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CURSO ONLINE – 5000 ENUNCIADOS DA ESAF COMENTADOS – DIREITO TRIBUTÁRIO PROFESSOR EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 1 (Parte II) – Questões da aula 1 Na aula 1 algumas questões ficaram sem comentários. Assim, seguem os comentários destas questões. A aula 2 será enviada na quarta-feira (03/11), pois o PONTO não funciona em dia de feriado. Então, vamos nessa. 65. (ESAF/GESTOR/MG/2005) Julgue os itens a seguir e marque adiante a opção correspondente. I. A cobrança do imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA) somente pode ser considerada legítima quando o Estado custeia obras de infraestrutura rodoviária. II. A taxa é a modalidade de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. III. A obra pública de que resulte valorização de imóvel do particular pode ser custeada mediante a instituição e cobrança da contribuição de melhoria. Está (ão) correto (s): a) os itens I, II e III. b) apenas os itens II e III. c) apenas os itens I e III. d) apenas os itens I e II. e) apenas o item II. Item I. O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, do CTN). Deste modo, a cobrança do IPVA independe do custeio obras de infraestrutura rodoviária pelo Estado, uma vez que o imposto é um tributo não- vinculado a uma atividade estatal e a sua lei instituidora do IPVA leva em consideração fatos e situações vinculadas ao contribuinte (propriedade de veículo automotor), estranhos a qualquer atuação do Estado direcionado especificadamente ao próprio contribuinte. Logo, incorreta. Item II. A taxa é a modalidade de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, conforme art. 145, II, da CF/88. Logo, correta.

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Aula 1 (Parte II) – Questões da aula 1

Na aula 1 algumas questões ficaram sem comentários. Assim, seguem os comentários destas questões.

A aula 2 será enviada na quarta-feira (03/11), pois o PONTO não funciona em dia de feriado.

Então, vamos nessa.

65. (ESAF/GESTOR/MG/2005) Julgue os itens a seguir e marque adiante a opção correspondente. I. A cobrança do imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA) somente pode ser considerada legítima quando o Estado custeia obras de infraestrutura rodoviária. II. A taxa é a modalidade de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. III. A obra pública de que resulte valorização de imóvel do particular pode ser custeada mediante a instituição e cobrança da contribuição de melhoria. Está (ão) correto (s): a) os itens I, II e III. b) apenas os itens II e III. c) apenas os itens I e III. d) apenas os itens I e II. e) apenas o item II.

Item I. O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, do CTN). Deste modo, a cobrança do IPVA independe do custeio obras de infraestrutura rodoviária pelo Estado, uma vez que o imposto é um tributo não-vinculado a uma atividade estatal e a sua lei instituidora do IPVA leva em consideração fatos e situações vinculadas ao contribuinte (propriedade de veículo automotor), estranhos a qualquer atuação do Estado direcionado especificadamente ao próprio contribuinte. Logo, incorreta.

Item II. A taxa é a modalidade de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico ou divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, conforme art. 145, II, da CF/88. Logo, correta.

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Item III. A hipótese de incidência da contribuição de melhoria consiste em obter (auferir) valorização imobiliária, decorrente de obra pública. Logo, correta.

Deste modo, a letra correta é a “b”.

68. (ESAF/AFRFB/2006) Taxas, na dicção do artigo 145, inciso II, da Constituição Federal, constituem a modalidade de tributo que se podem cobrar em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Sobre a taxa, é errado afirmar que a) é um tributo cuja base de cálculo ou fato gerador há de ser diversa dos de imposto, e não pode ser calculada em função do capital das empresas. b) competente para instituir e cobrar a taxa é a pessoa política – União, Estado, Distrito Federal ou Município – legitimada para a realização da atividade que caracterize o fato gerador do tributo. c) os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, efetivamente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. d) serviços públicos específicos são aqueles destacáveis em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas. e) serviços públicos divisíveis são aqueles suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

Letra (A). A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas (art. 145, §2º, da CF/88, c/c art. 77, par. único, do CTN). Logo, correta.

Letra (B). Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público (art. 80, do CTN). Logo, correta.

Letra (C). Os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título (art. 79, I, “a”, do CTN). O enunciado confundiu serviços potencialmente utilizados com serviços efetivamente utilizados. Logo, incorreta.

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Letra (D). Os serviços públicos específicos são aqueles destacáveis em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas (art. 79, II, do CTN). Logo, correta.

