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Atualização da 8ª edição do Manual de Direito Previdenciário Hugo Goes Orientações: Para realizar as alterações, usaremos o seguinte método: 1. Os textos que serão EXCLUÍDOS estão realçados em vermelho. 2. Os textos que serão ACRESCENTADOS estão realçados em azul. 3. Os textos que serão MODIFICADOS estão realçados em verde. Página 13 Alterar o verde Para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que tiverem ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de Previdência Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos respectivos planos de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já tinham ingressado no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS somente será aplicado mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, §16). Atualmente, o teto dos benefícios do RGPS é R$4.663,75. Página 26 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. A seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteção. Os benefícios da assistência social, por exemplo, serão concedidos apenas aos “necessitados”; os benefícios salário-família e o auxílio-reclusão só serão concedidos aos beneficiários de baixa renda (atualmente, para aqueles que tenham renda mensal inferior ou igual a R$1.089,72). 1 Página 82 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho (Lei 6.019/74, art. 10). O Ministério do Trabalho expediu Instrução Normativa regulamentando esse dispositivo, estabelecendo a possibilidade de prorrogação automática desse tipo de contrato. A duração total do pacto, entretanto, incluída a prorrogação, ficou limitada a seis meses (Instrução Normativa 3, de 29/8/97). O Ministério do Trabalho e Emprego editou a Portaria 789/2014, estabelecendo a possibilidade de prorrogação do prazo de 1 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015.

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Atualização da 8ª edição do Manual de Direito Previdenciário Hugo Goes

Orientações: Para realizar as alterações, usaremos o seguinte método:

1. Os textos que serão EXCLUÍDOS estão realçados em vermelho . 2. Os textos que serão ACRESCENTADOS estão realçados em azul . 3. Os textos que serão MODIFICADOS estão realçados em verde .

Página 13 – Alterar o verde

Para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que tiverem

ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de Previdência Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos respectivos planos de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já tinham ingressado no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS somente será aplicado mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, §16). Atualmente, o teto dos benefícios do RGPS é R$4.663,75 .

Página 26 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

A seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha dos

benefícios e serviços a serem mantidos pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteção. Os benefícios da assistência social, por exemplo, serão concedidos apenas aos “necessitados”; os benefícios salário-família e o auxílio-reclusão só serão concedidos aos beneficiários de baixa renda (atualmente, para aqueles que tenham renda mensal inferior ou igual a R$1.089,72 ) . 1

Página 82 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho (Lei 6.019/74, art. 10). O Ministério do Trabalho expediu Instrução Normativa regulamentando esse dispositivo, estabelecendo a possibilidade de prorrogação automática desse tipo de contrato. A duração total do pacto, entretanto, incluída a prorrogação, ficou limitada a seis meses (Instrução Normativa 3, de 29/8/97). O Ministério do Trabalho e Emprego editou a Portaria 789/2014, estabelecendo a possibilidade de prorrogação do prazo de

1 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015 , pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015 .

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três meses nos seguintes casos:

Art. 2º Na hipótese legal de substituição transitória de pessoal regular e permanente, o contrato poderá ser pactuado por mais de três meses com relação a um mesmo empregado, nas seguintes situações: I – quando ocorrerem circunstâncias, já conhecidas na data da sua celebração, que justifiquem a contratação de trabalhador temporário por período superior a três meses; ou II - quando houver motivo que justifique a prorrogação de contrato de trabalho temporário, que exceda o prazo total de três meses de duração. Parágrafo único - Observadas as condições estabelecidas neste artigo, a duração do contrato de trabalho temporário, incluídas as prorrogações, não pode ultrapassar um período total de nove meses. Art. 3º - Na hipótese legal de acréscimo extraordinário de serviços, será permitida prorrogação do contrato de trabalho temporário por até três meses além do prazo previsto no art. 10 da Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, desde que perdure o motivo justificador da contratação.

A empresa de trabalho temporário deverá solicitar as autorizações previstas nos

arts. 2º e 3º da Portaria 789/2014 por meio da página eletrônica do Ministério do Trabalho e Emprego.

O trabalhador temporário não deve ser confundido com o trabalhador eventual, que também é segurado obrigatório do RGPS, porém, na qualidade de contribuinte individual. Trabalhador eventual é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego (Lei 8.213/91, art. 11, V, “g”). Página 94 – Acrescentar o azul.

Se o trabalhador prestar serviço, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, sem a intermediação do sindicato ou do OGMO, não será considerado trabalhador avulso. Nesta hipótese, será considerado contribuinte individual. Mas caso seja celebrado contrato, acordo ou convenção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho no porto (Lei 12.815/2013, art. 32, parágrafo único).

O trabalhador avulso presta serviço sem vínculo de emprego, pois não há subordinação nem com o sindicato ou OGMO, muito menos com as empresas para as quais presta serviços, dada inclusive a curta duração. Páginas 134 e 135 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. ATENÇÃO: excluir e acrescentar também as notas de rodapé.

Os menores sob guarda judicial foram excluídos do rol dos dependentes equiparados a filho, conforme se verifica do art. 16, §2º, da Lei 8.213/91, com nova redação dada pela Lei 9.528/97. Com a exclusão do menor sob guarda, restaram apenas enteado e menor sob tutela que, para fins previdenciários, podem ser equiparados a filho. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:

 

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Agravo regimental em recurso especial. Pensão a menor sob guarda. Óbito posterior à Medida Provisória nº 1.523/1996. Impossibilidade. Precedente da terceira seção. Decisão mantida. 1. A Egrégia Terceira Seção firmou a compreensão de ser indevida a concessão de pensão a menor sob guarda, se o óbito do segurado ocorreu após o advento da Medida Provisória nº 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei nº 9.528/1997, que excluiu o inciso IV do art. 16 da Lei nº 8.213/1991. 2. Não há como reconhecer o direito da agravante ao benefício, porquanto o falecimento de seu guardião deu-se em 5.9.2000. 3. Agravo improvido. 2

Mas vale salientar que, de acordo com o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90

(Estatuto da Criança e do Adolescente), “a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários”. Contudo, o STJ tem entendido que, em face da alteração introduzida pela Lei 9.528/97, o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários que são regidos por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

Previdenciário. Menor sob guarda. Inclusão como dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social após a Lei nº 9.528/1997. Inviabilidade. Prevalência da Legislação Previdenciária. Estatuto da Criança e do Adolescente. Inaplicabilidade. 1. A Terceira Seção firmou entendimento segundo o qual, após a alteração da Lei nº 9.528/1997, não é possível incluir o menor sob guarda como dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social. 2. A Lei Previdenciária prevalece sobre a norma definida no § 3º do artigo 33 da Lei n. 8.069/1990. 3. Agravo regimental improvido. 3

Percebe-se, portanto, que há um conflito entre as normas estabelecidas no art.

16, §2º, da Lei 8.213/91 (na redação dada pela Lei 9.528/97) e o §3º do art. 33 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

No âmbito do STJ, o tema é controverso. A 1ª Seção vem entendendo que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve prevalecer, mantendo o menor sob guarda no rol dos equiparados a filho, conforme pode ser visto no seguinte julgado:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. APLICABILIDADE DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA. INTERPRETAÇÃO COMPATÍVEL COM A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E COM O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO INTEGRAL DO MENOR. 1. Caso em que se discute a possibilidade de assegurar benefício de pensão por morte a menor sob guarda judicial, em face da prevalência do disposto no artigo 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, sobre norma previdenciária de natureza específica. 2. Os direitos fundamentais da criança e do adolescente têm seu campo de incidência amparado pelo status de prioridade absoluta, requerendo, assim, uma hermenêutica própria comprometida com as regras protetivas estabelecidas na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

2 STJ, AgRg no REsp 961230/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, DJe 04/08/2008. 3 STJ, AgRg no Ag 1175808/MG, Jorge Mussi, 5ª Turma, DJe 25/05/2011.

 

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3. A Lei 8.069/90 representa política pública de proteção à criança e ao adolescente, verdadeiro cumprimento da ordem constitucional, haja vista o artigo 227 da Constituição Federal de 1988 dispor que é dever do Estado assegurar com absoluta prioridade à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 4. Não é dado ao intérprete atribuir à norma jurídica conteúdo que atente contra a dignidade da pessoa humana e, consequentemente, contra o princípio de proteção integral e preferencial a crianças e adolescentes, já que esses postulados são a base do Estado Democrático de Direito e devem orientar a interpretação de todo o ordenamento jurídico. 5. Embora a lei complementar estadual previdenciária do Estado de Mato Grosso seja lei específica da previdência social, não menos certo é que a criança e adolescente tem norma específica, o Estatuto da Criança e do Adolescente que confere ao menor sob guarda a condição de dependente para todos os efeitos, inclusive previdenciários (art. 33, § 3º, Lei n.º 8.069/90), norma que representa a política de proteção ao menor, embasada na Constituição Federal que estabelece o dever do poder público e da sociedade na proteção da criança e do adolescente (art. 227, caput, e § 3º, inciso II). 6. Havendo plano de proteção alocado em arcabouço sistêmico constitucional e, comprovada a guarda, deve ser garantido o benefício para quem dependa economicamente do instituidor. 7. Recurso ordinário provido. 4

Já as Turmas da 3ª Seção (5ª e 6ª Turmas), por outro lado, continuam

entendendo que, em face da alteração introduzida no art. 16, § 2º, da Lei 8.213/91, pela Lei 9.528/97, o § 3º do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários, que são regidos por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do segurado tiver ocorrido sob a vigência da MP n. 1.523/96, posteriormente convertida na Lei n. 9.528/97. Precedentes. [...] 5

Em prova de concurso público, como não há consenso na jurisprudência, o

candidato deve seguir a literalidade do art. 16, § 2º, da Lei 8.213/91, na redação dada pela Lei 9.528/97. Ou seja, o candidato deve considerar que o menor sob guarda não é beneficiário do RGPS na condição de dependente. 2.3.6 Os pais

4 STJ, RMS 36034 / MT, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, 1ª Seção, DJe 15/04/2014. 5 STJ, AgRg no REsp 1141788 / RS, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 6ª Turma, DJe 24/11/2014.

 

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Página 160 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Vale frisar que o segurado facultativo, após a cessação do benefício por

incapacidade e salário-maternidade, terá o período de graça pelo prazo de doze meses (IN INSS 45/2010, art. 10, §8º 77/2015, art. 137, § 7º). Ou seja, enquanto o segurado facultativo estiver recebendo salário-maternidade ou benefício por incapacidade (auxílio-doença, por exemplo), ele mantém a qualidade de segurado com base no inciso I do art. 15 da Lei 8.213/91. Após o término do benefício por incapacidade desses benefícios, ele ainda manterá a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, por mais doze meses.

O segurado obrigatório que, durante o gozo de período de graça de 12, 24 ou 36 meses, conforme o caso, se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior, se mais vantajoso (IN INSS 77/2015, art. 137, § 8º).

O segurado obrigatório que, durante o período de manutenção da qualidade de segurado decorrente de percepção do benefício por incapacidade, salário maternidade ou da condição de detido ou recluso, se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, terá direito de usufruir do período de graça decorrente da sua condição anterior, se mais vantajoso (IN INSS 77/2015, art. 137, §9º). 2 Direitos preservados durante o período de graça Página 180 – Acrescentar o azul.

Benefício Carência

Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, especial e da pessoa com deficiência.

Em regra, 180 contribuições mensais.

Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença.

Em regra, 12 contribuições mensais.

Salário-maternidade. Para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa: 10 contribuições mensais.

Pensão por morte. Em regra, 24 contribuições mensais.

Auxílio-reclusão. 24 contribuições mensais.

Página 181 – Acrescentar o azul.

Em se tratando de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, para que haja a dispensa da carência, não é necessário que o acidente seja acidente de trabalho. A lei refere-se a acidente de qualquer natureza ou causa. Entende-se como acidente de

 

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qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos ou biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.

De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Assim, as regras relativas à pensão por morte, no que couber, também serão aplicadas ao auxílio-reclusão, inclusive quanto à carência. Na redação original do art. 26, I, da Lei 8.213/91, independia de carência a concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente. Mas na redação que a Medida Provisória 664/2014 deu a esse dispositivo, o texto ficou da seguinte forma:

Lei 8.213/91 Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - salário-família e auxílio-acidente; [...]

