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1 AUDIÊNCIA PÚBLICA DE IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO TERRESTRE E SUBMARINO PARA O TRANSPORTE DE EFLUENTES DOMÉSTICOS EM MARICÁ-RJ LOCAL: Palladon Festas: Rua Dilson Antônio Legentil nº 01 Centro Maricá - RJ. Em 02 de abri de 2014, às 19h. Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Boa noite, boa noite! (Todos responderam boa noite!). Antônio Carlos Gusmão - CECA: Desculpe o microfone estava ruim, né? Então não deu para vocês ouvirem, mas agora está todo mundo ouvindo direitinho. Então novamente, boa noite, meu nome é Antônio Carlos Gusmão, eu sou da Estrutura Ambiental do Estado, Administrativa do Estado, sou Presidente da Comissão Estadual de Controle Ambiental, e sou presidente aqui da Audiência Pública de hoje que nós vamos apresentar, quer dizer, a Secretaria de Estado do Ambiente vai apresentar o Relatório de Impacto Ambiental referente ao projeto de implantação do Emissário Terrestre e Submarino para o transporte de efluentes domésticos em Maricá. Então hoje é a Audiência Pública que faz parte de procedimento de licenciamento ambiental e que a legislação estabelece que quando se pede uma licença ambiental do empreendimento dessa natureza, Emissário Submarino, Terrestre para a movimentação de efluentes domésticos, esse empreendimento deve ser realizado em uma Audiência Pública na parte inicial do licenciamento que é a fase da obtenção da Licença Prévia, é a chamada LP. Então nesse momento aqui, a sociedade presente, as pessoas aqui estão interessadas vão ser apresentado esse Relatório de Impacto Ambiental, que é o RIMA, não é? Eu me lembro que há um tempo atrás eu estive aqui em Maricá também, pra apresentar um licenciamento que era do Emissário lá dos Dutos COMPERJ, não sei se vocês

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AUDIÊNCIA PÚBLICA DE IMPLANTAÇÃO DO EMISSÁRIO TERRESTRE E

SUBMARINO PARA O TRANSPORTE DE EFLUENTES DOMÉSTICOS EM MARICÁ-RJ

LOCAL: Palladon Festas: Rua Dilson Antônio Legentil nº 01 – Centro – Maricá - RJ.

Em 02 de abri de 2014, às 19h.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Boa noite, boa noite!

(Todos responderam boa noite!).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: Desculpe o microfone estava ruim, né? Então não deu

para vocês ouvirem, mas agora está todo mundo ouvindo direitinho.

Então novamente, boa noite, meu nome é Antônio Carlos Gusmão, eu sou da Estrutura

Ambiental do Estado, Administrativa do Estado, sou Presidente da Comissão Estadual de

Controle Ambiental, e sou presidente aqui da Audiência Pública de hoje que nós vamos

apresentar, quer dizer, a Secretaria de Estado do Ambiente vai apresentar o Relatório de

Impacto Ambiental referente ao projeto de implantação do Emissário Terrestre e

Submarino para o transporte de efluentes domésticos em Maricá.

Então hoje é a Audiência Pública que faz parte de procedimento de licenciamento

ambiental e que a legislação estabelece que quando se pede uma licença ambiental do

empreendimento dessa natureza, Emissário Submarino, Terrestre para a movimentação

de efluentes domésticos, esse empreendimento deve ser realizado em uma Audiência

Pública na parte inicial do licenciamento que é a fase da obtenção da Licença Prévia, é a

chamada LP.

Então nesse momento aqui, a sociedade presente, as pessoas aqui estão interessadas

vão ser apresentado esse Relatório de Impacto Ambiental, que é o RIMA, não é?

Eu me lembro que há um tempo atrás eu estive aqui em Maricá também, pra apresentar

um licenciamento que era do Emissário lá dos Dutos COMPERJ, não sei se vocês

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estavam presentes, me lembro de algumas pessoas que estavam aqui, e que se

manifestaram aqui, não é esse empreendimento aqui, então os efluentes domésticos de

Maricá, mas fico muito feliz de estar de volta aqui, no ambiente tão agradável aqui, com

as pessoas participando, atuando, presentes, interessadas nas questões ambientais aqui,

que envolve o Município. Muitas pessoas eu já conhecia aqui, nosso Secretário presente,

pessoas, eu não sei se tem alguém do Ministério Público, presente, tem alguém do

Ministério Público presente aqui na Audiência? Se tiver depois a gente, né convida para

participar aqui da mesa.

Então, aqui presente na mesa, está minha colega Denise, Denise Flores, que é Analista

Ambiental do INEA, Denise é muito querida aqui no município, às pessoas aplaudiram de

forma espontânea, não é isso? E aqui temos também o nosso colega Paulo que é do

INEA, da CECA e é secretário, meu colega da CECA, vai ser o secretário da Audiência e

o presidente aqui que é o Gusmão, (aplausos) muito obrigado!

E na mesa ali dos empreendedores nós vamos convidar os colegas da Secretaria e da

empresa que elaborou o Estudo de Impacto e quem está presente na Audiência para

explicar pra você as perguntas que vão ser feitas, quer dizer a dinâmica da Audiência

inicialmente, a Denise apresenta, como é que esse empreendimento tramitou no INEA, a

tramitação desde o início do pedido de licenciamento em seguida a Secretaria apresenta

o projeto e depois a empresa que elaborou o EIA-RIMA, vai apresentar o RIMA aqui pra

vocês, depois disso, inicia-se então a fase de debates e vocês durante as apresentações

vão colocando as perguntas que vocês querem fazer aqui no folheto que está em anexo,

com o folheto maior, que apresenta o empreendimento. Aí as perguntas vão chegando,

quem quiser fazer o uso da palavra pode fazer se inscreve, enfim, o objetivo é sair daqui,

com as informações, com as dúvidas, com os esclarecimentos decorrentes desse pedido

de licenciamento, após a Audiência, hoje é dia dois de abril, nós temos ainda dez dias

para recebimento de sugestões, considerações, contribuições, decorrentes ainda da

Audiência de hoje, certo?

Então eu convido para formar a mesa dos empreendedores, o professor Antônio da Hora,

a colega Márcia Panna que elaborou o RIMA e todas as pessoas que podem participar,

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de responder aqui os questionamentos que serão feitos nas fases dos debates, palmas

também para mesa, (aplausos) são pessoas muito queridas também aqui no município

não é, tá certo? Então esses colegas e que vão tirar as dúvidas depois das

apresentações.

Então a Audiência é dividida em duas fases, a fase inicial é as apresentações e na

sequência os questionamentos e fase dos debates, tá certo? (Alguém fala ao fundo).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Inscrição verbal, vocês podem se inscrever ali na

mesa, vai ter uma pessoa recolhendo e tá certo? (Alguém fala ao fundo).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Assim pode se inscrever lá, dar o nome ou então vai

alguém aí, nosso secretário Luiz Carlos, vai pegar, vai leva uma folhinha de papel e então

recolhe o nome das pessoas, importante é a gente ter todas as contribuições, não é isso?

Então vamos!

Nós temos autoridades e pessoas presentes também que eu recebi a lista agora, peço

desculpa, a nossa colega Luciana Andrade, cadê a Luciana? Secretária de Maricá,

(aplausos). Muito obrigada Luciana, senta aqui, faz parte aqui da mesa, por favor.

Temos também Secretário de Turismo Amauri, é isso? Cadê o Amauri, hein? O Secretário

do Ambiente, tá ali o Thiago, Thiago, vem fazer parte da mesa com a gente Thiago, você

é o anfitrião, mais palmas para o Thiago, Sérgio Mesquita, que é o Secretário de Cultura,

cadê o Sérgio? Muito obrigado pela presença, palmas para o Sérgio, Rafael de Freitas de

Ações, a Secretaria do Rafael de Freitas, é Rafael, quem é Rafael, colega, Rafael de

Freitas, quem é? (Alguém fala ao fundo).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Ah, tá certo Secretaria dos Idosos, não é isso? Muito

obrigado.

Então conforme as pessoas forem chegando, né, nós vamos preenchendo aqui a lista e

vamos apresentando que depois, faz parte da nossa Ata.

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Essa Audiência, ela tem uma Ata sucinta e essa Ata é colocada então depois na página

do INEA, da Secretaria além dessa Ata sucinta existe a transcrição dessa Audiência,

vocês estão vendo que está sendo gravada e todas as informações, as intervenções

devem ser feitas no microfone para gravar e depois há uma transcrição da Ata que é

anexada ao processo também, está certo?

Então inicialmente vai ser o INEA, depois a Secretaria, depois quem fez o RIMA e depois

abre para os debates, e nós vamos agora executar o Hino Nacional, que já está prontinho

aqui para a execução.

Execução do Hino Nacional!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos iniciar a Audiência com a apresentação

da equipe do INEA, representada aqui pela Analista Ambiental Denise Flores que compõe

o grupo de trabalho que está analisando este Estudo de Impacto Ambiental apresentado.

Denise Flores – Analista Ambiental do INEA: - Boa noite, eu estou aqui representando

o grupo de trabalho de análise do EIA, do INEA.

O objetivo dessa Audiência é divulgar informações, recolher as opiniões, críticas da

população, de modo a participar maior quanto ao licenciamento ambiental. O

requerimento de licença foi feito em 30 de abril de 2013, por meio do processo E-

07/002.5901/2013. Pelas características da atividade e a legislação ambiental vigente, foi

nomeado grupo de trabalho pela Portaria INEA n° 453/2013 para os procedimentos do

Estudo de Impacto Ambiental.

Em três de julho foi emitida uma notificação para apresentação do Estudo e seu

respectivo Relatório de Impacto Ambiental conforme Instrução Técnica específica n°

16/2013. A Instrução Técnica é um documento que o grupo de trabalho elabora para

nortear os estudos, ele fica disponível no site do INEA para consulta também da

população.

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Em dezessete de dezembro foi emitida notificação concedendo o aceite do EIA para fins

de análise. Isso quer dizer que o EIA contemplava todos os itens que estavam na

Instrução Técnica, aí o grupo de trabalho, de trabalho aceita e então começa a análise,

ele é distribuído para vários órgãos.

Em vinte de dezembro de foi publicado no Diário Oficial e em três outros jornais o Aceite,

em vinte e quatro de fevereiro foi publicado no DO, no Diário Oficial a Deliberação da

CECA autorizando a convocação para Audiência Pública que foi agendada para hoje.

O EIA-RIMA foi entregue nos seguintes órgãos: Prefeitura Municipal de Maricá, Câmara

Municipal de Maricá, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Assembleia

Legislativa do Estado, no IPHAN, no IBAMA, e na CECA.

Esse é o grupo de trabalho que foi nomeado, ele é composto de vários profissionais, de

várias áreas e além das manifestações apresentadas hoje aqui nos debates, ainda temos

dez dias para receber manifestações, vocês podem enviar essas manifestações para o

INEA, ali naquele endereço ou para a CECA, que está ali o endereço e tem os e-mails

também, se preferirem mandar e-mails também estejam à vontade, boa noite!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então obrigado Denise, esses endereços que a

Denise mencionou ali na transparência eles constam no verso do folheto que foi

distribuído. Então para iniciar as apresentações da parte técnica, convido o representante

da Secretaria, o professor Antônio da Hora para apresentar o projeto que nós vamos

discutir aqui, muito obrigado.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Boa noite, nós

somos da Secretaria de Estado Ambiente e é com satisfação que eu vejo que um ano

depois que eu dei entrada no projeto, nós já chegamos aqui, praticamente um ano, foi em

abril que deu entrada ao processo de licenciamento, mas o importante disso, e que já

tivemos várias vezes aqui antes mostrando que a Secretaria, vou fazer uma rápida

introdução, a Secretaria ela fez como linha do Governo do Estado um projeto para

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saneamento de todo o Município de Maricá, todo ele e à medida em que se vai

conseguindo recursos vai se implantando bairro a bairro, mas a linha mestre é que todo o

sistema de esgotamento sanitário ele não mais seria lançado como é lançado hoje sem

tratamento inaladores, seria lançado no Emissário e esse Emissário objeto deste estudo

hoje, desse, dessa Audiência Pública hoje, vai abranger todo o sistema de esgotamento

sanitário de Maricá e não, por favor, é o esgotamento, apenas o esgotamento sanitário,

não tem nada a ver com Petrobrás, com o sistema Petrobrás, foi feito, é o esgotamento

sanitário de Maricá, aí inclui Itaipuaçu, centro, todos os bairros, apesas de os bairros vão

ser, estão sendo paulatinamente à medida que se consegue recurso implantado, a linha

mestre depois do tratamento final é o Emissário, esse Emissário que é o objeto desse

detalhamento, e pra esse detalhamento eu vou pedir, passar para o Miguel fazer um

detalhamento, é da parte do projeto e depois do grupo da ambiental do EIA-RIMA,

detalhar o EIA-RIMA, obrigado.(aplausos).

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Boa noite, senhoras e senhores, eu sou

o engenheiro Miguel Figueiredo que juntamento com o engenheiro João Cassar, vamos

apresentar o projeto de esgotamento sanitário de Maricá, onde se inseri o efluente, o

Emissário Terrestre, o Emissário Submarino.

A elaboração do projeto foi pela COHIDRO Consultoria Estudos e Projetos e o

empreendedor foi o Governo do Estado do Rio de Janeiro, atráves da Secretaria de

Estado do Ambiente.

A COHIDRO foi constituída em janeiro de mil novecentos e noventa e um ( 01/1991) por

seleto grupo de engenheiros egressos de tradicionais empresas de consultoria da época.

Tem sua experiência galgada em estudos, projetos e serviços de engenharia. Alô, alô!

(problemas com o microfone).

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Cabendo destacar a atuação em projetos

relacionados à Hidráulica, Hidrologia, Saneamento, Irrigação e Drenagem, Meio

Ambiente, Desenvolvimento Institucional e Organizacional, nos seus diversos estágios,

desde planos diretores até supervisão e gerenciamento de empreendimentos.

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Maricá hoje observa seu Sistema Lagunar ser deteriorado lentamente recebendo mais de

trezentos e sessenta mil litros por hora de esgoto in natura em suas lagoas.

A implantação do Sistema de esgotamento de Maricá, com o Emissário Submarino, vem

salvar a Lagoa de Maricá que, por ser muito rasa e com enorme dificuldade de renovação

de suas águas, não possui a capacidade de depuração suficiente para digerir essa carga

poluidora. Dessa forma em pouco tempo o Sistema Lagunar estará deteriorado em curto

período. Precisamos unir nossas ações no sentido de salvar as lagoas de Maricá. E foi

com esse objetivo que a Secretaria de Estado do Ambiente utilizou parte da contrapartida

ambiental do COMPERJ para implantar a Rede Coletora, a Estação de Tratamento e o

Emissário de Maricá.

Maricá fica localizado cerca de quarenta e cinco quilometros de Niterói e vinte e seis

quilometros de Itaboraí, bem como os municípios vizinhos, é Rio Bonito, Magé,

Saquarema e mais acima Tanguá.

Hoje Maricá é dividido em quatro distritos, Primeiro Distrito Maricá sede, o segundo

distrito, distrito de Ponta Negra, o terceiro distrito Inoã e Utaipuaçu o quarto distrito. Esse

projeto que hoje estamos tratando ele cuida somente do Primeiro Distrito de Maricá,

distrito sede, os demais distritos serão tratados em outro projeto.

E aqui, a gente apresenta os setores censitários do IBGE relativos ao Primeiro Distrito, de

onde foi tirada a população de projeto, a população que será atendida pelo projeto, nós

utilizamos dados do IBGE do censo de setenta, oitenta, noventa e um a contagem de

noventa e seis, dois mil, o censo de dois mil e a contagem de dois mil e sete, esse projeto

foi elaborado em dois mil e nove, nós não tínhamos ainda nessa ocasião o censo de dois

mil e dez.

Com bases nesses dados coletados dessa, dessas diversos, desses diversos censos a

gente traçou uma curva matemática que definiu a evolução dessa população para um

horizonte de vinte anos, quer dizer um projeto está sendo feito para um horizonte de vinte

anos, vai atender Maricá até vinte anos, que é o ano de dois mil e nove (2009), não dois

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mil e vinte nove (2029), segundo aqueles setores a população cresceu de dois mil a dois

mil e nove nessa magnitude chegando a dois mil e nove com cento e vinte três mil

habitantes.

Aplicando-se a taxa de crescimento de dois mil e dez (2010) a dois mil e vinte nove (2029)

através da fórmula matemática, a gente chega aqui em dois mil e quatorze que é o ano de

hoje cerca de cento e quarenta mil habitantes e dois mil e vinte nove (2029) que é o ano

horizonte do projeto duzentos e trinta e seis mil habitantes, isso a população total do

município, daqui através dos setores censitários a gente chega à população urbana, a

população do Primeiro Distrito todo e aqui a população de projetos, aqui no Primeiro

Distrito tem zonas rurais, tem zonas que não são urbanas, onde não tem o que coletar de

esgoto. Isso conclui que a população de projeto em dois mil e vinte nove (2029) desse

projeto, é de cerca de sessenta mil habitantes, esse projeto foi feito pra atender sessenta

mil habitantes, que é a população urbana do Primeiro Distrito de Maricá.

Aqui são alguns dados utilizados no projeto, a população em dois mil e dez (2010), que foi

o primeiro ano, é, é, de projeto, vinte nove mil e setecentos população atendidos em fim

de plano, cinquenta e nove mil, o consumo per capto utilizado e definido em norma de

engenharia, duzentos litros por habitante, o projeto total contempla duzentos quilômetros

de rede, quinze mil ligações domiciliares, dezenove elevatórias de esgoto, uma estação

de tratamento além do Emissário Terrestre e do Emissário Submarino.

O Emissário Terrestre ele vai ser de PVC DeFoFo, é um PVC especial para pressão, que

suporta pressão hidráulica e é resistente a agressividade do esgoto, diâmetro de

quatrocentos milímetros vaie ter uma extensão de três, vírgula oito quilômetros. O

Emissário Submarino é um polietileno de alta densidade, que é um material próprio para

ser utilizado em esgoto, em ambiente submarino, também em quatrocentos milímetros

numa extensão de quatro quilômetros do mar adentro, ou seja, nosso Emissário ele tem

quatro quilômetros de extensão.

Essa aí é a região urbana de Maricá, ou seja, um cinturão entorno da Lagoa de Maricá, se

concentra a população urbana de Maricá. Os bairros contemplados, Centro Itapeba,

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Araçatiba, Jacaroá, é a Barra de Maricá, São José do Imbassaí e um pequeno pedaço alí

de Pedra de Inoã e a gente ainda coleta os condomínios Elisa e mais dois condomínios

que teem aqui e já tem rede de esgoto, que vão ser somente ligado no sistema, que hoje

contribui para a Lagoa.

O sistema projetado é mais ou menos esse aqui, nós temos três bacias de contribuição, o

que é uma bacia de contribuição? Uma bacia de contribuição é uma área topográfica que

concorre para um único ponto baixo, ou seja, quando chove concorre para aquele ponto,

nós temos três bacias definidas aqui, a bacia A que é a parte do Grande Centro, vai de

Araçatiba até Itapeba, a bacia B que é a Pedra de Inoã e São Jose do Imbassaí e a Bacia

C que é a Barra de Maricá, ou seja, cada bacia contribui para um ponto.

Bem no centro da população foi estalada a ETE a Estação de Tratamento para encurtar

distâncias e diminuir volume, então essa estação ela vai coletar esgoto e Pedra de Inoã,

em São José do Imbassaí, de Itapeba, da Barra de Maricá, tudo vai ser tratado naquela

estação de tratamento.

A configuração da rede coletora é mais ou menos isso que tá aí, a rede coletora ela

coleta, em cada rua, em cada domicílio, transporta até uma elevatória num ponto baixo

que bombeia para um ponto alto que depois desce com gravidade e assim por diante até

chegar na estação de tratamento, da mesma forma a Barra de Maricá, coleta seus

esgotos bombeia para um ponto alto, que vai para uma outra elevatória e assim por diante

até chegar na estação de tratamento de esgoto. Esse é um sistema de tratamento de

esgoto convencional é o que se utiliza de uma forma geral.

Na estação de tratamento de esgoto, após tratado, vai separar a parte sólida da parte

líquida, a parte sólida que nós chamamos de lodo ele vai ser desidratado através de

centrífugas e esse material desidratado, ou seja, completamente sem água, seco, parece

até uma areia, vai para aterro sanitário e a parte líquida desse tratamento que é de um

esgoto já tratado, é bombeado até um ponto alto aqui ao lado da, da Estrada da, da como

é, esqueci o nome, Boqueirão, estrada do Boqueirão. Aqui vai ter uma caixa de passagem

que vai receber esse efluente líquido, nós já não estamos cuidando de esgoto, já estamos

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cuidando de efluente líquido, essa caixa de passagem que está num ponto alto onde vai

partir o Emissário Terrestre, o Emissário Terrestre vai percorrer aqui pela Ivan Mundin

pela estrada do Boqueirão até a praia aqui na Rua Zero, aqui vai haver uma caixa de

transição que vai fazer a transição do Emissário Terrestre pro Emissário Submarino. O

Emissário Submarino terá quatro quilômetros e nos extremos será o dispersor, que é um

tubo de expostos de uma forma específica que vai espalhar esse esgoto, vai aspergir ele

no fundo do, já no mar.

Emissário Submarino é uma tubulação utilizada para lançamento de esgotos sanitários ou

industriais no mar, no nosso caso somente esgoto doméstico, aproveitando-se a elevada

capacidade de autodepuração das águas marinhas que promovem a diluição, a dispersão

e redução de cargas poluentes. O uso de Emissário Submarino é o que há de mais

moderno no mundo para lançamento de esgotos doméstico e industrial, na maioria dos

países o esgoto é lançado pelo Emissário sem nenhum tratamento, vou repetir, na maioria

dos países o esgoto é lançado no Emissário sem nenhum tratamento. Em Maricá os

esgotos terão tratamento preliminar, desarenação e tratamento primário antes de ser

lançado no Emissário, que dizer Maricá ainda tem um Plush. O lodo resultante do

tratamento será desidratado por centrifugas e utilizado em aterros sanitários sem nenhum

problema para o meio ambiente, ele está totalmente desidratado.

