atrás da máscara o teatro na lusofonia mafalda …³rio...Índice introduÇÃo 1 i - a entidade 3...
TRANSCRIPT
Atrás da Máscara – O Teatro na Lusofonia
Mafalda Sofia Teixeira Simões
Abril, 2015
Relatório de Estágio de Mestrado em Ciências da Comunicação
Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à
obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação realizado sob a orientação
científica da Professora Cláudia Madeira e sob a co-orientação científica do Professor
Alberto Arons de Carvalho.
"A realidade é que o rádio apaixona e muita das vezes, vicia. É uma paixão
deslumbrante, alucinante, é um casamento feliz."
António Paiva Rodrigues, Sua Excelência, O Rádio (2009)
AGRADECIMENTOS
Muito obrigada pelo apoio, vão estar sempre presentes no meu pensamento,
Professora Cláudia Madeira, Professor Alberto Arons de Carvalho, João Costa Dias,
Cristina Magalhães, Paula Borges, Maria do Rosário da Cruz, Maria José Teixeira,
Sérgio Palmeiro e Telma Rita.
TÍTULO: Atrás da Máscara – O Teatro na Lusofonia
AUTOR: Mafalda Sofia Teixeira Simões
RESUMO: Este relatório pretende afirmar o trabalho desenvolvido pelo jornalista João
Costa Dias sobre o seu programa na RDP África, Atrás da Máscara - O Teatro na
Lusofonia. O trabalho encontra-se dividido em três fases. Na primeira, desenvolve-se
uma contextualização da RDP África e do Programa Atrás da Máscara – O Teatro na
Lusofonia. Numa segunda fase, apresentam-se as funções realizadas durante o estágio e
a estrutura do programa. E, para finalizar, na terceira fase procura-se responder às
questões que foram surgindo no decorrer do estágio, de que forma se poderá projetar a
visibilidade do Teatro na Rádio e as dificuldades em divulgar o Teatro Africano na
Rádio.
PALAVRAS-CHAVE: Lusofonia, Teatro, Rádio, Comunicação Lusófona, RDP
África, Língua Portuguesa.
TITLE: Behind the Mask - The Theatre in Lusophone
AUTHOR: Mafalda Sofia Teixeira Simões
ABSTRACT: This report aims to show the work of the journalist João Costa Dias on
his program in the RDP Africa, Behind the Mask - The Theatre in Lusophone. The work
is divided into three phases. At first is developed a contextualization of the RDP Africa
and the Behind the Mask - The Theatre in Lusophone. In a second phase, we present the
functions performed during the internship and the structure of the program. And finally,
the third phase seeks to answer the questions that arose during the internship, how can
we project the visibility of the Theater on the Radio and the difficulties to disclose the
African Theater on the Radio.
KEYWORDS: Lusophone, Theatre, Radio, Lusophone Communication, RDP Africa,
Portuguese Language.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 1
I - A ENTIDADE 3
I.1. - RDP África ........................................................................................................... 3
I.2 – Programa Atrás da Máscara – O Teatro na Lusofonia ......................................... 5
II - O ESTÁGIO NO ATRÁS DA MÁSCARA - O TEATRO NA
LUSOFONIA 6
II.1. - Funções realizadas durante o estágio .................................................................. 6
II.2. - Estrutura do Programa ........................................................................................ 9
III - A TEORIA 10
III. 1. Porque é que existe dificuldade em divulgar Teatro na Rádio?........................ 10
III.2. Porque é que existe dificuldade em divulgar o Teatro Africano em Portugal? . 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS 15
BIBLIOGRAFIA 16
WEBGRAFIA 16
ANEXOS 19
ANEXO I – Lançamentos de entrevistas .................................................................... 19
ANEXO II – GRÁFICOS 25
II.1. Estrutura do Programa ......................................................................................... 25
II.2. Divulgação em Portugal ...................................................................................... 26
II.3. Divulgação nos Países de Língua Portuguesa ..................................................... 27
1
INTRODUÇÃO
Em 1863, James Clerk Maxwell (1831-1879) teorizou sobre a existência de
ondas eletromagnéticas. Após a sua morte, Henrich Rudolph Hertz (1857-1894) testou a
sua teoria e descobre as ondas eletromagnéticas que a eletricidade produz ao viajar pela
atmosfera.
Guglielmo Marconi (1874-1937) ao verificar as descobertas de Henrich Hertz
criou um sistema de comunicações que veio a ter diversas denominações ao longo do
tempo a que chamou Telegrafia sem fios, Código Morse, Telefonia sem Fios e
finalmente Rádio (Hand e Traynor, 2011).
Rapidamente as telefonias sem fios se difundem por todas as casas, fazendo
parte da vida de muitas famílias. Inicialmente com poucas horas de emissão, estas
emissões vão aumentando de duração de acordo com os interesses da população. As
preferências à época são a música, os jornais informativos e as notícias desportivas
(Hand e Traynor, 2011), permanecendo até à atualidade.
Entre 1927 e 1932, Bertolt Brecht escreve a sua Teoria da Rádio, onde defende
que a rádio é um media cuja potencialidade máxima é fazer participar o ouvinte,
permitindo assim uma maior liberdade de expressão. Brecht pretendia criar uma
consciência política no ouvinte, criando uma rádio para toda a população. Entendia que
todos temos o direito de ouvir e de nos expressarmos livremente. (Bassets, 1981).
Em 1933, Adolf Hitler começa a utilizar a rádio a seu favor, com agressivas
propagandas políticas justificando as ações terroristas em benefício do povo Alemão.
Em 1934, após a sua eleição, Franklin Delano Roosevelt utiliza a rádio e o seu
programa Conversas à Lareira para espalhar esperança e empatia pela população a seu
favor.
Em 1938, Orson Welles, apresenta aos Americanos a peça radiofónica A Guerra
dos Mundos, provocando o pânico sobre uma suposta invasão de extra-terrestres na
Terra.
Em 1940, Winston Churchill utiliza também a rádio para discursos políticos no
decorrer da Segunda Guerra Mundial.
2
Entre 1940 e 1970, em Portugal, surge o Teatro Radiofónico que se torna o
divertimento e o interesse diário das famílias portuguesas, meio essencial de divulgação
cultural.
E atualmente, em 2014, temos um único programa de rádio cuja programação se
centra exclusivamente na divulgação de espetáculos, festivais e exposições de Teatro
dos Países de Língua Portuguesa. Chama-se Atrás da Máscara - O Teatro na Lusofonia
e tem emissão na RDP África.
