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Atualização de atendente de farmácia A ética no atendimento A ÉTICA NO ATENDIMENTO O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao cliente remédios que têm credibilidade no mercado. Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão dentro do controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto que está comercializando são muito importantes para s efetivar uma venda. O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade Através de uma receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que a pessoa que está sendo atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais transmissíveis são um exemplo típico de constrangimento. Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir sigilo, que vão desde a venda de absorventes e preservativos até remédios que implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar situações deste gênero é respeitar antes de tudo sua profissão. Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista no 5 ATENDIMENTO DO CLIENTE O cliente é a base do nosso trabalho dentro e fora da farmácia. Um cliente bem atendido voltará para fazer novas compras e contará aos seus amigos e parentes. Um cliente mal atendido não voltará e também contará para amigos e parentes. A conscientização do grupo de trabalho em uma farmácia para o tipo de cliente que se utiliza dela é fundamental. Um funcionário que não sabe trabalhar bem destrói a farmácia em pouco tempo. O nosso cliente não é igual ao de uma lanchonete ou sapataria. Ele está doente, ou tem tem um parente doente na família, está sempre com pressa e, na maioria das vezes, não sabe nada a respeito do produto que está levando.

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Atualização de atendente de farmáciaA ética no atendimento

A ÉTICA NO ATENDIMENTO

O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao cliente remédios que têm credibilidade no mercado. Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão dentro do controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto que está comercializando são muito importantes para s efetivar uma venda.

O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade Através de uma receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que a pessoa que está sendo atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais transmissíveis são um exemplo típico de constrangimento.

Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir sigilo, que vão desde a venda de absorventes e preservativos até remédios que implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar situações deste gênero é respeitar antes de tudo sua profissão.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista no 5

ATENDIMENTO DO CLIENTE O cliente é a base do nosso trabalho dentro e fora da farmácia. Um cliente bem atendido voltará para fazer novas compras e contará aos seus amigos e parentes. Um cliente mal atendido não voltará e também contará para amigos e parentes.

A conscientização do grupo de trabalho em uma farmácia para o tipo de cliente que se utiliza dela é fundamental. Um funcionário que não sabe trabalhar bem destrói a farmácia em pouco tempo.

O nosso cliente não é igual ao de uma lanchonete ou sapataria. Ele está doente, ou tem tem um parente doente na família, está sempre com pressa e, na maioria das vezes, não sabe nada a respeito do produto que está levando.

Para que um venda seja bem feita é necessário que o empregado conheça aquilo que está vendendo.

Deverá sempre:

-  Fornecer informações corretas e, em caso de dúvidas, não inventar;

- Ter consciência de que o cliente da farmácia e diferente de outros ramos do comércio, que

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provavelmente está debilitado, sem paciência, sem condições físicas para esperar etc;

-  Conhecer os clientes costumeiros , se possível pelo nome, seus problemas básicos;

-  Conhecer o Código de Defesa do Consumidor;

-  Deverá, sempre, ter educação e respeito para com todos que se dirigem à farmácia.

Para que este atendimento esteja de acordo, existem alguns itens que devem ser observados, como:

1 - Cumprimente o cliente com respeito e segurança. Seja firme e decidido.

2 - Cumprimente rapidamente o cliente. Não é necessário saber de toda a família, time de futebol, etc.

3 - Se não for possível usar palavras, ou seja, se você estiver atendendo outro cliente, use gestos ou um olhar, reduza a possibilidade do cliente se sentir ignorado e sair.

4 - Se possível, dê-lhe um aperto de mão. Não é necessário mais que isto.

5 - Diga "por favor" e "obrigado".

6 - Conheça seus clientes e sua personalidade. Os clientes que são constantes esperam ser reconhecidos quando entram na farmácia. Faça com que ele se sinta especial, um cliente "da casa".

7 - Prometa menos e faça mais. Não adianta prometer coisas que você já sabe que não conseguirá cumprir. Só garanta aquilo que você tem certeza que é possível fazer; promessas não cumpridas diminuem a credibilidade.

8 - Não se torne íntimo demais. "Amigos, amigos, negócios à parte". É fundamental o bom relacionamento, porém o excesso de amizade pode inviabilizar um negócio.

9 - Ouça mais e fale menos.

10- O cliente não tem culpa de seus problemas. Guarde os seus problemas para si, não deixando transparecer ao cliente.

11-O cliente tem seus próprios problemas, não precisamos aumentá-los.

12 - Cuide de sua aparência pessoal. Devemos estar com o avental sempre limpo, cabelos penteados e mãos e unhas limpas.

13 - Verifique a aparência do seu local de trabalho, ele também deverá estar limpo, arrumado, fazendo com que o cliente tenha a sensação de higiene e segurança.

14 - Ganhe seus clientes pelo telefone. Um atendimento telefônico mal feito faz com que o cliente não venha pessoalmente e a venda não se realizará.

15 - Deve-se antecipar às necessidades do cliente. Na medida do possível, devemos prever o que o cliente precisa.

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16 - Deve-se, em resumo, satisfazer as suas necessidades, garantindo assim a fidelidade do cliente, ou seja, que o cliente retorne para novas compras e conte a todos como foi bem atendido.

Fonte: Atualização do Balconista de Farmácia no 4 - 1998

Texto:  Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti

A  IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO O balconista já sabe a importância da ética profissional no atendimento ao cliente. Para seguir a ética profissional e comercial e vender corretamente os produtos, o balconista precisa se informar constantemente sobre fórmulas, bulas, indicações e contra-indicações dos medicamentos. Ler as bulas dos remédios, prestar atenção nos tipos de medicamentos e nos nomes dos laboratórios fabricantes destes produtos irá facilitar e valorizar ainda mais o seu trabalho junto ao cliente. Quanto mais você conhecer sobre os produtos que está vendendo, mais consciência terá da importância do seu trabalho.

 

O trabalho ao balconista

O balconista de uma farmácia é um profissional a quem compete, com a supervisão de um farmacêutico ou do auxiliar de farmácia, executar as tarefas de organização do ambiente de trabalho e atendimento dos fregueses.

 

Em casos especiais, o balconista pode se encarregar da mistura e preparo dos produtos não medicinais com a supervisão do farmacêutico.

A agilidade do balconista é a grande aliada para o atendimento mais eficiente. Se a farmácia em que você trabalha não aplica injeções e não faz curativos, é importante que o cliente que solicita este tipo de serviço seja informado do motivo da impossibilidade de atendê-lo. Indique neste caso um local mais próximo que possa atender a necessidade imediata da pessoa. Ela ficará grata pela orientação e vai lembrar que pode contar com você quando precisar de ajuda.

 

Se o cliente quer um remédio e a farmácia não o tem no momento, você deve anotar o nome do medicamento e se comprometer a atender o pedido o mais breve possível.

 

Existem outras situações em que o balconista precisará de muita habilidade para vender. Independentemente do tamanho da loja, da publicidade que foi feita e de outros investimentos, com certeza as vendas só irão crescer se você desempenhar corretamente suas funções.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia no 6

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BALCONISTA: O ELO ENTRE A FARMÁCIA E O CLIENTE Funções do balconista 

O balconista de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais contato tem com o consumidor, por isso pode e deve sugerir mudanças sobre a quantidade de produtos expostos nas prateleiras e estoque de produtos que são mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não são comercializados.

A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do balconista. É importante observar se os preços etiquetados estão correios e legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do produto, e principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo atendidas prontamente.

Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia do balconista e ajudam, em muito, a organização de uma farmácia.

Balconista: o elo entre a farmácia e o consumidor

Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito profissionalismo e seriedade. No caso do balconista de farmácia este aspecto é muito importante, já que este profissional tem que atuar como "relações públicas" da farmácia onde trabalha, representar a própria empresa e ser o elo entre a farmácia e o consumidor. Toda empresa comercial tem como objetivo o bom atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o balconista.

