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Legislação Específica p/ ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Leonardo Arruda – Aula 02 Prof. Leonardo Arruda www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 30 AULA 02: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA APLICADA À ANATEL Olá, pessoal! Hoje daremos início a nossa terceira aula do curso Legislação Específica e Fundamentos Básicos do Setor de Telecomunicações. Superado o estudo da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) – Lei 9.472/97, que foi bem extenso e recheado de nuances, é chegado o momento de passarmos ao estudo do Regulamento da ANATEL, corporificado no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto n° 2.338/97. Bem, primeiramente gostaria de avisá-los que muito do assunto aqui tratado já foi visto quando da explicação da Lei 9.472/97, pois o Regulamento veio justamente a especificar e detalhar os comandos dispostos na Lei 9.472/97. De todo modo, acredito seja extremamente salutar, diante da enxurrada de informação que vocês estão recebendo (não só nessa matéria em particular, mas em todas as outras que serão cobradas no concurso), a repetição exaustiva de alguns pontos, de maneira que a matéria fique retida pelo maior tempo possível. Lembrem-se, afinal, que a aplicação das provas foi adiada para o mês de novembro; ou seja, há que se massificar mesmo o conteúdo, pois o tempo entre o final desse curso e a prova será razoável. A notícia boa, por outro lado, é que esse encontro será um pouco menos extenso do que os dois anteriores. Vamos, então, iniciar nossa aula.

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AULA 02: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA APLICADA À

ANATEL

Olá, pessoal!

Hoje daremos início a nossa terceira aula do curso Legislação Específica e Fundamentos Básicos do Setor de Telecomunicações. Superado o

estudo da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) – Lei 9.472/97, que foi bem extenso e recheado de nuances, é chegado o momento de passarmos ao

estudo do Regulamento da ANATEL, corporificado no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto n° 2.338/97.

Bem, primeiramente gostaria de avisá-los que muito do assunto aqui

tratado já foi visto quando da explicação da Lei 9.472/97, pois o Regulamento

veio justamente a especificar e detalhar os comandos dispostos na Lei 9.472/97.

De todo modo, acredito seja extremamente salutar, diante da

enxurrada de informação que vocês estão recebendo (não só nessa matéria em particular, mas em todas as outras que serão cobradas no concurso), a

repetição exaustiva de alguns pontos, de maneira que a matéria fique retida pelo maior tempo possível. Lembrem-se, afinal, que a aplicação das provas foi

adiada para o mês de novembro; ou seja, há que se massificar mesmo o conteúdo, pois o tempo entre o final desse curso e a prova será razoável.

A notícia boa, por outro lado, é que esse encontro será um pouco menos extenso do que os dois anteriores.

Vamos, então, iniciar nossa aula.

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1 – AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL

Art.1º A Agência Nacional de Telecomunicações, criada pela Lei no. 9.472, de 16 de julho

de 1997, é entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime

autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de órgão regulador das telecomunicações.

§ 1º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por

independência administrativa, autonomia financeira, ausência de subordinação hierárquica, bem como mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes.

§ 2º A Agência atuará como autoridade administrativa independente, assegurando-se-

lhe, nos termos da Lei, as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de sua competência.

§ 3º A Agência tem sede e foro na Capital da República e atuação em todo o território

nacional.

§ 4º A extinção da Agência somente ocorrerá por lei específica.

COMENTÁRIOS:

A ANATEL é uma agência que faz parte da Administração Pública Federal

indireta, sendo, pois, integrante da estrutura administrativa da União Federal.

De acordo com José dos Santos Carvalho Filho “Administração Indireta do Estado é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva

Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada”.1

Além disso, o caput do artigo 1° informa que o regime de submissão da ANATEL é o autárquico especial, que é um regime com algumas

particularidades, pois as agências reguladoras são regidas por disciplinas específicas, com prerrogativas especiais e diferenciadas em relação às

denominadas autarquias comuns.

A Agência encontra-se vinculada ao Ministério das Comunicações, vez

que as autarquias em regra são vinculadas a órgão da administração direta.

Com relação à independência administrativa, as decisões técnicas tomadas no âmbito da ANATEL não se submetem a revisão pelo ministério a

que está ela vinculada, no caso, pelo Ministério das Comunicações.

A autonomia financeira, de outra banda, assegura à ANATEL total

liberdade para que a agência aplique seu orçamento da maneira mais adequada à realização de seus objetivos.

1 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 17 Ed. RJ: Lumen Juris, 2007. p. 396.

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Já a ausência de subordinação hierárquica e mandato fixo significa que os dirigentes da ANATEL não terão suas decisões revistas e referendadas

pelo Ministro das Comunicações, tendo elas capacidade de auto-executoriedade tão logo sejam tomadas pelos dirigentes. Além disso, terão

esses dirigentes mandatos fixos a serem cumpridos em determinado prazo, não se subordinando à demissão ad nutum característica dos cargos em

comissão.

Vale lembrar, ainda, nos mesmos moldes do previsto pela Lei 9.472/97,

que, a sede da ANATEL é o Distrito Federal (DF), e não somente Brasília.

Por fim, somente mediante a edição de outra lei específica (atentem: LEI ESPECÍFICA) poderá a ANATEL ser extinta.

Questão Inédita – A ANATEL é entidade integrante da Administração Pública Federal Direta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao

Ministério das Comunicações.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, aqui se trata de uma questão com pegadinha e com certa

maldade com aqueles candidatos desavisados. A ANATEL faz parte da Administração Pública Federal INDIRETA, jamais da Direta.

Gabarito: Errado.

(CESPE/2009/Especialista em Regulação de Serviços Públicos de

Telecomunicações - Direito) - Julgue os itens que se seguem, relativos à Lei

n° 9.472/1997.

Por ser a ANATEL uma autarquia de regime especial, seus atos estão sujeitos à revisão pelo ministério a que se acha vinculada.

COMENTÁRIOS:

Questão falsa. A ANATEL, justamente por ser uma autarquia especial e, pois, revestida de prerrogativas conferidas pela lei, não tem seus atos sujeitos

a revisão do ministério a que estiver vinculada.

Gabarito: Errado.

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Questão Inédita – A ANATEL está sediada em Brasília, não podendo ser

instalada em outra cidade que não Brasília.

COMENTÁRIOS:

Como dito anteriormente, muito embora a ANATEL esteja sediada na capital federal, nada impede que a mesma tivesse sido instalada em outra

cidade do Distrito Federal.

Gabarito: Errado.

Questão Inédita – A ANATEL é subordinada politicamente ao Presidente da

República e ao Ministro das Comunicações.