A Rádio não é um mero lugar de transmissão de mensagens, é um lugar onde o
ouvinte pode participar com a sua imaginação, sendo que quando se apresentam
criações ficcionais, como o teatro radiofónico, há uma co-criação onde o ouvinte
participa com a sua imaginação. Quando juntamos o teatro e a rádio tornamos a
experiência potencialmente enriquecedora. Durante os três meses em que estive a
estagiar na RDP África apreendi que é necessário ter especial atenção à forma como
escrevemos. Na verdade estamos a escrever para o ouvinte, que só nos ouve, pelo que
temos que recorrer à sua imaginação.
Inicio com o enquadramento organizacional da RDP – Rádiodifusão Portuguesa
e da RDP África, terminando com a descrição do programa Atrás da Máscara.
Neste relatório, descrevo o processo de aprendizagem e de crescimento pessoal e
profissional que alcancei, acrescentando-lhe uma reflexão final sobre as dificuldades
encontradas.
Aqui relato a minha extraordinária passagem pela redação da RDP África e pelo
programa e termino com a tentativa de responder às questões que me surgiram durante o
processo de estágio: Porque é que existe dificuldade em divulgar Teatro na Rádio?
Porque é que existe dificuldade em divulgar o Teatro Africano em Portugal?
3
I - A ENTIDADE
I.1. - RDP África
A RDP – Rádiodifusão Portuguesa1 surge como herdeira da Emissora Nacional
de Radiodifusão, criada em 1935 que, transmitia para todo país e também para os
territórios ultramarinos.
Em 1976, a Emissora Nacional e as rádios nacionalizadas em Dezembro de
1975, incluindo a Rádio Clube Português, adotam a designação de RDP, Rádiodifusão
Portuguesa, prestando o serviço público de rádio com emissores em onda média e em
frequência modulada. Nesta altura, tínhamos quatro canais nacionais, três regionais para
o Continente e dois regionais para as ilhas, Madeira e Açores – RDP Norte, RDP
Centro, RDP Sul, RDP Madeira, RDP Açores - e ainda as emissões internacionais de
onda curta. Era seu objetivo difundir uma programação de referência, que preenchesse
as necessidades dos diversos públicos, visando a divulgação da língua e cultura
portuguesas.
Em 1988, a RDP começa a utilizar o sistema RDS - Radio Data System. E
começa a fazer as primeiras emissões via satélite com a colaboração da Radio France2.
Em 1992, a RDP e a Rádio Renascença utilizam, pela primeira vez, satélites de
radiodifusão - serviço telefónico da INMARSAT.
Em 1994, através do Decreto-Lei n.º 2/94, de 10 de Janeiro3, a RDP torna-se
uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com a designação RDP -
Radiodifusão Portuguesa, S. A.
Em 2000, a RDP, RTP e a Agência LUSA passam a fazer parte da sociedade
anónima de capitais exclusivamente públicos chamada "Portugal Global, SGPS, S.A."
que seria contudo extinta em 2003.
Com a Lei n.º 32/2003 de 22 de Agosto4, a RDP e a RTP fundem-se numa só
empresa, que passa a chamar-se Rádio e Televisão de Portugal, S. A. 1Ensina RTP, Academia RTP (2012). A história da Rádio em Portugal. Acedido em 19 de Agosto de
2014, em: www.ensina.rtp.pt/artigo/a-historia-da-radio 2Gabinete para os meios de Comunicação Social (2014). Breve Retrospetiva Histórica. Acedido em 19 de
Agosto de 2014, em: www.gmcs.pt/pt/breve-retrospetiva-historica-20130314-115310 3Diário da República - I Série-A (1994). Decreto-Lei nº. 2/94 de 10 de Janeiro. Acedido em 19 de Agosto
de 2014, em: www.dre.pt/pdf1s/1994/01/007A00/00900094.pdf
4
Atualmente, a RDP está sedeada na Avenida Marechal Gomes da Costa, 37 em
Lisboa. Agrupa diversos canais: Antena 1, criada em 1935, a antiga Emissora Nacional,
é o primeiro canal da estação, de teor predominantemente informativo; a Antena 2,
criada em 1976, é um canal cultural; a Antena 3, criada em 1994 tem como principal
objectivo uma programação para os públicos jovens; a RDP Internacional para os
portugueses no estrangeiro; a RDP África, criada em 1995, destinada aos países
lusófonos; a Antena 1 – Madeira destinada aos madeirenses; Antena 3 - Madeira
destinada aos jovens daquela região autónoma; e a Antena 1 – Açores, destinada aos
açorianos5. A RDP ainda disponibiliza as rádios online que se encontram em
www.rtp.pt/radio - Rádio Lusitana, Antena 3 Rock, Antena 3 Dance, Antena 1 Vida,
Antena 1 Fado, Antena 2 Opera, Antena 1 Rádio Nacional, Rádio Vivace e Rádio
Mundial6. Em www.rtp.pt/play são disponibilizados vários programas de rádio em “on-
demand” e em “podcast”7.
As fontes de financiamento da RTP (e consequentemente da RDP) têm sido a
contribuição para o audiovisual, cobrada nas faturas de eletricidade, o financiamento do
Estado, feito através de indemnizações compensatórias inscritas anualmente no
Orçamento do Estado pelo serviço público prestado e a publicidade comercial e os
patrocínios.
A RDP África emite em FM, a partir de Lisboa na frequência 101.5 MHz, e para
Coimbra e Faro, para os países africanos de Língua Portuguesa a emissão segue via
satélite assegurando a cobertura de Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé
e Príncipe e Angola, onde é captada pelas ondas FM desses países. Pode ser recebida
via satélite noutros locais de África e está disponível online através de
www.rtp.pt/rdpafrica
A RDP África destaca-se pelos seus espaços informativos, de debate, de
interatividade, de cultura e de desporto, assumindo dois objetivos fundamentais:
informar os Países Lusófonos sobre o que ocorre em Portugal e informar os portugueses
sobre o que ocorre nos Países Lusófonos. No que respeita à música emitida, destaca-se a
4Gabinete para os meios de Comunicação Social (2014). Lei n.º 32/2003, de 22 de Agosto - Lei da
Televisão (Revogada). Acedido em 19 de Agosto de 2014, em: www.gmcs.pt/pt/lei-n-322003-de-22-de-
agosto-lei-da-televisao-revogada-com-excepcao-dos-artigos-4-e-5 5Estações de Rádio de Lisboa (2014). Acedido em 19 de Agosto de 2014, em:
www.radioinforma.no.sapo.pt/elisboa.htm 6 www.rtp.pt/radio/ (Acedido em 19 de Agosto de 2014). 7 É a difusão de programas áudio ou vídeo que foram transmitidos e ficam armazenados em arquivo no
servidor interno da RTP e que nos são disponibilizados a partir do site www.rtp.pt/play
5
africana mas há espaço para a música de outras origens, nomeadamente, música
portuguesa, brasileira e latino-americana. Tendo uma emissão diária de 20 horas8.