Assim, diante da alteração promovida pela Medida Provisória 664/2014, além

da pensão por morte, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência de 24 contribuições mensais (Lei 8.213/91, art. 25, IV; art. 26, I; art. 80). Mas vale frisar que a pensão por morte independe de carência nos casos:

I - em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e II - de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho. Ou seja, na pensão por morte, a carência não será exigida se na data do óbito

do segurado ele estava em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez (Lei 8.213/91, art. 25, IV) ou se o óbito do segurado for decorrente de acidente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho (Lei 8.213/91, art. 26, VII).

1.1.4 Perda da qualidade de segurado

Página 194 – Alterar o verde ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé. 1.3 Limites da renda mensal do benefício

A regra é que a renda mensal do benefício não terá valor inferior ao do salário mínimo (hoje, R$788,00), nem superior ao limite máximo do salário de contribuição (hoje, R$4.663,75), respeitados os direitos adquiridos. 6

Página 199 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Os benefícios do RGPS serão reajustados na mesma data de reajuste do salário

6 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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mínimo, mas não necessariamente pelo mesmo índice de reajuste do salário mínimo. Em janeiro de 2015, por exemplo, os benefícios do RGPS foram reajustados em 6,23% (Portaria MPS/MF 13/2015), enquanto o salário mínimo foi reajustado em 8,84% (Decreto 8.381/2014). Página 207 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A aposentadoria por invalidez é um benefício provisório, pois o segurado pode,

em certos casos, recuperar-se. Por isso, o segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (Lei 8.213/91, art. 101). Os exames médico-periciais serão realizados bienalmente (RPS, art. 86, parágrafo único). No entanto, o aposentado por invalidez estará isento desses exames após completar 60 anos de idade. Mas a referida isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades:

I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45 da Lei 8.213/91; II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado que se julgar apto; III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 110 da Lei 8.213/91.

O Estatuto do Idoso assegura ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela

perícia médica do INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde – SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária (Lei 10.741/2003, art. 15, §6º). Página 211 – Alterar o verde

II. Quando não for precedida de auxílio-doença: a) Para o segurado empregado: a contar do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e

Página 212 – Alterar o verde; Acrescentar o azul.

Durante os primeiros 30 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário integral (Lei 8.213/91, art. 43, § 2º). Página 215 – Alterar o verde

 

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Data do início do benefício

I. Precedida de auxílio-doença – dia imediato ao da cessação do auxílio-doença. II. Não precedida de auxílio-doença: a) para o segurado empregado: a contar do 31º dia do afasta- mento da atividade ou a partir da data da entrada do reque- rimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.

Página 265 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

2.6 Auxílio-doença

O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos (RPS, art. 71).

De acordo com o art. 60 da Lei 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência:

I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta e cinco dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias.

Durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento da atividade

por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, § 3º).

2.6.1 Requerimento

Em regra, o auxílio-doença é requerido pelo próprio segurado. Todavia, é facultado à empresa protocolar requerimento de auxílio-doença ou documento dele originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu serviço, na forma estabelecida pelo INSS (RPS, art. 76-A). A empresa que adotar este procedimento terá acesso às decisões administrativas a ele relativas (RPS, art. 76-A, parágrafo único).

2.6.2 Verificação da incapacidade

A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame

realizado pela perícia médica do INSS. No entanto, o INSS a seu critério e sob sua

 

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supervisão, poderá, na forma do regulamento, realizar perícias médicas:

I - por convênio ou acordo de cooperação técnica com empresas; e II - por termo de cooperação técnica firmado com órgãos e entidades públicos, especialmente onde não houver serviço de perícia médica do INSS. O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de

sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (RPS, art. 77). Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, for aposentado por invalidez (Lei 8.213/91, art. 62). Páginas 268 a 270 – Acrescentar o azul; Excluir o Vermelho; Alterar o verde.

Para o segurado filiado à Previdência Social até 28/11/99, véspera da publicação da Lei 9.876/99, só serão considerados para o cálculo do salário de benefício os salários de contribuição referentes às competências de julho de 1994 em diante. As competências anteriores a julho de 1994 são, assim, desprezadas para efeito do cálculo do salário de benefício.

O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes (Lei 8.213/91, art. 29, § 10).

Para o segurado especial, a renda mensal do auxílio-doença é de um salário mínimo. Todavia, caso o segurado especial tenha optado por contribuir, facultativamente, com a alíquota de 20% sobre o salário de contribuição, a renda mensal do benefício será calculada de forma igual à aplicada para os demais segurados.

2.6.8 Data de início do benefício

O auxílio-doença será devido: I. Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade: a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do afastamento da atividade; b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade. II. quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: a contar da data de entrada do requerimento, para todos os segurados. I - ao segurado empregado, a partir do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias. Saliente-se que o auxílio-doença somente é devido quando o segurado fica

incapacitado para o exercício de suas atividades habituais por mais de 15 dias. Se ficar afastado por período inferior, não terá direito a benefício previdenciário algum. Mas se

 

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ficar incapacitado por mais de 15 dias, tratando-se de segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial ou facultativo, o benefício será pago a contar da data do início da incapacidade, desde que seja requerido até o 30º dia do afastamento. Nesse caso, o benefício retroage para a data de início da incapacidade.

Tratando-se de segurado empregado, se requerido até o 45º dia do afastamento, o auxílio-doença será devido a contar do 31º dia do afastamento da atividade. É assim porque durante os primeiros 30 dias consecutivos de afasta- mento da atividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, incumbe caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, § 3º). Quando o auxílio-doença for requerido pelo empregado após o 45º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento.

Para os demais segurados, se requerido até o 30º dia do afastamento, o auxílio-doença será devido a partir da data do início da incapacidade. Quando requerido após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento.

Porém, quando o auxílio-doença for requerido após o 30º dia do afastamento, o benefício será devido a contar da data do requerimento, independentemente da espécie do segurado. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:

Previdenciário e Processual Civil. Embargos de declaração no agravo regimental no agravo de instrumento. Ocorrência de erro material. Acolhi- mento dos embargos de declaração e reexame do agravo regimental. Termo inicial do auxílio-doença. Segurado empregado. Data da entrada do requeri- mento administrativo. Agravo desprovido. [...] 2. Nos termos do art. 60, §1º da Lei nº 8.213/91, para o segurado empregado, a data de início do auxílio-doença é a do décimo sexto dia do afastamento da atividade, quando requerido até 30 dias após o afastamento da atividade, ou na data da entrada do requerimento administrativo, quando requerido após aquele prazo, como no presente caso. 3. Embargos de Declaração acolhidos para sanar o erro material mencionado e negar provimento ao Agravo Regimental. 7

Quando o empregado acidentado não se afastar do trabalho no dia do acidente,

os 30 dias de responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral são contados a partir da data do afastamento.

Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros 30 dias de afastamento. A empresa somente deverá encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 30 dias (Lei 8.213/91, art. 60, § 4º). Quando a incapacidade ultrapassar 15 dias consecutivos, o segurado será encaminhado à perícia médica do INSS.

Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do paga- mento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Na situação aqui prevista, é necessário que o novo benefício seja decorrente da mesma doença. Assim, se o empregado retornar de um auxílio-doença e, dentro de 60 dias, iniciar outro auxílio-doença decorrente de outra doença, a empresa será obrigada a pagar os 15

7 STJ, EDcl no AgRg no Ag 883266/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 12/04/2010.

 

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primeiros dias de afastamento. A empresa também ficará responsável pelo pagamento dos 15 primeiros dias quando o segundo afastamento (decorrente da mesma ou de outra doença) iniciar após 60 dias da cessação do auxílio-doença anterior.

Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 15 dias, retornando à atividade no 16º dia, e se dela voltar a se afastar dentro de 60 dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio-doença a partir da data do novo afastamento. Se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de 15 dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aquele período.

Exemplo: Tarcísio, empregado da empresa Delta S.A., ficou afastado de suas atividades durante 10 dias, em razão de problemas renais. Um mês após ter voltado às atividades, ficou incapacitado para o trabalho por mais 20 dias, em decorrência da mesma doença. Neste caso, o auxílio-doença será devido a contar do 6º dia do segundo afastamento, ficando os 5 primeiros dias a cargo da empresa.

No exemplo supra, se o primeiro afastamento de Tarcísio tivesse sido por 15

dias, o auxílio-doença seria devido a partir do primeiro dia do segundo afastamento. Ressalte-se, contudo, que o novo afastamento deve ocorrer dentro de 60 dias contados da data do retorno do primeiro afastamento.

2.6.9 Cessação do benefício

Página 272 – Excluir o vermelho; acrescentar o azul.

2.6.12 Situação trabalhista do empregado

Durante os primeiros quinze trinta dias consecutivos ao do afastamento da

atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral (Lei 8.213/91, art. 60, §3º). Assim, neste período, ocorre a interrupção do contrato de trabalho.

A partir do décimo sexto 31º dia do afastamento da atividade, o segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como licenciado (Lei 8.213/91, art. 63). Assim, neste caso, ocorre a suspensão do contrato de trabalho, pois não há pagamento de salário pela empresa.

De acordo com o disposto no art. 118 da Lei 8.213/91, “o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”.

Fato gerador Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Início do benefício

I. Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade: a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do

 

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afastamento da atividade; b) para os demais segurados: a contar da data do início da incapacidade. II. Quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: a contar da data de entrada do requerimento, para todos os segurados. I - ao segurado empregado, a partir do 31º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de 45 dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias.

Página 282 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado e ao

trabalhador avulso que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$1.089,72, 8

na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer condição, até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade (RPS, arts. 81 e 83).

Página 283 – Alterar o verde.

Os R$ 360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de

reajuste aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a R$1.089,72.

Página 285 – Alterar o verde.

I - R$37,18, para o segurado com remuneração mensal não superior a

R$725,02; e II - R$26,20, para o segurado com remuneração mensal superior a R$725,02 e

igual ou inferior a R$1.089,72.

Os valores acima são os vigentes a partir de 1º/01/2015, de acordo com a Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. Esses valores são corrigidos na mesma data e pelo mesmo índice de correção dos demais benefícios do RGPS.

Como se vê, os segurados que tenham remuneração mensal superior a R$1.089,72 não têm direito ao salário-família.

Para fins de reconhecimento do direito ao salário-família, considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário-de-contribuição,

8 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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ainda que resultante da soma dos salários-de-contribuição correspondentes a atividades simultâneas (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 1º). O direito à cota do salário-família é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado no mês, independentemente do número de dias efetivamente trabalhados (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 2º).

Todas as importâncias que integram o salário-de-contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de férias previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, para efeito de definição do direito à cota de salário-família (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 3º).

Página 286 – Alterar o verde.

Exemplo: Maria e Joaquim, empregados da empresa Beta S.A., são casados e têm, em comum, quatro filhos: Mateus (16 anos de idade), Marcos (12 anos), Lucas (8 anos) e João (4 anos). A remuneração mensal de Maria é R$800,00, e a de Joaquim, R$900,00. Neste caso, Maria receberá três cotas de salário-família, sendo R$26,20 o valor de cada cota, perfazendo um total de R$78,60. Joaquim também receberá três cotas, sendo R$26,20 o valor de cada cota, perfazendo um total de R$78,60. Note-se que, apesar da existência de quatro filhos, cada um dos segurados só terá direito a três cotas de salário-família, pois o primeiro filho (Mateus) já tem mais de 14 anos de idade.

No exemplo supra, a empresa Beta S.A. pagará, a título de salário-família, um

valor total de R$157,20 (que corresponde a 78,60 + 78,60). Quando a empresa Beta S.A. for recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados que lhes prestam serviço, terá o direito de se reembolsar desse valor despendido com o pagamento de salário-família.

O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota (RPS, art. 82, § 2º). Já para o empregado, a cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão (Portaria MPS/MF 13/2015, art. 4º, § 4º).

Página 289 – Alterar o verde. O restante da tabela permanece como está.

Quadro Resumo – Salário-família

Fato gerador

Ser segurado de baixa renda (SC de até R$1.089,72); e Ter filho (ou equiparado) até 14 anos de idade ou inválido.

Beneficiários

a) Segurado empregado e trabalhador avulso; b) Aposentado por invalidez ou por idade; e c) Demais aposentados a partir dos 65 anos de idade, se homem, ou

 

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60 anos de idade, se mulher.

Carência Não é exigida.

Renda mensal

Uma cota em relação a cada filho (ou equiparado) até 14 anos de idade ou inválido. O valor da cota é de: I - R$37,18, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$725,02; e II - R$26,20, para o segurado com remuneração mensal superior a R$725,02 e igual ou inferior a R$1.089,72.

Página 304 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: acrescentar também a nota de rodapé.