Letra (E). Os serviços públicos divisíveis são aqueles suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários (art. 79, III, do CTN). Logo, correta.

69. (PGDF/2007.2) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Em razão desse preceito constitucional e das demais regras do nosso ordenamento jurídico positivo e jurisprudencial, assinale a opção correta. a) A instituição de taxas pelo Poder Público não está obrigada a respeitar os princípios da anterioridade, da isonomia e da capacidade contributiva, tendo em vista que a tributação envolve prestação de serviços públicos ou exercício de poder de polícia. b) É constitucional a taxa instituída para inspeção de importação e exportação de produtos da indústria pesqueira, instituída por Portaria assinada pelo Ministro do Meio Ambiente, com cobrança autorizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente–IBAMA, haja vista tratar-se de serviços prestados para proteger direitos fundamentais. c) As custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais são qualificadas como taxas remuneratórias de serviços públicos e podem ter como base de cálculo o valor da condenação, desde que obedeça ao princípio da razoabilidade. d) É constitucional a escolha do valor do monte-mor (inventário) como base de cálculo da taxa judiciária, por não afrontar o artigo 145, § 2º, da CF. e) Não há possibilidade de, segundo os princípios que informam o nosso ordenamento jurídico tributário, ser alocado o produto da arrecadação de custas judiciais (taxas) ao Poder Judiciário, para cobrir despesas com treinamento de pessoal que serve à Justiça.

Letra (A). A instituição de taxas pelo Poder Público está obrigada a respeitar os princípios constitucionais tributários, inclusive os princípios da anterioridade, da isonomia e da capacidade contributiva. Logo, incorreta.

Letra (B). É inconstitucional a taxa instituída por Portaria, em razão do princípio da legalidade tributária (art. 150, I, da CF). Logo, incorreta.

Letra (C). As custas judiciais e os emolumentos concernentes

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aos serviços notariais e registrais são qualificadas como taxas remuneratórias de serviços públicos e podem ter como base de cálculo o valor da condenação, desde que obedeça ao princípio da razoabilidade. Neste sentido, o STF admite que a taxa judiciária seja calculada em função do valor da causa ou da condenação, desde que se obedeça ao princípio da razoabilidade e que se determine um limite para este valor, pois o valor excessivo da taxa pode ferir o princípio constitucional do livre acesso à jurisdição. Registra-se a súmula 667 do STF: “viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”. Logo, correta.

Letra (D). Segundo o STF, “a escolha do valor do monte-mor como base de cálculo da taxa judiciária encontra óbice no art. 145, § 2º, da CF, visto que o monte-mor que contenha bens imóveis é também base de cálculo do imposto de transmissão causa mortis e inter vivos (ITCMD)” (ADI 2.040-MC, DJ de 25-2-2000). Ou seja, é inconstitucional, de acordo com o art. 145, § 2º, da CF. Logo, incorreta.

Letra (E). Conforme o art. 98, §2°, da CF, há possibilidade de ser alocado o produto da arrecadação de custas judiciais (taxas) ao Poder Judiciário, para cobrir despesas com treinamento de pessoal que serve à Justiça. Logo, incorreta.

70. (PGDF/2007.1) O Sistema Tributário Nacional é regido por regras e princípios gerais que estão postos nos artigos 145 a 162 da Constituição Federal. Com base no conteúdo das disposições acima referidas, assinale, entre as opções abaixo apresentadas, a que está correta. a) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. b) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa. c) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. d) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. e) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural.

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Letra (A). É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989 (Súmula 665 do STF), pois foi conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. Logo, incorreta.

Letra (B). Segundo a Súmula 670 do STF, “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, em razão do não preenchimento da condição constitucional de serviço público específico e divisível para serviço de iluminação pública, que só pode ser custeado pela contribuição de iluminação pública de competência dos Municípios e do Distrito Federal (art. 149-A). Logo, incorreta.

Letra (C). Segundo entendimento consagrado no STF (ADI 1.942-MC, ADI 2.424), as atividades ou serviços gerais do Estado (por exemplo, prestados por órgãos de Segurança Pública) devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas, pois não são serviços públicos específicos e divisíveis. Logo, correta.

Letra (D). Em face do art. 98, §2°, da CF, e da interpretação do STF, é constitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. Logo, incorreta.

