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    SUMÁRIO

    SUMÁRIO 2

    NAÇÃO 3

    TERRITÓRIO 6

    TERRITORIALIDADE 8

    DESTERRITORIALIZAÇÃO E RETERRITORIALIZAÇÃO 10

    CLASSIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO 12

    MODOS DE AQUISIÇÃO DO TERRITÓRIO 13

    CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO 14

    A DEFESA DO TERRITÓRIO NACIONAL 16

    CONTINENTALIDADE E MARITIMIDADE 18

    O TERRITÓRIO MARÍTIMO 19

    AMAZÔNIA AZUL 21

    FRONTEIRAS TERRESTRES 23

    A QUESTÃO TERRITORIAL NA FLORESTA AMAZÔNICA 24

    Vigilância da Floresta Amazônica 24

    QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 26

    LISTA DE QUESTÕES 40

    GABARITO 50

    RESUMO DIRECIONADO 51

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    NAÇÃO

    Uma nação é definida pelo conjunto de características que formam a identidade pela qual os indivíduos

    se sentem parte de um grupo. É um conceito que se relaciona, portanto, com a ideia de um sentimento de

    pertencimento, que ocorre por meio do compartilhamento de um conjunto de valores, culturas, práticas sociais,

    idiomas, tradições, língua, costumes, dentre outros fatores.

    Ao abrangerem um caráter mais subjetivo e humano, as nações antecedem a própria criação de um

    Estado, que é uma definição de ordem jurídica, já que abarca o conjunto de instituições que controlam e

    administram um país. Um Estado, inclusive, pode ser formado por diversas nações, assim como uma nação

    pode estar dividida em diversos Estados. Os dois conceitos, portanto, não se confundem e nem sempre

    coincidem em um mesmo espaço.

    Como nem sempre uma nação equivale a um país, há muitas nações sem uma soberania territorial

    constituída. Um ótimo exemplo disso é a Espanha, que é um Estado multinacional, já que possui um grande

    número de nações vivendo em seu território. Por conta dessa multinacionalidade, a Espanha constantemente está

    envolta em conflitos separatistas, já que, no mesmo país, há os espanhóis e também os catalães, que constituem

    uma nação sem um Estado soberano.

    Os CURDOS também são exemplo de nação sem território próprio e, com uma população estimada entre

    25 milhões e 35 milhões, são conhecidos por serem a maior nação sem um Estado soberano. Os curdos habitam

    uma região montanhosa que se espalha pelos territórios de cinco países (Turquia, Iraque, Síria, Irã e Armênia) e

    compõem o quarto maior grupo étnico do Oriente Médio. Apesar do grande e histórico contingente populacional,

    esta nação nunca conseguiu um país próprio. A imagem a seguir mostra o território historicamente ocupado pela

    nação curda.

    Fonte da imagem: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50012988

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    No Brasil, por exemplo, há nações indígenas, com uma cultura muito diferente do que chamamos de

    “cultura brasileira”.

    Ainda em relação ao nosso país, é importante lembrar que ele é formado por uma Federação de entidades

    subnacionais, os estados-membros, cada um com a sua própria cultura. Essa multiplicidade territorial com valores

    e culturas próprias, em última instância, criou uma espécie de várias mini nações dentro do território nacional.

    Atenção!

    DIFERENÇA ENTRE ESTADO E PAÍS

    ESTADO: é uma definição de ordem jurídica, já que abarca o conjunto de instituições que controlam e administram uma nação ou país e o seu ordenamento jurídico.

    PAÍS: é uma definição geográfica. Geralmente coincide com um Estado.

    O REINO UNIDO E AS SUAS NAÇÕES

    O caso do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, é outro bom exemplo sobre a existência de

    várias nações dentro de um “mesmo território”.

    O Reino Unido, não custa lembrar, é formado por quatro países: Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País

    de Gales, como podemos ver na imagem a seguir:

    Fonte: https://www.diferenca.com/inglaterra-gra-bretanha-e-reino-unido/

    A Irlanda do Norte, de maioria protestante, ficou sob controle do Reino Unido quando a Irlanda, de maioria

    católica, tornou-se independente, em 1922, criando uma república. Essa divisão acabou se mostrando

    historicamente problemática sob alguns pontos, já que, apesar de independentes, as duas Irlandas possuem laços

    culturais extremamente fortes. Enquanto o Reino Unido era membro da União Europeia, milhares de pessoas

    atravessavam a fronteira irlandesa todos os dias, e bens e serviços passavam entre as duas jurisdições sem

    restrições.

    Essa pluralidade de nações dentro do Reino Unido foi reflexida inclusive na votação do Brexit.

    No País de Gales e no interior da Inglaterra, o voto majoritário foi pela saída do bloco, enquanto em

    Londres, na Escócia e na Irlanda do Norte o voto que prevaleceu foi pela permanência.

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    Diante deste cenário, a Escócia, que em 2014 já havia feito um plebiscito para se separar do Reino Unido,

    demonstrou novamente interesse em fazer novo plebiscito para consultar sua população sobre o mesmo assunto.

    Desta vez, no entanto, com a saída do Reino Unido da União Europeia, a Escócia pretende separar-se para

    poder se reintegrar ao bloco econômico do qual saiu por conta do Brexit.

    Em 2014, quando houve o primeiro plebiscito, um dos argumentos para se manter junto ao Reino Unido era

    justamente que essa condição permitiria à Escócia continuar na União Europeia. Com o Brexit, portanto, esse

    argumento deixou de existir.

    Questão para fixar!

    2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: ABIN Prova: CESPE - 2018 - ABIN - Agente de

    Inteligência

    A ilustração precedente remete ao processo de retirada do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit. A respeito desse assunto e de aspectos a ele relacionados, julgue o próximo item.

    O resultado do plebiscito sobre o Brexit representou a vontade de todas as nações integrantes do Reino Unido, cujas populações receavam o aumento crescente de imigrantes no Reino Unido, decorrente da instituição de normas de migração pouco restritivas pelos países integrantes da União Europeia.

    RESOLUÇÃO:

    Reino Unido é formado por quatro países: Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales. É

    composto, portanto, várias nações.

    Essa pluralidade de nações dentro do Reino Unido foi reflexida inclusive na votação do Brexit.

    No País de Gales e no interior da Inglaterra, o voto majoritário foi pela saída do bloco, enquanto

    em Londres, na Escócia e na Irlanda do Norte o voto que prevaleceu foi pela permanência.

    Resposta: Errado

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspehttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/abinhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-abin-agente-de-inteligenciahttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-abin-agente-de-inteligencia

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    TERRITÓRIO

    Nesta aula, o termo “território” abrange uma concepção que vai além dos aspectos naturais (geológicos,

    geomorfológicos e hidrográficos, por exemplo), tendo em vista que privilegiará as relações de poder estabelecidas

    no espaço. Território, portanto, não é apenas um conceito geográfico, mas, sobretudo, um conceito jurídico, o que

    o torna, segundo a tradicional geografia política, mais amplo que o mero espaço geográfico.

    Para Milton Santos e Maria Laura Silveira, “território é um nome político para o espaço de um país. Em

    outras palavras, a existência de um país supõe um território. Mas a existência de uma nação nem sempre é

    acompanhada da posse de um território e nem sempre supõe a existência de um Estado. Pode-se falar,

    portanto, de territorialidade sem Estado, mas é praticamente impossível nos referirmos a um Estado sem

    território”.

    O território é um dos elementos constitutivos do Estado e é o espaço sobre o qual o Estado exerce a

    sua soberania sobre pessoas e bens.

    Para Carlos Santos:

    O território é, portanto, junto com a soberania e o povo, um dos três elementos básicos que

    formam a nação-estado moderna. Essa concepção, que se reporta às formulações do estado

    moderno, acompanhou a formação da geografia moderna, a partir da proposta de Ratzel (1897)

    de relacionar sociedade, estado e território (...). Sua característica maior é a forma de

    propriedade territorial, que se expressa em uma soberania patrimonial excludente.

    Santos, Carlos. REVISTA ZONA DE IMPACTO. ISSN 1982-9108, VOL. 13, Setembro/Dezembro, ANO 11, 2009.

    Assim, a concepção de território aqui estudada será a de divisão administrativa em que, por e a partir de

    relações de poder, são criadas fronteiras entre países ou quaisquer outras delimitações entre regiões, estados,

    municípios, bairros ou zonas de influência de um determinado grupo.

    Desta forma, o conceito de território abrange mais que o que entendemos tradicionalmente como Estado-

    Nação. Qualquer espaço definido e delimitado de acordo com relações de poder se caracteriza como território.

    É assim que, considerando uma abordagem geopolítica, um consulado ou uma embaixada será considerado como

    parte de um território de outra nação.