O balconista é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a única pessoa com quem ele entra em contato dentro de uma drogaria. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.

Outro aspecto importante e que deve observado é das mãos e unhas, não só pela questão estética, mas principalmente pela higiene que se deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do balconista estão permanentemente no foco de atenção dos clientes.

Paciência e dedicação

Existe um antigo ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não seja totalmente verdade é importante que o balconista não esqueça que este ditado resume uma regra básica na relação de compra e venda.

Tem cliente que fica nervoso ou irritado pela demora no atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo. Neste caso o balconista deve utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em qualquer outra situação deve ser um dos lemas do balconista até mesmo para se desvencilhar de um cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como ele pode estar atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos.

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É fundamental nunca perder a paciência e sempre colocar o cliente em primeiro lugar, afinal todo o seu trabalho gira em torno dele e para ele.

A arte de atender

Sabemos que é uma arte atender um cliente, por isso o balconista deve ser amável no contato com o consumidor para que ele se sinta bem atendido e volte outras vezes.

Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não só atender a sua necessidade imediata, mas estar sempre disponível quando solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível.

O balconista de f armada exerce uma função de dupla responsabilidade, já que os produtos à disposição para venda são na verdade fórmulas complexas, e se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde do consumidor.

Recursos promocionais

Além da habilidade do balconista no atendimento ao consumidor, as farmácias ou drogarias se utilizam muito de recursos promocionais par a chamar a atenção do cliente.

As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente, são usadas para colocar produtos da linha de perfumaria e cosméticos, os produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal para destacar e promover as vendas. Em displays, sobre os balcões, ficam os produtos homeopáticos.

Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no preço de algumas mercadorias -comésticos, perfumes e produtos de higiene pessoal -para atrair os clientes e aumentar a comercialização de produtos em geral. Existem ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia no 1

BULA: APRENDA A CONHECÊ-LA Todos nós já olhamos uma bula de um medicamento. Mas sabemos o que ela contém? vamos tentar traduzí-la. A palavra bula vem do latim e quer dizer selo, oval ou circular, com o nome ou imagem de seu dono, usado em documentos oficiais. Com o tempo bula passou a significar o próprio documento em que era posto o selo. A bula de um medicamento é um documento com informações diversas sobre este medicamento. É composta de vários tópicos. Vejamos os principais:

Nome do Medicamento Aqui encontramos o nome genérico, que é o nome comum, pelo qual o medicamento é conhecido como substância isolada, sem levar em conta o fabricante. Deve ser escrito com a letra inicial minúscula. Esse nome é dado de acordo com a DCB (Denominação Comum Brasileira). Também encontramos aqui o nome comercial, que é o  nome dado pelo fabricante, de acordo com critérios próprios. Às vezes encontramos, ainda, o  nome químico, que descreve a estrutura química do fármaco.

Formas e Fórmulas  Forma farmacêutica é a forma que o medicamento apresenta, por exemplo: cápsula, drágea,

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xarope, suspensão etc. Fórmula farmacêutica, também chamada de composição, diz o que contém cada medicamento, ou seja, cada um dos componentes e em que quantidade. Por exemplo:  Diclofenaco potássico Drágeas de 50 mg - embalagem com 10 unidades.  Drágea é a forma farmacêutica e 50 mg é a dosagem que a drágea apresenta. Podemos dizer que a drágea contém 50 mg de princípio ativo. Gotas Diclofenaco potássico - 15 mg/ml A forma farmacêutica é solução (no caso em gotas) e a fórmula é o nome do princípio ativo e sua respectiva dosagem.

Informações ao paciente  São orientações a serem dadas ao usuário do medicamento, como: prazo de validade; onde guardar o medicamento (geladeira, ao abrigo da luz etc); manter o medicamento longe do alcance de crianças etc.

Informações Técnicas ou Ações ou Propriedades Indicam a ação que o medicamento causará no organismo, grupo farmacológico etc. Por exemplo: o diclofenaco potássico é um antiinflamatório não esteróide. Esta colocação indica o grupo farmacológico. Possui ação analségica, antipirética e antiinflamatória; age inibindo a biossíntese de prostaglandinas. Indica a ação do medicamento no organismo.

Indicações  Para quê, em que casos deve-se usar este medicamento. Esse medicamento deverá ser utilizado em casos de febre, mal-estar e cansaço.

Contra-Indicações Indicam problemas, sintomas, doenças etc que, se o paciente apresenta antes do uso do medicamento, não deverá fazer uso dele. Por exemplo: contra-indicação em pacientes que apresentam úlcera péptica e em pacientes com hipersensibilidade ao medicamento. Ou seja, pacientes que tenham estes problemas, não deverão utilizar-se deste medicamento.

Precauções     São cuidados que se deve tomar durante o uso do medicamento Por exemplo: recomenda-se ingerir com água; evitar bebidas alcoólicas, suspender o tratamento, se houver hemorragia.

Reações Adversas São efeitos que podem ocorrer após o uso do medicamento Por exemplo: distúrbios gastrointestinais; cefaléia, erupção cutânea.

Interações Medicamentosas São  problemas que pode, ocorrer, quando se administram dois medicamento ao mesmo tempo ou, por algum motivo, eles se encontram dentro do organismo. Por exemplo: o uso de diclofenaco sódico com digoxina aumenta a concentração de digoxina no sangue. O diclofenaco associado aos anti-diabéticos orais e insulina, diminui a atividade anti-diabética.

Posologia  Indica qual a dose do medicamento a ser administrada. Alguns citam a dose máxima diária, que nunca deve ser ultrapassada. Por exemplo: Adultos: a dose inicial é de 100 mg. As doses subseqüentes devem ser de 50 mg, de 8/8 horas. Dose máxima: 200 mg/dia Crianças: a dose é de 0,6 a 1,8 mg/kg/dia a ser administrada de 8/8 horas. Significa que a criança, por exemplo, com 10 kg deverá tomar de 6 a 18 mg do medicamento por dia. Como irá tomar de 8/8 horas, deverá tomar em cada horário de 2 a 6 mg.

Superdosagem 

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Indica o que fazer no caso de uma intoxicação. Por exemplo: não provocar vômito; procure um médico; os sinais de superdosagem são náuseas e vômitos.

Nome do Fabricante  Consta o nome, endereço, CGC, registro no Ministério da Saúde e o nome do farmacêutico com seu registro no Conselho Regional de Farmácia. Todo medicamento deve  ter o registro no Ministério da Saúde. Este número indica que este medicamento está de acordo com os preceitos do ministério e sujeito à fiscalização da Vigilância Sanitária. produtos sem este registro, existem de forma irregular, não devendo ser utilizados.

