atuaÇÕes artÍsticas hÍbridas e coletivas no espaÇo …

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1503 ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO Mariana Binato de Souza / PPGART Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria Comitê de Poéticas Artísticas ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO Mariana Binato de Souza / PPGART Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria RESUMO A formação do espaço urbano contemporâneo acontece a partir da relação direta entre humanos e não-humanos no âmbito do social, que se transforma a partir destas relações. Os deslocamentos do humano dentro do contexto geográfico, constroem e ressignificam aspectos culturais de uma sociedade, o que reflete diretamente na relação com não- humanos. Analisando estes aspectos podemos perceber que a cultura se constrói de uma maneira híbrida a partir da relação do espaço com seus atuantes; estas relações são o resultado de uma colaboração coletiva de todos os elementos. Neste artigo, serão explorados conceitos e ações referentes ao espaço, à experiência colaborativa, ao hibridismo, bem como a relação da arte com a tecnologia. Tais aspectos serão ponderados sob o olhar de uma experiência em poéticas visuais, base desta pesquisa. PALAVRAS-CHAVE híbrido; coletivo; espaço urbano; tecnologia. RESUMEN La formación del espacio urbano contemporáneo pasa por la relación directa entre humanos y no humanos en la vida social, que se aparta de estas relaciones. Los movimientos humanos dentro del contexto geográfico, construyen y resignifican los aspectos culturales de una sociedad, que se refleja directamente en la relación con los no humanos. El análisis de estos aspectos podemos ver que la cultura se construye de una forma híbrida de la relación del espacio con su actuación; estas relaciones son el resultado de una cooperación colectiva de todos los elementos. En este artículo, los conceptos y las acciones serán explorados por el espacio, la experiencia de colaboración, hibridez, y la relación entre el arte y la tecnología. Estos aspectos serán ponderados bajo la mirada de un experimento en la poética visual, base de esta investigación. PALAVRAS CLAVE hybrid; colectiva; espacio urbano; la tecnología.

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ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO Mariana Binato de Souza / PPGART – Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria Comitê de Poéticas Artísticas

ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO Mariana Binato de Souza / PPGART – Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria RESUMO A formação do espaço urbano contemporâneo acontece a partir da relação direta entre humanos e não-humanos no âmbito do social, que se transforma a partir destas relações. Os deslocamentos do humano dentro do contexto geográfico, constroem e ressignificam aspectos culturais de uma sociedade, o que reflete diretamente na relação com não-humanos. Analisando estes aspectos podemos perceber que a cultura se constrói de uma maneira híbrida a partir da relação do espaço com seus atuantes; estas relações são o resultado de uma colaboração coletiva de todos os elementos. Neste artigo, serão explorados conceitos e ações referentes ao espaço, à experiência colaborativa, ao hibridismo, bem como a relação da arte com a tecnologia. Tais aspectos serão ponderados sob o olhar de uma experiência em poéticas visuais, base desta pesquisa. PALAVRAS-CHAVE

híbrido; coletivo; espaço urbano; tecnologia. RESUMEN

La formación del espacio urbano contemporáneo pasa por la relación directa entre humanos y no humanos en la vida social, que se aparta de estas relaciones. Los movimientos humanos dentro del contexto geográfico, construyen y resignifican los aspectos culturales de una sociedad, que se refleja directamente en la relación con los no humanos. El análisis de estos aspectos podemos ver que la cultura se construye de una forma híbrida de la relación del espacio con su actuación; estas relaciones son el resultado de una cooperación colectiva de todos los elementos. En este artículo, los conceptos y las acciones serán explorados por el espacio, la experiencia de colaboración, hibridez, y la relación entre el arte y la tecnología. Estos aspectos serán ponderados bajo la mirada de un experimento en la poética visual, base de esta investigación. PALAVRAS CLAVE

hybrid; colectiva; espacio urbano; la tecnología.