Segundo entendimento do STJ, no que diz respeito ao termo inicial da pensão por morte, o dependente absolutamente incapaz tem direito ao benefício no período compreendido entre o óbito do segurado e a data do pedido administrativo.

Também conforme o STJ, a pensão por morte será devida ao dependente menor de dezoito anos desde a data do óbito, ainda que tenha requerido o benefício passados mais de trinta dias após completar dezesseis anos. De acordo com o inciso II do art. 74 da Lei 8.213/1991, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do requerimento, caso requerida após trinta dias do óbito. Entretanto, o art. 79 da referida lei dispõe que tanto o prazo de decadência quanto o prazo de prescrição são inaplicáveis ao “pensionista menor”. A menoridade de que trata esse dispositivo só desaparece com a maioridade, nos termos do art. 5º do CC — segundo o qual "A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil" —, e não aos dezesseis anos de idade. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. PENSIONISTA MENOR. INÍCIO DO BENEFÍCIO. A expressão 'pensionista menor', de que trata o art. 79 da Lei nº 8.213, de 1990, identifica uma situação que só desaparece aos dezoito anos de idade, nos termos do art. 5º do Código Civil. Recurso especial provido para que o benefício seja pago a contar do óbito do instituidor.” 9

O STJ também tem entendido que a pensão por morte, cujo fato gerador tenha

ocorrido antes da vigência da Lei 8.213/91, é devida a partir do óbito do instituidor da pensão, independentemente de ter sido requerido tardiamente, ressalvando-se, contudo, a prescrição quinquenal. 10

Página 306 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: acrescentar também as notas de rodapé.

III. o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou

9 STJ, REsp 1405909 / AL, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, 1ª Turma, DJe 09/09/2014. 10 AgRg no REsp 1181655/RS, Rel. Min. Haroldo Rodrigues, 6ª T., DJe 30/08/2010.

 

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relativamente incapaz, assim declarado judicialmente (classe III). Não terá direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime doloso

de que tenha resultado a morte do segurado (Lei 8.213/91, art. 74, § 1º). O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da

pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que:

I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início da união estável; ou II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao óbito. A existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às

prestações os das classes seguintes (Lei 8.213/91, art. 16, §1º). Assim, existindo algum dependente da classe I, os das classes II e III não terão direito à pensão por morte. Os dependentes da classe III só terão direito à pensão por morte se não houver dependentes das classes I ou II. Por isso, os pais (classe II) ou irmãos (classe III) deverão, para fins de concessão da pensão por morte, comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o INSS (RPS, art. 24). [...]

A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação (Lei 8.213/91, art. 76). Seguindo essa linha de raciocínio, o STJ decidiu que a viúva que vinha recebendo a totalidade da pensão por morte de seu marido não deve pagar ao filho posteriormente reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das parcelas auferidas antes da habilitação deste na autarquia previdenciária, ainda que a viúva, antes de iniciar o recebimento do benefício, já tivesse conhecimento da existência da ação de investigação de paternidade. Confira o julgado:

RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR MORTE. TERMO INICIAL. MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. DATA DO ÓBITO. TEMPUS REGIT ACTUM. PLURALIDADE DE PENSIONISTAS. RATEIO DO BENEFÍCIO. RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE POST MORTEM. RECEBIMENTO DE VALORES PELA VIÚVA, PREVIAMENTE HABILITADA. INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ. PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DAS VERBAS PREVIDENCIÁRIAS. 1. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é a vigente na data do óbito do segurado (tempus regit actum). 2. Aplica-se o art. 74 da Lei de Benefícios, na redação vigente à época da abertura da sucessão (saisine), motivo pelo qual o termo inicial da pensão por morte é a data do óbito. 3. Havendo mais de um pensionista, a pensão por morte deverá ser rateada

 

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entre todos, em partes iguais, visto ser benefício direcionado aos dependentes do segurado, visando à manutenção da família. 4. Antes do reconhecimento da paternidade, seja espontâneo, seja judicial, o vínculo paterno consiste em mera situação de fato sem efeitos jurídicos. Com o reconhecimento é que tal situação se transforma em relação de direito, tornando exigíveis os direitos subjetivos do filho. 5. Ainda que a sentença proferida em ação de investigação de paternidade produza efeitos ex tunc, há um limite intransponível: o respeito às situações jurídicas definitivamente constituídas. 6. O mero conhecimento sobre a existência de ação de investigação de paternidade não é suficiente para configurar má-fé dos demais beneficiários anteriormente habilitados no recebimento de verbas previdenciárias e afastar o princípio da irrepetibilidade de tais verbas. 7. A filiação reconhecida em ação judicial posteriormente ao óbito do instituidor do benefício configura a hipótese de habilitação tardia prevista no art. 76 da Lei n. 8.213/1991. 8. Recurso especial conhecido e provido. 11

O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão

de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes da classe I (Lei 8.213/91, art. 76, §2º). A respeito deste tema, o STJ tem um entendimento mais favorável à mulher divorciada ou separada judicialmente. De acordo Página 308 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O pensionista inválido está obrigado, independentemente de sua idade e sob

pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos (RPS, art. 109) (Lei 8.213/91, art. 101). No entanto, o pensionista inválido estará isento desses exames após completar 60 anos de idade. Mas a referida isenção não se aplica quando o exame tem as seguintes finalidades:

I - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do pensionista que se julgar apto; II - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 110 da Lei 8.213/91.

No caso de dependente (filho ou irmão) com deficiência intelectual ou mental

que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, para fins de inscrição e concessão da pensão por morte, não há necessidade de realização de perícia médica. Para tal fim, a declaração judicial já é suficiente. Página 311 a 313 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: Excluir também a NOTA DE RODAPÉ.

2.10.4 Carência

11 STJ, REsp 990549 / RS, Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 3ª Turma, DJe 01/07/2014.

 

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A concessão da pensão por morte independe de carência (Lei 8.213/91, art. 26, I).

Em regra, a carência da pensão por morte é de 24 contribuições mensais. Mas

esse benefício independe de carência nos casos:

I - em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e II - de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho.

Ou seja, na pensão por morte, a carência não será exigida se na data do óbito

do segurado ele estava em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez (Lei 8.213/91, art. 25, IV) ou se o óbito do segurado for decorrente de acidente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho (Lei 8.213/91, art. 26, VII).

2.10.5 Renda mensal inicial

O valor mensal da pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco (Lei 8.213/91, art. 75). A cota individual cessa com a perda da qualidade de dependente (Lei 8.213/91, art. 75, § 1º).

O valor mensal da pensão por morte será acrescido de mais uma cota individual de 10% (uma cota extra), rateada entre os dependentes, no caso de haver filho do segurado ou pessoa a ele equiparada, que seja órfão de pai e mãe na data da concessão da pensão ou durante o período de manutenção desta, observado o seguinte:

I - o limite máximo de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento; II - essa cota extra de 10% cessará quando esse filho órfão se emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; III - o acréscimo dessa cota extra de 10% não será aplicado quando for devida mais de uma pensão aos dependentes do segurado (Lei 8.213/91, art. 75, § 3º). Se o segurado falecido já era aposentado, a renda mensal inicial da pensão por

morte será de 100% do os percentuais acima serão aplicados sobre o valor da aposentadoria que ele recebia.

Mas se o segurado não era aposentado, o valor da pensão por morte será de 100% do tais percentuais serão aplicados sobre o valor da aposentadoria que ele teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento. Vale dizer, se o segurado falecido não era aposentado, para efeito de cálculo da pensão por morte, utiliza-se a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez, que corresponde a 100% do salário de benefício. Em outras palavras, podemos dizer que, nesse caso, os referidos percentuais incidirão sobre o salário-de-benefício. Esse salário-de-benefício será calculado da mesma forma daquele usado para fins de cálculo da aposentadoria

 

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por invalidez. O seja, esse salário-de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo.

Na redação original do art. 75 da Lei 8.213/91, o valor da pensão por morte era 80% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou a que teria direito, se estivesse aposentado na data do seu falecimento, mais tantas parcelas de 10% do valor da mesma aposentadoria quantos forem os seus dependentes, até o máximo de 2 (duas). A Lei 9.032/95 fixou a pensão por morte em 100% do salário de benefício. A atual regra de cálculo foi instituída pela Lei 9.528/97. Diante das diversas mudanças nas regras de cálculo, saliente-se que “a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado” (Súmula 340 do STJ). Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STF:

Ementa: Recurso extraordinário. Interposto pelo INSS, com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, em face de Acórdão de turma recursal dos juizados especiais federais. Benefício previdenciário: pensão por morte (Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995). 1. No caso concreto, a recorrida é pensionista do INSS desde 04/10/1994, recebendo através do benefício nº 055.419.615-8, aproximadamente o valor de R$ 948,68. Acórdão recorrido que determinou a revisão do benefício de pensão por morte, com efeitos financeiros correspondentes à integralidade do salário de benefícios da previdência geral, a partir da vigência da Lei nº 9.032/1995. 2. Concessão do referido benefício ocorrida em momento anterior à edição da Lei nº 9.032/1995. No caso concreto, ao momento da concessão, incidia a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (...) 15. Salvo disposição legislativa expressa e que atenda à prévia indicação da fonte de custeio total, o benefício previdenciário deve ser calculado na forma prevista na legislação vigente à data da sua concessão. A Lei nº 9.032/1995 somente pode ser aplicada às concessões ocorridas a partir de sua entrada em vigor. 16. No caso em apreço, aplica-se o teor do art. 75 da Lei nº 8.213/1991 em sua redação ao momento da concessão do benefício à recorrida. 17. Recurso conhecido e provido para reformar o acórdão recorrido. 12

A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre

todos, em parte iguais (Lei 8.213/91, art. 77). Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento (Lei 8.213/91, art. 77, §1º).

Exemplo 1: João, segurado do RGPS, faleceu, deixando sua esposa, Maria, e dois filhos não emancipados menores de 21 anos. Neste caso, cada um dos dependentes receberá 1/3 do valor total da pensão por morte. Quando o filho mais velho completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a sua parte na pensão reverterá em favor dos demais dependentes, que passarão a receber (cada um) 1/2 do valor total da pensão. Quando o segundo filho completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a pensão passará a ser recebida, integralmente, por Maria (esposa do segurado falecido). Quando Maria morrer, o benefício será encerrado. João, segurado aposentado pelo RGPS, era casado com Maria há 10 anos. Eles tinham dois filhos em comum: Aninha com 17 anos de idade e Pedrinho com 20

12 STF, RE 415454/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, DJ 26/10/2007.

 

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anos de idade. João recebia uma aposentadoria no valor de R$3.000,00. O segurado faleceu em abril de 2015. Nesse caso, o valor global da pensão por morte será R$2.400,00 (80% da aposentadoria que o segurado recebia), pois há três dependentes (Maria, Aninha e Pedrinho). Inicialmente, a parte individual de cada dependente será R$800,00. Mas em 1º de agosto de 2015 Pedrinho completa 21 anos de idade. Nesse caso, a partir de agosto de 2015, o valor global da pensão por morte será R$2.100,00 (70% da aposentadoria que o segurado recebia), pois agora só há dois dependentes com direito ao benefício (Maria e Aninha). A partir de agosto de 2015, a parte individual de cada dependente será R$1.050,00. Exemplo 2: Pedro é segurado obrigatório do RGPS. Há sete anos, Maria divorciou-se de Pedro, passando a receber uma pensão alimentícia equivalente a 10% do salário de Pedro. Posteriormente, Pedro, que há três anos se encontrava em união estável com Lúcia, sem ter filhos de ambos os relacionamentos, faleceu. Nessa situação, Maria e Lúcia terão direito à pensão por morte, que cujo valor global corresponderá a 70% do salário-de-benefício e será dividida em partes iguais. Ocorrendo a morte de uma das beneficiárias, a outra passará a receber a pensão por morte de forma integral no valor de 60% do salário-de-benefício. Observa-se que não existe nenhuma relação entre o valor da pensão alimentícia que Maria recebia com o valor da pensão por morte que ela passou a receber após o óbito de Pedro. O fato de Maria ser beneficiária de pensão alimentícia apenas assegura o direito ao recebimento da pensão por morte. Vale dizer, havendo mais de um dependente com direito ao benefício, a divisão das cotas da pensão por morte ocorrerá sempre em partes iguais.

Páginas 314 e 315 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

IV. pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos (RPS, art. 114, IV). Todavia, a pensão não cessará quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro (RPS, art. 114, § 2º). V. pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos termos do § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91.