COMENTÁRIOS:

Amigos, todas as agências reguladoras, e a ANATEL nesse caso

particular, não possuem qualquer subordinação em relação ao Poder Executivo Federal, mesmo que seja em relação ao Presidente da República. O que existe,

no caso do Ministério das Comunicações, é mera vinculação da Agência de Telecomunicações a este órgão, levando-se em conta uma mera

descentralização administrativa.

Gabarito: Errado.

(CESPE/2006/Administrativo) - A criação, a atuação e o funcionamento da

ANATEL são submetidos ao princípio da reserva legal, ao princípio da especialidade e ao princípio do controle. Quanto a este último, a ANATEL

submete-se apenas aos aspectos de controle institucional e administrativo.

COMENTÁRIOS:

A criação, a atuação e o funcionamento da ANATEL são, de fato,

condicionados pelos princípios da reserva legal e da especialidade, querendo significar, respectivamente, atuação de acordo com a lei (e criação da Agência

também por meio de lei) e atuação no setor específico determinado por lei.

Entretanto, a ANATEL não está sujeita ao princípio do controle, não sendo

cabível, pois, falar-se em controle institucional e administrativo por parte de outro órgão. A ANATEL é órgão com independência administrativa e ausência

de subordinação hierárquica.

Gabarito: Errado.

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Art.3º O patrimônio da Agência é constituído:

I - pelo acervo técnico e patrimonial do Ministério das Comunicações correspondente às

atividades a ela transferidas, o qual será inventariado por Comissão nomeada pelo Ministro de Estado das Comunicações e entregue no prazo máximo de 180 dias;

II - pelos bens móveis ou imóveis que vierem a ser adquiridos, inclusive com recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL;

III - pelos bens que reverterem ao poder concedente em decorrência das outorgas de serviços de telecomunicações;

IV - por outros bens e recursos que lhe vierem a ser destinados por entidades públicas ou

privadas, nacionais ou estrangeiras.

COMENTÁRIOS:

O Regulamento da ANATEL enumera quatro espécies que compõem o

patrimônio da Agência:

Patrimônio da ANATEL

I – acervo técnico e patrimonial do Ministério das Comunicações transferidos para a ANATEL

II – bens móveis ou imóveis adquiridos

III – bens revertidos ao poder concedente em razão de outorgas

IV – outros bens e recursos supervenientes

Art.4º Constituem receitas da Agência:

I - as dotações orçamentárias e os créditos adicionais que lhe venham a ser consignados;

II - os recursos do FISTEL, o qual passa à sua administração exclusiva, com os saldos

nele existentes, exceto os que estejam provisionados ou bloqueados para crédito, incluídas as

receitas que sejam produto da cobrança pelo direito de exploração dos serviços de

telecomunicações e pelo uso de radiofreqüencias.

COMENTÁRIOS:

Serão consideradas receitas da ANATEL:

Receitas da ANATEL

I – dotações orçamentárias e créditos adicionais

II – recursos do FISTEL

Os créditos adicionais são as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais

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classificam-se em: Suplementares e Especiais: suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária, e especiais, os destinados a despesas para

as quais não haja dotação orçamentária específica; ou Extraordinários, que são os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção

intestina ou calamidade pública.

Art.5º As propostas de orçamento encaminhadas pela Agência ao Ministério das

Comunicações serão acompanhadas de um quadro demonstrativo do planejamento plurianual

das receitas e despesas, visando ao seu equilíbrio orçamentário e financeiro nos cinco exercícios subseqüentes.

§ 1º O planejamento plurianual preverá o montante a ser transferido ao fundo de

universalização a que se refere o inciso II do artigo 81 da Lei no. 9.472, de 1997, e os saldos a serem transferidos ao Tesouro Nacional.

§ 2º A Lei Orçamentária Anual consignará as dotações para as despesas correntes e de

capital da Agência, bem como o valor das transferências de recursos do FISTEL ao Tesouro

Nacional e ao fundo de universalização, relativas ao exercício a que ele se referir, as quais

serão formalmente feitas ao final de cada mês.

§ 3º A fixação das dotações orçamentárias da Agência na Lei Orçamentária Anual e sua

programação orçamentária e financeira de execução não sofrerão limites nos seus valores para

movimento e empenho.

COMENTÁRIOS:

Aqui há uma obrigação direcionada à ANATEL quando da submissão de suas propostas de orçamento ao Ministério das Comunicações: deverão elas

conter quadro demonstrativo do planejamento plurianual das receitas e

despesas, buscando sempre equilibrar o planejamento orçamentário e financeiro da Agência para os cinco exercícios futuros.

O plano plurianual (PPA) estabelece os projetos e os programas de

longa duração do governo, definindo objetivos e metas da ação pública para um período de quatro anos. Deverá ele prever o total que será transferido ao

fundo de universalização mencionado no inciso II do art. 81 da Lei 9.472/97:

Art. 81. Os recursos complementares destinados a cobrir a parcela do custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das

obrigações de universalização de prestadora de serviço de telecomunicações, que não possa ser recuperada com a

exploração eficiente do serviço, poderão ser oriundos das seguintes fontes:

II - fundo especificamente constituído para essa finalidade, para o

qual contribuirão prestadoras de serviço de telecomunicações nos regimes público e privado, nos termos da lei, cuja mensagem de criação deverá ser enviada ao Congresso Nacional, pelo Poder

Executivo, no prazo de cento e vinte dias após a publicação desta Lei.

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Amigos, esse fundo de universalização é o famoso FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), instituído pela Lei

9.998/00.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) visa concretizar os objetivos e metas

propostas no PPA, segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

A proposta da LOA compreende os três tipos distintos de orçamentos da

União, a saber:

a) Orçamento Fiscal: compreende os poderes da União, os fundos, órgãos, autarquias, inclusive as especiais e fundações instituídas e mantidas pela

União; abrange, também, as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital

social com direito a voto e que recebam desta quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamentos de serviços

prestados, transferências para aplicação em programas de financiamento atendendo ao disposto na alínea "c" do inciso I do art. 159 da CF e

refinanciamento da dívida externa;

b) Orçamento de Seguridade Social: compreende todos os órgãos e

entidades a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da Administração Direta ou Indireta, bem como

os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda, os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes do Programa

de Trabalho dos Órgãos e Entidades mencionados, mas que se relacionem com as referidas ações, tendo em vista o disposto no art. 194 da CF; e

c) Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: previsto no inciso

II, parágrafo 5º do art. 165 da CF, abrange as empresas públicas e sociedades

de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

O parágrafo segundo do artigo 5° ainda menciona dois conceitos que

podem não ser muito comuns para vocês, mas que julgo importante ao menos vocês terem uma ideia do que sejam: trata-se das despesas correntes e de

capital.