    Para autores como Rogério Haesbaert, por exemplo, a noção de território abrange um poder abstrato e

    simbólico, como podemos notar no trecho a seguir:

    A territorialidade é uma “abstração” também no sentido ontológico de que, enquanto “imagem”

    ou símbolo de um território, existe e pode inserir-se eficazmente como uma estratégia político-

    cultural, mesmo que o território ao qual se refira não esteja concretamente manifestado — como

    no conhecido exemplo da “Terra Prometida” dos judeus, ou seja, o poder no seu sentido simbólico

    também precisa ser devidamente considerado em nossas concepções de território.

    Rogério Haesbaert. Dos múltiplos territórios à multiterritorialidade. Internet: (com

    adaptações).

    Diante destas informações, temos que o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes

    países, sendo caracterizado por uma tríade:

    • POSSE;

    • DOMÍNIO; e

    • PODER.

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    Esses componentes correspondem ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes,

    independentemente da extensão territorial. É assim que o território brasileiro, por exemplo, será maior que aquele

    que observamos geralmente nos mapas tradicionais.

    O território de um Estado, por ser o espaço geográfico marcado por relações de soberania e poder,

    abrange:

    • O espaço delimitado por suas fronteiras (SOLO e SUBSOLO);

    • As ÁGUAS TERRITORIAIS;

    • As ILHAS;

    • A PLATAFORMA CONTINENTAL e

    • O ESPAÇO AÉREO.

    É ainda território de um Estado os navios e as aeronaves civis em alto-mar ou sobrevoando espaço aéreo

    internacional, bem como os navios e aeronaves militares onde quer que estejam.

    O TERRITÓRIO ABRANGE:

    - O espaço delimitado entre as fronteiras de um país;

    - O mar territorial;

    - A plataforma continental;

    - O espaço aéreo;

    - Os navios e as aeronaves civis em alto-mar ou sobrevoando espaço aéreo internacional; e

    - Os navios e aeronaves militares onde quer que estejam.

    Na questão a seguir, fica claro que o território não se restringe a uma mera área geográfica, mas a um

    conceito também jurídico e político, a fim de garantir a soberania de determinado Estado.

    Questão para fixar!

    (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)

    Acerca dos diferentes tratamentos do conceito de território na geografia, julgue (C ou E) o item a seguir.

    Questões de consciência e de representação do espaço foram elaboradas e assimiladas, ao largo dos séculos

    XIX e XX, para a definição concreta e imaginária do território como fundamento de soberania do Estado

    nação.

    ( ) Certo ( ) Errado

    Comentário:

    Aqui, a questão reforça a ideia de que o território é também uma formação política e legal, a fim de garantir

    a soberania de determinado Estado. Quando se fala em definição concreta e imaginária, ela nos lembra que

    há o território real e o ficto, como estudamos.

    Gabarito: Certo

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    Fique atento!

    Para a geografia política, o território é formado a partir do espaço e resulta da ação de um

    GRUPO POLÍTICO, de uma EMPRESA ou de um GRUPO SOCIAL que, ao se apropriar de um

    espaço, de forma concreta ou abstrata, o territorializa. Ou seja, a territorialização não ocorre

    apenas na relação de entes públicos (como países) com determinado espaço, mas também da

    relação deste com empresas ou qualquer grupo social.

    TERRITORIALIDADE

    Em palavras simples, territorialidade é um conceito que explora a relação entre população/nação e

    território. No caso dos Curdos, por exemplo, que não possuem um país, existe esta relação de territorialidade com

    o espaço em que eles vivem, ainda que não exista um Estado.

    Milton Santos e Maria Laura Silveira, autores muito explorados pelas bancas avaliadoras, explicam que a

    relação entre seres vivos e o território, a noção de pertencimento a que chamamos de territorialidade, pode ser

    estendida até para os animais, como podemos observar no excerto a seguir:

    "A linguagem cotidiana frequentemente confunde território e espaço. E a palavra extensão,

    tantas vezes utilizada por geógrafos franceses (élcndue), não raro se instala nesse vocabulário,

    aumentando as ambiguidades. Uma discussão nos meios geográficos se preocupa em indicar a

    precedência entre essas entidades. Isso se dá em função da acepção atribuída a cada um dos

    vocábulos. Para uns, o território viria antes do espaço; para outros, o contrário é que é verdadeiro

    (André-Louis Sanguin, 1977; Claude Raffestin, 1980,1993). Por território entende-se geralmente

    a extensão apropriada e usada. Mas o sentido da palavra territorialidade como sinônimo de

    pertencer àquilo que nos pertence...esse sentimento de exclusividade e limite ultrapassa a raça

    humana e prescinde da existência de Estado. Assim essa ideia de territorialidade se estende aos

    próprios animais, como sinônimo de área de vivência e de reprodução. Mas a territorialidade

    humana pressupõe também a preocupação com o destino, a construção do futuro, o que, entre os

    seres vivos, é privilégio do homem. Num sentido mais restrito, território é um nome político para

    o espaço de um país. Em outras palavras, a existência de um país supõe um território. Mas a

    existência de uma nação nem sempre é acompanhada da posse de um território e nem sempre

    supõe a existência de um Estado. Pode-se falar, portanto, de territorialidade sem Estado, mas é

    praticamente impossível nos referirmos a um Estado sem território."

    (SANTOS, Milton. SILVEIRA, Maria Laura. Brasil: Território e Sociedade no início do Seculo XXI. São Paulo.

    Editora Record. págs. 19 e 20).

    Assim, temos que a territorialidade “designa a qualidade que o território ganha de acordo com sua

    utilização ou apreensão pelo ser humano” (SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Introdução. In: SAQUET,

    Marcos Aurélio; SPOSITO, Eliseu Savério. (Org.) Território e Territorialidades: teorias, processos e conflitos. 1ª ed.

    São Paulo: Expressão Popular, 2009).

    Neste sentido, Saquet (2010) acrescenta que a territorialidade traduz o conjunto daquilo que se vive

    cotidianamente: relações com o trabalho, com o não-trabalho, com a família.

    Os dois excertos a seguir também são bem importantes para absorvermos esse conceito de

    territorialidade:

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    (...) a territorialidade, além de incorporar uma dimensão mais estritamente política, diz respeito

    também às relações econômicas e culturais, pois está intimamente ligada ao modo como as

    pessoas utilizam a terra, como elas próprias se organizam no espaço e como elas dão significado

    ao lugar (HAESBAERT, 2007, p, 22).

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    DESTERRITORIALIZAÇÃO E RETERRITORIALIZAÇÃO

    Até aqui, já entendemos que a territorialidade se fundamenta na noção de relação do homem com o

    espaço, como podemos notar no trecho a seguir.

    “A territorialidade tem a ver com um certo tipo de interação entre homem e espaço, a qual é,

    aliás, sempre entre seres humanos mediatizada pelo espaço” (SOUZA, 2001, p. 99).

    Ocorre, porém, que além da construção dessas relações, não são raras as vezes em que existe uma

    destruição, desconstrução ou abandono dos territórios humanos, o que nos leva ao entendimento da

    DESTERRITORIALIZAÇÃO, um conceito criado pelos filósofos franceses Deleuze e Guattari. Para estes, a

    desterritorialização seria o abandono do território.

    Para Haesbaert, a desterritorialização "é tratada como uma das marcas fundamentais de nosso tempo",

    que é caracterizado pela fluidez.

    Um processo de desterritorialização pode ser tanto simbólico, com a destruição de símbolos,

    marcos históricos, identidades, quanto concreto, material – político e/ou econômico, pela

    destruição de antigos laços/fronteiras econômico-políticos de integração. Também os indivíduos,

    classes e grupos sociais incorporam sempre, embora em diferentes níveis e escalas, perspectivas

    desterritorializadas/desterritorializantes (HAESBAERT, 2003, p.181).

    A nossa época, porém, é marcada não apenas pela desterritorialização, mas também pela

    RETERRITORIALIZAÇÃO, processo que consiste numa tentativa de recomposição de um território que passou

    por um processo desterritorializante.

    Assim, devido à fluidez e constantes mudanças da relação homem-espaço, determinado grupo

    fixado no espaço geográfico pode ser desterritorializado de sua territorialidade e

    reterritorializado no mesmo espaço, em outro recorte temporal.

    Nesse contexto, a vida é um constante movimento de desterritorialização/reterritorialização.

    Estamos sempre passando de um território a outro, abandonando territórios, criando novos

    territórios. Trata-se de uma desterritorialização/reterritorialização cotidiana, em que se abandona

    o território, mas não se destrói o território abandonado (HAESBAERT, 2009)

    Em outras palavras, portanto, podemos dizer que a territorialidade pode ser ativada ou desativa:

    “Ao afirmar que a territorialidade pode ser ativada e desativada, Sack nos mostra a mobilidade

    inerente aos territórios, sua relativa flexibilidade” (HAESBERT, R. O mito da desterritorialização.

    São Paulo, Bertrand, 2004. p. 87).

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    Questão para fixar!

    (CESPE/CEBRASPE - MPU - 2013)

    Com relação à geografia humana e planejamento territorial, julgue o item a seguir.