No Brasil, existem algumas dezenas de Emissários Submarinos e Subfluviais, entre os

quais a gente pode destacar aqui: Ipanema, Barra da Tijuca, Rio das Ostras e Icaraí no

Rio de Janeiro, Fortaleza no Ceará, Maceió em Alagoas, Aracaju em Sergipe, Salvador na

Bahia, Vitória no Espírito Santo, Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande, em São

Paulo, e ainda temos os Emissários Subfluviais, que são Emissário em rios, que tem em

Manaus, no Amazonas, e Belém do Pará.

O Emissário Submarino ele fica localizado na esquina da rua Zero, quem é de Maricá

deve conhecer com a Beira Mar, onde será instalada aqui a Caixa de Transição que vai

pegar o Emissário Terrestre tranformar em Emissário Submarino e vai em direção ao mar.

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Esse é um esquema típico de um Emissário Submarino. O Emissário Submarino terá

quatro quilômetros de extensão total. O trecho inicial sob a zona de arrebentação, zona

de arrebentação é a zona das ondas, onde bate as ondas, nesse trecho terá duzentos e

dez metros e será instalado a dez metros de profundidade, não é profundidade da água

não, profundidade da terra, vai estar enterrado na ordem de dez metros, como está no

desenho aqui, e só vai aparecer lá na frente. Os tubos serão de concreto armado com

ponta e bolsa, e são específicos para essa, para essa aplicação, não é um concreto

armado comum, é um concreto com aditivo, ele é feito especificamente para ambiente

agressivo e ambiente onde não pode falhar.

A localização do Emissário a gente pode ver aqui numa figura do Google, né, a rua Zero,

caminhando lá pela Ivan Mundin, vem na rua Zero quatro quilômetros mar adentro. É isso

aqui é pra gente ter uma ideia da profundidade, esses númeroszinhos aqui, são a

profundidade do mar, no ponto onde vai ser lançado é uma profundidade superior a trinta

e dois metros, uma profundidade superior a trinta e dois metros, é uma capacidade de

depuração excelente!

Após a zona de arrebentação o Emissário será em tubo de polietileno de alta densidade

de parede perfilada, esse tudo aqui oh, é um tubo apropriado para essa finalidade, e ele

será instalado no barro encorado no contrapeso de concreto, é bem semelhante a esse

que está aqui, ele vai ter uma série de anéis de concreto ancorando ele no fundo do mar,

depois da arrebentação, na arrebentação ele passa com dez metros de profundidade.

Vou chamar aqui agora, o engenheiro João Cassar, para falar da parte do Emissário

especificamente, obrigado, boa noite para todos. (aplausos).

João Cassar - Engenheiro - COHIDRO: - Boa noite, senhora e senhores, como ele falou

meu nome é João cassar, eu trabalho aqui numa empresa especializada nessa área de

modelagem que é a AQUAMODELO, temos já vinte anos de mercado e com experiência

no Brasil todo, inclusive no exterior. Então, para gente prever como que vai ser o

funcionamento do Emissário Submarino, né, após o seu início de, e com lançamento de

efluentes tratados a gente aplicou esse modelo, com modelos matemáticos, tá,

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computacionais. É esse modelo aqui, essa primeira figura aqui mostra toda a região que

foi modelada e vem desde Ponta Negra até depois das ilhas aqui de Maricá já mais perto

de Itaipuaçu. Essa linha central aqui é justamente ao Emissário Submarino. Então em

cada ponto, em cada quadradinho desse aqui, a gente dá nove pontos de profundidade,

rugosidade fundo, que e pra passar para o computador como que é toda a topografia de

fundo, a batimetria do fundo do mar aqui dessa, da região, então essa figura mostras as

profundidades, as cores mostram as profundidades, aqui chega mais de cinquenta

metros, aqui tá, o Emissário tá um pouco mais de trinta metros de profundidade.

Ali já uma pequena figura já com as correntes, é pra, então a primeira etapa foi

construída, essa malha computacional, foi feita a simulação pra, de como são as

correntes da hidrodinâmica local, e foram feitas medições de campo, foram instalados um

ADCP de correntes e ondas no local, isso é muito importante porque a gente pode calibrar

o modelo, significa o seguinte, que a gente pode verificar que o modelo está simulando, é

coerente, tá compatível que ocorre realmente na natureza, tá, não é só um estudo

acadêmico, a gente teve dados de campo para poder fazer isso, é depois pro campo

próximo, que a gente chama que é a região, a região logo em volta, muito próxima do

dispersor, que são o dispersor são os furos onde que o efluente vai ser lançado no mar,

ali ela sai com uma certa velocidade, de propósito, para poder, ele faz uma mistura rápida

com água ali naquela região mais próxima e depois com a, ele vai ser carreado pelas

correntes oceânicas, tá, que aí a gente já usou o segundo modelo que é o Sisbahia, que é

o modelo desenvolvido na COP já utilizado já há muitos anos no Brasil inteiro, já bastante

conceituado, tá na sua utilização.

Essas duas figuras aqui elas mostram o modelo hodrodinâmico, as correntes como elas

são, são típicas de Sizígia e Quadratura, é Sizígia e quando nós estamos na lua nova, lua

cheia, que a amplitude da maré, ela é maior, então ela gera correntes maiores também e

a quadratura que é na lua nova, o desculpa, na lua crescente minguante, que você tem a

amplitude menor da maré, então as correntes são mais fracas. Então aqui a gente tem,

aqui tem uma amplitude, dá pra sentir, são setinhas vindo de leste pra oeste e mostrando

a correnteza, a correnteza que basicamente, mostrado tanto no modelo, tanto na medição

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ela se processa paralela à Costa, então conforme o ciclo da maré a parte da maré ou ela

vai de leste para oeste ou de oeste parar leste, então as duas figuras aqui, pode passar.

Esse daqui já é o modelo, tá, de dispersão de efluentes, então com base do modelo de

hidrodinâmico, a gente roda o modelo de qualidade de água pra ver como que essa pluma

dos efluentes vão ser carreadas pela maré. Aquela primeira figura do lado esquerdo, ela,

lado esquerdo meu, é, lado esquerdo de vocês também é o tipo de maré de Sizígia, quer

dizer que amplitude é maior, as correntes são maiores e mostrando a corrente vindo de

leste para oeste, tá. E aqui é uma maré de quadratura que as correntes são menores,

também com a corrente de leste para oeste, aí o que se vê é seguinte, as correntes

maiores você, a pluma ela tem uma extensão maior, mas ela tá mais diluída. E na maré

de quadratura a pluma fica menor, mais redonda, mais em compensação fica um pouco

mais concentrado, né, mas de qualquer forma é uma compesação muito baixa, a gente

tem que lembar o seguinte, o, a vazão projetada em torno de cinquenta litros, mais um

final, um pouco mais de cinquenta litros por segundo, numa profundidade de mais de

trinta metros, é em comparação, por exemplo, com Ipanema, Ipanema a gente tem

quatro, cinco metros cúbicos por segundo, quer dizer, é uma vazão mais de cem vezes

maior, não existe tratamento primário e você reduz boa parte da carga orgânica, quer

dizer a maioria da carga orgânica que você, nessa estação de tratamento, você, é

retirado, Ipanema não existe isso, é apenas um gradiamento, tá, e a distância da Costa é

mais ou menos a mesma, até um pouco menor pra Ipanema, pode passar.

Aqui são as mesmas figuras só que agora com a corrente vindo de oeste prara leste, tá,

mesmo esquema a área esquerda é de Sizígia e da direita de Quadratura, o que dá

sempre se ver é que a distância da praia é muito grande, aqui são quatro quilômetros, tá,

então o que o modelo nos dá a certeza absoluta, que não tem como chegar esses

efluentes tratados chegar à praia de novo.

Essa daqui é uma animação justamente da pluma de efluentes ao longo da maré, também

para mostrar isso, porque aqui, as duas, as figuras anteriores elas figuras estáticas, essas

aqui não, mostram ao longo de vários ciclos de maré, pra ver como que essa pluma se

comporta em torno do final do dispersor do Emissário. Pode passar a última aqui.

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Bem aqui são as conclusões que nós tivemos em, na modelagem computacional, é que

as concentrações máximas de colifórmicos, tanto fecais, como heterococos no ambiente

marinho, sempre tão dentro, dá, dá, das normas, que é de, entre cem mil, é números mais

prováveis por cem ml, que é o N, NP, no momento de quadratura, tá isso eu já tinha

explicado antes, ocorre uma dispersão menor dessa pluma, essa pluma fica mais

concentrada e numa área menor e na maré de Sizígia essa pluma ela já fica com uma

área maior com uma (inaudível), com uma concentração menor.

É também repetindo também o que já foi dito, essa pluma não tem como chegar à praia,

tá, é uma distância muito grande da praia, as correntes elas se processam mais paralelas

às praias e não em sentido a praia e o ponto de lançamento ta numa pofundidade grande

de trinta metros, e a vazão é pequena, tá, então com certeza pode se falar que o efluente

do Emissário não vai afetar a balneabilidade na praia de Maricá, tá, que tá atendendo a

resolução CONAMA que rege isso aí quatrocentos e trinta de dois mil e onze (430/2011),

que o número sempre está, o número de coliformes fecais está abaixo e mil NP a cerca

de um quilômetro da costa, na verdade a mais de um quilometro da costa no nosso caso.

(aplausos).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Coloca, por favor,

só pra encerrar, que a Márcia que vai fazer essa parte, é apresentar a parte ambiental,

coloca o último aqui, por favor, aliás, o penúltimo, não o penúltimo, acho que é mais fácil,

bom, isso. Vinte dois, mais um, mais um, aí.

Eu te a impressão pra sintetizar e talvez clarear, porque eu mesmo achei que não ficou

claro, a pergun, a forma como o Miguel falou, o projeto de esgotamento sanitário que está

sendo construído agora é para o Centro do Primeiro Distrito, o projeto mais o Emissário é

para a cidade tota, não sei se isso ficou claro pra vocês mais é bom ressaltar, porque

parece ao ela falar, que não ter ficado claro, é porque agora o dinheiro que nós temos

dessa compensação Petrobrás, que tá sendo pago tá construíndo a rede, já temos uma

licitação pronta, que já concluída, que vai começar o restante, uma outra parte da rede,

agora o Emissário é pro município todo e eu tenho a impressão que depois das

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explicações brilhantes do João Cassar aqui, sobre Emissário, Sizígias, quadraturas,

modelo, hidrodinâmica, o importante é isso.

O efluente tá muito, eu diria que tá muito melhor do que tá Ipanema, e melhor inclusive do

que nível de Maricá, da Barra, Barra da Tijuca, cujo o sistema é semelhante, Emissário

após tratamento, só que o volume de esgoto lá é muito maior e a distância semelhante.

Eu peço apara colega Márcia fazer a parte do EIA-RIMA, obrigado mais uma vez.

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Boa noite, meu nome é Márcia Panno, eu faço parte da

empresa responsável pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental respectivo

Relatório de Impacto do Meio Ambiente que foi apresentado como instrumento obrigatório

dentro do sistema de licenciamento ambiental, pode passar, por favor.

A empresa consultora responsável pela elaboração desse estudo de foi Ambiental,

Engenharia e Consultoria, pode passar, por favor.

E aqui eu apresento a equipe técnica responsável pela elaboração do estudo, a maioria

da equipe está presente, é uma equipe multidisciplinar, como determinam as diretrizes

pela elaboração de Estudo de Impacto, nós temos aqui além de mim o geólogo Ivo

Medina, o engenheiro agrônomo Ari Cavedon, o biólogo Bruno Meurer, tá, o engenheiro

João Cassar que também faz parte da nossa equipe, o biólogo Osnir Pereira Filho

responsável pela parte do meio biótico terrestre, e temos também o coordenador da sócio

economia André Limoeiro Rocha e o arqueólogo Rafael Borges Diminicis, né como vocês

podem ver é uma equipe altamente multidisciplinar, pode passar.

Bom, é, a partir das informações do projeto fornecidas pelo empreendedor, a empresa ela

dá inicio a elaboração do estudo, ou seja, da análise daquele projeto, né, entendendo o

meio ambiente que se dará a sua implantação e operação e fazendo a análise dos seus

impactos propondo medidas, né, de mitigação, se for o caso, e programas que

acompanhem, tanto a implantação como a operação desse empreendimento. É o estudo,

faz parte da elaboração do estudo analisar alternativas, né, e aqui nós tivemos duas

alternativas de projeto. A alternativa do nosso estudo é o lançamento através, dos

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esgotos através dos Emissários Terrestes e Submarinos, contendo uma estação de

tratamento, né, a nível primário localizada em Mumbuca, eu acho, ainda é em Mumbuca

Miguel? Eu acho que o bairro mudou concentrando o esgoto das três bacias e nós

teríamos o lançamento do efluente tratado em alto mar através de Emissário Terrestre e

Submarino. Todas as elevatórias, como o Miguel, falou com fluxo de bombeamento

direcionados para a única ETE primária, né. Com a opção de lançamento na Lagoa de

Maricá nós teríamos três estações de tratamento com processo de tratamento a nível

terciário, ETE: um, dois e três, localizadas nas bacias A, B e C, respectivamente. E com

teríamos o lançamento desse efluente tratado diretamente na Lagoa de Maricá. E com as

elevatórias bombeando para a ETES nas subsbacias respectivamente.

No estudo analisando as duas alternativas vocês vão poder ver a isso ao longo da minha

apresentação, ele, apresenta claramente as vantagens da alternativa de Emissário em

relação à Lagoa, até como vocês sabem a Lagoa hoje não está com uma qualidade

ambiental boa, então mesmo, que lançar o efluente mesmo que tratado na Lagoa, nós

não consideramos uma boa opção, devido à sua a baixa profundidade, da sua baixa

capacidade de depuração, tá, pode passar.

Bom, o Emissário Terrestre/Submarino e né vocês já viram, ele é localizado no município

de Maricá, ao norte do estado do Rio de Janeiro e o objetivo principal desse

empreendimento é implementar uma solução para a disposição final dos efluentes

sanitários, proveniente, né, de um projeto de esgotamento realizado para o Município de

Maricá, qual seja, um Emissário Submarino/Terrestre, pode passar.

Bom, com base nas características do projeto a equipe técnica definiu a área de influência

do empreendimento, ou seja, a área de influência é a área que vai sofrer as ações dos

impactos, tá, decorrentes tanto da implantação como da operação do empreendimento, o

estudo é dividido em meios: físicos, bióticos e socioeconômicos. Então nós temos áreas

de influências distintas para os meios físicos e bióticos e para o socioeconômico devido

às características ambientais, tá, pode passar.

Bom, área de influência indireta, ah, sim, pra definir a área influência, a equipe técnica

tem que levar em considerações as características do empreendimento, tanto

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características construtivas, como operacionais. É um empreendimento linear, não é fácil,

muito fácil estabelecer uma área de influência, né, então assim, nós fizemos essa

definição levando em conta essas características construtivas, como operacionais e

também o ambiente que seria impactado, tá muito alto? Ah, tá bom, tá dando

interferência? Tá.

Bom, nesse contexto, visando à primeira definição foi área de influência do

empreendimento. Então a gente considerando as características construtivas e

ambientais como eu falei, a gente estabeleceu uma faixa de quinhentos metros ao longo

do Emissário, duzentos e cinquenta metros de cada lado, isso pra parte terrestre, nós

também temos uma característica específica nesse empreendimento que é: um Emissário

Terrestre e um Emissário Submarino, com áreas de influências diferentes, pra cada uma,

se fosse assim é o mesmo Emissário né? Mas com uma área diferente para a parte

terrestre, e da submarina.

Pra área submarina a gente considerou um raio de quatro quilômetros no entorno, é para

se apreciar os locais decorrentes desse impacto, ou seja, a pluma de dispersão segundo

o modelo matemático ela atinge no máximo no raio de três quilômetros, pra uma questão

de prevenção e garantia a gente determinou um quilômetro a mais ainda, além dessa

pluma, pra que, aonde, como área que poderiam se dar os impactos ambientais, pode

passar.

A área de influência, já pra área de influência direta a gente considerou uma faixa de

duzentos metros de largura, né, cem metros para cada lado e sendo que na parte marinha

a gente considerou o próprio raio de três quilômetros da pluma de efluente.

É existe uma área que eu vou mostrar no mapa a seguir de um canteiro de obras que na

verdade é um canteiro de apoio, tá, ela se situara, ela se situa a cinco quilômetros da área

da praia, aonde, do ponto de lançamento no mar, e pra essa área de canteiro a gente

também fixou uma faixa de cem metros de largura para todo o entorno, tá, pode passar.

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Pra área diretamente afetada, né, a área diretamente afetada é uma área muito pequena

mesmo, né, o Emissário ele vai ser na parte terrestre, escavado em área urbana, né,

então nós delimitamos apenas um raio de três quilômetros, né, pra, desculpa, uma área

de três, uma faixa de três metros para o Emissário Terrestre e mantendo o raio de três

quilômetros pra área diretamente afetada, ou seja, eu vou apertar, eu vou apertar ali já,

(ela fala com alguém ao fundo), ou seja, na parte marinha, nós consideramos a mesma

área, tanto de influência direta como diretamente afetada, porque fica difícil dissociar

essas duas áreas.

Por favor, você pode clicar naquele primeiro mapa? (ela fala com alguém ao fundo). Aqui

a gente apresenta área de influência direta e influência indireta, direta e diretamente

afetada do meio físico e biótico, tá? (Alguém pergunta ao fundo).

Márcia Panno – EIA- RIMA: - Canteiro de obras fica aqui. (Alguém novamente pergunta

ao fundo).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Olha só nós vamos vocês receberam uma folhinha

que pra fazer às perguntas, as pessoas que quiserem, tá junto com o folheto aqui, as

pessoas que quiserem fazer intervenção oral, é só dar o nome, todos vão poder falar, só

que nesse momento a gente escuta e vocês vão anotando aí as dúvidas e

questionamentos, se não nós não conseguimos fazer a apresentação aqui do RIMA, tá

certo? Tá combinado? Então Dr. Márcia pode continuar, por favor, onde a senhora estava,

tá bom?

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Oi, só localizando o Emissário, tá, o Emissário taria

localizado aqui nessa parte em roxo, veja bem, é importante mencionar que a empresa

consultora ela faz a análise do estudo com as informações ofere, fornecidas pelo

empreendedor, tá, e eu terei, assim acho que a pergunta da, da, eu não seio seu nome, a

moradora é totalmente pertinente, será respondida no momento do questionamento, tá?

Mas em amarelo seria a área de influência indireta, com duzentos e cinquenta metros de

cada lado, em vermelho, vermelho? É eu acho que é vermelho, é seria a área de

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influência direta, e em verde, né, que seria praticamente o próprio traçado do Emissário,

seria a área diretamente afetada.

É importante mencionar que o Estudo de Impacto Ambiental, como vocês viram nas

apresentações anteriores, esse empreendimento é muito maior, né, que envolve um

sistema de saneamento para o município de Maricá, mas o Estudo de Impacto Ambiental,

ele tratou apenas do Emissário Terrestre e Submarino, tá, pode passar.

Você tem que fechar, por favor, clique no segundo mapa.

E aqui seria a área de influência marinha, tá, o raio maior é a pluma de quatro

quilômetros, né, que fazendo parte da área de influência indireta dos meios físico e

biótico, e o raio menor em vermelho é a área diretamente afetada e a área de influência

direta, pode passar.

Bom, em relação ao meio socioeconômico, tá, nós definimos como área de influência

indireta o próprio Município de Maricá, né, que será, é o Município beneficiado pela

implantação do sistema de esgotamento. Como área de influência direta, eu vou clicar em

todos os mapas depois, nós estabelecemos como distrito sede, o Primeiro Distrito, o

Distrito de Maricá e como área diretamente afetada nós determinamos uma faixa de até

quinhentos metros de servidão, é vislumbrando a população residente nessa área urbana

e também mantivemos um raio de quatro quilômetros, para a parte marinha, pode clicar

no mapa, por favor, no primeiro.

Aqui o mapa do Município de Maricá representando a área de influência indireta, pode

passar, tem que fechar o segundo.

Aqui a gente delimita né, o Primeiro Distrito, á a área de influência direta, tá, o Distrito

sede o Primeiro Distrito de Maricá, pode passar.

E por fim a área diretamente afetada, ou seja, os quinhentos metros, ao longo da, a faixa

de quinhentos metros ao longo do traçado e o raio de quatro quilômetros envolvendo a

parte marinha, pode passar.

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Bom após definir essa área de influência, é a gente caracteriza o ambiente hoje, ou seja,

o ambiente sem a ação do empreendimento, né, que isso a gente chama de diagnóstico

ambiental, essa caracterização ambiental é chamada de diagnóstico no estudo de

impacto. Bom, aqui eu linkei os principais fatores que a gente levantou no diagnóstico

ambiental, então o primeiro deles é que a área onde será localizado o Emissário Terrestre

e Submarino, é formada por vegetação de Floresta Atlântica, Mata de Tabuleiro e

Restinga, sendo que o mesmo está inserido em área urbana e não promoverá sucessão,

supressão de vegetação, Aquela área do canteiro que chama atenção, inclusive por ser

uma área de restinga, tá, é importante mencionar que o empreendimento não prevê

supressão vegetal em nenhuma de suas etapas, tá, ele somente utilizaria a via de acesso

existente, tá, nós estendemos a área de influência por uma questão de que não é só a

parte diretamente afetada que sofrem impactos.

O Município apresenta um crescimento popular, populacional expressivo, né, de sessenta

e seis por cento no período de dois mil (2000) a dois mil e dez (2010). A região apresenta

problemas em relação ao esgotamento sanitário, tendo a maior parte dos seus efluentes

atualmente despejados na Lagoa de Maricá. A maior parte dos municípios da AID (Distrito

de Maricá) faz uso de fossas céticas, sépticas ou rudimentares. E a Lagoa é considerada

a principal área de pesca artesanal para as oito comunidades que vivem na área

diretamente afetada e que sobrevivem dessa atividade, tá, pode passar.

Bom aqui são algumas fotos da área afetada, a primeira foto é a parte urbana no trecho

da Avenida Prefeito Ivan Mundin, entre a Rua Tenente Joaquim da Silveira Costa e ali a

Rua Zero e na totalidade, né, da última rua, pode passar.

A Ponte do Boqueirão, tá, uma visão geral de uma área próxima à Lagoa com vegetação

reptante, pode passar.

Aqui é um trecho da vegetação reptante nas adjacências do canteiro de obras, a restinga

arbustiva fechada, associadas a Cactáceas e Bromeliáceas entre outras, pode passar.