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Hibridação contemporânea

O meio artístico contemporâneo tem se mostrado um campo de constantes experi-

mentações e transformações a partir de experiências híbridas, estas inovações esté-

ticas que configuram um novo tempo e conceito de criação se consolidam a partir do

processo colaborativo entre linguagens, elementos e técnicas, experiência conheci-

da como hibridação.

Tomando por base a definição de hibridismo, a partir de Tomaz Tadeu da Silva

(2000), podemos perceber que os processos híbridos aos quais estamos envolvidos

no contexto pós-moderno, tanto no âmbito cultural quanto artístico, propiciam um

embate que constrói novas relações e trabalhos, tanto na sua idealização quanto na

sua instauração.

Hibridismo: No contexto da teoria pós-estruturalista e da teoria pós-colonialista, tendência dos grupos e das identidades culturais a se combinarem, resultando em identidades e grupos renovados. Por sua ambigüidade e impureza, o hibridismo é celebrado e estimulado como algo desejável. Está relacionado a termos que, de forma simi-lar, destacam o caráter fluido, instável e impuro da formação da iden-tidade cultural, tais como mestiçagem, sincretismo, tradução e cru-zamento de fronteiras. (SILVA, 2000, p. 67)

Julio Plaza (1987, p. 206) define o momento contemporâneo artístico como sendo

uma “imensa inflação babélica de linguagens, códigos e hibridização dos meios tec-

nológicos que terminam por homogeneizar, pasteurizar e rasurar as diferenças”. A

partir de então podemos perceber que a arte contemporânea se contamina e se re-

formula a todo instante; o ideal de pureza foi revisto e cada vez menos é possível

dizer que determinado trabalho ou artista é fiel somente a uma linguagem, em tem-

pos onde a própria tecnologia é uma constante união de teorias e práticas, os artis-

tas fiéis a ela inevitavelmente constroem seus trabalhos a partir da união de nature-

zas diferentes.

Já que a realização concreta da história não separa o natural e o arti-ficial, o natural e o político, devemos propor um outro modo de ver a realidade, oposto a esse trabalho secular de purificação, fundado em dois pólos distintos. No mundo de hoje, é frequentemente impossível ao homem comum distinguir claramente as obras da natureza e as obras dos homens e indicar onde termina o puramente técnico e on-de começa o puramente social. De fato, os objetos técnicos com que

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diariamente lidamos "não são carne nem peixe", eles são um ente in-termediário em que se associam "homens, produtos, utensílios, má-quinas, moedas..." (M. Akhrich, 1987, p. 50). Seguindo a proposta de Michel Serres, indaga-nos Latour (1991, p. 73) por que, então, em nossa construção epistemológica não preferimos partir dos híbridos, em vez de partir da ideia de conceitos puros? Esta é, também, a po-sição de Hàgerstrand (1989, 1991b, p. 117) quando propõe tratar de forma simultânea o mundo da matéria e o mundo do significado hu-man. (SANTOS, 2006, p. 65)

Os elementos construtores da Cultura Contemporânea que, segundo Canclini (1997)

e Hall (2006), é a soma da Cultura Hegemônica com a Cultura Popular, são o resul-

tado da relação entre humanos e não humanos, a qual acontece de maneira híbrida.

Todos os aspectos formadores e transformadores da sociedade, ou do Coletivo co-

mo menciona Latour (2001), do contexto urbano, da tecnologia, agem diretamente

sobre os atuantes e criam uma relação recíproca, pois, a partir de suas transforma-

ções, irão novamente modificar seu meio/espaço e assim sucessivamente.

