atos (moody)

Upload: antonio-gomes

Post on 08-Jul-2015

443 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

ATOSIntroduo Esboo Captulo 1 Captulo 2 Captulo 3 Captulo 4 Captulo 5 Captulo 6 Captulo 7

Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo

8 9 10 11 12 13 14

Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo

15 16 17 18 19 20 21

Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo

22 23 24 25 26 27 28

INTRODUO O Ttulo. O ttulo tal como o conhecemos no fazia parte do livro original mas pertence ao segundo sculo A.D. O Evangelho de Lucas .e Os Atos so dois volumes de uma s obra (veja Comentrio in loc), e seja qual for o ttulo originalmente anteposto ao Evangelho, serviu para os dois livros. Quando o segundo volume comeou a circular independentemente, este ttulo foi usado para designar seu contedo. O Autor. Nem o Evangelho nem o livro de Atos d o nome do seu autor, mas foi provavelmente Lucas, amigo e companheiro de Paulo. A indicao de sua autoria encontra-se nos trs "ns", onde a narrativa est na primeira pessoa do plural (Atos 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1 28:16), dando a entender que o autor era companheiro de Paulo nessas trs ocasies, e que usou o seu dirio de viagem como fonte de material. H quem sugira que esse documento de viagem fosse escrito por um companheiro annimo de Paulo e incorporado aos Atos por outro autor desconhecido. Mas a uniformidade do estilo entre esta narrativa de viagem e o restante dos Atos e uso da primeira pessoa do plural torna isso pouco provvel. A tradio da igreja identifica Lucas

Atos (Comentrio Bblico Moody) 2 uniformemente como sendo o companheiro de Paulo, e a data dos Atos sustenta esta tradio. A Data. A data dos Atos liga-se ao problema de sua abrupta concluso (veja Comentrio in loc). No sabemos quando foi escrito, mas uma data pouco posterior concluso da narrativa parece aceitvel. Sendo assim, Atos foi escrito em cerca de 62 A.D. Fontes. Alm de seu prprio dirio de viagem, Lucas pode ter usado fontes escritas, especialmente para os primeiros captulos de sua obra. Sendo companheiro de Paulo, estava em posio de obter informaes de primeira mo do apstolo. Alm disso, uma vez que Lucas se encontrava na Palestina durante a priso de Paulo em Cesaria (21:18; 27:1), ele teve amplas oportunidades de colher informaes sobre o comeo da igreja oriundas de testemunhas oculares. O Propsito. Lucas escreveu para assegurar a Tefilo quanto "certeza das coisas de que j ests informado" (Lc. 1:4). Tefilo era provavelmente um gentio convertido ao Cristianismo, e Lucas escreveu para lhe dar um conhecimento mais detalhado das origens crists. Isto incluiu a histria da vida, morte e ressurreio de Jesus (o "Evangelho"), e o estabelecimento e expanso da igreja. Falando estritamente, Lucas no escreveu uma histria da igreja primitiva. Isto no quer dizer que a sua narrativa no fosse histrica ou exata. A tarefa do "historiador", entretanto, fazer uma narrativa compreensvel de todos os fatos importantes. Isto, obviamente, Lucas no pretendeu. Ele no nos fala nada sobre as igrejas na Galilia (Atos 9:31) ou sobre a evangelizao do Egito ou Roma. Sua histria no dos Atos dos Apstolos, pois apenas trs dos doze aparecem na sua narrativa Pedro, Tiago, Joo; e os ltimos dois so apenas mencionados. O livro dos Atos o livro dos Atos de Pedro e Paulo. Alm disso, Pedro praticamente sai da histria depois da converso de Cornlio, e ns ficamos a imaginar o que lhe aconteceu. Novamente, Lucas no d explicao sobre a origem dos ancios da igreja (11:30), sobre como Tiago chegou a um lugar de liderana na igreja de Jerusalm (Is. 13),

Atos (Comentrio Bblico Moody) 3 sobre o que Paulo fez em Tarso aps a sua converso (9:30, veja 11:25), e muitos outros importantes assuntos histricos. Mais ainda, ele menciona alguns acontecimentos com poucas palavras (18:19-23), mas conta outros com grandes detalhes (21:17 26:32). Em outras palavras, Lucas conta um histria, ele no escreve "a histria". Sua narrativa contm os traos principais da expanso da igreja de Jerusalm at Roma via Samaria, Antioquia, sia e Europa; e nesta histria, s Pedro e Paulo desempenham papis destacados. O ministrio dos outros apstolos em qualquer lugar do mundo oriental no eram importantes para Lucas. Dois temas fundamentam a histria dessa expanso: a rejeio do Evangelho pelos judeus e a sua recepo pelos gentios; e o tratamento concedido igreja primitiva pelas autoridades locais e romanas. O propsito principal de Lucas, portanto, em sua obra de dois volumes (Lucas-Atos) explicar a Tefilo como foi que aconteceu que o Evangelho, que comeou com a promessa de restaurao do reino de Israel (Lc. 1:32, 33), terminou com a igreja gentia em Roma, distinta do judasmo. Alm disso, o Judasmo era uma religio reconhecida por Roma. A nova comunidade religiosa que brotou dentro do Judasmo, embora no fosse simplesmente uma seita dentro da religio mais antiga, recebeu o mesmo reconhecimento de Roma. Assim a Igreja Crist estabeleceu-se no mundo romano como religio legtima parte do Judasmo. Os Atos e as Epstolas. O magno problema na histria do estudo de Atos refere-se sua fidedignidade em comparao com as epstolas de Paulo. Lucas no se refere s epstolas de Paulo, e nem sempre fcil relacionar os movimentos de Paulo, conforme se refletem nas epstolas, com o registro de Lucas. O maior dos problemas o seguinte: Como podem os acontecimentos de Gl. 1:16 2:10 estarem relacionados com a narrativa de Lucas? Bons mestres tm discordado entre si, achando que a visita de Gl. 2:1-10 refere-se (a) a visita por ocasio da fome em Atos 11:27-30, e (b) a visita do concilio em Atos 15. Muitos mestres acham que a narrativa de Atos sofre em comparao com as epstolas.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 4 Um segundo aspecto do problema apresenta-se pelo contraste entre o retrato de Paulo nos Atos e o que se reflete nas epstolas do prprio missionrio. O Paulo de Atos parece ser uma pessoa flexvel, razovel, que est pronta a ceder nos seus princpios por amor prudncia (veja 16:3; 21:26); enquanto que o Paulo das epstolas uma pessoa inflexvel de convices imutveis (Gl. 1:8; 2:3). A mais antiga escola Tbingen de crtica estabeleceu sua teoria da histria da igreja primitiva sobre um suposto conflito entre a Cristandade Paulina e a Judastica, e defendia que Os Atos refletem um estgio tardio da histria do conflito, quando uma sntese estava sendo alcanada entre os dois pontos de vista contraditrios. Obviamente impossvel tratar desses problemas em todos os detalhes, mas eles permanecem no fundo do estudo e muitas vezes penetram diretamente no comentrio. ESBOO O ESTABELECIMENTO E CRESCIMENTO DA IGREJA I. O comeo da igreja. 1:1 2:47. A. Preparao: O ministrio de aps a ressurreio e a ascenso de Jesus. 1:1-14. B. A Escolha de Matias. 1:15-26. C. A Vinda do Esprito Santo. 2:1-41. D. Vida da Igreja Primitiva. 2:42-47. II. A Igreja em Jerusalm. 3:1 5:42. A. Um milagre tpico e um sermo. 3:1-26. B. A primeira oposio dos lderes judeus. 4:1-37. C. Morte de Ananias e Safira. 5:1-16. D. A segunda oposio dos lderes judeus. 5:17-42. III. Expanso da igreja na Palestina atravs da disperso. 6:1-12:25. A. A Escolha dos Sete. 6:1-7. B. A conjuntura da disperso: Ministrio e martrio de Estevo. 6:8 8:3.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 5 C. O Evangelho em Samaria. 8:4-25. D. Converso do eunuco etope. 8:26-40. E. Converso de Saulo. 9:1-31. F. O ministrio de Pedro na Palestina e os primeiros gentios convertidos. 9:32 11:18. G. Organizao de uma igreja gentia em Antioquia. 11:19-30. H. Perseguio de Herodes Agripa I. 12:1-25. IV. Expanso da igreja na sia Menor e na Europa. 13:1 21:17. A. A primeira misso, Galcia. 13:1 14:28. B. O problema da igreja gentia, e o concilio em Jerusalm. 15:1-35. C. A segunda misso, sia Menor e Europa. 15:36 18:22. D. A terceira misso, sia Menor e Europa, 18:23 21:17. V. Expanso da igreja a Roma. 21:18 28:31. A. A rejeio do Evangelho em Jerusalm. 21:18 26:32. B. A recepo do Evangelho em Roma. 27:1 28:31. COMENTRIO I. O comeo da igreja. 1:1 2:47.

Atos 1A. Preparao. O ministrio de aps ressurreio e a ascenso de Jesus. 1:1-14. 1, 2. Os dois primeiros versculos constituem uma pequena introduo que liga Atos ao Evangelho de Lucas. Os versculos introdutrios do Evangelho (Lc. 1:1-4) tm a inteno de servir a ambos, o Evangelho e o livro de Atos; Atos 1:1, 2 um tipo de introduo secundria que retrocede a Lc. 1:1-4. O primeiro livro. O Evangelho de Lucas. Atos a segunda parte da obra de dois volumes, Lucas e Atos. O Evangelho contm tudo o que Jesus comeou a fazer, e a ensinar; Atos segue o curso do ministrio contnuo do Cristo elevado, atravs do

Atos (Comentrio Bblico Moody) 6 Esprito Santo operando nos apstolos. No sabemos quem era o Tefilo, se um cristo que precisava de mais instruo ou um pago interessado (veja Lc. 1:3). 2. Esta referncia ao Esprito Santo revela a principal nota teolgica de Atos - a obra do Esprito Santo. 3. O ministrio ps-ressurreio de nosso Senhor durante quarenta dias tinha um objetivo duplo: fornecer uma demonstrao positiva da realidade de sua ressurreio, dando explicaes mais detalhadas dos seus ensinamentos sobre o reino de Deus. Podemos, pois, esperar que esse tema reaparea no ministrio dos apstolos. As boas novas sobre o reino de Deus foram o contedo da mensagem de Filipe em Samaria (8:12), da pregao e ensinamentos de Paulo em feso (20:25), e da mensagem de Paulo tanto a judeus como a gentios em Roma quando finalmente chegou quela cidade (28:23, 31). 4. A ordem de Lc. 24:49 foi repetida aqui. Uma vez que o ministrio dos apstolos seria obra do Esprito Santo, eles deviam aguardar em Jerusalm at que se cumprisse a promessa da vinda do Esprito Santo promessa dada pelo Pai no V.T. (Joel 2:28; Ez. 36:27) e confirmada pelo Filho. A expresso que foi traduzida para estando com eles (ERC) de significado incerto, tambm pode ser traduzida para "comendo com eles" (como ERA) ou "hospedando-se com eles". 5. O ministrio de Joo Batista, batizando os homens com gua, foi preparao para a vinda do Messias. Uma realidade maior, o batismo do Esprito Santo logo aconteceria. 6. Este versculo expande as ltimas palavras do versculo 3. Para os judeus do primeiro sculo, o reino de Deus significava um reino de Israel terreno e poltico. Num determinado ponto do ministrio de nosso Senhor, o povo esteve prestes a tomar Jesus pela fora compelindo-o a tornar-se o rei deles (Jo. 6:15). A misso de Cristo, entretanto, no foi a de introduzir o reino no esplendor terreno, mas introduzi-lo em poder espiritual. Foi uma lio difcil para os discpulos aprenderem. Durante

