (TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-AFRFB-2009) Se um país A
tem mais da metade da sua população entre as idades 20 a 50 anos, uma país B tem sua população quase que absoluta entre 0 e 15 anos e
um país C tem sua população majoritariamente acima de 60 anos, de
acordo com a Teoria do Ciclo de Vida, espera-se que:
a) a taxa de poupança no país A seja igual no país B e no país C. b) a taxa de poupança no país A seja maior do que nos países B e C.
c) o país A importe bens do país B.
d) o país A exporte bens ao país C.
e) o país A tome empréstimos do país C.
Comentários: O Modelo de Modigliani ou modelo do ciclo de vida destaca que a renda
varia ao longo da vida das pessoas e que a poupança permite
aos consumidores deslocar renda dos períodos em que ela é alta para aqueles em que é mais baixa. Essa interpretação do
comportamento do consumidor constitui a base de sua hipótese do ciclo
de vida.
O modelo do ciclo de vida se constitui numa aplicação específica
do modelo intertemporal de consumo e poupança. A ênfase no padrão regular de renda no decorrer da vida das famílias é seu traço
peculiar. Como as famílias querem manter um padrão de consumo
uniforme, despoupam quando jovens (renda é desprezível), poupam durante os anos produtivos da sua vida adulta ( pagamento de dívidas
contraídas quando jovens e acumulação de riqueza para a velhice) e
despoupam quando ficam idosas.
Se o consumidor nivela o consumo ao longo de sua vida, poupará
e acumulará riqueza durante os anos em que trabalha e consumirá o patrimônio acumulado na sua aposentadoria.
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Observemos agora que nos restam apenas as opções a e b, pois
as demais assertivas se referem à teoria de vantagens comparativas não sendo compatível com o estudo dos modelos de escolha
intertemporal.
A assertiva B está correta porque o país B possui uma
população majoritariamente jovem de forma que não há o que poupar, ela ainda não chegou ao mercado de trabalho. Só existe despoupança
desse país. Já o país A é eminentemente adulto, já esta
trabalhando, em idade economicamente ativa o que permite inferir poupança doméstica para despoupar na velhice, na aposentadoria. O
país C possui uma população idosa em que os rendimentos obtidos na
idade adulta permitem agora maior taxa de despoupança para aproveitar a última etapa da vida. Dessa forma, conclui-se que a taxa de poupança
no país A é maior que as observadas nos países B e C.
Gabarito: “B”
16-(NCE/UFRJ- AGU-Economista – 2006) Aponte a
afirmativa correta em relação à Teoria Monetária de Keynes e aquelas derivadas da tradição da Teoria Quantitativa da Moeda:
(A) a demanda por moeda para transação não figura na abordagem
neoclássica da demanda de moeda;
(B) a reconstrução da Teoria Quantitativa da Moeda formulada por
Friedman propõe que a política monetária não produz efeitos reais; (C) segundo Keynes, a existência de demanda por moeda por precaução
justifica-se pelas expectativas de aferição de lucros em decorrência da variação do preço dos títulos;
(D) para Keynes, a demanda por moeda para transação será
tanto menor quanto menor for o número de retiradas de contas remuneradas por unidade de tempo;
(E) para Keynes, em certas circunstâncias, entre elas a presença de um
nível de taxas de juros suficientemente baixo, a demanda especulativa
de moeda torna-se infinitamente elástica.
Comentários: A assertiva “A” está incorreta porque a abordagem neoclássica da
demanda por moeda é representada pela demanda por moeda motivo transacional. É a parte da demanda por moeda dependente da
renda, única esfera importante para os monetaristas.
A assertiva “B” está incorreta porque a reconstrução da TQM
por Friedman sugere que a política monetária produz efeitos reais no curto prazo, mantendo a dicotomia somente no longo prazo.
Já para os teóricos dos ciclos reais (TCR), os novos clássicos, é
que a política
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monetária não produz efeitos reais nem no curto prazo. São
mais clássicos do que nunca!
A assertiva “C” está incorreta porque as expectativas de aferição de
lucros em decorrência da variação do preço dos títulos são justificadas por Keynes em razão da demanda por moeda motivo
especulação, inversamente proporcional à taxa de juros. A
demanda por moeda motivo precaução é dependente da renda para cobrir alguma eventualidade ou um fato
inesperado, como no caso de um doença familiar ou aparecimento
de um negócio de ocasião. É muito pouco difundido na literatura econômica.