Despesas Correntes são as que o Estado faz, durante um período

financeiro, em bens consumíveis, ou que vão ser realizadas na compra de bens consumíveis. São, pois, as despesas que não contribuem diretamente para a

formação ou aquisição de um bem de capital.

Já as Despesas de Capital são aquelas realizadas em bens duradouros e no reembolso de empréstimos.

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Art.6º A prestação de contas anual da administração da Agência, depois de aprovada pelo

Conselho Diretor, será submetida ao Ministro de Estado das Comunicações, para remessa ao

Tribunal de Contas da União - TCU, observados os prazos previstos em legislação específica.

COMENTÁRIOS:

O fluxo da prestação de contas anual da Agência será o seguinte:

ELABORAÇÃO APROVAÇÃO PELO SUBMISSÃO AO

CONSELHO DIRETOR MINISTRO COMUNICAÇÕES

REMESSA AO

TCU

Art.8º A Agência poderá requisitar, com ônus, servidores de órgãos e entidades

integrantes da Administração Pública Federal direta, indireta ou fundacional, quaisquer que sejam as funções a serem exercidas.

§ 1º Durante os primeiros vinte e quatro meses subseqüentes à instalação da Agência, as

requisições de que trata o caput deste artigo serão irrecusáveis quando feitas a órgãos e

entidades do Poder Executivo, e desde que aprovadas pelo Ministro de Estado das Comunicações e pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil.

§ 2º Quando a requisição implicar redução de remuneração do servidor requisitado, fica a

Agência autorizada a, na forma em que dispuser, complementá-la até o limite da remuneração

percebida no órgão de origem.

COMENTÁRIOS:

Meus amigos, a razão de ser dessa art. 8° do Regulamente da ANATEL

repousa no fato de que, quando da criação da Agência, esta ainda não dispunha de quadro de servidores próprios para sua atuação, nos termos

legais. Entretanto, levando-se em conta sua existência há mais de 10 anos, muito embora ainda vigente tal disposição, a mesma não ocorrerá de maneira

rotineira, restringindo-se a casos específicos.

Cumpre ressaltar que, nos primeiros 24 meses após a criação da ANATEL,

as requisições de servidores de órgãos e entidades do Poder Executivo Federal tinham caráter IRRECUSÁVEL. Tal obrigação, entretanto, não mais subsiste.

Ou seja, atualmente as requisições não contam com essa característica, podendo ser recusadas pelos órgãos cedentes.

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Art.9º A estrutura do quadro de cargos e funções da Agência é composta, nos termos do

Anexo II, dos Cargos em Comissão de Natureza Especial e do Grupo-Direção e

Assessoramento Superiores - DAS e das Funções Comissionadas de Telecomunicações - FCT,

criados pelos arts. 12 e 13 da Lei no. 9.472, de 1997, bem assim dos cargos remenejados na

forma do Decreto que aprova este Regulamento.

Parágrafo único. Poderão ser incluídos, no quadro da Agência, cargos remanejados da

estrutura do Ministério das Comunicações, com base na autorização do art. 11, parte final, da

Lei no. 9.472, de 1997, e na forma do art. 37 da lei no. 8.112, de 11 de dezembro de 1990,

conforme decreto específico.

COMENTÁRIOS:

Fazem parte do quadro de cargos e funções da ANATEL:

a) Cargos em Comissão de Natureza Especial e do Grupo-Direção e

Assessoramento Superiores: os famosos DAS da Administração

Pública; e

b) Funções Comissionadas de Telecomunicações: paga especificamente

àquele que exercer suas funções no âmbito da ANATEL.

Art.11. A nomeação, exoneração e demissão de servidores da Agência observarão os

procedimentos e condições estabelecidos na Lei no. 8.112, de 1990, e suas alterações.

COMENTÁRIOS:

Aqui o Regulamento da ANATEL remete o administrador, quando da aplicação dos institutos da nomeação, exoneração e demissão de servidor

público, à Lei 8.112/90, que é o Estatuto Geral dos Servidores Públicos da

União.

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Art.14. A Agência poderá utilizar, mediante contrato, técnicos ou empresas

especializadas, inclusive consultores independentes e auditores externos, para executar indiretamente suas atividades.

Parágrafo único. A fiscalização de competência da Agência será sempre objeto de execução direta, por meio de seus agentes, ressalvadas as atividades materiais de apoio.

§ 1o A fiscalização de competência da Agência será sempre objeto de execução direta,

por meio de seus agentes, ressalvadas as atividades de apoio. (Redação dada pelo Decreto nº 3.986, de 29.10.2001)

§ 2o Constituem atividades de apoio à execução da fiscalização dos serviços de

telecomunicações a realização de serviços que visem obter, analisar, consolidar ou verificar

processos, procedimentos, informações, dados e sistemas de medição e monitoragem.

(Redação dada pelo Decreto nº 3.986, de 29.10.2001)

COMENTÁRIOS:

O Regulamento da ANATEL permite a contratação de técnicos ou empresas

especializadas, aí incluídos consultores independentes e auditores externos, por meio de contrato, para executar as atividades de sua competência; no

entanto, JAMAIS será permitida a contratação para fins de realização de FISCALIZAÇÃO, podendo-se contratar técnicos e empresas especializadas

apenas para desempenho de atividades de apoio.

Art.15. Na celebração de seus contratos, a Agência observará o procedimento licitatório,

na forma dos arts. 22, inciso II e 54 a 59 da Lei no. 9.472, de1997, salvo nas hipóteses legais

de dispensa e inexigibilidade.

COMENTÁRIOS:

A ANATEL deve adotar procedimento licitatório quando de suas contratações, EXCETO nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação.

Questão Inédita – Ainda que se esteja diante de hipótese de inexigibilidade

de licitação, a ANATEL deverá obrigatoriamente adotar procedimento licitatório, já que a Agência pode valer-se de procedimentos próprios de

contratação, nas modalidades consulta e pregão.

COMENTÁRIOS:

Meus amigos, como visto acima, quando se estiver diante das hipóteses de dispensa e inexigibilidade, a ANATEL não terá a obrigação de valer-se de

procedimento licitatório.

Gabarito: Errado.

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2 – COMPETÊNCIAS

A ANATEL deverá, por expressa disposição legal, pautar sua atuação funcional com base no atendimento ao interesse público e no

desenvolvimento das telecomunicações nacional.