Atos (Comentrio Bblico Moody) 7 os quarenta dias, uma de suas principais perguntas era se Jesus estabeleceria logo esse reino terrestre por meio de Israel. 7. Jesus respondeu que essa pergunta no devia preocup-los no momento. Tempos ou pocas provavelmente se referem ao tempo que deve se passar antes do final estabelecimento do reino de Deus, e ao carter dos acontecimentos que acompanharo seu estabelecimento. O Pai determinou esses acontecimentos para sua exclusiva autoridade. Isto no significa que Deus tenha desistido de Israel; Romanos 11:26 diz que todo Israel ser salvo. O N.T. nos diz quase nada sobre o tempo e a maneira da futura salvao de Israel. 8. Em lugar de se ocuparem com debates sobre o final estabelecimento do reino judeu, os apstolos deviam se preocupar com outras coisas. O Esprito Santo viria sobre eles para lhes conceder poder sobrenatural, na fora do qual seriam testemunhas de Cristo por todo o mundo. Este versculo um resumo de todo o livro de Atos: em Jerusalm cobre os captulos 1-7; em toda a Judia e Samaria cobre os captulos 8:1 - 11:18; e aos confins da terra vai de 11:19 at o final do livro. 9. A nuvem que recebeu Cristo na sua ascenso no foi simplesmente uma nuvem de vapor condensado mas foi um smbolo do Shequin que representa a gloriosa presena de Deus (x. 33:7-11; 40:34; Mc. 9:7). A ascenso de Cristo significava que Ele interrompia a comunho visvel com Seus discpulos na terra, e, ainda de posse do seu corpo ressurreto, tinha entrado no mundo invisvel da habitao de Deus. 10. Branco a cor das vestes dos anjos (Mt. 28:3; Jo. 20:12). 11. Os anjos informaram aos apstolos que esta experincia no era uma repetio da Transfigurao (Lc. 9:27-36). Jesus partia, mas um dia retornaria terra da mesma maneira visvel e gloriosa pela qual se ausentara. A expectativa da volta corporal de Cristo o centro da f crist. 12. A Ascenso aconteceu no monte chamado Olival, que est situado bem a leste de Jerusalm, cerca de trs mil ps afastado da

Atos (Comentrio Bblico Moody) 8 cidade. Era a distncia permitida aos judeus de caminharem no sbado sem transgredirem o descanso. 13. Este cenculo deve ter sido o cenrio da ltima Ceia (Lc. 22:12) e provavelmente ficava na casa de Maria, a me de Marcos (Atos 12: 12). Para outras listas dos Doze, veja Mt. 10:2 e segs.; Mc. 3:16 e segs.; Lc. 6:14 e segs. Simo o Zelote. Simo Cananeu. Zelote pode se referir ao carter ardoroso de Simo, mas parece mais indicar que ele pertencia a um partido nacionalista dos judeus que advogava rebelio declarada contra Roma. 14. Irmos dele. Os meio-irmos de Jesus (Mt. 13:55), que no creram nEle antes de Sua morte (Jo. 7:5) mas que tiveram sua f despertada com a ressurreio. Um aparecimento a Tiago depois da ressurreio est registrado em I Co. 15:7. As mulheres pode indicar as esposas dos discpulos ou as mulheres mencionadas em Lc. 8:2; 24:10. B. A Escolha de Matias. 1:15-26. O colgio apostlico fora desfeito com o afastamento de Judas, e os apstolos sentiam a necessidade de escolher um homem que o substitusse. 15. Pedro agora surge como o lder natural dos 120 crentes, que so chamados de irmos. 16. Pedro lembrou ao grupo que a traio de Judas no foi uma tragdia imprevista mas que estava nos propsitos providenciais de Deus e portanto profetizada no V.T. (veja v. 20). 18, 19. Estes versculos so uma observao inserida por Lucas no registro das palavras de Pedro para explicar aos seus leitores o destino de Judas. De acordo com Mt. 27:7, os sumo sacerdotes compraram esse campo; mas ao que parece eles o fizeram em nome de Judas, uma vez que o dinheiro era legalmente dele. Precipitando-se poderia ser traduzido para inchando, e se refere a uma ruptura fatal. Agostinho interpreta esta passagem assim "ele amarrou uma corda ao seu pescoo e,

Atos (Comentrio Bblico Moody) 9 caindo com o rosto em terra, rebentou pelo meio". Aceldama. Uma palavra aramaica significando Campo de Sangue. 20. Pedro citou o Sl. 69:25 e 109:8 livremente. Encargo significa ofcio de supervisor no no sentido tcnico. 21, 22. As qualificaes do sucessor de Judas no colgio apostlico eram duas: devia ter sido companheiro de Jesus e devia ter testemunhado a ressurreio de Jesus. No h nenhuma referncia ordenao nesses versculos. 23. No temos nenhuma informao sobre os dois candidatos igualmente qualificados. 24-26. Tal escolha por meio de sortes tem precedente no V.T. (Pv. 16:33), mas no ocorre nenhuma outra vez no N.T. e no uma norma de prtica crist. Indo para o seu prprio lugar, Judas teve o destino que mereceu por causa de sua incrvel traio. O lugar de Judas foi preenchido no porque ele morreu mas porque ele se desviou. Quando Tiago, o irmo de Joo, foi executado (Atos 12:2), seu lugar no foi preenchido. O Senhor a quem a orao foi dirigida (1:24) era provavelmente Jesus que fora elevado, pois Ele que escolhera os doze primeiros (v. 2) era agora solicitado a escolher outro. Senhor a palavra comum no grego do V.T, para designar Deus; foi usada desde os primeiros dias da Igreja para designar Jesus que fora elevado.

Atos 2C. A Vinda do Esprito Santo. 2:1-41. H um sentido real no qual a Igreja tem o seu dia de nascimento no dia de Pentecostes, quando o Esprito Santo foi dado aos homens de maneira nova para unir os crentes em Jesus atravs de um novo relacionamento. 1. Pentecoste, significando o qinquagsimo, a palavra grega para a Festa das (sete) Semanas descrita em Lv. 23:15-22, que celebrava a concluso da colheita.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 10 2. Todos os 120 discpulos estavam reunidos em um s grupo e no mesmo lugar provavelmente o cenculo (1:13). De comum acordo o que diz um texto inferior. Veio do cu um som, como de um vento impetuoso. No foi um vento; tinha o som de um vento. Pneuma pode ser tanto vento como esprito; e o vento um smbolo do poder do Esprito e tambm de sua invisibilidade (Jo. 3:8). O que eles viram no foram realmente lnguas de fogo mas como de fogo. 3. O sinal visvel foi algo que s podia ser comparado s chamas do fogo que se dividiam em lnguas separadas as quais repousaram sobre cada um dos discpulos. Muitos compreenderam que era o cumprimento da promessa feita por Joo do batismo com fogo (Lc. 3:16). Entretanto, no havia fogo presente no Pentecostes, mas algo como fogo; e o contexto do Evangelho sugere que o batismo de fogo o juzo daqueles que rejeitam o Messias o queimar da palha com fogo inextinguvel. 4. Quando o Esprito Santo foi dado aos homens, os discpulos foram batizados (1:5) e ao mesmo tempo cheios do Esprito Santo. O batismo do Esprito foi descrito em I Co. 12:13. obra do Esprito Santo reunir pessoas de diversas raas e antecedentes sociais variados em um s corpo o corpo de Jesus Cristo, que a sua Igreja. No sentido restrito da palavra, Pentecostes foi o dia do nascimento da Igreja. Este batismo com o Esprito nunca se repetiu. Foi mais tarde estendido aos crentes na Samaria (Atos 8), aos gentios (caps. 10 e 11), e aos discpulos de Joo Batista (19:1-6). O enchimento com o Esprito foi muitas vezes repetido, mas no o batismo com o Esprito. 5. Os discpulos foram, ao que parece, levados do cenculo para um lugar aberto na cidade, possivelmente a rea do templo, onde havia uma multido reunida. Os homens piedosos eram judeus da Dispora, que foram esparsos pelo mundo mediterrneo mas que retornaram Cidade Santa. 6. As outras lnguas (v. 4). No linguagem de xtase religioso. Por meio de um milagre a lngua dos apstolos foi traduzida pelo Esprito

Atos (Comentrio Bblico Moody) 11 Santo em diversas lnguas sem que houvesse um tradutor humano. Este fenmeno no o mesmo que a glossollia ou dom de lnguas de I Co. 12 e 14, que eram ininteligveis at que fossem interpretadas. Possivelmente o Esprito Santo agia como intrprete no Pentecoste, de modo que diversos grupos que falaram em lnguas diferentes ouvissem a sua prpria lngua sem a mediao de intrprete humano. 7. Foi uma coisa espantosa que esses homens cujo sotaque mostravam que eram judeus galileus parecessem falar muitas lnguas estrangeiras. 9-11. Esses pases formavam um circuito volta de todo o Mar Mediterrneo. Muitos desses povos podiam falar o grego popular do mundo helnico, mas falavam tambm suas lnguas nativas (cons. 14:11). Romanos que aqui residem. Judeus e gentios convertidos (proslitos) vindos de Roma, que estavam temporariamente residindo em Jerusalm. 12, 13. Todos os ouvintes estavam perplexos (cheios de dvida) sem entender o que estava acontecendo. A acusao de bebedeira sugere que alm das lnguas estrangeiras, havia tambm o elemento esttico nesse primeiro dom de lnguas. 14. Uma grande multido reuniu-se por causa dessa agitao (v. 6), provavelmente no ptio externo da rea do templo. Pedro ofereceu uma explicao do que tinha acontecido diante dos seus olhos e ento partiu para uma proclamao do Evangelho, que essencialmente se constituiu no anunciamento do Messiado de Jesus. 15. Primeiro Pedro acabou com a idia de que os discpulos estivessem bbados, fazendo ver que eram apenas nove horas da manh e portanto cedo demais para que algum estivesse bbado. 16. No era nenhum esprito mas o Esprito Santo que se apossara deles. Pedro citou Joel 2:28-31, que prediz o derramamento do Esprito Santo sobre Israel na era messinica. importante que se observe que uma profecia que, em Joel, foi dirigida nao de Israel, cumpria-se