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Aqui foram nós fizemos um trabalho de campo, apesar de não efetuarmos coleta animal,

como o empreendimento não prevê supressão vegetal, a gente não fez coleta de animais,

alguns animais foram observados durante a campanha de campo, então a gente um

grupo de micos, né, e aqui um lagartinho verdes, um Cnemidophorus littoralis, avistado

durante os trabalhos de campo, pode passar.

Uma toca do Liolaemus um lagartinho branco da areia, tá.

Bom, é dentro ainda da caracterização ambiental da área afetada, vocês notaram que na

equipe técnica a gente teve a presença de uma equipe de arqueologia, tá então isso é

importante ser colocado, né. A partir de, de como é que foi feito esse diagnóstico

arqueológico? A partir do levantamento de fontes historiográficas e arqueológicas e da

localização, né, de possíveis vestígios ou indícios em campo, então a gente analisou e

dectou algumas, é pontos importantes, em relação à área que alto potencial de ocorrência

de sítios arqueológicos com sambaquis, pois grande parte do empreendimento se dá em

ambiente de restinga e em proximidade do Sítio Sambaqui do Moira, registrado no

IPHAN. É, existe um alto potencial, durante os trabalhos de campo, a gente não

identificou nenhum sambaqui, tá, mas é uma área de restinga e todo o litoral vocês sabem

perfeitamente, principalmente nessa região que a gente tem um potencial, né. Uma parte

do empreendimento, apesar de pequena e não acarretar supressão vegetal, ele se dará

dentro da APA de Maricá. E sendo assim a gente vai voltar, vou a falar isso mais tarde, a

gente recomenda para a fase de LI, de Licença de Instalação, que seja feito a elaborado

de um Programa de Prospecções Arqueológicas e Educação Patrimonial para de forma

garantir a integridade do patrimônio cultural já conhecido e o que venha a ser encontrado

na área do Empreendimento, tá, pode passar!

Bom, a partir da análise da caracterização ambiental, a gente agora faz a projeção dos

prováveis impactos decorrentes desse empreendimento. A maioria dos impactos

negativos foi considerada de baixa magnitude, mesmo assim eu vou apresenta-los

colocando a proposição de algumas medidas mitigadoras, tá, que poderiam fazer com

que eles, até não existam e seus efeitos sejam amenizados mais ainda, pode passar.

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No meio físico nós também dividimos a análise de impacto e no meio físico, biótico e

socioeconômico, tá e começando pelo meio físico na fase de implantação será possível

observar um aumento no carreamento de sólidos em suspensão em função dos

movimentos dos materiais terrosos, isso é normal, toda obra tem, é um impacto

considerado de baixa magnitude, bastante localizado, tá, a faixa de servidão do

empreendimento é muito pequena também, mas para evitar isso de qualquer maneira a

gente propõe como medidas de controle, né, de implantação, medidas de controle de obra

a proteção do material retirado da vala quando houver iminência de chuvas,a fim de se

evitar o impacto direto das gotas de chuva que remove as partículas do solo, os

movimentos de terra no canteiro de obras e na estrada, apesar de, embora mínimos,

deverão ser equacionados de forma a não provocar o carreamento de material sólido para

a praia, pra dunas ou pra Lagoa. Repetindo não tão, não são previstos supressão vegetal,

mas de qualquer forma, e isso tudo é uma movimentação muito pequena então a gente

sugere a adoção dessas medidas, pode passar.

Alteração das condições naturais em restingas lindeiras ao canteiro de obras, então

visando que o empreendimento realmente não passe da área da entrada, né, a gente

sugere: a proteção das áreas de areia mediante colocação de mantas e geogrelhas

permitindo que a vegetação receba a luz do sol e água da chuva; desvio de águas pluviais

através da construção de canaletas e bem como que se evite o alargamento da área para

não afetar as restingas laterais. E a execução também de um programa de controle de

erosão de processos erosivos e recuperação de áreas degradadas, pode passar.

Ainda na fase de implantação a gente identificou a possibilidade de poluição dos recursos

hídricos, também dos sedimentos pela geração dos efluentes no canteiro de obras, então

a gente sugere que: se faça um treinamento dos funcionários responsáveis pelo

abastecimento e manutenção e operação dos equipamentos utilizados nas obras,

manutenção periódica de equipamentos e tanques de estocagem e impermeabilização do

chão e a instalação de caixas separadoras de água e óleo. Todas essas medidas são

muitos simples, são medidas operacionais de controle de obra, né, pra que se evite

realmente esse embate, pode passar.

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Na fase de operação, né, alteração da qualidade da água do mar em torno do ponto de

lançamento, nós não identificamos nenhuma proposição de medidas mitigadoras, porque

como o João falou a hidrodinâmica dessa região é bastante grande, então considerando

essas características hidrodinâmicas a gente não prevê praticamente a interferência da

zona de diluição com a zona de balneabilidade, tá, pode passar.

O meio biótico na fase de implantação, na fase de obras: então nós identificamos,

também de baixa magnitude a deposição de poeira sobre as folhas de vegetação

decorrente das obras de escavação, e aí nós sugerimos a aspersão do material a ser

escavado e das pilhas formadas. É importante colocar uma proteção, mais uma vez uma

medida de controle de obras, também identificamos o carreamento de sedimentos

relacionados ao processo de escavação para instalação do duto, tá, então sugerimos o

controle da disposição do material escavado para que o mesmo não seja carreado, pode

passar.

Ainda no meio biótico, também foi identificado um possível carreamento de sedimentos

relacionados ao processo de escavação para instalação do duto, também proteção como

sugestão de medida à proteção física para que o material escavado não se perca e atinja

às águas da Lagoa de Maricá, e também observado, o, identificado o carreamento de

sedimentos relacionados ao processo de escavação para instalação do duto, assim com

característica do aumento a turbidez da água no trecho da travessia. E mais uma vez a

proteção física para que o material escavado não se perca e atinja as a lagoa, pode

passar.

Bom, ainda, é na fase de implantação nós identificamos deposição de poeira sobre as

folhas de vegetação decorrente do trânsito de veículos no interior da APA, né, naquela

região do canteiro, tá, então sugerimos aspersão das vias, também para que, o material

particulado não seja disperso e a utilização de fiscais para controlar a velocidade dos

veículos. E aí um dos impactos de grande intensidade devido a essa localização do

canteiro, tá, seria o afugentamento da fauna decorrente da produção de ruídos, tá. Esse

impacto normalmente, ele não é um impacto de tão grande intensidade, mas aí a

intensidade dele ficou maior aqui devido à localização do canteiro, então a gente sugere

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um plano, é a elaboração de um plano de monitoramento da fauna pra fase de LI, pode

passar.

Atropelamento da fauna: então nessa região, a gente, os caminhões vão percorrendo um

acesso de estrada de terra, né e a gente normalmente, fauna, é lagartos mesmo, né,

algum outro tipo de material, material é ótimo, animal de pequeno porte pode cruzar as

vias, então pode ser identificado um atropelamento da fauna, a gente considerou esse

impacto de média magnitude e também sugerimos um controle da velocidade dos

veículos e a utilização de fiscais ao longo da via.

Outro impacto de média magnitude no menor biótico foi à atração de insetos pela

iluminação da área do canteiro, tá. Então apesar de parecer um pouco bobo, a atração de

insetos por uma iluminação, né, para algumas pessoas pode parecer, a atração de

insetos por uma iluminação, pode desencadear um desequilíbrio, tá, na cadeia dessa

região, então a gente sugere. Que as lâmpadas comuns sejam substituídas por lâmpadas

especiais que não impliquem na atração os insetos e a implantação de um sistema de um

desligamento de qualquer lâmpada tá, Necessária para diminuir à intensidade desse

impacto.

Bom partindo para o meio socioeconômico na fase de implantação, ou seja, na fase de

obras: identificamos alguns possíveis transtornos para a população da ADA pela

movimentação de caminhões e maquinário pesado, sugerindo que seja adotas as

medidas de cobertura das caçambas dos caminhões com lona e a umidificação das vias

não pavimentadas. Implantação e execução dos programas de comunicação social e de

Educação Ambiental. Além disso, também identificamos um possível transtorno no tráfego

de veículos e pessoas pela RJ 114, em função das obras também. Adoção de um

sistema de fluxo de trânsito de “pare e siga” e também utilizações de agentes de trânsito

foram às medidas sugeridas, pode continuar.

Ainda na fase de obras a gente né, a gente prevê uma movimentação maior de

caminhões e máquinas, então havia um aumento de..., aumento no fluxo de veículos na

Av. Prefeito Ivan Mundin, então sugerimos elaboração e implantação do programa de

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prevenção de acidentes de trânsito. Também consequentemente por causa e fluxo

poderemos observar um risco de acidente de trânsito e atropelamentos e aí nós

sugerimos também o mesmo programa, né, a elaboração do mesmo programa de

prevenção de acidentes de trânsito. Esses impactos não foram considerados, é de

grandes magnitudes e sim de pequena magnitude.

Interferência nas atividades pesqueiras e de navegação, tá, e nós sugerimos, isso na fase

de implantação, tá, e nós sugerimos também a implantação e execução dos programas de

comunicação social e de educação ambiental.

Interferência no uso de praia da Barra para o banho de mar e recreação também a

Implantação dos mesmos programas: É importante ressaltar que o cronograma de obras

de um empreendimento prevê que essa implantação se dará em seis meses, tá, então por

isso também que esses impactos não são considerados de tão grande, tão alta

magnitude, porque eles vão ser eles têm um caráter temporário, os efeitos deles tendem a

cessar após o término da fase de implantação, pode passar.

Bom ainda na fase de implantação, a gente identificou a perda ou destruição de sítios

com valor arqueológico e cultural, né, como sugestão ao ocorrerem perfurações e

escavações de qualquer natureza se faz a presença, necessária a presença de um

arqueólogo, tá, e para promover o acompanhamento também, e possível coleta

acadêmica dos materiais que forem encontrados e deve se ater às feições de relevo que

indiquem dunas ou montes de areias, tá, pra evitar, justamente a perda de algum

patrimônio, tá. É como eu falei nós não identificamos nenhum sítio, mas a região tem um

potencial arqueológico, tá, por isso a sugestão do programa de introspecção arqueológica

para fase de implantação. E esse impacto ele está bastante relacionado a essa área de

cinco quilômetros, destinadas para esse canteiro de apoio, pode passar.

Bom, os principais impactos positivos, né, eu falei dos negativos, mas o empreendimento

também tem os impactos positivos e de grande magnitude, pode passar.

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Para o meio físico biótico, o principal impacto foi a melhoria de qualidade ambiental na

Lagoa, né, com a implantação desse empreendimento os efluentes domésticos deixariam

de ser lançados na Lagoa e a tendência é que a sua qualidade ambiental melhore, né,

isso para a fase de operação. Na fase, é ainda na fase de operação, pro meio

socioeconômico, a gente teria destinação adequada do esgoto doméstico coletado pelo

sistema de esgotamento sanitário do Distrito Sede de Maricá e identificação e resgate de

sítios com valor arqueológico e cultural, por que a gente prevê aquele impacto? Porque a

gente né, sugeriu a elaboração e execução de um programa de prospecção, então caso

esse patrimônio seja indenti..., encontrado isso é um impacto positivo, tá, pode passar.

Bom em relação ao prognóstico da qualidade ambiental: o prognóstico é o cenário futuro,

então nós fizemos uma projeção de como ficaria a nossa área de influência sem o

empreendimento e com o empreendimento, pode passar.

Bom, sem o empreendimento a AII e na AID, ou seja, principalmente no Município de

Maricá e no Distrito Sede tá, a tendência para o futuro próximo na AII e na AID é de

manutenção do crescimento populacional e de aquecimento da economia em função,

principalmente, da proximidade do COMPERJ, tá, Esse movimento poderá resultar em

problemas sociais e no agravamento da já fragilizada situação do esgotamento sanitário,

né, que é hoje, é que deverá acarretar diferentes problemas para a população com a

elevação dos casos de veiculação hídrica e transtornos para a realização de atividades de

lazer e recreação, assim como para os setores ligados ao turismo. Quer dizer, isso um

cenário não mudaria, um cenário de crescimento populacional bastante elevado que

vocês viram tanto na minha apresentação, como na apresentação do Miguel, sem

medidas, né, de saneamento básico, tendem a agravar o quê? A piorar a qualidade de

vida para essa região, tá. E outro ponto também é o referente à pesca na lagoa, né, que

é desenvolvida de maneira artesanal, e que o agravamento da contaminação que já existe

hoje, né, poderá acarretar em prejuízos aos pescadores.

Na área diretamente, tá, é em um futuro próximo também, é acompanhar, essa, área o

futuro dela é acompanhar, o mesmo futuro da área afetada e do Município, né, ou seja,

vai haver um agravamento da frágil situação do esgotamento sanitário existente

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resultando além da piora da qualidade de vida da população, prejuízos para a atividades

pesqueiras realizadas principalmente pelos pescadores da comunidade Zacarias que é a

comunidade está dentro da área diretamente afetada, é, pode passar, já passou?

É como empreendimento para a área de influência direta e a área diretamente afetada, o

empreendimento ajudará a garantir que o esgoto doméstico do Primeiro Distrito tenha um

destino final apropriado propiciando uma melhoria na qualidade de vida da população,

além de uma possível diminuição da incidência de doenças de veiculação hídrica, e até

corrigido não só o Primeiro Distrito, como o Dr. Antônio da Hora falou, também o

Município de Maricá. E na área diretamente afetada, a implantação do emissário ajudará a

diminuir o lançamento dos esgotos na Lagoa de Maricá resultando em um melhor controle

nos números de casos doenças de veiculação hídrica, além de proporcionar um ambiente

mais aprazível para as práticas de lazer e de recreação nas margens da Lagoa de Maricá

e também proporcionará um estímulo para as atividades de turismo e de pesca artesanal,

principalmente as desenvolvidas pelos, é pescadores da colônia de Zacarias, pode

passar.

Bom, em relação à hidrodinâmica costeira eu não vou me estender, mas ela faz parte do

prognóstico do estudo de impacto ambiental e o engenheiro João Cassar explicou muito

bem, os modelos de dispersão eles, né eles auxiliar na proteção do comportamento da

pluma de efluentes lançados no mar, que eu acho que é sempre a maior preocupação de

um Emissário, né, ou seja, lançar o esgoto no mar vai afetar a balneabilidade, vai atingir a

Costa? Os modelos de dispersão mostraram que não, tá, que a pluma de efluentes não

atingirá a Costa, e assim o resultado do modelo de qualidade da água indica que os

despe, despejos de efluentes não afetam a balneabilidade da praia, tá, pode passar.

Plano de Gestão Ambiental, mesmo sendo empreendimento aonde consideramos a maior

parte dos impactos negativos de pequena magnitude nós propusemos um plano de

gestão ambiental, pode passar.

O objetivo do plano de gestão é dotar o empreendimento de mecanismos eficientes que

garantam a execução e o controle das obras, tá! E dar controle, controle das ações

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planejadas nos vários programas e adequada condução ambiental das obras mantendo-

se um elevado padrão de qualidade na sua implantação e operação. (Cara eu tô, tá dando

um eco).

Bom, nós propusemos alguns programas, tá! Essa fase do empreendimento é a fase de

licença prévia. Então faz parte do EIA, do escopo do EIA-RIMA propor a elaboração de

alguns programas para a fase de LI tá! Então os programas são esses. Um programa de

comunicação social, que é imprescindível não é? Todo estudo de impacto, todo

empreendimento tem que elaborar e executar um programa de comunicação social. Que

ele tem o objetivo de estabelecer uma política de comunicação abrangente segmentada

ao longo do prazo para atender ao INEA em relação, na relação com diversos públicos

não é? Envolvidos no projeto, tá? E ele deverá contemplar ações contínuas de divulgação

relativas ao andamento do projeto, impactos, medidas e proje..., e projetos ambientais,

pode passar.

Um programa de educação ambiental também a ser divi..., desenvolvido na região

envolvendo diva, diversos segmentos da sociedade, não só os trabalhadores da obra,

mas como, os pescadores e o ensino formal também. Pode passar.

O outro programa é o programa de controle da erosão e recuperação de áreas

degradadas, como eu expliquei no inicio do plano de gestão, esse, o objetivo do plano de

gestão é dotar o empreendimento de mecanismos de controle, tá! Então o controle da

erosão, porque às vezes a gente afirma que o impacto vai existir, mas a previsão de

impactos é uma projeção, a gente não tem como às vezes mensurar até a magnitude

daquele impacto no momento do estudo, então a adoção de programas como o programa

de controle da erosão e recuperação de áreas é fundamental pra gente acompanhar,

tá!Principalmente nesse caso, a implantação, as obras tá! Do empreendimento.

Um programa de monitoramento dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, não só da

água, dos recursos hidri..., dos recursos hídricos e sedimentos da área de influência do

emissário tá! O objetivo desse, é monitorar parâmetros físico ou químicos, biológicos da

água e sedimentos também avaliando de fato assim, controlando o impacto, no caso seria

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na região da pluma, tá! A proposta é que seja feito um raio de estudo na região da pluma,

não é? De efluentes, pra que a gente de fato avalie se tá alterando a fauna marinha ou

não, tá! Pode passar.

O programa de monitoramento da fauna, esse programa eu mencionei nos impactos, não

é? Ele é proposto justamente por causa do afugentamento delas na região do canteiro de

obras devido ao aumento do nível de ruído nessa região. Programa também de

prevenção de acidentes de trânsito, não é? O objetivo desse programa a gente acredita

que é evitar e não é? E possivelmente propiciar a redução do número de acidentes de

trânsito no município tá? Afetado durantemente as obras. São programas também

ligados a fase de obras do empreendimento, mas o programa de monitoramento da fauna

ele se estenderia até uma parte da operação. Pode passar.

E por fim o programa de arqueologia preventiva e educação patrimonial, né! Como eu

mencionei a gente não identificou nenhum indício arqueológico claramente, mas o ideal é

que se faça a prospecção arqueológica, então esse programa é dividido em dois projetos,

um de arqueologia preventiva e o outro de atividades de educação patrimonial, né! A

gente acredita que o projeto de Pesquisas, né! Arqueológicas é fundamental pra essa

região, de forma a garantir o patrimônio na integridade desse patrimônio e educação

patrimonial também, né! Eu acho que dar conhecimento a população sobre a importância

de vestígios arqueológicos numa região é bastante importante. Pode passar.

Bom como conclusão, como todo empreendimento não tem como a gente dizer que não

vai ter impacto negativo, sempre tem, tá! Toda obra causa um impacto negativo tá! E

positivo também, né! A maioria deles às vezes voltadas pela, pelo lado social. Esse

empreendimento não é diferente, mas a maioria dos impactos identificados são de baixa

magnitude e mesmo assim a gente, e a gente acredita que os positivos são de suma

importância pra região. Essa maioria de impactos negativos identificadas vai poder ser

mitigada tá, ou simplesmente até eliminada com a adoção das medidas propostas. E

sendo assim, pra concluir, a gente considerando que o investimento em saneamento

básico é crucial para o bem estar de uma sociedade e que em Maricá o sistema de coleta

e tratamento de esgoto encontra-se numa situação precária a gente recomenda a

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implantação do empreendimento com a adoção das medidas e programas propostos tá?

Espero te... que eu tenha conseguido passar um estudo de quase mil páginas nesse curto

período de tempo, muito obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então muito obrigado à apresentação do estudo de

impacto, do relatório de impacto ambiental pela empresa consultora e registrar aqui a

presença do subsecretário de obras Antônio Magalhães, cadê o nosso subsecretário? Tá

presente? Antônio Magalhães tá lá fora, tá chegando. Secretário de Transporte, Leandro

da Costa, Leandro? Secretaria de Defesa Civil, secretário Jorge Braga, muito obrigado

colega pela participação, pela presença. Subsecretário de Direitos Humanos Joel Rocha,

Joel? Cadê o Joel? Superintendente de, de Articulação Política Welton Campelo, cadê o

nosso colega Welton? Secretário de Segurança Fabrício Bitencourt, Fabrício? Cadê o

Fabrício? Tá La fora. E confirmar e agradecer também a presença das autoridades

Luciana Andrade Secretaria de Projetos, Amauri Vicente turismo, Tiago de Paula - Meio

Ambiente, cadê O Tiago? Alan Novaes - Urbanismo, Sérgio Mesquita, Cultura, Rafael de

Freitas - Ações para Idosos.

Bem então essa primeira parte da Audiência que foi a apresentação do projeto e do

relatório nós cumprimos, agora vamos iniciar a fase dos debates, as pessoas devem tá

fazendo as suas perguntas não é? Nas folhinhas que foram entregues, que tão, estão

sendo recolhidas agora, pode entregar aqui a, já tem pergunta? Pode entregar aqui ou as

pessoas vão recolher ai na. Recolhe ai Luiz, muito obrigado.

Bem então iniciando a fase dos debates aqui, nós temos pessoas que se inscreveram pro

uso da palavra, não é? Como manda a nossa resolução aqui, então vai ter um microfone

à disposição de vocês aqui e a Ana Paula de Carvalho, representando Mulheres por

Maricá e a Edna Costa, não é? Agradeço a presença de vocês, muito obrigado.

(Conversa ao fundo sem captação clara de áudio).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Ah tá certo, nós vamos dar o recebimento e vocês

podem fazer, tem um microfone aqui senhora.

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Ana Paula de Carvalho – Mulheres por Maricá: - Boa noite meu nome é Ana Paula de

Carvalho, eu sou engenheira, diretora da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária

Ambiental do Estado do Rio de Janeiro, membro da Câmara de Técnicas de Análise do

Projeto do Comitê da Bacia da Baia de Guanabara, SETAP entre outras, representando

nessa audiência como moradora o Movimento Luta por Maricá através da sua vertente

feminina Mulheres por Maricá.

Ilustre presidente da CECA, presidente Antônio Carlos Freitas Gusmão e demais

integrantes da mesa, população aqui presente.

Conhecedora que o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo por meio do

qual o INEA, autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras dos recursos ambientais considerados efetiva

ou potencialmente poluidoras e capazes sob qualquer forma de causar degradação

ambiental, assim como para a primeira fase do processo de licenciamento, para aquisição

da licença prévia o empreendimento ou atividade com significativo potencial de

degradação ou poluição ambiental é obriga, é obrigado a elaborar o EIA e o RIMA.

A legislação federal dá autonomia aos Estados para que estabeleçam suas próprias

normas na realização das Audiências Públicas de licenciamento ambiental.