    Determinado grupo fixado no espaço geográfico pode ser desterritorializado de sua

    territorialidade e reterritorializado no mesmo espaço, em outro recorte temporal.

    ( ) Certo ( ) Errado

    Comentário:

    Um grupo social que, por causa de guerras, conflitos ou outro qualquer motivo,

    tenha se desterritorializado de sua territorialidade, pode, com os conflitos cessados,

    por exemplo, ser reterritorializado no mesmo espaço. Ou seja, ser reterritorializado

    em outro recorte temporal.

    Gabarito: Certo

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspehttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpu

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    CLASSIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO

    Tendo em vista que o território possui naturezas diversas, este costuma ser classificado da seguinte

    maneira:

    a) REAL ou TERRESTRE – A superfície delimitada por suas fronteiras.

    b) FICTO – Quando apenas uma ficção jurídica, e não aspectos geográficos naturais, torna determinada

    área um território. Entra nesta classificação os territórios caracterizados pela sua

    extraterritorialidade, como as embaixadas e os navios e aeronaves militares.

    O território ficto pode ainda ser classificado em:

    a) FLUTUANTE – Os navios de guerra.

    b) VOLANTE – A aviação militar.

    Assim, o mapa a seguir representa o país Brasil, mas não exatamente o nosso território.

    ATUAL MAPA POLÍTICO DO BRASIL

    Fonte: IBGE

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    MODOS DE AQUISIÇÃO DO TERRITÓRIO

    O tipo de aquisição de um território por um Estado pode ser feito de duas formas:

    a) ORIGINÁRIO – Quando se ocupa um território que até então não era reivindicado por nenhum outro

    país (res nullius). Pode se dar das seguintes formas:

    a. OCUPAÇÃO – Quando o Estado efetivamente toma posse de um território não reivindicado

    por outro.

    b. ACESSÃO – Quando há aumento territorial por conta de um fenômeno físico. Pode ser

    naturalmente, como a formação de ilhas após uma erupção vulcânica, ou por trabalho humano,

    como aterros.

    c. ADJUDICAÇÃO – Quando um território passa a pertencer a determinado Estado por conta de

    decisão de uma organização internacional.

    b) DERIVADO – Quando há transferência de território de um Estado para outro. Essa transferência pode

    se dar por:

    a. ACESSÃO – Quando um fato físico altera a soberania de um Estado sobre determinado

    território, como a mudança de um curso de rio, por exemplo.

    b. ADJUDICAÇÃO – Quando um território – já ocupado – passa a pertencer a outro Estado por

    conta de decisão de uma organização internacional, como aconteceu com Israel.

    c. CESSÃO – Quando há transferência de soberania entre Estados em relação a determinado

    território, como aconteceu com o Acre. A cessão pode se dar por meio de doação ou troca.

    d. USUCAPIÃO – Quando há uma ocupação notória de determinado território, durante longo

    tempo e de maneira pacífica, sem que o Estado que realmente tem soberania sobre a região

    faça qualquer tipo de reivindicação. Presume-se, assim, de maneira tácita, o consentimento do

    antigo Estado soberano em relação à transferência do território.

    e. CONQUISTA – É fruto de um ato de guerra.

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    CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO

    O conceito de território, na Geografia Política, nos faz pensar nos limites/fronteiras que o delimitam.

    Esta concepção está ligada ao pensamento clássico do que entendemos como domínios políticos do Estado.

    A concepção de território na tradicional Geografia Política, fixado na escala nacional e assentado

    na figura do Estado-nação, pressupunha limites espaciais e temporais com pequena

    mobilidade, pois, entende a durabilidade como geradora de raízes e identidade sociocultural (...).

    As durabilidades das fronteiras nacionais permitiram a construção da ideia de fixidez dos

    territórios, naturalizando as fronteiras estatais.

    SOUZA, M. J. L. (1995). O Território: sobre espaço de poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO. I.

    E. de et al. (orgs.) Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

    Assim, nesta visão clássica do território como espaço vinculado ao estabelecimento de um Estado,

    observamos a presença de algumas características:

    • EXCLUSIVIDADE de apropriação e de uso: O território é um espaço com limites estabelecidos por

    fronteiras. Com limites estabelecidos de apropriação, uso, gestão e controle de fração do espaço, há

    um domínio político-estatal, cujo acesso exige a permissão de uma autoridade, de um poder instituído

    concentrado na figura do Estado, conforme Agripino Souza Coelho Neto.

    • DURABILIDADE: Os limites fixos e imutáveis dos Estado-nações fazem nascer a ideia das longas

    durabilidades das territorialidades.

    • ENRAIZAMENTO: A ideia das longas durabilidade faz com que o território seja caracterizado pelo

    enraizamento.

    • CONTIGUIDADE: Concepção clássica de territórios-zona, sustentada no pressuposto da

    contiguidade espacial do território.

    • JUSTAPOSIÇÃO: Interligada com a ideia de contiguidade o território é formado por áreas que não se

    sobrepõem, mas que se aglutinam em adjacências.

    Estas características, portanto, são decorrentes do pensamento que a Geografia Política clássica

    formulou sobre o território, que é concebido como o espaço concreto em si, apropriado/ocupado por um grupo

    social. Esse tipo de território foi associado, em primeiro lugar, à noção de Estado-Nação.

    Apesar de essas características serem as ligadas à noção clássica de território, Agripino Souza Coelho Neto

    nos lembra que o entendimento sobre territorialidade na atualidade considera, implícita ou explicitamente, pelo

    menos três elementos basilares novos: a FLEXIBILIDADE, a DESCONTINUIDADE e a SUPERPOSIÇÃO.

    Desse modo:

    • Considerar a noção de flexibilidade para pensar na construção de territórios se contrapõe à ideia de

    limites fixos e imutáveis e das longas durabilidades das territorialidades.

    • Trabalhar com a noção de descontinuidade confronta com a clássica concepção de territórios-zona,

    sustentada no pressuposto da contiguidade espacial, e pressupõe, por exemplo, considerar a ideia de

    território-rede

    • Admitir a perspectiva da superposição de territorialidades refuta a ideia de exclusividade de uso do

    território, amparado na existência de fronteiras claramente bem demarcadas.

    Marcada pelas disputas de mercados consumidores e zonas de influência militares e econômicas, observa-

    se hoje, justamente, transformações do conceito de território a partir da percepção do seu movimento.

    Atualmente, os territórios são mais marcados pelo movimento contínuo do que propriamente pela fixação,

    tornando os laços de pertencimento com o solo muito menos significativos do que antes. A justificativa para tal

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    constatação estaria na intensidade das suas dinâmicas de competição, especialmente num mundo em que as

    empresas transnacionais ganharam tanta relevância.

    Questão para fixar!

    (FGV - Prefeitura de São Paulo/SP - 2016)

    “Na Geografia Política clássica, o território é concebido como o espaço concreto em si, que é apropriado,

    ocupado por um grupo social. Esse tipo de território foi associado, em primeiro lugar, ao recorte do Estado-

    Nação.”

    (Adaptado de: SOUZA, Marcelo Lopes. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. Em:

    CASTRO, Iná Elias de; et all. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.)

    As opções a seguir apresentam características associadas à concepção de território da Geografia Política

    clássica, à exceção de uma. Assinale-a.

    a) Contiguidade.

    b) Durabilidade.

    c) Sobreposição.

    d) Justaposição.

    e) Enraizamento.

    Comentário:

    Observe que o texto-base trata sobre a Geografia Política clássica, que concebe o território como o espaço

    concreto em si, que é apropriado, ocupado por um grupo social. Esse tipo de território, como o texto explica,

    foi associado, em primeiro lugar, à ideia de Estado-Nação.

    Para a Geografia Política clássica o território é caracterizado pela:

    • EXCLUSIVIDADE de apropriação e de uso;

    • DURABILIDADE;

    • ENRAIZAMENTO;

    • CONTIGUIDADE; e

    • JUSTAPOSIÇÃO.

    Gabarito: C

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fgvhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-sao-paulo-sp

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    A DEFESA DO TERRITÓRIO NACIONAL

    Tendo em vista a grande expansão territorial do nosso país, que dificulta a fiscalização e defesa mais

    efetivas do nosso território. Tendo em vista ainda a nossa grande biodiversidade, tanto no continente quanto

    marítima, o que atrai a atenção de outros países para os nossos recursos naturais, o país criou a POLÍTICA DE

    DEFESA NACIONAL (PND).

    A PND está voltada, prioritariamente, contra ameaças externas e é o documento condicionante de mais

    alto nível do planejamento de defesa.

    Segundo este documento:

    O Estado tem como pressupostos básicos território, povo, leis e governo próprios e

    independência nas relações externas. Ele detém o monopólio legítimo dos meios de coerção

    para fazer valer a lei e a ordem, estabelecidas democraticamente, provendo, também, a

    segurança. A defesa externa é a destinação precípua das Forças Armadas.