Atos (Comentrio Bblico Moody) 12 agora na Igreja Crist. No propsito redentor de Deus, entretanto, Israel tambm se inclui no cumprimento desta profecia (Rm. 11:26). 17. Nos ltimos dias no se encontra na profecia de Joel mas foi acrescentado por Pedro sob divina inspirao. No V.T. esta frase indica a era messinica no reino de Deus (Is. 2:2; Os. 3:5). A dispensao do Evangelho , portanto, um estgio na realizao das bnos da dispensao messinica. No V.T., o Esprito Santo era concedido principalmente a pessoas que ocupavam posies oficiais na teocracia de Israel reis, sacerdotes e profetas. A nova misso do Esprito Santo era repousar sobre toda a carne, isto , sobre todo o povo de Deus e no somente sobre os lderes oficiais. A promessa de que esse novo derramamento do Esprito resultaria em uma nova manifestao de profecia, vises e sonhos, cumpriu-se na experincia dos apstolos e profetas da dispensao do N.T. Criam os judeus que o Esprito Santo, que inspirava os profetas do V.T. e suas mensagens, silenciara durante o Perodo Inter-Testamentrio. Pedro assegurou que o Esprito Santo tornara-se ativo novamente em uma nova manifestao do propsito redentor de Deus. Isto se v nas ltimas palavras de Atos 2:18, onde Pedro acrescentou profecia de Joel a declarao, e profetizaro. Esta nova manifestao de profecia no era tanto a previso do futuro, mas sim a pregao do significado da obra redentora de Deus atravs de Jesus, o Messias. 19, 20. A ltima metade desta profecia de Joel no se cumpriu nos dias de Pedro como se cumpriu o derramamento do Esprito. O dia do Senhor. O dia da vinda do Senhor em glria para estabelecer o seu reino no mundo com poder e glria. Esta consumao final seguir-se- a um julgamento que sobrevir ordem terrestre e da catstrofe csmica emergir uma nova e redimida ordem da natureza e do mundo (Rm. 8:21). Os ltimos dias so, assim, destacados do Dia do Senhor. 21. Esse derramamento do Esprito Santo ocasionar um grande dia de salvao, e qualquer um que invocar o nome do Senhor ser salvo.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 13 Senhor em Joel refere-se a Deus, mas Pedro e a igreja primitiva aplicouo a Jesus exaltado. 22, 23. Pedro recapitulou a vida e morte de Jesus para mostrar que no foi mero acidente mas que aconteceu dentro do plano redentor de Deus. Apesar do fato de Deus ter autenticado o Cristo por meio de milagres, prodgios e sinais... entre vs os judeus, eles o entregaram s mos de inquos, os romanos, que ignoravam a lei de Deus, para que fosse crucificado e morto. Apesar de que nem romanos nem judeus foram absolvidos da culpa, a morte de Jesus aconteceu de acordo com um determinado desgnio e prescincia de Deus. 24. Embora juzes humanos condenassem Jesus morte, uma corte mais alta ressuscitou-o dos mortos, uma vez que era impossvel que o Messias permanecesse sob o poder da morte. 25-28. Logo a seguir Pedro provou que a morte do Cristo fazia parte do plano redentor de Deus, mostrando que fora previsto nas Escrituras do V.T. Citou o Sl. 16:8-11, uma passagem que no seu prprio contexto refere-se a Davi e a sua esperana de salvao da morte. Mesmo na morte, Davi esperava ver a face do Senhor. Por isso Ele podia se submeter experincia da morte na esperana de que Deus no abandonaria a sua alma na morte (Sheol), a habitao dos mortos depois da morte, nem permitira que Ele visse corrupo da sepultura. Uma vez que Deus o Deus dos vivos, apesar do V.T. no revelar plenamente a vida aps a morte, Davi estava confiante que Deus lhe mostraria os caminhos da vida e lhe proporcionaria a plenitude da alegria da presena divina mesmo depois da morte. 29. O apstolo tornou claro que esses versculos no podiam se referir a Davi, uma vez que Davi morreu de fato e experimentou a corrupo. Na verdade, o seu tmulo podia ser visto ao sul da cidade de Jerusalm. O salmista, portanto devia estar se referindo a um descendente de Davi mais importante, ao Messias.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 14 30, 31. Deduz-se que o salmista falou profeticamente de um dos seus descendentes, o Cristo que se assentaria no trono de Davi. Nessas palavras de Davi, Pedro encontrou a profecia da ressurreio de Cristo. 32. A ressurreio do Messias, prevista pelo salmista, podia ser agora comprovada pela experincia dos apstolos. 33. Jesus no fora apenas ressuscitado dos mortos; Ele tambm foi exaltado, pois, destra de Deus e dessa posio exaltada derramou sobre o Seu povo o dom do Esprito Santo profetizado por Joel. 34, 35. Novamente Pedro citou os Salmos (110:1) para mostrar que a exaltao de Cristo tambm estava nas Escrituras profticas. O Senhor Deus dissera ao Messias, o Senhor de Davi, que Ele se assentaria direita de Deus at que todos os seus inimigos estivessem subjugados. Desses versculos podemos concluir que Cristo continua entronizado nos cus e no sentido literal est exercendo o seu reinado messinico (Ap. 3:21). 36. O corao do Evangelho este: que Jesus, ressuscitado dos mortos e exaltado direita de Deus, foi feito Senhor e Cristo (Messias). Seu messiado significa senhorio; Ele reina direita de Deus como Senhor e Rei. O cumprimento do ofcio messinico realizou-se de maneira nova e inesperada. O Senhorio de Cristo foi a doutrina cardinal da cristandade primitiva. Jesus entrou no exerccio de Seu Senhorio em virtude de Sua exaltao (Fl. 2:9-11) e a salvao se encontra confessando que Jesus o Senhor (Rm. 10:9). 37. Os ouvintes de Pedro ficaram convencidos e convictos. Compungiu-se-lhes o corao compreendendo que tinham condenado morte o Messias de Deus, e conseqentemente perguntaram o que deviam fazer para se livrarem dessa horrvel culpa. 38. Pedro replicou que a misericrdia podia perdoar at mesmo esse pecado. Era preciso que houvesse uma reao dupla: arrepender-se e ser batizado em nome de Jesus Cristo. Arrepender-se significa dar meiavolta e abandonar seus caminhos pecaminosos, confessando a f em Jesus como seu Messias. O batismo seria a evidncia pblica desse

Atos (Comentrio Bblico Moody) 15 esprito de arrependimento. O resultado seria a remisso dos pecados e a recepo do dom do Esprito Santo. A recepo do Esprito Santo no depende do batismo, mas segue-se ao batismo, que o sinal exterior e visvel de um esprito penitente. Na igreja primitiva os convertidos eram batizados sem delongas. Assim o batismo e a recepo do Esprito eram praticamente simultneos. 39. Essa nova era de bnos messinicas, explicou Pedro, concederia o Esprito Santo no apenas aos lderes tais como profetas, sacerdotes e reis, mas sobre todos os que se arrependessem, sobre seus descendentes e at sobre os de fora da famlia de Israel, a todos quantos Deus chamasse para a salvao. O dom do Esprito Santo. O dom do prprio Esprito, no algum dom que o Esprito concede. 40, 41. O apstolo, logo aps, exortou seus ouvintes a salvarem-se desta gerao perversa, que condenara Jesus morte, aceitando o seu apelo de arrependimento e o seu testemunho de que Jesus era o Messias deles. O resultado foi que cerca de trs mil pessoas aceitaram sua palavra e foram batizadas professando sua f e foram acrescentadas comunidade do pequeno crculo de crentes. No h nenhuma indicao de que os apstolos tenham imposto as mos sobre esses novos convertidos para que eles recebessem o Esprito Santo. D. Vida da Igreja Primitiva. 2:42-47. Agora Lucas d um pequeno resumo da vida e carter da primitiva comunidade crist. 42. A doutrina dos apstolos ou seus ensinamentos. Os ensinamentos do Senhor, com a proclamao de Sua vida, morte e ressurreio, mais o seu significado para a salvao do homem. Estes ensinamentos eram tradio de autoridade na igreja primitiva e mais tarde foram includos em nosso Novo Testamento. Esses crentes primitivos encontravam deleite em terem comunho uns com os outros, particularmente no partir do po (que provavelmente consistia de uma

Atos (Comentrio Bblico Moody) 16 refeio fraternal, com a Ceia do Senhor) e em regulares perodos de orao em conjunto. 43. O carter da comunidade crist primitiva despertou no povo um sentimento de reverncia, que era reforado pelos muitos milagres realizados pelos apstolos. 44, 45. To devotados eram uns aos outros os membros dessa primeira comunidade crist que os crentes ricos vendiam suas propriedades para suprir as necessidades dos membros pobres. O amor cristo manifestou-se num programa social de assistncia material aos pobres. Essa atitude crist de partilhar com os outros parece que se limitou aos primeiros anos da igreja de Jerusalm e no se estendeu s novas igrejas conforme o Evangelho foi sendo levado atravs da Judia. 46. Os crentes ainda eram judeus e continuavam a realizar o seu culto dirio a Deus no Templo, de acordo com os costumes judaicos. No houve pensamentos da parte dos judeus crentes, de se apostatarem do judasmo e assim estabelecerem um movimento parte. Sua comunho crist manifestou-se particularmente nas refeies tomadas em comum, de casa em casa. O gozo e a generosidade de corao eram duas caractersticas salientes daqueles crentes. 47. Nem todos os judeus receberam o testemunho do messiado do Jesus ressurreto, mas at mesmo aqueles que o rejeitaram olhavam para a comunidade dos primeiros cristos com grande favor. O resultado foi que o Senhor acrescentava diariamente nova comunidade aqueles que aceitavam o testemunho, e a comunidade crist os recebia como irmos. II. A Igreja em Jerusalm. 3:1 - 5:42. A igreja primitiva no comeo no demonstrou inclinao para encetar uma misso de evangelizao mundial. Os primeiros cristos foram judeus morando em Jerusalm como judeus que encontraram em

Atos (Comentrio Bblico Moody) 17 Jesus o cumprimento das profecias do V.T. Lucas seleciona diversos episdios ilustrando esses primeiros anos.

Atos 3A. Um Milagre e um Sermo Tpicos. 3:1-26. A cura do coxo foi um dos muitos milagres, mas foi de singular importncia porque forneceu ocasio para um sermo tpico que ilustra o contedo da pregao apostlica aos judeus. Isto, por outro lado, levou primeira oposio da parte dos lderes judeus. 1. Pedro e Joo, o irmo de Tiago, so freqentemente mencionados como dois apstolos lderes da igreja primitiva, Os discpulos continuaram a participar da adorao a Deus com os judeus no templo. A hora nona, ou s 15 horas, era hora de orao a que acompanhava o sacrifcio da tarde. 2. Os apstolos atravessaram o Ptio dos Gentios em direo porta chamada Formosa que dava para o Ptio das Mulheres, onde encontraram um homem coxo que ali era deixado dia aps dia para mendigar. 6-8. Pedro no tinha dinheiro para lhe oferecer, mas deu-lhe algo muito melhor fora para suas pernas e ps aleijados. A cura foi instantnea; e o homem curado acompanhou os apstolos quando entraram no Templo, pulando de alegria pela sua sade recuperada, e gritando louvores a Deus. 9, 10. Seus gritos chamaram a ateno de uma multido que ficou admirada ao ver o homem que diariamente estivera junto porta Formosa pulando agora de alegria. 11. Pedro aproveitou-se desse milagre para tomar a dar testemunho do poder salvador de Jesus. Aparentemente, depois do culto de orao e sacrifcio, Pedro e Joo, com o ex-aleijado, seguiram at s colunas cobertas a leste do Ptio dos Gentios, lugar que se chamava Prtico ... de Salomo. Ali a multido se reuniu e Pedro lhe falou.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 18 12. Em primeiro lugar Pedro repudiou qualquer crdito pelo milagre. No fora pelo poder ou santidade dos apstolos que o invlido fora curado. 13. Fora o Deus de Israel, o Deus que dera promessa a seus pais, que realizara o milagre. O homem fora curado porque Deus glorificou a seu Servo Jesus por meio da ressurreio e ascenso. A palavra filho (ERC) seria melhor traduzida para servo (ERA), pois a palavra se refere ao servo do Senhor profetizado em Is. 52:13-53:12. Jesus s pde ser glorificado depois de entregue e negado pelos judeus diante de Pilatos, o governador romano. 14. O Santo e o Justo eram ttulos s vezes usados para descrever o Messias. Que crime inimaginvel foi aquele que os judeus cometeram, exigindo a soltura de um assassino e criminoso para condenar morte o Santo e o Justo! 15. O Autor da Vida. Pedro designou Jesus como a fonte e origem da vida. Os judeus tentaram destru-lO, mas Deus inverteu o veredito deles ressuscitando-O dos mortos. 16. A estrutura deste versculo esquisita tanto em portugus como em grego, mas seu significado claro. O nome de Jesus no possua um poder mgico, mas a f que vem por meio do seu nome produzia cura. 17. O crime monstruoso de matar Jesus pode ser perdoado, pois Pedro admite que os judeus e seus lderes no sabiam que estavam condenando morte o Messias de Deus. 18. O V.T. no fala de um Messias sofredor, embora falasse de um servo do Senhor sofredor (Is. 53). Depois da sua ressurreio, Jesus mostrou aos discpulos que estas profecias se referiam sua paixo. Cristo. No um nome prprio aqui mas o ttulo que significa Messias. 19. Agora Pedro desafiou os judeus a se arrependerem dos seus pecados e se voltarem para Deus. Arrependei-vos. Voltem-se do pecado para Deus. Isto significaria reverso do veredicto que pronunciaram sobre Jesus e confisso de que era o Messias de Deus. O resultado seria

Atos (Comentrio Bblico Moody) 19 que seus pecados seriam cancelados e que desfrutariam dos tempos de refrigrio prometidos pelos profetas do V.T. 20. A converso de Israel significava o retorno do Messias. o propsito de Deus providenciar salvao para Israel antes do incio do reino de Deus (Rm. 11:26), e Pedro insistiu com Israel para aceitar a salvao. 21. A morte, ressurreio e ascenso de Jesus no o fim de Sua obra redentora. Ele deve vir novamente em poder para estabelecer uma nova ordem livre do mal e do pecado. Esta restaurao incluir a redeno da natureza (Rm. 8:18-23) como tambm o aperfeioamento da sociedade humana quando a vontade de Deus for feita na terra assim como feito no cu. Os tempos de refrigrio so uma bno presente; a restaurao de todas as coisas... (que) Deus falou pela boca dos seus santos profetas uma bno futura; mas ambos so o resultado da obra redentora do Messias. 22, 23. Esses dias, dos quais Pedro fala, foram profetizados desde Moiss, o qual disse que Deus levantaria um outro profeta igual a Ele (Dt. 18:15-19), o qual transmitiria a palavra de Deus ao seu povo com autoridade. A ameaa contida no versculo 23 uma combinao de Dt. 18:19 e Lv. 23:29. 24, 25. Esses dias da redeno que Pedro estava proclamando foi o tema constante dos profetas do tempo de Samuel. Os judeus eram os filhos dos profetas e da aliana feita com Abrao e eram, portanto, os herdeiros naturais dessas promessas messinicas. 26. Enquanto a promessa de Abrao inclua os povos gentios, as bnos do Messias foram oferecidas primeiramente aos herdeiros naturais da aliana para que os desviasse de suas iniqidades. Servo a palavra que se encontra em 3:13, traduzida Filho na ERC. Ressuscitado refere-se ao aparecimento histrico de Jesus mais do que a ressurreio (levantado).

