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Aula 01 Direito Processual Civil p/ MP-PB (Técnico Ministerial - Sem Especialidade) Professor: Gabriel Borges

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  • Aula 01

    Direito Processual Civil p/ MP-PB (Tcnico Ministerial - Sem Especialidade)

    Professor: Gabriel Borges

  • Direito Processual Civil

    Teoria e Exerccios comentados

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    3. Pressupostos Processuais 3.1. Pressupostos da existncia 3.2. Requisitos de validade

    2 Resumo 28

    3. Questes comentadas 31

    4. Lista das questes apresentadas 63

    5. Gabarito 74

    CAPTULO II: DA AO

    A definio da ao pode ser analisada constitucional, processual e materialmente. 1) Em sua definio constitucional, direito fundamental, abstrato e autnomo. 2) Na concepo processual, o direito de ir a juzo. 3) Na material, consiste no poder de pleitear um direito perante algum.

    Para nosso estudo consideraremos, sobretudo, a tica processual (2), que GLVVHPRVDSULQFtSLRVHU RGLUHLWRGH LUD MXt]RPDVDSURIXQGDUHPRVVXDDQiOLVHNo to fcil obter um conceito, na acepo processual de ao. , na verdade, uma definio polmica de ser trabalhada na cincia processual, j que no h consenso doutrinrio. H vrias teorias sobre o tema e apesar das divergncias, no podemos negar que os estudos feitos e o progresso alcanado foram fundamentais para o Direito Processual.

    Frisamos que qualquer que seja a concepo adotada, a ao um dos institutos mais relevantes do Direito Processual, j que, devido ao princpio da inrcia de jurisdio, o Estado somente se manifestar depois de ser provocado pela parte interessada.

    A provocao se d pelo exerccio da ao.

    Pessoal, vamos trabalhar um assunto espinhoso, no vou mentir. Fiquem atentos e tentem compreender ao final a resoluo de uma questo do ano de 2012 aplicada ao concurso de Procurador da Fazenda Nacional, carreira da PGFN.

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    1. TEORIAS DA AO 1 Teoria imanentista (ou civilista): (Imanente um adjetivo que descreve

    o que existe sempre num objeto e inseparvel dele). Essa teoria, atualmente superada, exerceu grande influncia no sculo XIX. O direito de ao o direito material em movimento. No existe um direito de ao autnomo, ele o prprio GLUHLWRPDWHULDO$DomRDVVLPHUDHQWHQGLGDFRPRHOHPHQWRFRQVWLWXWLYRGRGLUHLWRVXEMHWLYR RX VHMD PHUD PDQLIHVWDomR GR direito material; era a maneira como o direito material se manifestava aps a incidncia de uma leso.

    Esclarecendo: o direito material refere-se ao contedo, descreve aquilo a que se tem direito; ao passo que o direito formal refere-se possibilidade de perseguio deste direito.

    2 Teoria concreta da ao (ou teoria do direito concreto de agir): primeira a distinguir os direitos material e de ao (formal).

    O direito de ao pertence ao indivduo contra o Estado, para que ele obtenha uma sentena favorvel e ao mesmo tempo contra a outra parte, que se submeter deciso do Estado. Por essa corrente, h autonomia do direito de ao em relao ao direito material, mas no independncia; de modo que para que haja o primeiro, o segundo deve existir. Afirma, assim, essa teoria que para a existncia do direito de agir h de existir o direito material.

    Em outras palavras, a ao um direito autnomo do material, mas que s existe nos casos em que a deciso judicial favorvel ao autor. De modo que o direito de ao, posteriormente, torna-se dependente da existncia real do direito material SRU LVVR VH GL] FRQFUHWR GHSHQGrQFLD SRVWHULRU GD UHDO HIHWLYDomR GRdireito material, da concretude desse direito.

    3 Teoria Abstrata (Teoria do direito abstrato de agir): considera autnomos e independentes direito de ao e direito material. O

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    direito de ao o direito abstrato de obter prestao jurisdicional do Estado, ou seja, o direito de provocar a atuao do Estado-Juiz. Nas palavras de Alexandre Freitas Cmara SDUD HVVD FRQFHSomR GD DomR HVWH VHULD XP GLUHLWR LQHUHQWH jpersonalidade, sendo certo que todos seriam titulares do mesmo, o que significa dizer que todos teriam o direito de provocar a atuao do Estado-Juiz, a fim de que se exera a funo jXULVGLFLRQDO Dessa forma, mesmo que o magistrado negue a pretenso ajuizada pelo autor, ou seja, negue o direito material levado a juzo, este tem o direito de ao o direito de levar juzo a sua pretenso.

    Reparem que nessa teoria h duas relaes jurdicas diferentes: uma a relao processual entre o demandante (autor) e o Estado-Juiz, chamada de Direito de ao; a outra a relao processual material formada entre as partes (autor e ru) na lide, de Direito Material.

    4 Teoria da Assero: (Assero significa afirmao, proposio tida como verdadeira). Essa teoria est entre a abstrata e a ecltica. Se o juiz perceber por uma anlise sumria, com base nos elementos oferecidos pelo prprio autor, a ausncia de alguma condio da ao, deve extinguir o processo sem julgamento de mrito. Mas, se o julgamento posterior, no se baseando no que foi alegado pelo autor, a situao de improcedncia do pedido e no de carncia de ao.

    Exemplo: ao de alimentos. Se em momento posterior ao pedido, verifica-se a ausncia de vnculo de filiao, ser o pedido considerado improcedente.

    Dvida: As teorias da assero e da prospectao se tocam de alguma forma? Na verdade elas so tidas como sinnimas, mas a Teoria da Prospectao

    tem no direito italiano variaes que no se comunicam com a Assero. Para nosso concurso podemos considerar como idnticas: Assero ou Prospettazione.

    Depois de vermos a teoria ecltica (abaixo) faremos breve confrontao

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    entre essas duas ltimas correntes, o que nos ajudar a entender melhor uma e outra.

    5 Teoria Ecltica ou Mista: elaborada por Liebman, consiste em uma espcie de teoria abstrata com certos elementos adicionais. O direito de ao no depende do direito material, mas do preenchimento de requisitos formais: condies da ao. O direito de ao existe quando o autor tem direito a um julgamento de mrito.

    $ WHRULD HFOpWLFD GD DomR WHP WDPEpP QDWXUH]D DEVWUDWDvisto que no condiciona a existncia do processo do direito material afirmado pelo autor. Em outras palavras, para a teoria ecltica, assim como para a teoria abstrata, ao existe ainda que o demandante no seja titular do direito material que afirma existir. Difere, porm, a teoria ecltica da abstrata por considerar a existncia de uma categoria estranha ao mrito da causa, denominada condies da ao, as quais seriam requisitos de existncia do direito de agir. Para a teoria que ora examina, o direito de ao s existe se o autor preencher tais FRQGLo}HV GHYHQGR R SURFHVVR VHU H[WLQWR VHP MXOgamento do mrito, se alguma delas estiver ausente (hiptese em que VHWHPRIHQ{PHQRTXHVHFRVWXPDGHVLJQDUSRUcarncia de DomR (Cmara, Alexandre Freitas, Lies de Direito Processual Civil, pg. 119)

    Essa teoria vem sofrendo crticas pela doutrina moderna, mas a que est consagrada no CPC. Em seu art. 267, VI: extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual.

    exatamente por este entendimento: de que no se julga o mrito quando ausente alguma das condies da ao, que a Teoria Ecltica tem recebido crticas.

    A distino entre mrito e condies da ao, feita por esta teoria, s se justifica porque o ordenamento ptrio distingue os efeitos jurdicos da sentena de carncia e de improcedncia. Quando h julgamento de mrito, considera-se

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    prestada a tutela jurisdicional; enquanto ao ser considerada carente a ao, o julgamento prestado somente de forma.

    TEORIA DA ASSERO X ECLTICA A crtica que fazem os tericos da assero em relao ecltica decorre

    de que esta [ecltica] somente reconhece a atividade jurisdicional quando h apreciao do mrito. A teoria da assero entende, ao contrrio, que mesmo no tendo sido observadas as condies da ao, ter havido sim atividade jurisdicional.