A assertiva “D” está incorreta porque a demanda por moeda para
transação será tanto maior quanto menor for o número de retiradas de
contas remuneradas por unidade de tempo. O motivo transacional se aplica na cobertura das transações do dia-a-dia.
A assertiva “E” está correta porque é a situação
fortemente keynesiana também conhecida como armadilha da liquidez
em que a taxa de juros é tão baixa que o público prefere manter a moeda ofertada na forma de encaixes reais. A curva LM
torna-se horizontal
(perfeitamente elástica), de modo que qualquer variação na oferta de moeda não induz ninguém a preferir título à moeda e, portanto, não
traz qualquer efeito sobre a taxa de juros e sobre o nível de renda.
Gabarito: E
17-(TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-2009) “Para Mantega,
as críticas ao aspecto fiscal não se justificam, uma vez que o Brasil é um dos países cuja dívida pública não subirá expressivamente por causa
da crise. Segundo levantamento da agência de risco Standard &
Poor´s, o endividamento bruto dos Estados Unidos crescerá de 52% do PIB em
2008 para 79% do PIB em 2010, enquanto no Brasil a dívida pública
permaneceria estabilizada em torno de 58% do PIB. Reduzimos o superávit primário em 2009 para poder fazer uma
política anticíclica e ainda assim nosso resultado nominal será o
segundo melhor do G20, citando números da revista “Economist”, que projeta um déficit de 2,1% do PIB para o Brasil”. (Jornal do Comércio,
26/05/2009, p.22 , caderno de Economia). Sobre o tema déficit
público versus dívida pública, assinale a assertiva correta:
a) O método “acima da linha” mede a variação do
endividamento público, sem considerar as estatísticas fiscais desagregadas.
b) As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) no Brasil são medidas pelo critério de competência, à exceção do cálculo
das despesas com juros, cotados no critério de caixa.
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c) O déficit público nominal é maior que o déficit público primário se o
país for credor internacional, isto é, apresentar receitas provenientes de juros e variação cambial.
d) O resultado primário das contas públicas leva em consideração todas
as despesas não financeiras bem como todas as receitas financeiras e
não financeiras.
e) A relação dívida pública/PIB decresce sempre que ocorrer
aumento da atividade econômica e/ou redução do estoque dos títulos
da dívida pública.
Comentários: A assertiva A está incorreta porque o método “abaixo da linha” mede
a variação do endividamento público, sem considerar as estatísticas fiscais desagregadas. Já o método “acima da linha” procura medir o
déficit público a partir das estatísticas fiscais
desagregadas, pormenorizadas, detalhadas mesmo.
A assertiva B está incorreta porque o critério exposto está invertido
na assertiva. As necessidades de financiamento do setor público no Brasil são medidas pelo critério caixa, à exceção do cálculo das
despesas com juros, cotados no critério competência.
A assertiva C está incorreta porque se o país é credor internacional,
ele apresenta capacidade de emprestar recursos ao resto do mundo, isto é, é um exportador líquido de capitais. Dessa forma, o superávit nominal
é maior que o superávit primário, dado que as receitas com juros
e variação cambial serão computadas no resultado nominal das contas públicas.
A assertiva D está incorreta porque o resultado primário do
setor público leva em conta apenas as receitas e despesas não financeiras, ou seja, qualquer receita ou despesa financeira não é
computada para efeitos do resultado primário. Quantifica-se
apenas o esforço fiscal realizado pelo governo.
A assertiva E está correta porque a razão dívida pública/PIB decresce
quando o numerador diminui, isto é, o estoque de títulos da
dívida pública se reduz ou o denominador aumenta (a atividade
econômica cresce ou taxa de crescimento do PIB).
Gabarito: E
18-(TREINAMENTO AVANÇADO-ESAF-2009) “A queda dos
juros básicos da economia reduziu o impacto negativo da redução do
esforço
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fiscal do governo nas contas do setor público consolidado de abril.
