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Este estudo foi elaborado objetivando cumprir o cronograma educacional do curso de Direito da Anhanguera Educacional de São Caetano do Sul. Nesta fase do estudo abordaremos os itens da etapa três da proposta de fixação didática aos estudantes. Serão focalizados os trâmites obrigatórios no Direito Processual do Trabalho, que é a disciplina ora analisada. Versaremos a seguir sobre os tópicos: “Resposta do réu; Prazos processuais; Disposições processuais preliminares”. E na sequência: recursos - Pressupostos Recursais - Recurso Ordinário - Recurso de Revista - Agravo de Instrumento - Agravo de Petição - Embargos no TST.TRANSCRIPT
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Professor
GILSON J. SIMIONI
3ª. ETAPA
AULA TEMA
Resposta do RéuPrazos Processuais - Disposições processuais preliminares.
4ª. ETAPA
AULA TEMA
Recursos. Pressupostos Recursais.
Recurso Ordinário - Recurso de Revista - Agravo de Instrumento
Agravo de Petição - Embargos no TST.
Alunos
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Renato Moura RA 8042763890
LIVRO PLT 464 – LEITE, Carlos H. Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho.
12ª ed. São Paulo: LTR, 2014
São Caetano do Sul – São Paulo 11 de junho de 2015
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SUMÁRIO
ETAPA 3..................................................................................................................................03
01. INTRODUÇÃO..................................................................................................................03
02. RESPOSTA DO RÉU.........................................................................................................03
2.1 Contraditório e ampla defesa ....................................................................................03
03. PRAZOS PROCESSUAIS..................................................................................................04
3.1 Prazos processuais na CLT .......................................................................................05
04. DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS PRELIMINARES..........................................................08
4.1 Dissídios....................................................................................................................09
4.2 Procedimento no Processo do Trabalho....................................................................10
4.2.1 Procedimento Comum............................................................................................10
4.2.2 Procedimentos Especiais.........................................................................................11
05. DESAFIOS......................................................................................................................... 12
5.1 Teses do advogado da “reclamada”, empresa P Brasil............................................. 12
5.1 Teses do advogado do “reclamante” impugnando a contestação............................. 13
06. ETAPA 4 .......................................................................................................................... 15
07. RECURSOS ...................................................................................................................... 15
08. PRESSUPOSTOS RECURSAIS........................................................................................17
09. RECURSO ORDINÁRIO...................................................................................................17
10. RECURSO DE REVISTA..................................................................................................17
11. AGRAVO DE INSTRUMENTO........................................................................................18
12. AGRAVO DE PETIÇÃO...................................................................................................18
13. EMBARGOS NO TST........................................................................................................18
14. CONCLUSÃO....................................................................................................................20
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................21
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ETAPA 3
01. INTRODUÇÃO
Este estudo foi elaborado objetivando cumprir o cronograma educacional do curso de
Direito da Anhanguera Educacional de São Caetano do Sul.
Nesta fase do estudo abordaremos os itens da etapa três da proposta de fixação didática
aos estudantes. Serão focalizados os trâmites obrigatórios no Direito Processual do Trabalho,
que é a disciplina ora analisada. Versaremos a seguir sobre os tópicos: “Resposta do réu;
Prazos processuais; Disposições processuais preliminares”.
02. RESPOSTA DO RÉU
É preciso ressaltar que quando se fala em resposta do réu, há de se lembrar que, na
compreensão do eminente autor Carlos Henrique Bezerra Leite, toda reclamação trabalhista
indica uma bilateralidade.1 Isto fica claro, quando se nota as figuras do autor e do réu. O
primeiro, descontente com algo que no seu entendimento lhe é desfavorável na relação
trabalhista, provoca por meio ação a prestação jurisdicional. O segundo, diretamente
envolvido na litigância, lhe é imposta a posição de réu, muito embora a sua culpabilidade só
será definida pela sentença e, mesmo assim, quando esgotados todos os mecanismos jurídicos
possíveis; então definido ao processo a designação: “Transitado em Julgado”.
O termo referido indica a irrecorribilidade, a qual pode ocorrer desde uma sentença
monocromática, ato de um juiz de primeiro grau, quando em trâmite na Vara do Trabalho.
Ou, se couber, pelo colegiado do TRT – Tribunal Regional do Trabalho, este, segundo grau,
onde os juízes são reconhecidos pelo termo “desembargadores” (RESOLUÇÃO Nº 104/CSJT, DE
25 DE MAIO DE 2012)2 . Ou, ainda, pelo colegiado do terceiro grau de jurisdição, composto
pelos ministros do TST – Tribunal Superior do Trabalho.
É bom frisar que o art. 111 da CF/88 é o que prescreve esta organização e competência
para a Justiça do Trabalho.
2.1 Contraditório e ampla defesa
É preciso observar que a resposta do réu, prioritariamente, obedece ao disposto na carta
magna que preceitua o princípio do devido processo legal, (art. 5º, LIV), o princípio da
inafastabilidade da jurisdição (art. 59, XXXV), e o princípio do contraditório e da ampla
1 LEITE, Carlos H. Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 8. ed. - São Paulo: LTr, 2010. p 5032 http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/24136/2012_res0104_csjt.pdf?sequence=1
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defesa (art. 5º, LV). Estes três textos inseridos em nossa Constituição preceituam que, o
Estado deve suprir a assistência Jurisdicional, a quem quer que seja como obrigação legal.