De acordo com o § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91, o tempo de duração da

pensão por morte devida ao cônjuge, companheiro ou companheira, inclusive na hipótese de que trata o § 2º do art. 76, será calculado de acordo com sua expectativa de sobrevida no momento do óbito do instituidor segurado, conforme tabela abaixo:

Expectativa de sobrevida à idade x do cônjuge, companheiro ou companheira,

em anos (E(x))

Duração do benefício de pensão por morte (em anos)

55 < E(x) 3

50 < E(x) ≤ 55 6

45 < E(x) ≤ 50 9

 

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40 < E(x) ≤ 45 12

35 < E(x) ≤ 40 15

E(x) ≤ 35 vitalícia

A expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de

Mortalidade — ambos os sexos — construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE, vigente no momento do óbito do segurado instituidor. Apenas para termos uma ideia a respeito dessa tábua e podermos elaborar alguns exemplos, relacionamos abaixo algumas idades com suas respectivas expectativas de sobrevida: Tábua de expectativa de vida – IBGE 2013 – ambos os sexos

Idade exata

Expectativa de vida

Idade exata

Expectativa de vida

21 anos 55,8 anos 35 anos 43,0 anos

22 anos 54,9 anos 36 anos 42,1 anos

23 anos 54,0 anos 37 anos 41,2 anos

24 anos 53,1 anos 38 anos 40,3 anos

25 anos 52,2 anos 39 anos 39,4 anos

26 anos 51,3 anos 40 anos 38,5 anos

27 anos 50,4 anos 41 anos 37,6 anos

28 anos 49,4 anos 42 anos 36,7 anos

29 anos 48,5 anos 43 anos 35,8 anos

30 anos 47,6 anos 44 anos 35,0 anos

31 anos 46,7 anos 45 anos 34,1 anos

Exemplo: Joaquim recebe aposentadoria paga pelo RGPS no valor de R$2.000,00. Ele é casado com Maria há três anos. Joaquim faleceu em março de 2015 e Maria é sua única dependente. Nesse caso, o valor mensal da pensão por morte que será recebida por Maria é de R$1.200,00 (60% da aposentadoria que o segurado recebia). Por quantos anos Maria terá direito de receber a referida pensão por morte? Se na data do óbito de Joaquim Maria tivesse, por exemplo: a) 21 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 55,8 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 3 anos. b) 25 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 52,2 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 6 anos. c) 30 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 47,6 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 9 anos. d) 35 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 43 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 12 anos. e) 40 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 38,5 anos. Nesse caso, ela teria direito de receber a pensão por morte durante 15 anos.

 

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f) 45 anos de idade, sua expectativa de sobrevida seria de 34,1 anos. Nesse caso, a pensão por morte de Maria seria vitalícia.

O cônjuge, o companheiro ou a companheira considerado incapaz e insuscetível

de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou início da união estável e a cessação do pagamento do benefício, terá direito à pensão por morte vitalícia (Lei 8.213/91, art. 77, § 7º).

A parte individual da pensão do dependente (filho ou irmão) com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30%, devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de trabalho ou da atividade empreendedora (Lei 8.213/91, art. 77, §4º). O valor dessa redução de 30% não reverterá para os demais dependentes (IN INSS 77/2015, art. 375, § 8º).

2.10.7 Cessação do benefício

Com a extinção da cota do último pensionista, a pensão por morte será encerrada (Lei 8.213/91, art. 77, §3º).

Exemplo: Em razão da morte de Ana, que era segurada do RGPS, Francisco (esposo de Ana) e Antônio (filho de Ana) passaram a receber pensão por morte. Sebastiana (mãe de Ana) dependia economicamente de sua filha, mas não teve direito à pensão por morte, pois era dependente da classe II. Quando Antônio completar 21 anos (ou, se antes disso, morrer ou emancipar-se), a sua parte na pensão reverterá em favor de seu pai (Francisco). Quando Francisco morrer, a pensão será encerrada. Note-se que, com a morte de Francisco, a pensão não reverterá em favor de Sebastiana, pois esta depen- dente já foi excluída à época do óbito.

No caso de morte presumida, verificado o reaparecimento do segurado, o

pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé (Lei 8.213/91, art. 78, §2º). Note-se que, neste caso, o pagamento da pensão por morte de todos os dependentes cessará na mesma data. Página 316 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: o restante da tabela permanece sem alteração.

Carência Não é exigida. Em regra, 24 contribuições mensais. Independe de carência nos casos: (I) em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez; e (II) de acidente do trabalho e doença profissional ou do trabalho.

Renda mensal 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais

 

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de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco.

Cessação do pagamento da cota individual

a) Pela morte do pensionista; b) Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; c) Para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição; d) Pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos; e) pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou companheira.

Páginas 316 a 318 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

O inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 20/98, restringiu a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. De acordo com o art. 13 da Emenda Constitucional nº 20/98, “até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00, que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social”. Os R$ 360,00 citados pela art. 13 da EC 20, corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos demais benefícios do RGPS, correspondem, atualmente, a R$1.089,72. 13

[...] Assim, para que os dependentes tenham direito ao auxílio-reclusão é necessário

que o segurado: a) Tenha sido recolhido à prisão; b) Não receba remuneração da empresa; c) Não esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; e d) Desde que o seu último salário de contribuição seja igual ou inferior a R$1.089,72.

O STJ tem entendido ser possível a concessão de auxílio-reclusão aos

dependentes do segurado que recebia salário de contribuição pouco superior ao limite estabelecido como critério de baixa renda pela legislação da época de seu

13 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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encarceramento. Nesse sentido, confira o seguinte julgado: RECURSO ESPECIAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO DO CRITÉRIO ECONÔMICO ABSOLUTO PREVISTO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PREVALÊNCIA DA FINALIDADE DE PROTEÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O benefício de auxílio-reclusão destina-se diretamente aos dependentes de segurado que contribuía para a Previdência Social no momento de sua reclusão, equiparável à pensão por morte; visa a prover o sustento dos dependentes, protegendo-os nesse estado de necessidade. 2. À semelhança do entendimento firmado por esta Corte, no julgamento do Recurso Especial 1.112.557/MG, Representativo da Controvérsia, onde se reconheceu a possibilidade de flexibilização do critério econômico definido legalmente para a concessão do Benefício Assistencial de Prestação Continuada, previsto na LOAS, é possível a concessão do auxílio-reclusão quando o caso concreto revela a necessidade de proteção social, permitindo ao Julgador a flexiblização do critério econômico para deferimento do benefício, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor legalmente fixado como critério de baixa renda. 3. No caso dos autos, o limite de renda fixado pela Portaria Interministerial, vigente no momento de reclusão da segurada, para definir o Segurado de baixa-renda era de R$ 710,08, ao passo que, de acordo com os registros do CNIS, a renda mensal da segurada era de R$ 720,90, superior aquele limite. 4. Nestas condições, é possível a flexibilização da análise do requisito de renda do instituidor do benefício, devendo ser mantida a procedência do pedido, reconhecida nas instâncias ordinárias. 5. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento. 14

É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver

salário de contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado (RPS, art. 116, §1º).

O STJ tem entendido que, na análise de concessão do auxílio-reclusão a que se refere o art. 80 da Lei 8.213/1991, o fato de o recluso que mantenha a condição de segurado pelo RGPS (art. 15 da Lei 8.213/1991) estar desempregado ou sem renda no momento do recolhimento à prisão indica o atendimento ao requisito econômico da baixa renda, independentemente do valor do último salário de contribuição. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO. MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação de desemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve ser considerado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica o atendimento ao critério econômico. 2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestação pecuniária previdenciária de

14 STJ, REsp 1479564 / SP, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 1ª Turma, DJe 18/11/2014.

 

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amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusão prisional. 3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem do segurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda". 4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que os dependentes sofrem o baque da perda do seu provedor. 5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "não receber remuneração da empresa". 6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve ser considerada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pela Previdência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991). 7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJ assentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento à prisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p. 260. 8. Recursos Especiais providos. 15

A respeito dos requisitos necessários à concessão do auxílio-reclusão, confira o

seguinte julgado do STJ:

Página 319 – Acrescentar o azul.

Aplicam-se ao auxílio-reclusão as normas referentes à pensão por morte, sendo necessária, no caso de qualificação de dependentes após a reclusão ou detenção do segurado, a preexistência da dependência econômica (RPS, art. 116, §3º). Se, por exemplo, a realização do casamento ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o auxílio-reclusão não será devido ao seu cônjuge, considerando a dependência superveniente ao fato gerador (IN INSS 45/2010, art. 337).

O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício do auxílio-reclusão se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao recolhimento à prisão. Essa é uma regra aplicada à pensão por morte (Lei 8.213/91, art. 74, § 2º), mas como o art. 80 da Lei 8.213/91 estabelece que o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte, entendo que tal regra também deva ser aplicada ao

15 STJ, REsp 1480461 / SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, 2ª Turma, DJe 10/10/2014.

 

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auxílio-reclusão. O filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão terá direito ao

benefício de auxílio-reclusão a partir da data de seu nascimento (IN INSS 45/2010, art. 336). [...]

2.11.2 Carência

A concessão do auxílio-reclusão independe de carência (Lei 8.213/91, art. 26, I).

De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Assim, as regras relativas à pensão por morte, no que couber, também serão aplicadas ao auxílio-reclusão, inclusive quanto à carência. Na redação original do art. 26, I, da Lei 8.213/91, independia de carência a concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente. Mas na redação que a Medida Provisória 664/2014 deu a esse dispositivo, o texto ficou da seguinte forma:

Lei 8.213/91 Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - salário-família e auxílio-acidente; [...]

Assim, diante da alteração promovida pela Medida Provisória 664/2014, além

da pensão por morte, o auxílio-reclusão também passou a exigir carência de 24 contribuições mensais (Lei 8.213/91, art. 25, IV; art. 26, I; art. 80).

2.11.3 Requerimento do benefício Páginas 320 e 321 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Será devida a pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado ocorrer até doze meses após o livramento (prazo de manutenção da qualidade de segurado), mesmo que os dependentes não recebam o auxílio-reclusão em razão do salário-de-contribuição do segurado recluso ser superior a R$1.089,72 (RPS. art. 16

118, parágrafo único).

2.11.5 Renda mensal inicial

De acordo com o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte. Por isso, o Regulamento da Previdência Social determina que “o valor mensal da pensão por morte ou do auxílio-reclusão será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento” (RPS, art. 39, §3º). Contudo, quando aplicado ao auxílio-reclusão, este dispositivo do RPS apresenta algumas imprecisões. Se o segurado que foi recolhido à prisão já era

16 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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aposentado, os seus dependentes não terão direito ao recebimento do auxílio-reclusão. Assim, o melhor é dizer que a renda mensal inicial do auxílio- -reclusão será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado teria direito, se estivesse aposentado por invalidez na data em que foi recolhido à prisão. Ou seja, para efeito de cálculo do auxílio-reclusão, utiliza-se a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez, que corresponde a 100% do salário de benefício. A respeito deste tema, no concurso para Defensor Público da União, rea- lizado em 2007, o Cespe/UnB elaborou a seguinte questão:

Considere que Silvano seja segurado não aposentado da previdência social e tenha sido condenado pela prática de crime que determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Nessa situação, a renda mensal inicial do auxílio-reclusão devida aos dependentes é calculada de acordo com o modelo de cálculo a ser utilizado em caso de aposentadoria por invalidez. A questão supra foi considera como certa, pois a renda mensal inicial do

auxílio-reclusão é calculada de acordo com a mesma regra de cálculo da aposentadoria por invalidez. Vale dizer, a renda mensal inicial do auxílio-reclusão é de 100% do salário de benefício, pois este é o valor da renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez. Havendo mais de um dependente com direito ao auxílio-reclusão, o benefício será rateado entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito ao benefício cessar (Lei 8.213/91, art. 77, §1º).

De acordo com o art. 75 da Lei 8.213/91, o valor mensal da pensão por morte corresponde a cinquenta por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de dez por cento do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco.

Mas se o segurado que foi recolhido à prisão já for aposentado, os seus dependentes não terão direito ao recebimento do auxílio-reclusão. Assim, adaptando o disposto no art. 75 da Lei 8.213/91 ao auxílio-reclusão, podemos dizer que o valor mensal do auxílio-reclusão corresponde a 50% do valor da aposentadoria que o segurado teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu recolhimento à prisão, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco.

Havendo mais de um dependente com direito ao auxílio-reclusão, o benefício será rateado entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito ao benefício cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por cento (Lei 8.213/91, art. 77, § 1º).

2.11.6 Data de início do benefício

Página 322 – Acrescentar o azul.

c) para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição (Lei 8.213/91, art. 77, §2º, III).