As contas consolidadas do Tesouro Nacional, Banco Central, Previdência, estados, municípios e estatais mostram que, no mês
passado, o gasto com o pagamento de juros foi de R$ 12,2
bilhões, resultado 13,5% menor que o de março. A carga de juros nos últimos meses encerrados em abril foi de 5,41% do PIB, a mais baixa
desde maio/98, quando a relação era de 5,38% do PIB. Por conta
disso, o setor público registrou em abril superávit nominal de R$ 300 milhões, reflexo de um superávit primário de R$ 12,5 bilhões e
gastos com juros de R$ 12,2 bilhões.”
(Jornal do Comércio, 26/05/2009, p.21, caderno de Economia). Acerca do tema e da importância da política fiscal e da dívida pública
no resultado das contas públicas, assinale a assertiva incorreta:
a) Para o setor público brasileiro, as contas públicas são mensuradas
pelo critério de caixa, à exceção das despesas de juros calculadas pela ótica da competência.
b) O déficit público nominal leva em conta toda e qualquer receita financeira (caso exista) bem como as despesas financeiras a título de
juros nominais (inflação, variação cambial e juros).
c) As necessidades de financiamento do setor público sob o prisma operacional computam as despesas financeiras tomadas
como juros reais, isto é, taxa de juros e correção monetária.
d) Maiores empréstimos internacionais acarretam desconfiança
dos credores internacionais se os fundamentos macroeconômicos da
economia nacional não são sólidos, robustos. Dessa forma, teremos a
negativa na concessão de novos empréstimos e um possível efeito dominó de desconfiança, alimentando ainda mais a crise. É o
chamado esquema Ponzi de financiamento.
e) O déficit público nominal é o déficit público operacional mais as despesas com correção monetária e variação cambial, se houver.
Comentários:
A assertiva A está correta porque diante do critério caixa
versus competência, o setor público no Brasil leva em conta qualquer despesa ou receita do orçamento sob o
prisma de caixa, isto é, depende
efetivamente do recebimento ou do pagamento do recurso, à exceção das despesas com juros, que são calculadas sob a ótica de competência,
isto é, basta o reconhecimento do direito creditório.
A assertiva B está correta porque está computado aqui o conceito
literal das NFSP nominal, levando-se em conta toda e qualquer despesa ou receita financeira (taxa de juros reais, inflação e variação cambial).
A assertiva C está incorreta porque as necessidades de financiamento do setor público sob o prisma operacional computam as
despesas financeiras tomadas como juros reais, isto é, taxa de juros
somente. As
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NFSP sob o prisma nominal é que levam em conta os juros nominais, a
saber: taxa de juros e inflação ou correção monetária, além da variação cambial se houver, isto é, levam em consideração toda e
qualquer despesa financeira.
A assertiva D está correta porque o esquema Ponzi retrata a situação
em que o país incorre em déficit de forma definitiva, tomando empréstimos novos para quitar os pretéritos, incorrendo em
mais juros, o que acarreta novo
déficit, incrementando cada vez mais o endividamento. Os credores internacionais podem inferir
que a capacidade do país honrar seus compromissos financeiros
é bastante suspeita, o que leva a negativa de novos empréstimos, provocando um verdadeiro efeito dominó de colapso e bancarrota nas
contas externas.
A assertiva E está correta porque o resultado das contas públicas nominal compreende o resultado operacional mais os gastos
com as despesas financeiras a título de inflação e variação cambial ou resultado das contas públicas nominal compreende o resultado primário
mais as despesas financeiras a qualquer título (juros, inflação
e variação cambial).
Gabarito: C
19- Com relação à Dívida Pública, Déficit Público e Necessidade de
Financiamento do Setor Público, identifique a opção falsa. a) Uma medida muito utilizada para avaliar a capacidade de pagamento
do setor público é a relação dívida /PIB.
b) A diferença entre as receitas totais e os gastos totais é chamada de
déficit primário, pelo conceito “acima da linha”.
c) O déficit nominal é uma medida bastante requisitada em períodos de
inflação elevada.
d) Os vários conceitos de déficit público podem ser apurados por dois
critérios: o de competência e o de caixa.
e) No longo prazo, o crescimento da dívida pública ocupa o espaço que
seria destinado à formação de capital (efeito crowding - out), por meio
da redução de investimentos.