Bem como, oferecer à parte acusada a possibilidade de defender-se e até contradizer a parte
oponente.
CF/88, Art. 5º, LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
XXXV - A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 3
Também o CPC conceitua a respeito do direito do réu. Segundo o art. 297, é assegurado
que, depois da citação o réu poderá apresentar exceção, contestação ou reconvenção, como se
vê a seguir:
CPC, Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.4
Entretanto, com relação à reconvenção na Justiça do Trabalho, ensina Carlos Henrique
Bezerra Leite:
A CLT só prevê expressamente a defesa, embora no sentido de contestação, e duas modalidades de exceção: a de “foro” e a de suspeição. Não há regramento próprio da reconvenção. É sabido, porém, que em caso de lacuna do texto obreiro consolidado é permitida a aplicação subsidiária do direito processual civil, desde que não se olvidem os princípios e procedimentos que fundamentam o processo do trabalho. 5
O douto escritor no texto acima faz referência ao art. 769 da CLT. E, em seguida,
elucida também que o termo exceção aponta para aquilo que foge a regra geral e tem alcance
diverso. Na matéria aludida significa “defesa” e esta, pode ser contra o mérito ou mesmo
contra o processo, neste caso objetivando a procrastinação ou a sua extinção. Conclui-se,
portanto, que “exceção” significa “defesa”.
03. PRAZOS PROCESSUAIS
Os prazos processuais permeiam por todo o nosso ordenamento jurídico e para melhor
compreensão necessitamos de alguns enfoques.
Veremos agora a forma como o escritor Carlos Bezerra Leite descreve a distinção que
faz o CPC quanto ao “FATO JURÍDICO”. Tal nomenclatura corresponde a fato involuntário
de ordem natural que têm importância para o direito. Assim, ele exemplifica: o nascimento, a
3 http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_5_.shtm4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869.htm5 Op. cit. p. 504
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5
morte, um abalo sísmico, etc. Porém, destaca que nem todos os fenômenos da natureza têm
efeitos para o direito, só mesmo aqueles que produzem efeitos jurídicos. Por sua vez, “ATOS
JURÍDICOS”, necessitam da vontade humana para provocar o efeito jurídico. Exemplo,
negócios jurídicos e atos ilícitos.
Em consonância com o declarado acima, entende-se que “FATO PROCESSUAL” tem
similaridade com o “Fato Jurídico”, pois requer as condições involuntárias, só que dentro da
esfera processual. Os exemplos podem ser os mesmos citados: a morte das partes ou dos
representantes (CPC, art. 265, I).
Por outro lado, os “ATOS PROCESSUAIS” também lembram os “Atos Jurídicos”,
pois necessitam da manifestação voluntária dos figurantes do processo. Desta forma, os “Atos
Processuais” podem ser unilaterais. Ex.: petição inicial. Ou bilateral. Ex.: a suspensão
consensual do processo (CPC, art. 265, II).
Enfatiza o já citado autor que, os prazos dos atos processuais no CPC são distintos do
art. 177 ao art.199.6
3.1 Prazos processuais na CLT
Para abordarmos os prazos processuais na CLT, é necessário que nos voltemos
primeiramente para o capítulo II da CLT que discorre sobre o “Processo em Geral”, e,
já na Seção I indica: Dos Atos, Termos e Prazos Processuais.
Sobre os Atos e Termos, já tratamos ainda que de forma abreviada no subtítulo
anterior. Para estudo dos prazos processuais na CLT, é imprescindível buscarmos os
préstimos do aludido autor, pois o mesmo ensina que: os termos e prazos processuais
constam na CLT nos arts. 770 a 782.
Vê-se que no primeiro artigo citado há determinação ao princípio da
publicidade. E que tal preceito se encontra em consonância com o art. 93, IX, CF/88.
Art. 770, CLT. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.7
Art. 93, IX, CF/88. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
6 Op. cit. p. 328 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm
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ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. 8
Tanto na CLT, como na Constituição, quando se alude ao sigilo faz-se menção
em se houver interesse público; e também reserva de publicidade quando dizem
respeito a casamento, filiação, separação de cônjuges, conversão de separação judicial
em divórcio, bem como, ação de alimentos e guarda de menores.
Sobre os prazos é preciso que façamos vista a dois aspectos nos atos
processuais. O primeiro que trata do momento do início do prazo e este se dá no
início no dia da notificação ou intimação. O segundo aspecto refere-se à contagem do
referido prazo, esta se dá no primeiro dia posterior ao dia do início do prazo.
Este é entendimento dos seguintes artigos da CLT:
Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Vemos que o reclamado, respeitando-se o que se viu nos artigos imediatamente anteriores, tem o prazo de 5 (cinco) dias para o seu comparecimento a audiência de julgamento.
Art. 841, CLT - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
É de relevância atentar para as súmulas do TST e Ojs que tratam sobre os prazos referidos:
Súmula 1, TST. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.