Atos (Comentrio Bblico Moody)

20

Atos 4B. A Primeira Oposio dos Lderes Judeus. 4:1-37. Um dos propsitos principais do Livro de Atos mostrar que os judeus que rejeitaram e crucificaram Jesus continuaram rebeldes contra Deus rejeitando o Evangelho do Jesus ressuscitado e elevado aos cus proclamado pelos apstolos. Este captulo descreve o comeo dessa oposio, que culminou com os planos dos judeus de matarem Paulo em sua ltima visita a Jerusalm (23:12-15; 25:1-3). 1. Foi to grande a multido que se ajuntou no Alpendre de Salomo que a polcia do templo interveio. Os sacerdotes pertenciam a um partido judeu chamado os saduceus. Discordavam dos fariseus quanto interpretao da Lei e tambm negavam a doutrina da ressurreio e da existncia dos anjos e demnios. O capito do templo era um oficial importante, com autoridade quase igual a do sumo sacerdote e tinha a responsabilidade da preservao da ordem no Templo. 2. Os saduceus estavam preocupados porque Pedro e Joo proclamavam persistentemente que Jesus ressuscitara dos mortos e anunciavam, com base nessa ressurreio, a esperana de ressurreio dos homens. Os fariseus criam na ressurreio futura. Os apstolos declararam que Deus providenciara agora nova base para esta esperana. 3. Sendo j bastante tarde, a polcia do templo, sob a direo dos sacerdotes, prendeu os dois discpulos e os colocou na cadeia para ali passarem a noite. 4. Lucas infere que esses acontecimentos tiveram grande efeito sobre o povo, e muitos creram, de modo que o nmero dos crentes chegou a cinco mil. 5, 6. Na manh seguinte o Sindrio se reuniu. Era a mais alta corte dos judeus, e se compunha de autoridades ou sacerdotes, ancios e escribas. Escribas. Estudantes profissionais e professores do V.T. Seus discpulos eram os fariseus. Nessa ocasio Caifs era o sumo sacerdote presidente do Sindrio. Seu sogro, Ans, era o ex-sumo sacerdote e uma

Atos (Comentrio Bblico Moody) 21 espcie de estadista mais velho. O termo sumo sacerdote, ou melhor, principal sacerdote, podia ser aplicado a diversos membros de famlias das quais vinham os sumos sacerdotes. Nada sabemos sobre Joo e Alexandre. 7. Pedro e Joo foram levados presena do Sindrio e desafiados a dizer com que autoridade, leigos como eles eram, agiam daquela forma. 8-10. Pedro experimentou um novo revestimento do Esprito para que pudesse se defender. Ele destacou que nada fez alm de ajudar um aleijado. O ex-aleijado estava de p com Pedro e Joo, e Pedro declarou que a sua cura fora efetuada em nome de Jesus Cristo de Nazar, no por algum poder que existisse nos prprios apstolos. 11, 12. Pedro estava presumivelmente defendendo-se, mas depois abandonou a defesa e comeou a proclamar o Evangelho. Ele citou o Sl. 118:22, declarando que Cristo era a pedra que os construtores da nao judia rejeitaram mas a qual Deus estabeleceu por mais importante pedra do edifcio. Alm disso, disse que s nEle havia salvao; e que se os judeus rejeitassem o poder salvador do Seu nome, no haveria outro meio de encontrarem salvao. A destruio viria sobre eles e a nao. Pedra angular pode designar tanto a pedra fundamental como o ngulo superior da juntura de duas paredes. Salvao aqui provavelmente se refere vida na dispensao vindoura. 13. Esse discurso deixou o Sindrio admirado. Iletrados e incultos no se refere sua inteligncia ou capacidade de ler e escrever, mas ao fato de que no eram escolados na tradio dos escribas, sendo de fato leigos. Era coisa incomum que leigos sem preparo falassem com tal eficincia e autoridade. Os lderes j sabiam que Pedro e Joo eram discpulos de Jesus, mas lembravam-se agora do fato de que Jesus tambm, mesmo no sendo educado nas tradies dos escribas (Jo. 7:15), tambm tinha deixado o povo maravilhado com a autoridade com que falava (Mc. 1:22). Algo dessa mestria autoridade refletia-se agora nos seus discpulos, e o milagre que fora realizado sobre o aleijado tornou difcil negar a eficcia dessa autoridade.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 22 15-17. Os dois discpulos foram mandados para fora enquanto os membros do sindrio deliberam. Embora Pedro e Joo no tivessem infringido nenhuma lei, estavam ganhando uma popularidade perigosa. o sindrio deliberou que a nica atitude possvel era amea-los, ordenando-lhes que no -pregassem mais em nome de Jesus. O Sindrio no tomou nenhuma providncia, conforme F.F. Bruce faz ver (Commentary on the Book of Acts), para desacreditar a afirmao central da pregao dos apstolos que Jesus ressuscitara dos mortos. A pregao dos apstolos poderia ser facilmente frustrada se a proclamao da Ressurreio fosse comprovadamente falsa. o corpo de Jesus desvanecera-se to completamente que o Sindrio sentia-se inteiramente impotente para refutar a mensagem. 18. Quando Pedro e Joo foram chamados de volta pelo Sindrio, no foram punidos mas ordenaram-lhes que deixassem toda e qualquer pregao em nome de Jesus. 19, 20. Os apstolos responderam que se lhes fosse solicitado escolher entre a vontade de Deus e o decreto dos homens, teriam de escolher nada mais nada menos que obedecer a Deus. 21. Os apstolos ganharam tal popularidade que o Sindrio no se atreveu a provocar a ira do povo mandando puni-los. Alm disso, os saduceus no tinham o apoio do povo como os fariseus, e tinham que tomar cuidado com a opinio pblica. 22. A maravilha do milagre estava no fato de que esse homem j tinha mais de quarenta anos de idade. 24. Seguiu-se uma reunio de orao, na qual os crentes no pediram que Deus os livrasse de problemas e perseguies futuras, mas o louvaram por ser Ele o Senhor de todas as coisas. Dirigiram-se-lhe chamando-o de Soberano Senhor e no simplesmente Senhor. 25, 26. Os cristos experimentaram a perseguio prevista em Sl. 2:1-3. Os principais se opuseram tanto a Deus como ao seu Ungido ou Messias.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 23 27. Novamente os crentes se referiram a Jesus chamando-o de Santo Servo que tambm era o Ungido. Para eles Herodes Antipas, tetrarca da Galilia e Peria, representava os reis da terra. Pncio Pilatos, o governador romano da Judia, representava os prncipes. Os outros oponentes do salmo identificaram como sendo os romanos (gentios) e os povos de Israel. 28. Por trs desses atos maus praticados por homens perversos, eles sabiam, estavam o que a mo e o propsito de Deus predeterminaram. 29, 30. Os cristos no oraram pedindo segurana ou proteo, mas que, em face da oposio, pudessem ser fiis na proclamao da palavra de Deus. 31. A resposta sua orao foi uma renovao da plenitude do Esprito Santo, que se manifestou na sua destemida proclamao da palavra de Deus. No foi, entretanto, um outro batismo com o Esprito. 32. Os versculos 32-37 contm um novo resumo do carter da primitiva comunidade crist semelhante ao de 2:42-47. Uma das caractersticas principais dessa igreja cheia do Esprito era a unidade, o sentimento de unio que se manifestava na partilha dos recursos materiais. 34. Para suprir as necessidades dos cristos pobres, os crentes mais ricos vendiam terras ou casas e traziam o dinheiro para que fosse usado em benefcio de todos. 35. Os apstolos supervisionavam este ministrio do amor, que era executada na base da necessidade pessoal e no na base da igualdade. 36, 37. Um cristo se destaca especialmente: Jos, um cristo judeu, natural da Ilha de Chipre, que tinha parentes em Jerusalm (cons. 12:12; Cl. 4:10). Seu sobrenome, Barnab pode significar filho da consolao ou filho do encorajamento ou exortao. Tais sobrenomes eram muitas vezes dados s pessoas para indicar seu carter.