Comentários:
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A assertiva A está correta porque a relação
dívida pública/PIB mensura exatamente o comportamento das contas públicas, ou melhor, a
capacidade de financiamento do setor público. Maior crescimento da
atividade econômica (PIB) ou menor estoque da dívida pública são mecanismos para diminuir a razão proposta da mesma forma que
queda no crescimento econômico ou aumento da dívida pública
representam deterioração das contas públicas.
A assertiva B está incorreta porque a diferença entre receitas totais e
os gastos totais é chamada de resultado nominal das contas públicas e
não resultado primário como apontado na assertiva.
Como lembrança, temos que: Resultado primário das contas públicas: receitas não-financeiras menos despesas não-financeiras.
Resultado operacional das contas públicas: resultado primário +
despesas financeiras a título de juros ou taxa de juros reais. Resultado nominal das contas públicas: resultado primário + despesas financeiras de qualquer título (taxa de juros, inflação e
variação cambial) ou resultado operacional + despesas de inflação e variação cambial. Logo, a assertiva C está correta.
A assertiva D está correta porque o déficit público pode ser apurado
pelo critério de caixa (depende efetivamente do pagamento ou
recebimento do recurso) e de competência (depende do reconhecimento do direito creditório, independente do pagamento
ou recebimento do mesmo). Nas contas públicas do Brasil, o critério a
ser utilizado é o de caixa, à exceção das despesas de juros, calculados pelo critério de competência.
A assertiva E está correta porque no longo prazo, a política
fiscal expansionista (aumento dos gastos públicos) expulsa o
investimento privado, isto é, desloca o investimento privado, isto é, ocupa o espaço que seria ocupado pelas empresas. Por isso, efeito
crowding out ou deslocamento ou expulsão.
Gabarito: B
20- (NCE/UFRJ- TÉCNICO DE TRIBUTOS ESTADUAIS/AM-2005) Quando os gastos do setor público brasileiro com juros são
superiores ao superávit primário obtido, isso significa que estamos diante
de:
a) um déficit estrutural de longo prazo.
b) um aumento da dívida pública.
c) uma redução da taxa de juros.
d) uma redução da relação dívida pública/PNB. 52
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e) uma redução do investimento público.
Comentários: Recordando, sabemos que o estudo das contas públicas pode se dar sob três prismas, a saber:
i) ótica nominal: leva em consideração as receitas públicas (basicamente
arrecadação de impostos e contribuições) menos despesas públicas
(gastos correntes e de capital), incluindo os juros e o efeito da inflação
sobre o fluxo de receitas e despesas do governo. É o resultado nominal das contas públicas.
Muito pouco abordado pelas bancas examinadoras em razão da inflação não se constituir em um problema recente de âmbito internacional. Na
década de 80, o conceito nominal era muito relevante dados os índices
de inflação, muitas vezes, hiperinflação, observadas nos países.
ii) ótica operacional: leva em conta as mesmas receitas públicas
e despesas públicas acima mencionadas, excluindo-se do
resultado nominal o efeito da inflação. É o resultado real das contas
públicas. Com as altas taxas de juros praticadas e o crescimento da dívida mobiliária, o acompanhamento do déficit sob essa ótica
se faz cada vez mais relevante, visto que
os juros representam o maior gargalo de gastos para o ente governamental.
iii) ótica primária: leva em consideração as receitas públicas (basicamente arrecadação de impostos e contribuições) menos despesas públicas (gastos correntes e de capital), excluindo-se da ótica
operacional a despesa com juros que o governo paga sobre as suas dívidas. É o resultado fiscal das contas públicas, mencionando
se o Governo gastou mais ou menos do que suas receitas permitiam.
A questão menciona que o superávit primário nas contas públicas (receitas maiores que despesas, entradas maiores que
saídas, recebimentos maiores que pagamentos) não é suficiente para quitar os juros sobre o estoque da dívida pública, gerando novo fluxo de
despesas que alimenta o estoque da dívida. Dessa forma, estamos
diante de um aumento da dívida pública, pois as receitas a maior não permitem o pagamento dos juros, impedindo que a dívida pública
diminua ou pelo menos se mantenha estável.
Gabarito: “B”
21- (ESAF/AFC/CGU-2006) Com relação a déficit público e
dívida pública, não se pode afirmar que
a) para avaliar o estímulo do governo à atividade econômica em termos de complementação da demanda privada, há interesse em se medir o
tamanho do déficit público.