    A Teoria da Assero tem sido cada vez mais adotada pelos tribunais. Veja ementa de julgado recente do STJ: PROCESSUAL CIVIL -ADMINISTRATIVO -RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO -AUSNCIA DE NEXO CAUSAL NA NARRAO CONTIDA NA PETIO VESTIBULAR -CONDIES DA AO -LIMITES RAZOVEIS E PROPORCIONAIS PARA A APLICAO DA TEORIA DA ASSERO -ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ENTE ESTATAL.

    1. A teoria da assero estabelece direito potestativo [aquele direito que no se pode contestar/ incontroverso] para o autor do recurso de que sejam consideradas as suas alegaes em abstrato para a verificao das condies da ao, entretanto essa potestade deve ser limitada pela proporcionalidade e pela razoabilidade, a fim de que seja evitado abuso do direito.

    2. O momento de verificao das condies da ao, nos termos daquela teoria, dar-se- no primeiro contato que o julgador tem com a petio inicial, ou seja, no instante da prolao do juzo de admissibilidade inicial do procedimento. Logo, a verificao da legitimidade passiva ad causam independe de dilao probatria na instncia de origem e de reexame ftico-probatrio na esfera extraordinria.

    3. No se h falar em legitimidade passiva ad causam quando as alegaes da pea vestibular ilustrarem de maneira cristalina que o ru no figura na relao

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    jurdica de direito material nem em qualquer relao de causalidade. Agravo regimental provido. (Processo: AgRg no REsp 1095276 MG 2008/0225287-8. Relator(a): Ministro HUMBERTO MARTINS. Julgamento: 25/05/2010. rgo Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA. Publicao: DJe 11/06/2010)

    Vamos analisar item por item de uma questo de bom nvel de dificuldade, para Procurador da PGFN, que nos ajudar na abordagem do assunto:

    (2012 PGFN) O direito de ao sempre foi um dos mais polmicos temas da cincia processual, proliferando-se, ao longo da histria, inmeras teorias para explic- lo. Sua importncia se destaca, em especial, pois corresponde a um iniludvel ponto de contato entre a relao jurdica material e a relao jurdica processual, sobretudo quando analisado sob a tica do ato que d incio ao processo e delimita seu objeto litigioso. No Brasil, o direito positivo sofreu ntida influncia da doutrina de Enrico Tullio Liebman, que, com sua teoria ecltica da ao, props a categoria das condies da ao, alocadas entre os pressupostos processuais e o mrito da demanda.

    Sobre o tema, identifique a opo correta.

    a) O direito de ao pode ser atualmente identificado como um direito pblico subjetivo, abstrato, autnomo da relao jurdica material, cuja existncia depender da procedncia da demanda proposta em juzo.

    Item errado. Este o argumento da Teoria Concreta, que liga a procedncia do pedido ao direito de ir juzo. Ela est superada, no vinculamos mais o direito de pedir ao direito material.

    b) Friedrich Carl Von Savigny, notvel jurista alemo que se dedicou ao estudo profundo do direito romano, citado pela doutrina como um adepto da teoria abstrativista, em decorrncia da concepo de que se opera uma metamorfose no direito material quando lesado, transformando-se, assim, na actio.

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    Item errado. O Savigny um grande nome da Teoria Imanentista, que como vimos aquela que prega no haver ao sem direito; e no haver direito sem ao; de maneira que a ao segue a natureza do direito.

    c) da famosa polmica entre Windscheid e Muther que percebemos significativo avano na cincia processual. Associou-se a ideia da actio romana com a da pretenso de direito material, o que definiu a autonomia entre o direito material e o direito de ao, consubstanciando, assim, definitiva passagem da teoria concreta para a teoria abstrata da ao. Item errado. Bom falarem deste caso. Muther se levantou contra o pensamento de Windscheid. Para ele, ao consistiria no direito tutela do Estado, cabendo a quem fosse ofendido em seu direito. Desse modo, ao seria um direito contra o Estado para invocar a tutela jurisdicional, distinto do direito material, o qual se quer resgatar. Ainda que discordasse de algumas questes postas pelo adversrio, Windscheid admitiu a existncia de um direito de agir face ao Estado e outro contra o devedor, mas entendia que um fosse pressuposto do outro. A discusso entre os dois juristas mostrou-se mais do que discordante, na verdade, complementares. A banca considerou errado este item por seu final, quando se falou em passagem da Teoria Concreta para a Abstrata, como se tivesse havido superao da primeira. Isso no ocorreu, os concretistas continuaram influenciando o debate sobre das teorias da ao e contribuindo para a criao de novas correntes com elementos que empregavam.

    d) Enrico Tullio Liebman props a categoria das condies da ao, afirmando que, se no fossem preenchidas as trs condies inicialmente formuladas, o autor seria carecedor do direito de ao. Para Liebman, essa ideia deveria ser interpretada luz da teoria da assero, segundo a qual as condies da ao so examinadas a partir das alegaes do autor (in status assertionem). Caso fosse necessria a dilao probatria para aferir a presena das condies da ao, estaramos diante de um julgamento de mrito e no mais de pura carncia de ao. Item errado. O maior erro da questo est em atribuir a Liebman a anlise segundo a Teoria da Assero, sendo que suas ideias remetiam Teoria Ecltica;

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    mas mesmo este erro pode ser contestado j que Liebman revisou sua teoria e aproximou-a dos pensadores da assero. Depois h uma fundamentao que se liga Teoria da Assero e no Ecltica.

    e) Um dos maiores expoentes da teoria do direito concreto de agir foi Adolf Wach, desenvolvendo suas ideias a partir da teorizao da ao declaratria. Para nosso autor, o direito de ao efetivamente autnomo em relao ao direito material, porm s existir se a sentena ao final for de procedncia.

    Item correto. Wach foi quem desenvolveu a Teoria do Direito Concreto de Agir, segundo a qual somente a deciso que reconhece caber ao autor o direito material alegado legitimaria o exerccio do direito de ao.

    Bela questo, no mesmo?! Vamos tratar dos elementos da ao e das condies da ao, nas prximas pginas. So coisas distintas, fiquem atentos a isso! As condies da ao, que falaremos mais frente, constituem a figura sobre a qual discorremos nas linhas anteriores, to importante para trabalhar as teorias da ao.

    1) Ainda restou dvida em relao Teoria Ecltica e Teoria da Assero?! Vamos ver um conceito mais objetivo acerca das Teorias.

    A Teoria Ecltica, que se adota no CPC, prev o preenchimento de condies da ao para que ela seja levada adiante. As condies da ao so abstrao jurdica, mas sem elas no se admite levar adiante a ao. Seria como se, a partir de uma anlise prvia, o autor tivesse que demonstrar estarem presentes os elementos condicionantes da procedncia de seu pedido, um pr-julgamento com anlise das alegaes do autor, com o problema de que esse julgamento formal, somente, no gera anlise de mrito.

    Na Teoria da Assero esse julgamento ser a princpio formal se houver indeferimento com base nas alegaes do autor; mas se tomando como certas as alegaes, vem-se verificar posteriormente que eram imprecisas as alegaes do

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    autor relativamente s condies da ao, ter-se- deciso de mrito. Distino que a se faz entre a Teoria Ecltica e a da Assero. A Teoria Ecltica faculta a dilao probatria das condies da ao, mas recusa o entendimento de que isso d mediante exame de mrito.

    2. ELEMENTOS DA AO So trs os elementos da ao: as partes, o pedido e a causa de pedir. Eles

    fixam limites relao processual, verificando quem ser atingido e quem ser beneficiado pelos efeitos do processo. Alm disso, os elementos impedem a propositura de aes repetidas, o que caracterizaria litispendncia, e servem igualmente para indicar aes marcadas pela conexo [que esto ligadas, conexas].

    2.1. PARTES

    Seu conceito distingue-se em duas linhas: uma aberta, que considera parte todo sujeito que atua na relao processual, defendendo seu direito ou de terceiro; outra estrita, que considera parte somente o demandante da tutela jurisdicional ou contra quem se demanda.