De acordo com o § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91, o tempo de duração da

pensão por morte devida ao cônjuge, companheiro ou companheira será calculado de

 

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acordo com sua expectativa de sobrevida no momento do óbito do instituidor segurado. Entendo que essa regra também deva ser aplicada ao auxílio-reclusão, pois conforme o art. 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte. Assim, entendo que o decurso do prazo previsto no § 5º do art. 77 da Lei 8.213/91 é causa de cessação do pagamento da cota individual do auxílio reclusão ao cônjuge, companheiro ou companheira. No caso do auxílio-reclusão, deve ser observada a expectativa de sobrevida do cônjuge, companheiro ou companheira no momento em que o segurado for recolhido à prisão.

2.11.10 Cessação do benefício

Página 323 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul; Alterar o verde.

Carência Não é exigida. 24 contribuições mensais.

Renda mensal 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data em foi recolhido à prisão, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco.

Páginas 375 a 376 – Alterar o verde.

Em valores atualizados, a partir de 01/01/2015, a tabela de contribuição destes

segurados é a seguinte: SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA Até 1.399,12 8% De 1.399,13 até 2.331,88 9% De 2.331,89 até 4.663,75 11%

[...]

A incidência não cumulativa pode ocasionar uma situação interessante, que será demonstrada através do seguinte exemplo: João recebe uma remuneração mensal de R$ 2.232,00, e Pedro, R$ 2.231,00. Apesar de João ter uma remuneração maior que a de Pedro, após o desconto da contribuição previdenciária, sua remuneração líquida será menor que a de Pedro. Vejamos: Empregado Remuneração Alíquota Contribuição do

segurado Remuneração líquida

João R$2.232,00 11% R$245,52 R$1.986,48 Pedro R$2.231,00 9% R$200,79 R$2.030,21

 

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A forma usada para o cálculo das contribuições previdenciárias é diferente da

utilizada para o cálculo do imposto de renda. No cálculo do imposto de renda da pessoa física não ocorre a distorção verificada no exemplo acima.

A contribuição do segurado só incide até o teto do salário-de-contribuição (que atualmente é R$ 4.663,75). Sobre o valor da remuneração que ultrapassar R$4.663,75, o segurado não paga nada. Todavia, a contribuição da empresa (que será estudada mais adiante) incide sobre a remuneração integral. Exemplo: o empregado cuja remuneração mensal é de R$ 5.000,00 terá descontado de sua remuneração a contribuição previdenciária de R$ 513,01 (que é o equivalente a 11% de R$ 4.663,75). Mas a contribuição da empresa incidirá sobre R$ 5.000,00.

Página 377 – Alterar o verde.

Exemplo 2: o segurado tem vínculo empregatício com duas empresas.

Empresa Remuneração Salário de contribuição

Alíquota Contribuição

Alfa S.A. 3.000,00 3.000,00 11% 330,00 Beta S.A.

2.000,00 1.663,75 11% 183,01

Total 5.000,00 4.663,75 11% 513,01 Neste caso, a empresa Beta S.A. descontará a contribuição do segurado

somente sobre o valor que falta para atingir o limite máximo do salário-de-contribuição. Em ambas as empresas a alíquota a ser aplicada é de 11%.

Exemplo 3: o segurado tem vínculo empregatício com duas empresas.

Empresa Remuneração Salário de contribuição

Percentual Contribuição

Alfa S.A. 5.000,00 4.663,75 11% 513,01 Beta S.A. 3.000,00 - - -

Total 8.000,00 4.663,75 11% 513,01 Neste caso, a empresa Beta S.A. não descontará a contribuição do segurado,

pois ele já contribui sobre o teto na empresa Alfa S.A. Página 380 – Alterar o verde

Exemplo: Paulo, bombeiro hidráulico, reformou a estrutura hidráulica da residência de Rosana e cobrou R$1.000,00 pelo serviço. Este foi o único serviço prestado por Paulo durante o mês de março de 2015. Neste caso, a contribuição previdenciária de Paulo, referente à competência 03/2015, será de R$200,00 (que corresponde a 20% de R$1.000,00). Paulo terá até o dia 15/04/2015 para recolher sua contribuição por iniciativa própria, pois, neste caso, Rosana (pessoa física) não tem a obrigação de descontar a contribuição do segurado

 

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contribuinte individual. Página 381 – Alterar o verde

Se no caso acima exposto, a remuneração recebida por Paulo fosse, por exemplo, de R$5.000,00, a contribuição que o segurado teria de recolher seria de R$932,75 (que corresponde a 20% de R$4.663,75). Se a remuneração de Paulo tivesse sido de R$400,00, sua contribuição seria de R$157,60 (que corresponde a 20% de R$788,00). É assim por que a contribuição do contribuinte individual deve respeitar os limites (mínimo e máximo) do salário de contribuição.

Página 382 – Alterar o verde.

Exemplo: No dia 02/02/2015, a advogada Rosana (segurada contribuinte individual) prestou serviço à empresa Alfa S.A. e recebeu R$ 7.000,00 pelos serviços prestados. No dia 25/02/2015, Rosana prestou serviço à empresa Delta Ltda. e recebeu R$1.000,00 pelos serviços prestados. A empresa Alfa é obrigada a descontar da remuneração de Rosana a contribuição de R$513,01 (que corresponde a 11% x R$4.663,75). Assim, a remuneração líquida que a empresa Alfa pagou a Rosana foi de R$6.486,99 (que corresponde a R$7.000,00 – R$513,01). A contribuição a cargo da empresa é de R$1.400,00 (que corresponde a 20% x R$7.000,00). A empresa Alfa é obrigada a recolher a contribuição descontada de Rosana juntamente com a contribuição a seu cargo até o dia 20/03/2015. Neste caso, o valor a ser recolhido pela Empresa Alfa é de R$1.913,01 (que corresponde a R$1.400,00 + R$513,01). A empresa Delta Ltda. não é obrigada a efetuar nenhum desconto na remuneração de Rosana, pois, no mês de fevereiro de 2015, a segurada já contribuiu sobre o limite máximo do salário-de-contribuição (R$4.663,75). Todavia, a empresa Delta é obrigada a recolher a contribuição a seu cargo, no valor de R$200,00 (que corresponde a 20% de R$1.000,00).

Se, no exemplo acima, a Remuneração de Rosana na empresa Alfa tivesse sido

de R$4.000,00 (em vez de R$7.000,00), a contribuição descontada da segurada pela empresa Alfa seria de R$440,00 (que corresponde a 11% x R$4.000,00). Na empresa Delta (mantendo-se a remuneração de R$1.000,00), a contribuição descontada seria de R$73,01 (que corresponde a 11% x R$663,75). Ou seja, a empresa Delta descontaria a contribuição da segurada sobre o valor que faltava para atingir o teto de R$4.663,75.

Página 383 – Alterar o verde.

Exemplo: Pedro, contribuinte individual, prestou serviço para a empresa Beta S.A.

 

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recebendo uma remuneração de R$400,00. Este foi o único serviço prestado por Pedro durante o mês de abril de 2015. Neste caso, a empresa descontará da remuneração de Pedro a quantia de R$44,00 (que corresponde a 11% x R$400,00), sendo obrigada a recolher o valor descontado, juntamente com a contribuição a seu cargo, até o dia 20/05/2015. Pedro terá de recolher, por iniciativa própria, até o dia 15/05/2015, a contribuição de R$77,60 (que corresponde a 20% de R$388,00) para complementar sua contribuição mensal.

Página 385 – Alterar o verde.

Exemplo 2: Um contribuinte individual (um eletricista, por exemplo) prestou serviço a outro contribuinte individual (um médico, por exemplo, em seu consultório particular) e recebeu uma remuneração de R$5.000,00.

● Neste caso, o salário-de-contribuição do eletricista é R$4.663,75. ● Contribuição do segurado (sem dedução) = R$932,75 (que corresponde a 20%

de R$4.663,75). ● Contribuição patronal do médico (contribuinte individual equiparado a empresa)

= R$1.000,00 (que corresponde a 20% de 5.000,00). ● Dedução (sem aplicação do limite máximo) = R$450,00 (que corresponde a

45% de 1.000,00). ● Limite máximo da dedução = R$419,74 (que corresponde a 9% x 4.663,75). ● Contribuição do segurado = R$513,01 (que corresponde a R$932,75 –

R$419,74). Página 389 – Alterar o verde

Exemplo: No mês de março de 2015, o segurado Joaquim, na condição de empregado da Construtora Edifica Ltda., recebeu uma remuneração de R$4.000,00. No mesmo mês, Joaquim prestou um serviço eventual à empresa Moda Moderna Ltda., recebendo uma remuneração de R$2.500,00. Em relação à empresa Moda Moderna, Joaquim é considerado contribuinte individual. Neste caso, a contribuição descontada do segurado ocorre da seguinte forma: a Construtora Edifica desconta R$440,00 (que corresponde a 11% de 4.000,00); a Moda Moderna desconta R$73,01 (que corresponde a 11% de 663,75). Se na Construtora Edifica Ltda., a remuneração de Joaquim tivesse sido de

R$5.000,00 (em vez de R$4.000,00), em relação à remuneração recebida da empresa Moda Moderna, o segurado não sofreria desconto de contribuição, porque na condição de empregado ele já teria atingido o limite máximo do salário de contribuição.

Página 394 – Alterar o verde ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Direito à Situação Base de Alíquota

 

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Aposentadoria por tempo de contribuição

cálculo

Com direito Regra geral

Salário-de-contribuição,

respeitados os limites de

R$788,00 a R$4.663,75. 17

20%

Sem direito Regra geral Um salário mínimo.

11%

Segurado facultativo sem renda própria que

se dedique exclusivamente ao

trabalho doméstico no âmbito de sua

residência, desde que pertencente a família de

baixa renda.

Um salário mínimo.

5%

Se o segurado facultativo desejar ter direito à aposentadoria por tempo de

contribuição, a sua contribuição será de 20% sobre o seu salário-de-contribuição (Lei nº 8.212/91, art. 21, caput). Para o segurado facultativo, o salário-de-contribuição é o valor por ele declarado, observado o limite máximo de R$4.663,75 e o limite mínimo de um salário mínimo mensal (atualmente, R$788,00). Páginas 405 E 406 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

As alíquotas são de 1%, 2% ou 3%, dependendo do enquadramento da empresa no respectivo grau de risco de acidentes do trabalho da atividade, observadas as seguintes regras estabelecidas pela IN RFB 971/2009, art. 72, § 1º: O enquadramento é feito de acordo com a atividade preponderante da empresa. Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos (RPS, art. 202, §3º). Apurado na empresa, o mesmo número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas distintas, considerar-se-á como preponderante aquela que corresponder ao maior grau de risco (IN RFB 971/2009, art. 72, §1º, II, “a”).

É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Federal do Brasil revê-lo a qualquer tempo (RPS, art. 202, §5º). O enquadramento deve ser feito mensalmente, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco, elaborada com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, prevista no anexo V do Regulamento da Previdência Social – RPS.

Verificado erro no autoenquadramento, a Secretaria da Receita Federal do Brasil adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos (RPS, art. 202, §6º).

17 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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I - o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa, e deve ser feito mensalmente, de acordo com a sua atividade econômica preponderante, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco, elaborada com base na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, obedecendo às seguintes disposições: a) a empresa com 1 (um) estabelecimento e uma única atividade econômica, enquadrar-se-á na respectiva atividade; b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica, simulará o enquadramento em cada atividade e prevalecerá, como preponderante, aquela que tem o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos; c) a empresa com mais de 1 (um) estabelecimento e com mais de 1 (uma) atividade econômica deverá apurar a atividade preponderante em cada estabelecimento, na forma da alínea "b", exceto com relação às obras de construção civil, para as quais será observado o inciso III deste parágrafo. d) os órgãos da Administração Pública Direta, tais como Prefeituras, Câmaras, Assembleias Legislativas, Secretarias e Tribunais, identificados com inscrição no CNPJ, enquadrar-se-ão na respectiva atividade; e e) a empresa de trabalho temporário enquadrar-se-á na atividade com a descrição "7820-5/00 Locação de Mão de Obra Temporária"; II - considera-se preponderante a atividade econômica que ocupa, no estabelecimento, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, observado que na ocorrência de mesmo número de segurados empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas distintas, será considerada como preponderante aquela que corresponder ao maior grau de risco; III - a obra de construção civil edificada por empresa cujo objeto social não seja construção ou prestação de serviços na área de construção civil será enquadrada no código CNAE e grau de risco próprios da construção civil, e não da atividade econômica desenvolvida pela empresa; os trabalhadores alocados na obra não serão considerados para os fins do inciso I; IV - verificado erro no autoenquadramento, a RFB adotará as medidas necessárias à sua correção e, se for o caso, constituirá o crédito tributário decorrente.