Conclusão Todos lêem a bula. O que a maioria não sabe é que existem erros nelas. Alguns produtos não trazem todas as informações ou as trazem incompletas. Podemos dizer que não existem medicamentos sem efeitos colaterais. Porém, algumas bulas não os trazem. Por exemplo: é impossível que dois medicamentos, de laboratórios diferentes, mas com o  mesmo princípio ativo: um apresente uma bula com  muitas informações e o outro não. Os itens como indicações, contra-indicações, efeitos colaterais, precauções, posologia, entre outros, são iguais. Como as bulas podem ser diferentes? Pense bem: ácido acetilsalicílico (aspirina) faz mal? Não, todo mundo toma? E se o paciente tiver úlcera, como fica? E a vitamina C (ácido ascórbico)? e este mesmo paciente pode tomá-lo? Devemos sempre saber de onde retiramos as nossas informações, para não cometermos erros. Fonte: Âmbito Farmacêutico - atualização do balconista no 8/1998 Texto: Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti

 

CÁLCULOS NA FARMÁCIA

No balcão da farmácia freqüentemente chegam receitas médicas para as quais devemos realizar cálculos a fim de determinar as quantidades a serem administradas. Acontece  que a maioria de nós tem uma aversão natural à matemática. E agora? Chutamos um número? Pedimos ajuda aos colegas? Assumimos que não sabemos? Não. Decididamente, nenhum desses caminhos é o melhor. temos de saber fazer o cálculo. Veremos a seguir alguns cálculos que podem ser necessários:

CÁLCULO DO VOLUME A SER ADMINISTRADO OU APLICADO 1 - A prescrição médica é: antibiótico X, 100mg. o frasco que dispomos na prateleira é de 500mg/5ml quantos ml o paciente deverá tomar? A primeira atitude é entender o que significa 500mg/5ml. Esta expressão quer dizer que, a cada 5ml, encontramos 500mg do antibiótico. A segunda atitude é fazer um cálculo simples, que se chama regra de 3. Com esse cálculo, procuramos achar a proporção entre os 3  valores conhecidos e qual queremos achar. No nosso caso sabemos que a prescrição é de 100mg e o frasco tem 500mg em 5ml, então; 500mg---------------------5ml 100mg---------------------Xml x = 100x5 = 1ml ------ 500 Podemos concluir, então, que a cada 1ml temos 100mg 

2 - A prescrição médica é de 150mg e o frasco que dispomos é de 250mg/5ml o cálculo fica assim: 250mg--------------------5ml 150mg--------------------Xml X = 150x5 = 3ml

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------- 250 Podemos concluir que a cada 3ml, temos 150mg.  3 - A prescrição médica é de 250mg injetável de um determinado medicamento. Dispomos do medicamento em ampolas de 5ml com 500mg. Quantos ml deverá ser aplicado no paciente? 500mg------------------5ml 250mg------------------Xml X = 250x5 = 2,5ml ------- 500 Podemos concluir que a cada 2,5ml temos 250mg

CÁLCULO DE PORCENTAGEM Quando dizemos água boricada a 3% significa que a cada 100ml de solução, temos 3g de ácido bórico, ou seja, 3g em 100ml quando dizemos álcool iodado 0,5%, significa que a cada 100ml de solução temos 0,5g de iodo, ou seja, 0,5g em 100ml

1 - quantos gramos de princípio ativo temos na solução 5% 200ml? Se a solução está a 5%, temos 5g a cada 100ml 5g-------------------100ml Xg-------------------200ml X - 5x200 = 10g ------- 100 2 - Quantos ml de soro de glicose teremos que utilizar para administrar 30g de glicose? Se o soro é a 10%, temos 10g a cada 100ml, como precisamos de 30g, quantos ml precisaremos? 10g-------------------100ml 30g-------------------Xml X = 30x100 = 300ml -------- 10 3 - A prescrição médica é de 20mg de levomepromazina. O frasco contém levomepromazina 4%.

Sabemos que o frasco é 4%, ou seja, 4g em 100ml. Como a prescrição é de 20mg, inicialmente devemos transformar 4g em mg: 1g = 1000mg 4g = 4000mg Portanto, o frasco tem 4000mg em 100ml. quantos ml correspondem a 20mg? 4000mg----------------100ml 20mg------------------ Xml X = 20x100 = 0,5ml -------- 4000 Se a apresentação do medicamento for em gotas, normalmente na levomepromazina cada ml corresponde a 40 gotas, então quantas gotas correspondem a 0,5ml? 1ml---------------------40 gotas 0,5ml--------------------X gotas X = 0,5x40 = 20 -------- 20 Podemos concluir, que a cada 0,5ml, temos 20mg

CÁLCULO DE DOSAGEM A SER ADMINISTRADA, PARTINDO DA RELAÇÃO DOSE/PESO DO PACIENTE Algumas vezes deparamo-nos com receitas cuja prescrição não é clara. Outras vezes, o que não está claro é quanto o paciente vai tomar, ou seja, quantos ml o paciente tomará. Vejamos: 1 - A dose prescrita pelo médico é de 50mg/kg/dia e o paciente pesa 10kg; qual a dose diária do medicamento?

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Todas as  vezes em que nos deparamos  com valores e unidades de medida entre barras como 50mg/kg, podemos substituí-las pela palavra por. Ficaria assim: 50mg por kg por dia. Para sabermos a dose diária (24 horas), então, é só multiplicar a dosagem pelo peso, ou seja: dose diária = dose x peso = 50x10 = 500mg por dia Portanto o paciente deverá tomar 500mg por dia.

2 - Considerando os dados anteriores, quanto se administraria ao paciente por horário, sabendo que o paciente iria tomar o medicamento de 6/6 horas? Se o medicamento está prescrito de 6/6 horas, então o paciente irá tomar 4 vezes por dia. Para resolvermos o problema é só dividir a dose diária por 4. dose por horário = dose diária = 125mg por horário ------------ 4 Se o medicamento fosse dado de 8/8 horas, dividiríamos a dose diária por 3. Se o medicamento fosse dado de 12/12 horas, dividiríamos a dose diária por 2.      Voltar

3 - Ainda com os mesmos dados, acrescentando que o frasco do medicamento que dispomos contém 500mg/5ml, quantos ml seriam dados por horário? O cálculo a ser usado agora é igual ao visto acima, ou seja: 500mg -----------------5ml 125mg------------------Xml X = 125 x 5 = 1,25ml --------- 500 O paciente deverá tomar 1,25ml por horário.

4 - Se, no caso anterior o paciente perguntasse quantos vidros serão necessários para o tratamento todo? antes de mais nada precisaríamos saber por quantos dias o paciente vai tomar o medicamento e qual o volume do frasco de medicamento que dispomos. Vamos supor que o paciente irá tomar o medicamento por 10 dias e o frasco tem 100ml. O nosso cálculo será o seguinte: sabemos que o paciente irá tomar 500mg por dia, então, em 10 dias tomará quantos mg? 500mg------------------ 1 dia Xmg---------------------10 dias

X = 500x10 = 5000mg para o tratamento todo -------- 1 Sabemos que o frasco tem 500mg/5ml então: 500mg--------------5ml 5000mg-------------Xml X = 5000x5 = 50ml -------- 500 Se o frasco tem 100ml e o paciente tomará 50ml para o tratamento todo, então um frasco é o suficiente.

5 - A dose prescrita pelo médico é de 50mg/kg/dia a ser dada de 12/12 horas. Sabendo que a criança pesa 20kg e o frasco é de 250mg/4ml, quantos ml serão dados por horário? 5.1. Cálculo da dose diária: multiplicamos a dose pelo peso: Dose diária = 50x20 = 1000mg por dia 5.2. Cálculo da dose por horário: divide-se a dose diária pelo número de doses ao dia: Dose por horário = 1000 = 500mg por horário ----- 2 5.3. Cálculo de quantos ml por horário, fazendo regra de 3: 250ml----------------------5ml 500mg---------------------Xml X = 500x5 = 10ml por horário -------

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250 6 - A dose prescrita pelo médico é de 80mg/kg/dia a ser dada de 6/6 horas por 10 dias. Sabemos que a criança pesa 12kg e o frasco tem 160mg/5ml, volume de 100ml, quantos ml a criança tomará por horário, por dia e pelo tratamento todo? 6.1. Cálculo da dose diária: multiplicamos a dose pelo peso: Dose diária = 80x12 = 960mg por dia 6.2. Cálculo da dose por horário: divide-se a dose diária pelo número de doses ao dia: Dose por horário = 960 = 240mg por horário ----- 4 6.3. Cálculo de quantos ml por horário: fazendo regra de 3: 160mg-------------------- 5ml 250mg---------------------Xml X = 240x5 = 7,5ml por horário ------- 160 6.4. Cálculo de quantos frascos: fazendo regra de 3: 960mg--------------------1 dia Xmg-------------------- 10 dias X = 960x10 = 9600mg para o tratamento todo -------- 1 Considerando o frasco: 160mg---------------------5ml 9600mg--------------------Xml X = 9600x5 = 300ml, sendo portanto necessário 3 frascos -------- 160

Fonte: Âmbito Farmacêutico - atualização do balconista no 8/1998 Texto:  - Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti

COMO ORGANIZAR UMA FARMÁCIA Critérios básicos de organização 

Para organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que tornam mais eficiente e prático o trabalho do balconista. Toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que envolvem diferentes fabricantes e diversas apresentações, o que torna fundamental a organização de prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada remédio.

Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia. Ela começa pela separação dos medicamentos e outros produtos de acordo com o laboratório, a ordem alfabética do medicamento e o grupo ou seção em que ele se enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento. A farmácia, portanto, possui vários grupos e seções que podem ser divididos em:  • Seção ou grupo de comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilhas e pílulas. • Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais. • Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as geléias, os elixires, sprays, gotas, xaropes. * Seção de cremes, pomadas, ungüentos, supositórios, óvulos, bastões, inaladores, pós, granulados e calicidas. • Seção ou grupo de envelopes de comprimidos ou pós que vêm em embalagens múltiplas e que podem ser comercializados de forma avulsa. Estes produtos são usualmente guardados em gavetas e na parte externa delas coloca-se uma etiqueta que identifica o produto. • Seção ou grupo de medicamentos que têm venda controlada, como psicotrópicos e entorpecentes. Estes remédios normalmente estão agrupados no fundo da farmácia, próximo à

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gerência, para maior controle de suas vendas. Existem farmácias ou drogarias que separam os produtos de alta rotatividade, como vitaminas, analgésicos, antigripais, que são mais conhecidos pela população e tem maior saída.

Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos também possuem prateleiras próprias.

Outros métodos de organização  Outra forma de organização da prateleira é manter por ordem alfa- bética e por seções, porém agrupando os medicamentos de acordo com os laboratórios fabricantes, que normalmente têm uma padronização na embalagem e cor.

Neste caso, se o balconista conhece o laboratório que produz o medicamento é mais fácil identificar o remédio na prateleira. Há farmácias ou drogarias que agrupam os medicamentos somente em ordem alfabética.

Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correia organização das farmácias e drogarias. Nas drogarias os medicamentos comercializados estão sempre nas suas embalagens originais. Já nas farmácias existem fórmulas que são manipuladas em seus próprios laboratórios e são organizadas de acordo com o tipo de fórmula e encomenda dos clientes.

As farmácias de hospitais adotam critério diferenciado na sua forma de organização. Os medicamentos são agrupados segundo a sua apresentação e especialidade. No caso dos analgésicos, por exemplo, os comprimidos ficam de um lado e os analgésicos em gotas de outro.Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia no 1

COMPRAS POR IMPULSO Todos nós já presenciamos situações, em nosso dia-a-dia, quando um consumidor entra em nosso estabelecimento e, após ser abordado por um atendente, disse que só deu uma passadinha por ali ou que só estava olhando, por fim encontrou certo produto que, por estar bem destacado e ser atraente, conseguiu "seduzi-lo".

Interessante é que aquele cliente com ares de quem não ia levar nada acabou comprando. Isso aconteceu por acaso? É claro que não. Ele foi induzido à compra, pelo destaque e apresentação do produto, e, especialmente, pela capacidade de conquista e sedução empreendida por todos os funcionários que planejaram essa condição e usaram estratégias para provocar aquela necessidade de compra.

Diariamente, muitas pessoas saem de casa com uma vontade enorme de comprar e até sabem o que é. Já visualizaram o produto, têm a perfeita idéia e a maior parte das características estão registradas na sua mente. Apenas não se depararam com aquele sonho. A vontade já está latente há certo tempo. A intenção é mais forte que a razão e esta não tem força suficiente para convencer o pretendente a economizar ou direcionar o dinheiro para alguma prioridade. O mais gratificante é que ele já se encontra diante de você. Nesse momento, e com certeza, você já deve estar preparado para assisti-lo e... conquistá-lo.

Antevendo essa possibilidade e já sabendo que a cada dia aumenta o número de compradores por impulso, que todos os funcionários de farmácia ou drogaria devem estar treinados e preparados para atingí-los e bem. Deixe bem expostos produtos abertamente comercializáveis.  Atente, permanentemente, para a disposição deles nas prateleiras e gôndolas, observe se suas embalagens estão bem apresentáveis, se por formatos, tamanhos e cores estão bem convidativos, além de outras condições que cada empresa considerar relevantes.

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Aproxime produtos afins, por exemplo:

• fraldas/mamadeiras/chupetas/produtos de higiene infantil, etc;

• absorventes/demais produtos de higiene íntima, dentre outros;

• desodorantes/produtos para barbear/preservativos, e assim sucessivamente.

Use e abuse de sua criatividade. Observe o trabalho e técnicas de vitrinistas e dos promotores de supermercados e ative sua inventividade.

Não é a vitrine que vende? Se determinada roupa estivesse isolada, sem nada mais associado a ela, estaria atraindo tanto quanto as que se encontram nesses espaços chamando consumidores para aquele "namoro" de comprador?

Há pessoas que ficam horas e, ainda, voltam nos dias posteriores para namorar vitrines e, finalmente, compram. Essa tendência vai preparando o vendedor para conquistar e encantar o cliente. Se ele entrar, então, perceba o comportamento dele pela fala:"eu quero ver..." e basta apresentar algumas qualidades desse pedido e aquele "o senhor ou a senhora escolheu muito bem" e pronto, a compra está certa. Aproveite o momento para sugerir algo e informar as novidades. Deixe o cliente estimulado a comprar ou preparado para futuras compras.

É necessário agir rápido e deixar o estabelecimento pronto para essa permanente situação. Antes de simplesmente espalhar os produtos pela drogaria ou farmácia, perguntem-se:

• Que produtos poderão e estarão disponíveis?

• Como torná-los mais suGestivos aos clientes?

• Onde colocá-los e de que forma para melhor atrair clientes?

• Em que quantidade e quantas vezes ao dia será feita a reposição?

• Quem fará as reposições e que registros fazer para melhor controlar e mesmo para identificar os maiores e melhores "giros"?

Para que se atinja o objetivo pretendido é fundamental  CRITÉRIOS E CUIDADOS

1. Identificar os locais mais atraentes. Muitas empresas instalam as gôndolas junto aos caixas ou o mais próximo deles.

2. Sugere-se colocar pequenas quantidades de produtos nas gôndolas.

3. Organizar nas gôndolas os produtos para estarem na altura do olhar do cliente adulto e do consumidor infantil.

4. Treinar um funcionário para reposição. Pelo giro e lucro será que não compensa? Ele deverá, ainda, receber ou solicitar sugestões e anotá-las.

5. Colocar em evidência, também, certos produtos mais caros, porém separados e protegidos.

6. Cuidado com os caminhos estreitos, apertados e avolumados que, em vez de atrair clientes

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para compras, incomodam-nos.

7. Distanciar as gôndolas, a pelo menos um metro entre si, para possibilitar a visualização dos clientes e atraí-los ao interesse de compra.

8. Avaliar, constantemente, todos os procedimentos e em equipe decidir o que é melhor para solucionar situações inadequadas e aproveitar as sugestões dos clientes.

Os resultados serão muito positivos se todos estiverem preparados, entusiasmados, decididos e interessados em realizar um trabalho para melhor atender e entender os clientes na solução de suas necessidades e criar formas diferenciadas de tratamento.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista no 2/2000

Texto: Edson Gallina

DA BOTICA À FARMÁCIA As primeiras apotecas ou boticas de que se tem notícia surgiram no século X e foram as precursoras das farmácias modernas; no entanto, desde os primeiros tempos da humanidade, há milênios, a atividade do farmacêutica já era de grande importância para a saúde.