    A parte classifica-se em processual ou material. A parte processual se inclui na relao jurdica processual; integra o contraditrio; assume qualquer das

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    situaes processuais; atua com parcialidade e pode sofrer consequncias da sentena. Ela pode ser tanto da demanda (autor ou ru) como parte auxiliar, que, embora no formule ou no tenha contra si pedido formulado, sujeito do contraditrio. (Ex: o assistente simples). Dessarte, existem as partes principais, demandante e demandado, e as partes de demandas incidentais, que podem ou no ser as mesmas da demanda principal.

    A parte material ou do litgio a parte da relao jurdica discutida em juzo; pode ou no ser parte da ao. H casos de legitimao, para defesa em nome prprio, de interesses de outrem. o que acontece com o Ministrio Pblico na defesa de hipossuficientes: defende interesses de um terceiro, mas atua em nome prprio. A parte ser considerada legtima quando tiver a devida autorizao para estar em juzo; ou ilegtima quando, apesar de estar em juzo, no tiver a autorizao necessria para estar presente.

    H tambm a parte complexa, que o conjunto formado pelo incapaz e seu representante ou pessoa jurdica e o seu rgo presente. Em suma, constitui-se pela comunho entre parte ilegtima e seu representante.

    2.2. PEDIDO

    O pedido aquilo que se pretende com a ao, a providncia jurisdicional. Costuma-se classificar o pedido em imediato (processual) e mediato (material). Ele deve ser certo e determinado, diferente do que diz o art. 286 do CPC, que utiliza a conjuno alternativa [ou] em lugar da aditiva [e].

    2.3. CAUSA DE PEDIR

    O Brasil adota para a causa de pedir a teoria da substanciao, criada pelo Direito alemo, no qual a causa de pedir independe da natureza da ao, sendo criada somente pelos fatos jurdicos descritos pela autoria. Dvida:

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    A teoria da substanciao da causa de pedir independe da natureza da ao?

    A causa de pedir no se define pelo que alega o autor, mas pelos fatos por ele alegados e resistidos pela outra parte. No importa, assim, os dispositivos legais mencionados pelo autor, o juiz poder decidir a causa com base em outros dispositivos, levando em conta os fatos narrados na demanda.

    Art. 3o: Para propor ou contestar ao necessrio ter interesse e legitimidade.

    Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se declarao:

    I da existncia ou da inexistncia de relao jurdica;

    II da autenticidade ou falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria,

    ainda que tenha ocorrido a violao do direito. Art. 5o: Se, no curso do processo, se tornar litigiosa

    relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, qualquer das partes poder requerer que o juiz a declare por sentena.

    Art. 6o: Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

    2.4. CONDIES DA AO O processo civil brasileiro adotou uma viso ecltica sobre o direito da ao:

    a garantia do julgamento do mrito da causa. Para que ocorra o julgamento, necessrio preencher certas condies que sero aferidas sob o guarda-chuva da relao jurdica material deduzida em juzo.

    So condies para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de agir e a possibilidade jurdica do pedido.

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    2.4.1. A POSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDO No se confunde com a previso, in abstracto, na lei. Pelo contrrio, a

    possibilidade jurdica do pedido pode ser analisada pela falta de previso que a torne invivel.

    Em outras palavras, h impossibilidade do pedido quando a lei assim determinar. Exemplo: Pedir a separao do Estado de So Paulo da federao.

    2.4.2. A LEGITIMIDADE PARA AGIR EM JUZO Parte legtima a que est em posio processual equivalente com a

    situao legitimadora, derivada de previso legal. Exemplo fictcio: se Alfeu pretende obter uma indenizao de Beto, necessrio que Alfeu seja quem est na posio jurdica de vantagem e Beto seja o potencial responsvel pelo dever de indenizar.

    2.4.2.1. LEGITIMIDADE ORDINRIA VERSUS EXTRAORDINRIA A legitimao ad causam pode ser dividida em ordinria e extraordinria. Na

    legitimidade ordinria, h identidade entre a situao legitimante e as situaes jurdicas sob a apreciao do magistrado. Desse modo, as figuras das partes so correspondentes com os polos da relao jurdica. O legitimado ordinrio defende em juzo interesse prprio.

    Na legitimidade extraordinria (substituio processual), no h conexo total entre a situao legitimante e as situaes jurdicas sob apreciao do magistrado. O legitimado extraordinrio o sujeito que defende em nome prprio interesse alheio.

    (TJ ES 2011) Os sujeitos da relao processual so, em regra, as partes e o juiz. O autor deve ser o titular do direito por ele reclamado em juzo, sob pena de no ter o seu pedido examinado; entretanto, de acordo com a sistemtica processual, o autor pode postular em nome prprio direito de terceiro, sempre que isso representar um

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    benefcio para o terceiro em defesa de quem postule.

    a) Certo b) Errado $UW 6 Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando DXWRUL]DGRSRUOHL Gabarito: Errado

    dividida em espcies de legitimao extraordinria autnoma ou subordinada. Nesta, o legitimado assume posio acessria no processo, de modo que o titular da relao jurdica em questo deve estar presente. Geralmente, atribui-se a legitimao subordinada a titular de outra relao jurdica, mas que tenha nexo com a principal. Naquela, de modo independente da atuao do titular do direito em litgio, o legitimado extraordinrio pode conduzir o processo.

    Professor, o que vem a ser o conceito de Legitimidade extraordinria autnoma?

    A legitimidade extraordinria autnoma nomeia a participao de um legitimado a atuar no processo, diferente do titular do direito material ele passa a ter o condo de movimentar o processo de forma autnoma, diminuindo a importncia da participao do titular do direito material. Diz-se extraordinria porque uma legitimidade conferida a outrem, no titular do direito pleiteado. Ocorre mediante previso legal.

    2.4.3. INTERESSE DE AGIR

    O interesse de agir constitui-se no binmio: adequao, necessidade. Fala-se em adequao relativamente opo pelo meio processual que possa vir a produzir resultado til. De modo que, se algum tem consigo ttulo executivo, no ter interesse em processo de conhecimento, porque no h pendenga a ser resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execuo do ttulo.

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    2.6. CLASSIFICAO DAS AES DE CONHECIMENTO (CERTIFICAO) 2.6.1. AES DE PRESTAO

    Tradicionalmente, os doutrinadores fazem distino dos direitos entre: os direitos a uma prestao, ou seja, os que se relacionam com as aes de prestao como mandamentais; e direitos potestativos, que se relacionam com as aes constitutivas.

    O direito a uma prestao o poder jurdico conferido a um sujeito de exigir de outro o cumprimento de uma prestao de fazer ou no fazer algo e de dar a coisa, em dinheiro ou no. A concretizao do direito a uma prestao efetiva-se com a realizao da prestao devida. Quando no ocorre essa prestao, ocorre inadimplemento ou leso. Exemplo de direitos a uma prestao: direitos absolutos e obrigaes.

    2.6.2. AES CONSTITUTIVAS A ao constitutiva relaciona-se aos direitos potestativos. O direito

    potestativo, por seu turno, o poder jurdico dado a um determinado indivduo para submeter outro direito alterao, criao ou extino de situaes jurdicas. Ao contrrio do direito a uma prestao, que ocorre no campo dos fatos, o direito potestativo efetiva-se no campo jurdico, das normas.

    Exemplo: anular um negcio jurdico um direito potestativo; essa anulao se d com a simples deciso judicial transitada em julgado, no necessria nenhuma outra providncia material, como destruir o contrato.

    Real/ Pessoal Leva em considerao o direito.

    Leva em considerao o objeto. Mobiliria/ Imobiliria

    Conhecimento/Cautelar/ Execuo aes Sincrticas.

    Leva em considerao a tutela que se busca.

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    Quando houver uma situao jurdica nova, modificativa ou de extino gerada do resultado do processo, h uma demanda constitutiva. So exemplos de demanda constitutiva: ao de reviso ou resoluo de contrato, separao judicial, ao de falncia, excluso de herdeiro.