Além desses objetivos, a Agência ainda terá as competências

discriminadas ao longo dos incisos do artigo 16 do Regulamento da ANATEL (Decreto 2.338/97).

Art.16. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do

interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, e especialmente:

I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de telecomunicações

fixada na Lei e nos decretos a que se refere o art. 18 da Lei no. 9.472, de 1997

COMENTÁRIOS:

A atual Política Nacional de Telecomunicações foi implantada com base na Emenda Constitucional nº 8, de 1995, na Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996

(a chamada Lei Mínima), e na Lei nº 9.472/97, a Lei Geral de

Telecomunicações - LGT.

II - representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações, sob a

coordenação do Poder Executivo

COMENTÁRIOS:

A representação internacional da União é realizada sob o comando do

Ministério das Relações Exteriores – MRE. Entretanto, durante as reuniões em organismos internacionais, diz a Lei da ANATEL que caberá a seus agentes

representar a Agência naqueles assuntos que digam respeito a assuntos de telecomunicações.

Repito o alerta feito na primeira aula! Esse ponto, embora pareça

inofensivo, já foi cobrado em prova.

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(CESPE/2009/Administrativo) - Quanto à atuação internacional da

ANATEL, julgue o seguinte item.

É de responsabilidade da ANATEL, sob a coordenação do Poder Executivo, representar o Brasil nos órgãos internacionais que tratam de

telecomunicações.

COMENTÁRIOS:

Como comentado acima, a participação da ANATEL nos fóruns

internacionais é feita em coordenação com o Poder Executivo (Ministério das Relações Exteriores), atuando a Agência com responsabilidade quanto aos

assuntos pertinentes ao setor de telecomunicações.

Gabarito: Certo.

III - elaborar e propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de Estado

das Comunicações, a adoção das medidas a que se referem os incisos I a IV do art. 18 da Lei

no. 9.472, de 1997, submetendo previamente a consulta pública as relativas aos incisos I a III

COMENTÁRIOS:

Repetição clara já consubstanciada na Lei 9.472/97, lembram-se?!

À ANATEL caberá ELABORAR e PROPOR as matérias estabelecidas nos

incisos I a IV do artigo 18 da Lei 9.472/97, ao passo que ao Poder Executivo caberá APROVAR as mesmas.

A ANATEL, então, elaborará e proporá ao Presidente da República,

mediante o Ministro das Comunicações:

a) Instituição ou eliminação de modalidade de serviço de

telecomunicação no regime público;

b) Alteração do Plano Geral de Outorgas do Serviço de Telecomunicação

prestado em regime público;

c) Alteração do Plano Geral de Metas para a Universalização de Serviço

de Telecomunicação em regime público; e

d) Autorização para participação de empresa brasileira em organizações

ou consórcios intergovernamentais.

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Para melhor fixarem o assunto, guardem a informação do quadro abaixo!

Competências relacionadas ao art. 18 da Lei 9.472/97

ANATEL Elaborar e Propor

Poder Executivo Aprovar

IV - rever, periodicamente, os planos geral de outorgas e de metas para universalização

dos serviços prestados no regime público, submetendo-os, por intermédio do Ministro de

Estado das Comunicações, ao Presidente da República, para aprovação

COMENTÁRIOS:

O inciso IV do artigo 16 do Regulamento da ANATEL faz menção ao Plano

Geral de Outorgas (PGO) e ao Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU) do serviço de telecomunicações dos serviços em regime público, que

deverão ser revistos PERIODICAMENTE.

A revisão deverá ser proposta ao Presidente da República, por meio do Ministério das Comunicações.

ATENÇÃO!!!

Somente o Presidente da República detém competência para a

APROVAÇÃO da revisão do PGO e PGMU.

V - exercer o poder normativo relativamente às telecomunicações

COMENTÁRIOS:

A ANATEL, no âmbito de seu poder normativo, poderá expedir normas no âmbito do setor de telecomunicações brasileiro, que deverão ser

observadas por todos os intervenientes do setor que estiverem sujeitos às determinações da Agência.

Esses atos normativos são: resoluções, instruções normativas,

regulamentos, etc.

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VI - editar atos de outorga e extinção do direito de exploração de serviço no regime

público

COMENTÁRIOS:

A ANATEL, no âmbito de seu poder normativo específico, poderá

expedir normas para outorga e extinção de direito de exploração do serviço de

telecomunicação no âmbito do regime público.

A outorga é instituto do direito administrativo que significa a transferência de titularidade e execução de serviços públicos a pessoas jurídicas da própria

Administração Pública, ou seja, todas as pessoas jurídicas da Administração Indireta.

O poder normativo, no que concerne às Agências Reguladoras, deve se limitar à elaboração de regramentos de caráter estritamente técnico e

econômico, restritos ao seu campo de atuação, sem invasão das matérias reservadas à lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade.

VII - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no

regime público, aplicando sanções e realizando intervenções

COMENTÁRIOS:

As sanções aplicadas pela ANATEL estão previstas no novo Regulamento de Aplicação de Sanções Administrativas, aprovado neste

ano de 2012 por meio da Resolução 589, de 7 de maio de 2012.

De acordo com o artigo 3° da Resolução, são sanções passíveis de serem

aplicadas pela Agência:

Art. 3º. Os infratores estão sujeitos às seguintes sanções, sem prejuízo das medidas previstas na legislação consumerista e das

sanções de natureza civil e penal, inclusive a prevista pelo art. 183 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997:

XIII - advertência; XIV - multa;

XV - suspensão temporária; XVI - obrigação de fazer; XVII - obrigação de não fazer;

XVIII - caducidade; e XIX - declaração de inidoneidade.

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VIII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços prestados no

regime público, podendo fixá-las nas condições previstas na Lei nº 9.472, de 1997, bem como

homologar reajustes

COMENTÁRIOS:

À ANATEL caberá controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas aplicável à prestação de serviços de telecomunicações em regime

público. Ademais, compete também à Agência fixar tais tarifas, de acordo com a previsão disposta na Lei 9.472/97, bem como homologar os reajustes

necessários.

IX - administrar o espectro de radiofreqüências e o uso de órbitas

COMENTÁRIOS:

A gestão do espectro de radiofrequência é atividade de cunho técnico,

devendo considerar as características de cada serviço a ser prestado, as condições físicas de propagação de cada faixa de frequência, a possibilidade de

interferências entre faixas subjacentes e a área geográfica em que se prestará o serviço.

O uso de radiofrequências depende de prévia autorização da Agência,

que poderá valer-se de licitação para selecionar interessados na prestação de serviços, quando houver limitação técnica ao atendimento de todos.