Súmula 262, TST. I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho. (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais.
8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htmRA 8042763890
7
Devido ao princípio da celeridade aplicado na Justiça do Trabalho, expedientes
adotados em outras normas não cabem no regramento trabalhista. Exemplo desta
afirmativa está contido no art. 191 do CPC. Tal artigo determina que, em uma ação
onde há litisconsortes com procuradores diferentes haverá prazo em dobro. Esta
prática não será adotada pela CLT, pois há inconformidade com a já referida
celeridade arguida. A OJ- Orientação Judicial a seguir elucida qualquer dúvida a
respeito.
OJ 310, SDI-I, TST. A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.
Entretanto, é bom se destacar que a Fazenda Pública e o Ministério Público
gozam de prazo em dobro para a aplicação de recursos e prazo quadruplicado para
apresentar contestação.
Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pública e o Ministério
Público tem prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar.
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
Decreto Lei nº 779/69, Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica:II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, - "in fine", da Consolidação das Leis do Trabalho;III - o prazo em dobro para recurso.
Fases/hipóteses Prazos FundamentoAudiência Primeira desimpedida
depois de 5 dias contados do recebimento da notificação
Art. 841, CLT
Defesa verbal 20 minutos Art. 847, CLTManifestação do Exceto em exceção de incompetência
24 horas Art. 800, CLT
Audiência para instrução e julgamento da exceção de suspeição e impedimento
48 horas Art. 802, CLT
Razões finais 10 minutos Art. 850, CLTRecurso Ordinário 08 dias Art. 895, CLTRecurso de Revista 08 dias Art. 896, CLTEmbargos ao TST 08 dias Art. 894, CLTAgravo de Petição 08 dias Art. 897, a, CLT
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Agravo de Instrumento 08 dias Art. 897, b, CLTEmbargos de declaração 05 dias Art. 897ª, CLTPedido de Revisão 48 horas Art. 2º, § 2º, Lei 5584/70Recurso extraordinário 15 dias Art. 102, III, CF e art. 266,
§ 1º do Regimento Interno do TST
Embargos de execução 05 dias contados da garantia do juízo
Art. 884, CLT
Embargos à execução pela Fazenda Pública
30 dias Art. 1º - B, Lei 9494/97
Ação rescisória 2 anos contados do dia subsequente ao trânsito em julgado
Art. 495, CPC e súmula 100, I, TST.
Inquérito Judicial p apuração de falta grave
30 dias contados da Art. 853, CLT
Mandado de segurança 120 dias contados da ciência do ato impugnado
Art. 23, Lei 12016/2009
Prazo para a Fazenda e Ministério Público recorrer
Prazo em dobro Art. 188, CPC e art. 1º, III Decreto Lei
Audiência para a Fazenda e Ministério Público na condição de parte
Primeira desimpedida depois de 20 dias contados do recebimento da notificação (prazo em quádruplo)
Art. 188, CPC e art. 1º, II, Decreto-Lei
Prescrição bienal 2 anos contados do término do contrato de trabalho
Art. 7º, XXIX e art. 11 CLT
Prescrição quinquenal 5 anos contados do ajuizamento da ação
Art. 7º, XXIX e art. 11 CLT e súmula 308, TST.
Litisconsortes com procuradores diferentes
Na Justiça do Trabalho não tem prazo em dobro como no CPC
Súmula 310, SDI-1, TST.
04. DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS PRELIMINARES
Ensina o mestre Carlos Henrique Bezerra Leite9 que: para que um processo trabalhista
venha à existência será necessário preenchimento de certos requisitos:
1) Petição Inicial, lembrando que na JT o pedido contido na PI pode ser verbal ou escrito;
2) O juiz deve estar apto para o julgamento, isto é, estar investido na jurisdição. Se por
qualquer motivo o mesmo estiver afastado (aposentado), tal magistrado estará sem
jurisdição.
3) A ação já existe mesmo antes do processo, este só será válido após a citação do réu.
Salvo se houver a aplicação do art. 285-A do CPC que faculta ao magistrado a
possibilidade de sentenciar dispensando a citação do réu.
9 Bezerra Leite, Op. cit. p. 313RA 8042763890
9
As principais fontes do Direito do Trabalho são: “A Constituição Federal - CF/88;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; Normas complementares; Decretos e Decretos
Lei; Leis ou normas firmadas entre as partes; Normas Internacionais aprovadas por acordo em
que o país seja signatário”.
Assim sendo, estipula o Art. 468, CLT:
Art. 468 – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Seguindo este entendimento preceitua a própria CLT:
Art. 763. O processo da Justiça do Trabalho, no que concerne aos dissídios individuais e coletivos e à aplicação de penalidades, reger-se-á, em todo o território nacional, pelas normas estabelecidas neste Título.
Dessa forma, observamos que há legitimidade na aplicação do princípio da
“Norma mais Favorável”, isto é: sempre que houver a possibilidade de aplicação de duas
definições a um caso concreto, prevalecerá aquela que mais beneficie ao trabalhador.
Existe até permissão de adotar-se o afastamento da hierarquia das normas quando da
aplicação deste princípio.