Atos 5C. Morte de Ananias e Safira. 5:1-16.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 24 Este incidente nos mostra que a igreja primitiva no estava livre de problemas fritemos. Lucas no procura atenuar a situao mas conta o acontecimento com cores negras. 1, 2. Safira no aramaico significa linda. Tal como Barnab, ela e seu marido venderam uma propriedade. Ananias, com o conhecimento de sua mulher, planejou levar apenas parte do dinheiro aos apstolos, fingindo que estava dando tudo. 3. No somos informados de como Pedro reconheceu a fraude; foi provavelmente por iluminao divina. Pedro acusou Ananias no por engan-lo mas por tentar enganar o Esprito Santo. O Esprito Santo obviamente uma pessoa, e o versculo 4 mostra que o Esprito Santo tambm Deus. 4. O programa de partilhar riquezas na igreja primitiva era puramente voluntrio e no compulsrio. Permanecendo de posse da terra, Ananias tinha o direito de fazer o que entendia; e mesmo depois de vend-la, o dinheiro era seu para us-lo como quisesse. O pecado de Ananias no foi o de guardar o dinheiro, mas o de pretender uma consagrao completa a Deus enquanto deliberadamente guardou parte do dinheiro. Foi o pecado de uma consagrao desonesta, pois ele mentiu a Deus. 5. Encarando a enormidade do seu pecado, Ananias sentiu-se completamente vencido e imediatamente caiu ao cho e expirou. No somos informados da causa do seu mal. Certamente Pedro no invocou sua morte. Quer Ananias tenha ou no expirado devido a um choque emocional, sua morte foi um juzo de Deus sobre sua consagrao hipcrita. 6. Antigamente no Oriente o sepultamento era feito logo aps a morte sem maiores delongas por causa da rpida decomposio dos corpos. 7. Safira devia estar longe da cena, caso contrrio a morte de seu marido t-la-ia alcanado mais cedo.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 25 9. Pedro acusou-a de cumplicidade de estar brincando com Deus. Tentar a Deus (x. 17:2; Dt. 6:16), isto , ver at onde se pode ir tomando liberdades com a bondade de Deus, um pecado perigoso. Essa foi uma das tentaes que nosso Senhor enfrentou (Mt. 4:7). 10. Safira teve o mesmo destino de Ananias. Ela tambm caiu e expirou. No temos motivos para crer que Ananias e Safira no fossem salvos. Sua morte fsica foi um juzo divino que no envolveu a salvao deles. O prprio fato de serem crentes determinou a enormidade do seu pecado. Estavam fingindo uma "submisso total" mas deliberadamente guardaram algo para si. Este um pecado que s pode ser cometido por um cristo. 11. Este acontecimento despertou grande espanto e temor de Deus na igreja e produziu influncia purificadora. Aqui pela primeira vez em Atos aparece a palavra igreja (ekklsia). Significa, chamados e refere-se ao chamado feito aos cidados gregos para que sassem de suas casas a fim de assistirem assemblias pblicas com propsitos cvicos. A palavra foi usada no V.T. grego em relao a Israel na qualidade de povo de Deus. Seu uso no N.T., portanto, indica que a Igreja o novo povo de Deus. A palavra nunca foi usada com referncia a um edifcio. Ela se refere tanto igreja como um todo (5:11; 9:31; 20:28) como s congregaes locais dos crentes (11:26; 13:1). 12. Os cristos primitivos no tinham seus prprios edifcios para adorao mas reuniam-se no Prtico de Salomo, que fazia o limite oriental da vasta rea do templo. 13, 14. A morte de Ananias e Safira teve uma tal influncia purificadora que ningum se atrevia a entrar para a nova comunidade com razes meramente humanas. Entretanto, a igreja era muito respeitada pelo povo. S aqueles que experimentavam uma genuna obra salvadora de Deus atreviam-se a entrar para a igreja; mas havia muitos desses crentes.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 26 D. A Segunda Oposio dos Lderes Judeus. 5:17-42. A popularidade dos crentes despertou novamente a ateno dos principais sacerdotes e dos saduceus. Um dos motivos centrais do livro de Atos a rejeio do Evangelho pela nao judia. Esta seco descreve mais um passo na rejeio e perseguio exercida pelas autoridades judias. 17. Seita significa simplesmente partido e no possui conotaes favorveis, como a palavra na atualidade. 18. Dessa vez todos os apstolos foram presos e postos na cadeia durante a noite para serem interrogados pelo Sindrio de manh. 19,20. Os apstolos foram sobrenaturalmente libertados durante a noite e foram encorajados a continuarem testemunhando ao povo sobre o modo de viver e sobre a salvao. Desta vida. Uma designao costumeira para a mensagem crist. 21. Ao romper do dia o Sindrio (que tambm era chamado de senado), constitudo dos saduceus e fariseus, reuniu-se e mandou buscar os apstolos para interrog-los. 22, 23. Os guardas foram priso e encontraram cada coisa em seu lugar, as portas trancadas e as sentinelas alertas; mas os apstolos tinham desaparecido. 24. O capito da polcia do templo era membro do Sindrio. Os principais sacerdotes. Chefes das diversas famlias de sumo sacerdotes e sacerdotes que j tinham ocupado anteriormente o cargo de sumo sacerdote e que continuavam usando o ttulo. Esses oficiais do Sindrio ao que parece achavam que os cristos tinham ganho convertidos dentro do crculo dos guardas do templo e parecia-lhes que esse novo movimento estava fugindo ao seu controle. 25. No meio das deliberaes, chegou a notcia ao Sindrio de que os apstolos estavam novamente no templo e ensinando o povo. 26. O capito da polcia com os seus subordinados persuadiram os apstolos a acompanh-los pacificamente at o Sindrio. O capito no se atreveu a usar de violncia ao levar os apstolos, temendo violenta

Atos (Comentrio Bblico Moody) 27 reao do povo, que estimava grandemente esses pregadores que curavam. 27, 28. Os apstolos acompanharam a polcia indo da rea do templo at o lugar da reunio do Sindrio. O sumo sacerdote acusou-os de duas ofensas: primeiro, desobedeceram aquela injuno do Sindrio de interromper seus ensinamentos em nome de Jesus. Segundo, estavam tentando levantar contra o Sindrio a censura pblica por causa da crucificao de Jesus. Os apstolos, claro, no tinham tal inteno, mas sua pregao sobre a cruz dava esta impresso. 29. Pedro replicou que tal injuno do Sindrio colocava-os realmente diante do dilema de obedecer aos homens ou a Deus. 30. Em tal situao, s havia uma nica possibilidade, especialmente considerando que Deus unha ressuscitado Jesus dos mortos, a quem os lderes judeus assassinaram. Pela expresso, o Deus de nossos pais, Pedro demonstrou que ainda se considerava judeu. A igreja primitiva no interrompeu a comunho com os judeus mas existia como uma comunidade dentro do Judasmo. 31. Quando os judeus infligiram a Jesus a degradao da cruz (Dt. 21:33), Deus lhe concedeu a mais alta honra, fazendo dEle um Prncipe ou Lder e Salvador. Prncipe a mesma palavra traduzida para "Autor" em Atos 3:15 (outra traduo). 32. A proclamao dos apstolos baseava-se no fato de que tinham testemunhado as coisas das quais falavam. Alm disso, eles no falavam simplesmente como indivduos particulares, mas seu testemunho tinha o poder do Esprito Santo, que falava por meio deles. O Esprito Santo fora dado no somente aos apstolos mas todos que Lhe obedeciam. 33. Estas palavras de Pedro atingiram os sacerdotes profundamente e eles se zangaram. A ala dos saduceus dentro do Sindrio imediatamente comeou a planejar como matar os apstolos. 34. Seus propsitos malignos foram frustrados por um escriba e mestre da lei, chamado Gamaliel. Josefo, o historiador judeu, conta-nos, que o partido dos fariseus era pequeno em nmero mas possua tal

Atos (Comentrio Bblico Moody) 28 popularidade e influncia entre o povo que os saduceus no ousavam tomar qualquer atitude qual os fariseus se opusessem. A influncia do conselho de Gamaliel reflete-se nesta situao. Alm disso, Gamaliel era um dos mais conhecidos rabis daquele tempo. Saulo de Tarso fora seu discpulo (22:3), e era largamente conhecido como o maior professor da Lei do seu tempo. 35. Gamaliel advertiu os saduceus, que se inclinavam a agir sem o apoio da maioria constituda pelos fariseus, a no agir irrefletidamente. 36. Ele citou recentes acontecimentos histricos para lembr-los que j houvera outros movimentos entre os judeus que deram em nada, e que portanto no deviam temer esse novo grupo que proclamava que Jesus era o Messias. Josefo diz que houve muitos desses movimentos naqueles dias de insegurana. Gamaliel lembrou-se de Teudas, que proclamava ser pessoa de grande importncia e que persuadiu uns quatrocentos judeus a segui-lo. Este movimento foi esmagado e Teudas foi morto. Nada mais sabemos sobre esse homem. Cerca de 45 A.D., um mgico com o mesmo nome levou um grande nmero de judeus ao Rio Jordo, prometendo separar as guas para que pudessem atravess-lo a seco. O governador romano, Crispo Fadus, enviou cavaleiros e estragou o movimento. Esse falso messias, entretanto, foi outro e no a pessoa mencionada por Gamaliel. 37. Outra insurreio foi liderada por Judas, o galileu. Quando Herodes Arquelau, um dos filhos de Herodes, o Grande (Mt. 2:1, 22), foi deposto do governo da Judia, o pas ficou sob a liderana de um governador romano; e foi feito um recenseamento para determinar quanto deviam obrigar o povo a pagar de imposto a Roma. Este Judas provocou uma revolta religiosa e nacionalista com base em que somente Deus era o rei de Israel e que s Ele tinha o direito de governar o povo de Israel. Esse movimento foi o comeo do que mais tarde se transformou no grupo dos zelotes; mas a revolta dirigida por Judas foi esmagada por Roma.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 29 38, 39. Gamaliel aconselhou o Sindrio a confiar na providncia divina. Se Deus estivesse no movimento, este prosperaria; caso contrrio fracassaria. 40. A influncia de Gamaliel era to grande que ele venceu a deciso do Sindrio. Um castigo menor, o aoitamento, foi imposto, provavelmente com trinta e nove golpes (II Co. 11:24), por desobedincia primeira ordem do Sindrio. 41, 42. Os apstolos de modo nenhum desanimaram, pois acharam que sofrer em nome de Jesus era uma honra. Continuaram suas atividades ensinando e anunciando Jesus como o Messias, tanto em pblico no Ptio dos Gentios, no templo, como, tambm nas reunies dos cristos nos lares. III. Expanso da Igreja na Palestina Atravs da Pregao e Disperso. 6:1 12:25. At este ponto, os apstolos no deram nenhuma evidncia de ter o propsito de levar o Evangelho a todo o mundo, mas permaneceram em Jerusalm dando o seu testemunho aos judeus. Agora Lucas conta o comeo da expanso da igreja atravs da Judia e Sanaria. Essa expanso no foi realizada por causa da viso e propsito da igreja mas por ato providencial de Deus, dispersando os crentes. Para explicar esta perseguio, Lucas primeiro conta como Estvo colocou-se em posio de destaque como um dos sete.

Atos 6A. A Escolha dos Sete. 6:1-7. A igreja nos seus primeiros dias de existncia no tinha organizao formal, nem oficiais ou lderes, com exceo dos apstolos. O crescimento numrico da igreja e os problemas que surgiram na comunidade interna exigiu que se comeasse a organiz-la e que se escolhesse lderes ou ministros adicionais.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 30 1. Os judeus que eram nativos da Palestina falavam principalmente o aramaico; mas os judeus que tinham vivido no mundo mediterrneo fora da Palestina falavam o grego e s vezes nem conheciam o aramaico. Muitos desses judeus da Dispora voltaram a Jerusalm para morar, e alguns deles converteram-se e entraram para a igreja. Surgiu uma discrdia entre os cristos que falavam o grego (helenistas) e os que falavam o aramaico (hebreus) porque parecia que havia favoritismo em prol destes ltimos na distribuio do alimento s vivas. As vivas eram pessoas sem qualquer meio de sustento, que recebiam da comunidade crist o necessrio para viver. 2. Os doze apstolos reuniram toda a igreja e fizeram ver que essa responsabilidade de cuidar dos pobres tornara-se-lhes tal peso que acabaram devotando a maior parte do seu tempo nesse ministrio material em prejuzo do ministrio da Palavra. Tal negligncia no era razovel. 3, 4. Eles recomendaram que a distribuio dos alimentos fosse colocada sob a direo de sete homens cheios do Esprito e de boa reputao. Os apstolos ficariam ento livres para se dedicarem ao ministrio da orao, pregao e ensinamento da Palavra. 5. Estvo se encontrava entre os sete homens escolhidos. Todos os sete tinham nomes gregos e ao que parece foram aliciados da ala grega da igreja. 6. A igreja como um todo escolheu esses sete homens, mas os apstolos aprovaram a seleo e os encarregaram do seu ofcio. Ento os sete foram ordenados para esse ofcio pela imposio das mos dos apstolos. Essa imposio das mos era um costume do V.T. (Gn. 48:13 e segs.; Lv. 1:4; Nm. 27:23), que tambm era praticado pelos judeus quando os homens eram admitidos ao Sindrio. Foi adotada pela igreja primitiva quando da ordenao desses lderes. Havia entretanto, uma qualificao preliminar; os sete deviam ser cheios do Esprito Santo. Alm dos apstolos, estes sete foram os primeiros oficiais da igreja. Por tradio foram chamados de diconos; mas no so chamados assim no texto.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 31 7. A soluo deste problema aumentou a eficcia do testemunho cristo, e at muitos dos sacerdotes creram. B. A Conjuntura da Disperso: O Ministrio e Martrio de Estvo. 6:8 - 8:3. 8. Logo Estvo foi notado como homem de poder e predicados especiais. 9. Ele dava testemunho do messiado de Jesus nas sinagogas judias de Jerusalm particularmente numa que era freqentada pelos libertinos, que antes tinham morado nos quatro lugares mencionados. Uma sinagoga compunha-se de dez ou mais judeus que se reuniam para leitura e interpretao das Escrituras. Uma tradio exagerada diz que havia 480 sinagogas em Jerusalm. 10, 11. Este ministrio de Estvo ao que parece levou a um debate formal. Quando os judeus no foram capazes de vencer o ardoroso lder, no debate, por causa de sua sabedoria e poder do Esprito, secretamente instigaram algumas testemunhas que declararam ter ele proferido palavras blasfemas contra a lei de Moiss e contra Deus. 12. O fiel "dicono" foi levado diante do Sindrio para se defender dessas acusaes. 13-15. A alegada blasfmia de Estvo contra Deus foi definida como blasfmia contra o Templo. Ao que parece estivera ensinando que o Templo Judeu no era mais necessrio para se adorar a Deus verdadeiramente. Era agora acusado de ensinar que Jesus de Nazar destruiria o Templo e perverteria a prtica da lei mosaica. Essa acusao no era pura invencionice, mas uma inteligente deturpao do que Estvo estivera realmente ensinando.