No Estado do Rio de Janeiro a realização de uma Audiência Pública exige o cumprimento

de requisitos previamente fixados em regulamentos referentes à forma de convocação,

condições e prazos previamente fixados em regulamentos, referente à forma de

convocação, condições e prazos pra informações prévias sobre o assunto a ser debatido,

inscrição para participação, ordem do debate e principalmente o aproveitamento das

opiniões expedidas pelos participantes.

Cito dois itens do artigo sétimo da resolução CONEMA 35 que dispõe sobre as

Audiências Públicas no âmbito do licenciamento ambiental estadual que não foram

observadas, dentro do inciso 6, deverão ser veiculados pelos maios de comunicação e

constar nos materiais utilizados no mínimo, locais onde o EIA-RIMA estarão

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disponibilizados aos interessados, a oportunidade para a inscrição perante ao CECA no

prazo de cinco (5) dias anteriores a realização do ato para entidades civis que desejam

fazer o uso da palavra durante a Audiência. O que nesse momento e com o teor

apresentado aqui contam para somar ao resultado dessa Audiência.

A finalidade da Audiência Pública é justamente proporcionar ao cidadão o conhecimento

do conteúdo do relatório de impacto ambiental de forma clara em linguagem usual

divulgando as informações, recolhendo as critica e sugestões da sociedade interessada

na implantação dos empreendimentos de modo a subsidiar a decisão quanto ao

licenciamento ambiental. Assim como é responsável também por definir com

antecedência e dar publicidade a esta dinâmica dessa Audiência e que dê ordem ao tema

a ser discutido e quanto tempo está reservado para cada intervenção de cada participante

para que o mesmo prepare sua manifestação pra este tempo, desta forma à garantir o

direito de se manifestar sobre o tema expondo seus pontos de vista de maneira justa e

adequada, o que não aconteceu. É importante atentar para que se caracterizar como

Audiência Pública é o fato da manifestação de seus participantes que vão a esta

audiência não só para ouvir e sim para questionar, opinar, informar-se por lei: é

obrigatório o retorno de sua resposta na hora ou posteriormente, mas também deve estar

estabelecido nesta regra de dinâmica do ato.

Outro fato que destaco neste, foi a falta do parecer ou ao menos a participação do, no

projeto do, da consulta do projeto o Comitê da Bacia da Baia de Guanabara, que assim

como todos os demais comitês instituídos sob o espelho da política nacional de recursos

hídricos a Lei Federal 9433, conhecida lei das águas, que criou o sistema nacional de

gerenciamento de recursos hídricos que tem como objetivo a gestão participativa

descentralizada dos recursos hídricos em seu território, utilizando-se a implementação

dos instrumentos técnicos de gestão, harmonizando os conflitos, respeitando o domínio

das águas, integrando as ações de todos os governos no âmbito Municipal, Estadual e da

União propiciando respeito aos diversos sistemas eco sistemas naturais, promovendo a

conservação e a recuperação dos corpos de água garantindo a utilização racional e

sustentável dos recursos para manutenção da boa qualidade de vida para a sociedade

local. Esses comitês de bacia constituem-se a base do sistema de gerenciamento de

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recursos hídricos, nesses fóruns acontecem os debates sobre as questões relacionadas à

gestão de dos recursos hídricos, sendo por essa razão chamada por muitos para, de

parlamento das águas, dada as suas atribuições normativas, consultivas e deliberativas.

Cabe ressaltar que existe uma razão desse comitê se chamar Comitê da Região

Hidrográfica da Baia Guanabara e dos Sistemas Lagunários de Maricá e Jacarepaguá,

assim como a importância do subcomitê Maricá Guarapina, o sistema lagunar de Maricá

Guarapina, de vertente oceânica é um ambiente costeiro que se limite ao norte e oeste

pela linha divisória dos municípios Niterói-Maricá, o leste é limitado pela Serra do

Matogrosso seguido pala Serra do Jaconé, ao norte nos Municípios de São Gonçalo e

Itaboraí, à oeste de Niterói faz divisa com os Municípios de Maricá e Saquarema seguido

pela Serra de Jaconé até a Ponta Negra, e no Município de Maricá o limite sul é a linha

costeira que segue da Ponta, de Ponta Negra até a Ponta do Elefante.

A não participação do referido comitê de bacia, as câmaras técnicas e principalmente os

seus respectivos subcomitê, é uma forma imoral e ainda legal, ainda que ilegal de

enfraquecimento e imobilização desses colegiados e imprescindíveis para o verdadeiro

controle social, pois como já falado, são justamente esses poros os responsáveis pelos

debates nas diversas diretrizes necessárias. Observe que em assuntos relacionados a

esgotamento sanitários da câmara técnica de analise de projeto, ano passado

encaminhou recomenção..., recomendações já preocupados com esses temas sobre, da

audiência de hoje. Acrescento de forma muito breve e não ao menos escandalosa o

terceiro fator, erros de copiar e colar não diferente dos erros apresentados no outro EIA

do emissário submarino do COMPERJ citando outras cidades, aqui eles citavam São

Gonçalo, neste cabe a vocês descobrirem e fazerem seus deveres de casa, ao invés de

Maricá, entretanto, reforço nesse e que deve ser ter uma análise do controle social desse

projeto que certamente teria evitado tais equívocos que são o símbolo do descaso de

copiar e colar projetos, sem fazer algo que realmente seja, e atenda as necessidades

daquela região. É como comprar um produto no mercado, tem que servir como está e a,

senão perde a garantia. E por isso, e por, e por isso uma vez falamos de forma bem

objetiva e clara o senhor deve lembrar, nossa casa, nossas regras. Sem ativismos

exacerbados, mas cientes dos nossos direitos legais, constitucionais e obviamente tudo

isso em amplo, em amparo legal que nos é garantido por lei.

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O INEA tem um grande desafio, ainda que no momento visivelmente não trabalhe nesse

sentido, de integrar a política ambiental do Estado e atender as demandas da sociedade

nas questões ambientais oferecendo agilidade no atendimento, mecanismo de controle,

acompanhamento e participação, assim como tem a missão de proteger, conservar,

recuperar o Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro para promover o

desenvolvimento sustentável. Desta forma por esses três argumentos base, solicitamos

ao ilustre senhor presidente do CECA, presidente Antônio Carlos Freitas de Gusmão a

anulação dessa pretensa Audiência Pública, assim como a urgência da revisão do EIA-

RIMA ora aqui apresentado em audiência e por consequência a não aprovação da licença

prévia tendo estes que refazerem os projetos e seus respectivos estudos para o

licenciamento devidamente enquadrados nas regras, realidades e necessidades locais de

Maricá e sua população. Assim como analise pelos colegiados, garantidos pela política

nacional de recursos hídricos o Comitê da Bacia de Guanabara. Nós movimentos do luto

por Maracá através da sua vertente feminina Mulheres por Maricá, acreditamos que o

INEA não concederá o licenciamento baseado no estudo inconsistente pouco técnico e

nada profissional como esse aqui apresentado. Obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Bem senhora Ana Paula, não é? O texto igual ao que

a senhora leu está entregue para anexar, não é isso? Então foi entregue aqui na mesa o

documento que a senhora Ana Paula leu aqui pra gente. A senhora questiona alguns

procedimentos em relação à realização da Audiência. Um em relação à publicidade o

outro em relação à informação. Em relação à publicidade, a resolução estabelece que a

informação referente a Audiência Pública deve ser publicada no Diário Oficial do Estado e

em três periódicos, são jornais diários, dentro de um prazo estabelecido pela resolução

que a senhora mencionou, isso foi cumprido.

Em relação à divulgação dos estudos do EIA e do RIMA eles foram distribuídos como foi

apresentado aqui pela a analista ambiental do INEA, esses procedimentos foram

cumpridos. Todas as etapas para a realização da Audiência, autorização pela CECA,

apresentação do RIMA para os conselheiros da CECA, todas essas etapas foram

cumpridas eu não tenho como cancelar a Audiência ou como tornar a Audiência sem

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efeito em função desses ritos que foram atendidos. Em relação a qualidade ou a

apresentação, ou ao material que foi mostrado aqui do Estudo e do, do Relatório é

justamente o objetivo da nossa reunião aqui, é apresentar o RIMA a sociedade e as

pessoas darem sugestões, contribuições. Claro que tudo pode ser melhorado, tudo pode

ser discutido. A nossa, o objetivo da Audiência Pública nessa fase inicial do

licenciamento, que não há nem uma licença prévia ainda é justamente as pessoas do

INEA escutarem, anotarem, ainda há um prazo de dez dias após a realização da

Audiência para recebimento de todas as sugestões. Então eu não tenho como senhora

Ana Paula, nesse momento cancelar a Audiência ou suspender, ou não realiza-la, porquê

todos os ritos foram obedecidos em relação a realização de Audiência, que é justamente

o objetivo de apresentar à sociedade os, os relatórios que foram feitos ambientais e

receber como retorno sugestões, contribuições como esses que a senhora com certeza

vai apresentar além da documentação que tá entregue aqui no nosso, aqui na mesa

diretora, então nós vamos dar prosseguimento a Audiência e tudo que a senhora falou tá

registrado, se algum desses procedimentos não foi cumprido por acaso ou deixou de ser

feito no prazo estabelecido então a sociedade tem suas, seus dispositivos para tornar a

Audiência sem sentido, mas não é esse o caso na nossa opinião aqui, que foi, todos

esses cuidados foram tomados, não é? (aplausos).

E gostaria também de re, de registrar a presença da Procuradoria Geral do Município

representada pela Dra. Ana Maria Inês, a Dra. Maria Inês, desculpe. Cadê a Dra. Maria

Inês? Tá presente? Muito obrigado pela sua presença, também o nosso colega Adacto

Othonni do CREA, professor da UERJ, muito obrigado. Senhor Carlos Alves,

Subsecretário de Direitos Humanos Sexualidade e Diversidade Carlos Alves, cadê o

nosso colega? Muito obrigado pela presença e todos aqui de parabéns não é? A presença

maciça aqui da sociedade, tô vendo algumas pessoas aqui colegas, alunos que eu tive,

muito prazer de revê-los e outros colegas que nós vamos fazer hoje aqui com certeza,

não é isso?

Muito bem, também se inscreveu pra fazer uso da palavra o senhor Pedro Hugo do

Departamento de Recursos Minerais DRM, cadê o nosso colega? Muito obrigado pela

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presença, sempre participando aqui das reuniões, vamos passar a palavra lá, cadê o

microfone, obrigado.

Pedro Hugo - Departamento de Recursos Minerais DRM: - Boa noite Doutor, ilustre Dr.

Gusmão presidente da CECA, aos empresários presentes, Dr. Antônio da Hora. Eu

gostaria de fazer algumas apreciações e considerações sobre o EIA, que inclusive é mil

páginas, é aproximadamente mil páginas, realmente pra nós, com toda as atribulações

seria muito difícil analisar com cuidado, mesmo assim nós tentamos e consta no, no EIA

na área de influência direta página 144, eu vou me ater a questão do canteiro de obras.

Para a área do canteiro de obras da montagem da tubulação do emissário que localiza-se

a cinco quilômetros do ponto do lançamento do emissário na praia, também fixou-se uma

faixa de cem metros, cem metros de largura para todo o entorno que ficará restrito a

calhas da via paralela a praia que mostra a figura 411. Apesar de não está prevista

nenhuma supressão de vegetação devido ao fato da área prevista para a instalação

(FALHA NA CAPTAÇÃO DO ÁUDIO) por uma definição mais conservacionista definindo-

se essa faixa de cem metros como área de influências às atividades relacionadas ao

canteiro de obras, a consideração é a seguinte: a faixa de rolamento da via em pavimento

rústico de saibro antiga tem largura aproximadamente de quinze metros em toda a sua

extensão de cinco quilômetros, desde a rua Zero até o ponto pretendido para o canteiro

de obras. A via encontra-se circundada por vegetação natural e protegida da restinga

integrante da APA de Maricá, no trecho pretendido a vegetação dista cerca de quarenta

metros da via na direção norte e distância semelhante ou menor ao sul a vegetação mais

arbustiva sem considerar a vegetação relutante que não é menos importante em se

tratando de uma área de restinga. Excetuando-se a calha da via pavimentada com

materiais terrosos externos, saibro, os sedimentos dos cordões arenosos marinhos

inconsolidados não oferecem possibilidade, para o tráfego do caminhões e equipamentos

pesados, não havendo possibilidade de restringir o canteiro de obras, a caixa da via

considerando-se os cem metros de largura para o entorno do canteiro, como implantar o

canteiro de obras, área de estocagem, carregamento e pátio de manobras, sem promover

intervenções drásticas sobre a vegetação protegida da restinga, brejos intercordões e os

sedimentos relíquitos dessa restinga de Maricá? Então essa, esse é um questionamento e

inclusive aproveitando perguntar a equipe, porquê, qual o motivo que não está explicado

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no EIA-RIMA que foi definido esse ponto, a cinco quilômetros da, da saída do emi..., da

chegada do duto terrestre e a saída do emissário? Se a equipe não considerou uma outra

alternativa para implantar o canteiro de obras?

Haverá importação de aterro para a construção nessa área? Já que você tem cerca numa

média de quinze metros da via pavimentada, se diz que o canteiro de obra vai ter em

torno de cem metros e a via só tem quinze e não se pode trafegar em cima de sedimento

inconsolidado, arenoso, como é o caso da restinga de Maricá, com caminhões, com

máquinas ao que certamente vão atolar, haverá aterro nessa área?

Por que implantar o canteiro de obras tão distante da rua zero, a qual possui em suas

adjacências uma área bem maior que a área considerada para o, para, pretendida para o

canteiro e essa área também já está bastante antropisada?

Não foram considerados os fatores que podem identificar a profunda degradação da área

mais desenvolvida e densa da vegetação da restinga da APA de Maricá, implantando-se o

canteiro de obras distante cinco quilômetros da rua Zero que é o ponto pretendido? Ou

seja, o ponto pretendido está localizado no coração da, do trecho de restinga da APA de

Maricá, área de maior densidade de vegetação e a área mais sensível e considerada de

zona de vida silvestre no, no plano de zoneamento.

A outra consideração é, não são citados no EIA como serão implementados os planos de

emergência, contingenciamento, controle e remediação no caso de vazamentos e

acidentes apenas é indicado que eles existem, no EIA não foi possível considerar isso.

Não seria imperativo isso estar já estabelecido e apresentado para monitoramento pelas

autoridades, pela empresa e pela própria sociedade?

E a ultima consideração é em relação ao emissário propriamente dito, aqui foi esclarecido

a questão dele ser enterrado até uma distância, se não me engano, de duzentos e dez

metros, pretendida fora da arrebentação. Porém eu gostaria de mesmo assim perguntar:

considerando a intensa dinâmica marinha local e o intenso processo erosivo da praia em

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épocas de marés de tempestades e alta energia de ondas, qual a segurança das

operações do emissário e sua manutenção diante dessas condições adversas?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então muito obrigado Pedro pelas suas perguntas e

vamos agora organizar.

Pedro Hugo - Departamento de Recursos Minerais DRM: - Doutor, Dr. Gusmão, só

mais uma pergunta que eu gostaria de deixar até pra... Existe a possibilidade desse

emissário receber efluentes externos, por exemplo, efluentes de Itaboraí e São Gonçalo?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá certo. Então o senhor permanece aí Pedro, por

favor? E as suas perguntas vão ser respondidas, agora eu não sei se vocês gravaram

todas as perguntas ou.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: Se, se me permitir

se eu não gravei eu peço a ele pra repetir.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vai uma.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Primeiro eu queria

agradecer a pergunta.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vai uma por uma.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Isso.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vamo lá.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Agradecer a

pergunta eu vou só responder uma talvez duas e depois eu passo pra equipe.

Primeiro ao colega da CPRM, obrigado pela pergunta que é muito importante e pelo que

eu vi boa parte das perguntas estão em torno do canteiro, dessa dificuldade e nós viemos

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discutindo isso há muito tempo e aqui Gusmão vai um registro, como é importante a

Audiência Pública não é?

A Prefeitura vem insistindo muito em melhorar o canteiro, como é importante a gente

escutar a sociedade. Nós já promovemos alternativas para o canteiro e aqui tá havendo

um comprometimento de incorporar não só a solicitação da prefeitura como eu tô vendo

que da sociedade, retirar o canteiro dali da região. Vamos retirar o canteiro, fazer as

tubulações fora e trazer ela pro mar, e trazer ela via marítima e aí não haveria

necessidade de nenhum canteiro ai, tem uns custos e tal, mas foi uma alternativa, que foi

estudado tecnicamente, é possível e isso será incorporado, fica aqui a garantia que será

incorporado, ou seja não mais viu? A prefeitura insistiu muito nisso e também a

sociedade, não mais haverá canteiro ali na região seria a tubulação viria por mar, tá?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Pedro, Pedro em relação a sua pergunta, tá

atendido? Tá atendido. Então vamos continuar nas, nas.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Eu só peço pra

você me relembrar a outra qual era. Ah eu me lembrei da ultima. Se esse emissário

receberá esgoto de algum outro município ou? Não. O emissário é único e

exclusivamente para o esgoto de Maricá, nenhum outro município, é só para o município

de Maricá, tá? Bom.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Agora direciona suas perguntas às outras que você...

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Agora eu vou

passar aqui pra equipe

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Você ficou com alguma duvida no, no EIA não foi?

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Não, acho que a maioria das questões colocadas por ele se

referiam ao canteiro de obras, eu vou refo, eu vou responder algumas. Eu só queria fazer

uma menção, se você me permitir, porque a equipe tá um pouco incomodada com o

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depoimento anterior. Eu achei que foi um pouco duro dizer que a equipe não foi

profissional, é uma equipe de profissionais sim, bastante experiente,(aplausos) tanto que

estão todos aqui pra responder qualquer questão que tenha surgido, então eu gostaria

que questões técnicas que não sejam mencionadas que é total direito de qualquer

organização da sociedade civil ou de qualquer morador fazer, se não fizer aqui, que

façam por escritos enviadas a CECA que nós responderemos, eu tô, tá bom? Nós somos

equipe bastante já experiente no mercado esse EIA-RIMA foi feito com toda seriedade, é

uma empresa bastante séria a empresa responsável, então eu tô respondendo por que a

equipe ficou bastante incomodada com a colocação. Bom. (Conversa ao fundo sem

captação clara de áudio).

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Sim, tudo bem, tá. Bom então assim eu gostaria que

inclusive a gente mantivesse um clima de educação e de respeito durante a audiência, a

equipe se manteve altamente respeitada agora, tá? Obrigado.

Bom respondendo as suas quest..., perguntas. Claro que faz parte da, do papel da

equipe técnica questionar sim, localização, propor alternativas, as vezes a localização de

um canteiro ela não é, não é só o ponto de vista ambiental tá? Que vai assim influenciar

nessa decisão, mas desde o inicio nós alertamos o no, o empreendedor que é a

Secretaria do Estado de Meio Ambiente dá, vamos dizer assim, da inadequação da

localização do canteiro de obras, e de fato como o Dr. Antônio falou várias pessoas já

tinham se manifestados contra essa localização e inclusive a equipe não omitiu impacto

nenhum causado pela localização naquela região do canteiro, tá? Então assim, fizemos

proposições de outros locais? Fizemos, mas os terrenos também precisam ser cedidos e

não foram, tá? Então como o EIA-RIMA é divulgado, entregue pra população ele manteve

ainda a localização do canteiro a cinco quilômetros não é? Daquele ponto da praia eu tive

que manter isso na apresentação, então oficialmente agora o Dr. Antônio está dizendo e

garantindo que essa localização será mudada, ou seja, não existirá mais canteiro aí.

Então nós podemos inclusive, a gente se compromete a rever os impactos ambientais,

por que muitos deixarão de existir com essa mudança tá! E a sua pergunta que eu me

lembro em relação ao plano de emergência, tem capitulo no EIA, em relação ao plano de

emergência sim a gente menciona. Na verdade alguns colegas mais a pedir ajuda aos

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universitários, pelo que eu posso responder é quando você monta um plano de

emergência e contingencia, né! você tem que avaliar o quê? Eventos que não seriam

previsíveis, né! A gente pode dizer assim, ah não tem risco? Não, sempre tem risco, não

existe risco zero tá! Então risco tem. Só que normalmente esse plano de contingência ele

é elaborado por um histórico de acidentes com empreendimentos similares e esse

histórico com, em relação a emissários, é muito pequeno, praticamente eu não posso

dizer que o risco é zero de vazamento, mas ele é muito baixo tá? Então existe um capítulo

sim dentro do EIA, eu, ele tá acho que na parte, eu não vou saber o numero dele aqui,

talvez aqui no RIMA eu consiga, mas ele fala do plano de emergência que é... é o plano

padrão, entendeu? (Conversa ao fundo sem captação clara de áudio).

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Sim, mas eu acho que o Miguel, acho que até explicou

inclusive.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - O microfone seu não tá funcionando. Essa questão

Pedro e Márcia desses planos não é? De emergência eles serão desenvolvidos e

apresentados na fase da licença de instalação caso haja aprovação da licença prévia.

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Sim, mas só pra dizer assim o EIA ele faz essa menção,

mas assim, um plano de, um plano de contingência padrão normalmente utilizados pra

empreendimentos dessa característica, mas existe sim, a gente faz tanto com relação

pras, faz a referencia pra por exemplo, falta de luz nas elevatórias tá! Vazamento do

emissário, rompimento de algum, então existe essa coisa, mas são, é medidas padrão,

padronizadas, por quê? Justamente a gente não tem uma referencia de histórico , né!

Que justifique um plano mais detalhado. Mas como o Gusmão falou em relação a planos,

projetos o EIA ele propôs, ele propõe que seja. A fase de LI é a fase de detalhamento

desses programas tá!

Pedro Hugo - Departamento de Recursos Minerais DRM: - Esse mesmo

questionamento nós fizemos no grupo de trabalho do, em rela, do emissário do

COMPERJ em relação a situação do, do emissário em caso de acidente, porque o litoral

de Maricá ele é conhecido como de alto risco, alto poder erosivo inclusive os estudos do

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professor Dieter e do professor Gelson eles apontam áreas de maior incidência áreas

mais perigosas, menos perigosas, áreas que tem que ser consideradas na implantação

desse empreendimento.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então eu agradeço a participação, a contribuição, eu

acho que foi bastante válida não é? Tivemos uma. Pedro você tem mais alguma

consideração? Tá atendido? Tá certo.

Senhora Márcia Freitas da Secretaria de Turismo, cadê a senhora Márcia? Tá certo, eu só

tô identificando à senhora pra eu lhe dar boa noite. A pergunta que a senhora Márcia

Freitas faz é: Qual o tipo de tratamento o esgoto receberá, produtos usados e qual é o

impacto na vida marinha do entorno do emissário ativo? Então qual o tipo de tratamento

o esgoto receberá, e qual o impacto na vida marinha após a, o emissário já tá operando?