    Ou seja, a PND elenca os pressupostos básicos do Estado brasileiro:

    • Povo;

    • Leis e governo próprios; e

    • Independência nas relações externas.

    Mas não só. O documento mostra que, atualmente, não há mais uma preocupação entre os Estados de

    haver novas guerras da importância das Grandes Guerras da primeira metade do Século XX. Atualmente, os

    maiores conflitos são de caráter ÉTNICO e RELIGIOSO, com possibilidade de intensificação de conflitos

    motivados pela BUSCA DE ÁGUA DOCE e OUTROS RECURSOS NATURAIS, conforme podemos observar a

    seguir:

    Neste século, poderão ser intensificadas disputas por áreas marítimas, pelo domínio

    aeroespacial e por fontes de água doce, de alimentos e de energia, cada vez mais escassas. Tais

    questões poderão levar a ingerências em assuntos internos ou a disputas por espaços não sujeitos

    à soberania dos Estados, configurando quadros de conflito. Por outro lado, o aprofundamento da

    interdependência dificulta a precisa delimitação dos ambientes externo e interno.

    A questão ambiental permanece como uma das preocupações da humanidade. Países detentores

    de grande biodiversidade, enormes reservas de recursos naturais e imensas áreas para serem

    incorporadas ao sistema produtivo podem tornar-se objeto de interesse internacional.

    Assim, temos que, no século XXI, as disputas entre os países serão intensificadas por questões não apenas

    territoriais (áreas marítimas ou domínio aeroespacial), mas também por fontes de ÁGUA DOCE, de ALIMENTOS

    e de ENERGIA. Desta forma, países com GRANDE BIODIVERSIDADE, ENORMES RESERVAS DE RECURSOS

    NATURAIS e IMENSAS ÁREAS PARA SEREM INCORPORADAS AO SISTEMA PRODUTIVO podem se tornar

    objeto de interesse internacional.

    Aprofundando a questão, a Política de Defesa Nacional mostra como a riqueza da biodiversidade brasileira

    bem como de recursos naturais são benéficos para o país, mas também um desafio para a defesa nacional. É dito

    ainda que nossos recursos, tanto os localizados no continente quanto os marítimos, são estratégicos e motivo

    de cobiça no cenário internacional.

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    O perfil brasileiro – ao mesmo tempo continental e marítimo, equatorial, tropical e subtropical, de

    longa fronteira terrestre com quase todos os países sul-americanos e de extenso litoral e águas

    jurisdicionais – confere ao País profundidade geoestratégica e torna complexa a tarefa do

    planejamento geral de defesa. Dessa maneira, a diversificada fisiografia nacional conforma

    cenários diferenciados que, em termos de defesa, demandam, ao mesmo tempo, uma política

    abrangente e abordagens específicas.

    O planejamento da defesa deve incluir todas as regiões e, em particular, as áreas vitais onde se

    encontra a maior concentração de poder político e econômico. Da mesma forma, deve-se

    priorizar a Amazônia e o Atlântico Sul.

    A Amazônia brasileira, com seu grande potencial de riquezas minerais e de biodiversidade, é foco

    da atenção internacional. A garantia da presença do Estado e a vivificação da faixa de fronteira

    são dificultadas, entre outros fatores, pela baixa densidade demográfica e pelas longas distâncias.

    A vivificação das fronteiras, a proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais

    são aspectos essenciais para o desenvolvimento e a integração da região. O adensamento da

    presença do Estado, e em particular das Forças Armadas, ao longo das nossas fronteiras é

    condição relevante para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

    O mar sempre esteve relacionado com o progresso do Brasil, desde o seu descobrimento. A natural

    vocação marítima brasileira é respaldada pelo seu extenso litoral e pela importância estratégica do

    Atlântico Sul.

    Nessa imensa área, incluída a camada do pré-sal, estão as maiores reservas de petróleo e gás,

    fontes de energia imprescindíveis para o desenvolvimento do País, além da existência de grande

    potencial pesqueiro, mineral e de outros recursos naturais.

    Apesar da sua grande biodiversidade, o Brasil encontra-se em situação de paz e longe de conflitos

    internacionais. A América do Sul, distante dos principais focos mundiais de tensão e livre de armas nucleares, é

    considerada uma região relativamente pacífica. Além disso, processos de consolidação democrática e de

    integração regional tendem a aumentar a confiança mútua e a favorecer soluções negociadas de eventuais

    conflitos.

    A segurança de um país é afetada pelo grau de estabilidade da região onde ele está inserido. Assim, é

    desejável que ocorram o consenso, a harmonia política e a convergência de ações entre os países vizinhos para

    reduzir os delitos transnacionais e alcançar melhores condições de desenvolvimento econômico e social, tornando

    a região mais coesa e mais forte. No nosso subcontinente, o maior desafio nesse sentido tem sido o narcotráfico,

    que tem atravessado fronteiras e atingido vários países da região.

    A existência de zonas de instabilidade e de ilícitos transnacionais pode provocar o transbordamento de

    conflitos para outros países da América do Sul. A persistência desses focos de incertezas é, também, elemento

    que justifica a prioridade à defesa do Estado, de modo a preservar os interesses nacionais, a soberania e a

    independência.

    Como consequência de sua situação geopolítica, é importante para o Brasil que se aprofunde o processo

    de desenvolvimento integrado e harmônico da América do Sul, que se estende, naturalmente, à área de defesa e

    segurança regionais.

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    CONTINENTALIDADE E MARITIMIDADE

    O Brasil, por suas dimensões continentais, apresenta características marcantes tanto em relação à

    continentalidade quanto à maritimidade, como bem explica Ronaldo Gomes Carmona:

    País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil

    tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da

    teoria do poder terrestre (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão

    estratégica contemporânea, em um contexto em que há um importante aumento da estrutura

    política e econômica do país no cenário mundial.

    Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a

    “grande estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).

    Dos países da América do Sul, o Brasil só não faz fronteira com o Equador e o Chile.

    No total, o Brasil possui 23.102 km de fronteiras, sendo:

    • 15.735 km terrestres; e

    • 7.367 km marítimas.

    Como já sabemos, o território do Brasil abrange, dentre outros:

    • O espaço continental;

    • O ar atmosférico acima do nosso sol; e

    • A faixa oceânica contigua ao nosso continente.

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    O TERRITÓRIO MARÍTIMO

    Oficialmente, temos um TERRITÓRIO MARÍTIMO de 3,6 milhões de km², que vai até a chamada Zona

    Econômica Exclusiva (ZEE), onde o Brasil possui DIREITO EXCLUSIVO de pesquisa e exploração comercial dos

    recursos existentes na ÁGUA e no RESPECTIVO SUBSOLO (frutos do mar, petróleo, gás natural, dentre outros).

    Os limites atuais da ZEE foram definidos na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar

    (CNUDM), em vigor desde 1994. Desde 2004, porém, o Brasil pleiteia na ONU a extensão da plataforma

    continental para 4,5 milhões de km² (+963 mil km²).

    Apesar da gigantesca ZEE, o Brasil tem soberania marítima e aérea absoluta apenas no MAR

    TERRITORIAL, faixa que corre junto ao litoral com largura de 12 milhas náuticas (22 km). Nos próximos 22 km

    (zona contígua), o país possui autoridade para fiscalizar embarcações e impor sua legislação.

    De todas essas faixas, a ZEE é a maior, já que vai até uma distância de 200 milhas náuticas (370 km) além

    do mar territorial, não só a partir do continente brasileiro, mas também das suas ilhas. Assim, a ZEE brasileira

    ganha ainda maior dimensão por conta de arquipélagos distantes da costa, como Trindade e Martim Vaz e

    Fernando de Noronha.

    A fim de reafirmar sua posição nesses territórios mais longínquos, o Brasil, no final dos anos 1990, adotou

    providências em relação aos rochedos São Pedro e São Paulo, situados a cerca de 520 MN do estado do Rio Grande

    do Norte: mudou-lhes o nome de “rochedos” para “arquipélago”; construiu e instalou lá um farol, para substituir o

    que fora destruído por um sismo, em 1930, e construiu uma estação científica permanentemente guarnecida por

    um pequeno grupo de pesquisadores.

    O Alto-Mar, segundo os acordos internacionais, é franqueado a todos os Estados, sejam eles costeiros ou

    não, desde que utilizado para fins pacíficos. Porém, os Estados devem estabelecer os requisitos necessários à

    atribuição da sua nacionalidade a navios, para o registro deles em seu território e para o direito de mostrar sua

    bandeira, impedir o transporte ilegal de material e pessoal, reprimir a pirataria e cooperar para a repressão do

    tráfico ilícito de drogas.

    Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/ate-onde-vai-o-territorio-do-brasil-fora-do-continente/

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    A ONU deixa a possibilidade aberta para que um país possas ampliar seus limites marítimos para além da

    ZEE, desde que apresente bons argumentos técnicos. É baseado nessa “brecha” que o Brasil pleiteia mais 963 mil

    km² de mar.