Acerca do enquadramento das empresas para fins de recolhimento do RAT, o

STJ editou da seguinte súmula:

351 – A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.

O entendimento do STJ, consolidado no enunciado de Súmula nº 351, é no

sentido de que a cobrança do RAT deve ser feita levando-se em consideração o grau do risco da atividade de cada estabelecimento da pessoa jurídica, desde que individualizado por CNPJ próprio, ou, quando houver apenas um registro, tomando por base o grau de risco da atividade preponderante. As regras estabelecidas pela IN RFB 971/2009, art. 72, § 1º, tiveram como escopo a adaptação do entendimento da Fazenda Nacional ao teor da Súmula nº 351 do STJ, já que antes a Receita Federal entendia que a verificação do risco da atividade preponderante devia ser feita

 

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considerando a empresa como um todo. As alíquotas do RAT poderão ser reduzidas, em até 50%, ou aumentadas em

até 100%, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP (Lei 10.666/2003, art. 10). A regulamentação do FAP, a cargo do Poder Executivo (Lei 10.666/2003, art. 14), foi feita pelo Decreto 6.042/2007, que acrescentou o art. 202-A ao Regulamento da Previdência Social – RPS.

Página 410 – Alterar o verde.

Exemplo: No mês de abril de 2015, o resumo da folha de pagamento dos segurados que prestaram serviço à empresa Alfa Industrial Ltda. foi o seguinte:

Página 411 – Alterar o verde. (na tabela, as 4 primeiras linhas permanecem inalteradas).

Mateus 20% x 5.000,00 0,00 11% x 4.663,75 1.513,01 TOTAL R$ 1.600,00 R$ 174,96 R$ 773,01 2.547,97

A empresa Alfa Industrial Ltda. recolherá aos cofres da Previdência Social, até o

dia 20/05/2015, o valor de R$ 2.547,97. Ressalte-se que, nesse valor, estão incluídas a parcela da contribuição a cargo da empresa e a parcela que foi descontada dos segurados. Página 412 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

Neste item, trataremos da desoneração da folha de pagamento promovida pelos artigos 7º e 8º da Lei 12.546/2011, na redação dada pela Lei 12.715, de 17 de setembro de 2012, e pela Lei 12.844, de 19 de julho de 2013 Lei 13.043, de 13 de novembro de 2014.

Até 31 de dezembro de 2014, Em substituição às contribuições previdenciárias previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei 8.212/91, as empresas descritas no quadro abaixo contribuirão da seguinte forma: Página 415 – Excluir o vermelho.

No caso de empresas que, além das atividades previstas nos arts. 7º e 8º da Lei 12.546/2011, também se dedicam a outras atividades, até 31 de dezembro de 2014, o cálculo da contribuição obedecerá: Páginas 416 a 419 – Excluir o vermelho; Alterar o verde.

No caso de contratação de empresas para a execução dos serviços referidos neste tópico, mediante cessão de mão de obra, na forma definida pelo art. 31 da Lei 8.212/91, a empresa contratante deverá reter 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços (Lei 12.546/2011, art. 7º, §6º).

 

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No que diz respeito às empresas que prestam os serviços de tecnologia da informação (TI), de tecnologia da informação e comunicação (TIC), de call center e que exercem atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados, a partir de 1º de janeiro de 2015, caso ocorra a renovação do prazo previsto no §12 do art. 14 da Lei 11.774/2008, elas voltarão a contribuir de acordo com a forma que será vista no item seguinte. 2.3.2.8 Empresas que prestam serviços de TI e TIC

Inicialmente, vale frisar que até 31/12/2014, por força do §1º do art. 7º da Lei 12.546/2011, as regras contributivas que serão estudadas neste item não serão aplicadas.

As alíquotas de que tratam os incisos I e III do art. 22 da Lei 8.212/91, em relação às empresas que prestam serviços de tecnologia da informação – TI e de tecnologia da informação e comunicação – TIC, ficam reduzidas pela subtração de um décimo do percentual correspondente à razão entre a receita bruta de venda de serviços para o mercado externo e a receita bruta total de vendas de bens e serviços, após a exclusão dos impostos e contribuições incidentes sobre a venda. Para efeito deste cálculo, devem-se considerar as receitas auferidas nos doze meses imediatamente anteriores a cada trimestre-calendário. A alíquota apurada será aplicada uniformemente nos meses que compõem o trimestre-calendário (Lei 11.774/2008, art. 14). Aqui, há um verdadeiro incentivo à exportação de serviços (venda de serviços para o mercado externo).

As citadas alíquotas serão reduzidas de acordo com a aplicação sucessiva das seguintes operações:

I – subtrair do valor da receita bruta total de venda de bens e serviços relativa aos doze meses imediatamente anteriores ao trimestre-calendário o valor correspondente aos impostos e às contribuições incidentes sobre venda; II – identificar, no valor da receita bruta total resultante da operação prevista no inciso I, a parte relativa aos serviços de TI e de TIC que foram exportados; III – dividir a receita bruta de exportação resultante do inciso II pela receita bruta total resultante do inciso I; IV – multiplicar a razão decorrente do inciso III por um décimo; V – multiplicar o valor encontrado de acordo com a operação do inciso IV – por 100 (cem), para que se chegue ao percentual de redução; VI – subtrair de vinte por cento o percentual resultante do inciso V, de forma que se obtenha a nova alíquota percentual a ser aplicada sobre a base de cálculo da contribuição previdenciária.

Exemplo: Info Service Ltda., empresa prestadora de serviços de tecnologia da informação, obteve, nos 12 meses imediatamente anteriores ao atual trimestre-calendário, as seguintes receitas: a) Receita bruta total de vendas de bens e serviços, após a exclusão dos impostos e contribuições incidentes sobre a venda = R$10 milhões. b) Receita bruta de venda de serviços de TI para o mercado externo = R$4 milhões; c) Razão entre B e A = 4/10 = 0,4 = 40% d) Um décimo de C = 1/10 x 40% = 4% e) Alíquota reduzida = 20% - 4% = 16%

 

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Verifica-se que para cada 10% da receita bruta que corresponder a exportação de serviços, a empresa terá uma redução de 1% na alíquota. No exemplo supra, 40% da receita bruta total da empresa de TI foi originária de vendas de serviços para o mercado externo. Por isso, a alíquota da contribuição previdenciária a cargo da empresa foi reduzida em 4% (passando de 20% para 16%).

Se, por exemplo, a totalidade (100%) da receita bruta da empresa de TI (ou de TIC) tiver origem em vendas de serviços para o mercado externo, a alíquota da contribuição será reduzida em 10% (passando de 20% para 10%).

Saliente-se que a redução de alíquota para empresas de TI ou TIC acontece somente em relação a duas contribuições: (a) a incidente sobre a remuneração de empregado e trabalhador avulso (prevista no inciso I do art. 22 da Lei 8.212/91); e (b) a incidente sobre a remuneração de contribuinte individual (prevista no inciso III do art. 22 da Lei 8.212/91). Assim, em relação ao RAT (art. 22, II) e à contribuição sobre serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho (art. 22, IV), as empresas de TI ou de TIC seguem a regra geral.

Para efeito da redução de alíquota em comento, consideram-se serviços de TI e TIC: análise e desenvolvimento de sistemas; programação; processamento de dados e congêneres; elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos; licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; assessoria e consultoria em informática; suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de computação e bancos de dados; e planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas.

A redução de alíquota aplica-se também para empresas que prestam serviços de call center e que exercem atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados.

Para fazer jus às reduções de alíquotas, a empresa deverá: (I) implantar programa de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais decorrentes da atividade profissional, conforme critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência Social; e (II) realizar contrapartidas em termos de capacitação de pessoal, investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica e certificação da qualidade.

A aplicação da redução de alíquota, aqui comentada, depende de regulamentação pelo Poder Executivo (Lei 11.774/2008, art. 14, §13). Vale dizer, para aplicar estas regras ao caso concreto, é necessário que um decreto regulamente a matéria.

A redução de alíquota valerá pelo prazo de cinco anos, contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da publicação do regulamento, podendo esse prazo ser renovado pelo Poder Executivo (Lei 11.774/2008, art. 14, §12).

Em 24/08/2009 foi publicado o Decreto 6.945/09, que acrescentou o art. 201-D ao Regulamento da Previdência Social, regulamentando, dessa forma, o disposto no art. 14 da Lei 11.774/08, que trata da redução das alíquotas das contribuições previdenciárias referidas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei 8.212/91, em relação às empresas que prestam serviços de TI e de TIC. O Decreto 6.945/09 entrou em vigor na data de sua publicação (24/08/2009), produzindo efeitos por cinco anos contados a partir do 1º dia do mês seguinte ao de sua publicação (01/09/2009). Assim, a redução de alíquota aqui comentada somente seria aplicada até o dia 01/09/2014. Acontece que até 31/12/2014, as empresas de TI e TIC não farão jus às reduções previstas no art. 14 da Lei 11.774/2008, pois durante este período tais empresas serão beneficiadas pela redução de alíquota prevista no art. 7º da Lei 12.546/2011 (estudadas no item anterior). Contudo, conforme o art. 14, §12, da Lei 11.774/2008, o prazo de cinco anos pode ser renovado pelo Poder Executivo. Caso o

 

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Poder Executivo não renove referido prazo, o disposto no art. 14 da Lei 11.774/2008 perderá sua eficácia. Entretanto, o mais provável é que essa renovação aconteça. 2.3.2.8 Contribuição da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional

Página 429 – Alterar o verde ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

O salário-família é devido ao empregado com salário de contribuição de até

R$1.089,72. 18

Páginas 431 e 432 – Alterar o verde; Acrescentar o azul; alerar o verde.

Se, por exemplo, a empregada doméstica tem uma remuneração mensal de

R$5.000,00, a contribuição do empregador doméstico será de R$559,65 (que corresponde a 12% de R$4.663,75). A contribuição que o empregador doméstico descontará da empregada doméstica será de R$513,01 (que corresponde a 11% de R$4.663,75). Neste caso, o empregador doméstico recolherá aos cofres da Previdência Social, até o dia 15 do mês seguinte, o valor de R$1.072,66 (que corresponde à soma das duas contribuições). [...]

O empregador doméstico não está obrigado a apresentar GFIP. Todavia, caso o empregador opte por recolher o FGTS para o seu empregado doméstico, deverá: (a) Efetuar a matrícula CEI; e (b) Preencher e entregar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social.

A Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013, estendeu aos empregadores domésticos a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS. Mas este direito dos empregados domésticos ainda está pendente de regulamentação, que será feita mediante lei a ser editada pelo Congresso Nacional. Quando isso acontecer, a entrega da GFIP passará a ser obrigatória para o empregador doméstico.

Vale ainda frisar que o Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas — eSocial. As informações prestadas por meio do eSocial substituirão as constantes na GFIP, na forma a ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial (Decreto 8.373/2014, art. 2º, § 3º).

2.3.3.1 Dedução da contribuição previdenciária do empregador

doméstico no imposto de renda

De acordo com a Lei 9.250/95, art. 12, VII, até o exercício de 2019, ano-calendário de 2018, a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico poderá ser deduzida do seu Imposto de Renda. Todavia, esta

18 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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dedução está limitada: (a) a um empregado doméstico por declaração, inclusive no caso da declaração em conjunto; (b) ao valor recolhido no ano-calendário a que se referir a declaração.

Página 442 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

SEGURADO

CONCEITO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO

LIMITES

MÍNIMO MÁXIMO

Empregado e Trabalhador avulso _________ Empregado doméstico _________ Contribuinte individual

A remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; _______________________ A remuneração registrada na carteira profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social. __________________________ A remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês.

O piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistido piso salarial, o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. ____________ O salário mínimo mensal (atualmente, R$788,00)

R$4.663,75 19

19 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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_________ Facultativo

__________________________ O valor por ele declarado.

Página 446 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul. ATENÇÃO: excluir e acrescentar também as notas de rodapé.

A remuneração das férias deve ser paga até dois dias antes de iniciar-se o gozo de férias (CLT, art. 145). Todavia, a incidência da contribuição sobre a remu- neração das férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista (RPS, art. 214, §14).