I.2 – Programa Atrás da Máscara – O Teatro na Lusofonia
Atrás da Máscara é o único programa radiofónico de divulgação exclusiva de
Teatro Lusófono existente em Portugal. Com uma duração máxima de vinte e seis
minutos, a emissão vai para o ar todas as quartas-feiras após o jornal informativo das
13h00, com repetição às 19h30. A ideia de criar o programa surge no Festival de Teatro
de Almada em 2007. Nesse ano, a 8 de Junho, foi transmitido diretamente do Teatro
Municipal de Almada o programa Debate Africano, uma emissão totalmente dedicada
ao Teatro. E foi neste momento que se tornou evidente a necessidade de oferecer à
população portuguesa e aos restantes países lusófonos um programa dedicado
exclusivamente ao Teatro (Dias, 2010, p.55).
Depois do sucesso desta emissão, João Costa Dias enviou ao então Diretor da
RDP África, Jorge Gonçalves, a proposta de criação de um programa sobre Teatro no
espaço lusófono. Este projeto foi idealizado por João Costa Dias e por Rodrigo
Francisco, que em 2007 era Assessor de Imprensa e atualmente é Diretor Artístico do
Teatro Municipal Joaquim Benite. A proposta é aprovada oito meses depois. A primeira
emissão do programa acontece a 20 de Fevereiro de 2008 pelas 23h00.
O programa tem como missão dar voz às estruturas teatrais, que têm meios
insuficientes de divulgação ou não são suficientemente destacadas na comunicação
social. Visa também, dar a conhecer o teatro dos países lusófonos - Angola, Brasil,
Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste
- divulgando os festivais, as estruturas culturais, os espetáculos, os criadores e os atores
de cada País.
O nome Atrás da Máscara foi escolhido para «sublinhar a importância da
máscara na génese do Teatro Africano», sendo «também um elemento comum no
Teatro ocidental – desde a Antiga Grécia à Commedia dell'arte» (Dias, 2010, p.56).
A escolha deste título mostra a sua missão:
8RDP África (2014). Perfil da Estação. Acedido em 20 de Agosto de 2014, em:
www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?article=10&visual=1&headline=12&lyt=8&tm=7
6
«Por um lado, divulgar as atividades teatrais de companhias e grupos dos
diferentes países lusófonos, para que o público possa, assim, a elas aceder diretamente
e, por outro, dar conta das preocupações e problemas concretos que se colocam aos
profissionais das artes performativas desses países.» (Dias, 2010, p.56).
II - O ESTÁGIO NO ATRÁS DA MÁSCARA - O TEATRO NA
LUSOFONIA
II.1. - Funções realizadas durante o estágio
O jornalista e meu orientador João Costa Dias é o criador e responsável pelo
programa Atrás da Máscara e também o editor do jornal informativo da RDP África das
11h00 às 14h00. A sua equipa é constituída por quatro jornalistas que o ajudam na
edição informativa. Fui muito bem recebida e acolhida por duas jornalistas da sua
equipa, Cristina Magalhães e Paula Borges. Ambas transmitem segurança, força,
destreza e inteligência.
As minhas tarefas foram atribuídas gradualmente. Na primeira semana, fiz todo
o rastreio de espetáculos em Portugal e nos Países de Língua Portuguesa. Na segunda
semana, verifiquei que não existia uma base de dados, mas uma velha agenda pessoal
com todos os contactos. Com o objetivo de alcançar um fácil e rápido acesso aos
contactos, sugeri de imediato a criação de uma base de dados online na drive do Gmail.
A escolha da drive do Gmail foi a melhor opção, pois o jornalista faz todos os contactos
relacionados com o programa através do seu email [email protected] e recebe
através dele, os press releases, as convocatórias para os ensaios de imprensa, as
propostas de entrevistas e pedidos de apoio, enviados pelas companhias de teatro que,
na sua maioria, são portuguesas.
Para a preparação das entrevistas recorri à minha experiência profissional em
assessoria de imprensa de teatro, o que claramente me ajudou nas rápidas pesquisas e na
preparação para o programa. Recorri também à recente experiência que tinha adquirido
e refinado nas primeiras duas semanas de estágio, à minha curiosidade e à busca pela
clareza da informação. No primeiro mês de estágio, desenvolvi funções de assistente de
programa dando apoio na produção, desde o agendamento à preparação de entrevistas, à
7
entrada de convidados na RTP, à receção dos convidados e ao acompanhamento das
entrevistas em estúdio.
Rapidamente verifiquei que existe pouca divulgação de espetáculos dos Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa no programa, pois estes exigem uma maior
pesquisa e um contacto prévio com os responsáveis das Companhias para confirmação
de datas. Só após estas validações é que se procede ao agendamento da entrevista em
estúdio. A maior parte das Companhias Africanas utiliza regularmente o facebook para
divulgar os espetáculos. As companhias que têm sites ou blogs não os atualizam com a
mesma regularidade, existindo mesmo alguns com publicações que deixaram de ser
atualizados há mais de um ano. O envio de press releases para a comunicação social,
neste caso para o programa, é inexistente. Concluí rapidamente que o telefone e, por
vezes, o facebook são as melhores formas de os contactar e de sabermos quais serão os
próximos espetáculos.
No segundo mês de estágio, tornei-me independente, contribuindo para o
programa de forma produtiva e assertiva na sugestão de convidados e de espetáculos a
divulgar. Tive dois dias de formação na aplicação DALET Plus, num dos estúdios de
Rádio reservados para a RDP África, com a jornalista Cristina Magalhães. Esta
aplicação permite gravar as entrevistas dos convidados que recebemos em estúdio e dos
convidados designados de “híbridos”, convidados que estão fora de Portugal ou que não
tem disponibilidade de estar no estúdio em Lisboa e estão no estúdio do Porto. Nestes
casos, entramos nós em contacto telefónico com eles. Esta aplicação permite ainda, após
a gravação, cortar/editar os melhores excertos e melhorar a sonoridade da entrevista. No
segundo dia de formação no DALET, com supervisão de Cristina Magalhães, fiz a
minha primeira entrevista, a uma convidada “híbrida” de contacto internacional para o
Brasil. Entrevistei a Diretora do FESTLIP, Festival de Teatro da Língua Portuguesa,
Tânia Pires sobre o lançamento do novo site de dramaturgia de Língua Portuguesa.
Após o sucesso da primeira entrevista, a jornalista Cristina Magalhães indicou ao meu
orientador que consegui ser independente na aplicação e na condução da entrevista.
Nesse dia, João Costa Dias dá-me autonomia de decisão tanto na escolha de perguntas
para as entrevistas, como na escolha de convidados. Tenho apenas uma única regra: só
posso editar para o programa, no máximo e com raras exceções, de cada uma das
entrevistas, um minuto e cinquenta segundos de excertos sonoros. E é-me designada
mais uma função: fazer o lançamento das entrevistas, que será lido e gravado
8
posteriormente em voz off por João Costa Dias, que é também quem edita a versão
final, versão que entra em emissão todas as quartas-feiras com cerca de vinte e seis
minutos.