Letra (E). Conforme súmula 595 do STF, é inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural (ITR). Isto é, a base de cálculo desta taxa é própria de imposto (ITR) e não de taxa por serviços específicos e divisíveis postos à disposição do seu contribuinte. Logo, incorreta.

72. (ESAF/Agente de Fazenda/ISS/RJ/2010) As taxas, no direito tributário, são espécies tributárias que decorrem, entre outros fatos geradores, do exercício regular do poder de polícia. Sobre estes, julgue os itens a seguir: I. entende-se por regular o poder de polícia quando desempenhado por órgão competente, nos limites da lei, observando devido processo legal, e exercida sem desvio ou excesso de poder; II. a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder; III. a atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este,

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porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa; IV. exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público, conciliando esses interesses. Estão corretos: a) apenas os itens I e III. b) apenas os itens I, III e IV. c) todos os itens estão corretos. d) apenas os itens III e IV. e) apenas os itens II, III e IV.

Item I. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art. 78, parágrafo único, CTN). Logo, correta.

Item II. Segundo interpretação do STF (RE 396.846, DJ 28/08/08; AI 553.880-AgR, DJE de 17-4-2009; RE 549.221–ED, DJE de 20-3-2009), a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes. Neste sentido, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício do poder de polícia. Logo, correta.

Item III. A atuação fiscalizadora do Estado visa realmente ao interesse da coletividade ou interesse público e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. Contudo, a taxa é considerada um tributo vinculado, pois a obrigação tributária da taxa tem por fato gerador uma situação dependente de atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Logo, correta.

Item IV. O poder de polícia estatal impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público. O art. 78 do CTN cita como exemplos à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Portanto, na defesa do interesse público, apesar das restrições aos interesses individuais, há uma conciliação entre o interesse público e o interesse privado.

Deste modo, a letra correta é a “c”.

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Questão extra (ESAF/Fiscal de Rendas/ISS/RJ/2010) - Sobre as taxas, é incorreto afirmar que: a) diferentemente dos impostos, cuja característica marcante é a desvinculação da receita a uma finalidade determinada, a taxa é o tributo vinculado por excelência, isto é, só é devido pelo contribuinte se houver contraprestação por parte do ente estatal que a houver instituído. b) preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias, e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. c) a Constituição Federal dá o conceito de taxa como sendo o tributo instituído pela União, estados, Distrito Federal e municípios, em razão do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. d) o serviço prestado ou posto à disposição, que permite a instituição de uma taxa, é sempre estatal, podendo, excepcionalmente, ser serviço prestado por empresa privada. e) somente o poder de polícia específico é passível de estipêndio por meio de taxas; e mesmo assim exige-se que seja divisível e mensurável.

A alternativa “a” é correta, em face dos arts. 145, II e 167, IV da CF.

A alternativa “b” é incorreta, uma vez que não existe o princípio da anualidade tributária no atual sistema constitucional tributário. É sabido de todos que a súmula 545 do STF não está de acordo com a atual Constituição Federal de 1988, pois não é juridicamente necessário que a taxa tenha sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária.

Neste sentido, atualmente, afirma o Supremo Tribunal Federal (STF): “Não é constitucionalmente indispensável que lei tributária preceda à lei orçamentária” (RMS-1879– RN, RDA 47/26); “A lei que cria o tributo pode anteceder, ou suceder, ao orçamento, sendo essencial, apenas, que venha, quando sucedendo ao orçamento, em tempo hábil” (RE-31619-SP, RTJ 1/228).

Do mesmo modo, dispõe a Súmula 66 do STF: “é legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”. Portanto, é incorreta a alternativa “b”.

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A alternativa “c” é correta, de acordo com o art. art. 145, II, da CF.

A alternativa “d” é incorreta, pois o serviço prestado ou posto à disposição, que permite a instituição de uma taxa, é sempre estatal.

A alternativa “e” é incorreta, em face da jurisprudência predominante do STF e da ausência de regra jurídica que exija que o poder de polícia seja específico e divisível. O art. 145, II, da CF, exige que as taxas remunerem serviços públicos específicos e divisíveis e não poder de polícia específico e divisível.