    Fonte: http://app.regiaocentro.net/sartigo/index.php?x=7097

    Fique atento!

    MAR TERRITORIAL

    Soberania absoluta – 12 milhas (22 Km) da orla.

    ZONA CONTÍGUA

    Controle administrativo – até 24 milhas (44 Km) da orla.

    ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA

    Direitos econômicos exclusivos e responsabilidade sobre a gestão ambiental – até 200 milhas (370 Km) do mar territorial.

    PLATAFORMA CONTINENTAL

    Compreende o solo e o subsolo das áreas submarinas, além do mar territorial, podendo estender-se além das 200 milhas até o limite exterior da margem continental.

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    AMAZÔNIA AZUL

    Buscando alertar a sociedade sobre a importância estratégica desse imenso espaço marítimo, a Marinha

    do Brasil passou a denominá-lo AMAZÔNIA AZUL.

    Apesar de 80% da população brasileira viver a menos de 200 km do litoral, pouco se sabe sobre os direitos

    que o país tem sobre o mar que o circunda e seu significado estratégico e econômico, fato que, de alguma forma,

    parece estar na raiz da escassez de políticas voltadas para o aproveitamento e proteção dos recursos e benefícios

    dali advindos.

    O Brasil possui o direito de explorar uma extensa área oceânica, com cerca de 4,5 milhões de km², o que

    equivale a, aproximadamente, metade da nossa massa continental.

    No mar estão as reservas do pré-sal e dele retiramos cerca de:

    • 85% do PETRÓLEO;

    • 75% do GÁS NATURAL; e

    • 45% do PESCADO produzido no País.

    Por nossas rotas marítimas, escoamos mais de 95% do comércio exterior brasileiro. Nessa área existem

    recursos naturais e uma rica biodiversidade ainda inexplorados.

    Uma breve observação do mapa a seguir permite esclarecer a importância da "Amazônia Azul" para o

    Brasil: com a ampliação da nossa Plataforma Continental e mais as áreas marítimas dos Arquipélagos de Fernando

    de Noronha e São Pedro e São Paulo, somadas à área marítima das ilhas Oceânicas de Trindade e Martim Vaz, a

    área disponível para a exploração de riquezas e exploração científica (fundamental para o futuro da humanidade)

    se assemelha à atual superfície amazônica.

    Portanto, é imprescindível termos consciência do imenso patrimônio existente em nossas águas e da

    necessidade de protegê-lo e preservá-lo, para garantirmos a posse sobre esse tesouro que, mesmo ainda

    incalculável, pertence ao Brasil e a todos os brasileiros.

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    O pré-sal está praticamente todo na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), como podemos observar na

    imagem a seguir.

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    FRONTEIRAS TERRESTRES

    Segundo o § 2º do Artigo 20 da Constituição Federal

    A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada

    como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação

    e utilização serão reguladas em lei.

    Na FAIXA DE FRONTEIRA, por conta da sua sensibilidade para a soberania e a segurança nacional, há

    regras especiais para:

    • O uso do solo e a exploração econômica; e

    • A propriedade do terreno.

    Assim, por exemplo, apenas brasileiros podem atuar nesta faixa para a realização de determinadas obras

    de engenharia e para a exploração de recursos naturais.

    FAIXA DE FRONTEIRA

    Fonte: http://cdif.blogspot.com/

    Atualmente, por conta da pouca vigilância das fronteiras quando se compara à sua extensão, há inúmeros

    crimes que são cometidos a partir da sua violação, como o tráfico de drogas, de armas, bem como o contrabando

    de mercadorias diversas.

    Apesar de não haver uma grande vigilância em nossas fronteiras, e de estas serem rotineiramente

    penetradas de maneira ilegal por bandidos, não há atualmente ameaça à integridade territorial brasileira.

    A legislação que trata sobre a faixa de Fronteira é a Lei n° 6.634, de 2 de maio de 1979, regulamentada pelo

    Decreto n° 85.064, de 26 de agosto de 1980. Estes normativos foram ratificados pela atual Constituição Federal.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Leihttps://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_maiohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1979https://pt.wikipedia.org/wiki/Decretohttps://pt.wikipedia.org/wiki/26_de_agostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1980

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    A QUESTÃO TERRITORIAL NA FLORESTA AMAZÔNICA

    Afora os problemas relacionados à pouca vigilância, que facilita o tráfico de drogas e de armas por nossas

    fronteiras, a floresta amazônica preocupa o governo de maneira mais específica, já que a região é alvo também

    do interesse de governos e pesquisadores internacionais.

    A Amazônia internacional abrange porções do território de nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador,

    Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

    A Floresta Amazônica abriga uma população de aproximadamente 40 milhões de pessoas e ocupa 40% do

    território sul-americano, sendo considerada a maior floresta megadiversa do mundo, habitat de 20% de todas

    as espécies de fauna e flora existentes.

    A Bacia Amazônica contém cerca de 20% da água doce da superfície do planeta.

    Assim, considerando a sua importância estratégica, a Amazônia apresenta grandes desafios aos países que

    fazem parte deste ecossistema. A conveniência de conjugar esforços para o desenvolvimento harmônico da

    Amazônia, com equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente, fez nascer, em

    1978, as bases para a criação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), bloco

    socioambiental formado pelos Estados que partilham o território Amazônico: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador,

    Guiana, Peru, Suriname e Venezuela (a única exceção é a Guiana Francesa, que não faz parte da organização).

    A OTCA tem como objetivos promover o desenvolvimento integral da região, o bem-estar de suas

    populações e, principalmente, reforçar a soberania dos países sobre seus territórios amazônicos.

    A OTCA é organização internacional dotada de secretaria permanente e orçamento próprio e tem a sua

    sede estabelecida em Brasília. A bem da verdade, a OTCA é a única organização internacional multilateral sediada

    no nosso país.

    Apesar de todos esses esforços, no entanto, a região continua sendo alvo de desmatamento e de tráfico

    de animais silvestres e da flora.

    Vigilância da Floresta Amazônica

    Por conta, dentre outros motivos, da baixa densidade populacional da região, a Floresta Amazônica é

    pouco vigiada, apesar da sua incomparável biodiversidade.

    Assim, para tentar mitigar esse problema, o governo brasileiro, ao longo das décadas, tem utilizado meios

    tecnológicos com a finalidade de proteger a floresta.

    Dentre as ações mais conhecidas de proteção da Floresta está a implantação do SIVAM, o Sistema de

    Vigilância da Amazônia que faz parte Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), responsável pelo controle

    ambiental, o desenvolvimento regional, o controle do tráfego aéreo, a coordenação de emergências, o

    monitoramento das condições meteorológicas e o controle de ações de contrabando.

    Os programas de vigilância que o Brasil vem desenvolvendo na Amazônia tem como principais objetivos

    coibir o tráfico de drogas e de outros ilícitos, como desmatamentos e garimpos ilegais.

    O SIVAM que começou a ser implantado em 1994, mas foi inaugurado apenas em 2002.

    O programa centraliza a cooperação dos órgãos de defesa do país e atua no controle do espaço aéreo

    amazônico brasileiro por meio de uma rede de sensores e outros equipamentos modernos. Monitora ainda de

    maneira estratégica atividades predatórias (queimadas, garimpos, desmatamentos) e as fronteiras do país, além

    de contribuir para o combate ao tráfico de drogas e de animais. O programa ainda reforça a soberania nacional e

    afasta a ideia que já foi ventilada de internacionalização da floresta.

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    O Sivam está sendo realizado por meio de um convênio entre o Brasil e a Raytheon, patrocinada e

    recomendada pelo governo dos Estados Unidos. Especialmente por conta da participação norte-americana, o

    acordo suscitou opiniões divergentes. Alguns cientistas dizem que o Sivam é uma obra faraônica e outros apontam

    que a segurança da Amazônia não ser confiada à inteligência nacional é um risco, já que os estrangeiros cobiçam

    as riquezas da região.

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    QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR

    1. (CESPE – CBM/AL - 2017)

    Julgue o próximo item, acerca da formação territorial e de questões ambientais brasileiras.

    A disputa internacional pelo controle e pela biodiversidade da porção brasileira do território amazônico levou o

    Brasil a instituir projetos de proteção da região baseados em tecnologia moderna.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    O mais conhecido desses projetos de segurança e vigilância da Floresta Amazônica foi o SIVAM (Sistema de

    Vigilância da Amazônia), que começou a ser implantado em 1994, apesar de ter sido inaugurado apenas em 2002.

    O programa centraliza a cooperação dos órgãos de defesa do país e atua no controle do espaço aéreo amazônico

    brasileiro por meio de uma rede de sensores e outros equipamentos modernos. Monitora ainda de maneira

    estratégica atividades predatórias (queimadas, garimpos, desmatamentos) e as fronteiras do país, além de

    contribuir para o combate ao tráfico de drogas e de animais. O programa ainda reforça a soberania nacional e

    afasta a ideia que já foi ventilada de internacionalização da floresta.