    Os efeitos da deciso constitutiva so ex nunc. Porm, em certos casos, haver o reconhecimento das decises constitutivas-negativas com efeitos retroativos ex tunc. (art. 182 do CC-2002)

    2.6.3. AES DECLARATRIAS A ao declaratria pode ter carter principal ou incidental. Na definio

    legal, no art. 325 do CPC, o autor poder requerer, no prazo de 10 dias, que o juiz profira sentena incidente sobre o direito em que se funda a ao, se da declarao da existncia ou da inexistncia do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide. Portanto, a ao declaratria versa sobre a existncia ou no de um direito. incidental quando proposta no curso do processo, devendo relacionar-se com ele.

    Tem como objetivo verificar a existncia ou no de uma situao jurdica. A situao jurdica o gnero do qual a relao jurdica a espcie. Portanto, no se resume a sua funo ao que descreve o inciso I do art. 4o do CPC.

    Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se declarao:

    I da existncia ou da inexistncia de relao jurdica; II da autenticidade ou falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido

    a violao do direito.

    As aes declaratrias so demandas meramente certificativas, ou seja, de certificao. Por no ser uma demanda que tem como objetivo a efetivao de um direito, as aes declaratrias so imprescritveis.

    Assim, diz-se que a ao declaratria pura imprescritvel porque tem somente este objetivo: declarar a existncia de uma relao jurdica, ou, se relativa a

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    fatos, eventos, a autenticidade ou falsidade de documento. Somente em relao autenticidade de um documento a ao declaratria poder ser usada para certificar um fato.

    No possvel, por essa modalidade de ao, a efetivao de um direito, demonstrar a ocorrncia de outros fatos, que no seja o mencionado da autenticidade. O Poder Judicirio no rgo consultivo ou opinativo, da a restrio.

    Dvida:

    Professor, na ao declaratria no h contagem de prazo prescricional? Exemplo: numa ao declaratria de inexistncia de vnculo com a unio federal para pagamento de tributos no haveria contagem de prazo?

    Boa questo. Mas perceba, no seu exemplo, que a declarao de inexistncia de vnculo com a Unio meramente declaratria, e no prescreve. Mas deixa de ser meramente declaratria se presente o pedido de restituio de tributos pagos quando, erroneamente, se entendia existir o vnculo.

    Vale mencionar a interpretao do STJ sobre o assunto, que sumulou o entendimento de que possvel ao declaratria em dois outros casos no prescritos no CPC: visando a obter certeza quanto a exata interpretao de clusula contratual (Enunciado n 181 da Smula STJ); e para reconhecimento de tempo de servio para fins previdencirios (Enunciado n 242 da Smula STJ).

    Vejamos uma questo de 2010:

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    (TCE RO 2010) Em matria de ao declaratria, considere: I. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito. II. Os nicos fatos que podem ser objeto da ao declaratria so a autenticidade e a falsidade documental.

    III. A ao declaratria est sujeita a prazos prescricionais. IV. inadmissvel ao declaratria visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV.

    e) III e IV.

    Gabarito: A

    Reparem que o item I repete o contedo do pargrafo nico, segundo o qual possvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito. Assim, no visar a restituir o direito violado, mas apenas declarar sua existncia. Ex: imaginem que um herdeiro de pessoa que teve direito lesado h 50 anos v a juzo pedir o reconhecimento de que seu ancestral foi injustiado, poder faz-lo, ainda que esteja prescrito o direito de indenizao.

    Voltando a nossa questo: o item II da questo traz o exato contedo do inciso II do art. 4, CPC, em que a ao declaratria de fato somente ser admitida em relao autenticidade documental. possvel que se requeira pela via judicial a declarao de existncia de relao jurdica que emergiu de um fato, mas jamais para pedir a simples certido de que ocorreu ou no um evento. O Poder Judicirio (exceo da Justia Eleitoral) no rgo consultivo.

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    Sobre o item IV, ele est errado porque O STJ tem sumulado o entendimento de que possvel, sendo admissvel, portanto, ao declaratria em dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretao de clusula contratual (Enunciado n 181 da Smula STJ); e para reconhecimento de tempo de servio para fins previdencirios (Enunciado n 242 da Smula STJ).

    'HVVHPRGRDOHWUDDpDFRUUHWD Dvida:

    admissvel ao declaratria, visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual? Sim admissvel. Vejamos a Smula do STJ.

    STJ Smula n 181 - 05/02/1997 - DJ 17.02.1997 Ao Declaratria - Interpretao de Clusula Contratual

    admissvel ao declaratria, visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual.

    (TJ DFT 2011) Assinale a alternativa correta, considerando as disposies legais, bem como a doutrina e a jurisprudncia prevalentes, nas questes a seguir:

    Visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual:

    a) no admissvel ao declaratria; b) admissvel ao declaratria c) deve ser ajuizado mandado de injuno; d) nenhuma das alternativas anteriores (a, b, c) correta. Gabarito: B

    2.6.4. AES DPLICES Essas aes podem ser compreendidas sob o aspecto material ou

    processual. As aes dplices, sob o aspecto processual, podem ser entendidas como sinnimo de pedido contraposto. Exemplo: a demanda feita pelo ru contra o

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    autor na contestao. Essa interpretao, porm, no a mais correta, mas muito utilizada na prtica.

    As aes dplices (sob o aspecto material) so aes em que as partes da lide possuem as mesmas condies no processo. Assim, no se pode falar de demandante e demandado, pois os dois assumem as duas posies. Isso ocorre pelo simples fato de essa situao decorrer da pretenso deduzida em juzo. Ou seja, no processo, o bem atribudo a uma das partes independe da posio processual das partes. Um exemplo de aes dplices so as aes de divisrias, as aes de acertamento.

    Exemplo de ao dplice.

    Citemos um exemplo de ao dplice: a divisria de terra particular. Perceba que autor e ru esto em situao de virtual paridade, em que o indeferimento do alegado pelo autor, independentemente de reivindicao de tutela pelo ru, ir beneficiar o ru. Os dois duelam por um bem nico, em que o ru est em relao simtrica com o autor. As duas partes podem distinguir-se formalmente pelo fato de que um demandado e o outro demandante, mas o julgamento beneficiar um ou outro invariavelmente.

    2.7. CONCURSO DAS AES O concurso de aes (rectius: direitos) ocorre em seu aspecto objetivo de

    duas maneiras: no concurso imprprio, em que existe mais de uma prestao concorrente, que se origina de um mesmo fato gerador; e no concurso prprio, em que uma pluralidade de causas de pedir autoriza a formulao de um mesmo pedido.

    Quando os direitos so concorrentes o juiz s poder atender a um deles, assim possvel o concurso objetivo de pedidos que sejam incompatveis, mas o atendimento simultneo a todos eles que no ser possvel.

    Inclusive a situao de pretenses subsidirias bastante til ao direito. Seria na Justia Trabalhista, o caso de pedido de readmisso de quem foi demitido,

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    ou subsidiariamente a indenizao, mas o segundo somente seria atendido se o primeiro no pudesse ser contemplado. Mas percebam que o atendimento s duas pretenses seria inaceitvel, pois no seria possvel conceder indenizao pela demisso de algum que tenha sido readmitido. H entre as pretenses concorrentes uma relao de prejudicialidade, em que o atendimento a uma delas prejudica o atendimento outra.

    Quando ocorrer concurso de aes, somente ser possvel a satisfao de um dos direitos concorrentes, de maneira que o juiz no poder proferir deciso que acolha direitos simultaneamente concorrentes.

    Um exemplo de concurso imprprio - mesmo fato gerador para dois pedidos - o de contrato que se torna demasiadamente oneroso, por motivo imprevisvel, e o autor pede invalidao do contrato ou reduo do valor das prestaes.

    Exemplo de concurso prprio - pluralidade de causas de pedir para um mesmo pedido - temos o consagrado exemplo de Candido Dinamarco, em que um passageiro sofre leso no transporte ferrovirio, passando a ter o direito de indenizao por culpa do funcionrio da empresa de transporte, ou, de modo objetivo, da empresa que deveria te lhe garantido uma conduo segura.