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Pois não, o esgoto ele chega in natura na

estação de tratamento, ele sofre um processo de peneiramento e gradeamento pra tirar

as graxas e gorduras, logo depois ele sofre o processo de desarenação, pra tirar as areias

e os sólidos decantáveis pesados e logo a frente ele tem o tratamento, o tratamento

primário que reduz em grande quantidade a matéria sólida e a matéria orgânica presente

do esgoto. Essa matéria sólida como a gente disse na apresentação ela vai ter um

tratamento específico, que nós chamamos de lodo, o lodo vai ser desidratado e vai ser

lançado, vai ser colocado em aterros sanitários. O efluente líquido após o tratamento é

que vai seguir pro emissário submarino. (Conversa ao fundo sem captação clara do

áudio).

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Como? Não, não entendi, desculpe.

Márcia Freitas – Secretaria de Turismo: - Qual é o estudo de impacto dentro da, do

bioma marinho, da vida marinha ali? Se já há um estudo sobre isso?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Boa noite eu sou professor

Bruno Meurer, eu sou, eu tenho doutorado em ecologia, mestrado em ciências do mar.

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Quando falaram que nós copiamos e colamos trabalhos, uma coisa eu tenho que deixar

bem claro não existem dados pretéritos nessa região de Maricá da biota marinha, então

nós fizemos o primeiro estudo, estamos fazendo trabalhos também com os pescadores de

Itaipuaçu. Estamos vendo que se não for colocado um tratamento em Maricá as coisas

podem ficar muito piores pra região marinha, nós encontramos taxas de coliformes muito

mais altas, por quê? Essa região de Maricá ela tem uma formação geológica de arenito

que permite a percolação da água da laguna pra água do mar, então a trinta metros de

profundidade, a trinta metros de profundidade nós pegamos uma salinidade igual da

laguna e microsistis que é uma micro alga, que produz uma neuro toxina que pode

prejudicar a saúde das pessoas, nós encontramos altas taxas a trinta metros de

profundidade, por quê? A laguna é um berçário pra essas algas, se o esgoto não for

tratado os pescadores que vivem do mar a balneabilidade dessa região, tanto de

Itaipuaçu, nós temos uma área controle em Itaipuaçu, e aqui de Maricá vai ser cada vez

mais prejudicada. Então o tratamento de esgoto é necessário.

Quando nós fizemos a coleta na, no ponto de emissão do efluente nós não encontramos

nenhuma espécie endêmica, é uma região de passagem. Tanto é que nós encontramos

inclusive na rede de pesca, nós utilizamos pescadores pra fazer trabalho com a gente,

foram coletados dois tubarões martelos, né! Que são espécies que estão na lista de

espécies ameaçadas de extinção. Então o impacto que nós podemos prever, mas o que

eu não posso garantir porque não existem estudos, eu trabalho com método científico,

nós vamos continuar monitorando isso, é que quando se coloca um emissário submarino

esse emissário submarino se transforma num recife artificial, com isso a pesca pode

aumentar, eu não estou falando que vai aumentar. O recife artificial ele vai servir nessa

tubulação, como já existe em Ipanema e na Barra o pessoal vai pescar porque vai,

aparece garoupa, aparece às espécies que se entocam nesses recifes artificiais e o

pequeno, a pequena quantidade de nutriente que vai sair, né! Ah, vai aumentar o

fitoplancton, vai ficar muito diluído a corrente é muito forte ali, então a gente não pode

prever nenhum impacto nesse sentido, nem que vai aumentar também a pesca, tá? Mas

em relação a tratamento da laguna ela é essencial, porque o mar de Maricá e de Itaipuaçu

já está poluído. Então é necessário o tratamento do esgoto, a laguna ela está, é uma

bomba relógio. (aplausos).

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Senhora Márcia a senhora ficou satisfeita com a

resposta? Tá certo.

Senhor Wetter, senhor Wetter da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Fluminense, da

universidade pediu uso da palavra. Onde é que tá o nosso professor? Muito obrigado pela

sua presença.

Professor Wetter - UFF: - Boa noite a todos, eu não pude ler o EIA não é? Eu não tive

tempo, mas eu li o RIMA e eu tenho umas questões pra levantar. A primeira é sobre o

lançamento do, dos sólidos não é? Desidratados em aterros sanitários, porque Maricá não

tem aterro sanitário não é? Então aonde isso vai ser lançado? Essa é a primeira questão.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então vamos responder essa pergunta professor?

Hein professor, eles podem responder essa pergunta professor?

Professor Wetter - UFF: - Sim.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Pode ser essa dinâmica?

Professor Wetter - UFF:: - Pode, tranquilo.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então a pergunta do professor em sentido da

destinação dos resíduos.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Não seria, obrigado

pela pergunta. Na realidade Maricá e como outros o Governo do Estado do Rio de

Janeiro através da Secretaria de Estado e Ambiente ele está implantando aterros

sanitários e consórcios de aterros sanitários pelo Estado todo e Maricá é um desses,

então Maricá não tem no, no município, mas tem, vai ter no consórcio onde vai ter todo o

aterro, todo o lixo de um certo, de um grupo de municípios vai pra um aterro consorciado

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e Maricá estará dentro de um deles, portanto certamente irá também pra um aterro

sanitário.

Professor Wetter - UFF: - Um outro problema, que acho que não é um problema nem

RIMA é um problema do projeto é que não se considerou a área urbana do outro lado da

estrada não é? Do primeiro distrito não é? Só se considerou fazer a coleta de

esgotamento sanitário não é? E se tratar o que tá da estrada pra cá. Acontece que hoje a

área que mais cresce no primeiro distrito porque é a que tem mais lotes pagos não é? E

área vazia é exatamente a área do outro lado não é? Então eu acho que é um problema

que não é considerado pelo, pelo RIMA não é? E que poderia ser determinante pra que

se escolhesse a outra solução, que não a solução que foi eleita não é? Que é a de

interceptor ocea, interceptor oceânico não é? Que seria de ter três estações de

tratamento, uma por cada bacia com o tratamento terciário, que eu não vejo nenhum

problema que se lançasse o efluente resultante desse tratamento terciário não é?

Inclusive no RIMA a própria equipe enuncia não é? Valores e diz que o, as três estações

de tratamento terciário teria um custo menor do que a implantação desse interceptor

oceânico, o que eu acho natural porque é o que acontece na bacia da

Barra, vai ter que ter uma elevatória que vai levar o esgoto para o centro pra depois ele

voltar pro interceptor não é? Pra ser lançado no oceano, não é? E tem um problema

também que não é considerado não é? Que nós não temos aterro, mas nós temos um

lixão não é? E esse lixão hoje que eu saiba ele não tem nenhum tratamento de chorume,

e eu acredito que esse tratamento de chorume teria que ter sido equacionado e também

fazer uma coleta, porque não adianta a gente recolher o esgoto do lado de cá da estrada

se do lado de lá vai continuar sendo lançado e eutropisando a laguna.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vamos então, vamos então a segunda pergunta.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - O senhor tem

razão, professor desculpe, qual é o nome?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Wetter.

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Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Da, da UFF né?

Meu colega da UFF. (Conversa sem captação clara do áudio).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Isso, eu sou da

engenharia. Aliás eu, da ABES que é presidente da ABES não é o, não é o Sérgio

Pinheiro? Presidente da ABES hoje? Teve uma representante falando aqui, foi nosso

aluno lá, fez o mestrado comigo lá na engenharia o atual presidente da ABES.

Bom, deixa eu falar sobre o, primeiro sobre o outro lado da estrada. Veja bem, aqui nós

estamos tratando da audiência publica do emissário não é do projeto de saneamento, foi

feito o projeto pra Maricá praticamente inteiro e tá se tentando conseguir recurso pra

implantação um a um, agora todos eles a ideia é que todos vão, que sejam direcionados

para o emissário e não, não vi esse detalhe no EIA-RIMA de que diz que, se é que diz

não é? Que o custo de três estações seria mais barato do que o emissário.

Na realidade três estações daquele que ele analisou no entorno, mas certamente na hora,

na hora que introduz a operação e manutenção que é quando vai passar pra prefeitura ao

longo dos vinte, vinte e cinco anos que é o horizonte do projeto o trata, o trata, a estação

de tratamento terciário o custo dela é altíssimo.

Nós temos alguns exemplos que aqui mesmo, porque nós teríamos que manter o nível o

porquê que se faria o tratamento terciário? Na realidade o tratamento secundário que vai

trata, que vai retirar ai noventa e cinco, noventa e seis por cento da carga orgânica e você

dá um polimento, ou seja, você adiciona normalmente, perdão, um produto químico

cloreto férrico ou, pra reduzir os nutrientes que é o que o professor, o colega tava falando

aqui da, das, das algas que tem proliferação basicamente são os nutrientes oriundo do

esgoto, nitrogênio e fósforo e principalmente se adicionaria cloreto férrico para retirar o

fósforo, isso é o todo os que nós temos aqui, exemplos de outros implantados aqui na

lagoa de Araruama e alguns aqui em Niterói, em Camboinhas e Piratininga é um custo

altíssimo até se reduzir a um nível, ao nível poderia dizer a um miligrama por litro ou seja,

a um nível de fósforo que não provocasse, não provocasse a otrofização e estamos

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falando na realidade em síntese nisso, ou seja, um boom de algas e algas que podem ser

algas tóxicas. Isso teria um custo de operação e manutenção que sobraria pra socieda...,

pra prefeitura e por tanto sobra para prefeitura para sociedade como um todo caríssimo.

Então se porventura foi analisado o custo específico de implantação dessa ou daquela

estação terciária ao longo, não se levou certamente, não se levou em consideração do

custo de operação e manutenção da ope..., dessas estações ao longo de vinte e cinco

anos, ai o emissário é imbatível. É por esse motivo eu queria deixar isso claro e ai

livrando os cofres da Prefeitura e claro que a Prefeitura nada mais é do que um

repassador e iria repassar para a sociedade. Professor, não sei se eu respondi?

Ah, o lixão, o lixão tem um programa específico para a remediação em todos os locais

aonde, aonde nós implantamos e aí alguns eu posso dizer, fizemos o aterro sanitário de

São Fidelis e nós só podemos paralisar o lixão depois de se implantar um aterro e ai nós

podemos vir e remediar os aterros dos municípios que vão lançar pra esse novo aterro

regional.

Assim foi feito em Paracambi, assim foi feito em Teresópolis, assim foi feito, está sendo

feito em Teresópolis, assim foi feito em Vassouras. Bom, poderia citar alguns outros, mas

Maricá não será diferente. A ideia é que Maricá vá pra São Gonçalo e depois assim que

se possa implantar, possa ir para, começa ter aonde lançar, ai se vem e se vai fazer a

remediação. Nessa remediação passa também pelo tratamento do chorume e a

remediação do solo em volta que certamente está bastante contaminado com esse

mesmo chorume que é a sua preocupação, obrigado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A secretária. Professor o senhor está satisfeito com

as respostas recebidas? A Secretária Luciana vai complementar aqui.

Luciana Andrade – Secretária de Projetos e Saneamento: - Boa noite, só pra

complementar o Da Hora, o nosso lixão hoje tá fechado aguardando remediação e todo o

resíduo de Maricá está sendo destinado pro CTR de Itaboraí, Maricá o lixão hoje não

recebe nenhum tipo de resíduo, tá bom? Obrigada.

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Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Pois é, é

exatamente isso, nós deixamos a disposição de Maricá tanto São Gonçalo como Itaboraí

e agora o próximo passo é fazer a remediação, mas acho que foi isso que nós falamos

para o professor, obrigado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Bem tivemos também uma inscrição aqui da senhora

Flávia Coelho que pediu pra fazer uso da palavra, muito obrigado ai pela sua participação

e presença na audiência.

Flávia Coelho – PALMA: Alô, obrigada professor o meu nome á Flávia e eu sou

presidente da PALMA Associação de Preservação Ambiental das Lagunas de Maricá e

sou coordenadora geral do subcomitê de Maricá e Guarapina tá? E eu realmente quanto

mais eu assisto essa Audiência Pública menos eu entendo porque tá tudo errado, nesse

EIA-RIMA, me desculpa se você ficou mordidinha porque a outra falou brava.

(manifestações).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Opa, oi, oi, oi, aqui nós estamos numa audiência

publica e existe o direito das pessoas se manifestarem, tá certo?

Flávia Coelho – PALMA: - Cortaram.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E ai as pessoas depois tem o direito de responder,

mas se não pode, não é?

Flávia Coelho – PALMA: - Mas, tá tudo errado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Por favor.

Flávia Coelho – PALMA: - Pra começar, Luciana você não falou lá na reunião do

subcomitê que a ETI não ia mais ser em, na Mumbuca ali em Itapeba, que ia ser no

Boqueirão? (resposta da Luciana sem microfone).

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Flávia Coelho – PALMA: - Não, mas o EIA que a gente leu tá? Que, aliás, diga-se de

passagem, eu só consegui porque o professor me conseguiu uma cópia lá no INEA

porque aqui em Maricá não tinha, e isso é uma falta grave de não se colocar a disposição,

não interessa o RIMA, certo? RIMA é bobagem, é o EIA aonde tem as informações,

certo? Então, o campo de obras, o canteiro de obras não tá ainda decidido. A ETI já

mudou de lugar não é? Um monte de coisas que tão assim, pra quê essa correria pra

fazer uma Audiência Pública num local em que por liminar tá proibido qualquer

licenciamento? Não estou entendendo, certo? Proibido bicho, ai vocês vão fazer, vocês

são loucos, vocês são completamente loucos.

Tratamento primário tá? A SETAP a câmara técnica da qual eu também participo lá do

comitesão, do comitê da baia, a conclusão da análise desse negócio é que era pra ser

terciário sim viu Da Hora, por que como esse mar é muito batido é muito erosivo e todo

mundo sabe disso certo? E informações sobre aqui tem sim exatamente por causa da

grande dinâmica daqui da costa é óbvio que vai acabar mandando isso aqui lá pro Japão,

lá “pro raio que os parta” entendeu? Do mesmo jeito que o outro duto. Vai ter problemas

nesse emissário de vazamento, de furo, de rombo, de seja o que for. E ai o quê que vai

acontecer? Aquele esgotinho que foi peneirado só,não é? Cocô peneirado vai ser jogado

todo em um ponto da Lagoa. A Lagoa hoje, as lagoas, o sistema lagunário hoje tá

dançado, tá, tá? Completamente dançado, mas ele recebe esses efluentes espalhados,

não são num ponto só tá? Com um acidente qualquer nesse, nesse, nesse emissário o

que vai acontecer é que tudo aquilo vai ser jogado num ponto só. Por isso a

recomendação da SETAP foi pra que fosse terciário é caro? “So, sorry” cobre a gente já

paga muito imposto, o que não dá é pra fazer uma coisa meia sola gente. Vocês chegam

aqui achando que, ah Maricá não tem nada. Maricá é o primo pobre, vamo lá e damo uma

esmolinha qualquer e tá beleza. Não tá beleza. Sabe? Você fica ouvindo essa explanação

pelo amor de Deus, um monte de asneiras gente, vocês vem pra cá pra falar asneiras no

ouvido da gente? Pelo amor de Deus, eu li o EIA, certo? Eu estudei ele e é uma coisa de

maluco e me, me, me, eu me sinto professor, sinto muito lhe dizer isso, eu me sinto

quanto ambientalista envergonhada dos órgãos ambientais do nosso Estado. Pelo amor

de Deus, deixar passar tudo isso? Eu tenho mais coisas pra falar aqui que eu anotei tá?

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Fora a história da cidade que tava marcada, da ETI que não é mais lá. O tratamento

primário, o princípio de precaução foi jogado lá pra Marte, porquê isso é princípio de

precaução, se acontecer alguma coisa no emissário numa costa batida desse jeito isso

vai tudo prum ponto então vamos usar o princípio precaução tá! que está sendo

solenemente ignorado, assim como o subcomitê o e próprio comitê da baia estão sendo

ignorados quando determinam certas coisas e falam e neguinho finge que não é, que não

ouve tá! Vocês falam que a área de, de, ADA, área de? Afetada de três quilômetros tá

numa distância de quatro quilômetros, mas indiretamente mais um quilômetro. Quer dizer,

com certeza que aquele grãozinho de cocozinho não vai chegar assim e falar, ai só posso

vir até aqui por que pra lá é mais de três quilômetros. Essa área aqui será afetada sim,

porque são marés malucas, aliás, as correntes foram estudadas em apenas quatorze dias

no ano. Essas correntes elas mudam no mesmo dia, elas tão indo pra lá, tão vindo pra cá

há densidade no verão, no inverno, vocês em quatorze dias acham que são os

“bambambans”. Jogam pra fazer o modelo matemático computacional, ou seja, lá o que

for, meu Deus do céu já todo mudo careca de saber que modelos sabe? É só pra mostrar

ali bonitinho ali no negócio cara, na hora do vamo ver, não é isso que funciona. Maricá

tem uma caracterização específica dela, não dá pra ficar realmente no corte cola, como

vocês ficaram tá? Medição de corrente meu Deus, ah ainda por cima temos micro

ressurgências aqui eu não sei se você sabe que as correntes aqui se invertem não é?

Então aquilo que eles, que ela ocasiona lá em Arraial, ela ocasiona pequenas

ressurgências por aqui exatamente mais ou menos na, na reta das ilhas mais ou menos

tá? Trazendo mais os micronutrientes lá do sul lá das Malvinas, como o próprio nome

coisa já diz, lá do Polo Sul, trazendo aqueles micronutrientes. Ai vem o outro falando, ai

não mais os peixinhos aqui não são daqui, e daí? Mas passam por aqui. Você não pode

ficar pensando, ah não ali os peixes não são nativos, dane-se. “Putz”. É no mínimo

fascista isso com os peixes gente, pelo amor de. Sabe? Na boa.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Senhora Flávia então vamos a.

Flávia Coelho – PALMA: - Não, na boa.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A pergunta, a pergunta.

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Flávia Coelho – PALMA: - O que eu quero dizer é o seguinte. Não entendi nem porque

começou essa audiência publica. Primeiro por que tem uma liminar impedindo o

licenciamento. Segundo, mesmo que não tivesse o plano diretor vigente da APA diz que

lá não pode. Terceiro, pra que correr se vocês ainda não definiram nada. Ai fala, o Pedro

Hugo falou o plano de contingencia realmente lá só fala que vai ter um plano e no EIA não

é nem no RIMA, agora o INEA aceitar um serviçinho chinfrim professor pelo amor, é a

segunda que eu te falo isso professor o EIA do, do, do duto lá do, do emissário do

COMPERJ foi a mesma coisa, um trabalho feito nas coxas de quinta, e de novo o

Maricaense tem que ouvir uma apresentação de um trabalho de quinta, pelo amor de

Deus. (aplausos).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Algumas respostas já foram dadas não é? Mas se

tiver algum comentário aqui.

Luciana Andrade – Secretária de Projetos e Saneamento: - Em relação à estação de

tratamento Flávia, a gente, tá sendo estudado mesmo a troca por conta de terreno, mas o

que está sendo licenciado aqui é o emissário submarino, não estação de tratamento, tá

bom?

(Conversa ao fundo sem captação clara de áudio).

Luciana Andrade – Secretária de Projetos e Saneamento: - O que está sendo

licenciado aqui é Flávia é o emissário submarino.

(Conversa ao fundo sem captação clara de áudio).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá certo. Outra, outra comentário da senhora Flávia

em relação ao EIA e ao EIA e o RIMA foram distribuídos aqui conforme foi mostrado e a

prefeitura a secretária, o EIA.

(Conversa ao fundo sem captação clara de áudio).

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A legislação, a legislação estabelece que cópias do

EIA ficam a disposição na secretaria, no INEA, na CECA.

(Conversa ao fundo sem captação clara de áudio)

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Ah, os outros órgãos recebem cópias do RIMA, e as

pessoas que quiserem ter acesso ao EIA, que é um documento publico, podem ir a

CECA, podem ir ao INEA e receberem cópia, como à senhora Flávia foi lá e recebeu.

Agora, a legislação estabelece que é obrigatório portanto, um ato vinculado, distribuir

cópias do RIMA. Até porque vocês imaginem que esse EIA que é numa linguagem

extremamente técnica e que é composto por mil páginas, se cópias do EIA fossem

distribuídas no papel pra todos seria pelo menos um procedimento antiecológico porque

iam derrubar algumas árvores. Então o que é distribuído é o RIMA e quem quiser o EIA

tem acesso dentro daí do INEA, na CECA e hoje isso fica também nas páginas porque a

legislação, resolução do CONEMA de 2011, já prevê essa distribuição. Então isso tudo foi

cumprido, vocês estão insistindo em que haja algumas ilegalidade, algum procedimento

errado dentro de procedimentos que foram absolutamente corretos em relação a

distribuição, a publicidade, a informação. Quanto ao questionamento do trabalho técnico

apresentado, eu acho que vocês já responderam antes, mas se fizerem algum

complemento. Mas, tá registrado e consta aqui na transcrição da ata.

A senhora Naiara Melo, está presente? Senhora Naiara, obrigado. É estudante de Meio

Ambiente da FAETEC. Muito bom.Gostaria de saber se os resíduos gerados durante as

obras terão os corretos fins e se existe uma data prevista para finalização do projeto?

Naiara, em relação se existe uma data prevista? Eu acho que é difícil a resposta deles,

que isso depende do procedimento de licenciamento. Nós estamos na fase inicial que é

da licença? Prévia, muito bem! E o projeto será implantado ou não após o recebimento da

licença de instalação, não é isso? E operação. Então eu acho que vocês não podem

quando será implantado, não é? Depende. Agora ela gostaria de saber se os resíduos

gerados durante as obras terão os corretos, as corretas destinações?

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Márcia Panna EIA-RIMA: - Alô? Vários impactos forma identificados da, em pela,

decorrentes das obras não é? E principalmente da geração de resíduos. Os resíduos quer

dizer, apesar de quase todos serem considerados de pequena magnitude. Eu não sei se

vocês perceberam, ao lado de cada impacto nós propusemos a adoção de medidas

mitigadoras, ou seja, medidas de controle justamente da obra pra quê esses resíduos

sejam destinados de forma adequada que toda a implantação, ou seja, toda a obra não é?