As “Ações Trabalhistas” são regidas por regras próprias com simplicidade textual, isto
é, desde a petição inicial o ritual é simples e direto, atendendo o princípio da finalidade, por
isso, exclui a utilização de linguagem técnica. Por outro lado, vê-se também neste princípio o
cunho social, que permite à parte mais fraca (trabalhador) em detrimento da mais forte
(empregador), benefícios para que se equacione a falta de equilíbrio entre as partes. Assim, o
trabalhador não necessita fazer depósito recursal; sendo que esta exigência cabe ao
empregador.
4.1 Dissídios.
Verificam-se o dissídio quando já ocorreu insatisfação de uma das partes que
se sentiu prejudicada na relação do trabalho. As duas partes são, de um lado o
empregado e do outro lado, o empregador. Quando este conflito é levado à prestação
jurisdicional na Justiça Trabalhista, a denominação que recebem é “reclamante” e
“reclamada”. Muito embora, na maioria dos casos, o reclamante é a figura do
empregado, e a empregadora é a reclamada. Porém, pode ser invertida a denominação
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10
pois, pode o empregador ser o autor da ação, neste caso ele será o reclamante e o
empregado tomará o nome de reclamada.
CLT, Art. 651 – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Os “dissídios” (conflitos) trabalhistas são dois:
1) Os “Dissídios Individuais” – quando envolve empregados e empregadores;
Estes dissídios individuais se desdobram em dois:
a) Simples: quando a figura do autor (reclamante) é singular, ou seja, única.
b) Plúrimas: quando houver dois ou mais autores conforme prevê o art. 46 da CLT.
Esta é a formação do chamado “Litisconsórcio” (art. 46 do CPC).
2) Os “Dissídios Coletivos” – assim são denominados quando há dissídios entre
sindicatos profissionais e sindicatos econômicos. Ou quando o dissídio for entre
sindicatos profissionais e sindicatos de empregadores.
a) Dissídios Coletivos de Natureza Econômica: ocorre quando há interesse em ser
mantidas as normas reguladoras e ou condições de trabalho; ou quando uma parte
pretende criar algo novo neste sentido (Art. 114, § 2º, CF/88);
b) Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica: quando há conflito sobre a interpretação
de cláusula ou cláusulas da convenção coletiva ou de norma reguladora;
c) Dissídio Coletivo de Greve: quando o interesse é efetivar greve, ou buscar acordo
para a categoria voltar ao trabalho, pondo fim à paralisação (Art. 114, § 3º).10
4.2 Procedimento no Processo do Trabalho
4.2.1 Procedimento Comum
No processo do trabalho, o procedimento comum se subdivide em
procedimento ou rito ordinário, sumário e sumaríssimo.
a) Procedimento “Ordinário” – Considera-se valor da causa maior
que 40 salários mínimos; Sem pertinência ao rito “Especial”.
10 http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/processo_trabalho.htmRA 8042763890
11
b) Procedimento “Sumário” ou de “Alçada” – Considera-se valor da
causa até dois salários mínimos (Lei 5584/70 art. 2º, §§ 3º e 4º); Sem
pertinência ao rito “Especial”.
c) Procedimento Sumaríssimo – Considera-se valor da causa acima
de 2 e até 40 salários mínimos (CLT, 852-A); Sem pertinência ao rito
“Especial”.
4.2.2 Procedimentos Especiais
No Processo do Trabalho são denominados especiais11:
I) Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave (CLT, art. 853);
II) Dissídio Coletivo (CLT, art. 856 a 871);
III) Ação de Cumprimento (CLT, art. 872; CPC, 282).
Também são admissíveis a denominação de “Procedimento Especial”
para as seguintes ações:
a) Ação Rescisória, (CPC, Art. 48, V, VII e IX; Enunciado 194, TST);
b) Mandado de Segurança trabalho,(EC 45/2004; Lei 12.016/2009)
c) Habeas Corpus, (Art. 114, IV, CF; EC 45);
d) Habeas Data, (Art. 114, IV, CF; EC 45);
e) Ações Possessórias, (Art. 114, IV, CF; Súmula Vinculante 23;
f) Ação de Consignação em Pagamento, (Art. 899, §2º, CPC; Lei nº
8.951/94);
g) Ação de Prestação de Contas (Art. 914, I, II, CPC); etc.
É bom que se frise que a CLT prevê os casos omissos em sua norma
especifica, por isso mesmo preceituou a vinculação subsidiária ao CPC:
11 http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=4201&idAreaSel=8&seeArt=yes
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12
Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste título." (Art. 769. CLT).
5. DESAFIOS
5.1 Teses do advogado da “reclamada”, empresa P Brasil.
a) Nulidade Processual - Visto a empresa ter sido notificada dia 02 de março de 2014 e
a audiência ter sido marcada para o dia seguinte, vê-se o não cumprimento do prazo de
5 dias que preceitua o art. 841, CLT.