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b) quando o déficit público é menor do que zero, o governo está fazendo
uma política fiscal contracionista.
c) se o déficit público for maior que zero, o governo estará contribuindo
para aumentar a demanda.
d) caso o governo incorra em um déficit, o gasto que supera a receita
deverá ser financiado de alguma forma.
e) quanto menor for o estoque da dívida pública, maior será o gasto
com juros.
Comentários: A assertiva “A” está correta porque o crescimento da
demanda agregada (DA), ou seja, do ritmo da atividade econômica, da renda nacional, depende,
fundamentalmente, dos atores públicos (G)
e privados (famílias e empresas – C, I). Dessa forma, o tamanho do déficit público é importante como sinalizador de quanto de
poupança privada e/ou externa faz-se necessário para cobrir o buraco
nas contas públicas. Ao mesmo tempo, serve para orientar o setor privado quanto às possibilidades de inversões financeiras no cenário
produtivo, dadas as prioridades elencadas pelo governo federal.
A assertiva “B” está correta porque quando o déficit público é menor do que zero, temos superávit fiscal, ou seja, o esforço de arrecadação
fiscal (criação de novos tributos e/ou aumento das alíquotas) foi superior aos gastos com consumo e investimento públicos. A política em
debate é, portanto, a contracionista (queda do gasto público e aumento
de impostos).
A assertiva “C” está correta porque se o déficit público for superior a zero, o governo está praticando uma política fiscal expansionista,
impulsionando a demanda agregada, com aumento das contratações de
servidores, reformas de escolas, construção de hospitais, reformas nas rodovias e queda nos impostos, aumentando a renda disponível
da coletividade, que pode consumir mais bens e serviços, o que
também impulsiona a demanda agregada.
A assertiva “D” está correta porque o déficit público se constitui no
excesso de dispêndio governamental (consumo e investimento) frente à poupança do setor público, dada pela arrecadação de tributos e tem que
ser financiado internamente, pelo excesso da poupança privada sobre o
investimento privado e, externamente, pelo afluxo de poupanças do resto do mundo. Logo, equacionalmente, temos: DP = (Sp – Ip) + Se.
A assertiva “E” está incorreta porque quanto menor for o estoque da dívida pública, menores serão as despesas financeiras, ou seja, menor o
gasto com os juros. A dívida pública é formada pelo conjunto de títulos
públicos em mãos da população (bancos, agentes financeiros, pessoas jurídicas e pessoas físicas), que pagam uma remuneração na forma de
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juros e na expectativa de serem honrados no momento do resgate dos
mesmos. Dessa forma, o superávit fiscal (variável fluxo) deve ser perseguido para poder quitar o pagamento dos juros da dívida
pública
(variável estoque). Os gastos com os juros são, portanto, diretamente
proporcionais ao estoque da dívida pública e não inversamente, como proposto na questão.
Gabarito:E
22-(NCE/UFRJ-Eletronorte-Economista-2006) Em relação ao
investimento, NÃO é correto afirmar que:
(A) o investimento aumenta à medida que a taxa de juros cai; (B) um aumento no produto marginal do capital leva a um aumento do
investimento;
(C) de acordo com o modelo do acelerador, o investimento
cresce quanto mais aumenta a renda da economia;
(D) quando o produto marginal do capital for maior que a taxa de juros
real, as firma terão incentivo para aumentar seu investimento;
(E) sempre que o custo real do capital for maior que o produto marginal
do capital, as firmas terão incentivos para aumentar seu estoque de
capital.
Comentários: As assertivas “B” e “D” estão corretas e a assertiva “E”
está incorreta porque se o produto marginal do capital excede o
custo de capital, o capital instalado gera lucro. Esse lucro torna desejável a posse de empresas locadoras, o que aumenta o valor das
ações dessas empresas, implicando um valor mais alto para q. Já
quando o produto marginal do capital é menor do que o custo do capital, o capital instalado registra prejuízo, o que representa um
baixo valor de mercado e um baixo valor de q. As firmas não terão
incentivos para aumentar seu estoque de capital.
A assertiva “A” está correta porque o
nível de investimento é
inversamente relacionado com o patamar da taxa de juros.
Dessa forma, quando se tem um decréscimo na taxa de juros (preço do capital), maior será a taxa de investimento em capital fixo,
residencial, comercial e governamental.