De escavação seja controlada tá? Então a sugestão é que o estudo, o empreendimento

seja aprovado com adoção de medidas mitigadoras. Então eu não tenho como responder

que vai ser, sim vai ser correto. A gente acredita que sim, que seja correto, tá? Mas pra

isso também estamos sugerindo a elaboração e execução de alguns programas

ambientais, como o programa de controle das erosões que acaba acompanhando todo o

traçado terrestre do emissário, tá?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá satisfeita com a resposta? Tá? Então tá certo e

vamos passar aqui para a pergunta do senhor Luiz Fernando Graça Melo. Tá presente o

senhor Luiz Fernando? Muito obrigado pela presença. Ele é morador e jornalista. Qual o

cronograma das obras?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Após o

licenciamento nós implantamos em quatro meses, seis meses, depois que obtiver a

licença de instalação seis meses depois já tá pronto.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então a resposta senhor Luiz Fernando é em segui,

após o licenciamento seis meses pra implantação. Uma outra pergunta: foram

consideradas situações de exceção para dispersão no mar ou só o regime das marés?

Se foi considerado, foram consideradas as situações de exceção para dispersão no mar

ou só o regime das marés?

João Cassar - Engenheiro - COHIDRO: - Alô. Sim, foi considerada sim a dispersão,

somente foi o que eu falei desde o inicio, são dois modelos, um de campo próximo

somente vai haver essa dispersão no, ao redor não é? Do, do, do ponto do lançamento,

foi considerado sim.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então foi considerado um outro, uma outra situação

de exceção além do regime das marés, não é isso?

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - É, além disso, também há situações de

ventos extremos que poderia aumentar um pouco a corrente em sentido a costa, isso sim

também é considerado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Terceira pergunta do senhor Luiz Fernando. No

ponto de lançamento existem, existem pesqueiros identificados? Ou não foi feita pesquisa

nesse sentido? No ponto de lançamento existem, existem pesqueiros identificados?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Bom, como eu falei nós

trabalhamos com alguns pescadores e o pescador que trabalhou com a gente não

conhecia a área e gostou, até porque ele, as espécies estão relacionadas. (Conversa ao

fundo sem captação clara do áudio).

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): (Conversa ao fundo sem

captação clara do áudio).

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - É de Itaipuaçu. (Conversa

ao fundo sem captação clara do áudio).

Não, eu tô falando do ponto de emissão do efluente, ali não tem pescador que chegue ali

e a quatro quilômetros e que coloque a rede ali. (Conversa ao fundo sem captação clara

do áudio).

Tem? Então assim, eu quero conversar depois com vocês porque nós estamos fazendo

uma pesquisa também nessa região, tá? Olha só eu quero deixar bem claro uma coisa,

eu trabalho. (Conversa ao fundo sem captação clara do áudio).

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Deixa eu falar, deixa, deixa eu só falar uma coisa. Eu se tivesse algum problema com os

peixes eu falaria porque eu trabalho com conservação de peixes, tartaruga marinha, é só

olhar os meus trabalhos. Então eu seria a primeira pessoa a falar.

Com relação aos tubarões, tubarão martelo que é uma espécie ameaçada de extinção,

está na lista do Ministério do Meio Ambiente. Nós queremos fazer um trabalho inclusive

com os pescadores porque grandes tubarões vem aqui pra ter os filhotes, então pegam

pequenos cações e isso, os cetáceos nós também estamos fazendo o monitoramento, e

essa pesca ela não tem o controle em relação às espécies ameaçadas. Então nós

queremos trabalhar com os pescadores também, da mesma forma que vocês querem um

ambiente saudável, nós também queremos, certo? (Conversa ao fundo sem captação

clara do áudio).

Eu não, eu não entendi o que a senhora falou? (Conversa ao fundo sem captação clara

do áudio). - Olha só, é.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Olha, repete, repete a pergunta.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Não, não, ele escutou.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Ele escutou, mas não foi gravado.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá):- Ah, tem que gravar.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Sua contribuição é importante, seu nome.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá) : - Úrsula.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Eu sei seu nome, mas ninguém sabe.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá):- Bom dia, boa noite professor,

tudo bem? Depois a gente conversa não é?

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Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - É.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá):- O que acontece? O que me,

me espanta é vo, é o senhor, você chegar aqui e falar que você trabalhou com os

pescadores, que foi o que eu entendi, desculpe talvez eu entendi errado.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Sim, trabalhei com os

pescadores.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá):- E o pescador no qual você

trabalhou não com, não conhecia a área, e depois.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Sim.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Calma, e depois você vem e

fala que a quatro quilômetros não existe rede não é? Não existe pés, lançamento de rede.

E foi imediatamente questionado, então eu acho que a mea culpa ela é muito válida,

porque, já se demonstrou claramente que houve uma falha no trabalho, não fui eu que

falei, foi você.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Quando nós coloca, nós

coloca, não houve falha no trabalho.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Mas você.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Porque nós colocamos a

rede lá.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Desculpe, só pra tá gravado,

está gravado, você realmente falou essas palavras, então tá obrigado.

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Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Falei e vou responder

agora em cima da, do seu questionamento. Quando nós fomos fazer o trabalho nós fomos

com o GPS e, fomos no ponto onde vai ser feita a emissão do efluente, quando nós

colocamos a rede fomos de dia e, ficou vinte e quatro horas não tinha nenhuma outra

rede no local.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Ótimo. Não, você ficou a vinte

e quatro horas.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - E assim.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Ótimo.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Olha só, deixa eu só

acabar agora.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - - Tá, não termina, desculpa.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - E ai nos pontos não é? Eu

sei que cada pescador tem o seu ponto pra deixar a rede de espera, rede de espera de

fundo, que era uma instrução, na instrução técnica do INEA foi colocado (inaudível).

Então nós colocamos a rede de espera que é utilizado pelos pescadores, rede de espera

de corv, pra corvina não é?

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Vocês colocaram.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - O pescador.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Que foi com você?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Foi com a gente.

Marcamos com o GPS exatamente nos pontos. Nos pontos onde nós colocamos com o

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GPS, pode até ter do lado, mas nos pontos onde nós temos de estudo e nas nossas

áreas controle. Nós temos dois pontos de pesca no emissário.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Dois?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Sim, porque as redes são

compridas.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Tá, tá.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Eu não posso ter mais

porque senão não é? O impacto vai ser grande.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Exatamente, concordo.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Então eu uso duas redes

no ponto do emissário e coloco também na, na, no controle que fica mais na, na, em

direção as ilhas Maricás, que já, já pescam lá. Nessa área houve uma grande diversidade

de peixes, eu não tô falando que é uma área morta, eu tô falando que é uma área com

grande diversidade de peixes e peixes de passagem.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Certo, mas você não tá

respondendo a minha questão.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Nós temos a relação.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Desculpa

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Desculpa, repete então a

sua pergunta.

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Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Meu questionamento foi. Os

pontos que vocês fizeram dois pontos, isso é um emissário não é? Esse emissário é de

vital importância pro Município de Maricá e pela toda área costeira de Maricá, não só de

Maricá como influencia em vários pontos de pesca, correto?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Sim.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Tá, você afirmou, você aqui

afirmou que vocês deixaram uma rede vinte e quatro horas e meu medo é esse. Porque

vinte e quatro horas uma rede e dessa rede coletada foi da onde vocês tiraram o

embasamento desse, dessa apresentação.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Não, não, não.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Foi esse cam..., pera ai, foi o

que eu entendi, desculpe.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Tá então.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - - Foi o que você.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Nós fizemos

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Então talvez você se explicou

mal, tá?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Porque aí e.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): -Tá, mas foi o que eu entendi.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Nós continuamos fazendo

o outro monitoramento. Nós fazemos monitoramento de cetáceos e quelônios também e

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ai foi feito por um período maior, uma exigência do INEA. nós queremos fazer um

monitoramento mais. (Conversa ao fundo sem captação clara do áudio). Mais robusto,

não é? E assim, pode.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Tá, você, desculpe eu não sei

o seu nome.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Fora, fora, o Estudo de

Impacto Ambiental nós continuamos fazendo esse monitoramento.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Eu não sei o seu nome,

desculpe, eu num.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Bruno.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Bruno prazer Úrsula, tá?

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Então assim.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - - O que acontece, o meu

medo Bruno, eu não, não, não estou questionando o seu profissionalismo, de maneira

alguma tá? Não estou ??? de ninguém aqui tá? Eu só estou questionando o fato de ser

um, um, emissário de tamanha importância se nós não temos uma pesquisa no mínimo

de dois anos de qualquer tipo de, entende? Ah é pouco tempo, é só isso.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Então.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Desculpa é só mais uma

coisa, o senhor falou. Ah nós tentamos um outro emissário que seria mais caro. Eu não

quero saber quanto custa. Eu pago, eu pago imposto e o meu imposto é pro meu bem

estar. Se custar mais caro, ótimo, é meu bem estar. Eu prefiro comer melhor, entendeu?

Viver melhor é por isso que eu moro aqui, tá? Vai custar mais caro? Tudo bem, nós

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pagamos impostos. Vocês tem que questionar não a, o, vocês, as pessoas não podem

falar, custou mais caro eu não quero. Pergunta pra população, olha isso aqui custa mais

caro, mas é melhor. Vamos ver qual é a resposta, é só isso. É um pouco, eu não sei o

senhor sabe?

Eu não sei, não sei, se o senhor sabe tudo bem tá? Agora, foi o que ele falou, desculpa.

Foi porque o rapaz falou. É melhor, mas custa mais caro. É o que eu escutei, eu não tô

devaneando, tudo o que eu escutei aqui é o que eu tô respondendo, é o que eu tô

questionando.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Tá, em relação a pesca.

Como eu falei aqui dados pretéritos em relação à pesca, não existem. Pode existir sobre

hidrodinamismo, geologia, mas em relação à biota marinha, foi pesquisado e pouca coisa

existe. Então o que quê foi feito? Nós fizemos uma, uma pesquisa com pescadores da

região de Maricá vimos às espécies que ocorrem nas redes, não é? E fizemos a nossa

amostragem, e propomos um plano de monitoramento com um esforço muito maior, com

coletas mensais não é? Durante a fase de instalação e depois coletas bimestrais. Então

com isso, isso trabalhando com os pescadores, em nenhum momento nós vamos nos

afastar dos pescadores. Porque nós entendemos a necessidade deles, assim como eles

vão nos ajudar a ter informações cientificas sobre a região.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Muito obrigado por ter me

respondido, mais uma vez você afirma o que eu acabei de falar. Nós não temos

informações concretas, cientificas sobre a região.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - E eu complementei que eu

fiz essa pesquisa com pescadores.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Vai ser feito tá? Mas vai ser

feito, mas atualmente nós não temos. O meu questionamento é simples, é um projeto

muito grande e nós não temos informações, poxa, é uma questão até de lógica, você me

desculpa.

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Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Nós fizemos pesquisa com

os pescadores, com os dados pretéritos que nós não tínhamos publicados. Então as

espécies que ocorrem na área estão no estudo de impacto ambiental. Foram colocadas

espécies que ocorrem na área, foram colocadas, se elas estão na lista de espécies

ameaçadas, se elas são endêmicas, se elas são de passagem, então isso foi colocado.

Então em relação a pesca eu não vejo problema nenhum.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Tá certo, é que de repente, eu

trabalho, eu faço parte da PALMA também e nós temos contatos com vários pescadores e

infelizmente nenhum dos pescadores que você usou entendeu? São do nosso convívio.

Não tô dizendo que você não, não fez. Meu questionamento é simples, eu não tô, é muito

perigoso é uma coisa muito perigosa gente, a gente não pode tratar o meio ambiente

dessa forma. Ah, vamos ver. Nós vamos fazer processo, nós vamos. Não é assim,

desculpa eu, você me desculpa, mas eu acho.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Alguma espécie que foi

colocada no estudo de impacto ambiental não ocorre na região?

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Bruno o meu questionamento

não é esse.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Não eu tô colocando.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Não, desculpa Bruno a gente

pode começar a discutir, minha discussão.

Bruno Meurer - Coordenador do núcleo biologia da USU: - Eu quero saber qual é o

erro que está no estudo de impacto ambiental em relação ...

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Não, não é por ai Bruno,

desculpa não é por ai tá? Desculpa, mas não é por ai.

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Márcia Panno – EIA-RIMA: - Me permite Gusmão?!

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Bem deixa eu.

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Gusmão, rapidinho? Me permite? Úrsula, não sei em que.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Prazer, seu nome?

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Márcia

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Márcia, prazer.

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Também tentando responder o questionamento anterior não

é? Que foi especificamente pra área de dispersão tá? Bom, os modelos computacionais

hidrodinâmicos é uma metodologia cientifica bastante reconhecida tá? E nós acreditamos

que ela dê resultados bastante expressivos sim e confiáveis, tá? Então assim, a equipe

tem que traçar a sua metodologia de obtenção de informações a partir de bases

científicas também tá? Então assim, quando a gente, a pluma de dispersão o modelo

utilizado diz que o raio da pluma ele atingiria no máximo três quilômetros, por uma

questão de segurança a gente ampliou a área de influencia.

Agora só respondendo a questão do pescador. Foi feita sim, foram feitas entrevistas com

os pescadores, principalmente da Colônia Zacarias tá? O Russo, eu não sei se ele tá aqui

foi que, quem, foi entrevistado pelo coordenador tá? Pelo André, nós também fomos,

conversamos na prefeitura de Maricá com o superintendente de pesca tá? E pelo

resultado não quer dizer que não haja pescadores, por exemplo, em áreas próximas, tô

falando do ponto de dispersão. O estudo não identificou pescador, um pescador que

atuasse naquele ponto especificamente e que o Bruno respondeu foi: a partir desse raio

da pluma que era a nossa base inclusive pra trabalho e pra levantamento de dados, nós

traçamos uma metodologia. Então ele junto com o pescador tá? E a equipe dele fizeram

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um sistema de coleta tá? Num raio dessa pluma tá? Essa metodologia é aceitável. Vocês

tem total direito de pedir mais esclarecimentos ou não concordar com a metodologia.

O EIA ele não exaure de forma alguma as informações de uma região, até porque o EIA-

RIMA é importante à gente dizer, ele não é um instrumento científico, ele é um

instrumento de análise que pra obtenção de dados, muitas vezes, se utiliza de

metodologia científica, tá, mas até o tempo de elaboração do EIA-RIMA, não permitiria a

obtenção, talvez, de dados temporais, principalmente mais profundos, tá! Então é assim,

os pescadores foram mencionados, foram contatados, as informações não foram

simplesmente inventadas, foram passadas por profissionais ou pelos próprios

pescadores.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - E eu acho que o saneamento

é um projeto do bem, mas como ele vai ser implantado, aí nós divergemos nisso, né? Mas

é um ponto de vista. Agora, o meu único questionamento é que: não seria necessário,

uma pesquisa um pouco mais, um pouco mais tempo de pesquisa, já que nós não temos

dados o suficiente da área?

Márcia Panno – EIA-RIMA: - Sim, por isso que nós estamos propondo um programa de

monitoramento dos recursos hídricos biológicos, físico-químicos, né? Parâmetros

biológicos, físico-químicos e de sedimentos que vai se iniciar durante toda a implantação

e a proposta é que ele dure, pelo menos, 2 anos de operação do empreendimento, tá?

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - O problema é que, não tem

ninguém aqui contra ou a favor, o que tem é posicionamento diferente. Tá bom?

Márcia Panno – EIA-RIMA: Ok, eu entendi. Obrigada Úrsula.

Úrsula de Araújo (Associação Pescadores de Maricá): - Obrigada a você.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Esse esclarecimento que ela está dizendo, de outros

projetos, né? De outras pesquisas a serem desenvolvidas após a liberação da licença de

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instalação, é um programa para 2 (dois) anos que você falou, isso consta no estudo. Tá

certo. Bem, o senhor, a intervenção da Úrsula foi muito oportuna mas a pergunta, as

perguntas foram do Sr. Luís Fernando. O senhor se sente contemplado com as

respostas? Então muito obrigado pela sua participação. E também, desculpa, eu não

estou entendendo aqui a identificação do colega da CEDAE. É Landival, Landinal?

Laurival. O Laurival faz uma pergunta nessa linha também:

A pluma dos efluentes atingirá as ilhas Maricá?

João Cassar - Engenheiro - COHIDRO: Alô? É, essa foi uma preocupação nossa

também, tá? Que não atingissem as ilhas de Maricá. Não, não vão atingir as ilhas de

Maricá, com certeza.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Em caso de impacto da pluma, é, acima das taxas,

das taxas máximas permitidas, a estação de tratamento de esgoto teria condição de pré-

estabelecer um projeto para aperfeiçoar o tratamento? Em caso de impacto da pluma, no

meio? Acima das taxas máximas permitidas a ETE teria condição, já, com isso pré-

estabelecido em projeto, para aperfeiçoar o tratamento?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: -Também é o colega

da CEDAE?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Então você

conhece bem. É, na realidade, o tratamento clássico normalmente você tem o tratamento

primário, depois o secundário e quando for o caso, também o terciário. Quer dizer, seria,

caso se comprovasse necessário é só acrescentar um módulo de tratamento secundário.

E só a partir daí fazer o lançamento, mas eu só lembro que em nenhum outro emissário

que se tenha conhecimento, isso foi necessário. Esperamos que aqui também não. Mas

sempre se poderia fazer um módulo adicional.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E o estudo de correntes do, no ponto de lançamento

foi de quantos anos?

João Cassar – Engenheiro – COHIDRO: - Olha só, o estudo, o monitoramento mesmo,

a medição, a gente faz para calibrar o modelo matemático. Por isso que a gente usa o

modelo matemático para poder, você analisar a maré de sizígia, a quadratura, com o

vento, então você considera vários casos no modelo matemático, mas a medição mesmo

foi no período de cerca de um mês, mais ou menos, né? E ele serviu para, justamente

para a gente, naquele período a gente calibrar o modelo e ter certeza de que tá

funcionando com coerência.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - As respostas foram, satisfizeram aí a sua pergunta?

Obrigado. Também em relação a modelos físicos e matemáticos, o Guilherme, geógrafo,

cadê o Guilherme? Obrigado aí, pela sua presença. Boa noite. Ele é geógrafo em Maricá.

Foram feitos modelos físicos ou só matemáticos? Foram feitos levantamentos

topográficos, perfis da área costeira e submarina? Visto que se trata de uma área

extremamente dinâmica e as correntes de retorno? E a questão da poluição dos

sedimentos de pesca? De praia, de praia. Então são essas as perguntas. Foram modelos

físicos ou só matemáticos? E foram feitos levantamentos topográficos da área costeira e

submarina?

João Cassar – Engenheiro – COHIDRO: - Bem, foram utilizados somente modelos

matemáticos, até porque modelos físicos para esse caso de dispersão de pluma, não é

utilizado, tá? Foram feitos sim, foi feito batimetria da área toda, sondagem sísmica

também, tá? De toda a área do emissário. E essa preocupação da dinâmica da praia, a

gente conhece isso também, tá? É uma faixa muito dinâmica. Essa, não só a praia de

Maricá, mas em geral, com todas as praias oceânicas. É então foi aplicado também um

modelo matemático para prever em ressacas, como que são essas erosões que ocorrem

na praia com ressacas de até, de 100 anos de tempo de recorrência e por isso que o

duto, ele é enterrado a quase 10 metros de profundidade, tá? Para evitar que qualquer

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erosão, ele seja atingido. Para não ocorrer, por exemplo, o que ocorre no emissário de

Ipanema que, de repente, conforme a erosão, ele fica exposto, um pedaço.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Ele também menciona as correntes de retorno.

João Cassar – Engenheiro – COHIDRO: É, foi considerado sim, essas correntes

também são efeitos meteorológicos e que ocorrem isso. E foi considerado sim, no

modelo.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E a questão da poluição dos sedimentos de praia.

João Cassar – Engenheiro – COHIDRO: - Não. Isso não, porque a gente está prevendo

o impacto do emissário, tá? Como a gente viu que não vai afetar a praia, a gente não está

impactando a praia.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Sr. Guilherme, mais alguma pergunta? Algum...

Cadê o Guilherme? Obrigado pela participação. Também pediu para fazer o uso da

palavra, o Sr. José Roberto Vieira Queiroz. Obrigado aí, Sr. José Roberto.

É da Agenda 21de Maricá.

Sr. José Roberto – Agenda 21: - É... Boa noite. Eu estou até, já me desligando da

Agenda 21, temporariamente, e também do subcomitê, né? Maricá-Guarapina e estou um

tanto quanto cansado quando a minha amiga Ana Paula fala que esse estudo foi um tanto

quanto copiado. É de tanto a gente participar de audiência pública e a história é sempre a

mesma, não é? Foi assim com Porto de Jaconé, com Alphaville... No Alphaville, o cara

disse que fez monitoramento de animal, até noturno, durante 2 anos. Mas naquela data,

eu tinha percebido que os biguás, que faziam três anos que não vinham a lagoa chegar,

então eles perderam isso.

Então, você veja que esse estudo por 2(dois) anos não funcionou, não é? Eu sou

contador, mas tenho curso de Ecologia de Restinga pela Universidade Federal Rural, a

minha esposa é bióloga e nós moramos na frente da lagoa e nós fazemos um estudo. E já

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estamos aqui em Maricá, eu tenho um filho que nasceu aqui, já há 17 (dezessete) anos e

ainda não temos um estudo completo. Vocês conseguem chegar aqui e em meses e anos

e já conhecem toda a flora, toda a fauna e todo o ecossistema de Maricá. Eu acho incrível

essa cara de pau de chegar aqui e falar na frente no maricaense que você conhece. Falar

com o pescador, o pescador, ele já está também ressabiado. O que, que ele faz? Ele

sonega informação. Ele não vai dizer para nenhum universitário: “Olha, aqui tem um

monte de peixe”. Ele não vai fazer isso. Ele não vai fazer isso. Você tem que fazer o

estudo, você mesmo. Porque eles sobrevivem daquela pesca. Então eles sabem

exatamente onde tem peixe e onde não tem. E não vão nunca dizer a vocês, onde tem o

peixe, onde é o mapa da mina. Então eles sonegam essa informação porque questão

cultural, e vocês não percebem isso. Então essa audiência é legal? É. Tá bonita, tá bem

organizada, é legal. Mas ela é imoral. Nem tudo que é legal é moral. Isso aqui é imoral.