Atos 71. O sumo sacerdote e presidente do Sindrio ainda era Caifs, que presidira o julgamento e a condenao de Jesus.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 32 2. O discurso de Estvo que se segue no foi realmente uma refutao das acusaes apontadas contra ele mas antes uma afirmao positiva do testemunho de Jesus Cristo e do Evangelho. Estvo no tentou mostrar que as acusaes contra ele eram falsas. Pelo contrrio, ele apresentou a sua convico de que o Templo e a terra da Palestina no eram necessrias para uma verdadeira adorao a Deus. Esboou um pequeno resumo da histria de Israel para mostrar: a) que Deus abenoara seus pais mesmo quando esses homens no viviam na terra da Palestina; b) que durante muito tempo na histria de Israel os judeus no adoraram a Deus no Templo; c) e que mesmo possuindo o Templo Israel continuou sendo rebelde e desobediente a Deus. O propsito desse discurso foi o de mostrar, na histria de Israel, que a posse do Templo no era nem uma necessidade nem uma garantia para a verdadeira adorao a Deus. E isto serviu para substanciar o ponto principal, que tendo vindo o Messias, a adorao dos judeus no Templo em Jerusalm estava ultrapassada. Deus no chamou Abrao na Terra Prometida mas quando se encontrava distante, na Mesopotmia. Estvo referiu-se a uma visita divina enquanto Abrao ainda se encontrava na Mesopotmia, do que resultou sua ida a Har, onde morou durante algum tempo e de onde partiu mais tarde para a Palestina. Gnesis 11:31, 32 no registra essa primeira visitao divina; mas Gn. 15:7 e Ne. 9:7 ambas indicam que a chamada divina a Abrao foi feita originalmente em Ur dos Caldeus na Mesopotmia. 5. Embora Abrao habitasse na terra da Palestina, na realidade no possuiu a terra, mas apenas a considerou uma promessa de Deus a ele e seus descendentes. A bno de Abrao, portanto, no dependia da posse da terra mas da promessa de Deus. 6, 7. Os descendentes de Abrao no possuram a terra imediatamente, mas passaram quatrocentos anos no cativeiro fora da Palestina. Quatrocentos anos um nmero redondo (cons. Gl. 3:17, onde o perodo de 430 anos).

Atos (Comentrio Bblico Moody) 33 8. Deus fez a aliana com Abrao e seus descendentes, dando-lhes o sinal da circunciso como selo do acordo. Essa bno da aliana, Estvo inferiu, no dependia da existncia do Templo mas das promessas e fidelidade de Deus. 9, 10. Mesmo quando os patriarcas venderam Jos... para o Egito, Deus no o abandonou por se encontrar fora da terra, mas concedeu-lhe um maravilhoso livramento, fazendo dele o governador daquela nao e da casa de Fara. 11-15. Quando houve uma grande fome no Egito e na Palestina, Deus concedeu a Jos a viso de reservar mantimentos no Egito para preservao dos patriarcas. Jac e sua famlia emigraram para o Egito, onde foram protegidos por Jos. O nmero setenta e cinco segue a septuaginta com a traduo grega do V.T.; o nmero setenta em Gn. 46:27 e x. 1:5 do texto hebraico. Esses dois textos refletem duas maneiras de se contar a famlia de Jac. 16. Embora os patriarcas morressem no Egito, seus corpos foram levados de volta Palestina e foram sepultados na terra que Deus prometera a Abrao e sua semente. 17- 43. Estvo fora acusado de blasfmia contra Moiss. Ao contar a histria de Moiss e da Lei, ele mostrou que a posse da Lei no protegeu Israel da rebelio contra Deus. 17. Ao se aproximar o tempo em que Deus prometera tirar os patriarcas do Egito para lhes dar a terra de Cana, o povo no sentiu inclinao para deixar o Egito, onde estava aumentando e prosperando. 18, 19. Ento Deus levantou outro rei no Egito que no continuou dispensando favoritismo a Jos e sua famlia, mas que tratou os israelitas fraudulentamente, compelindo-os a destruir todas as suas criana por abandono. 20, 21. Moiss, que nasceu nessa ocasio, era formoso aos olhos de Deus. Quando, aps trs meses, seus pais tiveram de enjeit-lo, a filha de Fara... criou como seu prprio filho dentro da famlia real.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 34 22. Como filho da filha de Fara, Moiss recebeu a melhor educao que havia no Egito, tornando-se um jovem eloqente e de ao vigorosa. 23. Depois de chegar idade adulta, Moiss tomou a deciso de deixar o palcio de Fara a fim de visitar seu povo. Ao que parece, durante esses quarenta anos, no teve nenhum contato com o seu povo, vivendo como um egpcio na casa de Fara. 24, 25. Quando viu um dos israelitas sendo maltratado, tomou a sua defesa e, feriu o egpcio, matando-o. Moiss pensou que os seus o reconheceriam como enviado por Deus para libert-los; mas eles no reconheceram este fato. 26. No dia seguinte, quando Moiss encontrou dois israelitas brigando, tentou reconcili-los, destacando que eram irmos e portanto no deviam brigar entre si. 27, 28. O agressor rejeitou fortemente a sugesto de paz feita por Moiss. Acusou-o de intromisso e de querer suborn-lo para esconder o crime que cometera contra o egpcio no dia anterior. 29. Quando Moiss viu que era conhecido como assassino de um egpcio em defesa dos israelitas, fugiu do Egito e tornou-se peregrino em Midi, ao noroeste da Arbia. Casou-se ali e teve dois filhos. 30. Foi a no Monte Sinai, longe da Terra Prometida e sem nenhum templo, que Deus se revelou maravilhosamente a Moiss. 31, 32. A princpio Moiss no compreendeu o que significava a sara ardente. Ento Deus lhe falou, revelando-se como o Deus dos patriarcas. A voz do Senhor encheu Moiss de temor, de modo que nem se atreveu a olhar para a sara ardente. 33. Esse desolado lugar no deserto foi transformado em lugar santo porque Deus apareceu ali. Conseqentemente Ele ordenou a Moiss que removesse seus sapatos em sinal de reverncia. Onde quer que Deus aparea e fale aos homens, o lugar santo.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 35 34. Deus assegurou a Moiss que no esquecera o Seu povo, ainda que estivesse no Egito, e que logo cumpriria Suas promessas, libertando os israelitas. 35. Deus inverteu o julgamento dos irmos de Moiss. Zombaram dele porque pensavam que estivesse tentando agir como autoridade e juiz; Deus fez de Moiss um chefe e libertador do seu povo no Egito. Libertador d a idia de redentor. 36. Essa redeno foi realizada com demonstrao de prodgios e sinais no Egito, na travessia do Mar Vermelho e nos quarenta anos de viagem do Egito Terra Prometida. 37. A experincia de Moiss apenas foi uma sombra dAquele maior que viria depois dele. Pois Moiss previu a vinda de um outro profeta, a quem Israel deveria dar ateno (Dt. 18:15, 18, 19). 38. Sob a liderana de Moiss, Israel foi um tipo da Igreja. A palavra grega para igreja, ekklsia, foi usada em Dt. 18:16 descrevendo Israel na posio de congregao de Deus. O anjo. O anjo particular do Senhor que representa Deus e torna Sua presena real aos homens. Moiss recebeu tambm orculos vivos de Deus, isto , a Lei do V.T. (x. 20). Todas essas bnos o povo de Israel desfrutou da mo de Deus enquanto ainda se encontrava no deserto fora da terra e sem um templo. 39. Apesar dessas bnos vindas da mo de Deus, os israelitas no obedeceram a Deus, rejeitaram a Moiss e quiseram voltar ao Egito. 40. Quando Moiss se encontrava na montanha, o povo exigiu que Aro fizesse dolos para serem adorados. Em vez de adorarem a Deus, seu Criador, adoraram um bezerro de ouro que eles mesmo fizeram (x. 32:16, 18). Dera como desculpa o fato de Moiss ter desaparecido e que no sabiam o que lhe tinha acontecido. 41. Estvo estava sob a acusao de blasfmia contra Moiss. Sua exposio da histria mostrou que os antepassados dos seus acusadores, eles mesmos falharam em guardar a lei de Moiss e rejeitaram a ordem divina de adorao para adorarem dolos.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 36 42. Essa tendncia para a idolatria, refletiu-se atravs de todo o curso da histria de Israel, chegou ao seu clmax no cativeiro da Babilnia, quando Israel imitou seus vizinhos adorando os planetas dos cus como se fossem divindades (Dt. 4:19; 17:3; II Reis 21:3, 5; 23:4, 5; Jr. 8:2; 19:13; Sf. 1:5). Deus abandonou Israel a esta adorao pag idlatra. Estvo citou Ams 5:25-27 para dar um exemplo da apostasia de Israel. A diferena entre a passagem de Ams e a de Atos nas verses em portugus deve-se ao fato de que Estvo citou a traduo grega do V.T., a qual neste ponto se desvia do original hebreu. Estvo mostrou que os sacrifcios oferecidos a Deus eram apenas formas externas e no possuam nenhuma realidade espiritual (cons. Is. 1:10-14, onde Deus rejeita os sacrifcios do seu povo porque no vinham de um corao obediente.) 43. Moloque e Renf eram duas divindades associadas s estrelas. A idolatria dos judeus com o bezerro no Sinai e sua adorao a Deus, formal e no espiritual, atravs dos sacrifcios no deserto, levou-os afinal adorao das divindades astrolgicas pags. Por causa dessa apostasia, eles atraram o juzo de Deus na forma do cativeiro alm da Babilnia. 44, 45. A apostasia de Israel ocorreu apesar do fato de Deus lhe dar uma testemunha evidente. No deserto, Deus ordenara a Moiss que construsse um tabernculo ou tenda, que seria uma testemunha da presena de Deus no meio deles (x. 25:9, 40; 26:30; 27:8). Os patriarcas introduziram com eles este Tabernculo na Terra Prometida sob a liderana de Josu. (A trad. gr. de Josu Jesus.) Deus expulsou as naes da terra (a palavra gr, significa tanto gentios como naes), para que Israel pudesse possu-la. 46, 47. Por muitos anos depois de entrar na terra, Israel no teve templo mas continuou adorando a Deus no Tabernculo. Morada neste versculo uma palavra diferente da que foi empregada em 6:44. Davi, um homem segundo o corao de Deus, quis providenciar uma habitao para Deus; mas esse privilgio foi retardado at os dias de Salomo.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 37 48-50. Agora Estvo declarou enfaticamente que o Altssimo no pode ser limitado a estruturas construdas pelo homem, porque Ele enche o mundo inteiro, e no existe um tipo de casa que possa cont-lo. 51, 52. Se o Templo no necessrio para se adorar a Deus, no tambm uma garantia que os homens, nele, adoraro a Deus corretamente. Estvo acusou aqueles que adoravam no Templo de serem duros e incircuncisos de corao e de ouvidos, de resistirem ao Esprito Santo, e de trarem e matarem o Justo, seguindo assim o exemplo de seus rebeldes antepassados. Estvo fora acusado de blasfemar contra a lei de Moiss. Sua resposta foi que na realidade no era ele que era culpado desse pecado mas o povo judeu, que desde os tempos de Moiss transgredira a Palavra de Deus. Ele fora acusado de blasfemar contra Deus por rejeitar o Templo. Sua resposta foi que a histria de Israel provou por si mesma que o Templo era apenas uma instituio temporria e no era essencial para a verdadeira adorao a Deus. 54. Quando Estvo acusou os judeus de blasfmia, eles se encheram de raiva incontrolvel. Rilharam os dentes. Sinal de raiva (J 16:9; Sl. 35:14). 55, 56. Estvo no se perturbou com a ira do Sindrio. A essa altura, Deus lhe concedeu uma viso dos cus abertos com o Filho do homem em p Sua direita. As palavras de Estvo foram, na realidade, uma declarao de que as palavras que Jesus recentemente proferira, diante desse mesmo corpo judicial, de ser o Filho do homem, no eram blasfemas, como o Sindrio proclamara, mas eram a verdade de Deus (Mc. 14:62). Estvo declarou que realmente Jesus estava agora direita de Deus na qualidade de Filho do homem. Jesus costuma ser descrito como assentado direita de Deus (Sl. 110:1; Hb. 1:13). possvel que aqui Ele esteja representado como levantando-se do Seu trono para receber este mrtir. O nome Filho do homem no designa a humanidade de Jesus; um ttulo messinico, com base em Dn. 7:13, 14, e designa o Messias como ser celestial e