Em vários julgados, o STJ vinha decidindo pela incidência de contribuição previdenciária sobre o valor das férias gozadas. Contudo, no julgamento do Resp 1322945 / DF, a Primeira Seção do STJ alterou a jurisprudência até então dominante na Corte e decidiu que não incide contribuição previdenciária sobre o valor das férias, mesmo que estas sejam gozadas. 20

O STJ, em seus mais recentes julgados, tem decidido a favor da incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago a título de férias gozadas. Isso porque as férias gozadas são verbas de natureza remuneratória e salarial, nos termos do art. 148 da CLT, e, portanto, integram o salário de contribuição. 21

VI. 1/3 de férias gozadas (CF, art. 7º, XVII).

Página 460 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: acrescentar também as notas de rodapé.

de intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo na base de cálculo da contribuição previdenciária. Recurso especial provido. 22

XXVI. Licença casamento e de licença para prestação de serviço eleitoral.

Incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a

título de licença casamento (art. 473, II, da CLT) e de licença para prestação de serviço eleitoral (art. 98 da Lei 9.504/1997). Consoante a jurisprudência do STJ, o parâmetro para incidência da contribuição previdenciária é o caráter salarial da verba, já a não incidência ocorre nas verbas de natureza indenizatória. Posto isso, cumpre esclarecer que a licença para prestação do serviço eleitoral e a licença casamento não ostentam caráter indenizatório. Sua natureza estrutural remete ao inafastável caráter remuneratório, integrando parcela salarial cujo ônus é do empregador, sendo irrelevante a inexistência da efetiva prestação laboral no período, porquanto mantido o vínculo de trabalho, o que atrai a incidência tributária sobre as indigitadas verbas. Ademais, não se sustenta, e não encontra albergue na jurisprudência do STJ o parâmetro de que qualquer afastamento ao serviço justificaria o não pagamento de contribuição previdenciária. Assim, há hipóteses em que ocorre o efetivo afastamento do empregado, ou seja, não há a efetiva prestação do serviço ou o efetivo tempo à

20 STJ, Resp 1322945 / DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 08/03/2013. 21 STJ, AgRg no REsp 1240038 / PR, Rel. Min. OG FERNANDES, 2ª Turma, DJe 02/05/2014. 22 STJ, REsp 1144750 / RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 25/05/2011.

 

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disposição do empregador, mas ainda assim é devida a incidência tributária, tal como ocorre quanto ao salário-maternidade, situação na qual a mãe se ausenta para cuidar do filho e nem por isso a contribuição é indevida. No mesmo caminho estão as férias gozadas, situação em que o empregado se ausenta por, em regra, 30 dias — período muito maior do que as vinculadas à licença TRE eleição e à licença casamento —, e ainda assim a incidência da contribuição previdenciária se faz presente. É assim que o STJ vem entendendo essa matéria. 23

XXVII. Salário paternidade.

No julgamento do REsp 1.230.957/RS, a egrégia Primeira Seção do STJ, na

sessão realizada no dia 26/02/2014, decidiu pela incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade. Vale frisar que o REsp 1.230.957/RS foi submetido à sistemática de julgamento dos recursos repetitivos (CPC, art. 543-C), passando a ser considerado como paradigma a ser observado pelas instâncias inferiores, quando se depararem com questão idêntica (CPC, art. 543-C, § 7º). Salário paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado durante os cinco dias de afastamento em razão do nascimento de filho (arts. 7º, XIX, da CF; 473, III, da CLT; e 10, § 1º, do ADCT). Ao contrário do que ocorre com o salário-maternidade, o salário paternidade constitui ônus da empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de natureza salarial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária. Ademais, ressalte-se que o salário paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença remunerada prevista constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios previdenciários.

4.2.2 Parcelas não integrantes do salário de contribuição

Página 480 – Alterar o verde.

O salário mínimo é estabelecido em valor mensal, diário e horário. Conforme

estabelece o caput do art. 1º do Decreto 8.381/2014, “a partir de 1º/01/2015, o salário mínimo será de R$788,00”. O parágrafo único do art. 1º determina que “em virtude do disposto no caput, o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$26,27 e o seu valor horário a R$3,58”.

Página 532 – Acrescentar o azul; excluir o vermelho.

É facultado ao empregador doméstico recolher FGTS para o seu empregado. No entanto, ao decidir fazê-lo, não poderá interromper o recolhimento, salvo se houver rescisão contratual. Caso não haja o recolhimento para o FGTS, o empregador doméstico fica dispensado da entrega da GFIP.

A Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013, estendeu aos empregadores domésticos a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS. Mas este direito dos empregados domésticos ainda está pendente de regulamentação, que será feita mediante lei a ser editada pelo Congresso Nacional. Quando isso acontecer, a entrega da GFIP passará a ser obrigatória para o empregador doméstico.

23 STJ, REsp 1455089 / RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, 2ª Turma, DJe 23/09/2014.

 

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Os órgão públicos não devem incluir na GFIP os servidores amparados por Regime Próprio de Previdência Social. Assim, na GFIP dos órgão públicos deve constar apenas os trabalhadores vinculados ao RGPS.

A entrega da GFIP será efetuada na rede bancária até o dia 7 do mês seguinte à competência a que se refere. Não havendo expediente bancário no dia 7, o prazo de entrega é antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

A GFIP passou a ser exigida a partir de janeiro de 1999. Vale frisar que o Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, instituiu o

Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas — eSocial. As informações prestadas por meio do eSocial substituirão as constantes na GFIP, na forma a ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial (Decreto 8.373/2014, art. 2º, § 3º). O Comitê Gestor do eSocial editará uma resolução para estabelecer o cronograma de implementação do eSocial. 2 Folha de pagamento Página 609 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O documento comprobatório de regularidade do contribuinte na Previdência Social fiscal é a Certidão Negativa de Débito – CND (RPS, art. 257, §7º) (CTN, art. 205). […] 1 Competência para a emissão

O documento comprobatório de inexistência de débito será fornecido pelos órgãos locais competentes da Secretaria da Receita Federal do Brasil (Lei 11.457/2007, art. 2º).

A prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional será efetuada mediante apresentação de certidão expedida conjuntamente pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), referente a todos os tributos federais e à Dívida Ativa da União (DAU) por elas administrados. Essa certidão abrange inclusive os créditos tributários relativos às contribuições sociais previdenciárias, às contribuições instituídas a título de substituição, e às contribuições devidas, por lei, a terceiros, inclusive inscritas em Dívida Ativa da União (Portaria Conjunta RFB/PGFN 1.751/2014, art. 1º, § 1º).

Até 02 de novembro de 2014, a prova regularidade fiscal relativa às contribuições sociais previdenciárias era feita por meio da Certidão Específica, emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Mas a partir de 03 de novembro de 2014, não existe mais a emissão de certidão específica, relativa a Contribuições Previdenciárias para CNPJ.

Continua, porém, existindo a certidão previdenciária com finalidade específica de averbação de obras de construção civil em registro de imóveis (matrícula CEI), que é expedida exclusivamente pelas unidades da Receita Federal do Brasil (RFB).

A prova de regularidade de inscrição e de recolhimento das contribuições do Contribuinte Individual para com a Previdência Social, efetuada mediante a apresentação da Declaração de Regularidade de Situação do Contribuinte Individual (DRS-CI), será fornecida exclusivamente pelo INSS (Portaria Conjunta INSS/RFB 6/2008, art. 1º).

 

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2 Exigência da CND ou da CPD-EN

A autoridade responsável por órgão do poder público, por órgão de registro público ou por instituição financeira em geral, no âmbito de suas atividades, exigirá, obrigatoriamente, a apresentação de CND ou CPD-EN, fornecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, nas seguintes hipóteses: Página 610 – Excluir o vermelho.

Nos termos do inciso I do art. 257 do RPS (e do art. 47, I, da Lei 8.212/91), a CND (ou a CPD-EN) será exigida da empresa, nas seguintes situações:

a) na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedidos por ele; b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo; c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior ao estabelecido periodicamente mediante Portaria, incorporado ao ativo permanente da empresa; e d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou redução de capital de firma individual, redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada.

[…]

A certidão emitida para empresa, cujo identificador seja o CNPJ, será válida para todos os seus estabelecimentos, matriz e filiais, exceto para as obras de construção civil, e será expedida exclusivamente com a identificação do CNPJ da matriz (IN RFB 971/2009, art. 419).

Independe da apresentação de CND a transação imobiliária, referida acima na alínea “b”, que envolva empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis, locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo permanente da empresa (RPS, art. 257, §8º, IV).

Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal das microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) somente será exigida para efeito de Página 611 – Acrescentar o azul; Excluir o vermelho.

No caso de existência de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, o microempreendedor individual – MEI poderá, a qualquer momento, solicitar a baixa nos registros independentemente do pagamento de débitos tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos (LC 123/06, art. 9º, §10). Contudo, a referida baixa não impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados do titular impostos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades

 

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praticadas pela empresa ou por seu titular (LC 123/06, art. 9º, §11). A solicitação de baixa em tela importa assunção pelo titular das obrigações porventura existentes (LC 123/06, art. 9º, §12).

Fica dispensada a apresentação de comprovação da regularidade fiscal:

I - na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo, que envolva empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis, locação, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo permanente da empresa; II - nos atos relativos à transferência de bens envolvendo a arrematação, a desapropriação de bens imóveis e móveis de qualquer valor, bem como nas ações de usucapião de bens móveis ou imóveis nos procedimentos de inventário e partilha decorrentes de sucessão causa mortis; III - nos demais casos previstos em lei.

2.2 Do proprietário de obra de construção civil […]

Entende-se como obra de construção civil a construção, demolição, reforma ou ampliação de edificação ou outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo (RPS, art. 257, §13) (IN RFB 971/2009, art. 322, I). Página 612 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

O documento comprobatório de inexistência de débito poderá ser exigido do construtor que, na condição de responsável solidário com o proprietário, tenha executado a obra de construção sob sua responsabilidade (RPS, art. 257, §1º) (IN RFB 971/2009, art. 383-A, § 2º). Neste caso, não será exigido documento comprobatório de inexistência de débito do proprietário (RPS, art. 257, §2º) .

Quando a obra de construção civil for de responsabilidade de incorporador, a CND ou a CPD-EN da obra independe da apresentada no Registro de Imóveis por ocasião da inscrição do memorial de incorporação (Lei 8.212/91, art. 47, §2º). Páginas 613 a 617 – Excluir o vermelho; Acrescentar o azul.

A CND (ou a CPD-EN) será exigida do incorporador, na ocasião da inscrição de memorial de incorporação no Registro de Imóveis (RPS, art. 257, III) (IN RFB 971/2009, art. 383-A, II).

Memorial de incorporação é um projeto de construção civil e, para registrá-lo, a CND será exigida da empresa incorporadora, em relação a todas suas dependências, estabelecimentos e obras de construção civil, independentemente do local onde se encontrem.

Concluída a obra, para possibilitar sua averbação no registro de imóveis, o incorporador deve requerer CND (ou CPD-EN) específica da obra. A obtenção da CND para inscrição de memorial de incorporação não dispensa a CND posterior da obra para averbação no registro de imóveis, até porque a primeira é CND de toda a empresa,

 

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enquanto a segunda é exclusiva da obra. 2.4 Do produtor rural pessoa física e do segurado especial

A CND (ou a CPD-EN) será exigida do produtor rural pessoa física e do segurado especial quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que comercializem a sua produção com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial (RPS, art. 257, IV).

Como se vê, na situação acima prevista, será exigida CND do produtor rural e do segurado especial somente nos casos em que eles são os responsáveis pelo recolhimento de suas contribuições. Nos casos em que tal obrigação é do adquirente da produção rural, não se exige do produtor rural pessoa física nem do segurado especial a apresentação de CND.

Neste caso, para ficar dispensado da apresentação da CND, o produtor rural pessoa física ou o segurado especial deve declarar, sob as penas da lei, que não comercializa a própria produção com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial (IN RFB 971/2009, art. 406, §1º). 2.5 Na contratação de operações de crédito com instituições financeiras

Nos termos do art. 257, V, do RPS, a CND ou a CPD-EN será exigida na contratação, com instituições financeiras, de operações de crédito que envolvam:

a) recursos públicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo ao desenvolvimento regional (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste, Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste); b) recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); ou c) recursos captados através de Caderneta de Poupança.