Não só as relações sociais e coletivas se tornaram híbridas, mas também as rela-

ções entre as diferentes linguagens. A possibilidade de haver a interação e a troca

entre um objeto técnico e um ser humano favoreceu a transformação da sociedade

como um todo e os avanços tecnológicos se tornam responsáveis por este processo

de hibridação entre humanos e não-humanos. Mesmo que a sociedade inicialmente

tenha respondido de maneira amedrontada frente às evoluções da tecnologia que se

inseriram no cotidiano das pessoas, talvez por receio dos efeitos das experiências

Mobile, o passar dos anos transformou a relação entre humanos e as tecnologias,

passando a acontecer de maneira mais pacífica. Percebeu-se que muito mais do

que inserir-se em um novo mundo, a tecnologia tem o papel de facilitador e agencia-

dor das relações entre os próprios humanos. Heidegger (1977 apud LATOUR, 2001)

menciona que o homem tem a ilusão completa de acreditar que possa possuir a tec-

nologia, salienta que a tecnologia tem o poder de dominar tudo, inclusive os huma-

nos. Passados alguns anos percebemos baseados em alguns estudos de Latour

(2001, p. 204) que exercemos um poder sobre a tecnologia, pois na grande maioria

dos casos ela ainda depende de nós, humanos para acontecer, para ser descoberta

e principalmente porque é um veículo neutro à vontade humana.

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Atualmente a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada ao processo de hibri-

dação na produção artística contemporânea, pois permite aos artistas a experiência

de testar e criar sem que haja limites engessadores da sua pesquisa e de seus tra-

balhos. Segundo Sandra Rey (2012) os processos híbridos atuais que se baseiam

na tecnologia permitem não só construir a imagem, mas também alterá-la conforme

seus elementos a partir de dispositivos interativos. Podemos perceber que as obras

de arte contemporânea expostas não estão acabadas, elas se constroem gradati-

vamente, a partir da interação com quem a observa, esta abertura acontece também

em detrimento da tecnologia e suas capacidades de troca.

Com o fato de a tecnologia criar uma relação de aproximação entre a obra e o públi-

co, visto que se aproxima muito mais às experiências cotidianas das pessoas, a re-

lação de “fruição” pertinente ao processo artístico, tendo como elemento chave a

tecnologia, constrói uma dependência entre a produção artística e o sujeito interator,

possuidor, agora, de um papel diferenciado no contexto da arte, pois passa a ser

responsável por uma parte relevante do trabalho do artista.

Segundo Nicolas Bourriaud:

Antes, a arte devia preparar ou anunciar um mundo futuro: Hoje pro-põe modelos de universos possíveis. [...] O artista habita as circuns-tâncias que o presente lhe oferece, a fim de transformar o contexto de sua vida (sua relação como o mundo sensível ou conceitual) em um universo duradouro. (BOURRIAUD, 1998, p. 36 apud KINCELER; SILVA; PEDEMONTE, 2009, p. 9)

Muito mais do que criar uma distância entre a produção artística e o espectador o

momento anterior à arte contemporânea propiciou através da tecnologia e do hibri-

dismo a criação de um vínculo entre ambos. Esta relação de dependência, além de

trazer ainda mais riqueza à produção, cria a possibilidade para este espectador de

uma experiência artística que se hibridiza com a sua identidade, transformando sua

subjetividade a partir da arte.

Coletivo híbrido e tecnológico

Latour (2001) mostra através de seus estudos sobre humanos e não-humanos que a

relação a qual se estabelece entre estes dois elementos é de hibridação constante,

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visto que um age sobre o outro de maneira que as características primeiras de am-

bos são somadas, sem deixar de lado os elementos que as constituem, ou seja,

agem de maneira híbrida, transformando o coletivo. O autor emprega o termo coleti-

vo em substituição à sociedade, pois entende que todos os elementos do contexto

cultural, sejam eles humanos ou não-humanos, têm o papel de construir esta socie-

dade, ou melhor, este coletivo.