Há mais de 2.600 anos os chineses já desenvolviam seus remédios, extraindo de milhares de plantas drogas para a cura das doenças. Os egípcios também já preparavam remédios a partir de vegetais, sais de chumbo, cobre e ungüentos de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra há mais de 1.500 anos. Na índia, os brâmanes desenvolveram remédios a partir de 600 tipos diferentes de plantas medicamentais e os assírios conheceram mais de 200 drogas diferentes.

Na Grécia, as ciências de curar aconteciam nos templos, onde eram pendurados os ex-votos de doentes que tinham alcançado a cura. Eram utilizadas para a cura as chamadas fórmulas mágicas, conjuros e procedimentos que talvez hoje seriam vistos como metapsíquicos. As chamadas ciências de curar foram levadas para fora dos templos.

Hipócrates marcou uma nova era para a cura, sistematizando os grupos de medicamentos e dividindo-os em narcóticos, febrífugos e purgantes. Na Roma primitiva, foram os escravos que exerceram a medicina. Alguns tinham relativa cultura e o preparo dos medicamentos era confiado, exclusivamente, a eles.

Evolução da farmácia A evolução da farmácia, como atividade diferenciada, aconteceu em Alexandria em conseqüência de um período marcado por guerras, doenças, traições e envenenamentos.

Neste período, por causa das guerras e epidemias, a farmacologia teve um grande impulso, principalmente para o tratamento de soldados que se acidentavam nas guerras e o cuidado com pessoas que tentavam o envenenamento.

Os farmacopistas, no início do século II, incrementaram as diversas fórmulas existentes para melhor atender às necessidades da época. Em Bagdá, os árabes fundaram a primeira escola de f armada e a partir desta escola muitas outras foram surgindo. Para melhor eficiência no atendimento, foi criada neste período uma legislação especial para o exercício da profissão.

Já nos fins do século X surgiu nos conventos da França e Espanha o apotecário, que desempenhava o papel de médico e farmacêutico. Este "profissional" tinha que conhecer os

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males e suas curas. Era exigido também que pertencesse a uma família honrada, com boa situação econômica, conhecesse o latim, tivesse boa redução e apresentasse certidão de cristianismo e moralidade. Tinha ainda que cultivar as plantas que eram utilizadas na preparação dos medicamentos e trabalhar à vista das pessoas.

Surgiram depois as apotecas ou boticas, estabelecimentos organizados com uma série de exigências para o bom funcionamento. Elas possuíam porões, celeiros, despensas, armários, prateleiras, aparadores, arcas, mesas e cadeiras. No teto era comum pendurar animais empalhados, principalmente o crocodilo.

O material do apotecário era conservado em caixas de madeira. Os medicamentos destinados ao tratamento de doenças do estômago eram guardados em caixas de couro e os potes de estanho conservavam gorduras e pomadas. Recipientes de f erro e chumbo eram utilizados para óleos medicinais. Os vinhos e vinagres eram guardados em vasos de cerâmica.

Tempos depois estes recipientes foram substituídos por potes de majólica e mais tarde pela porcelana. Neste período começaram a surgir nas farmácias frascos, garrafas, alambiques, funis, frascos de medidas, serpentinas, retortas, filtros, peneiras, prensas para extrair o sumo das plantas, tesouras, espátulas, colheres e piluladores. Do material de trabalho faziam parte: seringas, garrafas de couro e cânulas. Essas apotecas ou boticas foram as precursoras de nossas farmácias. Fonte: Âmbito Farmacêutico - Manual do Balconista de Farmácia no 1

ENTENDA OS CONCEITOS Princípio Ativo Parte do medicamento que responde pela ação farmacológica deste, ou seja, substância que causa a ação esperada.

Excipiente Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a finalidade de dar forma ao medicamento na forma sólida ou pastosa.

Veículo  Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a finalidade de dar forma o medicamento na forma líquida

Droga Produto de natureza animal, vegetal, mineral ou sintética, empregada na preparação de um medicamento. É uma matéria prima para a produção de um medicamento. Pode designar um determinado princípio ativo.

Fármaco São todas as drogas utilizadas em farmácia e com ação farmacológica definida.

Medicamento Substância ou conjunto de substâncias com ação terapêutica, profilática ou auxiliar de diagnóstico.

Ação terapêutica  Ação de curar ou melhorar os sintomas de uma determinada doença (medicamentos antialérgicos, analgésicos etc.)

Ação Profilática Ação de  prevenir doenças (vacinas).

Ação auxiliar de diagnóstico 

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Auxilia a diagnosticar uma determinada doença (uso de Luftal, antes de um ultra-som).

Remédio ë uma palavra aplicada no sentido geral, sendo utilizada a todos os meios usados para prevenir, melhorar ou curar as doenças. Deste modo,  podemos chamar de remédio os medicamentos e também os meios físicos (radioterapia, massagem etc.) e os meios psíquicos (psicanálise, tratamento psicológico etc.)

Veneno Todo medicamento ou toda substância química pode ser um veneno, dependendo da pessoa que o ingere e a quantidade ingerida. Porém, podemos dizer que um veneno é uma substância que mesmo em pequenas quantidades pode levar à morte.

Dose Quantidade de medicamento que deve ser administrado. Pode ser: dose máxima - máximo que um  organismo pode suportar sem apresentar grandes efeitos colaterais. Não deve ser ultrapasada, a não ser com ordem expressa do médico. dose mínima - quantidade mínima de um determinado medicamento, que produz uma determinada ação farmacológica. dose terapêutica - fica entre a dose mínima e máxima. É a ideal. dose letal - dose que se administrada leva à morte.

Ação Local  O medicamento age no local onde foi colocado. Por exemplo, um creme antialérgico, um enxaguatório bucal ou um colírio.

Ação Sistêmica O medicamento precisa chegar até a corrente sanguínea e depois atingir o local de ação. Por exemplo,  um comprimido antialérgico, uma vez ingerido vai do sistema digestivo para a corrente sanguínea para depois ter a sua ação.

Nome Genérico Nome dado ao medicamento de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB). Através desse nome, podemos comparar os diversos medicamentos existentes no mercado, sabendo quais têm a mesma composição ou quais são as diferenças. Por exemplo, cimetidina: pode ter vários nomes comerciais como Tagamet, Ulcimet e Ulcedine. A DCB é uma normatização relativa aos nomes dados aos medicamentos, feita de acordo com a  Denominação Comum Internacional - DCI, que é feita pela Organização Mundial de Saúde - OMS.

Nome Comercial Nome dado pelo fabricante de acordo com critérios próprios.

Uso externo Indica que o medicamento deve ser usado na superfície do organismo, apresentando normalmente ação local. Podemos exemplificar como cremes, pomadas, colutórios e colírios. Normalmente não devem ser ingeridos, nem devem ser injetados.

Uso interno Indica que o medicamento deve ser usado no interior do organismo, apresentando normalmente ação sistêmica. Podemos exemplificar como comprimidos e injeções endovenosas.

Medicamento homeopático Medicamento feito de  acordo cm as técnicas homeopáticas. Podemos resumir a homeopatia como a  "cura pelo semelhante", ou seja,  o medicamento homeopático causa no organismo uma reação semelhante à doença, fazendo com que o próprio organismo reaja a a ela.

Medicamento alopático Medicamento feito de acordo com as técnicas alopatas. Podemos  resumir a alopatia como a "cura pelo contrário", ou seja,  o medicamento causa um efeito contrário à doença, melhorando-a ou curando-a. ë um medicamento de ação contrária à homeopatia, portanto, a não ser que o médico prescreva, não devemos misturar tratamento homeopáticos com alopáticos, mesmo

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quando se referirem a doenças diferentes. O paciente deve sempre informar ao médico todos os tipos de tratamento que está fazendo.