Atos (Comentrio Bblico Moody) 38 sobrenatural. Este o nico lugar fora dos Evangelhos onde o ttulo foi aplicado a Jesus. 57-58. No est de todo claro se o martrio de Estvo foi o resultado de uma execuo formal ou um linchamento. Uma execuo legal exigia a aprovao do governador romano, e considerando que isso no foi obtido, a morte de Estvo parece um linchamento. Entretanto, a meno de testemunhas formais conforme exigia a Lei (Lv. 24:14; Dt. 17:7) d a idia de uma execuo legal. possvel que o Sindrio executasse Estvo sem obter a aprovao oficial de Pilatos. Estvo foi conduzido para fora da cidade para o lugar de execuo e foi apedrejado. As testemunhas eram os executores oficiais. Saulo, que mais tarde se tornou o apstolo Paulo, foi um observador da execuo e ficou junto s roupas dos executantes. Saulo foi subitamente introduzido na narrativa sem explicaes. 59, 60. Morrendo, Estvo invocava a Jesus exaltado como Deus mesmo e orava para que Jesus recebesse o seu esprito. As suas palavras finais consistiam em uma orao de perdo para os seus executores. Adormeceu a metfora bblica comum para o fenmeno da morte.

Atos 81. Saulo consentia. Alguns acham que essas palavras indicam que Saulo era um membro do Sindrio. Isto no precisa ser verdade. Entretanto, sendo ele da Cilcia, era sem dvida um membro da sinagoga que discutiu com Estvo (6:9). At esse momento a igreja no demonstrara nenhuma inclinao de levar o Evangelho a todo o mundo, permanecendo em Jerusalm. Deus usou a perseguio que se seguiu morte de Estvo como um meio providencial para a expanso do Evangelho fora de Jerusalm. Os crentes da congregao de Jerusalm foram espalhados por toda parte, mas os apstolos puderam permanecer na cidade dando estabilidade igreja. 3. O esprito instigador dessa perseguio foi Saulo (veja Gl. 1:13, 23; I Co. 15:9; Fl. 3:6). Ele se convenceu de que esse novo movimento

Atos (Comentrio Bblico Moody) 39 que proclamava um criminoso crucificado como o Messias no podia ser de Deus. Pois o V.T. pronunciava uma maldio sobre qualquer um que fosse pendurado sobre uma rvore. Era uma prova escriturstica, segundo o entendimento de Saulo, que Jesus era um enganador e esse novo movimento era blasfemo. C. O Evangelho em Samaria. 8:4-25. Primeiro, Lucas registra a expanso do Evangelho em Samaria. Os samaritanos eram descendentes de uma mistura do remanescente de Israel com estrangeiros que foram introduzidos na Samaria pelos conquistadores assrios quando as classes superiores foram levadas para o exlio (II Reis 17). Os samaritanos construram um templo rival sobre o Monte Gerizim (veja Jo. 4:20). Considerando os judeus que os samaritanos eram mestios raciais e religiosos, violentos preconceitos raciais tiveram de ser vencidos antes da igreja poder se tornar realmente universal. 5. cidade de Samaria. No se sabe ao certo se Samaria indica uma cidade ou um pas. Normalmente, essa palavra no N.T. designa o territrio e no a cidade. A cidade de Sanaria foi reconstruda por Herodes, o Grande, nos moldes de uma cidade grega e recebeu o nome de Sebaste, em honra do imperador romano. A mensagem de Filipe na Samaria foi o Messias (Cristo), isto , que Jesus era o Cristo. 9-11. Antes que Filipe chegasse a Samaria, um mgico chamado Simo exercera sua profisso, proclamando "que era algum". As pessoas foram enganadas por seus truques e lhe atriburam o Grande Poder. Grande era uma palavra usada pelos gregos pua designar o Deus judeu (o poder de Deus que chamado Grande). 12. A mensagem de nosso Senhor foi o evangelho do reino de Deus (Mt. 4:23; 9:35). Dissera aos seus discpulos que pregassem o Evangelho do reino em todo o mundo (Mt. 24:14). Filipe foi a Samaria pregando a respeito do reino de Deus. A frase exatamente a mesma exceto que o verbo foi usado em lugar do substantivo (evangelizando) e a preposio

Atos (Comentrio Bblico Moody) 40 foi inserida. O evangelho do reino de Deus e o nome de Jesus Cristo so aqui idias intercambiveis. 14-17. Os apstolos... em Jerusalm mantinham um relacionamento de superviso sobre toda a igreja e, por isso, enviaram Pedro e Joo a Samaria para investigar esse novo ponto de desenvolvimento. (Joo e seu irmo Tiago perguntaram certa vez a Jesus se no deviam pedir que casse fogo do cu sobre uma determinada aldeia samaritana; veja Lc. 9:52 e segs.) Tornou-se evidente a Pedro e Joo que o dom do Esprito Santo recebido no Pentecostes no fora oferecido aos samaritanos convertidos. Eles receberam o batismo da gua mas no o batismo com o Esprito. Os apstolos achavam bvio que a f daquelas pessoas era genuna. Portanto impuseram-lhes as mos e o Esprito Santo veio sobre eles. O significado deste acontecimento tem sido assunto de controvrsia, mas deve-se destacar que no dia de Pentecostes e na casa de Cornlio (Atos 10), o Esprito Santo foi concedido sem a imposio de mos. Portanto torna-se arbitrrio selecionar este acontecimento nico para transform-lo em norma de experincia crist, e insistir que existe um batismo especial com o Esprito que concedido aps a f salvadora pela imposio de mos daqueles que j passaram por essa experincia. O significado desse acontecimento est no fato dessa gente ser samaritana. Eis a o primeiro passo atravs do qual a igreja rompeu suas cadeias judias indo na direo de uma comunho realmente universal. A imposio de mos no foi necessria para os samaritanos; mas foi necessria para os apstolos, para que se convencessem completamente de que Deus estava realmente rompendo as barreiras do preconceito racial e incluindo essa gente mestia dentro da comunidade da Igreja. No foi um novo Pentecostes mas uma extenso do Pentecoste ao povo samaritano. 18-24. O desejo de Simo de comprar os dons de Deus com dinheiro deu origem palavra "simonia". A resposta de Pedro foi, "O teu dinheiro seja contigo para perdio... Arrepende-te". Parece que Simo era realmente convertido, mas os hbitos da velha vida e o lao de

Atos (Comentrio Bblico Moody) 41 iniqidade (v. 23) ainda no fora quebrada. Simo foi tomado de medo e rogou aos apstolos que intercedessem por ele e buscassem o perdo de Deus (v. 24). 25. Pedro e Joo ficaram agora ocupados em um vigoroso programa evangelstico que os levou por muitas aldeias da Samaria. Depois, tendo completado sua excurso, retornaram a Jerusalm. D. A Converso do Eunuco Etope. 8:26-40. Agora Lucas registra um novo passo na direo da expanso da igreja, alm de seu cenrio judeu inicial, contando a converso do eunuco etope, que possivelmente era semiconvertido ao judasmo, embora tambm pudesse ser judeu. 26. Gaza, era uma das cinco cidades dos filisteus, situava-se cerca de duas milhas e meia do mar. A cidade foi destruda em 93 A.C., mas foi reconstruda trinta e seis anos depois em novo local mais perto do mar. Este se acha deserto pode se referir tanto estrada, como tambm, com mais probabilidade, ao stio da antiga cidade. 27. Os eunucos serviam nas cortes orientais ocupando posies de grande autoridade. Candace. No um nome prprio mas o ttulo de uma autoridade real. O rei da Etipia era considerado o filho do sol e portanto sagrado demais para exercer as funes propriamente ditas do governo. A rainha me, que era chamada Candace, governava. Esse eunuco era provavelmente um gentio temente a Deus ou um semiconvertido ao judasmo, que fora a Jerusalm em peregrinao. Como eunuco, no poderia jamais pertencer ao povo de Deus do V.T. (Dt. 23:1), mas essas pessoal tinham de aceitar o Evangelho. 28. Viajando em uma carruagem coberta, provavelmente puxada por bois, estava lendo o profeta Isaas na traduo grega. 30. Os antigos costumavam ler em voz alta, e Filipe ouviu o eunuco lendo em Isaas. 32, 33. A passagem da Escritura era Is. 53:7, 8. Ela descreve algum que sofreu em silncio, a quem foi negado justia, e que foi morto.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 42 34. Antes da vinda de Cristo, os judeus compreenderam que esta era uma passagem messinica e que o sofrimento do servo era uma profecia dos sofrimentos do seu Messias. Mais tarde alguns interpretaram o servo sofredor como sendo o profeta e outros como o povo de Israel. 35. Filipe mostrou ao eunuco que essa era uma profecia sobre Jesus. Isto retrocede aos ensinamentos de nosso Senhor mesmo que dizia ter vindo para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc. 10:45). 36. A nordeste de Gaza h um vale onde existe gua corrente. Ao que parece a explicao de Filipe incluiu um apelo para que o eunuco aceitasse a Jesus e fosse batizado, pois este pediu a Filipe para ser batizado. 37. Este versculo no se encontra nos textos gregos mais antigos. Foi acrescentado h muito tempo atrs e reflete a prtica crist da igreja primitiva de batizar as pessoas imediatamente aps a profisso de f em Jesus Cristo. 38. Uma das nossas mais antigas obras crists ps-bblicas, a Didaqu (cerca de 125 A.D.), diz que o batismo deve ser realizado em gua corrente, se possvel. 39, 40. No sabemos o que aconteceu ao eunuco, mas a tradio conta que ele se tornou um missionrio entre o seu prprio povo. Filipe visitou Azoto, a antiga cidade de Asdode, cerca de vinte milhas ao norte de Gaza, e depois seguiu para o norte ao longo da costa, pregando o Evangelho em diversas cidades, provavelmente incluindo Ldia e Jope (9:32 e segs.). Depois foi a Cesaria, onde ao que parece se estabeleceu, pois l residia numa data posterior (21:8). Cesaria era uma cidade gentia e a residncia oficial dos procuradores romanos na Judia.