Ao abandonar o dualismo, nossa intenção não é atirar tudo na mes-ma panela e apagar os traços característicos das diversas partes que integram o coletivo. Ansiamos também pela clareza analítica, mas ao longo de linhas que não a traçada pelo polemico cabo de guerra en-tre objetos e sujeitos. O jogo não consiste em estender a subjetivida-de às coisas, tratar humanos como objetos, tomar máquinas por ato-res sociais e sim evitar a todo custo o emprego da distinção sujeito-objeto ao discorrer sobre o entrelaçamento de humanos e não-humanos. O que o novo quadro procura capturar são os movimentos pelos quais um dado coletivo estende seu tecido social a outras enti-dades. (LATOUR, 2001, p. 222)

Em muitos momentos a relação entre os sujeitos e a tecnologia acontece de maneira

equivocada, principalmente quando pensamos que um exerce poder sobre o outro.

No atual momento em que a pós-modernidade nos mostrou uma intensa mudança

de paradigmas e de ações, onde uma das principais é o fato de criar uma relação de

colaboração entre todos os elementos que constroem o coletivo. Neste sentido, per-

cebemos que as manifestações artísticas contemporâneas mostram que cada vez

mais criar redes de compatibilidade entre pensamentos e ações de maneira colabo-

rativa, além de estabelecer um vínculo entre os elementos desta rede, cria sempre

algo novo a partir desta constante troca.

A coletividade que se estabelece a partir da hibridação, não só da tecnologia as de-

mais linguagens da arte, mas também da hibridação entre artista, sujeitos interatores

e o espaço, mostra-se como um processo colaborativo à arte contemporânea. Esta

coletividade está presente no contexto histórico da arte desde seus primórdios, po-

rém com intenções ou objetivos muito distintos dos atuais.

Ao contrário do que a distinção tradicional sustenta, a diferença entre um coletivo antigo ou “primitivo” e um coletivo moderno ou “avança-do” não é o fato de o primeiro exibir uma rica mescla de cultura social e técnica, ao passo que o segundo só tem a mostrar uma tecnologia

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sem vínculos com a ordem social. A diferença consiste em que o úl-timo translada, permuta, recruta e mobiliza um número maior de elementos mais intimamente conectados, com um tecido social mais finamente urdido do que o primeiro. (LATOUR, 2001, p. 224)

Transladar, permutar, mobilizar, termos que remetem ao conceito de hibridação co-

letiva, através dos quais podemos perceber de uma maneira mais dinâmica a rela-

ção entre artistas e os aparelhos tecnológicos; isto acontece de maneira colaborati-

va, assim como a relação entre o interator e a produção artística.

O coletivo e a colaboração mencionados não acontecem somente na instância do

ser humanizado ou tecnológico, mas também no ambiente ao qual tais elementos

estão vinculados. Estes espaços tanto urbanos quanto privados constroem os signi-

ficados das produções artísticas ali presentes, consequentemente os atuantes des-

tes meios também. A interatividade é um processo de colaboração constante, pois,

como já mencionado, cria uma espaço coletivo onde todos possuem um papel signi-

ficativo no processo da produção artística.

O espaço público

O espaço público possui potencialidades criativas que possibilitam aos artistas muito

mais do que criar para o espaço, criar com o espaço - experiências artísticas e pro-

duções com o intuito de oferecer vivências artísticas urbanas para o coletivo que

produz e transforma a cultura que é hibrida.

A cultura que surge deste ambiente social, altamente fértil e repleto de possibilidades de encontros e contatos é uma cultura “híbrida” que não é passível de ser classificada a partir de padrões estáticos, cada vez mais anacrônicos. Ela surge justamente das margens e cruzamentos do que antes se entendia como culturas separadas e delimitadas entre “popular”, “culto” e “massivo”. (LIMA, 2013, p. 9)

Cada espaço possui características próprias baseadas nas referências de seus atu-

antes, na história do lugar e, principalmente, nas relações estabelecidas no passar

dos anos. Inevitavelmente os espaços se transformam à medida que as relações

mudam; é uma relação recíproca em que a mudança de um acarreta na mudança do

outro. A arte em muitos momentos se mostra como um fator importante para a trans-

formação de determinado espaço; esta ação se faz mais presente na arte contempo-

rânea onde a inserção artística no ambiente público aconteceu mais intensamente,

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muito pela mudança da relação da arte com as pessoas, mas, sobretudo, pela trans-

formação da relação das pessoas com o espaço.