O programa tem uma preparação antecipada de quinze dias para os convidados
“híbridos” internacionais e de uma semana para os convidados nos estúdios de Lisboa
ou do Porto. As minhas primeiras entrevistas foram feitas a 12 de Novembro à Diretora
do FESTLIP, Tânia Pires, ao Diretor do Teatro Viriato, o português Paulo Ribeiro, e ao
encenador cabo-verdiano Jorge Martins, que podem ser ouvidas na emissão de 26 de
Novembro de 20149. A partir deste momento comecei a trabalhar como jornalista
juntamente com João Costa Dias na elaboração do programa, mas, a minha voz não
podia aparecer no programa por não possuir carteira profissional de jornalista.
Seguiram-se as entrevistas: ao angolano Pedro Nhanga, coordenador do Grupo
Vozes de África, sobre o espetáculo a Dama do Canal parte I e II e ao moçambicano
Alvim Cossa, coordenador do GTO-Maputo10, sobre o debate nacional que está a ser
programado em várias regiões de Moçambique sobre a usurpação de terras, e também
sobre a participação do espetáculo Wansati11 no VI Festival Internacional de Teatro do
Oprimido, VI Muktadhara 2014 em Calcutá, que podem ser ouvidas na emissão de 3 de
Dezembro de 201412; ao angolano Flávio Ferrão, coordenador do Grupo Henrique
Artes, sobre o espetáculo Hotel Komarka, escrito e encenado por este, que pôde ser
ouvida na emissão de 10 de Dezembro de 201413; ao português Paulo Cardoso, um dos
fundadores do Grupo Anzol Castiço, sobre o espetáculo a História de uma Gaivota e do
Gato que a ensinou a Voar! de Luís Sepúlveda, que pôde ser ouvida na emissão de 10
de Dezembro de 201414; ao encenador moçambicano Gilberto Mendes, coordenador da
companhia de Teatro Gungu, sobre os espetáculos Sexo Fraco e Com quem fica a casa
do Papa, que pôde ser ouvida na emissão de 17 de Dezembro de 201415; ao português
Diogo Consciência, ator do Grupo Anzol Castiço, sobre o espetáculo a História de uma
9Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 26 de Novembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e173873/atras-da-mascara 10Grupo de Teatro do Oprimido de Moçambique. 11Wansati, significa mulher na língua portuguesa. 12Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 3 de Dezembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e174643/atras-da-mascara 13Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 10 de Dezembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e175370/atras-da-mascara 14Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 10 de Dezembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e175370/atras-da-mascara 15Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 17 de Dezembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e176165/atras-da-mascara
9
Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar! de Luís Sepúlveda, que pôde ser ouvida na
emissão de 17 de Dezembro de 201416; aos portugueses Cristina Faria e Carlos Queiroz
sobre a exposição O Nacional está a arder!; à atriz portuguesa Catarina Vieira sobre o
espetáculo Ex-Maquina e ao moçambicano Sérgio Mabombo sobre o espetáculo A Nova
Aragem, que podem ser ouvidas na emissão de 7 de Janeiro de 201517. (Anexo 1)
Acompanhei ainda os ensaios de imprensa, no Teatro Nacional D. Maria II em
Lisboa, na Sala Garret, o espetáculo O Avarento de Molière uma encenação do
angolano Rogério de Carvalho, e, na Sala Estúdio, o espetáculo Radiografia de um
Nevoeiro Imperturbável a partir da obra Príncipe Bão de Fernando Augusto, uma
criação e direção do português Daniel Gorjão. No Teatro da Politécnica, Sala Principal,
Rapsódia Batman um espetáculo d'os Possessos com texto e encenação do português
João Pedro Mamede. No Teatro Municipal Joaquim Benite em Almada, na Sala
Principal, Kilimanjaro a partir de Ernest Hemingway com dramaturgia e encenação do
português Rodrigo Francisco. No Teatro Aberto, na Sala Azul, Amor e Informação de
Caryl Churchill uma encenação do português João Lourenço.
Preparei também as entrevistas feitas por João Costa Dias à atriz portuguesa
Carla Galvão e à atriz portuguesa Crista Alfaiate, ao ator português Diogo Dória, ao ator
angolano Carlos Paulo, ao ator e encenador angolano Karas, ao ator e diretor artístico do
Teatro Extremo, o português Fernando Jorge Lopes e ao ator e encenador do Limiar
Teatro, o galego Fran Nunez.
II.2. - Estrutura do Programa
Em 2008, foi utilizada uma estrutura simples de organização de informação. Nas
primeiras emissões, eram apenas divulgados os espetáculos com as informações dos
horários, locais e sinopses.
Em 2014, o programa encontra-se dividido em três partes: as entrevistas, os
excertos sonoros e a agenda.
16Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 17 de Dezembro de 2014.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e176165/atras-da-mascara 17Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 7 de Janeiro de 2015.
Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p509/e178130/atras-da-mascara
10
O primeiro dá destaque ao encenador/ ao ator/ ao coordenador do projeto, o
segundo destaca a sonoridade do espetáculo e o terceiro divulga as informações gerais,
tais como o nome do espetáculo, o local, o horário, a sinopse e a ficha técnica.
Dos programas de 1 de Outubro de 2014 a 7 de Janeiro de 2015, analisei os
entrevistados, os excertos sonoros e as agendas divulgadas (Anexo2). Pude constatar
que os espetáculos mais divulgados ocorrem maioritariamente na Grande Lisboa e são
divulgados através da agenda. Em relação à divulgação dos espetáculos dos restantes
Países de Língua Portuguesa, pude constatar que nestes 13 programas analisados, em 9
programas são divulgados os espetáculos que decorrem em Moçambique através de
entrevista e através da agenda.
III - A TEORIA
III. 1. Porque é que existe dificuldade em divulgar Teatro na Rádio?
Em Portugal entre 1940 e 1970 surge o Teatro Radiofónico, emitido pela
Emissora Nacional com cobertura nacional, tornando-se o divertimento e o interesse
diário das famílias portuguesas, “uma tradição cultural destas gerações”, que tiveram
oportunidade de ouvir os clássicos da Literatura Portuguesa antes de surgir a televisão
em 1957. O Teatro Radiofónico tem como missão o entretenimento mas também o de
instruir, com mensagens de reflexão políticas e sociais.