Artigo 841, CLT - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
Assim sendo e de acordo com a Súmula 16 do TST, com o registro do oportuno
protesto, a reclamada obterá a “NULIDADE DO PROCESSO” com designação de
nova audiência inaugural, por afronta aos princípios do contraditório e da ampla
defesa.
b) Incompetência da Justiça do Trabalho – Pelas controvérsias ao art. 114, CF/88 e,
mesmo depois EC 45/2004, comprovando-se a persistência das mesmas, houve a
emissão da Súmula 363 do STJ que pontua ser competente a Justiça Estadual. Tal instrumento
preceitua:
Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Súmula 363, STJ.
Contesta, pois por: “INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO”.
3. Incompetência em Razão de Lugar – Mesmo sendo negado o entendimento sobre a
incompetência da justiça do Trabalho, conforme item anterior existe “Incompetência
em Razão do Lugar” visto que o art. 100 do CPC assim ordena:
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CPC, Art. 100 - Caput, IV, a. É competente o foro; do lugar; onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica.
Contesta pois, por: INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DE LUGAR
5.1 Teses do advogado do “reclamante” impugnando contestação.
IMPUGNAÇÃO 1 - A reclamada não apresentou documento hábil que
comprove a alegação que não houve cumprimento do prazo estipulado no art. 841,
CLT. Assim, a impugnação deve ser efetivada.12
Art. 830, CLT - O documento oferecido para prova só será aceito se estiver no original ou em certidão autêntica, ou quando conferida a respectiva pública-forma ou cópia perante o juiz ou tribunal.
IMPUGNAÇÃO 2 – Havia contrato de trabalho entre o senhor Reinaldo Silva
e a empresa P Brasil conforme se vê a seguir: Embora o serviços de Marketing e
Propaganda fora feito em casa, semanalmente enviava seus trabalhos a sede da
empresa que os recebia. Além disso, a empresa reenviava outros serviços que iam
sendo feitos de acordo com o solicitado. Também pagava seu ordenado mensalmente,
com os depósitos feitos em sua conta bancária. Assim, verifica-se a relação
empregatícia consideradas como pessoalidade, onerosidade, não eventualidade,
subordinação. Além de não distinção se o trabalho feito na residência do empregado
ou na sede da empresa. Assim estipula a CLT “in verbis”:13
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Art. 6º - Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que esteja caracterizada a relação de emprego.
IMPUGNAÇÃO 3 – Não cabe à alegação de Incompetência em Razão do Lugar,
visto não haver necessidade de recorrer-se ao CPC. Se houvesse tal lacuna na CLT,
então haveria atendimento por parte de tal Diploma, e tão somente se não houvesse
incompatibilidade:
Art. 769, CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
12 http://www.direitocom.com/clt-comentada/titulo-x-do-processo-judiciario-do-trabalho/capitulo-iii-dos-dissidios-individuais/artigo-84113 http://npa.newtonpaiva.br/direito/?p=519
RA 8042763890
14
Porém, a Justiça do Trabalho é bastante competente para julgar o caso em
questão. Dessa maneira, recorremos à CF/88 e se não bastasse à CLT, “in verbis”:
Art. 651, CLT - competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Art. 5º, CF/88. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Evoca-se ainda que, as normas da Justiça do Trabalho beneficiam o
hipossuficiente em detrimento do empregador, pois este tem condições econômicas
superiores. Estas aludidas normas visam facilitar o acesso à assistência Jurisdicional,
mormente em razão de lugar como vimos nos termos legais acima.
De acordo com o citado destacamos ainda a “O Princípio da Primazia da
Realidade” que enfatiza não ser válido aquilo que está escrito, mas aquilo que de fato
acontece, fatos sobejamente provados.14
Art. 9º, CLT – Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
14 http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/hierarq_leis_trab.htmRA 8042763890
15
4ª. ETAPA
AULA TEMA
RECURSOS – PRESSUPOSTOS RECURSAIS
RECURSO ORDINÁRIO – RECURSO DE REVISTA
AGRAVO DE INSTRUMENTO – AGRAVO DE PETIÇÃO
EMBARGOS NO TST
06. RECURSOS
A aplicação do recurso, nada mais é que a tentativa, (diz-se tentativa, porque pode ser
que o recurso nem seja admitido, se não forem preenchidos os requisitos), de reanálise de
decisão, por grau superior ou, pelo próprio julgador “a quo”. O objetivo do recurso é a busca
de uma melhor decisão ou alteração integral dela.15
Trataremos a seguir dos “Recursos” com efeito na Justiça do Trabalho. Assim faremos
pela ótica da recente Lei 13.015/14, lembrando que o novo dispositivo acomodou importantes
modificações na sua aplicabilidade dentro da esfera laboral.16
07. PRESSUPOSTOS RECURSAIS
Pressupostos Recursais é o mesmo que “Requisitos de Admissibilidade”, é o que exige
o cumprimento de obrigações para que o recurso seja conhecido. Há dois grandes grupos
pressupostos de Recursos no Processo do Trabalho. (art. 895 e 799, § 2º da CLT).
1 - Pressupostos intrínsecos, também chamados subjetivos que são relacionados com a
parte: “Legitimidade da parte, Capacidade da parte, Interesse da parte”.