A pós-modernidade não aceita sujeitos passivos que apenas aceitam as mudanças

do entorno sem que eles próprios possam interferir neste lugar que habitam, Bau-

man (1998) entende que o senso de comunidade se constrói a partir de interesses

comuns, onde há um deslocamento de sentidos dentro do espaço urbano, e a utopia

por comunidades consolidadas acontece a partir da ideia de micro sociedades idea-

lizadas.

Pelo fato de não ser um objeto entre outros objetos, mas um sujeito que se relaciona com o seu entorno, é que o homem pode ser defini-do por sua intencionalidade. (F. O. BOLLNOW, 1969, p. 241) [...] O espaço geográfico é muito mais do que simples oferta de caminhos, ainda que também seja isso. (SANTOS, 2006, p. 59)

Entendemos que as produções artísticas interferem na subjetividade do sujeito inte-

rator atuante e no espaço, esta relação acontece de maneira híbrida e se modificam

constantemente, pois humanos, não humanos e espaço se mostram mutantes, um a

partir do outro. As transformações ocorridas no espaço que atingem todo o seu en-

torno, atingem também a cultura formada pela soma destes elementos: atuantes,

coletivo, espaço. A cultura pós-moderna é um híbrido, diferente do que se acredita-

va, não existe uma cultura pura, ou inteiramente única de determinado espaço, regi-

ão, grupo, há sempre uma influência de um elemento externo, como afirma Stuart

Hall (2006, p. 238), “não existe uma ‘cultura popular’ íntegra, autêntica e autônoma,

situada fora do campo das relações de poder e de dominações culturais”.

A cultura se configura a partir de todos os elementos, sejam eles humanos ou não-

humanos que estão a sua volta, bem como às relações entre eles e o espaço. Po-

rém determinada cultura possui elementos naturais a ela, que fazem parte de sua

construção e independem das transformações a sua volta.

Construir e reconfigurar o espaço coletivo de maneira hibrida no contexto de uma

produção poética em Artes Visuais acontece de maneira progressiva e constante. A

inserção da tecnologia é um vínculo que além de possibilitar uma ampliação no pro-

cesso criativo intensifica e legitima ainda mais o conceito de hibridação dentro da

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esfera artística. Assim, podemos perceber que a pós-modernidade se construiu den-

tro de uma cadeia em que, a partir do momento que uma peça é movimentada, to-

das as outras também se movem, e a cada modificação em um de seus elementos,

todos os outros também se modificarão em consonância a esta primeira e, assim,

sucessivamente.

Ações híbridas, coletivas e tecnológicas no contexto da arte urbana

Como forma de experiência da arte no contexto urbano, realizei uma intervenção

nas ruas de São Pedro do Sul, uma cidade no interior do Rio Grande do Sul com

cerca de 20 mil habitantes. Foram inseridas diferentes imagens de flores em formato

20cm X 20cm, impressas em adesivo que foram coladas no trajeto cotidiano da po-

pulação, em faixas de segurança, postes, paradas de ônibus, fachadas de casas

antigas, com o intuito de inserir um ícone incomum ao espaço tradicional de convi-

vência da população de uma maneira única/distinta, buscando despertar o interesse

e o olhar renovado ao que estamos acostumados.

Registro fotográfico das intervenções urbanas realizadas na cidade de São Pedro do Sul (RS), set. 2014.