    3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

    Pressupostos processuais so elementos, requisitos necessrios para a existncia e desenvolvimento do processo. 3UHVVXSRVWRVSURFHVVXDLVVmRWRGRVRVelementos de existncia, os requisitos de validade e as condies de eficcia do procedimento, aspecto formal do processo, que ato- complexo de formao VXFHVVLYD'LGLHU-USiJ

    3.1. PRESSUPOSTOS DA EXISTNCIA Pressupostos tudo que precede a formao do ato e que essencial para

    a sua existncia no mundo jurdico. Didier relata que o processo pode ser analisado sob o aspecto interno e externo. Do ponto de vista interno, o processo uma relao jurdica; do externo, considerado um procedimento.

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    Pressupostos da existncia subjetivos e objetivos: so essenciais formao da relao jurdica processual; a ausncia dos pressupostos importa na inexistncia da relao processual. Para que ocorra a relao jurdica deve existir a coexistncia dos elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (fato jurdico e objeto) do processo.

    a) Subjetivos: as partes e o Estado-juiz so os sujeitos processuais principais da relao jurdica. Obs.: Capacidade processual: a aptido, daqueles que tm capacidade civil, de assumir uma situao jurdica processual como demandante ou como demandado numa relao processual. As pessoas naturais, jurdicas e os entes despersonalizados so dotados de capacidade processual.

    Obs.: Para a existncia do ato necessrio que o rgo esteja investido de jurisdio.

    b) Objetivos: so dois: o fato jurdico e o objeto. O fato jurdico responsvel por instalar a relao jurdica ato postulatrio , enquanto o objeto a prestao jurisdicional solicitada pelo ato inaugural, ou seja, pelo fato jurdico. O objeto sinnimo de demanda.

    3.2. REQUISITOS DE VALIDADE

    Uma vez preenchidos os pressupostos processuais, a relao jurdica processual passa a existir e torna-se possvel analisar a validade da relao jurdica processual. Os requisitos de validade tambm so classificados em subjetivos e objetivos. Eles so os elementos relacionados ao desenvolvimento regular do processo, como os sujeitos e as formalidades.

    a) Subjetivos: em relao s partes, o que analisado capacidade de agir em juzo (autor ou ru), realizando atos processuais de forma autnoma, sem o apoio de assistente ou representante legal (capacidade processual), ou, por pessoas indicadas pela lei, como no caso do administrador de condomnio.

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    As pessoas jurdicas tambm tm capacidade de agir, a qual atribuda a um rgo que a representar em juzo. Outros requisitos subjetivos so a competncia e a imparcialidade, ambos ligados figura do juiz.

    b) Objetivos: dividem-se em requisitos intrnsecos e requisitos extrnsecos (negativos). Os intrnsecos relacionam-se ao prprio processo, ao formalismo processual, aos vrios atos a serem praticados no desenvolver da relao jurdica, aos deveres e faculdades das partes, coordenao de suas atividades, como a comunicao dos atos processuais.

    Os extrnsecos so condies que esto fora do processo, mas que tm o poder de impedir o seu normal prosseguimento, subordinando sua validade e a eficcia da sua constituio, bem como sua extino. Assim, em principio so vcios insanveis, que extinguem o processo. Podem ser citados como exemplos: a litispendncia, a coisa julgada, a perempo e a conveno de arbitragem.

    Quando um dos requisitos no preenchido na sua integralidade, a princpio, no ser invalidado, pois permitido que se anule somente o ato processual defeituoso. Como o processo composto por uma sucesso de atos possvel que o ato inicial esteja vlido e que no seja admitido o procedimento. Isso porque s comprometero o procedimento os fatos relacionados demanda originria, como os relacionados s partes. Alm disso, necessrio que o defeito no permita que o objeto da lide seja apreciado, o que s ocorre dentro da cadeia de atos do procedimento processual.

    Quando o ato processual defeituoso no impede a apreciao do mrito poder ocorrer uma das trs consequncias: no ser considerado um requisito de validade do processo; ser um requisito de validade do ato, considerado de modo isolado ou poder ser requisito de validade de um procedimento incidental ou recursal.

    Dvida:

    Professor, no sei qual a diferena entre ausncia de pressupostos processuais e ausncia de condies da ao?

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    tima pergunta, porque a despeito de serem coisas distintas, conceitualmente h similaridade entre os institutos.

    Didaticamente, entenda-os de forma distinta. As condies da ao so verificadas pelo rgo judicial ao analisar se deve ou no as admitir no processo. Sem as condies da ao, o autor ser carecedor. As condies so requisitos necessrios para o direito de ao. Se presentes, o autor ter seu direito de ao assegurado.

    Os pressupostos processuais englobam elementos indispensveis existncia do processo e requisitos de validade do processo. O vcio do primeiro (existncia) leva a que o processo seja considerado inexistente e o vcio do segundo (validade), a que o processo seja considerado nulo.

    Somente se preenchidos, nessa ordem, os pressupostos processuais e as condies da ao que o rgo dever julgar o mrito. Os pressupostos processuais permeiam todo o CPC. Ex.: julgamento por indivduo que no esteja investido de jurisdio - nessa situao, no h julgamento de mrito e o ato praticado inexistente.

    RESUMO

    - a ao o ato jurdico que se chama demanda. - a demanda o nome processual dado relao jurdica substancial quando posta apreciao do poder judicirio. - Elementos da ao: So trs os elementos da ao: as partes (pessoas), o pedido (objeto) e a causa de pedir (fato jurdico). - So condies para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de agir e a possibilidade jurdica do pedido. - O processo civil brasileiro adotou uma viso ecltica sobre o direito da ao: a garantia do julgamento do mrito da causa. Teoria imanentista: a ao imanente ao direito, ou seja, a todo direito corresponde uma ao, que o assegura.

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    falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

    falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

    Art. 5 Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, qualquer das partes poder requerer que o juiz a declare por sentena.

    Art. 19. Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, o juiz, assegurado o contraditrio, a declarar por sentena, com fora de coisa julgada.

    Art. 20. Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, o juiz, assegurado o contraditrio, a declarar na sentena, com fora de coisa julgada.

    Legenda: Texto em preto: redao do CPC/73 que foi mantida. Texto em azul: redao do CPC/73 que foi modificada. Texto em vermelho: alteraes do projeto original em comparao com CPC/73. Texto em verde: alteraes do relatriogeral em comparao com o projeto original.

    QUESTES COMENTADAS AULA

    01. (AL PB 2013) Em relao ao, correto afirmar que a) se considera ter sido ela proposta a partir do momento em que o ru citado.

    b) o juiz deve extinguir o processo, com resoluo do mrito, quando no concorrer qualquer de suas condies.

    c) h litispendncia, quando se repete a ao que est em curso, com mesmas partes, pedido e causa de pedir.

    d) se a inicial contiver irregularidades formais, deve o processo ser imediatamente extinto, sem resoluo do mrito.

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    e) a legitimidade para agir diz respeito utilidade e necessidade da ao a ser proposta.

    COMENTRIOS: /HWUD D errada. Art. 263. Considera-se proposta a ao, tanto que a

    petio inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuda, onde houver mais de uma vara. A propositura da ao, todavia, s produz, quanto ao ru, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.

    /HWUD E HUUDGD 7UDWD-se de uma hiptese de extino do processo sem resoluo de mrito.

    Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: [...] VI - quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a

    possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual. /HWUD F: correta. Art. 301. [...] 3 H litispendncia, quando se repete

    ao, que est em curso; h coisa julgada, quando se repete ao que j foi decidida por sentena, de que no caiba recurso.

    /HWUD G: errada. Se a inicial contiver irregularidades formais, o juiz determinar que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.

    /HWUD H HUUDGD O interesse de agir constitui-se no binmio: adequao, necessidade. Fala-se em adequao relativamente opo pelo meio processual que possa vir a produzir resultado til. De modo que, se algum tem consigo ttulo executivo, no ter interesse em processo de conhecimento, porque no h pendenga a ser resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execuo do ttulo.

    Fala-se em necessidade do provimento judicial quando, somente por meio dele, o sujeito poder obter o bem almejado. Uma vez que possa ser alcanado o resultado sem a prestao judicial, no existir interesse de agir (exemplo: a cobrana de dvida que sequer tenha vencido). No se trata, portanto, de legitimidade, mas de interesse para agir.