Medicamento fitoterápico Medicamento feito à base de plantas medicinais.

Chás medicinais São feitos à base de plantas medicinais, de acordo com a técnica correta ( por exemplo, algumas plantas devem ser fervidas, outras não devem ferver etc.). Se esses chás fazem algum efeito, então têm princípios ativos, não podendo, portanto, serem usados em qualquer quantidade.  Devemos ter uma quantidade definida, por exemplo, três xícaras ao dia. A frase popular "se é natural, não faz mal" não é verdadeira. Existem, inclusive, plantas tóxicas que não devem ser utilizadas, podendo levar à morte.

Via de administração Via por onde é introduzido o medicamento. As principais vias são: via oral - através da boca. via parenteral - através do  uso de medicamento injetáveis, como intramuscular, endovenoso,  subcutâneo etc. via mucosa - através da mucosa do corpo, como mucosa nasal, retal,  vaginal, bucal etc. via tópica - através da pelo, como cremes, pomadas, adesivos transdérmicos etc. Fonte: âmbito farmacêutico

 

LEGISLAÇÃO

Conhecer a legislação não deve ser, para o profissional de farmácia, uma atividade cansativa e desinteressante. Ao contrário, estar por dentro da legislação específica da nossa atividade trará, no dia-a-dia, confiança e certeza de estar realizando um trabalho de qualidade.

Aspectos importantes a saber, tratam da regulamentação dos genéricos, regulamentação técnica para assistência farmacêutica na farmácia e drogaria, aquisição, armazenamento, conservação e dispensação (fornecimento) de produtos industrializados, entre outros. 

A lei trata também das condições gerais e específicas para a estrutura física (instalações) e equipamentos, determina que a admissão dos funcionários deve ser precedida de exames médicos, citando também a questão da higiene pessoal, uniformes para o trabalho etc.

Quando discorre sobre a aplicação de injetáveis, serviço que o estabelecimento poderá (ou não) manter, é dito que a drogaria deve dispor de profissional legalmente habilitado para a realização dos procedimentos; daí a importância da formação profissional por meio de cursos e treinamentos.

A legislação também trata do tema documentos, fixa responsabilidades (de empregados e empregador) e trata das questões de fiscalização. 

A lei estabelece as boas práticas de atendimento em farmácias e drogarias, além de proteger o trabalhador. Por isso, mantenha-se sempre atualizado.Fonte: Âmbito Farmacêutico no 168

 

PREFIXOS E SUFIXOS USADOS EM FAMÁCIA

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Adeno - prefixo grego, adénos significa glândula. Aenoma - tumos glandular.

Adipo - prefixo latino adipis, significa gordura. Células de gordura

Aero - prefixo originário do latim, aér, significa ar. Aerofagia - ingestão de ar.

Algesia - sufixo grego, álgos, indica dor, sofrimento. Analgesia - tirar a dor. Podemos também dizer análgésico - medicamento para tirar a dor.

Algia - idem ao anterior. Mialgia - dor muscular.

Andro - prefixo grego, andrós, significa homem, no sentido masculino. Androgênio - hormônio masculino.

Antropo - prefiso grego, ánthropos, significa homem, ser humano. Medidas antropométricas - medidas do ser humano, como altura, peso etc.

Arterio - prefixo grego, artería, significa artéria. Arteriografia - tipo de exame realizado nas artérias.

Artro - prefixo grego, árthron, significa articulação. Artrose - inflamação de uma articulação.

Astenia - sufixo grego, asthéneia, significa fraqueza. Miastenia - fraqueza muscular.

Bio - prefixo grego, bios, significa vida. Biologia - estudo da vida.

Capilo - prefixo latino, capillus, significa cabelo. Tônico capilar - tônico para cabelo.

Carcino - prefixo grego, Karkínos, significa tumor. Carcinoadenoma - câncer glandular.

Cárdia, cárdio - prefixo grego, kardia, coração. Cardíaco ´referente ao coração.

Cida - sufixo originário do latim, caedere, significa matar. Bactericida - que mata as bactérias.

Ciste - prefixo grego, kystis, significa bexiga. Cistite - inflamação na bexiga.

Cito - prefixo grego, kytos, significa cédula. Citologia - estudo das células.

Cortico - prefixo originário do latim, cortex, significa casca. Corticosterona - hormônio produzido no córtex da suprarenal.

Dermo, dermato - prefixo grego, dérma, significa pele. Dermatol[ogico - uso na pele.

Endo - do grego, ènden, significa dentro. Glândula endócrina - glândula de secreção interna.

Entero - prefixo grego, ènteron, significa intestino. Enteropatia - doença intestinal.

Eritro - prefixo grego, erythrós, significa vermelho. Eritrócito - cécula vermelha do  sangue.

Estesia - sufico grego, aésthesis, significa sensação. Anestesia - ausência de sensação.

Fito - prefixo grego, phytón, significa planta. Fitoterapia - terapia através das plantas

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Epi - prefixo grego epí, significa sobre. Epiderme, camada externa da derme.

Exo - prefixo grego, éxo, significa de fora. Glândula exócrina, glândula que elimina homônio na parte externa do corpo, como a glândula sudorípara.

Fero - sufixo latino, ferre, significa levar, trazer. Sonífero que leva ao sono.

Filático - sufixo latino, phylaktilós significa que proteje, preserva. Medicamento profilático, usado para prevenir uma doença.Foto - prefixo grego, phótos, significa luz. Fotofobia, aversão à luz.

Hepato - prefixo grego, hepar, significa fígado. Hepatopatia, doença do fígado.

Hidro - prefixo grego, hydor, significa água. Hidratação, repor água.

Hipno - prefixo grego, hypnos, significa sono. Hipnose, provocart o sono.

In - prefixo latino, in, significa provação, negação. Indolor não causa dor.

Isso - prefixo grego, ísos, significa igual. Solução isotônica, solução com a mesma concentração osmótica que o sangue.

Leuco - prefixo grago, leukós, significa branco. leucócito, célula branca do sangue.

Lipo - do grego, lópos, significa gordura. Lipídio, molécula de gordura.

Logia - do grego, lógos, significa palavra, ciência. Farmacologia, ciência que estuda os fármacos.

Macro - prefixo grego, makós, significa grande. MAcroscópico, algo que se vê sem o auxílio de microscópio.

Micro - prefixo grego, mikrós,  significa pequeno. Microscópico, algo que se vê com auxílio de microscópio.

Morfo - prefixo grego, morphé, significa forma. Morfoloia, estudo da forma.

Necro - prefixo grego, nekrós,  significa morte. Tecido necrosado, tcido morto.

Nefro - prefixo grego, nephros, siginifica rim. Nefrotóxico,  prejudica o funcionamento do rim.

Neuro - prefixo grego, neuron, significa nervo. Neurocirurgia, cirurgia do sistema nervoso.

Oftalmo - prefixo grego, ophtalmós, significa olho. Oftalmologia, ciência que estuda o olho.

Pnéia - sufico grego, pnéia, significa respiração. Dispnéia, dificuldade de respiração./Pneumo - prefixo grego, pneúmon, significa pulmão. Pneumologia, estudo do pulmão.

Podo - prefixo grego, podos, significa pé. Podologia, estudo dos pés.

Poise - sufixo grego, poísis, significa criação, formação. Hematopoiese, formação das céluas do sangue

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Rragia - sufico grego. rhegnumai, significa romper, jorrar. Hemorrágia, rompimento de um vaso.

Raqui - prefixo grego, rháchis, significa espinha dorsal. Anestesia raquidiana, anestesia dada na espinha dorsal.