    Resposta: Certo

    2. (CESPE - Diplomata - 2016)

    País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil tem, na análise

    dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre

    (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto

    em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário mundial.

    Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande

    estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).

    Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue o item seguinte, acerca de

    continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no século XXI.

    A vasta extensão territorial do Brasil, que corresponde a 47% do território sul-americano, indica a necessidade de

    segurança das fronteiras com seus países vizinhos, de responsabilidade dos órgãos de segurança pública, da

    Secretaria da Receita Federal e das forças armadas.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    A questão apresenta um texto-base que busca assustar o aluno. O excerto que deve ser julgado, no entanto, é

    bastante simples e de fácil compreensão.

    Sim, a vasta extensão territorial brasileira dificulta a proteção das nossas fronteiras e exige um esforço integrado

    dos órgãos governamentais para protegê-las.

    Essa proteção se mostra importante, principalmente, para a manutenção da soberania nacional.

    Resposta: Certo

    3. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)

    Acerca dos diferentes tratamentos do conceito de território na geografia, julgue (C ou E) o item a seguir.

    O conceito de território abrange processos e relações restritos à economia e à política, de forma que as dimensões

    sociais da cultura direcionam-se às abordagens conceituais geográficas da paisagem e do lugar.

    ( ) Certo ( ) Errado

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    RESOLUÇÃO:

    O conceito de território abrange elementos restritos à economia e à política, mas não só, alcança também

    conceitos do direito e, claro, geográficos.

    Como a questão excluiu a dimensão geográfica do conceito de território, e utilizou o termo “restrito a”, a questão

    se tornou incorreta.

    Resposta: Errado

    4. (CESPE - MPU - 2010)

    A respeito das diversas abordagens existentes acerca do conceito de território, julgue o item que se segue.

    Na tradicional geografia política, espaço geográfico diferencia-se de território, por ser mais amplo e englobar

    também as áreas vazias que ainda não sofreram ocupação humana efetiva.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    É o contrário. O território é que é mais amplo que o espaço geográfico propriamente dito.

    O território de um determinado país não se restringe ao espaço delimitado geograficamente por suas fronteiras.

    Alcança o subsolo, a atmosfera acima do solo delimitado pelas fronteiras e até extensões do mar.

    Além disso, há o território ficto, como os aviões militares, que serão considerados território brasileiro em qualquer

    lugar do mundo em que estejam.

    Resposta: Errado

    5. (CESPE - Diplomata - 2016)

    País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil tem, na análise

    dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre

    (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto

    em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário mundial.

    Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande

    estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).

    Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue o item seguinte, acerca de

    continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no século XXI.

    Em relação à segurança nacional, as bacias hidrográficas amazônica e do Paraguai são consideradas não

    prioritárias, em razão de seu isolamento e distanciamento em relação aos grandes centros urbanos do centro-sul

    do país e também da ocupação rarefeita da população nas regiões onde se situam.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    É o contrário. Justamente por conta de seu isolamento e distanciamento em relação aos grandes centros urbanos

    do centro-sul do país e também da ocupação rarefeita da população nas regiões onde se situam, as bacias

    hidrográficas amazônica e do Paraguai são consideradas prioritárias para a segurança nacional.

    A proteção dessas bacias se mostra ainda mais importante para a segurança nacional porque elas são alvos de

    grupos que exploram a pouca fiscalização para explorar a biodiversidade regional (biopirataria). Nessas regiões,

    também, há vulnerabilidades que facilitam o tráfico de drogas e de armas, o contrabando, dentre outras atividades

    ilícitas.

    Resposta: Errado

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    6. (CESPE - Diplomata - 2016)

    País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil tem, na análise

    dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre

    (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto

    em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário mundial.

    Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande

    estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).

    Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue o item seguinte, acerca de

    continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no século XXI.

    O fato de o Brasil possuir um vasto litoral com importantes reservas de recursos naturais é, por si só, indicativo de

    que o país deve investir na força naval de defesa de seu território oceânico.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    Assim como a Floresta Amazônica, o território oceânico brasileiro é dotado de ecossistemas com grande

    biodiversidade e com ricas bacias petrolíferas, o que a torna uma região estratégica e de caráter militar.

    Dessa forma, de fato, o país deve investir mais na força naval de defesa de seu território oceânico, a fim de proteger

    os interesses nacionais.

    Resposta: Certo

    7. (CESPE - Diplomata - 2016)

    País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil tem, na análise

    dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre

    (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto

    em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário mundial.

    Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande

    estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).

    Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue o item seguinte, acerca de

    continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no século XXI.

    A Política de Defesa Nacional destaca a importância do controle e defesa dos chamados ativos estratégicos do

    Brasil: fontes de água doce e de energia, biodiversidade, imensas reservas de recursos naturais e extensas áreas a

    serem incorporadas ao sistema produtivo nacional.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    A Política de Defesa Nacional busca, também, garantir a integralidade do território nacional.

    Como afirmado no enunciado, o Brasil de fato possui fontes de água doce e de energia, biodiversidade, imensas

    reservas de recursos naturais e extensas áreas a serem incorporadas ao sistema produtivo nacional. Tudo isso, por

    ter alto valor econômico e estratégico, acaba sendo motivo de cobiça internacional – ou no mínimo de atenção

    dos demais atores globais.

    Assim, fica justificada a preocupação da Política de Defesa Nacional com o controle e a proteção dos ativos

    estratégicos citados, principalmente daqueles localizados em regiões fronteiriças.

    Resposta: Certo

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    8. (CESPE - Oficial de Inteligência - 2004)

    A Amazônia foi alvo de diversos planos e projetos de desenvolvimento. Diante do papel assumido pela região nas

    últimas décadas, a visão do vazio populacional não vigora mais.

    Acerca desse assunto, julgue o seguinte item.

    Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de estabilidade e segurança em suas

    fronteiras com esses países. Contribui para essa segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à

    invasão e à ocupação.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    É o contrário, por conta de suas grandes extensões e da baixa densidade populacional, a Amazônia brasileira é

    pouco fiscalizada em suas áreas fronteiriças.

    Assim, podemos dizer que, na verdade, as fronteiras da Amazônia brasileira com outros países são instáveis,

    vulneráveis e inseguras.

    A dificuldade de monitoramento e de patrulhamentos das áreas fronteiriças da região ameaçam a soberania do

    Estado, pois facilita a ocorrência de atividades ilícitas como desmatamentos criminosos e o tráfico de drogas,

    armas e animais.

    Resposta: Errado

    9. (CESPE/CEBRASPE - Prefeitura de São Luís/MA - 2017)

    A territorialidade é uma “abstração” também no sentido ontológico de que, enquanto “imagem” ou símbolo de

    um território, existe e pode inserir-se eficazmente como uma estratégia político-cultural, mesmo que o território

    ao qual se refira não esteja concretamente manifestado — como no conhecido exemplo da “Terra Prometida” dos

    judeus, ou seja, o poder no seu sentido simbólico também precisa ser devidamente considerado em nossas

    concepções de território.

    Rogério Haesbaert. Dos múltiplos territórios à multiterritorialidade. Internet: (com adaptações).

    Para o autor do texto precedente,

    a) a territorialidade é meramente ontológica.

    b) o território deve ser tratado como estratégia político-cultural.

    c) a territorialidade manifesta-se concretamente no território.

    d) a territorialidade é um poder abstrato e simbólico.

    e) a concepção da materialidade define o território.

    RESOLUÇÃO:

    No texto-base apresentado, Rogério Haesbaert afirma que “a territorialidade é uma ‘abstração’”, utilizando ainda

    os termos “imagem” e “símbolo de um território”.

    Assim, temos que a alternativa correta é a letra D.

    Para Rogério Haesbaert, a territorialidade é um poder abstrato e simbólico.

    Resposta: D

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspehttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-sao-luis-ma

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    10. (FADESP - Prefeitura de Parauapebas/PA- 2017)

    Muitos são os estudiosos do conceito de território e, embora haja divergências em suas definições, pode- se

    afirmar que, para todos eles, território é

    a) a extensão de terras formadas historicamente por meio das relações de afetividade, identificação e seus

    costumes.

    b) tudo aquilo que é singular, isto é, próprio de um lugar onde as pessoas se relacionam, por suas ações e

    construções.

    c) a extensão de terras apropriadas, usadas e com limites definidos, onde existe um ordenamento jurídico próprio,

    ou seja, um conjunto de leis específicas que, regidas pelo Estado, regulam as ações do território.

    d) um espaço percebido pelo ser humano através de seus sentidos e é compreendido culturalmente por meio das

    relações sociais e humanas.