Fonte: registro da autora

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Juntamente com os motivos florais seguia a inscrição #SPSvisualpoético a fim de

que a população pudesse interagir com as intervenções através das redes sociais

usando esta identificação, a qual une os usuários das redes sociais contemporâneas

a partir das inscrições após o ícone “#”, conhecido como Hashtag. Porém mais do

que apenas uma forma de inserir-se no contexto urbano esta intervenção possuía

um cunho tecnológico que fazia uma relação entre as intervenções reais em um am-

biente virtual. Assim os locais onde foram inseridos os adesivos florais foram foto-

grafados e publicados em um site próprio, www.marianabinato.wordpress.com, a fim

de que, a partir desta publicação, fosse gerado um código bidimensional, denomina-

do QR Code. O usuário interator ao acessar o código poderia ser redirecionado ao

site a partir de um aplicativo leitor, para o local da intervenção podendo visualizar os

registros fotográficos que aconteceram na cidade de São Pedro do Sul.

Registro fotográfico de Códigos Bidimensionais direcionáveis às intervenções em São Pedro do Sul, expostos na Mostra “Itinerários”, do Grupo de Pesquisa Arte e Design, 2014.

Fonte: registro da autora

Estes códigos foram expostos na mostra anual no Grupo de Pesquisa Arte e Design,

na Sala Cláudio Carriconde do Centro de Artes e Letras na Universidade Federal de

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Santa Maria. A experiência de expor uma visualidade distinta do restante da mostra

gerou certo interesse, porém desconforto aos espectadores, pois os códigos se pa-

recem muito uns com os outros, mas possuem informações diferentes. Assim, os

registros fotográficos dos espaços em que aconteceram as intervenções em São

Pedro do Sul só seriam conhecidos a partir da interação. Os códigos necessitam,

inevitavelmente, que o usuário possua um aparelho compatível, smartfone, tablet ou

similar, e que instale o aplicativo que faz a leitura do código a fim de que tenha

acesso ao conteúdo. No local exposto havia instruções a serem seguidas pelos usu-

ários para que pudessem ser direcionados ao ambiente virtual onde os registros fo-

tográficos estavam disponíveis.

Website com os registros fotográficos das intervenções realizadas na cidade para onde eram redire-cionados os interatores que acessavam os códigos bidimensionais.

Fonte: www.marianabinato.wordpress.com

O caráter tecnológico que inclui usuários e interage com os espectadores também

possui um papel limitador, necessita que o interator tenha certo tempo, para poder

realmente interagir com o trabalho, que possua ferramentas, no caso, aparelhos

compatíveis ao processo, para ter acesso ao que está sendo proposto como forma

de interação e principalmente tenha interesse em desvendar o que os códigos bidi-

mensionais têm a informar.

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A tecnologia ainda é vista dando-se ênfase a dificuldades de conservação, registro,

modos de exposição, valor de mercado e obsolescência das mídias e suportes como

menciona Sandra Rey (2012). Porém o processo de hibridação da arte e tecnologia

apresenta evoluções constantes, podemos perceber de maneira muito evidente que

os artistas estão adentrando à tecnologia sem receios e pré-julgamentos, pois se

torna cada vez mais claro que mesmo as artes primeiras como a pintura e o dese-

nho podem se recriar a partir da tecnologia, sem que seja perdido seu potencial ar-

tístico. Não há nenhum intuito de que haja rupturas; a tecnologia, como explica San-

dra Rey (2012), busca apenas fornecer um suporte e maiores possibilidades; assim

a arte contemporânea passa a se aproximar ainda mais dos seus observadores a

partir dos meios que a tecnologia dispõe. Mesmo que estes suportes ainda tenham

certo distanciamento dos usuários interatores e espectadores, quando usados pren-

dem a atenção, pois revelam uma maneira diferente de se criar e se relacionar com

a arte, principalmente do público jovem e infantil que tem necessidade de relações

tecnológicas em todos os âmbitos.