15 https://advocaciaemsalvador.wordpress.com/2013/02/2716 http://jus.com.br/artigos/35664/das-alteracoes-promovidas-no-sistema-recursal-da-clt-pela-lei-n-13-015-2014
RA 8042763890
16
2 - Pressupostos extrínsecos, também chamados objetivos que são relacionados com os
recursos: “Tempestividade, Regularidade de Representação, Depósito e Custas Processuais”.
Tempestividade: refere-se a prazos no Processo do Trabalho que em regra são de 8
dias. Art. 6º da Lei 5584/70. Apenas os Embargos de Declaração tem prazo de 5 dias.
Assim como ocorre no CPC e na CLT, art. 897A. Outro recurso é o Pedido de Revisão que
tem prazo de 48 horas. E agora apontamos o Recurso Extraordinário que obedece a
Legislação comum e não a Legislação do Trabalho, este tem 15 dias de prazo.
Regularidade de Representação: o princípio Juz Postulandi (art. 791, CLT) preconiza
que não há necessidade de advogados para representar as partes na Justiça do Trabalho.17
Porém, esta premissa não será aplicada em quatro situações em que se exige a atuação deste
profissional legalmente habilitado. A Súmula, 425, TST, pois fim à questão dirimindo
opiniões divergentes. Assim sendo, serão requisitados os préstimos de advogados nas
seguintes situações:18
1) Para Impetrar Mandado de Segurança;
2) Para ajuizar Ação Rescisória;
3) Para ajuizar Ação Cautelar;
4) Para Recursos no TST;
Dessa forma é necessário que a representação seja regular, isto é, que o advogado que
assina o recurso tenha poderes para fazê-lo.
Depósito Recursal: é um pressuposto de admissibilidade que tem garantia do juízo. Tal
depósito é obrigação do reclamado, quando ele for o empregador ou tomador de serviços;
deverá fazer o depósito da condenação ainda não depositada, até o limite do TST.
São exigidos depósitos nos “RO, RR, Embargos ao TST, Recursos Extraordinários, RO
em Ação Rescisória” - Súmula 245 do TST.- Dentro do prazo do recurso.
Tabela com os valores praticados atualmente:19
ATA DE
DIVULGAÇÃO
DATA DE INÍCIO DA
VIGÊNCIALEGISLAÇÃO
RECURSO
ORDINÁRIO
RECURSO DE REVISTA
EMBARGOS
RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
RECURSO
EM AÇÃO
RESCISÓRIA
DEJT-17/07/2014 01/08/2014ATO.SEGJUD.GP Nº
372/2014 R$ 7.485,83 R$ 14.971,65 R$ 14.971,65
Veja abaixo a aplicabilidade dos valores dos depósitos recursais.
08. RECURSO ORDINÁRIO
17 M a r t i n s Filho. Ives Gandra da S, Manual Esquemático D. e Proc. do Trabalho. 10ª Ed. São Paulo, Saraiva. 2002, p. 14718 Klippel. Bruno, Revisão de D Trabalho, Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=AVB7tuQbs2A>19 http://www.tst.jus.br/valores-vigentes
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17
As “decisões terminativas” são aquelas proferidas, mas que não resolvem o mérito;
já as “decisões definitivas” são as que resolvem o mérito. O recurso aplicável em ambas as
situações é o “RO” Recurso Ordinário (art. 895, CLT).20 Se faltar o preenchimento de
qualquer item pressuposto, o juiz denegará o recurso que findará “trancado”. Note bem,
somente o juízo "a quo" profere despacho denegatório ao seguimento do recurso. O juízo
"ad quem" (colegiado) profere: acórdão de não conhecimento. Para que o recurso possa ser
“destrancado” aplica-se o “Agravo de Instrumento”, (art. 897, §5°. CLT).21
Tanto no primeiro, RO, como para um eventual destrancamento com o Agravo de
Instrumento, o reclamado (empregador ou tomador de serviços) deve observar o prazo (8
dias) e efetuar o depósito recursal valor aposto na tabela abaixo.
Deve atender ainda, regras inerentes específicas ao deposito recursal: “Para o primeira
hipótese (RO): depositar o valor da condenação ainda não depositado, até o limite do TST.
Assim, se a condenação for de R$ 3 mil reais, a tabela do TST é R$ 7.485,83. Deposite o
valor menor, neste caso o valor total da condenação. Conforme for seguindo seus recursos, se
já foi depositado o valor da condenação, não há necessidade de novos depósitos. Agora, se o
valor da condenação for maior, deposite o valor do TST para tal recurso. Não atingindo o
valor da condenação e precisando fazer outro recurso, deve fazê-lo até esgotar o valor da
condenação. Tais depósitos recursais servirão para pagamento do reclamante, caso o valor da
condenação permaneça.
09. RECURSO DE REVISTA
Aplicado à turma do TST quando houver contradição jurisprudencial (art. 896, a, CLT); discordância interpretativa (art. 896, b, CLT); violação da CF ou de lei complementar (art. 896, c, da CLT).
É bom enfatizar que a Lei 13.015/14 redimensionou o art. 896, alínea a, da CLT. Assim o “recurso de revista” é admissível das decisões pronunciadas em RO, por dissídio individual, dos TRTs que a um dispositivo de lei Federal pronunciou-se diferentemente de outro TRT, no seu pleno ou turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do TST, ou colidirem com súmula de jurisprudência uniforme do TST, ou súmula vinculante do STF.