Eduardo Street inicia o seu percurso profissional em 1953 na Rádio
Universidade e em 1958 na emissora nacional mais concretamente no Teatro
Radiofónico, produzindo «45 folhetins e mais de 500 peças de teatro de autores como
Gil Vicente, Luís de Camões, Lope de Veja, Garrett, Camilo Castelo Branco, Ferreira
de Castro, José Cardoso Pires, Vergílio Ferreira, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes,
Aristófanes, Shakespeare, Calderón de La Barca, Corneille, Molière, Racine, Marivaux,
Goldoni, Beaumarchais, Schiller, Pushkin, Kafka, Ibsen, Strindberg, Oscar Wilde,
Bernard Shaw, Tchekov, Pirandello, Federico García Lorca, Bertolt Brecht, Eugene
O'Neill, Tennessee Williams, Arthur Miller, Jean Anouilh, Beckett, Ionesco»18
18RTP (2011). O Teatro Imaginário renasce na Antena 2. Acedido em 15 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/antena2/index.php?article=411
11
Impulsionador do Teatro Radiofónico em Portugal reativa-o novamente em 1992
no Palácio de Fronteira com transmissão na Antena 2. Em 1997, estreia o programa
Teatro Imaginário também com emissão na Antena 2 direcionado para um público
jovem, com textos humorísticos no limiar do absurdo.19
Atualmente em 2015 a jornalista Anabela Luís continua a transmissão de Teatro
Radiofónico na Antena 2 através do programa Teatro sem Fios, mas sem emissões e
programação fixa20.
Em comparação à Rádio BBC que existe desde 1920 e transmite diariamente
Teatro Radiofónico na BBC Radio 4, na BBC Radio 3 e na BBC World Service,
disponibilizando a emissão semanal online no “iplayer rádio”21 e no “podcast service”22.
E nas suas rádios digitais a BBC Radio 7 e na BBC Radio 4 Extra. Portugal tem uma
programação escassa ou quase rara.
Infelizmente em Portugal ainda não temos as “companhias de teatro sonoras”
como a Chatterbox Audio Theater23, a Wireless Theatre Company 24e a Icebox Radio
Theater25 que disponibilizam através do site oficial a emissão ao vivo dos espetáculos
de Teatro Radiofónico e o download de emissões anteriores, tanto de autores
contemporâneos como de clássicos da literatura. Estas novas companhias sobrevivem
sem apoio financeiro do Estado ou de Mecenato optando por outras formas de
financiamento, tais como, os donativos através do site, o pagamento dos downloads,
vendendo CDs com os espetáculos integrais e T-Shirts (Hand e Trayner, 2011).
Vivemos num mundo em que a imagem e o som nos são oferecidos
constantemente tanto na televisão como na internet, mas é essencial termos não só a
música mas as áudio histórias para nos estimular a imaginação e a memória. Ao
ouvirmos rádio através da internet temos vantagens: não ficamos limitados nem aos
canais nem à programação das emissoras tradicionais; temos a liberdade de fazermos a
nossa programação e de ouvirmos várias rádios de vários países; temos a liberdade de
19RTP (2011). O Teatro Imaginário renasce na Antena 2. Acedido em 15 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/antena2/index.php?article=411 20RTP (2015). Teatro Sem Fios. Acedido em 15 de Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/play/p305/teatro-
sem-fios 21www.bbc.co.uk/iplayer (Acedido em 12 de Março de 2015) 22www.bbc.co.uk/podcasts/series/ptw (Acedido em 12 de Março de 2015) 23www.chatterboxtheater.org (Acedido em 12 de Março de 2015). 24www.wirelesstheatrecompany.co.uk (Acedido em 12 de Março de 2015). 25www.iceboxradio.org (Acedido em 12 de Março de 2015).
12
ouvirmos quando queremos e de pararmos quando necessitamos; e é educacional,
ouvimos textos de autores clássicos e contemporâneos (Crook, 1999).
É importante continuarmos a ter programas na Rádio como o Atrás da Máscara
que divulgam o nosso teatro, a nossa língua. Existir um programa que fala de teatro na
rádio é fundamental porque ninguém será excluído, todos poderemos ouvir, ricos e
pobres, iletrados e letrados, toda a população da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa. Estamos a falar de cerca de 244 milhões26 de possíveis ouvintes. O Teatro
na Rádio é imparcial, plural, democrático e de baixo custo de aquisição, sendo um dos
meios mais eficiente de divulgação cultural e social do mundo.
III.2. Porque é que existe dificuldade em divulgar o Teatro Africano em
Portugal?
Vejamos o caso de Moçambique e Angola: em Moçambique, a companhia
profissional de Teatro GunGu, formada em 1992, é uma das principais companhias de
teatro no panorama cultural moçambicano, com mais de 130 pessoas a trabalhar
regularmente. Com um espaço próprio - o Cine-Teatro Gilberto Mendes - o seu diretor
artístico e fundador é Gilberto Mendes, que também é ator, encenador e dramaturgo.
Idealizou uma companhia que servisse o povo moçambicano, um teatro que alerta a
população para as realidades urbanas nacionais e que representa as sinergias
moçambicanas. A Companhia de Teatro GunGu é também uma produtora audiovisual
com a Gungu Produções e produz séries de televisão e filmes para o cinema. A
companhia não possui financiamento do Estado, mas financiamento de mecenato. Vai
estabelecendo parcerias com empresas privadas, e obtêm ainda as receitas das
bilheteiras e das produções televisivas e cinematográficas (Azevedo, 2010). Ao
entrevistar Gilberto Mendes sobre o espetáculo Sexo Fraco e Com quem fica a Casa do
Papa, perguntei-lhe quando terminaria Com quem fica a Casa do Papa uma vez que
está em cena há 3 meses às sextas-feiras, sábados e domingos, sempre com lotação
esgotada. Gilberto Mendes respondeu-me: «regra geral preparamos as nossas peças para
durarem três meses mas acabam por ser seis meses, o público a pedir e a sala sempre
cheia, somos obrigados a estender o espetáculo» o encenador indicou também que a
26CPLP (2012). Estatísticas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Acedido em 12 de Março
de 2015, em: www.cplp.org/Files/Filer/cplp/12CPLP_2012_201307.pdf
13
companhia tem 175 atores e com espetáculos que duram seis meses alguns dos atores só
atuam de 3 em 3 anos.