O custo do dinheiro (preço do dinheiro dado pela taxa de juros) regula as novas decisões de investimento. O nível de investimento só
será viabilizado quando restar comprovado que o retorno esperado do investimento for
superior ao custo do dinheiro. Ou seja, se o
empreendimento for mais rentável que deixar o capital aplicado no
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sistema financeiro, o investimento é viabilizado, novas contratações irão
surgir e o nível de atividade aumentará.
A assertiva “C” está correta porque a revolução keynesiana fundou a
macroeconomia moderna e deu origem a todo um conjunto de modelos de crescimento e flutuação cíclica em cuja raiz está a interação entre
dois mecanismos: o multiplicador e o acelerador. Tais
mecanismos, respectivamente, descrevem o efeito do investimento autônomo sobre a expansão da demanda agregada e o efeito induzido
pela expansão da demanda agregada sobre a propensão a investir.
Gabarito: E
23-(FCC-MPU/2007) No modelo keynesiano de determinação
do equilíbrio do produto, onde o consumo agregado é uma função
linear e crescente da renda, é correto afirmar que:
a) o produto estará em equilíbrio quando o investimento for igual
à poupança realizada.
b) um aumento nos impostos tem maior poder de diminuir o produto de
equilíbrio que igual contração nos gastos do governo, tudo o
mais constante.
c) a propensão média a consumir é maior que a propensão marginal a
consumir, se o consumo autônomo for positivo.
d) a estabilidade do equilíbrio requer propensão marginal a consumir
maior que 1.
e) o multiplicador das exportações é maior que o
multiplicador do investimento.
Comentários: A assertiva A está incorreta porque a condição de equilíbrio se faz
presente quando o investimento planejado seja igual à
poupança realizada. O investimento realizado corresponde ao
investimento planejado (formação bruta de capital fixo) mais os vetores não planejados, que são os estoques ou variação de
estoques da economia. A assertiva B está incorreta porque o
crescimento dos impostos tem menor impacto que uma contração forte dos gastos públicos. Senão vejamos:
A assertiva C está correta porque no
modelo keynesiano de determinação da renda, a função consumo é dada por C = C0 + cyd; onde:
C: consumo;
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C0: consumo autônomo (exógeno, independente);
c: propensão marginal a consumir; e
yd: renda disponível.
A propensão média a consumir é igual a PMeC = C = C0 + cyd = C0 + c
yd yd yd Já a propensão marginal a consumir é dada por PMgC = c;
Como C0 é positivo, conseqüentemente, PMeC > PMgC.
yd A assertiva D está incorreta porque a propensão marginal a consumir
se situa sempre em um intervalo entre 0 e 1. No limite, será igual a 1,
quando todo o acréscimo nas disponibilidades de renda for canalizado para o consumo.
A assertiva E está incorreta porque, em se tratando de gastos autônomos, o mesmo multiplicador se aplica às
exportações, ao investimento, ao consumo autônomo e ao gastos do
governo.
Gabarito: “C”
24-(FCC-MPU/2007) No modelo keynesiano simples para uma economia aberta e com governo, em que
o investimento, a tributação, os gastos do governo e as exportações
são autônomos, as propensões marginais a poupar e a importar são 0,25 e 0,15, respectivamente. Supondo que o nível de investimento
aumenta em 40, a renda também será aumentada em:
a) 500 b) 400
c) 267
d) 160 e) 100
Comentários: Como a propensão marginal a poupar (1-c) é igual a 0,25, temos que a
propensão marginal a consumir (c) é igual a 0,75, pois PMgC + PMgS =
1, ou seja, as propensões marginal a consumir e a poupar são
complementares. Lembre-se que as funções consumo e poupança são
funções espelho.
Sabemos que estamos lidando com uma economia aberta
cuja propensão marginal a importar foi dada igual a 0,15. Dessa forma, resta-nos aplicar a fórmula do multiplicador keynesiano
simplificado para uma economia aberta:
K = 1/ 1-c(1- t) + m
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Sabemos também que não há função tributação nessa questão. Logo, t
= 0.