Para tanto o recorrente deve especificar a decisão do outro TRT, ou a SDI – Seção de Dissídios Individuais do TST, ou a Súmula do TST, ou a Súmula Vinculante do STF. Dessa forma entende-se que a divergência que der causa ao RV não pode ser do mesmo TRT. Assim, o art. 896, § 8º, da CLT, modificado por força da Lei 13.015/2014, determina que quando a fundamentação do RV for proveniente de divergência de julgados, é de
20 http://jus.com.br/artigos/23917/breves-notas-ao-recurso-ordinario-trabalhista21 http://www.arcos.org.br/artigos/recursos-no-processo-do-trabalho-seus-pressupostos-e-efeitos/
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18
responsabilidade do recorrente apresentar os documentos comprobatórios. Devendo ainda indicar por confrontação documental a desarmonia especificada de acordo com o regramento em vigor. (Res. 173/2010, DEJT); ( Súmula 337, TST).22
10. AGRAVO DE INSTRUMENTO
Agravo de Instrumento - Fundamentação: art. 897, b da CLT.
Prazo para interposição: 8 dias (depósito recursal correspondente a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
Finalidade: impugnar decisões que denegaram seguimento a recursos ordinários, de
revista, extraordinário, adesivo, de petição e, ainda, contra as decisões que denegaram
seguimento ao próprio agravo de instrumento.
Efeitos: apenas efeito devolutivo; efeito suspensivo em casos excepcionais quando
ocorrer suspensão da execução.
11. AGRAVO DE PETIÇÃO
Agravo de Petição - Fundamentação: art. 897, a da CLT.
Prazo para interposição: 8 dias.
Finalidade: impugnar decisões proferidas no curso do processo (ou da fase) de
execução; não cabendo agravo de petição na fase de conhecimento.
Efeitos: efeito devolutivo e translativo.
12. EMBARGOS NO TST
Embargos no TST - Fundamentação: art. 894 da CLT.
Prazo para interposição: 8 dias.
**Divisão em Embargos Infringentes e Divergentes.
Embargos Infringentes
Finalidade: art. 894, I, CLT; impugnar decisão não unânime proferida em dissídio
coletivo de competência originária do TST.
Embargos Divergentes.
Finalidade: art. 894, II, CLT; impugnar decisões das Turmas que divergem entre si ou
das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais.
13. CONCLUSÃO
SUBSÍDIOS:
http://www.arcos.org.br/artigos/recursos-no-processo-do-trabalho-seus-pressupostos-e-efeitos/
22 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito Proc. do trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 611.RA 8042763890
19
CLT - http://www.trtsp.jus.br/leg-cltdin-indice
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L5584.htm
http://jus.com.br/artigos/23917/breves-notas-ao-recurso-ordinario-trabalhista
http://hierarquiadinamica.blogspot.com.br/2011/05/pressupostos-recursais-no-processo-do.html
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI204724,51045-Lei+1301514+e+inovacoes+no+processo+do+trabalho
14. BIBLIOGRAFIA
RECURSOS – PRESSUPOSTOS RECURSAISRECURSO ORDINÁRIO – RECURSO DE REVISTAAGRAVO DE INSTRUMENTO – AGRAVO DE PETIÇÃO – EMBARGOS NO TST
Pressupostos Recursais: objetivos e subjetivos
Para o recurso ser aceito e posteriormente ser decido o seu mérito é necessárioobservar seus pressupostos de admissibilidade, ou seja, tais requisitos previstos em lei.Pressupostos Subjetivos – intrínsecosEstão arrolados para definir quem pode se beneficiar do recurso. São eles: - legitimidade: de acordo com o art. 499 da CLT, quem fez parte do processo, o terceiroprejudicado ou interessado e, ainda, o Ministério Público do Trabalho.- capacidade: quem está apto à prática de atos da vida civil, de acordocom art. 3º, 4º e 5º do CC.- interesse: quem recorrer deve ter como objetivo anulação ou reforma da decisãoimpugnada.Pressupostos Objetivos – extrínsecos- recorribilidade do ato: somente é aceito recurso de ato que permita esse mecanismo, pois têm alguns atos como decisões interlocutórias que não aceitam o recurso.- adequação: para ser considerado adequado o recurso é necessário que o mesmo esteja em conformidade com a lei, ainda para cada ato existe recurso próprio e adequado.- tempestividade: considera-se os prazos para os recursos peremptórios, assim o recurso deve obedecer ao prazo em lei fixado, ou seja, se interposto antes ou depois do prazo é considerado intempestivo. Segundo entendimento, no recesso forense, de 20 de dezembro a 6 de janeiro, para os TRTs e Varas do Trabalho e nas férias coletivas para o TST ocorre suspensão dos prazos recursais.- regularidade de representação: quando a parte for assistida por advogado este deve estar devidamente constituído nos autos, através de mandato (procuração).- preparo: é necessário o recolhimento das custas (art. 789 da CLT) e o depósito recursal (art. 899 da CLT).