X - editar atos de outorga e extinção do direito de uso de radiofreqüência e de órbita, fiscalizando e aplicando sanções

XI - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime privado,

fiscalizando e aplicando sanções

XII - expedir ou reconhecer a certificação de produtos, observados os padrões e normas

por ela estabelecidos

COMENTÁRIOS:

Caberá à ANATEL expedir ATOS ADMINISTRATIVOS de outorga ou extinção de direito de uso de radiofrequência, prestação de serviço no regime

privado e a certificação de produtos.

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XIII - expedir licenças de instalação e funcionamento das estações transmissoras de

radiocomunicação, inclusive as empregadas na radiodifusão sonora e de sons e imagens ou em

serviços ancilares e correlatos, fiscalizando-as permanentemente

COMENTÁRIOS:

A estação transmissora de radiocomunicação é o conjunto de equipamentos ou aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à

realização de comunicação, seus acessórios e periféricos que emitem radiofrequências e, quando for o caso, as instalações que os abrigam e

complementam.

Compete, pois, à ANATEL, a expedição de licenças de instalação e

funcionamento para tais estações.

XIV - comunicar ao Ministério das Comunicações as infrações constatadas na fiscalização

das estações de radiodifusão sonora e de sons e imagens ou em serviços ancilares e

correlatos, encaminhando-lhe cópia dos autos de constatação, notificação, infração, lacração e

apreensão

COMENTÁRIOS:

É da competência da ANATEL a comunicação direta ao Ministério das Comunicações acerca de infrações verificadas quando da fiscalização das

estações de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como em serviços ancilares e correlatos.

Quando da referida comunicação, enviará a ANATEL cópia dos autos de:

a) Constatação;

b) Notificação;

c) Infração;

d) Lacração; e

e) Apreensão.

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XV - exercer as competências originalmente atribuídas ao Poder Executivo pela Lei no.

8.977, de 6 de janeiro de 1995, e que lhe foram transferidas pelo art. 212 da Lei no. 9.472, de

1997

COMENTÁRIOS:

A Lei 8.977/95 trata do serviço de TV a cabo e atribui algumas competências ao Poder Executivo, que serão executadas pela ANATEL, tais

como a obrigação da disponibilização de canais de TV destinados à distribuição da programação das emissoras geradoras locais, canal legislativo

municipal/estadual, canal reservado à Câmara dos Deputados, canal reservado ao Senado Federal, canal universitário, canal educativo-cultura, e canal

comunitário aberto.

XVI - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência

COMENTÁRIOS:

A busca e apreensão é um instituto do direito processual civil, cujo

objetivo é localizar, remover ou apreender bens que estejam relacionados ao litígio, desde que inserida no âmbito de competência da ANATEL.

XVII - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação de

telecomunicações e sobre os casos omissos

COMENTÁRIOS:

A competência da ANATEL abrange, apenas no âmbito administrativo, a interpretação da legislação brasileira aplicável ao setor de telecomunicações,

pois como sabemos somente ao Poder Judiciário é cabível dizer o direito em

caráter definitivo, por meio da via judicial.

XVIII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviço

de telecomunicações, inclusive arbitrando as condições de interconexão no caso do art. 153, §

2.º, da Lei no. 9.472, de 1997

COMENTÁRIOS:

Caberá ao órgão regulador solucionar os conflitos de interesses que

venham a ser instalados entre os prestadores de serviços de

telecomunicações. Tal composição dar-se-á mediante processo administrativo a ser julgado pela própria ANATEL.

A propósito, vejam essa questão cobrada pelo CESPE.

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(CESPE/2004/Especialista Regulação - Jurídica) - Com relação à Agência

Nacional de Telecomunicações (ANATEL), julgue o item seguinte.

A ANATEL tem competência administrativa para composição de conflitos de interesses entre as prestadoras dos serviços de telecomunicações.

COMENTÁRIOS:

Assertiva correta. Nada mais se tem aqui do que a cópia literal do inciso XVII do artigo 19 da Lei 9.472/97.

Gabarito: Certo.

XIX - atuar na defesa e proteção dos direitos dos usuários, reprimindo as infrações e

compondo ou arbitrando conflitos de interesses, observado o art. 19

COMENTÁRIOS:

A ANATEL detém competência legal para a defesa e proteção dos direitos

dos usuários, seja reprimindo infrações ou compondo/arbitrando conflitos de interesses.

XX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em matéria de

controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica, ressalvadas as

pertencentes ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, observado o art. 18

COMENTÁRIOS:

Embora ao CADE seja dada competência para o controle e repressão às

práticas nocivas à concorrência, a Lei 9.472/97 também outorga à ANATEL competências legais para o CONTROLE, PREVENÇÃO e REPRESSÃO às

telecomunicações, contanto que não invadam esfera de atribuição do CADE.

XXI - propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministério das Comunicações,

a declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão

administrativa, dos bens necessários à implantação ou manutenção de serviço de

telecomunicações no regime público

COMENTÁRIOS:

Prestem atenção ao verbo que define a competência da ANATEL, pois caberá à mesma PROPOR ao Presidente da República a declaração de

utilidade pública de bens, mediante procedimento de desapropriação ou instituição de servidão.

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Deve-se atentar também que tal proposta não será realizada diretamente pelos conselheiros da ANATEL ao Presidente, mas sim por meio do

Ministério das Comunicações.

Vamos praticar!

Questão Inédita – Cabe à ANATEL a decretação de desapropriação ou

instituição de servidão administrativa sobre bens necessários à implantação de serviço de telecomunicação no regime público.

COMENTÁRIOS:

Como visto acima, a ANATEL somente propõe ao Presidente, por meio do Ministério das Comunicações, a declaração de utilidade pública de bem

necessário a serviço de telecomunicação. A Agência, pois, não possui competência para decretação direta de desapropriação ou instituição de

servidão.

Gabarito: Errado.

XXII - arrecadar, aplicar e administrar suas receitas, inclusive as integrantes do FISTEL

COMENTÁRIOS:

Este ponto novamente apresenta a independência da ANATEL, neste caso

em relação à arrecadação, aplicação e administração de suas receitas.

XXV - adquirir, administrar e alienar seus bens

COMENTÁRIOS:

Caberá à própria ANATEL adquirir, administrar e alienar seus bens,

novamente em homenagem à independência da qual goza tal Agência.

XXVI - decidir em último grau sobre as matérias de sua alçada

COMENTÁRIOS:

No âmbito administrativo, as matérias da competência da ANATEL serão

por ela própria decididas, não sendo admitido recurso de suas decisões a outro órgão externo à ANATEL. Ou seja, o único recurso possível contra suas

decisões será aquele destinado ao Conselho Diretor da própria Agência, em grau último de recurso, daí cabendo impugnação apenas por meio da via

judicial.