K = 1/ 1 – 0,75(1 – 0) + 0,15
K = 1/ 0,25 + 0,15
K = 1/0,4
K = 2,5
Gabarito: E
25-(ESAF/ENAP-2006) Considere A = 400 + 0,7Y – 3000i i = 0,06
X = 250
M = 0,2Y
onde: A = demanda agregada interna;
I = taxa de juros;
X = exportações;
M = importações.
Considerando a renda de equilíbrio, o saldo X – M será de
a) - 62
b) 62
c) 54
d)- 54 e) 12
Comentários: A demanda agregada é resultado da despesa nacional, sendo composta pelo consumo das famílias (C), investimento das empresas (I), gastos
governamentais (G), transações com o resto do mundo ou exportações
líquidas (exportações menos importações).
A = C + I + G + X – M (1). No equilíbrio macroeconômico, o nível de produto (renda) deve ser igual ao nível das despesas dos agentes econômicos: Y = DA. A
renda nacional de equilíbrio é estabelecida através da vinculação gradativa de cada uma das variáveis da função demanda agregada.
Temos a equação da demanda agregada interna A= 400 + 0,7Y – 3000i
(2). Substituindo-se i = 0,06 em (2), vem:
400 + 0,7Y – 180. Retornando à equação completa (1), vem:
Y = 400 + 0,7Y – 180 + 250 – 0,2Y
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Y = 470 + 0,5Y
Y – 0,5Y = 470
0,5Y = 470
Y = 940.
O saldo da BC, ou seja, X – M = 250 – 0,2.940 = 250 – 188 = 62.
Gabarito: B
26- Uma medida de política fiscal pura, anti-recessiva, materializa-se
por meio de:
a) Aumento de gastos do governo e/ou redução da carga
tributária acompanhados de um aumento nos meios de pagamento.
b) Redução de gastos do governo e/ou aumento da carga
tributária acompanhados de um aumento nos meios de pagamento.
c) Aumento de gastos do governo e/ou redução da carga tributária com meios de pagamento constantes.
d) Redução dos gastos do governo e/ou aumento da carga
tributária com meios de pagamentos constantes.
e) Aumento dos meios de pagamento com gastos do governo e carga
tributária constantes.
Comentários: A assertiva C está correta porque medidas de política fiscal
pura, anti-recessiva materializam-se através das ferramentas de
aumento das despesas públicas (correntes e de capitais) e/ou queda da carga tributária, mantendo os meios de
pagamentos sem alteração (política monetária inócua). Uma alteração
no volume de moeda na economia
(base monetária) descaracterizaria uma política fiscal pura,
refletindo uma manejo conjunto de políticas monetária e fiscal.
Gabarito:C
27- (ESAF-AFCE-TCU-2002) O déficit público no Brasil é mensurado a
partir da idéia de necessidade de financiamento do setor público (NFSP).
Este, por sua vez, pode ser apresentado por meio dos conceitos primário, operacional e nominal. Quanto a esses conceitos,
é correto afirmar que:
a) no Brasil o déficit primário é maior do que o déficit nominal. b) nem no conceito primário nem no nominal estão incluídos os juros nominais da dívida pública.
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c) tanto o conceito operacional quanto o primário levam com consideração os juros
reais da dívida pública.
d) o pagamento de juros reais sobre a dívida pública não influi no déficit público, independentemente do conceito utilizado na sua apuração.
e) no déficit primário,
diferentemente do déficit nominal,não são considerados os juros nominais da dívida pública.
Comentários: As necessidades de financiamento do setor público constituem em um
método de apuração das contas públicas que se tornou prática rotineira para os estudos e análises do Banco Central do Brasil e da Secretaria do
Tesouro Nacional. Não são computados aqui os resultados
das instituições públicas financeiras como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Os resultados do setor público brasileiro, ou seja, as necessidades de
financiamento do setor público doméstico podem ser calculados sob três
óticas distintas, a saber:
i) Necessidades de Financiamento do Setor Público sob a ótica nominal
ou resultado nominal das contas públicas: compreende a diferença entre
o total das receitas correntes do governo e o total de suas despesas
(custeio, transferências, subsídios, financeiras e de capital). Equivale-se
à variação da dívida líquida do setor público não-financeiro, com a inclusão da correção monetária da dívida.
ii) Necessidades de Financiamento do Setor
Público sob a ótica operacional ou resultado operacional das contas públicas: compreende o resultado nominal do setor público
desconsiderando a correção monetária da dívida pública e dos
ativos do setor público.
iii) Necessidades de Financiamento do Setor Público sob a ótica primária
ou resultado primário das contas públicas: compreende o
resultado operacional do setor público desconsiderando os juros
líquidos reais. É entendido também como o resultado dado pela diferença entre receitas e despesas não-financeiras.