    RESOLUÇÃO:

    a) De forma geral, além das características citadas, o território é visto como uma área de relação de poder,

    onde existe um ordenamento jurídico, o que foi esquecido por este item. ITEM INCORRETO.

    b) Este item também esqueceu de falar sobre relações jurídicas e de poder. ITEM INCORRETO.

    c) ITEM CORRETO.

    d) Esta alternativa não cita que o território tem relação com o ordenamento jurídico e, consequentemente, as

    relações de poder. ITEM INCORRETO.

    Resposta: C

    11. (CESPE/CEBRASPE - Instituto Rio Branco - 2018)

    Acerca dos diferentes tratamentos do conceito de território na geografia, julgue (C ou E) o item a seguir.

    A integração contemporânea de técnica, ciência e informação desabilitam a abordagem geográfica do território

    sob aspectos subjetivos.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    Os aspectos subjetivos permanecem, tendo em vista que os territórios ainda são encarados como uma estrutura

    cultural-simbólica em que se desenvolvem relações sociais.

    Sob este aspecto, o território é visto como produto da relação de um grupo social com o espaço.

    Resposta: Errado

    12. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - IF/SP - 2014)

    Leia este trecho:

    “[...] Num sentido mais restrito, _______ é um nome político para o espaço de um país. Em outras palavras, a

    existência de um país supõe um território. Mas a existência de _______ nem sempre é acompanhada da posse de

    um território e nem sempre supõe a existência de _______. Pode-se falar, portanto, de _______ sem Estado, mas

    é praticamente impossível nos referirmos a um Estado sem território. [...]"

    SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. p: 19. Adaptado.

    Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, terminologia empregada nos estudos geográficos que

    tornam esse trecho verdadeiro:

    a) territorialidade; um Estado; uma nação; território

    b) território; uma nação; um Estado; territorialidade

    c) um Estado; territorialidade; uma nação; território

    d) uma nação; territorialidade; um Estado; território

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fadesphttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-parauapebas-pahttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspehttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/instituto-rio-brancohttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundep-gestao-de-concursoshttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/if-sp

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    RESOLUÇÃO:

    Num sentido mais restrito, TERRITÓRIO é um nome político para o espaço de um país. Em outras palavras, a

    existência de um país supõe um território. Mas a existência de uma NAÇÃO nem sempre é acompanhada da posse

    de um território e nem sempre supõe a existência de ESTADO. Pode-se falar, portanto, de TERRITORIALIDADE

    sem Estado, mas é praticamente impossível nos referirmos a um Estado sem território. [...]"

    Apenas para reforçarmos a noção de territorialidade, este é um conceito derivado da relação entre

    população/nação e território. No caso dos Curdos, por exemplo, que não possuem um país, existe esta relação de

    territorialidade, ainda que não exista um Estado.

    Resposta: B

    13. (FUNRIO -SEDUC/RO - 2008)

    “Ao afirmar que a territorialidade pode ser ativada e desativada, Sack nos mostra a mobilidade inerente aos

    territórios, sua relativa flexibilidade” (HAESBERT, R. O mito da desterritorialização. São Paulo, Bertrand, 2004. p. 87).

    A “relativa flexibilidade” do território representa que:

    a) As concepções de território pautadas em posse jurídica apresentam gravíssimos erros, pois representam a

    ultrapassada rigidez do conceito de território.

    b) A atual concepção de território contempla apenas a noção de território-rede, isto é, uma abordagem

    transescalar para o conceito de território.

    c) A identidade territorial é a única forma coerente de território pois apresenta duas possibilidades, ou seja, a

    delimitação de fronteiras rígidas e flexíveis.

    d) As tradicionais concepções de território como algo estático, ou dotado de grande estabilidade temporal não

    representa a totalidade das atuais abordagens do conceito de território.

    e) O conceito de território deve ser compreendido com um processo contínuo de desterritorialização dos

    elementos mais fracos, flexibilizando o acesso aos territórios.

    RESOLUÇÃO:

    a) As concepções de território pautadas em posse jurídica ainda são aceitas, elas apenas não exaurem mais o

    tema. ITEM INCORRETO.

    b) A atual concepção de território abarca várias abordagens, sendo a noção de território-rede uma delas. ITEM

    INCORRETO.

    c) A identidade territorial NÃO é a única forma coerente de território, tendo em vista as várias abordagens

    sobre território que existem na atualidade. ITEM INCORRETO.

    d) ITEM CORRETO.

    e) Ao afirmar que um conceito de território “DEVE” ser compreendido de alguma forma, a alternativa comete

    o erro de redução, que ocorre quando uma frase restringe o alcance de algum conceito. ITEM INCORRETO.

    Resposta: D

    14. (FGV - SEDUC/AM - 2014)

    O conceito de território é utilizado de maneira bastante ampla tanto na ciência geográfica como na linguagem

    comum. Todavia, muitos autores vêm contribuindo para que este conceito seja definido melhor, discutindo os seus

    principais aspectos.

    Sobre o conceito de território na Geografia, assinale a opção correta.

    a) O território é o resultado de um processo de classificação de unidades espaciais.

    b) O território é um conceito associado, exclusivamente, à escala dos estados nacionais.

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/funriohttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/seduc-rohttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fgvhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/seduc-am

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    c) O território é o resultado das mudanças na morfologia do meio natural, ao longo do tempo.

    d) O território é um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder.

    e) O território é definido pela apreciação estética do espaço a partir de uma longa vivência.

    RESOLUÇÃO:

    a) Território não é uma simples categorização administrativa. ITEM INCORRETO.

    b) No caso de nações sem um Estado constituído, como é o caso dos curdos, há território sem estado nacional.

    ITEM INCORRETO.

    c) O termo “território” abrange uma concepção que vai além dos aspectos naturais (geológicos,

    geomorfológicos e hidrográficos, por exemplo), tendo em vista que privilegia as relações de poder

    estabelecidas no espaço. Território, portanto, não é apenas um conceito geográfico, mas, sobretudo, um

    conceito jurídico, o que o torna, segundo a tradicional geografia política, mais amplo que o mero espaço

    geográfico. ITEM INCORRETO.

    d) ITEM CORRETO.

    e) O território NÃO é definido pela apreciação estética do espaço. ITEM INCORRETO.

    Resposta: D

    15. (IDECAN - Colégio Pedro II - 2015)

    Leia atentamente os textos a seguir.

    Texto I

    Diversamente do substrato, os territórios não são matéria tangível, palpável, mas, sim, “campos de força” (Souza,

    1995:97), que só existem enquanto durarem as relações sociais das quais eles são projeções espacializadas. O

    verdadeiro Leitmotiv do conceito de território é político, e não econômico ou (...) cultural‐simbólico.

    (SOUZA, Marcelo Lopes. Os conceitos fundamentais da pesquisa socioespacial, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013, p. 89.)

    Texto II

    “Na maior parte de sua superfície, o território brasileiro é constituído por um vasto tabuleiro de rochas antigas,

    alteado a este e que se inclina docemente, a oeste, na direção das planícies centrais do continente.”

    (LE LANNOU, Maurice. Brasil Publicações Europa‐América, 1957, p. 12.)

    Tendo por base o quadro teórico apresentado no texto I, pode‐se fazer a seguinte observação sobre o uso da

    palavra território no texto II.

    a) Toda relação de poder é referenciada num espaço que lhe dá suporte.

    b) Não foram consideradas as relações simbólicas construídas sobre o espaço.

    c) A noção de território confunde‐se com a de substrato espacial material.

    d) O território está associado à ideia de riqueza e potencial econômico.

    RESOLUÇÃO:

    Os trechos apresentados apresentam duas abordagens distintas usando um mesmo termo: território de acordo

    com a abordagem da Geografia Política clássica e território como substrato espacial material.

    Resposta: C

    16. (COTEC - Prefeitura de São Francisco/MG - 2020)

    É uma instituição formada por povo, território e governo. Representa, portanto, um conjunto de instituições

    públicas que administra um território, procurando atender os anseios e interesses de sua população. Espaço

    soberano reconhecido internacionalmente.

    Limites bem definidos ou não muito claros. As fronteiras podem variar de acordo com o espaço em análise. O

    espaço geográfico apropriado é delimitado por relações de soberania e poder.

    Disponível em: http://revista.fct.unesp.br/index.php/geografiaematos/issue/view/421/showToc. Acesso em: 5 fev. 2020.

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/idecanhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/colegio-pedro-iihttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cotechttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-sao-francisco-mg

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    Os conceitos aos quais os parágrafos se referem são, respectivamente:

    a) Nação – território.

    b) Governo – espaço.

    c) País – nação.

    d) Nação – lugar.

    e) Governo – território.

    RESOLUÇÃO:

    Se formos rígidos, esta questão não apresentaria gabarito, já que o que é formado por um povo, território e

    governo, o que é levantado no texto I, seria um Estado. Não há nenhuma alternativa com esta opção, porém.