Se a liberação destes créditos for efetuada em parcelas, a CND ou a CPD-EN

também será exigida no ato de liberação de cada parcela (RPS, art. 257, VI). Instituições financeiras são as pessoas jurídicas públicas ou privadas que

tenham como atividade principal ou acessória a intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou por decreto do Poder Executivo a funcionar no Território Nacional (RPS, art. 257, V). 3 Prazo de validade

O prazo de validade da Certidão Negativa de Débito – CND (e da CPD-EN) é de 60 dias, contados da sua emissão, podendo ser ampliado por regulamento para até 180 dias (Lei 8.212/91, art. 47, §5º).

Atualmente, de acordo com o §7º do art. 257 do Regulamento da Previdência Social art. 10 da Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1.751/2014, o documento

 

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comprobatório de inexistência de débito, quanto às contribuições sociais previdenciárias e às contribuições devidas, por lei, a terceiros, a certidão de regularidade fiscal relativa a créditos tributários ou exações quaisquer administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) tem o prazo de validade de até 180 dias, contado da data de sua emissão. 4 Verificação da autenticidade

A prova de inexistência de débito perante a Previdência Social será fornecida através de certidão emitida por meio de sistema eletrônico, ficando a sua aceitação condicionada à verificação de sua autenticidade pela internet, em endereço específico, ou junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil.

As certidões de regularidade fiscal relativa a créditos tributários ou exações quaisquer administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) serão emitidas por meio de sistema eletrônico. Somente produzirá efeitos a certidão cuja autenticidade for confirmada nos endereços eletrônicos <http://www.receita.fazenda.gov.br> ou <http://www.pgfn.fazenda.gov. br>.

Fica dispensada a guarda do documento comprobatório de inexistência de débito, cuja autenticidade tenha sido comprovada pela internet. 5 Indicação da finalidade

É dispensada a indicação da finalidade no documento comprobatório de inexistência de débito, exceto nos seguintes casos:

I. averbação de obra de construção civil no Registro de Imóveis; II. registro ou arquivamento, em órgão próprio, de ato relativo à redução de capital social, transferência de controle de quotas de sociedades de responsabilidade limitada e à cisão parcial ou transformação de entidade ou de sociedade comercial ou civil; III. registro ou arquivamento, em órgão próprio, de ato relativo à baixa de firma individual, à cisão total ou extinção de entidade ou de sociedade comercial ou civil. Para a finalidade a que se refere o item III, somente será expedida CND; para as demais finalidades, será expedida CND ou CPD-EN.

5 Possibilidades de emissão da CND e da CPD-EN 6.1 Emissão de CND A CND somente será expedida nas seguintes situações

I. Todas as contribuições devidas, os valores decorrentes de atualização monetária, juros moratórios e multas tenham sido recolhidos; ou II. O débito seja pago.

De acordo com o art. 4º da Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1.751/2014, a

Certidão Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND) será emitida quando não existirem pendências em nome do sujeito passivo:

I - perante a RFB, relativas a débitos, a dados cadastrais e a apresentação de declarações; e

 

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II - perante a PGFN, relativas a inscrições em Dívida Ativa da União (DAU). 6.2 A CPD-EN será expedida quando houver débito em nome do sujeito passivo:

I. no âmbito do processo administrativo-fiscal: a) se for solicitada dentro do prazo regulamentar de defesa, ou, findo este prazo, se o débito estiver pendente de decisão administrativa em face de apresentação de defesa tempestiva. b) se for solicitada dentro do prazo regulamentar para apresentação de recurso ou se o débito estiver pendente de julgamento por interposição de recurso tempestivo contra decisão proferida em decorrência de defesa. II. garantido por depósito integral no valor do débito atualizado, em moeda corrente; III. em relação ao qual tenha sido efetivada a penhora suficiente garantidora do débito em curso de execução fiscal; IV. regularmente parcelado, desde que o sujeito passivo esteja adimplente com o pagamento das parcelas; V. com exigibilidade suspensa por determinação judicial; VI. ajuizado e com embargos opostos, quando o sujeito passivo for órgão da administração direta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios ou for autarquia ou fundação de direito público dessas entidades estatais. De acordo com o §8º do art. 47 da Lei 8.212/91, no caso de parcelamento, a

CPD-EN somente será emitida mediante a apresentação de garantia, exceto na hipótese de contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido por ele. A garantia deve ter valor mínimo de 120% do total da dívida (RPS, art. 260, parágrafo único). Todavia, este dispositivo legal deve ser interpretado à luz da nova redação conferida ao art. 151, VI, do CTN pela Lei Complementar 104/2001. A partir da vigência da LC 104/2001, o parcelamento passou a ser mais uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151, VI). E de acordo com art. 206 do CTN, tem os mesmos efeitos de uma CND a certidão que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. II. o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela Previdência Social, administrativa- mente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Atualmente esse valor é de R$10.000,00.256 Assim, em caso de parcelamento, o sujeito passivo estando adimplente com o pagamento das parcelas, será expedida a CPD-EN, independentemente de apresentação de garantia pelo contribuinte, pois se trata de crédito com a exigibilidade suspensa. 5.3 Falta de apresentação de GFIP 24

Página 618 – Acrescentar NOTA DE RODAPÉ em azul.

24 A GFIP será substituída pelo eSocial, na forma a ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial (Decreto 8.373/2014, art. 2º, § 3º).

 

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6.4 Divergência entre os valores declarados na GFIP e os efetivamente 25

recolhidos Página 637 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a NOTA DE RODAPÉ.

b) a folha de pagamento mensal não ultrapasse o valor de R$1.510,00, sendo

este valor reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. Atualmente, para que se aplique o disposto no § 3º do art. 337-A do CP, a folha de pagamento mensal não pode ultrapassar a R$4.117,35. 26

Página 649 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

Por infração a qualquer dispositivo das Leis 8.212/91, 8.213/91 e 10.666/2003,

para a qual não haja penalidade expressamente cominada, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 1.925,81 a R$ 192.578,66, conforme a gravidade da infração (RPS, art. 283). 27

1. Valores das multas I - a partir de R$1.925,81 nas seguintes infrações:

Páginas 650 e 651 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

II - a partir de R$ 19.257,83 nas seguintes infrações: [...] e) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir a apresentação do documento comprobatório de inexistência de débito na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel incorporado ao ativo permanente da empresa, de valor superior a R$ 48.144,19; 28

Página 656 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

25 GFIP será substituída pelo eSocial, na forma a ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial (Decreto 8.373/2014, art. 2º, § 3º).

26 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 27 Os valores das multas previstas neste capítulo foram atualizados, a partir de 1º/01/2015, pela  Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 28 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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Multa: Pelo descumprimento dessas obrigações será aplicada multa de

R$253,36 a R$25.337,44, para cada competência em que tenha havido a irregularidade (RPS, art. 287, caput). 29

[...] Multa: O descumprimento desta obrigação sujeitará a instituição financeira à

multa de R$ 56.305,39 (RPS, art. 287, parágrafo único, I). 30

Página 657 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

b) Exigência de CND A instituição financeira é obrigada a exigir das empresas com as quais tenham

efetuado operações de crédito que envolvam os mesmos recursos enumerados no item anterior.

Multa: O descumprimento desta obrigação sujeitará a instituição financeira à multa de R$ 281.526,96 (RPS, art. 287, parágrafo único, II). 31

[...] 1.7. Demais infrações

As demais infrações a dispositivos da legislação, para as quais não haja penalidade expressamente cominada, sujeitam o infrator à multa de R$ 1.925,81 (RPS, art. 283, § 3º). 32

Página 658 – Alterar o verde. ATENÇÃO: alterar também a nota de rodapé.

d) A multa será elevada em três vezes a cada reincidência no mesmo tipo de infração, e em duas vezes em caso de reincidência em infrações diferentes, observados os valores máximos de R$192.578,66 e, no caso de acidente de trabalho, o limite 33

máximo do salário de contribuição por acidente que tenha deixado de comunicar dentro do prazo.

Página 689 – Alterar o verde.

29 Valores atualizados, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 30 Valores atualizados, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 31 Valores atualizados, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 32 Valores atualizados, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

33 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2015, pela Portaria MPS/MF nº 13, de 09/01/2015. 

 

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Exemplos: 1. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público até a data da instituição da FUNPRESP, mas a ela não tenha aderido, contribuirá para o RPPS da União com 11% de R$10.000,00. 2. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público até a data da instituição da FUNPRESP, e que a ela tenha aderido, contribuirá para o RPPS da União com 11% de R$4.663,75. 3. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração mensal de R$10.000,00, que tenha ingressado no serviço público depois da data da instituição da FUNPRESP, contribuirá para o RPPS da União com 11% de R$4.663,75, independentemente de ter aderido ou não à FUNPRESP. 4. Um servidor federal ocupante de cargo efetivo, com remuneração mensal de R$4.000,00, que tenha ingressado no serviço público antes ou depois da data da instituição da FUNPRESP, contribuirá para o RPPS da União com 11% de R$4.000,00, independentemente de ter aderido ou não à FUNPRESP.

Páginas 691 e 692 – Alterar o verde.

Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões

concedidas pelo RPPS que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, com alíquota igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos (CF, art. 40, § 18). Quando o beneficiário for portador de doença incapacitante, conforme definido pelo ente federativo e de acordo com laudo médico pericial, a contribuição incidirá apenas sobre a parcela de proventos de aposentadoria e de pensão que supere o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, § 21). Atualmente, o limite máximo dos benefícios do RGPS é R$4.663,75.

Página 709 – Alterar o verde.

Atualmente, o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS é

R$4.663,75.

Exemplo 1: Maria, servidora aposentada pelo RPPS, recebe proventos no valor de R$10.000,00. Caso venha a falecer, a pensão por morte que Maria deixará para o conjunto de seus dependentes será calculada da seguinte forma: 4.663,75 + 70% x (10.000,00 – 4.663,75) = 8.399,12.

Página 717 – Alterar o verde.

Assim, para os servidores públicos federais ocupantes de cargos efetivos que

tiverem ingressado no serviço público a partir do início da vigência do Regime de

 

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Previdência Complementar acima referido, independentemente de sua adesão aos respectivos planos de benefícios, aplica-se o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) às aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. Para os que já tinham ingressado no serviço público antes da vigência da Funpresp, o teto do RGPS somente será aplicado mediante sua prévia e expressa opção (CF, art. 40, § 16). Atualmente, o teto dos benefícios do RGPS é R$ 4.663,75.

Página 758 – Alterar o verde.

Embora o texto constitucional não determine expressamente, mas é óbvio que

para aquele servidor que tiver seus proventos de aposentadoria e pensão limitados ao teto do RGPS, a base de cálculo de sua contribuição ao RPPS também obedecerá ao mesmo teto (atualmente, R$4.663,75).

Página 759 – Alterar o verde.

Sendo assim, suponhamos um servidor ocupante de cargo efetivo que receba

uma remuneração mensal de 10.000 reais e tenha ingressado no serviço público após a instituição da previdência complementar pública. Esse servidor contribuirá para o RPPS sobre R$4.663,75 (teto do RGPS). Mediante adesão facultativa, contribuirá para a previdência complementar pública sobre R$ 5.336,25 (parcela da remuneração que excede ao teto do RGPS). Caso não tenha aderido à previdência complementar, contribuirá somente para o RPPS sobre R$4.663,75. Página 803 – Acrescentar o azul. ATENÇÃO: Acrescentar também NOTA DE RODAPÉ

Conforme entendimento firmado pela Terceira Seção do STJ, compete à Justiça Federal processar e julgar as ações objetivando a concessão ou revisão dos benefícios de pensão por morte, ainda que decorrentes de acidente de trabalho. 34

Já a Primeira Seção do STJ tem entendido que compete à Justiça Estadual — e não à Justiça Federal — processar e julgar ação que tenha por objeto a concessão de pensão por morte decorrente de óbito de empregado ocorrido em razão de assalto sofrido durante o exercício do trabalho. Vale frisar que o assalto sofrido no local e 35

horário de trabalho equipara-se ao acidente do trabalho (Lei 8.213/91, art. 21, II, “a”). Por isso, a Primeira Seção do STJ enende que o direito à pensão por morte decorrente desse evento inesperado e violento deve ser apreciado pelo juízo da Justiça Estadual.

O STJ tem entendido que é da competência da justiça federal o julgamento de ações objetivando a percepção de benefícios de índole previdenciária, decorrentes de acidentes de outra natureza, que não do trabalho. 36

34 STJ, CC 119921 / AM, Rel. Min. Marilza Maynard, DJe 19/10/2012. 35 STJ, CC 132034 / SP, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, 1ª Seção, DJe 02/06/2014. 36 STJ, AgRg no CC 118348/SP, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 22/03/2012.

 

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Página 820 – Acrescentar o azul. 77 – O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual. 78 - Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença. Exercícios de Fixação