Apresentamos uma tabela hipotética do resultado das contas públicas sob as óticas nominal, operacional e primária, calculado pelo
critério
“ acima da linha” .
Necessidades de Financiamento do Setor Público
Discriminação $ bilhões
1. Receita Total
1.1. Tributária
1.2. Previdência
1.3. Outras receitas correntes
2. Despesa Total
2.1. Pessoal e encargos
100,0
74,0
18,0
8,0
140,0
50,0
60
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2.2. Benefícios da previdência
2.3. Juros nominais da dívida
2.3.1. Correção monetária
2.3.2. Juros reais 2.4. Outros custeios e investimentos
34.0
47,0
9,0
38,0
9,0
3. Resultado Nominal ( =1 – 2) - 40,0
4. Resultado Operacional (= 3 –
2.3.1)
5. Resultado Primário (= 3 –
2.3)
Gabarito: E
- 31,0
7,0
28 - (ESAF/AFRF – 2003) Considere as seguintes informações para
uma economia fechada e com governo:
Y = 1200; C = 100 + 0,7Y I = 200 Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando
o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade
econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado,
os gastos do governo terão de sofrer um aumento de:
a) 60% b) 30% c) 20% d) 10% e) 8%
Comentários:
Bem, precisamos aqui ter em mente nossa tradicional fórmula
de identidade macroeconômica keynesiana para economia
fechada, ou seja, Y = C + I + G. Substituindo-se na equação
apresentada pelos valores, surge 1.200 = 100 + 0,7.1200 + 200 + G, o que nos garante gastos governamentais iguais a 60.
Sabemos também que o produto/renda agregada é igual a 1200
e admite-se incremento de 10%, gerando uma expansão de 120. Para
que o ritmo de atividade cresça 120, quanto deve aumentar a variável G? Eis a questão.
Trazemos para a questão nosso velho conhecido multiplicador dos
gastos autônomos (k), dependente da propensão marginal a consumir
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(c), dado pela fórmula k = 1/ ( 1-c). Alterando-se na equação c por
0,7, surge um k = 3,3. Dividindo o incremento da renda pelo multiplicador verificado, chega-se ao resultado aparente da questão (36). Aparente, porque as opções em
pauta exigem números relativos (percentagens). Daí, o resultado é
36/60, que é igual a 60%. O examinador poderia ter colocado a opção 36% e muitos candidatos se
equivocariam e não teriam êxito nessa questão com grau de dificuldade
mediano!
Gabarito: A
29 – (ESAF/ENAP – 2006) Suponha que as empresas, em suas decisões em relação ao estoque de bens de capital que elas
devem possuir, levem em consideração a razão entre o valor de
mercado do capital instalado (a), avaliado pelo mercado acionário, e o custo de reposição do capital instalado (b). Denominada essa
razão de q (isto é
(a)/(b)) e aceitando essa suposição: a) se q>1, a empresa não terá incentivos em repor e aumentar o capital.
b) se q>1, a empresa não terá incentivos em realizar os investimentos.
c) somente será interessante investir se q <1.
d) se q=1, a empresa é indiferente em investir.
e) se q=1, a empresa obterá lucros aumentando o capital instalado.
Comentários: Notem, quando aparecem questões de determinantes de investimento, basicamente q de Tobin, não há como fugir desse aspecto
relatado nessa questão.
As assertivas A e b estão incorretas porque se q > 1, a empresa terá fortes
incentivos em concretizar o investimento, repondo e aumentando o estoque de capital fixo, pois o mercado
acionário credita à unidade de capital um valor superior ao custo de
reposição da mesma. A assertiva C está incorreta porque se q < 1, o investimento não será viabilizado, pois o mercado acionário valora a
unidade de capital a preços menores que o custo de reposição.
A assertiva D está correta e a assertiva E está incorreta porque se
q = 1, então, o investidor é indiferente ao investimento porque há um empate técnico entre a valoração do mercado acionário e o custo de
reposição da unidade de capital.
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