A gama de tecnologias utilizadas atualmente como aliadas dos artistas e dos seus

processos de criação se torna cada vez maior, dispositivos e programas antes utiliza-

dos apenas em determinadas áreas permitem ao campo artístico novos meios de cri-

ar, a partir de seus resultados possibilitam o inicio de novos trabalhos. Na maioria dos

casos, as obras que se utilizam da tecnologia partem de imagens que existem ou não

no mundo real, quando digitalizadas, fotografadas ou codificadas a partir de algum

tipo de varredura passam a existir em números, como é o caso do uso de imagens

analógicas históricas que passam a fazer parte dos meios digitais através de sua nu-

merização. Couchot (2003) explica que a partir do momento em que uma imagem é

numerizada há a possibilidade de colocá-la em memória, duplicá-la, transmiti-la, a par-

tir de sua numerização através de qualquer meio, ela deixa de ter qualquer relação

com a realidade, passando assim a fazer parte apenas do “mundo virtual”.

Através da numerização as imagens podem sofrer os mais diferentes processos de

modificação. O artista, a partir de uma imagem base, passa a criar novas imagens,

transformá-las, utilizando-se dos mais variados programas tecnológicos que permi-

tem que estes processos híbridos possam acontecer. Estas imagens numerizadas

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permitem duplicarem-se se mantendo idênticas sem que haja qualquer tipo de dete-

rioração, e assim mesmo, após os mais variados processos de modificação, permi-

tem conservarem-se originais.

[...] esses procedimentos utilizados pelos artistas da modernidade são dilatados, ampliados e qualificados com as novas tecnologias que permitem dar os mais variados tratamentos à imagem, como se esta fosse uma cenografia. Resultam, assim, imagens fictícias e/ou híbridas. (PLAZA; TAVARES, 1998, p. 196)

O processo de numerização, segundo Couchot (2003), permitiu à imagem a capaci-

dade interação tanto com quem a cria quanto com quem a observa, e a arte passou

a utilizar-se desta interatividade. A tecnologia que numerizou as imagens deslocou o

observador, que até então era vinculado ao status de receptor das obras, até o local

de interator, ou seja, algumas obras de arte contemporânea que utilizam das tecno-

logias passaram a estabelecer uma relação de interatividade com quem as observa.

A atividade artística que antes necessitava apenas do artista para existir passou a

sentir a necessidade de outro responsável, desta maneira a obra de arte interativa

só acontece a partir do relacionamento e da troca com o outro.

A interação por meio dos códigos bidimensionais permite que seja feita uma relação

entre o mundo real, em que o próprio código e o sujeito habitam, com as informa-

ções presentes no ambiente virtual, que dizem do ambiente real, porém de uma ma-

neira própria virtual.

Estas relações entre os diferentes espaços que habitamos, sejam eles reais ou vir-

tuais, permitem que possamos nos revelar como seres híbridos, que transitamos em

ambientes diferentes no mesmo espaço temporal, sem que percamos nossos víncu-

los, reais ou virtuais. Passamos a deixar de lado as terminologias que selecionam e

separam tempos e espaços, nos permitimos viver em um local híbrido, de conceitos

e de terminologias, que buscam abarcar todas as experiências que vivemos cotidia-

namente.

Os processos de interatividade, que se tornam cada vez mais presentes no contexto

contemporâneo, dão abertura e liberdade ao sujeito observador, há uma relação de

aproximação e dependência entre ambos e que Valente (2008) explica como uma

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hibridação interformativa, ou seja, é o processo híbrido que acontece a partir de

obras produzidas em procedimentos colaborativos e cooperativos, os sujeitos intera-

tores são tão importantes quanto o próprio artista, pois somente a partir deles e da

sua capacidade e interesse de interação é que a obra acontece, sem seu papel ela

apenas existe, sem conseguir instaurar-se como tal. Este tipo de hibridação inter-

formativa faz alusão também à ação de autoria colaborativa, pois o fato de distintas

pessoas colaborarem com o processo de criação e de construção do projeto são

também atos híbridos, que relacionam diferentes referenciais e sujeitos. Desta ma-

neira este processo de relação e hibridação interformativa não acontece somente no