    Gabarito: C

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    02. (TRT PE 2012) So condies da ao: a) citao do ru, possibilidade jurdica do pedido e interesse de agir. b) competncia do juiz, interesse de agir e legitimidade das partes. c) interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. d) pagamento das custas iniciais do processo, achar-se a parte representada por advogado e competncia do juiz. e) no achar-se prescrita a pretenso, existncia do direito pleiteado e legitimidade das partes.

    COMENTRIOS: $RSomRTXHWUD]DUHVSRVWDFRUUHWDpDGHOHWUDF6mRFRQGLo}HV da ao:

    interesse de agir (ou interesse processual), legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. Gabarito: C

    03. (TRE PR 2012) So condies da ao: a) capacidade postulatria, legitimidade das partes e interesse processual. b) competncia do juiz, inocorrncia da prescrio e no terem as partes celebrado conveno de arbitragem.

    c) interesse de agir, inocorrncia da prescrio ou de decadncia e capacidade de ser parte.

    d) possibilidade jurdica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual.

    e) possibilidade jurdica do pedido, no se achar perempta a ao e citao vlida do ru.

    COMENTRIOS:

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    $RSomRTXHWUD]DUHVSRVWDFRUUHWDpDGHOHWUDF6mRFRQGLo}HVGDDomRinteresse de agir (ou interesse processual), legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. Gabarito: D

    04. (TJ RJ 2012) Se alguma das condies da ao no for atendida, o processo

    a) nulo, no havendo formao de coisa julgada de nenhuma espcie. b) ser julgado com resoluo do mrito, formando coisa julgada material. c) ser julgado com resoluo do mrito, acarretando coisa julgada formal. d) ser julgado extinto sem resoluo do mrito, formando coisa julgada material.

    e) ser julgado extinto sem resoluo do mrito, acarretando coisa julgada formal.

    COMENTRIOS: Vejam o que dispe o artigo 267 do CPC: Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: [...] Vl - quando

    no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual

    Portanto, letra "e" tem a resposta questo.

    Gabarito: E

    05. (TRT 1 Regio 2010) O ru de ao de cobrana alegou que no era devedor, pois no tinha com o autor relao de cunho negocial capaz de justificar a demanda. Ao analisar a defesa, o juiz afastou a preliminar sob o argumento de que, conforme narrativa do autor, era possvel entender que o ru fosse, em tese, devedor. Alm disso, o juiz considerou que o exame detido

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    do tema demandava dilao probatria e que, portanto, seria atinente ao mrito.

    Com base na situao descrita, correto afirmar que o juiz aplicou a teoria a) abstrata da ao. b) do direito potestativo de agir. c) concreta da ao. d) imanentista. e) da assero. COMENTRIOS:

    tima oportunidade de reviso dos conceitos de teorias da ao. Teoria Abstrata: considera autnomos e independentes direito de ao e

    direito material. O direito de ao aquele abstrato de obter prestao jurisdicional do Estado.

    Teoria do direito potestativo de agir (Chiovenda): o sujeito se investe no poder de adquirir, exercer ou alienar direitos como lhe assegura a lei. Exaure-se a ao por seu prprio exerccio e, como potestativa, a ao pertence sempre ao autor, sendo um direito seu a ser alienado e usado.

    Teoria concreta da ao: o direito de ao pertence ao indivduo contra o estado para que obtenha uma sentena favorvel e ao mesmo tempo contra a outra parte, que se submeter deciso do Estado.

    Teoria imamentista: o direito de ao o direito material em movimento. No existe um direito de ao autnomo, ele o prprio direito material.

    Teoria da Assero: por essa teoria, se o juiz perceber por uma anlise sumria, com base nos elementos oferecidos pelo prprio autor, a ausncia de alguma condio da ao, deve extinguir o processo sem julgamento de mrito.

    O juiz utilizou essa ltima teoria, uma vez que analisou as condies da ao.

    Gabarito: E

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    06. (TRT 3 Regio 2009) Considera-se proposta a ao quando a) o ru for validamente citado. b) o juiz ordenar, por despacho, a citao do ru. c) ocorrer a citao do ru, ainda que invlida. d) a petio inicial for despachada pelo juiz ou simplesmente distribuda, onde houver mais de uma vara.

    e) o ru contestar a ao ou deixar de faz-lo no prazo legal. COMENTRIOS:

    Para responder a questo vejamos o art. 263, com a seguinte redao: Considera-se proposta a ao, tanto que a petio inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuda, onde houver mais de uma vara. A propositura da ao, todavia, s produz, quanto ao ru, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.

    Gabarito: D

    07. (TRT 5 Regio 2008) Acerca da jurisdio, da ao, das partes e procuradores, do litisconsrcio e da assistncia, julgue o item seguinte. Segundo os postulados da teoria ecltica (Liebmam), adotada pelo CPC brasileiro, o direito de ao no est vinculado a uma sentena favorvel, mas tambm no est completamente independente do direito material.

    a) Certo b) Errado COMENTRIOS:

    Perfeito. A Teoria Ecltica, elaborada por Liebman, consiste em uma espcie de teoria abstrata com elementos adicionais. O direito de ao no depende do direito material, mas do preenchimento de requisitos formais: condies da ao. O direito de ao existe quando o autor tem direito a um julgamento de mrito. Gabarito: Certo

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    08. (TRT 19 Regio 2008) A respeito da jurisdio e da ao, considere: I. Nenhum juiz prestar tutela jurisdicional, seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais.

    II. O direito de ao objetivo, decorre de uma pretenso e depende da existncia do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. III. Na jurisdio voluntria, no h lide, tratando-se de forma de administrao pblica de interesses privados.

    correto o que se afirma APENAS em a) II. b) II e III. c) I. d) I e II. e) I e III. COMENTRIOS:

    Vejamos cada item: I: Est correto, pois o juiz dever ser provocado para que possa prestar a

    tutela jurisdicional. Podemos concluir que o magistrado no pode prestar a tutela de ofcio.

    Observem o que diz o art. 2 do CPC: Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

    II: Item errado, uma vez que o direito de ao SUBJETIVO e no objetivo. O direito de ao tambm abstrato - tem existncia independente da existncia do direito material, objeto da controvrsia e autnomo - tem natureza diferente do direito material afirmado pela parte.

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    III: Correto. A jurisdio voluntria refere-se homologao de pedidos que no impliquem litgio, ou seja, no se resolve conflitos, mas apenas tutela interesses. So sinnimos de jurisdio voluntria: jurisdio graciosa ou inter-volentes. Gabarito: E

    09. (PGE ME 2008) Com relao ao e aos pressupostos processuais, assinale a opo correta.

    a) Se aplicar o princpio da instrumentalidade do processo, o juiz pode apreciar o mrito da ao mesmo que no estejam presentes as condies dessa ao. b) Enquanto no proferida a sentena de mrito, o exame dos pressupostos processuais pode ser feito, em qualquer tempo do processo, pelo juzo de primeiro grau, mas no pelo de segundo grau, o que caracterizaria supresso de instncia.

    c) Ocorre o concurso de aes quando, para fazer valer um mesmo direito em juzo, se verifica a coexistncia de aes disposio e escolha do autor. d) Ser julgada improcedente a pretenso do autor quando no se encontrar presente a possibilidade jurdica do pedido. Nesse caso, o pedido do autor juridicamente impossvel porque o direito material no o ampara. e) O interesse de agir, um dos pressupostos processuais, pode ser corretamente definido como a necessidade da tutela jurisdicional para evitar ameaa ou leso do direito, ou, ainda, como a necessidade de invocar a prestao jurisdicional. COMENTRIOS:

    /HWUDD Errada. No existe ao, sem suas condies. /HWUDE Errada. A qualquer tempo e pelo juzo de qualquer grau, pode-se

    fazer exame de mrito.

    /HWUDF Correta. Se possvel ao autor acessar seu direito por mais de uma ao, falamos em concurso de ao.