Re - prefixo latino, re, significa repetição. Refazer, fazer de novo.

Rino - prefixo grego, rhis, rhinos, significa nariz. Rinorria, nariz escorrendo.

Sanguino - prefixo latino, sanguis, significa sangue. Consaguineo, que tem o  mesmo sangue, parentes.

Sepsia - sufixo grego, sépsis, significa petrefação, sujeira. Assepsia, sem sujeira, limpo, estéril.

Soni - prefixo latino, somnus, significa sono. Sonífero, medicamento que leva ao sono.Spermo - sufico grego, spérma, significa semente. Espermatozóide, célula de reprodução masculina.

Sub - prefixo latino sub, significa posição abaixo. Subcutâneo, tecido abaixo da pele.

Termia - suufixo grego, thérmos, significa calor. Hipotermia, baixa temperatura no corpo.

Tomia - sufixo grego, tomé, significa corte. Lobotomia, corte feito nos lobos do cérebro.

Tonia - sufixo gregom tónos, significa tensão. Isotonia, mesma pressão.

Tóxico - sufixo latino, taxicum, significa veneno. Intoxicação consequente da ingestão de substância tóxica.

Trofia - sufixo grego, trophé, significa alimento, crescimento. Atrofia, não crescimento.

Trombo - prefixo grego, thrómbos, significa goágulo. Trombose, doença causada por um trombo.

Uro - prefixo grego, aúron, significa urina. Urologia, especialidade médica que cuida de doenças renais.

Fonte: Âmbito Farmacêutico  - Atualização do Balconista no 10/11

Texto: Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti

PROCEDIMENTOS CORRETOS P/APLICAÇÃO DE INJEÇÕES O serviço de aplicação de injeções é muito importante dentro do atendi mento como um todo na nossa farmácia. E realizá-lo com qualidade implica numa série de conhecimentos básicos que, se corretamente seguidos, vão conquistar a tranqüilidade e segurança de nossos clientes com relação ao nosso estabelecimento. Pretendemos, nessa matéria, transmitir algumas informações sobre o assunto, que poderão ser complementadas com cursos e treinamentos adequados. Para trabalhar corretamente, devemos observar nossa aparência pessoal, o ambiente (no caso, a sala de aplicações) e as técnicas para cada tipo de via de administração (injeção intradérmica, subcutânea, intramuscular e intravenosa).

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l - Qualidade na aparência pessoal: é imprescindível para que o cliente sinta segurança, além do comportamento educado e gentil, é importante o cuidado com os cabelos, unhas, barba e uniforme.

Lembre-se que o aspecto humano conta muito na nossa atividade e nossa apresentação também significa respeito ao cliente.

2 - Ambiente: a sala de aplicação deve ser bem iluminada (luz natural ou branca), ventilada (veja: um local mal ventilado pode proporcionar a absorção de partículas dos medicamentos usados, ou facilitar a contaminação do aplicador, pois, se está junto de pessoas com diferentes enfermidades, inclusive as infecto-contagiosas) e absolutamente limpa (deve ser feita a limpeza e posterior desinfecção com álcool 70, água sanitária ou outro bom desinfetante, todos os dias; o balcão onde é feito o preparo da injeção deve ser desinfetado após cada aplicação.  A limpeza inclui o chão, balcões e paredes da sala de aplicação - é muito desagradável perceber respingos de líquidos nas paredes (por sinal, essas perdas prejudicam a ação do medicamento, pois não é aplicada a quantidade necessária, e revelam falta de cuidado e de técnica). Móveis e utensílios: a sala deve possuir sala com torneira, balcão com gavetas (separado da pia), cadeira e suporte de braços, lixeira com tampa (acionada por pedal), suporte para papel toalha (ou toalha de pano que, se for utilizada, deve ser de cor clara e deve ser trocada no mínimo uma vez ao dia. Lembre-se que a toalha de papel é preferível, pois a toalha de pano torna-se um veículo de recontaminação das mãos), além de um anti-séptico (álcool iodado ou álcool 70, por ex.), um recipiente para o algodão, e caixa própria para o descarte dos materiais perfuro-cortantes.

Tenha, na sala de aplicação, todo o material necessário (seringas agulhas, algodão, todos guardados de forma organizada, nas gavetas do balcão). E embaraçoso quando, com um cliente na sala, precisamos abrir a porta para pegar algo que não estava ali. a mão, no momento.

3 - Lavagem das mãos: é um procedimento tão importante que deve merecer atenção especial. A lavagem correta vai diminuir a quantidade de microorganismos existentes nas mãos, reduzindo consideravelmente o risco de contaminação do nosso cliente. As mãos devem ser lavadas à vista do cliente, ensaboando bem as mesmas, entre os dedos e os pulsos (antes de começar a esfregá-las, lave primeiro o sabonete). Após a lavagem, deve-se enxugá-las, iniciando-se pelas pontas dos dedos e, por último, os pulsos. Após a aplicação da injeção, deve-se lavar novamente as mãos. Cuidado com as escovinhas para unhas, na pia! Elas ficam logo sujas, apresentando pontos pretos de bolor. Ou as lemos bem limpas, ou é melhor nem mantê-las na sala. Além do mais, as unhas devem estar bem cortadas, o que dispensa o uso de escovinhas.

4 - Preparo do medicamento: antes de tudo, devemos estar bem seguros com relação à prescrição médica, tendo plena certeza do tamanho da seringa e agulha utilizadas, da quantidade e dosagem a ser aplicada e da via de administração (se é uma injeção IM, IV, etc.).

Vamos:

a - abrir a embalagem da seringa e movimentar o êmbolo, para lubrificar o interior da mesma, tornando mais fácil a aspiração do medicamento;

b - recolocando a seringa sobre sua embalagem fazer a desinfecção da ampola com algodão embebido em solução anti-séptica, abrindo-a em seguida com os dedos polegar e indicador da mão direita (tenha o cuidado de envolvê-la com algodão ou gaze, para não se cortar). Retirar o protetor da agulha, deixando-o sobre a embalagem da seringa;

c - aspirar o conteúdo da ampola, segurando-a com os dedos indicador e médio da mão esquerda; com os dedos polegar, anular e/ou mínimo da mesma mão, segurar a seringa, introduzindo-a na ampola e ir, aos poucos, inclinando ampola e seringa. até que todo o líquido

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tenha sido aspirado.

d - tampar a agulha com o seu protetor. Lembre-se: em nenhum momento seus dedos devem tocar a agulha ou partes da seringa que tenham contato com o medicamento ou a pele do cliente:

e - retirar o excesso de ar da seringa e. se houver bolhas, bater levemente sobre elas com a ponta do dedo, para deslocá-las;

f- se formos retirar o conteúdo de um frasco ampola, devemos retirar o lacre médico e desinfetar a tampa de borracha. Homogeneizar o medicamento (pó + liquido), girando o frasco suavemente entre as mãos, e introduzir a agulha na rolha do frasco, fazendo a aspiração do mesmo como foi explicado no item c). Usar duas agulhas, uma para aspirar o líquido e outra para a aplicação (esse cuidado visa evitar o entupimento da agulha, ou desconforto para o cliente, pois a agulha, depois de introduzida na rolha de borracha, fica "rombuda", e machuca o local da aplicação). Para facilitar a aspiração do líquido, podemos primeiro aspirar um pouco de ar na seringa e introduzi-lo no frasco, retirando, em seguida, o conteúdo do frasco.

Durante o preparo do medicamento, não se deve. falar, pois isso pode contribuir para a contaminação do liquido estéril.

Fonte: Âmbito Farmacêutico 145 - Manual do Balconista no 1

Farmacêutica Vera Lúcia Pivello Gallina

TERMOS USADOS NA FARMÁCIA

Ação Local - o medicamento age no local onde foi depositado, não atingindo a corrente sanguínea. Por exemplo, colutórios, gotas otológicas

Ação sistêmica - o medicamento precisa passar pela corrente sangu´nea para chegar ao local de ação. Por exemplo, comprimidos e injetáveis, em geral.