Atos 9E. A Converso de Saulo. 9:1-31. A narrativa da converso de Saulo foi inserida na histria da expanso do Evangelho na Palestina. O registro do ministrio de Pedro, que atravessou a Samaria pregando o Evangelho (8:25), resume-se em

Atos (Comentrio Bblico Moody) 43 9:32. Conforme o Evangelho avanava na direo do mundo gentio, Deus preparava um vaso escolhido para ser o principal instrumento nessa misso. Por isso Lucas interrompe a sua narrativa para contar a converso de Saulo, e tambm para explicar o fim da perseguio igreja. 1. A converso de Saulo tambm est relatada em 22:4-16 e 26:1218. Embora Saulo nascesse e fosse criado na cidade gentia de Tarso, na Cilcia (22:3), estudou em Jerusalm aos ps de Gamaliel, um dos notveis rabinos judeus daquele tempo (5:34 e segs.). Era considerado um aluno brilhante (Gl. 1:14) e um zeloso fariseu (Fl. 3:5). Agora Saulo executou o papel do mais zeloso representante dos judeus na perseguio igreja. A violncia de sua perseguio est descrita em Atos 26:10, 11. Seu alvo era compelir os cristos a negar a sua f sob pena de priso e at mesmo morte. No sabemos at onde era comum o martrio nessa perseguio. 2. O sumo sacerdote, presidente do Sindrio, tinha os judeus de toda a Palestina sob a sua jurisdio. Saulo obteve do sacerdote cartas de extradio para as sinagogas de Damasco a fim de trazer de volta a Jerusalm, em cadeias, qualquer cristo que para l tivesse fugido. Havia uma comunidade judia em Damasco de cerca de dez a dezoito mil pessoas. Caminho. Uma palavra usada para descrever a f crist (19:9, 23; 22:4; 24:14, 22). 3, 4. O jato de luz apareceu a Saulo perto do meio-dia (22:6; 26:13), mas a luz era mais forte do que a luz do sol. A voz que vinha do meio da luz falou a Saulo em hebraico, ou aramaico (26:14). Embora a maioria dos judeus da Disperso falasse o grego, os pais de Saulo falavam o aramaico e ensinaram-lhe essa lngua (Fl. 3:5). Essa era a lngua usada nas escolas rabnicas de Jerusalm. A voz informou Saulo que ao perseguir os cristos ele perseguia a Cristo. 5. A princpio Saulo no entendeu o significado dessa experincia. Pediu que a voz se identificasse. Senhor no grego significa, muitas vezes, pessoa de respeito (16:30; 25:26); mas aqui indica uma resposta

Atos (Comentrio Bblico Moody) 44 reverente e respeitosa. A voz identificou-se como a do Jesus glorificado. As palavras Duro para ti recalcitrar contra os aguilhes, conforme est na ERC, no se encontram nesta passagem nos textos gregos mais antigos, mas foram aqui introduzidas de 26:14. 7. Saulo estava na companhia de uma caravana. A declarao deste versculo dizendo que os homens ouviram uma voz mas no viram ningum parece contradizer 22:9 e 26:14, onde se diz que eles ouviram a voz. H duas possveis solues para este problema. A construo do grego em 9:7 diferente da construo de 22:9. A primeira declarao pode significar que eles ouviram um som e o outro versculo que eles no entenderam o que dizia. Uma segunda possibilidade que 9:7 se refere voz de Saulo falando luz; os homens ouviram a voz de Saulo, mas no ouviram a voz que da luz falava a Saulo (22:9). 9. A experincia foi to fora do comum que durante trs dias Saulo no conseguia nem comer nem beber. 10, 11. Nada sabemos sobre Ananias exceto o que nos conta esta passagem. O versculo 13 indica que talvez ele residisse em Damasco e no sendo refugiado de Jerusalm. No sabemos como o Evangelho chegou a Damasco nem como Ananias se converteu. O livro de Atos no nos d uma histria completa da igreja primitiva, mas relaciona apenas os acontecimentos mais importantes do seu crescimento. rua que se chama Direita passava pelo centro de Damasco e ainda existe hoje em dia. 13. Chegou a Damasco notcia da destruio feita por Saulo contra os cristos em Jerusalm. Santos. Palavra comumente usada no N.T. em relao aos crentes. 15, 16. O sofrimento no servio de Cristo no deve ser encarado como exceo mas como coisa normal. 17. A obedincia de Ananias foi imediata e completa. A recepo do Esprito Santo por meio da imposio das mos de Ananias foi uma experincia excepcional e no coisa normal (cons. 8:17). Com a palavra

Atos (Comentrio Bblico Moody) 45 irmo, Ananias deu as boas-vindas a Saulo recebendo-o na comunidade crist. 18. Uma substncia escamosa caiu dos olhos de Saulo, ele recobrou a vista imediatamente e foi batizado. 19, 20. Os alguns dias que Saulo passou em Damasco um perodo de tempo muito indefinido. Imediatamente aps a viso de Cristo, Saulo foi para Arbia onde ficou por dois ou trs anos (Gl. 1:15 e segs.). O curto ministrio em Damasco pode ter acontecido antes ou depois da temporada de Saulo na Arbia. Havia numerosas sinagogas em Damasco, e neles Saulo proclamou a Jesus como o Filho de Deus. Esta a primeira vez que esta frase ocorre no livro de Atos. Pode designar o rei messinico como objeto do favor de Deus (lI Sm. 7:14; SI. 2:7). Este uso messinico da frase Filho de Deus foi ilustrada pela pergunta do sumo sacerdote a Jesus (Mc. 14:61). Provavelmente, aqui, o termo tem o significado messinico, pois Atos 9:22 diz que a pregao de Saulo provava que Jesus era o Messias (que aquele era o Cristo). 21, 22. A transformao de Saulo deixou seus ouvintes muito admirados. Demonstrando. Literalmente, juntando; isto , juntando as profecias do V.T. com seu cumprimento para mostrar que Jesus era o Messias (o Cristo). Tendo Saulo recebido a instruo de um rabi e conseqentemente conhecendo bem o V.T., isto era-lhe agora muito til. 23, 24. Os muitos dias incluam de dois a trs anos depois da converso de Saulo (Gl. 1:18). "Trs anos" na computao judia podia se referir a um perodo de mais de dois anos completos. Comparando este versculo com II Co. 11:32 vemos que os judeus fizeram uma conspirao com o representante do Rei Aretas da Arbia. Talvez o reino nabaetano de Aretas se estendesse at Damasco, incluindo esta; mas mais aceitvel que Aretas tivesse um representante na pessoa de um etnarca governando sobre os muitos nabaetanos que moravam em Damasco. Quando o ministrio de Saulo em Damasco provocou a animosidade das autoridades tanto nabateanas quanto judias, estas

Atos (Comentrio Bblico Moody) 46 juntaram suas foras para vigiar os portes num esforo de prend-lo quando deixasse a cidade. 25. Um dos cristos possua uma casa construda sobre a muralha de Damasco. Saulo foi baixado num grande cesto tranado que foi passado atravs de uma janela, e assim ele escapou conspirao. 26. Quando Saulo retornou a Jerusalm, no pde reunir-se novamente aos seus antigos companheiros judeus; e os poucos cristos que permaneceram na cidade (8:1) suspeitavam que a sua profisso de f no passasse de mera fachada para melhor perseguir a igreja. 27. Barnab j conhecia Saulo ou ento era homem de grande discernimento, pois reconheceu a sinceridade de Saulo e o apresentou aos apstolos. Os nicos apstolos em Jerusalm nessa ocasio eram Pedro e Tiago, o irmo do Senhor (Gl. 1:18, 19). Tiago fora includo no crculo apostlico. 28, 29. Santo passou a se ocupar agora do ministrio do Evangelho em Jerusalm. Seu ministrio anda no se estendia alm da capital da Judia (Gl. 1:22-24). Em primeiro lugar ele se dirigiu aos judeus que falavam o grego ou helenistas o mesmo grupo a quem Estvo testemunhara antes (Atos 6:9). Os helenistas tentaram matar Saulo como antes o fizeram com Estvo. 30. Saulo escapou com vida apenas por causa da ajuda de seus irmos cristos, que o levaram ao porto da Cesaria, de onde ele navegou para Tarso, sua cidade natal, na Cilcia. Agora perdemos Saulo de vista at 11:25; mas sem dvida esteve ocupado em Tarso pregando o Evangelho, embora no haja registro desse ministrio. 31. A seguir Lucas descreve o crescimento, tanto numrico quanto espiritual, da igreja.., em toda a Judia, Galilia e Samaria. O plural (ERC), igrejas, no correto. A Igreja uma s, embora haja muitas igrejas locais. Essa a primeira referncia s igrejas da Galilia. No sabemos quando ou como foram organizadas.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 47 F. O Ministrio de Pedro na Palestina e os Primeiros Gentios Convertidos. 9:32-11:18. A narrativa de Lucas neste ponto retorna histria da expanso do Evangelho atravs da Judia pelo ministrio de Pedro. Pedro foi mencionado pela ltima vez em 8:25, quando, na companhia de Joo, voltou de Samaria a Jerusalm. Agora somos informados que Pedro envolveu-se em um ministrio itinerante atravs da Judia, pregando aos cristos que foram espalhados pelas diversas cidades. Seria muito interessante termos um registro completo do ministrio de Pedro. Em Lida, encontrou um grupo de cristos que provavelmente fugiram para l na disperso causada pela perseguio em Jerusalm. Filipe j tinha evangelizado essa regio (8:40). Aqui Pedro curou o paraltico Enias. 35. A histria da cura de Enias espalhou-se por toda a cidade de Lida e atravs da plancie de Sarona, que ficava junto ao mar, resultando na converso de muita gente. Esta rea era parcialmente habitada pelos gentios; Lucas est acompanhando o desenvolvimento da igreja desde a comunidade judia em Jerusalm at os convertidos gentios. 36. Jope. Uma cidade costeira, cerca de dez milhas a noroeste de Lida. Tabita. Uma palavra aramaica que quer dizer gazela. Dorcas. A mesma palavra no grego. Era muito amada pelos cristos por causa de suas boas obras e atos de caridade. 37. As leis cerimoniais judias da purificao exigiam lavarem o morto. Era colocado em um cenculo antes do sepultamento. 39. Vivas, que se encontravam entre as pessoas mais necessitadas do mundo antigo, foram objeto particular da caridade de Tabita. Provavelmente estavam usando as roupas feitas por Dorcas para elas. 43. Os judeus consideravam imundo o negcio de curtir peles, uma vez que envolvia o manejamento de corpos mortos. significativo que Pedro, bom judeu que era, ficasse hospedado com um homem ocupado em tal ofcio.

Atos (Comentrio Bblico Moody)

48

Atos 101. Agora Lucas registra um passo final muito importante na expanso do Evangelho aos gentios. Sua importncia foi indicada porque Lucas registrou duas vezes a visita de Pedro a Cornlio. Esse passo levantou alguns problemas difceis tais como o contato social entre os cristos judeus e gentios e os termos da admisso dos gentios na igreja. Esta questo transformou-se no tema da conferncia em Jerusalm em Atos 15. Um centurio era um oficial do exrcito romano que comandava cem homens e assemelhava-se no posto e funo aos atuais oficiais subalternos. Cornlio era comandante da coorte ... italiana. Uma inscrio latina foi preservada indicando a presena, na Sria, da "segunda coorte italiana de cidados romanos", no ano 69. 2. Alguns poucos gentios converteram-se ao judasmo e aceitaram todas as prticas judias, inclusive a circunciso. Um nmero maior rejeitou a circunciso mas aceitou a crena judia em Deus, a adorao na sinagoga, os ensinamentos ticos do V.T., e algumas das prticas religiosas dos judeus. Essas pessoas, que eram chamadas de tementes a Deus, conheciam bem a verso grega do V.T, que era lida nas sinagogas. Esses homens devotos e tementes a Deus foram o solo mais frtil para o Evangelho se enraizar. Cornlio era um "semiproslito" desse tipo. Seu carter piedoso manifestava-se por suas esmolas liberais ao povo e suas oraes regulares a Deus. 7. Cornlio escolheu dois servos de confiana e um soldado que tambm temia a Deus como ele prprio, para irem a Jope em busca de Pedro. 9. Jope fica cerca de trinta milhas de Cesaria. Os trs mensageiros partiram de Cesaria cedo de manh e chegaram a Jope cerca de meiodia. Enquanto isso, Deus estava preparando Pedro para receb-los. L pelas doze horas Pedro subiu ao terrao sobre a casa em busca de lugar sossegado para orar.

Atos (Comentrio Bblico Moody) 49 10. Sendo horrio de refeio, sentiu fome e provavelmente gritou l de cima pedindo que lhe preparassem algo para comer. Mas ao continuar orando, caiu em um estado de xtase e teve uma viso. 11. Viu alguns objetos, tais como um grande lenol seguro pelas quatro pontas que descia dos cus terra. Objeto. Uma palavra grega que pode designar quase todo o tipo de objeto material til. 12. No lenol viu os trs tipos de criaturas descritas em Gn. 6:20 quadrpedes, rpteis da terra e aves do cu. 13, 14. Quando recebeu a ordem de matar alguns desses animais para comer, Pedro respondeu que se o fizesse violaria a lei do ritual judaico de no comer alimento imundo. Levtico 11 contm essas leis. Animais que no ruminavam e que no possuam cascos fendidos eram chamados de imundos e no deviam ser usados p