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    /HWUDG Errada. Se no h possibilidade jurdica do pedido, no h ao, j que ela uma de suas condies de existncia; assim, no se pode falar em julgamento da pretenso do autor.

    /HWUDH Errada. O interesse de agir condio da ao, no pressuposto. As condies da ao so: a possibilidade jurdica do pedido, o interesse

    processual e a legitimidade das partes.

    Gabarito: C

    10. (TRT 23 Regio 2007) totalmente correto afirmar que o direito de ao um direito

    a) subjetivo, privado, autnomo e concreto. b) subjetivo, pblico, autnomo e abstrato. c) objetivo, pblico e vinculado ao resultado do processo. d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo. COMENTRIOS:

    O direito de ao subjetivo porque depende de provocao para concretizar-se. Est relacionado com o princpio da inrcia de jurisdio, ou seja, o indivduo deve provocar o judicirio para que seu direito torne-se efetivado.; 2) pblico porque o direito de ao exigido contra o Estado para que a justia seja prestada; 3) Abstrato porque independe da razo das partes e do resultado final; 4) O direito de ao autnomo porque difere do direito material.

    Gabarito: B

    11. (TRT 7 Regio 2009) No que concerne jurisdio e ao, INCORRETO afirmar:

    a) ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

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    b) o interesse do autor pode limitar-se declarao da existncia ou da inexistncia de relao jurdica. c) ocorrendo violao do direito no admissvel a ao declaratria. d) para propor ou contestar a ao necessrio ter legitimidade e interesse. e) nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

    COMENTRIOS: Percebam que o examinador recorreu novamente redao de artigos do

    CPC para elaborar a questo.

    Os itens muito se assemelham ao da questo anterior, razo por que vamos explicar somente a alnea que contm erro e que deve ser marcada.

    O item c est errado porque admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito (pargrafo nico, art. 4). Gabarito: C

    12. (TRT 5 Regio 2008) Acerca da jurisdio, da ao, das partes e procuradores, julgue o item seguinte. Para propor determinada ao judicial, necessrio que a parte autora detenha legitimidade e interesse de agir e que o pedido deduzido seja juridicamente possvel. a) Certo b) Errado COMENTRIOS:

    A questo versa sobre as condies da ao. O famoso LIP: legitimao ad causam, interesse de agir e possibilidade jurdica do pedido. As condies da ao so os elementos que permitem a parte legitimidade para exigir o provimento jurisdicional. Gabarito: Certo

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    13. (TRE SE 2007) A ao fundada em direito pessoal e a ao fundada em direito real sobre bens mveis sero propostas, em regra, no foro do domiclio do ru. Todavia

    a) sendo desconhecido o domiclio do ru, ele ser demandado no domiclio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguneo de grau mais prximo.

    b) havendo dois ou mais rus, com diferentes domiclios, sero demandados no foro de qualquer deles, escolha do autor.

    c) tendo o ru mais de um domiclio, ser demandado no foro do domiclio do autor, por expressa disposio legal.

    d) quando o ru no tiver domiclio nem residncia no Brasil, a ao ser proposta no domiclio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguneo de grau mais prximo.

    e) quando o ru e o autor no tiverem domiclio nem residncia no Brasil, a ao ser proposta no foro do domiclio da embaixada do Pas em que reside o ru.

    COMENTRIOS: A ao fundada em direito pessoal e a ao fundada em direito real sobre

    bens mveis sero propostas, em regra, no foro do domiclio do ru, No entanto, havendo dois ou mais rus, com diferentes domiclios, sero demandados no foro de qualquer deles, escolha do autor.

    Gabarito: B

    14. (TRE ES 2011) No que concerne a competncia e condies da ao, julgue os itens que se subseguem.

    Se, no curso do processo, o juiz verificar a ausncia de uma das condies da ao, o processo dever ser suspenso.

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    a) Certo b) Errado

    COMENTRIOS: Quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o processo extinto, no atual sistema do CPC, sem resoluo de mrito. Questo, portanto, errada.

    Gabarito: Errado

    15. (TRT 9 Regio 2007) Em relao a jurisdio e a competncia, sob o enfoque do processo civil, julgue os itens a seguir. Foro a delimitao territorial para o exerccio do poder jurisdicional, sendo que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdio um ou mais rgos jurisdicionais. a) Certo b) Errado COMENTRIOS:

    Bacana essa questo. Traz uma boa definio para foro, que exatamente o que ela diz: delimitao territorial para o exerccio jurisdicional. Alm disso, no h qualquer problema em haver vrios rgos jurisdicionais em um mesmo foro.

    Em nosso poder judicirio, at mesmo o juiz de 1 instncia um rgo, classificado como monocrtico ou unissubjetivo, j que consiste em um nico agente. Enquanto os rgos de segunda instncia so colegiados: os tribunais. Aos rgos jurisdicionais cabe a administrao da justia em nome do Estado. Gabarito: Certo

    16. (TRT SE 2012) Paulo prope demanda contra Pedro, visando cobrana de uma dvida em dinheiro, que no entanto no se encontrava ainda vencida. Nesse caso, a ao ser julgada extinta, sem resoluo de mrito, porque

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    a) falta interesse processual a Paulo, extinguindo-se a demanda por ausncia de uma das condies da ao.

    b) falta possibilidade jurdica a Paulo, condio da ao que, ausente, leva extino processual.

    c) alta condio de procedibilidade a Paulo, ou seja, uma das condies de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo.

    d) falta legitimidade ativa a Paulo, extinguindo-se a ao por falta de uma de suas condies.

    e) ter ocorrido perempo ou contumcia. COMENTRIOS:

    No existe conflito no caso apresentado pela banca a dvida ainda no se encontra vencida. Vejam a questo anterior, que versa sobre o interesse de agir. Foi exatamente isso que faltou: interesse processual de Paulo.

    Vimos, ademais, que quando no ocorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o SURFHVVRVHH[WLQJXHVHPUHVROXomRGHPpULWR3RUWDQWRDOHWUDDHVWiFRUUHWD Gabarito: A

    17. (TRT PE 2012) So condies da ao: a) citao do ru, possibilidade jurdica do pedido e interesse de agir. b) competncia do juiz, interesse de agir e legitimidade das partes. c) interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. d) pagamento das custas iniciais do processo, achar-se a parte representada por advogado e competncia do juiz. e) no achar-se prescrita a pretenso, existncia do direito pleiteado e legitimidade das partes.

    COMENTRIOS:

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    $RSomRTXHWUD]DUHVSRVWDFRUUHWDpDGHOHWUDF6mRFRQGLo}HVGDDomRinteresse de agir (ou interesse processual), legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. Gabarito: C

    18. (TRE PR 2012) So condies da ao: a) capacidade postulatria, legitimidade das partes e interesse processual. b) competncia do juiz, inocorrncia da prescrio e no terem as partes celebrado conveno de arbitragem.

    c) interesse de agir, inocorrncia da prescrio ou de decadncia e capacidade de ser parte.

    d) possibilidade jurdica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual.

    e) possibilidade jurdica do pedido, no se achar perempta a ao e citao vlida do ru.

    COMENTRIOS: $RSomRTXHWUD]DUHVSRVWDFRUUHWDpDGHOHWUDF6mRFRQGLo}HVGDDomR

    interesse de agir (ou interesse processual), legitimidade das partes e possibilidade jurdica do pedido. Gabarito: D

    19. (TJ RJ 2012) Se alguma das condies da ao no for atendida, o processo

    a) nulo, no havendo formao de coisa julgada de nenhuma espcie. b) ser julgado com resoluo do mrito, formando coisa julgada material. c) ser julgado com resoluo do mrito, acarretando coisa julgada formal.

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    d) ser julgado extinto sem resoluo do mrito, formando coisa julgada material.

    e) ser julgado extinto sem resoluo do mrito, acarretando coisa julgada formal.

    COMENTRIOS: Vejam o que dispe o artigo 267 do CPC: Art. 267. Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito: [...] Vl - quando

    no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual

    Portanto, letra "e" tem a resposta questo.