Senão, vejamos: “A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de atividades poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, exercida pelo IBAMA (Lei 6.938/1981, art. 17-B, com a redação da Lei 10.165/2000). Tem-se, pois, taxa que remunera o exercício do poder de polícia do Estado. Não há invocar o argumento no sentido de que a taxa decorrente do poder de polícia fica ‘restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente visitados pela fiscalização’, por isso que, registra Sacha Calmon parecer, fl. 377 essa questão já foi resolvida, pela negativa, pelo STF, que deixou assentada em diversos julgados a suficiência da manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento. Andou bem a Suprema Corte brasileira em não aferrar-se ao método antiquado da vistoria porta a porta, abrindo as portas do Direito às inovações tecnológicas que caracterizam a nossa era’. Destarte, os que exercem atividades de impacto ambiental tipificadas na lei sujeitam-se à fiscalização do IBAMA, pelo que são contribuintes da taxa decorrente dessa fiscalização, fiscalização que consubstancia, vale repetir, o poder de polícia estatal.” (RE 416.601, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-8-2005, Plenário, DJ de 30-9-2005; AI 638.092-AGR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009).

Em face do exposto, entendo que esta questão deveria ser anulada, pois estão incorretas as letras “b”, “d” e “e”. Todavia, a banca considerou que se deveria marcar a letra “d”.

74. (AFTE/PA/2002) Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto. b) taxa. c) empréstimo compulsório. d) contribuição social. e) contribuição de melhoria.

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As contribuições de melhoria estão vinculadas a uma atuação estatal, referida ao contribuinte, que é a realização de obra pública que motive a valorização do imóvel. Portanto, a contribuição de melhoria é um tributo vinculado.

Com base neste fundamento, a doutrina entende que a contribuição de melhoria observa o postulado da vedação (proibição) ao enriquecimento sem causa, uma vez que apenas determinado grupo de proprietários são beneficiados com a valorização imobiliária decorrente da obra pública.

Por exemplo, sem a cobrança de contribuição de melhoria, pode se observar a desobediência ao fundamento ético-jurídico da proibição ao enriquecimento injusto ou sem causa, uma vez que determinado e limitado grupo enriquece com a valorização imobiliária decorrente da realização de obra pública, que, na verdade, foi custeada por toda a sociedade.

Logo, a correta é a letra “e”.

75. (AFTE/MS 2001) Em matéria tributária, é correto afirmar-se que: a) Somente a União pode instituir impostos com fundamento no exercício regular do poder de polícia. b) Os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir empréstimo compulsório. c) A contribuição de melhoria é devida em função da prestação de serviços públicos divisíveis. d) As taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. e) As contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada.

Letra (A). Não é possível instituir imposto com fundamento no exercício regular do poder de polícia, que é hipótese de incidência da taxa. Logo, incorreta.

Letra (B). Somente a União pode instituir empréstimo compulsório (art. 148, da CF). Logo, incorreta.

Letra (C). A contribuição de melhoria é devida em função de realização de obra pública que motive a valorização do imóvel do particular (art. 81 do CTN) e não por prestação de serviço público divisível. Logo, incorreta.

Letra (D). Em face do art. 145, §2°, da CF, as taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. Logo, correta.

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Letra (E). As contribuições de melhoria e não as contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada. Logo, incorreta.

76. (Analista/SUSEP/2010) Uma das espécies de tributos elencada pela Constituição Federal é a Contribuição de Melhoria, decorrente de obras públicas. Tal espécie visa a uma distribuição mais justa dos ônus decorrentes de determinadas obras públicas, que beneficiam a sociedade como um todo, mas acabam por beneficiar particularmente determinadas pessoas, inclusive acarretando valorização imobiliária. Sobre o tema Contribuição de Melhoria, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas. I. Seu objetivo principal é fazer com que pessoas diretamente beneficiadas pela execução de uma obra pública participem com maior intensidade de seu custeio, suportando-o total ou parcialmente. II. O princípio da vedação do enriquecimento sem causa justificativa, para alguns doutrinadores, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria. III. Pode-se eleger como parâmetro da cobrança da contribuição de melhoria, de modo geral, o custo total da obra (rateado entre os principais beneficiados) ou a valorização imobiliária dela decorrente (individualmente analisada). a) Está correto apenas o item I. b) Está correto apenas o item III. c) Estão corretos apenas os itens I e III. d) Estão corretos apenas os itens II e III. e) Todos os itens estão corretos.