âmbito tecnológico e de cunho interativo, mas também no contexto artístico contem-

porâneo onde existe uma relação de troca entre as obras e os observadores e tam-

bém entre os próprios observadores e colaboradores dos projetos, é necessário que

aconteça uma experiência e uma fruição, um momento de ir e vir entre o sujeito, a

obra e as experiências artísticas que acontecem a partir destas relações.

Hibridizar identidades, compartilhar a autoria e construir de maneira coletiva vem ao

encontro do que Silva (2000) define como hibridismo quando menciona a combina-

ção de identidades culturais que resultam em grupos renovados, estes se reforçam a

partir das somas, construindo novos e amadurecidos projetos.

Sandra Rey (2012) relaciona os processos híbridos contemporâneos ao que menci-

ona como modus operandi e explica que esta definição é na verdade um cruzamento

onde os artistas devem proceder de maneira aberta sabendo lidar com os dados que

a cultura contemporânea dispõe. Podemos entender que nestes dados estão incluí-

dos também os sujeitos interatores, os também autores, porém desconhecidos que

farão parte das obras a partir de sua relação com as mesmas. O artista, assim como

sua obra, passa a ser um sujeito híbrido que, com base nas construções coletivas

proporcionadas por ele aos observadores e espectadores, ele próprio se reconstrói,

utilizando-se deste repertório criado e construído, hibridiza-o aos seus repertórios de

vida que embasam suas obras e projetos, assim cria sempre algo novo que é cons-

truído a partir do que foi hibridizado ao passado.

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ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO

Mariana Binato de Souza / PPGART – Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria Comitê de Poéticas Artísticas

Tomando por base esta hibridação a partir do coletivo podemos perceber que a arte,

dependente da interação, possui resultados imprevisíveis, em cada ambiente exposto,

a cada público com que se relaciona criará sempre novas consequências, tanto à pró-

pria obra quanto ao artista e aos observadores. A interatividade promove uma capaci-

dade de renovação constante tendo em vista que não causarão as mesmas reflexões,

não serão vistas pelas mesmas pessoas, não possuem um manual de como interpre-

tá-la, mas sim possuem lacunas que dão liberdade para serem preenchidas.

Criar a partir da tecnologia aliada à autoria compartilhada revela a força que os pro-

cessos híbridos possuem dentro do contexto artístico contemporâneo e pós-

moderno, percebemos que os antigos ideais de pureza foram consumidos pelas al i-

anças criadas pelos desiguais. Na arte hibridizar e colaborar passou a significar mais

somas e trocas do que rupturas ou desqualificação, permitindo que haja influências

e que os saberes sejam coletivos, não mais somente individualizados adquirimos e

dividimos conhecimento científico, tecnológico e habilidades interdisciplinares que

irão construir em cada sujeito subjetividades individuais que só são permitidas aos

que possuem a oportunidade deste tipo de vivência.

Referências

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ATUAÇÕES ARTÍSTICAS HÍBRIDAS E COLETIVAS NO ESPAÇO URBANO

Mariana Binato de Souza / PPGART – Universidade Federal de Santa Maria Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi / Universidade Federal de Santa Maria Comitê de Poéticas Artísticas

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Mariana Binato de Souza

Graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM – RS), Espe-cialista em Design de Superfície UFSM, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (UFSM), linha de pesquisa Arte e Tecnologia, Bolsista CAPES. Reinilda de Fátima Berguenmayer Minuzzi

Professora da UFSM (RS). Formação em Artes Visuais e Design; Especialização em Design de Superfície; Mestrado/Doutorado Gestão do Design/Engenharia de Produção (UFSC/SC).