Vocês estão querendo abusar do povo maricaense. Então era melhor que não tivesse

Audiência Pública nenhuma. Porque para vir aqui, falar no nosso ouvido coisa que a

gente tem certeza que não é, era melhor que não viesse. Que aprovasse esse projeto,

que fizesse essa obra sem fazer Audiência Pública. Agora, fazer uma Audiência Pública

para dar atestado de bobo pra gente, eu preferia que vocês não fizessem isso. (aplausos).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Obrigado, Sr. José Roberto. Isso é a sua opinião, a

gente respeita, só que a Audiência Pública é uma etapa do procedimento de

licenciamento ambiental, então nós temos que realizar e é um exercício de cidadania, de

democracia onde são apresentados. O senhor quer fazer alguma pergunta em relação ao

projeto em si? Além do desabafo que o senhor (Vozes ao fundo).

Bem, nós temos aqui uma pergunta que foi encaminhada também, que tem uma sugestão

e uma crítica. É do Professor Adacto Othonni, nosso colega do CREA. Pode!

Eu vou apenas ler essa... Bom, ele faz uma crítica e uma sugestão. A crítica é o

licenciamento fatiado do tratamento e a sugestão é o aproveitamento do lodo de

tratamento de esgotos, então é melhor você falar, é. Obrigado pela sua presença,

professor.

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Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Eu que agradeço boa noite a todos. É,

primeiro eu queria fazer, é, são cinco...

Alô? Primeiro, primeiro eu queria fazer uma colocação, que foi dito antes... Eu acho, se

não foi ouvido, vir em uma Audiência Pública sem ouvir o Comitê da Baía de Guanabara

é, pode não ser obrigatório, mas é de bom alvitre, o comitê que é o órgão de gestão, pelo

menos o responsável pelo empreendimento ter feito uma apresentação prévia no Comitê,

ver um parecer, então apesar de não ser obrigação legal, mas eu acho que realmente

pega mal. O Comitê se escanteado do processo antes da audiência, sem ter participado,

uma participação até para colaborar com a Audiência para a licença prévia. Isso é minha

opinião.

Agora, o tratamento de esgoto, né? Realmente apesar de não ser feito em nenhum lugar

do mundo, poucos, esse tratamento, mas é a lei. A lei obriga a fazer, pro emissário tem

que ter tratamento primário, então é uma obrigação, é... E aí eu queria, exatamente

colocar esse fatiamento como contribuição por, pro INEA. Porque isso, foi feito a mesma

coisa no emissário do COMPERJ, foi a mesma coisa. Você vai jogar o esgoto industrial no

mar, você quer discutir a, o tipo de afluente, foi a mesma coisa. Não, não, isso a gente

não pode discutir porque tratamento foi outro licenciamento. Ora, se você está discutindo

alternativa, tratamento jogando na lagoa, tratamento jogando no emissário, como você vai

fatiar isso? Como que o licenciamento do tratamento é distinto do licenciamento do

emissário? (aplausos). Eu não entendo.

É uma crítica que eu faço, eu acho que a validade da Audiência Pública é aí. Não, porque,

porque realmente você tem que licenciar conjuntamente, como é que eu vou licenciar

separado o tratamento, se eu dependo da qualidade do esgoto para definir o emissário?

Da vazão do esgoto, da característica, então, é, essa fica uma crítica. É...

Empreendimentos, talvez porque facilita o licenciamento, facilita a aprovação, mas eu

acho que tem que enfrentar mesmo. A li... Fazer um limão de uma limonada, enfrentar as

dificuldades para que tenha um bom licenciamento.

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Licenciamento fatiado onde a gente não pode, hoje, discutir o tratamento por que ele não

é licenciado e ele faz parte do impacto ambiental do emissário. Então no meu entender, é

uma crítica.

Agora, é, eu queria falar algo que eu acho que é fundamental, que não foi muito bem

discutido aqui em relação, por exemplo, é claro que você, a abrangência da rede coletora,

se você vai pegar e coletar esgoto só do centro de Macaé, é de toda a bacia drenante?

Por quê? Você gastar 35 milhões de reais, 30 milhões de reais para resolver parcialmente

o problema, você não resolve o problema da lagoa, certo? Então se você for ver o EIA, o

RIMA, aí eu tenho que fazer, a gente faz as críticas destrutivas às vezes, e críticas

construtivas. Eu queria fazer uma crítica construtiva porque o EIA está no site, eu fui no

site do INEA hoje e tá lá o EIA, e tá lá o RIMA. Então a gente tem que elogiar então isso

aí eu acho que não é uma crítica. O EIA está disponível, eu peguei.

Então a bacia hidrográfica está lá no EIA, os rios que desembocam na lagoa de Maricá:

rios Mambuca e seus afluentes, rio Embazaí, rio Buris, rio Retiro e canais de São Bento,

de Itapeba, de Buris, de .........., isso tudo está carregando esgoto para a lagoa. Então,

primeira pergunta que eu faço: Esses 400 milímetros de diâmetro, foi, levou em conta

somente a área do centro, dessas quatro regiões? Essas quatro regiões abrangem

efetivamente toda a bacia hidrográfica desses rios? Porque se abrange uma parte, não

vai resolver, porque a lagoa vai continuar degradada. Então, já que vai gastar 35 milhões,

se não está resolvendo, vamos abranger um pouco mais a coleta, para coletar a bacia

toda, então pelo menos o emissário tem que ter diâmetro o suficiente para pegar todo o

esgoto da bacia, não só do centro e de toda a bacia, incluindo todos os rios, porque senão

o esgoto lá da linha de cumiara, do rio lá da nascente que estão jogando, vai chegar aqui

na lagoa. E aí a gente não vai resolver o problema.

Aí, dimensiona: se não está considerado, que seja refeito o projeto para considerar um

diâmetro que pegue toda a população de toda a bacia hidrográfica, drenando esses rios

que chegam à lagoa de Maricá. Aí, se o dinheiro da Petrobrás não dá para botar rede

coletora em toda a bacia, bota aonde dá e coloca uma coleta de tempo seco para você

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barrar os trechos ou fazer uma solução alternativa de fossa, de filtro de sumidouro, para

não entrar o esgoto, não deixar o esgoto entrar no rio, que aí você começa com o trabalho

de curto, médio e longo prazo, a recuperar a lagoa.

Agora, essa pergunta, eu acho que é crucial: Se o emissário tem o diâmetro de 400

(quatrocentos) milímetros dá para coletar o esgoto da bacia ou não? Se não der, fica essa

sugestão pra você recuperar. Terceira colocação...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vamos responder essa, Adacto...

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Eu prefiro falar todas.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Não quer ir a jogo por jogo?

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Não, não, não. Senão... Deixa eu pegar o fio

da meada, que aí responde junto.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá bom.

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Terceira coisa: O lodo dos esgotos, eu

queria fazer uma proposição... Eu acho que nós temos que buscar sempre a

sustentabilidade. Hoje em dia, engenharia sem sustentabilidade já está ultrapassada.

Então, hoje em dia, cada vez mais nós estamos com problema de aterro. Você vê que a

CEDAE joga o lodo da estação da Barra da Tijuca, a 80 quilômetros de distância, no

aterro de Seropédica, onde ela podia ter muito bem um bio-digestor na estação da Barra

que tem o emissário dela, porque é que não bota nessa estação, nessas estações, é, de

tratamento primário encaminha esse lodo retirado por um bio-digestor para produzir

biogás e composto orgânico e porque não utiliza esse composto orgânico? Tá aqui o

pessoal da prefeitura de Maricá... Esse composto orgânico que é esgoto, fezes, urina,

restos de comida para fazer reflorestamento na bacia e com isso melhorar a qualidade da

água dos rios e melhorar a qualidade da lagoa. É isso que a gente tem que buscar

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solução sustentável e não descartar o lodo em aterro. Então, é uma sugestão que eu

daria para reformular esse projeto, para que venha com a compostagem desse lodo e que

esse composto, a Prefeitura se comprometa a fazer o reflorestamento da bacia drenante.

Com relação, eh, mais dois assuntos: perfil de praia, não sei se já está respondido, se foi

levantado o perfil de praia para dar garantia quanto a erosão, aí é um aspecto que parece

que já foi respondido. Perfil de praia: Porque a praia aqui da região, ela diminui, de acordo

com a ela emagrece, de acordo com a época do ano, do ano hidrológico, se for omitidos

perfis de praia cobrindo todo o ano hidrológico para você avaliar com toda a segurança se

nesse período do ano, onde vai haver um emagrecimento da praia, não vai haver riscos

de algum tipo de solapamento, de erosão da tubulação.

E a última, a última colocação que eu queria fazer é sobre o monitoramento ambiental,

que infelizmente, não foi muito bem detalhado na exposição que eu acho que é o aspecto

mais importante do emissário. Então, o licenciamento ambiental desse empreendimento,

o objetivo é melhorar a lagoa. Então, eu acho - fica a sugestão pro INEA - que o INEA

tinha que considerar no monitoramento, no monitoramento ambiental do empreendimento,

na sua operação, na sua, eh na sua elaboração. Tem que, eu acho que é importante

monitorar a lagoa. Por quê? Você tá, vai deixar de jogar esgoto na lagoa e vai jogar no

emissário. Espera-se que a lagoa melhore então como programa de monitoramento do

empreendimento, que esgoto é embaixo da terra e vai pro mar, ninguém vê. Como que eu

posso avaliar se esse, se essa solução está dando resultado ou não? Uma estação de

tratamento ninguém vê, tá lá funcionando, mas se ela operar mal, ela não vai funcionar,

ela não vai tratar nada. Então, a gente vem monitorando o meio ambiente. Qual o meio

ambiente mais valorizado da região? A lagoa de Maricá. Então eu acho, tem que

monitorar antes a lagoa, hoje em dia, que ela está degradada e espera-se uma melhora

com o sistema do emissário. Porque se não melhorar, não tá funcionando. Então fica uma

sugestão para incluir no licenciamento, a obrigatoriedade de se monitorar a lagoa para se

avaliar a sua melhora e, portanto a eficácia do sistema.

E a última sugestão de monitoramento, é em relação ao monitoramento do emissário

submarino. Está previsto somente dois pontos de monitoramento, um próximo à costa, no

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fundo e na superfície, e outro no final do emissário, no fundo e na superfície.

Sinceramente, gente. Com 32 metros de profundidade, medindo o fundo... Então você

está igualando dois pontos com igual profundidade, então esse ponto no emissário, fica a

sugestão, tem que ser no mínimo, 4 (quatro) pontos para você medir no fundo e a duas

profundidades intermediárias para ter alguma representatividade.

E o outro aspecto que eu acho importante do monitoramento, não é só os coliformes

fecais. Se você tiver ligação clandestina, se você tiver chumbo nesse emissário, que

ninguém defeca chumbo, é efluente de posto de gasolina, é, é, ligações clandestinas

nessa rede. Por isso que tem que se monitorar, não é só coliformes fecais. Tem que ter

um monitoramento de acordo com a resolução do CONAMA 357 dessa pluma. E uma

pluma de dispersão não se monitora com um ponto só. A minha sugestão seria que o

monitoramente seja reavaliado, botar no mínimo 3 (três) , no mínimo de 3(três) a 5 (cinco)

pontos na pluma de dispersão. E qual é a frequência desse monitoramento? No meu

entender, no mínimo, mensal, coletando em, no mínimo, 4(quatro) pontos verticais de

medição. Porque o barco que vai coletar a amostra tá em um ponto, coleta nos outros.

Não é um custo extraordinariamente mais alto, é somente que vai dar um, uma

ferramenta de gestão muito melhor para a população ter a garantia que não vai haver

problema de contaminação química desse efluente por algum lançamento clandestino. E

eu não estou muito preocupado com coliformes fecais essa vazão do esgoto é muito

pequena como o Professor da Hora falou, para retornar isso para a praia. A minha

preocupação, muito maior, é com ligações clandestinas de outros tipos de esgotos como

possivelmente está acontecendo na Barra, no emissário da Barra, no emissário de

Ipanema, que esse monitoramento não vem sendo feito e a gente espera que o INEA faça

o monitoramento, mais preciso em relação a esse emissário da pluma de dispersão. Muito

obrigado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Muito obrigado, professor. (Palmas e vozes ao

fundo). Então vamos aí, às respostas começando pelo diâmetro da tubulação, não é

isso? Continuando pelos monitoramentos da lagoa.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Agora tá ouvindo?

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Vamos lá.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - É uma satisfação

estar de novo com o meu colega Adacto, que eu sempre digo quando eu encontro ele,

que tive a satisfação de trabalhar com o pai dele muitos anos, no qual eu aprendi muito.

Então se eu disser besteira, a culpa é familiar, viu? Mas ele tem uma quantidade de

perguntas tão grande que eu já esqueci as primeiras.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Qual é o diâmetro da tubulação?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Bom, essa, essa é

o que ficou mais... Mas eu pediria para que essas sugestões ficassem ali para a gente

analisar com calma. Isso. Agora, o emissário certamente é para Maricá inteiro. Na

realidade, ele vai ser feito, ou pelo menos o projeto de engenharia está assim, vai ser feito

toda a parte terrestre e até passar pela arrebentação, exatamente como foi feito na Barra.

Ele passa para com um diâmetro maior de 1.200, não é isso? 1.200. Depois, igual o da

Barra faz a tubulação de uma e depois coloca outra, caso, na medida em que amplie.

Isso... Exatamente igual na Barra. A Barra foi implantado o primeiro com 2.000 para

2.200, 2.400 litros por segundo e tem uma outra etapa que vai levar ele para mais de

5.000. Exatamente igual. Ou seja, você ultrapassa a arrebentação com um diâmetro maior

e depois segue o diâmetro e com, com possibilidade de colocar outro. É claro, mas é bom

levantar essa pergunta por que fica registrado que ele é para todo o esgoto. Todo o

esgoto de Maricá, não de outro município. (Vozes ao fundo).

Sim, sim. Bacia drenante não, esgoto. Não entra aí... Não... (Mais vozes ao fundo).

Não. Todo o esgoto. Não, não, porque a gente não está prevendo, pelo menos, é, todos

os projetos tá prevendo coleta clássica em esgoto. Talvez você não tenha chegado, não

estivesse aqui ainda, no início nós fizemos um projeto para Maricá inteiro. Está sendo

implantado, é por partes a rede, porque só se conseguiu recursos uma parte da rede, de

um bairro do centro, de outra parte da rede. Agora, tudo vai concentrar no emissário que é

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o objeto dessa, dessa... Já tem projeto para todo o restante de Maricá, mas não tem

recursos para sua implantação. Mas todo o restante de Maricá terá coleta clássica, não a

coleta... (vozes ao fundo).

É a expectativa. É! A expectativa é essa! Se os canais, aliás, esse não, todos eles estão

contaminados com esgoto. A expectativa é que: uma vez implantada a coleta clássica,

eles passem a não mais conduzir esgoto. E aí todo esse esgoto será conduzido para o

emissário. Qual é a outra pergunta, por gentileza? (Professor Adacto faz a pergunta ao

fundo!).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: O lodo do esgoto. Eu

diria, eu daria, eu teria a condição de dar aqui talvez, mais uns cinco ou seis outras

alternativas para tratar o esgoto, mas eu tenho a impressão que isto fica para um estudo

depois de se implantar. Tem diversas, a UFF... tinha um colega.

(Professor Adacto faz a pergunta ao fundo!)

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Do lodo... Nós

tínhamos, nós temos um colega aqui na UFF e a UFF tem, pelo menos que eu me lembre,

uns 4(quatro) projetos para aproveitar o lodo das estações, inclusive, o de Alegria, de

Alegria lá no... tem diversos projetos para aproveitar... (Professor Adacto faz a pergunta

ao fundo).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Claro. Viável, cada

caso é um caso. Agora, é interessantíssimo a gente conseguir dar um aproveitamento

melhor do que descartar no aterro. Eu acho que isso fica para, quem for operar - que no

caso é a Prefeitura - otimizar esse aproveitamento do lodo do esgoto. Me relembra aí a

outra pergunta. (Professor Adacto faz a pergunta ao fundo!).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Monitoramento eu

vou passar aqui, mas sempre, eu também sou favorável sempre e quanto mais, melhor.

Mas eu vou passar aqui para aqueles que fizeram.

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Márcia Panno – EIA - RIMA: - Oi. Boa noite. O monitoramento se refere ao proposto no

plano de gestão ambiental do EIA. (Pergunta ao fundo fora do microfone).

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Não, veja bem. (Professor Adacto faz a pergunta ao

fundo!).

Márcia Panno – EIA - RIMA: - O programa de monitoramento foi... (Professor Adacto

Othonni - CREA - UFF Othonni - CREA - UFF continua a falar). Não, olha só...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Olha, é importante, Professor Adacto.

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Então explica o monitoramento aí, que não

foi explicado.

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Olha só, existe uma questão do monitoramento executado

pelo empreendimento. O EIA...

O EIA/RIMA, dentro de um plano de gestão ambiental, a gente tem que lembrar que a

fase em que o empreendimento está é de licença prévia, tá? Então, você está correto. Na

verdade, o EIA nessa fase, ele só propõe as diretrizes de um monitoramento. O

monitoramento, ele vai ser elaborado de forma detalhada para ser executado no momento

da obtenção da licença prévia. Porque o que que acontece? Medidas mitigadoras,

desculpa, medidas de instalação... Programas de monitoramento, medidas

compensatórias quando for o caso, são proposições, tá? É. Com a emissão da licença

prévia, se o órgão ambiental julgar conveniente, concordar com as medidas e programas

propostos, ele exige para, como condicionante da licença de instalação, a elaboração. Aí

sim é o detalhamento desses programas.

Você está correto. Não há um detalhamento, mas justamente porque a gente está na fase

de licença prévia.

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Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Mas você concorda que fazer a 30, 32

metros, dois pontos...

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Esse detalhamento...

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - No fundo e na superfície, você não acha um

pouco insuficiente? Na vertical.

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Tá. Olha só. (Algumas vozes ao fundo). - Olha só...

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Mas não está no EIA. (Vozes continuam).

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Olha só...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então deixa eu tentar só dar uma arrumadinha aqui.

Professor, o seu questionamento em relação ao monitoramento de dois pontos...

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - É uma proposição pro INEA. Que o INEA...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Está sendo esclarecido aqui. Está sendo esclarecido

aqui que são mais de dois pontos e também fará análise de metais pesados, é a sua

sugestão.

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Não, a minha sugestão é para o INEA

quando for analisar o estudo, que leve em conta colocar mais pontos na vertical, não

apenas dois, porque foi o que eu li no EIA; botar mais pontos na vertical e incrementar na

ponte de dispersão, pelo menos, na pluma, pelo menos 3 pontos.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Perfeito.

Márcia Panno – EIA- RIMA: - Ok entendi!

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Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - O que eu não vi. Se está diferente, mas o

importante é isso. Que o INEA avalie e possa, então, fazer o monitoramento que seja o

mais representativo possível com aquela contribuição de monitorar a lagoa, só para

avaliar a eficácia. Tá? É uma sugestão que eu to dando...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Agora, uma segunda situação que ele está propondo

é o monitoramento da lagoa...

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - De Maricá.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Com informações atuais e depois que entrar em

operação, caso seja licenciado.

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Tem que melhorar. Porque senão melhorar.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E que aí, fazendo o antes e o depois, a gente vai...

(Professor, Gusmão e Marcia Panna falam ao mesmo tempo)

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A gente vai ter ideia do impacto positivo, que é o

objeto, não é isso?

Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Do empreendimento.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Correto

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então, a sugestão é INEA incorporar esse

monitoramento atual e posterior da lagoa.

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Eu acho bastante válida a colocação em relação à lagoa.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Essa ideia, eu acho que é perfeita.

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Professor Adacto Othonni - CREA - UFF: - Ótimo e tem uma última sugestão, é a

pergunta do perfil de praia, se, é, vocês acham que é válido levantar o perfil de praia ou

não, pra dar uma garantia, é, para evitar um risco de numa encurta, é, no emagrecimento

de uma praia devido a alta, fenômeno meteorológico, se o levantamento do perfil de praia

não seria necessário pra você ter maior consistência no estudo, por que, é, esse

mecanismo instável costeiro pode vir a gerar risco, então, se, isso fica como colocação

até para o INEA poder fazer essa consideração da necessidade ou não de levantar esse

perfil.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá certo. Alguém na mesa pergunta: “Posso

responder?”.

João Cassar - Engenheiro - COHIDRO: Alô; é Adacto foi sim, isso aí faz parte até do

projeto, na realidade, né; é foram levantados perfis de praia e tanto foi feito na época do

inverno, quanto a de verão também e o modelo foi aplicado considerando ressacas,

atuação de várias ressacas, justamente para prever a involtória de erosão como a gente

chama, quer dizer o ponto de erosão máximo, em cada ponto ao longo do perfil da praia,

de maneira que quando seja implantado, ele não seja atingido, ta, ele sempre seja

enterrado, ta bom?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Então muito obrigada aí Professor, boas

contribuições desse material. Sr. Wilson Teodoro, está presente? Sr. Wilson Teodoro? A

pergunta dele é parecida com a do Sr. Diógenes, Sr. Diógenes está presente? Éem

relação ao recolhimento de esgoto da rua K. Foi uma pergunta, quer dizer, nós estamos

aqui conversando sobre o emissário, não é isso? Então essa pergunta dele é em relação

a coleta de esgoto, próximo a rua K, a saída do canal de São Bento.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Eu pergunto aos

colegas que estão executando: Alguém sabe aonde é que fica? Temos como responder?

(Alguém responde a pergunta, mas de maneira inaudível).

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É São Jose de Imbassaí, é isso mesmo.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Então ficamos

devendo, por que como não é o objeto, né, teria que ver todo o projeto e deve estar, estar

incluído em algum dos projetos, mas agora eu não saberia dizer aqui, porque não é objeto

desta, deste licenciamento. Por favor, cobre a nossa equipe para responder isso.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Bem também a Sra. Fátima Cristina Souza. Cadê a

Sra. Fátima? A Sra Fátima também faz uma pergunta relativo, que constatou que o

estudo esqueceu de incluir os bairros de Uba, Ubatiba? Ubatiba, Silvado, Silvado?

Lagarto, Condado, Ubatiba tem uma parte interna além do mangue, além que margeia,

além daquela que margeia o mangue, é isso?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Presidente, eu

peço para todos semelhantes, até parece que eles não estão mais aqui, que procurar o

escritório, aliás, a prefeitura também e o nosso escritório aqui que tá, para a, é, verificar

isso e até o Viva Rio, que está também fazendo a divulgação. (O Presidente e mais uma

pessoas falam ao mesmo tempo por alguns segundos e não identificamos o que foi dito).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É por que as pessoas aqui ficam ansiosas, né

professor.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - É claro.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - De saber se vai ser contemplado o bairro.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Isso, pelo

saneamento. Em princípio... (Alguém da plateia fala com o Professor, mas de maneira

inaudível na gravação).