Assim, as decisões da ANATEL farão coisa julgada formal, somente

podendo ser revistas por meio de ação própria no Poder Judiciário.

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XXVII - submeter anualmente ao Ministério das Comunicações a proposta de seu

orçamento, bem como a do FISTEL, que serão encaminhadas ao Ministério do Planejamento e

Orçamento para inclusão no projeto da Lei Orçamentária Anual a que se refere o § 5o do art.

165 da Constituição Federal

COMENTÁRIOS:

A proposta orçamentária anual da ANATEL deverá ser apresentada ao Ministro de Estado das Comunicações, e jamais diretamente à Presidência

da República.

XXVIII- aprovar o seu Regimento Interno

COMENTÁRIOS:

Trata-se de competência específica da ANATEL para editar e aprovar seu

próprio regimento interno, no âmbito de sua independência normativa para assuntos de sua competência específica.

Art.17. No exercício de seu poder normativo relativamente às telecomunicações, caberá à

Agência disciplinar, entre outros aspectos, a outorga, prestação, a comercialização e o uso dos

serviços, a implantação e o funcionamento das redes, a utilização dos recursos de órbita e espectro de radiofreqüências, bem como:

I - definir as modalidades de serviço

COMENTÁRIOS:

Caberá à ANATEL a definição das modalidades de serviços de

telecomunicações.

II - determinar as condições em que a telecomunicação restrita aos limites de uma

mesma edificação ou propriedade independerá de concessão, permissão ou autorização

COMENTÁRIOS:

Cumpre à Agência estabelecer as condições necessárias para que o serviço de telecomunicação nos limites de uma mesma edificação ou propriedade não

necessite de concessão, permissão ou mesmo autorização.

III - estabelecer, visando a propiciar competição efetiva e a impedir a concentração

econômica no mercado, restrições, limites ou condições a empresas ou grupos empresariais

quanto à obtenção e transferência de concessões, permissões e autorizações

COMENTÁRIOS:

A ANATEL poderá, ainda, estabelecer restrições, limites ou ainda condições tanto a empresas quanto a grupos empresariais quando

interessados na obtenção ou transferência de concessões, permissões e

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autorizações, tendo em vista a sensibilidade do setor de telecomunicações para a soberania nacional.

IV - expedir regras quanto à outorga e extinção de direito de exploração de serviços no

regime público, inclusive as relativas à licitação, observada a política nacional de

telecomunicações a que se refere o inciso I do art. 16

COMENTÁRIOS:

A ANATEL poderá expedir regras para outorga e extinção de direito de

exploração de serviços de telecomunicações no regime público. Essa atuação da Agência dar-se-á com fundamento em seu poder normativo específico.

A outorga é instituto do direito administrativo que significa a transferência de titularidade e execução de serviços públicos a pessoas jurídicas da própria

Administração Pública, ou seja, todas as pessoas jurídicas da Administração Indireta.

V - disciplinar o cumprimento das obrigações de universalização e de continuidade

atribuídas aos prestadores de serviço no regime público

COMENTÁRIOS:

A ANATEL pode disciplinar o cumprimento das obrigações de:

a) Universalização: universalização do direito de acesso de toda pessoa

ou instituição, independentemente de sua localização e condição

socioeconômica, ao Serviço de Telecomunicações destinado ao uso do

público em geral, prestado no regime público, bem como a utilização

desse serviço de telecomunicações em serviços essenciais de

interesse público; e

b) Continuidade: os serviços de telecomunicações prestados pelo Poder

Público mediante regime público, uma vez que se revestem de grande

relevância para os consumidores, deverão ser postos à disposição de

forma contínua, sem que haja interrupções.

VI - regular a utilização de bens ou serviços de terceiros no cumprimento do contrato de

concessão

COMENTÁRIOS:

Deve a ANATEL emitir atos normativos que regulem as condições de

utilização de bens ou serviços de terceiros quando do cumprimento de contrato de concessão celebrado com o Poder Público.

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VII - estabelecer a estrutura tarifária de cada modalidade de serviço

VIII - disciplinar o regime da liberdade tarifária

COMENTÁRIOS:

Compete à ANATEL estabelecer a estrutura tarifária utilizada em cada

modalidade de serviço, assim como disciplinar o regime de liberdade tarifária.

A liberdade tarifária significa que a concessionária de serviço de telecomunicação poderá estabelecer a política tarifária que melhor lhe convier,

sempre de acordo com a competição do mercado, como verdadeira exceção à tarifa prevista na licitação ou determinada pela Agência.

Somente a título de lembrete, são dois os requisitos para o deferimento da liberdade tarifária:

a) Transcurso de pelo menos três anos da assinatura do contrato; e

b) Existência de ampla e efetiva concorrência entre as prestadoras.

IX - definir os termos em que serão compartilhados com os usuários os ganhos

econômicos do concessionário decorrentes da modernização, expansão ou racionalização dos serviços, bem como de novas receitas alternativas

X - definir a forma em que serão transferidos aos usuários os ganhos econômicos do

concessionário que não decorram diretamente da eficiência empresarial

COMENTÁRIOS:

Bem, amigos, levando-se em conta que os concessionários de serviços de

telecomunicações deverão observar as exigências de modernização, expansão e racionalização na prestação dos serviços, competirá à ANATEL

definir as regras sob as quais se dará o compartilhamento dos ganhos econômicos resultantes de tais práticas.

Por exemplo, caso a concessionária de serviço de telecomunicação adote em suas práticas um equipamento que promova maior racionalização na

prestação do serviço em apreço, poderá a ANATEL regulamentar como se dará o ganho econômico para o consumidor, que pode vir a ser a redução da tarifa.

Do mesmo modo, competirá à Agência definir a maneira como serão

repassados aos consumidores de serviços de telecomunicações os ganhos econômicos que o concessionário experimentou, ainda que não tenham

decorrido de prática empresarial do mesmo. Aqui poderíamos citar como

exemplo algum processo de melhoria levado a cabo pela União que venha a

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incrementar os ganhos econômicos do concessionário, os quais deverão ser repassados aos usuários.

XI - estabelecer os mecanismos para acompanhamento das tarifas e para garantir sua

publicidade, bem como os casos de serviço gratuito

COMENTÁRIOS:

Dentro do rol de competências da ANATEL figura ainda a possibilidade de

estabelecimento de mecanismos para o contínuo acompanhamento das tarifas praticadas pelas detentoras das outorgas de serviços de

telecomunicações, buscando sempre garantir a publicidade das políticas tarifárias das prestadoras.