Ainda em Moçambique, com um curriculum impressionante, um dos mais
recentes Grupos de Teatro, Lareira Artes surge em 2010 na cidade de Maputo sendo
atualmente o grupo com mais participações em festivais internacionais27: Festival
Teatro de Inverno, Festiluso, Festilip, Circuito de Teatro em Português, Periferias,
Elinga, Fenata e Cazenga e são premiados, Prémio Impacto no Festival Periferias 2012
(Portugal) e Melhor Espetáculo Estrangeiro em Festeca 2013 (Angola) com a peça
Cavaqueira do Poste de Sérgio Mabombo. Foram ainda vencedores do Prémio
Revelação do Festilip 2013 (Brasil) com o espetáculo Cinzas Sobre As Mãos de Laurent
Gaudé. Tem como fundador Sérgio Mabombo e co-fundador Diaz Santana. Ao longo
destes cinco anos o grupo tem conseguido protocolos com entidades de vários países,
como Chão de Oliva de Portugal e Associação Globo d’ Kulo de Angola. Sérgio
Mabombo escreveu três dos quatro textos representados, com temas atuais, como a crise
financeira e as relações entre a Europa e África. Em entrevista a Sérgio Mabombo sobre
o espetáculo A Nova Aragem, o seu último texto, indica-nos que «são retratados textos
atuais sempre de uma forma Moçambicana e Africana e com um pouco de comédia
passa-se a mensagem».
Em Angola, destacamos o Grupo Teatral Henrique Artes, que surgiu em 2000 no
colégio Henriques28 por Flávio Ferrão. O grupo tem cerca de 18 pessoas, é constituído
por estudantes e trabalhadores de diversas áreas, e possui um espaço de ensaios mas não
um espaço próprio de apresentações. Flávio Ferrão é diretor artístico, ator, encenador e
dramaturgo, escreve sobre os problemas da sociedade angolana de forma a alertar e
sensibilizar a população. É de destacar o Prémio Revelação do Festilip 2011 (Brasil),
com o espetáculo Hotel Komarka que também recebeu o Prémio Nacional de Cultura e
Artes de Angola 2012. Em Angola, destacamos também o coletivo Teatral Vozes de
África, fundado em 1998 com o objectivo de desenvolver as artes cénicas na província
de Huambo, que se encontra a 450 Km de Luanda. Tem desenvolvido na região a
produção de espetáculos e ações de formação para novas companhias, para novos atores
e campanhas de sensibilização para a população. O coordenador do coletivo é Pedro
Nhanga que, em entrevista, reforça os ideais do grupo: «temos a responsabilidade de
27Lareira Artes (2013). Quem Somos, Historial do Grupo. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
lareirartes.blogspot.pt/p/historial.html 28Colégio técnico, pré-universitário de Luanda.
14
levar a acção do teatro em Angola, para poder continuar a fomentar e a massificar as
artes cénicas na província de Huambo».
O que têm estas companhias africanas em comum? Que plano estratégico de
divulgação é utilizado por estas companhias? É o boca-a-boca, o facebook, um cartaz, o
envio de informação para a imprensa local, mas o melhor plano estratégico que possuem
é a cultura social de ir ao teatro todos os fins-de-semana, todas as semanas. Temos a
companhia de Teatro Gungu com temporadas de 6 meses, Lareiras Artes, Henrique
Artes e As Vozes de África com temporadas mais modestas que variam de 1 dia a uma
semana devido à falta de espaço próprio, mas todos eles têm salas esgotadas. O Teatro
Africano, profissional e amador, é feito para a sociedade, para a população, para a
Nação Africana, ambos têm a missão de transmitir uma mensagem social.
Pim e Kristensen indicam que «Um dos patrimónios mais ricos de cada povo é,
sem dúvida, a sua língua» (Pim e Kristensen, 2007, p.17). Na minha opinião, o
património mais rico de cada povo é o seu teatro, com a sua língua. Temos o exemplo
do Teatro Africano que utiliza o Teatro para fazer campanhas de sensibilização, criando
consciências coletivas de como se deve viver em sociedade e em democracia.
15
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foram três meses de enriquecimento profissional, de aprendizagem e de
descobertas radiofónicas.
O programa Atrás da Máscara tem 3 formas de divulgação: a emissão todas as
quartas-feiras depois do noticiário das 13h00, com repetição às 19h30; está disponível
na “RTP Play” e em “Podcast”; e é disponibilizada na sua página do Facebook. O que
poderíamos fazer para tornar o programa um sucesso de audiências? A resposta poderá
ser: “Variadíssimas coisas”, como pôr o jornalista a trabalhar exclusivamente para o
programa; aumentar a emissão para um diário, emitir entrevistas em direto e em
contacto telefónico com os ouvintes; criar uma interação direta com o público com a
oferta de convites, perguntar ao público quem querem ouvir e que perguntas devem os
jornalistas fazer aos convidados; aumentar a publicidade com protocolos com as
companhias de teatro, pedindo a divulgação do programa nos seus espaços; apostar na
comunicação Digital, Multiplataforma e Multimédia, através de Blogues, Facebook,
Twitter, E-mail, Sites, partilhas nos Blogues, partilhas no Facebook, partilhas no
Twitter, partilhas no E-mail, nos Jornais, na Televisão, nas Rádios, em Outdoors, em
Banners – de forma a alcançar uma maior divulgação do programa a nível regional,
nacional e internacionalmente (SILVA, 2013). E poderíamos ainda criar um site, desta
forma contribuíamos para, o serviço público da RDP, instruindo a sociedade,
apresentando novos autores portugueses e recordando os clássicos, gerar emprego com a
contratação de atores e escritores, e poderíamos ainda desenvolver protocolos com
escolas e faculdades, ajudando os alunos e os professores no esclarecimento de textos.
Estaríamos a fomentar o pensamento teatral, a nossa língua, o conhecimento
geral, estaríamos a formar novos públicos de teatro.
16
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Vera (2010). Moçambique em Cena: Nação, Género e
Modernidade no Teatro (Maputo 1992-2010). Universidade de Lisboa, Instituto de
Ciências Sociais, III Mestrado em Antropologia Social e Cultural. Disponível em:
http://hdl.handle.net/10451/6204
BRECHT, Bertolt. Teoria de la radio (1927-1932). In: BASSETS, Lluís (ed.).
De las ondas rojas a las radios libres. Barcelona, Gustavo Gili, 1981.
CROOK, Tim (1999). Radio Drama. Theory and Practice. London and New
York: Routledge.
DIAS, João Costa (2010). Sinais de Cena, APCT | Associação Portuguesa de
Críticos de Teatro, 14. Em rede | Atrás da Máscara: Unir povos através da rádio
(pp.55-58). Lisboa: Edições Húmus.
HAND, Richard J. and TRAYNER, Mary (2011). The Radio Drama Handbook.
Audio Drama in Context and Practice. New York and London: Continuum.
PIM, Joám Evans and KRISTENSEN, Bárbara (2007). Anuário Internacional de
Comunicação Lusófona 2007. Os Media no Espaço Lusófono. Fundamentos para um
sistema comunicacional lusófono, pp. 17-19. Coimbra: CECS/Pé de Página
SILVA, Dora Santos (2013). Storytelling no Jornalismo Cultural - Novos
modelos para contar estórias na era digital. Disponível em:
http://www.academia.edu/5147072/Storytelling_no_Jornalismo_Cultural_-
_Novos_modelos_para_contar_est%C3%B3rias_na_era_digital
WEBGRAFIA
CPLP (2012). Estatísticas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
Acedido em 12 de Março de 2015, em:
www.cplp.org/Files/Filer/cplp/12CPLP_2012_201307.pdf
Diário da República - I Série-A (1994). Decreto-Lei nº. 2/94 de 10 de Janeiro.