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20
Quadro Comparativo dos Recursos
Recurso Ordinário
Fundamentação: art. 895 e 799, § 2º da CLT.
Prazo para interposição: 8 dias (inclusive custas e depósitojudicial), exceto para pessoas jurídicas de direito público,prazo em dobro.
Finalidade: recorrer
acórdãos do TRT e decisões interlocutórias relacionadas à incompetência absoluta daJustiça do Trabalho.
Efeitos:Efeito devolutivo: art. 515 e seus parágrafos do CPC; somente serão apreciadas pelo juízo ad quem as matérias arroladas nas razões do recurso, já as demais transitarão em julgado, assim permitindo a execução provisória do julgado. Ampliação do efeito: art. 515, § 2º do CPC, para pedidos com mais de uma causa de pedir, quando a causas não for apreciadas na sentença, caso o autor recorra, o tribunal pode examinar.Efeito translativo: por este efeito o Tribunal não examina o pedido e sim os conteúdos de ordem pública, mesmo não sendo arroladas pelas partes e pelo MP. Ex.: pressupostosprocessuais, condições da ação e ainda a prescrição.Efeito expansivo: art. 515, § 3º do CPC; pode o tribunal julgar a lide nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito nas seguintes hipóteses: se a causa versar questão exclusivamente de direito; se a causa versar questão de fato,sem necessidade de produção de provas. Efeito expansivo e prescrição: matéria de discussão entre os doutrinadores.Efeito suspensivo: art. 14 da Lei n. 10192/2001; trata-se de recurso ordinário contra sentença normativa proferida em dissídio coletivo. ** Obs.: somente é admissível inovar em recurso ordinário, se o recorrente comprovar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior, ex. furto de documento de empresa necessário para sua defesa, consequentemente, somente depois da sentença foi possível juntá-lo no processo, instruindo o recurso ordinário.
Recurso de Revista - Fundamentação: art. 896 da CLT.
Prazo para interposição: 8 dias (custas e depósito recursal).
Finalidade: recorrer contra acórdão regional que julgou o Recurso Ordinário, desde que contenha determinados vícios.
**Obs.: para sua admissibilidade é necessário além dos pressupostos subjetivos
e objetivos, os pressupostos específicos.Pressupostos Específicos:- Decisão proferida em grau de Recurso Ordinário em Dissídios Individuais;- Prequestionamento;- Reexame de fatos e provas;- Transcendência;
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21
Efeitos: apenas efeito devolutivo.
4. CONCLUSÃO
Através do acima exposto vemos que, desde que a CLT entrou em vigor em 1943, a Justiça do Trabalho adotou importante rapidez para solução das mazelas, que não raras vezes, atribulavam, e, atualmente, ainda solapam o trabalhador. Enquanto isso, os outros ramos do direito se distinguem pelo emaranhado de Leis, pareceres, orientações, etc.
Dessa forma, é inegável a extrema morosidade aonde os processos tramitam com vagarosos passos pelos cartórios e gabinetes dos fóruns e tribunais.
Por outro lado, as normas registradas na CLT, sempre buscaram efetivar a celeridade processual, com vistas a atender a parte mais vulnerável nas relações do Trabalho e Emprego, Dessa maneira, torna-se concreta a tão necessária rapidez a que fazem juz, os trabalhadores da nação.
Seria interessante se os poderes legalmente instituídos seguissem o espírito dos legisladores originais da CLT, provindo desde a “Carta de Lavoro”. Interesse tal que, continua emanando direções à legalidade, e se interessa em levar adiante a essência do pensamento igualitário. Acreditamos que se assim fosse, o nosso país estaria muito mais direcionado a um futuro promissor que todos nós almejamos.
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22
BIBLIOGRAFIA
www.pt.wikipedia.org/wiki/Ação_(direito) - Acessado pelo grupo em 21 de março de 2015.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869.htm - Acessado pelo grupo em 21 de março de 2015.
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LEITE, Carlos H. Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 8. ed. - São Paulo: LTr, 2010. p 356
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmAcessado pelo grupo em 25 de março de 2015.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869compilada.htmAcessado pelo grupo em 25 de março de 2015.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7844Acessado pelo grupo em 25 de março de 2015.
http://jus.com.br/artigos/7813/a-nova-competencia-da-justica-do-trabalhoAcessado pelo grupo em 28 de março de 2015.
LEITE, Carlos H. Bezerra. ibidem, p 254
http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=8891Acessado pelo grupo em 30 de março de 2015.
LEITE, Carlos H. Bezerra. Ibidem, p 261
Nosso Grupo Acadêmico – Contexto no Texto da Matéria, Anhanguera, São Caetano do Sul, 2015
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmAcessado pelo grupo em 30 de março de 2015.
Schiavi, Mauro, Manual de Direito Processual do Trabalho — 3. ed. — São Paulo. LTr, 2010. P.343
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3320 – item 3 - Acessado pelo grupo em 01 de abril de 2015.
GONÇALVES, Emílio. Manual de Prática Procesual Trabalhista, 5ª Ed. São Paulo: LTr, 1995. P.67.
RA 8042763890