XIII- disciplinar o regime da permissão

COMENTÁRIOS:

A ANATEL tem competência legal para disciplinar o regime jurídico das

permissões a serem outorgas no âmbito da prestação de serviços de

telecomunicações em regime público.

XIV - expedir regras quanto à prestação dos serviços no regime privado, incluindo a

definição dos condicionamentos a que estão sujeitos os prestadores em geral e em especial os

de serviço de interesse coletivo

COMENTÁRIOS:

Além da expedição de regras no regime público, a ANATEL também possui

competência para expedir regras que regulem a prestação no âmbito do regime privado de prestação de serviços de telecomunicações.

XV - editar o plano geral de autorizações de serviço prestado no regime privado, quando

for o caso

COMENTÁRIOS:

A ANATEL editará o plano geral de autorizações, sempre que o mesmo for

necessário.

XVI - definir os casos em que a exploração de serviço independerá de autorização e

aqueles em que o prestador será dispensado da comunicação de início das atividades

COMENTÁRIOS:

Competirá à ANATEL a definição dos casos de exploração de serviço de

telecomunicação SEM que haja necessidade de autorização, bem como SEM a necessidade de comunicação prévia do início das atividades.

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XVII - determinar as condições subjetivas para obtenção de autorização de serviço de

interesse restrito

COMENTÁRIOS:

As condições subjetivas a serem determinadas pela ANATEL, para a

obtenção de autorização de serviço de telecomunicação de interesse restrito,

dirá respeito àquelas condições que cada prestadora deverá cumprir, individualmente, para que possam obter a autorização de serviço de

interesse restrito.

XVIII - regulamentar os compromissos exigíveis dos interessados na obtenção de

autorização de serviço, em proveito da coletividade

COMENTÁRIOS:

A ANATEL pode, de forma excepcional, sempre com base em relevantes

razões de caráter coletivo, condicionar o deferimento da autorização ao aceite de compromissos no interesse de toda a coletividade.

Tais compromissos deverão ser regulamentados pela ANATEL, sempre

com observância aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e

igualdade.

XIX - determinar, relativamente aos serviços prestados exclusivamente em regime

privado, os casos em que haverá limite ao número de autorizações de serviço, bem como as

regiões, localidades ou áreas abrangidas pela limitação

COMENTÁRIOS:

Competirá à ANATEL definir, quando se tratar de serviço prestado na

forma de regime privado, as hipóteses em que haverá limitação ao número de

autorizações de serviço outorgadas, assim como em relação às regiões, localidades ou áreas sobre as quais incidirá a limitação.

XX - dispor sobre a fixação, revisão e reajustamento do preço de serviços autorizados,

quando a autorização decorrer de procedimento licitatório cujo julgamento o tenha

considerado

COMENTÁRIOS:

A ANATEL terá ainda, dentro de suas atribuições, competência para dispor sobre a fixação, revisão e reajustamento de preço de serviços autorizados.

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XXI - fixar prazo para os prestadores de serviço adaptarem-se a novas condições

impostas pela regulamentação

COMENTÁRIOS:

Caberá à ANATEL fixar prazo para que os prestadores de serviço se

adaptem a novas condições determinadas pela Agência, quando da regulamentação de determinado assunto.

XXIII - dispor sobre os planos de numeração;

COMENTÁRIOS:

O Plano de Numeração é conjunto de requisitos relativos a estrutura, formato, organização e significado dos recursos de numeração e de

procedimentos de marcação necessários à fruição de um dado serviço de telecomunicações.

XXV - regulamentar a interconexão entre as redes;

COMENTÁRIOS:

A interconexão é a ligação entre redes de telecomunicações funcionalmente compatíveis, de modo que os usuários de serviços de uma das

redes possam comunicar-se com usuários de serviços de outra, ou acessar serviços nela disponíveis.

XXVII - estabelecer os condicionamentos do direito de uso das redes de serviços de

telecomunicações pelos exploradores de serviço de valor adicionado, disciplinando seu

relacionamento com as empresas prestadoras daqueles serviços;

COMENTÁRIOS:

O Serviço de Valor Adicionado (SVA), definido no artigo 61 da LGT, é a

atividade que acrescenta a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte - e com o qual não se confunde - novas utilidades relacionadas ao acesso, ao

armazenamento, à apresentação, à movimentação ou à recuperação de informações. O SVA não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se

seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte.

XXXI - regulamentar o tratamento confidencial das informações técnicas, operacionais,

econômico-financeiras e contábeis solicitadas às empresas prestadoras dos serviços de

telecomunicações;

COMENTÁRIOS:

As informações de caráter técnico, operacional, econômico-financeiro e contábil, em razão de sua importância e necessidade de sigilo para a

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prestadora de serviços de telecomunicações, deverão ser regulamentadas quanto ao tratamento confidencial dispensado às mesmas.

XXXII - disciplinar a cobrança de preço público pela atribuição do direito de explorar

serviço de telecomunicações, bem como de uso de radiofreqüência e de órbita;

COMENTÁRIOS:

O preço público é a remuneração paga pelo usuário por utilizar um

serviço público divisível e específico, regido pelo regime contratual de direito público. É a contraprestação pecuniária.

XXXIV - aprovar o plano de atribuição, distribuição e destinação de faixas de

radiofreqüência e de ocupação de órbitas e as demais normas sobre seu uso;

COMENTÁRIOS:

Na administração do espectro de radiofrequências são observadas as

atribuições das faixas, definidas em tratados e acordos internacionais, aprovados na União Internacional de Telecomunicações (UIT), e, anualmente,

é emitido o Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequências no Brasil (PDFF), que contém o detalhamento do uso das faixas

associadas aos diversos serviços e atividades de telecomunicações.

XXXVI - regulamentar a autorização para uso de radiofreqüência, com a determinação

dos casos em que será dispensável;

COMENTÁRIOS:

Compete à Agência a regulamentação da autorização de uso de

radiofrequência, como também os casos em que a mesma será dispensável.

XXXIX - definir os requisitos e critérios específicos para execução de serviço de

telecomunicações que utilize satélite;

COMENTÁRIOS:

O serviço de transporte de sinais de telecomunicações por satélites é o serviço de telecomunicações que, por meio do uso de satélites, realiza a

recepção e a emissão de sinais de telecomunicações, utilizando radiofrequências predeterminadas.

XLI - editar tabela de emolumentos, preços e multas a serem cobrados;

COMENTÁRIOS:

Emolumentos são taxas cobradas ou devidas pela prestação de serviço.