Acedido em 19 de Agosto de 2014, em:
www.dre.pt/pdf1s/1994/01/007A00/00900094.pdf
17
Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 26 de
Novembro de 2014. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p509/e173873/atras-da-mascara
Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 3 de
Dezembro de 2014. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p509/e174643/atras-da-mascara
Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 10
de Dezembro de 2014. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p509/e175370/atras-da-mascara
Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 17
de Dezembro de 2014. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p509/e176165/atras-da-mascara
Dias, João Costa e Simões, Mafalda (2014). Atrás da Máscara, emissão de 7 de
Janeiro de 2015. Acedido em 14 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p509/e178130/atras-da-mascara
Ensina RTP, Academia RTP (2012). A história da Rádio em Portugal. Acedido
em 19 de Agosto de 2014, em: www.ensina.rtp.pt/artigo/a-historia-da-radio
Estações de Rádio de Lisboa (2014). Acedido em 19 de Agosto de 2014, em:
www.radioinforma.no.sapo.pt/elisboa.htm
Gabinete para os meios de Comunicação Social (2014). Breve Retrospetiva
Histórica. Acedido em 19 de Agosto de 2014, em: www.gmcs.pt/pt/breve-retrospetiva-
historica-20130314-115310
Gabinete para os meios de Comunicação Social (2014). Lei n.º 32/2003, de 22 de
Agosto - Lei da Televisão (Revogada). Acedido em 19 de Agosto de 2014, em:
www.gmcs.pt/pt/lei-n-322003-de-22-de-agosto-lei-da-televisao-revogada-com-
excepcao-dos-artigos-4-e-5
RDP África (2014). Perfil da Estação. Acedido em 20 de Agosto de 2014, em:
www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?article=10&visual=1&headline=12&lyt=8&tm=7
RTP (2011). O Teatro Imaginário renasce na Antena 2. Acedido em 15 de
Janeiro de 2015, em: www.rtp.pt/antena2/index.php?article=411
18
RTP (2015). Teatro Sem Fios. Acedido em 15 de Janeiro de 2015, em:
www.rtp.pt/play/p305/teatro-sem-fios
Lareira Artes (2013). Quem Somos, Historial do Grupo. Acedido em 14 de
Janeiro de 2015, em: lareirartes.blogspot.pt/p/historial.html
19
ANEXOS
ANEXO I – Lançamentos de entrevistas
1. Programa de 26 de Novembro de 2014 - Lançamento da entrevista à
Diretora do FESTLIP Tânia Pires sobre o lançamento do site de dramaturgia de
Língua Portuguesa:
No Brasil, na edição deste ano do FESTLIP, Festival de Teatro da Língua
Portuguesa, foi lançado o site portaldelip.com.
Este projeto tem como objectivo disponibilizar textos dramatúrgicos e aproximar
os países da CPLP, a comunidade de países de língua portuguesa.
Tânia Pires, a diretora do FESTLIP, falou sobre esta iniciativa, agora
disponibilizada.
(áudio)
Tânia Pires diretora artística do FESTLIP e de Talu Produções lançou o site
portaldelip.com que disponibiliza textos de teatro em Língua Portuguesa de todos os
países da CPLP.
2. Programa de 26 de Novembro de 2014 - Lançamento da entrevista ao
Diretor do Teatro Viriato Paulo Ribeiro sobre o Projeto K Cena:
Em Viseu,
Estão abertas as inscrições para a próxima edição do K Cena – Projeto Lusófono
de Teatro Jovem, promovido pelo Teatro Viriato, em parceria com o Teatro Vila Velha
do Brasil e Centro Cultural Português/ Pólo do Mindelo de Cabo Verde.
Nesta quarta edição do K Cena o atrás da máscara falou com Paulo Ribeiro
idealizador do projeto e diretor artístico do Teatro Viriato.
(pausa – áudio)
As inscrições estão abertas só até dia 1 de Dezembro.
20
3. Programa de 26 de Novembro de 2014 - Lançamento da entrevista ao
encenador Cabo-Verdiano Jorge Martins sobre os últimos espetáculos de 2014 em
Cabo Verde:
E na Ilha de São Nicolau, em Cabo-Verde.
Vai estar o grupo juventude em marcha de santo Antão, Jorge Martins o
coordenador falou dos espetáculos que apresenta sábado e domingo, inseridos nas
Festas do Município.
(áudio)
O grupo juventude em marcha que se desloca esta semana a São Nicolau.
4. Programa de 17 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista ao
encenador Moçambicano Gilberto Mendes sobre os seus dois últimos espetáculos
que estão em cena no Cine-Teatro Gilberto Mendes:
E em Maputo, no Cine-Teatro Gilberto Mendes.
Já estreou a nova produção da companhia de Teatro GunGú, SEXO FRACO, um
espetáculo sobre as mulheres, como refere Gilberto Mendes.
(áudio)
E com lotação esgotada continua, COM QUEM FICA A CASA DO PAPA, um
espetáculo para assistir em família como disse Gilberto Mendes ao Atrás da Máscara.
(áudio)
Espetáculo em representação em Maputo no Teatro Gilberto Mendes.
5. Programa de 3 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista ao
Angolano Pedro Nhanga coordenador do Coletivo teatral As Vozes de África:
Em Angola, no Centro Cultural da Caála, Município de Huambo.
O Grupo Vozes de África, apresenta a DAMA DO CANAL, partes 1 e 2.
Pedro Nhanga o coordenar do grupo, descreveu ao Atrás da Máscara...a vida do
jovem casal, retratado no espetáculo.
21
(áudio)
No próximo fim-de-semana às 19h00, no Centro Cultural da Caála, Município
de Huambo.
6. Programa de 3 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista ao
Moçambicano Alvim Cossa coordenador do GTO-Maputo sobre o debate nacional
que estão a preparar em várias regiões de Moçambique sobre a usurpação de
terras e sobre a participação no VI Festival Internacional de Teatro do Oprimido,
VI Muktadhara 2014 em Calcutá.
Em Moçambique, o GTO-Maputo está desde dia 1 de Dezembro, dia
internacional de luta contra a sida, com um debate de combate à usurpação de terras.
O Atrás da Máscara falou com Alvim Cossa, coordenador do GTO- Maputo
sobre esta grande produção comunitária e outras.
(áudio)
Mas o GTO Maputo vai também à Índia, a Calcutá, onde se Realiza o sexto
festival internacional de Teatro do Oprimido, sexto Muktadhara 2014.