    Se fôssemos um pouquinho mais flexíveis, poderíamos aceitar que estes elementos constituem um país. A

    alternativa não estaria errada. Ficaríamos assim, a princípio, com a alternativa C. Ocorre, porém, que o texto II

    apresenta claramente uma definição de território.

    Assim, como não há dúvida de que o texto II fala sobre território, precisamos escolher nossa resposta, na verdade,

    entre as alternativas A e E.

    A alternativa E não pode ser, já que governo seria apenas um dos elementos dessa instituição citada no texto I.

    Resta-nos assim como gabarito, portanto, a alternativa A – ainda que a definição apresentada não seja a melhor

    quando falamos sobre nação.

    Resposta: A

    17. (CESPE/CEBRASPE - SEPLAG/DF - 2008)

    Como toda ciência, a Geografia possui alguns conceitos-chave capazes de sintetizarem a sua objetivação, isto é, o

    ângulo que confere à Geografia a sua identidade e sua autonomia relativa no âmbito das ciências sociais. Como

    ciência social, a Geografia tem como objeto de estudo a sociedade, que, no entanto, é objetivada via cinco

    conceitos-chave que guardam entre si forte grau de parentesco, pois todos se referem à ação humana modelando

    a superfície terrestre: paisagem, região, espaço, lugar e território.

    Considerando o texto acima e suas implicações, julgue o item a seguir.

    A noção de território, carregada de conteúdo político, diz respeito à dimensão daquilo que é visível e produzido

    pelo homem utilizando os elementos naturais, como no caso da construção de um espaço agrícola moderno.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    A noção de território, carregada de conteúdo político, NÃO diz respeito à dimensão daquilo que é visível, já que

    trata sobre relações de poder, instituições políticas e soberania, por exemplo.

    Resposta: Errado

    18. (FUNDATEC - Prefeitura de Cordilheira Alta/SC - 2019)

    Qual é o organismo político máximo de uma sociedade, a base de qualquer organização social?

    a) Espaço.

    b) Estado.

    c) Nação.

    d) Poder.

    e) Território.

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspehttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/seplag-dfhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundatechttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cordilheira-alta-sc

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    RESOLUÇÃO:

    O ESTADO é uma definição de ordem jurídica, já que abarca o conjunto de instituições que controlam e

    administram uma nação ou país e o seu ordenamento jurídico.

    Ao abrangerem um caráter mais subjetivo e humano, as nações antecedem a própria criação de um Estado, que é

    uma definição de ordem jurídica, já que abarca o conjunto de instituições que controlam e administram um país.

    Um Estado, inclusive, pode ser formado por diversas nações, assim como uma nação pode estar dividida em

    diversos Estados. Os dois conceitos, portanto, não se confundem e nem sempre coincidem em um mesmo

    espaço.

    Resposta: B

    19. (CESPE/CEBRASPE - Instituto Rio Branco - 2018)

    Acerca dos diferentes tratamentos do conceito de território na geografia, julgue (C ou E) o item a seguir.

    Questões de consciência e de representação do espaço foram elaboradas e assimiladas, ao largo dos séculos XIX

    e XX, para a definição concreta e imaginária do território como fundamento de soberania do Estado nação.

    ( ) Certo ( ) Errado

    RESOLUÇÃO:

    Nos últimos séculos, vários teóricos se debruçaram sobre a questão do território, criando uma consciência de que

    este espaço, dentre outras possibilidades, fundamenta a soberania do Estado-nação.

    Resposta: Certo

    20. (CS-UFG - Prefeitura de Goiânia/GO - 2016)

    A Geografia mobiliza diferentes categorias para a análise do espaço geográfico, dentre as quais destaca-se o

    território. Raffestin e Souza são exemplos de autores que contribuem com o debate sobre essa categoria. Como

    elementos comuns à problemática apresentada por esses autores está a compreensão de território como

    a) área geográfica ocupada por uma população de uma mesma espécie, em um mesmo intervalo de tempo.

    b) limite físico determinado pela jurisprudência estatal, no qual o Estado exerce soberania.

    c) espaço produzido pelos homens, mediante relações sociais arquitetadas por e a partir de relações de poder.

    d) porção do espaço ocupado por uma população, que possui os mesmos hábitos culturais.

    RESOLUÇÃO:

    a) No território brasileiro, por exemplo, há pessoas, obviamente, mas também animais das mais variadas

    espécies. A propósito, estes animais também contribuem para a forma como nós, seres humanos, nos

    relacionamos com o território. ITEM INCORRETO.

    b) O território não é apenas um espaço físico, mas também imaginário. ITEM INCORRETO.

    c) ITEM CORRETO.

    d) O território brasileiro é um exemplo de que populações com variados hábitos culturais podem compartilhar

    um mesmo espaço territorial. ITEM INCORRETO.

    Resposta: C

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    21. (IDECAN - Prefeitura de Cariacica/ES - 2016)

    A Convenção de Montenegro Bay delimita três regiões sobre as quais o país tem direitos: mar territorial, zona

    contígua e zona econômica exclusiva. De acordo com o exposto, relacione adequadamente as regiões às suas

    respectivas características.

    1. Mar territorial.

    2. Zona contígua.

    3. Zona econômica exclusiva.

    ( ) Compreende uma faixa que se estende até 200 milhas náuticas, a partir do litoral, em que o Brasil exerce

    soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, das águas

    do mar e subsolo, para fins econômicos e de investigação científica.

    ( ) Compreende uma faixa de 12 milhas náuticas de largura, a partir do litoral continental e insular. O Brasil tem

    soberania sobre essa faixa oceânica e o espaço aéreo correspondente, que são acrescidos ao território

    continental.

    ( ) Abrange uma faixa de mais de 12 milhas a partir do limite do mar territorial. Nela, o país pode fiscalizar

    navios e reprimir infrações cometidas de acordo com as leis brasileiras.

    A sequência está correta em

    a) 3 , 2 , 1.

    b) 3, 1 , 2.

    c) 2, 1 , 3 .

    d) 1 , 2 , 3.

    RESOLUÇÃO:

    Zona econômica exclusiva - Compreende uma faixa que se estende até 200 milhas náuticas, além do mar

    territorial, em que o Brasil exerce soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos

    recursos naturais, das águas do mar e subsolo, para fins econômicos e de investigação científica.

    Mar territorial – Compreende uma faixa de 12 milhas náuticas de largura, a partir do litoral continental e insular. O

    Brasil tem soberania sobre essa faixa oceânica e o espaço aéreo correspondente, que são acrescidos ao território

    continental.

    Zona contígua - Abrange uma faixa de mais de 12 milhas a partir do limite do mar territorial. Nela, o país pode

    fiscalizar navios e reprimir infrações cometidas de acordo com as leis brasileiras.

    Resposta: B

    22. (FGV - IBGE - 2016)

    Observe a figura abaixo:

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/idecanhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cariacica-eshttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fgvhttps://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/ibge

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    Em 4 de janeiro de 1993, o Governo brasileiro sancionou a Lei nº 8.617, que tornou os limites marítimos brasileiros

    coincidentes com os limites preconizados pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) em

    1982.

    De acordo com a legislação brasileira, a faixa de 12 milhas marítimas e a faixa que se estende das doze às duzentas

    milhas marítimas, indicadas na figura acima, são denominadas, respectivamente:

    a) território nacional estendido e alto mar;

    b) zona franca internacional e região do pré-sal;

    c) território nacional contíguo e Amazônia azul;

    d) mar territorial e zona econômica exclusiva;

    e) mar de soberania nacional e zona abissal.

    RESOLUÇÃO:

    Mar territorial – Compreende uma faixa de 12 milhas náuticas de largura, a partir do litoral continental e insular. O

    Brasil tem soberania sobre essa faixa oceânica e o espaço aéreo correspondente, que são acrescidos ao território

    continental.

    Zona econômica exclusiva - Compreende uma faixa que se estende até 200 milhas náuticas, além do mar

    territorial, em que o Brasil exerce soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos

    recursos naturais, das águas do mar e subsolo, para fins econômicos e de investigação científica.

    Resposta: D

    23. (CEPERJ - SEDUC/RJ - 2013)

    BRASIL REIVINDICA EXTENSÃO MAIOR DA AMAZÔNIA AZUL

    Um território pouco explorado, rico em biodiversidade e recursos naturais. Um mundo submarino com vastas

    reservas de ouro, diamante, fosfatos, cobalto, entre outras riquezas repousam nesse local. É a Amazônia Azul,

    assim batizada pela Marinha Brasileira. São 3,5 milhões de quilômetros quadrados, aos quais o Brasil quer somar

    mais 960 mil quilômetros quadrados de área em águas internacionais.

    Para isso, o país pediu em 2004 a extensão de seus direitos sobre a Zona econômica exclusiva, de acordo com a

    Convenção das Nações Unidas Sobre o Direito do Mar. Do total pleiteado, 190 mil quilômetros quadrados não

    foram concedidos pela ONU, que alegou inconsistências