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Art.18. No exercício das competências em matéria de controle, prevenção e repressão

das infrações à ordem econômica, que lhe foram conferidas pelos art. 7º., § 2º., e 19, inciso

XIX, da Lei nº. 9.472, de 1997, a Agência observará as regras procedimentais estabelecidas na

Lei nº. 8.884, de 11 de junho de 1994, e suas alterações, cabendo ao Conselho Diretor a

adoção das medidas por elas reguladas.

Parágrafo único. Os expedientes instaurados e que devam ser conhecidos pelo Conselho

Administrativo de Defesa Econômica - CADE ser-lhe-ão diretamente encaminhados pela

Agência.

COMENTÁRIOS:

Conforme comentado em nossa primeira aula, antigamente a lei aplicável à defesa da concorrência no Brasil era a Lei 8.884/94, também conhecida

como Lei do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Entretanto, ano passado foi publicada nova legislação a respeito da defesa da

concorrência, que agora é regida pela Lei 12.529/11, que vem agora estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

Assim, quando a ANATEL atuar no sentido de controlar, prevenir ou reprimir infrações à ordem econômica, deverá fazê-lo com observância às

regras estabelecidas na Lei 12.529/11.

Questão Inédita – Ao setor de telecomunicações brasileiro não serão

aplicáveis as normas gerais de defesa da ordem econômica, não tendo a

ANATEL competência para o controle e prevenção de infrações à ordem econômica, uma vez que somente ao CADE é conferida essa possibilidade.

COMENTÁRIOS:

Pessoal, conforme vimos na primeira aula, e novamente nessa terceira, a

Lei que institui o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (Lei 12.529/11) é sim aplicável ao setor de telecomunicações brasileiro. Ademais, a

ANATEL terá competência legal para controle, prevenção e repressão das infrações à ordem econômica.

Gabarito: Errado.

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Art. 19. A Agência articulará sua atuação com a do Sistema Nacional de Defesa do

Consumidor, organizado pelo Decreto nº. 2.181, de 20 de março de 1997, visando à eficácia

da proteção e defesa do consumidor dos serviços de telecomunicações, observado o disposto nas Leis nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990, e nº. 9.472, de 1997.

Parágrafo único. A competência da Agência prevalecerá sobre a de outras entidades ou

órgãos destinados à defesa dos interesses e direitos do consumidor, que atuarão de modo

supletivo, cabendo-lhe com exclusividade a aplicação das sanções do art. 56, incisos VI, VII,

IX, X e XI da Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990.

COMENTÁRIOS:

Por fim, amigos, cumpre ressaltar que o Decreto 2.338/97 determina que a ANATEL articule sua atuação institucional em consonância com o

Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, com base principalmente na Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), buscando-se sempre a

proteção e defesa do consumidor (usuário) de serviços de telecomunicações.

Bem, meus caros, por hoje é o que temos para estudar com relação ao

Regulamento da ANATEL (Decreto 2.338/97). No próximo encontro finalizaremos o estudo desse Regulamento, para depois passarmos ao

Regimento Interno da Agência.

Caso tenham quaisquer dúvidas, sintam-se à vontade para me contatar,

pois o importante é fazer com que vocês cheguem no dia da prova sem dúvidas.

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LISTA DE QUESTÕES

1 - Questão Inédita – A ANATEL é entidade integrante da Administração

Pública Federal Direta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações.

2 - (CESPE/2009/Especialista em Regulação de Serviços Públicos de

Telecomunicações - Direito) - Julgue os itens que se seguem, relativos à Lei n° 9.472/1997.

Por ser a ANATEL uma autarquia de regime especial, seus atos estão sujeitos à revisão pelo ministério a que se acha vinculada.

3 - Questão Inédita – A ANATEL está sediada em Brasília, não podendo ser

instalada em outra cidade que não Brasília.

4 - Questão Inédita – A ANATEL é subordinada politicamente ao Presidente

da República e ao Ministro das Comunicações.

5 - (CESPE/2006/Administrativo) - A criação, a atuação e o funcionamento da ANATEL são submetidos ao princípio da reserva legal, ao princípio da

especialidade e ao princípio do controle. Quanto a este último, a ANATEL submete-se apenas aos aspectos de controle institucional e administrativo.

6 - Questão Inédita – Ainda que se esteja diante de hipótese de inexigibilidade de licitação, a ANATEL deverá obrigatoriamente adotar

procedimento licitatório, já que a Agência pode valer-se de procedimentos próprios de contratação, nas modalidades consulta e pregão.

7 - (CESPE/2009/Administrativo) - Quanto à atuação internacional da ANATEL, julgue o seguinte item.

É de responsabilidade da ANATEL, sob a coordenação do Poder Executivo,

representar o Brasil nos órgãos internacionais que tratam de telecomunicações.

8 - (CESPE/2004/Especialista Regulação - Jurídica) - Com relação à

Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), julgue o item seguinte.

A ANATEL tem competência administrativa para composição de conflitos de

interesses entre as prestadoras dos serviços de telecomunicações.

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Teoria e Exercícios Prof. Leonardo Arruda – Aula 02

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9 – Questão Inédita – Cabe à ANATEL a decretação de desapropriação ou instituição de servidão administrativa sobre bens necessários à implantação de

serviço de telecomunicação no regime público.

10 - Questão Inédita – Ao setor de telecomunicações brasileiro não serão aplicáveis as normas gerais de defesa da ordem econômica, não tendo a

ANATEL competência para o controle e prevenção de infrações à ordem

econômica, uma vez que somente ao CADE é conferida essa possibilidade.

11 - (CESPE/2009/Analista Administrativo – Administração) - Acerca da Política Nacional de Telecomunicações e serviços correlatos, à luz da Lei n.º

9.472 de 16/7/1997 e suas alterações, que dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão

regulador e outros aspectos institucionais, julgue o item a seguir.

A ANATEL é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério das Comunicações, que desempenha a função de órgão regulador das

telecomunicações.

12 - (CESPE/2009/Analista Administrativo – Administração) - Acerca da Política Nacional de Telecomunicações e serviços correlatos, à luz da Lei n.º

9.472 de 16/7/1997 e suas alterações, que dispõe sobre a organização dos

serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, julgue o item a seguir.

Compete à ANATEL implementar, em sua esfera de atribuições, a Política

Nacional de Telecomunicações.

GABARITO

1 – Errado 2 – Errado 3 – Errado 4 - Errado 5 - Errado

6 - Errado 7 – Certo 8 – Certo 9 – Errado 10 – Errado

11 – Errado 12 - Certo