Já está sendo construído agora, né? Nesse projeto que está sendo construído agora e

aqueles que porventura não estejam sendo construídos agora, já foi licitado outra, outra

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área para a rede, mas isso procura o nosso escritório aqui e junto com a Prefeitura, que

saberá informar melhor; por que hoje o objeto era apenas o emissário.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Sr. Roberto Ferraz, Sr. Roberto Ferraz está

presente? Bom o questionamento do Sr. Roberto Ferraz: em virtude o mar de Maricá que

é muito batido e grande correnteza, a distancia proposta é pouca em relação aos

4(quatro) km no mar. Deve ser isso, ele não menciona e ele acha que essa distancia é

pouca e o ideal seria uma distancia maior, na faixa de 8(oito) km, é a sugestão do Sr.

Roberto Ferraz. E ele também menciona aqui que as lagoas já estão totalmente

contaminadas e como vai lançar mais contaminantes nela. Justamente o emissário é para

proteger as lagoas.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Sugestão, quer

dizer, eu acho que a percepção é exata, é que nem a nossa. As lagoas estão realmente

muito contaminadas e quanto ao tamanho do emissário, foi estudado e 4(quatro)km é o

suficiente.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Tá certo. Gostaria de saber se vai ter o tratamento

de esgoto em Maricá?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Sim, o tratamento...

antes do lançamento terá uma estação de tratamento.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É, se Maricá terá uma estação de tratamento de

esgoto; já foi respondido também. Ariele Ferreira: “Após a elaboração do

empreendimento, quer dizer, implantação, haverá recuperação da água da lagoa na área

que já foi afetada durante todos esses anos por efluentes?”.

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - A nossa

expectativa, como disse o nosso colega Adacto, que já foi só em parar de poluir já é uma

coisa fantástica, né? E aí viria a natural recuperação da lagoa. Mas só em parar de poluir,

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todo esgoto hoje vai para a lagoa; então só em para de poluir, já é, vai ter uma melhoria

substancial.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Agora eu acho que nesse sentido a proposta do

Professor Adacto e eu acho que a Denise poderia considerar isso, na licença de

instalação ou na própria de operação, esse monitoramento da lagoa para a gente saber

em quanto tempo esse impacto positivo, vai ser importante para a melhoria da qualidade

da água da lagoa.

Uma moradora de Maricá: “O cálculo foi feito em cima de dados do IBGE e mais

progressão de 20 anos, onde ficam os dados dos condomínios que já foram autorizados e

consequentemente já existem, aqui em relação à população atendida, a pessoa não se

identificou”.

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Foi, foi considerado. Foram considerados

todos os condomínios de representatividade, que tivesse uma população que fosse

representativa

Os dados...

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Foi considerado essa...

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Os dados, os dados do IBGE foram

analisados, inclusive analisando como espelho os dados do SID.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A professora Desireé; Desireé está presente? Ela fez

inscrição aqui, fala. Boa noite, obrigada professora.

Professora Desireé: - Boa noite, satisfação estar aqui com todos, infelizmente a hora já

está bem avançada. Bom eu queria primeiro fazer uma pergunta que diz respeito ao

seguinte: é, toda vez que nós falamos do mar, né, nos vem a nossa cabeça um

licenciamento feito pelo IBAMA. Qual é o limite de um emissário para ser licenciado pelo

Órgão Ambiental Estadual e o IBAMA.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Esse licenciamento é competência do estado.

Professora Desireé: - Mas qual é o limite, assim, qual é o limite até quantos quilômetros

cabe ao estado e a partir de qual dimensão passa ser o IBAMA. É uma coisa que eu

gostaria de saber.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Esse licenciamento, ser IBAMA, se ele tivesse um

potencial de atingir um outro Estado. Ele seria IBAMA se fossem águas federais. Agora

esse empreendimento de tratamento de esgoto é uma atribuição do Estado e todos esses

licenciamentos...

Professora Desireé: - Independente do tamanho do emissário e o fato de ser

esgotamento cabe ao Governo do Estado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Nesse nível, nesse nível de, nessa distância que

está sendo proposta é do Estado.

Professora Desireé: - Não, mas aí eu gostaria, eu estou perguntando qual é o limite, qual

é o máximo de dimensão?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Não, não há uma legislação estabelecendo um limite

de distancia do emissário. Esse caso que são águas, esgoto tratado e emissário, é

atribuição do Estado.

Professora Desireé: - O fato de ser esgoto tratado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E o fato de ser emissário submarino e emissário que

parte do litoral no descarte no mar. Essa atribuição é do Estado. A sua dúvida é se seria

competência do Órgão Federal.

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Professora Desireé: - Não, qual é o limite de ser Federal e Estadual, se existe esse

limite, pela dimensão.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Não, não há essa...

Professora Desireé: - E em relação ao rejeito industrial, como o caso do COMPERJ,

existe essa limitação, sim né?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Também, também...

Professora Desireé: - Existe uma limitação.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Por isso que esses licenciamentos que a senhora

está mencionando são de competência do Estado.

Professora Desireé: - O também, o industrial é do Estado.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Também do Estado.

Professora Desireé: - Cabe ao Estado?

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Também.

Professora Desireé: - Independente do tamanho, quanto ele adentra o mar.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Independente, agora se fosse, por exemplo, um

licenciamento ou, de uma plataforma, por exemplo, que tivesse trazendo óleo para a base

no continente, aí seria um licenciamento do IBAMA. Essa repartição de competências da

esfera administrativa a nível Federal, Estadual e Municipal, são bem definidas.

Professora Desireé: - Hum, ham, certo.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Sabe-se a competência de cada um para não ter

justamente essa dúvida.

Professora Desireé: - Essa superposição, superposição.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É, é. Claro que isso evolui com o tempo, né, porque

hoje os municípios também tem suas competências para licenciar; mas essa atribuição,

com o EIA/RIMA é do Estado.

Professora Desireé: - Do Estado. Bom, então gostaria de mencionar que foi aprovada, foi

vota, foi aprovada uma, assinada uma liminar proibindo qualquer empreendimento e

licenciamento no interior da APA de Maricá e no entorno. Essa liminar, ela foi votada no

final do ano passado pelo Tribunal de Justiça e ela foi ganha por unanimidade, então

agora recentemente o Juiz de Maricá, da 2ª Vara, ele aprovou. Então se vocês, né? Eu

gostaria de mencionar esse fato.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Também em relação a esse fato, nós temos uma

resposta para a sua pergunta. Essa liminar foi considerada; foi feito um parecer jurídico da

procura, da Assessoria Jurídica do INEA entendeu que essa liminar, ela contemplava

várias situações de empreendimentos que fossem propostos nessa região e esse

especificamente de um emissário para lançamento de esgoto entendeu-se que não era

objeto e que, portanto nós estamos fazendo uma Audiência Pública, quer dizer que não

há licença, não há uma definição de nenhuma etapa posterior ao que nós estamos

fazendo hoje.

Então houve um parecer jurídico da Assessoria Jurídica da Secretaria, no sentido que

essa liminar existe, ela tem seus efeitos , todos que a senhora mencionou, mas que essa

Audiência poderia ser realizada e o tipo de empreendimento que está sendo discutido

aqui, não estaria dentro das atividades e tipologias previstas nessa ...

Professora Desireé: - Nessa liminar.

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - É.

Professora Desireé: - Certo e também eu gostaria de sugerir ao órgão licenciador uma

consulta as instituições de pesquisa, por quê? Por que a Restinga de Maricá é a mais

importante cientificamente do Brasil. Por quê?

Primeiro! Ali foram os primeiros trabalhos de longo prazo em restingas na área de

botânica e na área de zoologia e também de morfologia e minerologia. Então os

trabalhos, isso teve inicio nos anos 70 e anos 90, então nos trabalhos feitos naquele

momento registrados no 1º Seminário de Restingas no Brasil, a Restinga de Maricá foi

aquela que teve, como se fosse, uma força tarefa das universidades, ou seja, elas

mergulharam profundamente sobre a estrutura da Restinga de Maricá, então ela foi,

esses trabalhos, eles foram pioneiros. O perfil da Restinga de Maricá em 2(dois) cordões

arenosos, bastante diferenciados, didaticamente constituídos, distribuídos em seus

microambientes, esse perfil tornou-se modelo para o estudo das restingas no restante do

Brasil, você dificilmente encontra um trabalho sistemático sobre restinga, que não leve em

consideração os trabalhos da Dorothy Sue Araújo, do Rui Cerqueira, então, ou seja, os

primeiros trabalhos de longo prazo, o seu perfil, seu modelo para o conhecimento, a

produção do conhecimento nessa área e outras coisas que não vou ficar me alongando

aqui. Então as instituições de pesquisa fluminense, tem a Restinga de Maricá como uma

referência fundamental pra aula, pra pesquisa, então eu sugiro ao órgão ambiental, que

faça uma consulta ao empreendimento, a implantação do empreendimento. Sugiro

inclusive uma consulta ao Laboratório de Geologia Marinha da UFF, pois uma tese de

doutorado sobre a evolução da Restinga de Maricá, aonde foram feitos cerca de 12(doze)

ou 14(quatorze) furos de 25 (vinte e cinco)m para traçar essa evolução do perfil, ele

atualmente serve de base, de modelo para a compreensão da evolução do litoral do

Sudeste e a Petrobrás, ela foi parceira nesse estudo para organizar a exploração de

petróleo na Bacia de Santos, então ou seja, a Restinga de Maricá além dos atributos

biológicos e outros tantos, por ele estar aqui, também é referência e os estudos ao

contrário do que muitos falam, ele não passa por uma fase de declínio, né?

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Eu faço uma pesquisa sobre os estudos na restinga de Maricá. Eu fa... Meu grupo de

pesquisa inclusive, ele faz esse levantamento dum balanço bibliográfico. Então, são

estudos científicos que crescem, eles se multiplicam nos seus temas. O fato de ser uma

área de conflito hoje em dia, isso só vem a, a se reforçar e a sua qualidade ambiental faz

dela uma referência basilar para a comunidade científica e também para a exploração de

petróleo que está sendo já realizada nessa área, é, frontal, tá? Então a minha sugestão é

essa consulta às instituições de pesquisa fluminense: UFRJ, UFF e, sobretudo o

laboratório de geologia marinha.

É, tem também uma pesquisa do professor André, da UERJ, aonde ele está estudando

o... começou a estudar agora, inclusive, né? O mesmo autor da tese de Doutorado. Ele

está estudando agora o arenito de Itaipuaçu. Esse arenito tem uma fauna muito

significativa. Então, certamente essa, essa pluma, que é um nome, um nome suave para

essa mancha de esgoto, ela vai certamente atingir esse arenito e o arenito é como se

fosse um recife, mergulhado. Está submerso. Então eu sugiro que se espere a publicação

do trabalho do professor André Carvalho da Silva sobre a estrutura e sobre a fauna e flora

do arenito, que é importante, dessa área.

Também sugiro que se faça uma consulta ao conselho da, do Parque da Serra da Tiririca

porque essa área é uma zona de amortecimento. É... E seria isso, tá? Essas seriam as

minhas sugestões para estar melhorando essa, esse trabalho. Acho que tanto os

conselhos, os comitês gestores da bacia de Gua..., bacia da Baia de Guanabara, o comitê

também de Maricá-Guarapina tem que ser consultado. Então eu sugiro que o INEA,

mesmo sendo um empreendimento da Secretaria de Meio Ambiente faça consulta a

essas instituições.

E também queria parabenizar pelo fato de ter a Câmera aqui colocada, né? Eu participei

da, em 2007, da Audiência Pública sobre o plano de manejo da ata de Maricá. Trouxe o

dever de casa, muita, bastante coisa escrita, né? Fiz uma série de proposições, entreguei

o material na mesa e isso não foi absolutamente colocado em ata. A ata dessa reunião,

ela foi colocada num processo (inaudível) e está, e a nossa contribuição, que não foi só

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minha, foi de um grupo, ela ficou ausente. Então eu parabenizo pelo registro completo da

reunião. Muito obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A professora Desiree... É, a Audiência Pública, ela

tem a, quem criou essa ferramenta dentro do processo de licenciamento teve como ideia,

como objetivo trazer considerações, sugestões e ouvir as pessoas residentes do local,

dos colegas que são pesquisadores, professores, exatamente o que a senhora

mencionou.

Eu entendo, quer dizer, já fiz algumas Audiências Públicas de licenciamento de, né?

Entendo que as grandes contribuições dessa Audiência de hoje seriam: Primeiro, a

questão do canteiro de obras. Depois, as propostas aqui do Professor Adacto CREA -

também relacionado às questões de monitoramento, que vai trazer uma contribuição

importante no sentido da avaliação do impacto positivo do empreendimento durante o

tempo; que não vai haver lançamento de esgoto. Em relação às suas sugestões de

consultas a trabalhos, que alguns são referências em áreas... (Alguma coisa foi dita, mas

ficou inaudível na gravação!).

O trabalho do professor André, eu tenho um pouco de dúvida, que é um trabalho que não

foi concluído ainda, né? A questão do arenito. (Alguma coisa foi dita, mas ficou inaudível

na gravação!)

Ah, já foi? Ah, sim.

Agora, eu acho que as sugestões da professora, a gente podia considerar, não é isso? Eu

não sei se vocês tiveram acesso a essas informações. Você teve, Marcia? A ideia dos

trabalhos que ela mencionou?

A minha missão aqui, professora, a minha missão é conduzir a Audiência Pública, né? A

minha missão é conduzir a Audiência. Eu tento é extrair da Audiência, o melhor possível,

não é? Mas,

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Márcia Panno – EIA - RIMA: - Professora, primeiro eu gostaria de agradecer a sua

contribuição. Eu acho perfeitamente válido, né? É, vários trabalhos do Rui, eu sou

uerjiana, sou bióloga de formação, minha especialização é em restingas aqui de Maricá,

tá? Eu sou herpetóloga de formação. Mudei isso no decorrer da carreira acadêmica, mas

trabalhei com o professor Carlos Frederico, o Rui, conheço quase todas as pessoas.

Quase todos os trabalhos mencionados, eles, daqui da região, estão citados no EIA.

Realmente é uma região bastante estudada. É considerada uma, a restinga, uma das

principais restingas, se não a maior ou a principal. (Alguma coisa foi dita, mas ficou

inaudível na gravação).

Márcia Panno – EIA - RIMA: - Exatamente. Porque é bastante estudada mesmo e isso

até nos facilitou. Então, assim, eu acho importante a questão da consulta às

universidades. Assim, a consulta à universidade não foi feita, foi aos trabalhos

acadêmicos. Isso o EIA fez, tá? Então quase todos os trabalhos da Dorothy, todos esses

estão mencionados no estudo, tá? Obrigada.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - E a outra sugestão também que eu acho que é

importante, que vocês podiam dar uma avaliada é em relação ao comitê da Baía de

Guanabara. O que é que você acha professor? Era uma hora de recuperar, de resgatar

esse contato? O áudio ficou confuso por que o Professor da Hora e o Gusmão falaram ao

mesmo tempo).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Eu vou falar aqui,

foi muito falado que não foi estudado. Foi sim. Foi apresentado o projeto, foi apresentado

tanto para o subcomitê como para o comitê, não é isso? Se quiser tem data e quando, é,

eu me lembro bem. (O Professor foi interrompido por alguém ).

Você tava junto, a Prefeitura estava junto. Então foi sim, apresentado tanto para o

subcomitê como o comitê. O projeto foi discutido e apresentado para eles, é o que, eu não

estava presente, eu estive com o presidente do comitê, depois, que ele falou que assistiu,

mas eu não estava presente; mas ele estava e a Prefeitura também estava. (Alguém fala

de maneira inaudível).

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Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Pera aí, Hugo, Hugo só o microfone. É Hugo?Pedro

Hugo?

Pedro Hugo - Departamento de Recursos Minerais DRM: – Eu sou representante

titular do DRM no subcomitê de Bacia de Maricá e nós recebemos lá no subcomitê a

secretária Luciana que apresentou os projetos de saneamento do município, no entanto, a

questão do emissário não foi, não foi detalhada. Então isso aí ficou, a gente está tendo

noção da parte do emissário através da leitura do EIA e nessa Audiência Pública.

Luciana Andrade – Secretária de Projetos e Saneamento: - Pedro foi anterior a essa

reunião. O Miguel que fez a apresentação pro subcomitê de Bacia. Não foi na reunião

que eu fui explanar sobre todo o saneamento. O Miguel fez uma apresentação de todo o

projeto de Maricá, no subcomitê.

Miguel Figueiredo – Engenheiro, COHIDRO: - Mas ele não deixa de ter razão, porque

naquela ocasião, não tínhamos evoluído ao ponto que estamos hoje com relação ao

emissário submarino, tá? Então o emissário não entrou em nível de detalhes como entrou

hoje, entendeu? Ele de certa forma tem razão, mas o comitê, ele de certa forma, ele

recebeu atenção, ele foi consultado. Infelizmente naquele momento não tínhamos o

trabalho evoluído ao ponto que está hoje.

Luciana Andrade – Secretária de Projetos e Saneamento: - Só quero dar uma

palavrinha. Em relação a APA de Maricá, só para ressaltar, não vai ter construção dentro

da APA, não vai ter canteiros de obras dentro da APA; o emissário vai passar na Rua

Zero. O que, que acontece, a gente está aqui numa Audiência Pública, falando de Saúde

Pública, então saneamento é saúde pública. A gente tem que olhar de uma forma que

existem outros tipos de tratamento: existe o tratamento terciário, secundário, mas hoje a

melhor tecnologia para sanear é através do emissário submarino. Por quê? Você não tem

garantia de um tratamento terciário, ah é um tratamento caro, eu pago impostos, eu não

estou preocupada com isso. Eu estou preocupada em poluir, então a CEDAE,

infelizmente o Laurival foi embora, mas a CEDAE, hoje Maricá tem menos de 3% de

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coleta e tratamento de esgoto e a CEDAE não tem nenhum tipo de investimento de

esgoto na cidade.

Então a gente tem o governo do Estado em parceria com a Prefeitura para conseguir

minimizar os impactos que a gente tem na lagoa. Então a gente tem que tentar olhar com

bons olhos, entendeu? Ninguém está aqui, descobrindo a pólvora. Nos Estados Unidos,

se utiliza dessa tecnologia e não existe nem tratamento primário. Eles lançam diretamente

no mar. Então, ninguém está falando aqui: Ah, eu vou fazer um experimento, um

protótipo. A gente está falando de experiências que são executadas e tem um bom

desenvolvimento. A Barra, a Barra da Tijuca, Ipanema não tem tratamento. Ipanema lança

in natura.

Então, as nossas lagoas não tem condição de receber mais nenhum tipo de carga

orgânica, todo mundo sabe disso. Então, hoje, a melhor maneira que a gente tem... Você

vai construir um emissário, aí você pega Itaipuaçu, não vou fazer um tratamento terciário

porque é, eu vou tratar e vou lançar na lagoa? Se você tem uma obra de milhões, que

você pode receber o esgoto de toda a cidade? Então, eu queria que vocês pensassem

sobre isso. É, ah “Vai poluir meu mar”... Estudos comprovam que a melhor forma de

sanear hoje, se você tem o mar, é, mas você tem lugares que utilizam o rio.

Então é só isso que eu queria dizer, para vocês ficarem atentos a isso, tá bom?

Obrigada.(Palmas).

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Gusmão é a última

intervenção, só para completar o que a colega da Prefeitura falou: É... Eu vou lembrar

algumas outras audiências que nós participamos quando ia fazer um aterro sanitário. Na

realidade, eu não via pessoas com tanta ênfase em defender a paralisação do lixão ou a

paralisação de se lançar esgoto in natura na lagoa. Mas quando se vem com uma solução

para coletar e tratar o esgoto, aí há uma ênfase em ser, em ser contra ou não querer. A

mesma coisa acontecia com, se terminava, “vamos terminar com o lixão”, “ah, mas eu sou

contra o aterro sanitário” mas não era contra o lixão. Isso que se precisa ter em mente

que nós não estamos fazendo nenhuma atividade poluidora. Nós estamos tentando parar

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de poluir. Existe essa ou aquela alternativa que é isso que se discute, esse ou aquele

caminho, mas não é uma atividade poluidora.

E essa ênfase em se discutir o assunto, devia se unir esforços e discutir o assunto para

parar de poluir a lagoa, parar de poluir o mar, e não contra quando se quer fazer uma

despoluição da mesma forma como lixões. Obrigado. (Palmas).

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - Agora, eu também acho que, uma conclusão aqui

seria uma apresentação no comitê, uma conversa mostrando, atualmente, como anda o

projeto. Eu acho que podia, também, ser um começo, não é?

Professor Antônio da Hora – Secretaria do Estado do Ambiente: - Não há problema

nenhum. Problema zero. Se não teve, terá. A qualquer momento, a qualquer instante.

Aliás, podia até sentar e marcar logo uma data.

Antônio Carlos Gusmão - CECA: - A audiência é para isso, para trazer coisa do bem;

melhorar. Agora, a gente faz às vezes umas audiências de um empreendimento, que é

um empreendimento que pode trazer progresso, prosperidade, mas traz, né? O ônus das

emissões da poluição. Esse aqui não, é um empreendimento em que está sendo proposto

a melhoria da qualidade de vida.

Bem, já são dez horas? Eu estou sem relógio. Caramba, onze horas! Só falta dizer que o

Flamengo está ganhando, aí eu vou ficar... (Vozes ao fundo)...

Eba! Eba!

Então, em homenagem ao nosso Flamengo, hein? Caramba, isso não pode falar que vai

começar outro conflito. Vai começar outro conflito, esse é intratável. Então, gente boa,

após praticamente 4(quatro) horas de audiência, eu agradeço muito a presença das

pessoas aqui. Acredito que umas 200(duzentas) pessoas presentes, eu não fiz a

contabilidade, mas pelas, pelo, pelas cadeiras aqui... Agradeço a todos, desejo um feliz

retorno para as nossas casas e uma boa noite, muito prazer estar com vocês.

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(aplausos). Porque eu sou feliz em Maricá. Sou pura emoção, não é assim que falavam?

Então aquele abraço, boa noite.

Transcrição feira pro Jucilene da Silva, Marcio Ricardo e Célia Requião. Revisão de Helbe Ladeira Tuttman. Interconnections Excelência em Idiomas Ltda.