Dose Letal - é a dose acima da máxima, que mata.

Dose Máxima - é o máximo que o organismo pode suportar, sem apresentar efeitos perniciosos.

Dose Mínima - é o mínimo de dosagem que o organismo resposde terapeuticamente.

Dose Terapêutica - quantidade de medicamento que apresenta ação farmacológica ideal.

Droga - toda substância capaz de alterar os sistemas fisiológicos (funcionamento do organismo), com ou sem benefícios do organismo.

Excipente - substância que dá volume à fórmula, nas formas farmacêuticas líquidas.

Farmacologia - ciência que estuda a ação dos medicamentos.

Forma Farmacêutica - é a apresentação física que o medicamento tem, como por

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exemplo, comprimidos, capsúlas, xarope etc.

Fórmula Farmacêutica - é o que contém o medicamento: são medicamentos e quantidade.

Medicamento Composto - vários princípios ativos.

Medicamento Magistral - não estão nas farmacppéias, feitos mediante receita médica, especificamente para uso de um paciente.

Medicamento Oficinal - medicamento cuja fórmula é encontrada na farmacopéia e guardado por um certo tempo.

Medicamento Simples - somente um princípio ativo.

Medicamento - é toda substância química de ação profilática, terapêutica ou auxiliar de diagnóstico. Tem ação benéfica  para o organismo.

Nome Comercial - também chamado de nomje patenteado ou nome registrado; refere-se ao nome dado pelo fabricante. Se for fabricado por várias indústrias, terá vários nomes. Deve ser escrito com o nome próprio, ou seja, com a primeira letra maiúscula e as seguintes minúsculas.

Nome Genérico - no comum pelo qual o medicamento é conhecido como substância isolada, sem levar em conta o fabricante. Este nome é escolhido órgãos oficiais. No Brasil seguimos a Denominação Comum Brasileira, de 1996.

Nome Químico - é o nome que descreve a estrutura química do medicamento. è dado de acordo com regras de nomemclatura do medicamento. Deve ser escrito em letras minúsculas.

Princípio Ativo - substância química ativa, que responde pela ação do medicamento.

Produto Farmacêutico - produto que contém um ou mais medicamentos, convenientemente manufaturados, em processo industrial.

Remédio - todo meio utilizado para combater um estado patológico (doença) por meio de medicamentos, meios físicos (por exemplo, fisioterapia) e psíquicos (por exemplo, terapia de grupo).

Veículo - substância que dá volume à fórmula, nas formas famacêuticas sólidas e pastosas.

Veneno - substância que, mesmo em pequenas quantidades, provoca alteração À saúde ou conduzem à morte. Em tese, todas as substâncias são venenos, a diferença está na dose administrada.

Fonte: Âmbito Farmacêutico  - Atualização do Balconista no 9

Texto: Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti

ORIENTAÇÃO AO

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PACIENTE Quando atendemos um paciente no balcão da farmácia, devemos orientá-lo quanto ao uso e guarda dos medicamentos. Essas orientações devem ser transmitidas mesmo que o paciente não solicite, pois às vezes ele desconhece a existência de tais orientações. Assim sendo, ao vendermos um medicamento devemos:

A )Orientações no balcão da farmácia:

1- Conferir com o paciente todo medicamento solicitado, com a respectiva receita;

2 - Orientar o paciente quanto à utilização do medicamento, informando qual a dose a ser administrada, em que horário etc;

3 - Orientar quanto à guarda dos medicamentos em casa.

B) Orientações quanto à guarda e utilização de medicamentos em casa:

1 - Ao chegar em casa, guarde os medicamentos em local apropriado. Na maioria das vezes deve ser guardado em local fresco e arejado. Isso quer dizer: local com temperaturas amenas, sem umidade e com circulação de ar, sem abafamento. sendo assim,  não devemos guardar medicamento no banheiro, que é um local que recebe umidade do  banho e, muitas vezes, abafado. Também não  devemos guardar medicamentos em cima da geladeira, pois, esta recebe o calor do motor ( tem gente que até seca tênis atrás da geladeira). E na janela da cozinha? Nem pensar! O sol também altera os medicamentos, sem falar no calor. Alguns medicamentos devem ser guardados em geladeira. Isso significa que os medicamentos devem ser guardados dentro da geladeira, nas prateleiras superiores (não guardá-los na porta da geladeira, nem no congelador).

2 - Se existem crianças em casa ou se o paciente recebe visitas de crianças, eles devem guardar dos medicamentos em local trancado ou, pelo menos,  inacessível a elas. As crianças são curiosas e não têm sendo de período para medicamentos. O maior número de intoxicação ocorre em crianças. Devemos estar atentos.

3 - Se o paciente comprar vários frascos do mesmo medicamento, deverá abrir uma embalagem de cada vez, não retirando o medicamento da embalagem original, assim preservando o número do lote e validade do  medicamento.

4 - No caso do medicamento líquido, tomar cuidado para que a boca do frasco não fique suja. Se por acaso o líquido escorrer, deve-se limpar o frasco, impedindo que o rótulo se estrague, ficando ilegível.

5 - No caso de pomadas e cremes, deve-se limpar o bico da bisnaga, antes de fechá-lo.

6 - Ter sempre atenção ao prazo de validade do medicamento, nunca tomando medicamento vencido, mesmo que tenha vencido há pouco tempo. O medicamento vencido pode não ter ação e se já estiver alterado irá fazer mal à saúde.

7 - Não ingerir medicamentos com bebidas alcoólicas.

8 - Não misturar medicamentos, por exemplo,  dois xaropes no mesmo recipiente ou colher, ou dois medicamentos na mesma seringa, a não ser que tenha sido solicitado pelo médico.

9 - Respeitar o horário de administração do medicamento. Se é para ser dado de 6/6 horas, não se deve pular o horário da noite ou readaptá-lo à conveniência do paciente. Essa atitude

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atrapalha o tratamento. Se o medicamento é para ser dado  após as refeições, não tomá-lo em jejum.

10 - Se o paciente perceber alguma alteração de cor, sabor ou precipitação no medicamento, procure orientação e não administre o medicamento.

11 - Se o medicamento for uma suspenção, agitar durante, pelo menos, um minuto e administrar ao paciente em seguida.

12 - Não recolocar o medicamento no frasco. Se o paciente retirar uma quantidade de medicamento maior que a quantidade a ser utilizada ( no caso de líquidos e pomadas), o restante deverá ser descartado.

13 - usar sempre medidas-padrão, ou seja, as colheres e copos-medida que acompanham os frascos. As colheres o copos caseiros não apresentam exatidão na medida.

14 - Não quebre drágeas nem abra as cápsulas.

15 - Não encostar o frasco de colírio no olho, nem bisnaga de pomada oftálmica.  Contamina o medicamento.

16 - Não encostar a bisnaga de pomada ou creme em lesões. Retirar parte do medicamento e, então, aplicar no local indicado.

17 - Nunca alterar a dose prescrita. Por exemplo, se a prescrição é de 4 vezes ao dia, não administrar 2 ou 6 vezes. Se a prescrição é  de 2 comprimidos, não tomar somente um.

18 - Em caso de dúvida, não administrar o  medicamento. procure o farmacêutico ou médico.

O paciente bem orientado é  um paciente satisfeito. Assim, estaremos cumprindo a nossa função, que não é somente de vender medicamentos e com certeza esse paciente voltará outras vezes para novas compras.

Fonte: Âmbito Farmacêutico - atualização do balconista no 11/1998

Texto: Farmacêutica Ana Beatriz Castelo Branco Destruti