Alvim Cossa fala sobre a participação do GTO-Maputo em Calcutá.
(áudio)
Grupo de Teatro do Oprimido de Maputo amanhã na Índia.
7. Programa de 10 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista a
Flávio Ferrão coordenador do Grupo Henrique Artes sobre o espetáculo Hotel
Komarka, escrito e encenado por este.
Em África em Angola o Grupo Teatral Henrique Artes em Luanda apresenta.
Hotel Komarka de Flávio Ferrão, dirigido a toda a comunidade, com a missão de
sensibilizar e alertar contra a violência.
Flávio Ferrão falou com o Atrás da Máscara sobre a ideia e conceção de Hotel
Komarka.
(áudio)
22
Hotel Komarka Espetáculo revelação em 2011 no FESTLIP, Festival de Teatro
da Língua Portuguesa no Rio de Janeiro
(áudio excerto sonoro)
Sábado e domingo às 20h00, na LAASP, ex liga Africana.
8. Programa de 10 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista a
Paulo Cardoso um dos fundadores do Grupo Anzol Castiço sobre o espetáculo a
História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar!
O Grupo Anzol Castiço, apresenta, História de uma Gaivota e do Gato que a
ensinou a Voar! de Luís Sepúlveda.
Este espetáculo dirigido à família vai estar em representação, aos sábados, às 15
horas, no Grupo Dramático e Escolar " Os combatentes em Lisboa.
O Atrás da Máscara falou com um dos fundadores do grupo Paulo Cardoso.
(áudio)
História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar! Até dia 27.
9. Programa de 17 de Dezembro de 2014 - Lançamento da entrevista a
Diogo Consciência um dos atores do Grupo Anzol Castiço sobre o espetáculo a
História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar!
O Grupo Anzol Castiço, apresenta, História de uma Gaivota e do Gato que a
ensinou a Voar! de Luís Sepúlveda...
Este espetáculo dirigido à família está em representação, aos sábados, às 15
horas, no Grupo Dramático Escolar " Os combatentes em Lisboa.
O atrás da máscara falou com um dos atores, Diogo Consciência sobre o
espetáculo.
(áudio)
História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar! Até dia 27.
23
10. Programa de 7 de Janeiro de 2015 – Lançamento de entrevistas a
Cristina Faria e Carlos Queiroz sobre a exposição O Nacional está a arder!
Entrevista a Catarina Vieira sobre o espetáculo Ex-Maquina e entrevista ao
Moçambicano Sérgio Mabombo sobre o espetáculo A Nova Aragem.
Em Lisboa, são assinalados os 50 anos do incêndio de 1964, no Teatro Nacional
Dona Maria segunda, com a exposição, O Nacional está a arder! Integrado no projeto
memória.
A 18 de Dezembro de 1964 Amélia Rey Colaço que dirigia a companhia que
geria o teatro falou à Emissora Nacional no Porto sobre a tragédia ocorrida em Lisboa.
(áudio) – Sons Arquivo Histórico
50 anos depois a comissária da exposição Cristina Faria, falou ao atrás da
máscara, sobre a exposição, que se pode percorrer numa das galeria do Teatro Nacional
Dona Maria segunda, entretanto reconstruído.
(áudio)
A um de Dezembro de 1964, Carlos Queiroz na altura com Catorze anos, estava
no Teatro Nacional Dona Maria segunda, e contou ao Atrás da Máscara. A experiência
horrível e impotente que viveu.
(áudio) – Sons Arquivo Histórico
Até 31 de Julho, de terça a sábado, das quinze horas às dezoito horas, e de quarta
a domingo, trinta minutos antes, do início do espetáculo da Sala Garrett.
A entrada gratuita.
(pausa)
Ainda no Teatro da Politécnica, a fechar o Festival Temps d´Images, SOLANGE
FREITAS & CATARINA VIEIRA, apresentam, uma pesquisa à volta do conceito de
Deus EX MAQUINA.
Uma reflexão sobre as soluções milagrosas que surgem quando menos
esperamos,
Catarina Vieira que integra o elenco, falou ao atrás da máscara do trabalho que
agora chega ao público em Lisboa.
(áudio)
24
Direção artística, criação, texto e interpretação: Catarina Vieira e Solange
Freitas, Vídeo, Carlos Conceição, Espaço Cénico e Figurinos, Tiago Cadete e Tiago
Pinhal Costa, Produção Executiva, Vertigo - Associação Cultural, Residência Artística,
Mala voadora. Apoio, Artistas Unidos, Companhia Olga Roriz, Comuna – Teatro de
Pesquisa, Eira. Espetáculo Apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, Programa
Língua e Cultura Portuguesas – Teatro.
EX MAQUINA, de 8 a 10 de Janeiro às 21h00.
(pausa)
O GRUPO Moçambicano de Teatro, Lareira Artes, Tem em cena, No Centro
Cultural Franco-Moçambicano.
A NOVA ARAGEM, uma co-produção que nasceu do intercâmbio com o Chão
de Oliva de Portugal.
Esta co-produção baseia-se num texto de Sérgio Mabombo, tem adaptação de
Manuel Sanches, encenação de João de Mello Alvim e interpretação de Diaz Santana e
Sílvia Mendes.
Sérgio Mabombo explica como surge o protocolo entre os dois grupos e como
está a correr esta última co-produção.
(áudio)
O grupo Lareira Artes surgiu em 2010. Com vários prémios conquistados. Em
2013, Prémio Revelação do FESTLIP, Festival de Teatro de Língua Portuguesa, no
Brasil e Melhor Espetáculo Estrangeiro em Angola. 2012, Prémio Impacto em Portugal.
(pausa)
25
ANEXO II – Gráficos
II.1. Estrutura do Programa
0
5
10
15
20
25
Entrevistas Excertos Sonoros Agenda
01-10-2014
08-10-2014
15-10-2014
22-10-2014
29-10-2014
05-11-2014
12-11-2014
19-11-2014
26-11-2014
03-12-2014
10-12-2014
17-12-2014
07-01-2015
26
II.2. Divulgação em Portugal
0
5
10
15
20
25
Grande
Lisboa
Grande Porto Centro Sul Norte
01-10-2014
08-10-2014
15-10-2014
22-10-2014
29-10-2014
05-11-2014
12-11-2014
19-11-2014
26-11-2014
03-12-2014
10-12-2014
17-12-2014
07-01-2015
27
II.3. Divulgação nos Países de Língua Portuguesa
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Moçambique Cabo-Verde Angola Brasil
01-10-2014
08-10-2014
15-10-2014
22-10-2014
29-10-2014
05-11-2014
12-11-2014
19-11-2014
26-11-2014
03-12-2014
10-12-2014
17-12-2014
07-01-2015