Item I. Entende-se que executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, pode a contribuição de melhoria ser cobrada. Deste modo, a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte). Assim, a contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. Logo, correta.

Item II. A hipótese de incidência da contribuição de melhoria é o acréscimo do valor do imóvel (mais valia) em consequência da obra pública. Por certo, o imóvel do contribuinte está localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente pela obra pública. Deste modo, parte da doutrina entende que o princípio da vedação do

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enriquecimento sem causa justifica a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria. Logo, correta.

Item III. A contribuição de melhoria tem como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme disciplinado no art. 81, do CTN. Logo, correta.

Deste modo, a letra correta é a “e”.

77. (ESAF/Fiscal de Rendas/ISS/RJ/2010) Sobre os empréstimos compulsórios, é incorreto afirmar que: a) o produto de sua arrecadação só pode ser aplicado para atender à despesa que tiver fundamentado a sua instituição. b) sua instituição só pode ser feita por meio de lei complementar. c) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de caráter urgente, não se aplica o princípio da anterioridade. d) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios. e) uma das hipóteses que autorizam sua instituição é a de calamidade pública.

Letra (A). O produto da arrecadação do empréstimo compulsório só pode ser aplicado para atender à despesa que tiver fundamentado a sua instituição (art. 148, parágrafo único, CF). Logo, correta.

Letra (B). Somente lei complementar da União pode instituir empréstimo compulsório (art. 148, da CF). Logo, correta.

Letra (C). Conforme o art. 148, II, da CF, no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, o empréstimo compulsório deve observar o princípio da anterioridade. Logo, incorreta.

Letra (D). Em face do art. 148, I, da CF, a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios. Logo, correta.

Letra (E). Conforme o art. 148, I, da CF, uma das hipóteses que autorizam a instituição do empréstimo compulsório é a calamidade pública. Logo, correta.

81. (ESAF/AFTE/MS/2001) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, a União pode instituir: a) imposto extraordinário.

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b) imposto seletivo. c) taxa especial. d) empréstimo compulsório. e) imposto emergencial progressivo.

Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, a União pode instituir empréstimo compulsório (art. 148, I, da CF). Deste modo, a letra correta é a “e”.

85. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, inclui-se na competência impositiva a) dos Estados e do Distrito Federal. b) da União. c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, inclui-se na competência impositiva da união, de acordo com art. 149, da CF. Portanto, correta a letra “b”.

86. (AUDITOR/TCE/GO/2007) Sobre o Sistema Constitucional Tributário, é incorreto afirmar que a) competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. b) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica. c) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório não será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. e) a Constituição Federal permite a edição de lei complementar que defina tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e empresas de pequeno porte.

Letra (A). Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,

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cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais (art. 147, CF). Logo, correta.

Letra (B). Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica. (art. 149-A, da CF). Logo, correta.

Letra (C). Cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas (art. 146, III, “c”, CF). Logo, correta.

Letra (D). O produto da arrecadação do empréstimo compulsório será vinculado à despesa que tiver fundamentado a sua instituição (art. 148, parágrafo único, CF). Logo, incorreta.

Letra (E). O art. 146, III, “d”, da Constituição Federal permite a edição de lei complementar que defina tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e empresas de pequeno porte. Logo, correta.

87. (ESAF/Agente de Fazenda/ISS/RJ/2010) A Constituição Federal permite aos municípios a instituição e a cobrança, na forma das respectivas leis, de tributo destinado ao custeio do serviço de iluminação pública. Sobre este, é correto afirmar que: a) os municípios somente poderão instituir tal tributo sob a forma de contribuição, que observará as garantias da anterioridade e da legalidade. b) sua instituição deverá ser feita por meio de lei municipal, sem, contudo, a necessidade da observância do princípio da anterioridade. c) em face de sua finalidade específica, que é o custeio do serviço de iluminação pública, sua natureza jurídica será de taxa. d) a lei municipal que criar o referido tributo poderá delegar ao Prefeito, por meio de decreto, a competência para a fixação de critérios para o seu cálculo, tais como suas alíquotas e base de cálculo. e) O referido tributo será, obrigatoriamente, cobrado na fatura de consumo de energia elétrica do contribuinte.

Segundo o art. 149-A, da CF/88, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado os princípios da legalidade e da anterioridade, sendo ainda facultada a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia elétrica.

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Portanto, correta a letra “a”.