    Gabarito: E

    20. (TRE MA 2009) A respeito da jurisdio, da ao, da competncia, do processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, assinale a opo correta.

    a) O meio de se provocar a jurisdio a exceo processual, direito pblico subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litgio. b) A teoria ecltica da ao - que no adotada pelo CPC - proclama que a jurisdio s pode ser acionada se houver o direito material postulado. c) Pressupostos processuais em sentido lato so requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela do Estado.

    d) O CPC abriga trs espcies de processos: ordinrio, sumrio e sumarssimo.

    e) valor da causa critrio que no se presta fixao da competncia do foro, mas as normas de organizao judicirias da Unio, dos estados e do DF podem se valer desse critrio para a fixao da competncia do juzo. COMENTRIOS:

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    Essa questo ideal para tratarmos de modo rpido o tpico: jurisdio e ao, tamanha a sua abrangncia. Entendamos a jurisdio como o ponto de contato entre o direito positivo e o caso concreto. Ela representa o poder de o Estado atuar no caso concreto dizendo o que certo (direito). Gravem isso!

    2LWHPDHVWiHUUDGRSRUTXHRPHLRGHVHSURYRFDUDMXULVGLomRpDDomRPodemos emendar a explicao desse item com o prximo.

    2 LWHP E WDPEpPFRQWpPHUUR9HMDPRVR&3&FRQWHPSODVLPD WHRULDecltica. Essa teoria, formulada por Liebman, sustenta que a existncia do direito de ao no se vincula existncia de direito material, mas realizao de trs requisitos formais as trs condies da ao:

    1- Possibilidade jurdica do pedido. O pedido deve ser resguardado por tutela jurdica possvel; de modo que, ele esteja apto a receber a proteo jurisdicional. No ser possvel a tutela quando houver expressa vedao na lei ao pedido formulado. A hiptese de ausncia de dispositivo legal para o que foi pedido no o torna impossvel.

    2- Interesse de agir (ou interesse processual). O autor deve demonstrar que a realizao de seu pedido lhe trar uma melhoria real. Nessa condio deve-se comprovar que o pedido adqua-se tutela jurisdicional e que necessita dela.

    3- Legitimidade (legitimatio ad causam). Significa que a ao deve ser proposta por quem parte legtima, ou seja, por quem titular de direito prprio (legitimidade ordinria). Mas, quando a lei autorizar, a parte pode defender direito alheio, situao de legitimidade extraordinria.

    2LWHPFHVWiWDPEpPLQFRUUHWR2VSUHVVXSRVWRVSURFHVVXDLVHPVHQWLGRlato so os pressupostos de validade. Podem ser subjetivos, dizendo respeito ao juzo e s partes; e objetivos, que verificam se a petio inicial apta e se a citao vlida.

    2 LWHPGFRQWpPHUUR2VSURFHGLPHQWRVSUHYLVWRVQRDUWLJRGR&3&so o ordinrio e o sumrio (derivados do procedimento comum). O procedimento sumarssimo regido pela Lei 9.099 de 1995. Mas, o item fala de processos, e no

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    de procedimentos, o que o deixa ainda mais errado. Os processos podem ser cautelar, de execuo e de conhecimento.

    2 LWHP H HVWi FRUUHWR &XLGDGR SDUD QmR FRQIXQGLU FRPSHWrQFLD GR IRURcom competncia do juzo. E lembrem-se que o valor da causa no est entre os critrios para definir a competncia do foro (questo territorial); mas est entre os critrios da competncia do juzo. Gabarito: E

    O CPC adotou a teoria ecltica sobre o direito de ao, segundo a qual o direito de ao o direito ao julgamento do mrito da causa, julgamento esse que fica condicionado ao preenchimento de determinadas condies da ao (Didier Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v1). Com base no enunciado e nos seus conhecimentos sobre as condies da ao, julgue os seguintes itens C ou E:

    21. Ao mesmo tempo em que a Lei confere parte a abertura da via judicial por meio do exerccio do direito de ao, para que o conflito de interesses possa ser resolvido, ela condiciona o referido exerccio observncia de regras mnimas, que possam garantir a prolao de sentena de mrito, quando estiverem presentes.

    a) Certo b) Errado COMENTRIOS:

    Certo. Reparem que o enunciado um instrumento importante para o candidato. A questo est tranquila, em conformidade com o enunciado.

    Gabarito: Certo

    22. Quando houver carncia da ao, por falta de qualquer de suas condies, o juiz no poder enfrentar a questo de ofcio, sob risco de ferir o princpio da imparcialidade do rgo jurisdicional. a) Certo

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    b) Errado COMENTRIOS:

    Errado. O enunciado da questo contraria o disposto no 3 do art. 267 (CPC): o juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos ns. IV, V e Vl (...). Cujo inciso VI: quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual. Ademais, constata-se que a questo de ordem pblica, do interesse do Estado.

    Gabarito: Errado

    23. Consistem em condies da ao a causa de pedir, as partes e o prprio pedido, alm da possibilidade jurdica do pedido, a legitimidade das partes, o interesse processual.

    a) Certo b) Errado COMENTRIOS:

    Errado. Os trs primeiros citados: a causa de pedir, as partes e o pedido so elementos da ao. So comparados aos dados pessoais da demanda. J a possibilidade jurdica do pedido, a legitimidade das partes, o interesse processual so realmente condies da ao.

    Gabarito: Errado

    24. (TCE RO 2010) Em matria de ao declaratria, considere: I. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito. II. Os nicos fatos que podem ser objeto da ao declaratria so a autenticidade e a falsidade documental.

    III. A ao declaratria est sujeita a prazos prescricionais. IV. inadmissvel ao declaratria visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual.

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    Est correto o que se afirma APENAS em

    a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV. COMENTRIOS:

    Art. 4 O interesse do autor pode limitar-se declarao:

    I Art. 4, Pargrafo nico, CPC: admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

    II - da autenticidade ou falsidade de documento.

    A assertiva II traz o exato contedo do inciso II do art. 4, CPC. A ao declaratria de um fato, de um evento, somente ser admitida em relao autenticidade documental.

    possvel que se requeira pela via judicial a declarao de existncia de relao jurdica que emergiu de um fato, mas jamais para pedir a simples certido de que ocorreu ou no um evento. O Poder Judicirio (exceo da Justia Eleitoral) no rgo consultivo.

    Sobre o item IV, ele est errado porque O STJ tem sumulado o entendimento de que possvel, sendo admissvel portanto, ao declaratria em dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretao de clusula contratual (Enunciado n 181 da Smula STJ); e para reconhecimento de tempo de servio para fins previdencirios (Enunciado n 242 da Smula STJ). Dvida: Por que o item II da questo est correto se tambm pode ser objeto de ao declaratria o que est no inciso I do art. 4 do CPC?

    O item II est correto porque somente a questo relativa autenticidade ou no do documento, j que houve ou no a conduta para sua falsificao,

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    considerada um fato possvel de ser verificado por ao declaratria. As demais ocorrncias no ensejam um fato. Gabarito: A

    25. (TJ MS 2009) Fala-se que uma ao idntica outra quando tiver fundamentos e pedidos de mesma natureza.

    a) a mesma natureza. b) o mesmo pedido e as mesmas partes. c) o mesmo pedido e as mesmas partes e a mesma causa de pedir. d) o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. COMENTRIOS:

    Para ser considerada idntica, a ao deve conter os mesmos elementos: as partes, o pedido e a causa de pedir.

    Art. 301, 2, CPC: uma ao idntica outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

    Gabarito: C

    26. (TRT 4 Regio 2006) A respeito da jurisdio e da ao, correto afirmar que

    a) o interesse do autor no pode limitar-se declarao da autenticidade de documento.

    b) admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

    c) no necessrio ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a ao.

    d) o interesse do autor no pode limitar-se declarao da existncia ou inexistncia de relao jurdica.

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    e) o interesse do autor no pode limitar-se declarao da falsidade de documento.

    COMENTRIOS: Art. 4 do CPC: o interesse do autor pode limitar-se declarao:

    Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

    Gabarito: B

    27. (TRE SE 2007) A ao fundada em direito pessoal e a ao fundada em direito real sobre bens mveis sero propostas, em regra, no foro do domiclio do ru. Todavia