atos administrativos parte i ato a controle de ... no depende da noo de administrao pblica, ......
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Fernanda Marinela fernandamarinela @FerMarinela
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ATOS ADMINISTRATIVOS PARTE I
ATO ADMINISTRATIVO
Conceito: ato administrativo a declarao do Estado ou quem lhe faa as vezes
(pode ser praticado pelo Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judicirio), expedida
em nvel inferior lei a ttulo de cumpri-la (distingue o ato administrativo da lei), sob
regime de direito pblico (distingue do ato administrativo do ato de direito privado) e
sujeita a controle de legitimidade por rgo jurisdicional (distingue o ato administrativo do
ato jurisdicional).
DICA IMPORTANTE: Ato administrativo Fato Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO FATO ADMINISTRATIVO
declaraes enunciados
(oral, escrito, mmica,
sinais, etc)
No so declaraes, no h
pronunciamento algum.
admite anulao e
revogao
no so anulveis, nem
revogveis
gozam de presuno de
legitimidade
no gozam de presuno de
legitimidade
a vontade relevante vontade no relevante
Ato da administrao e ato administrativo: Pode-se conceituar ato da
administrao como todo ato praticado pela Administrao Pblica, mais especificamente
pelo Poder Executivo, no exerccio da funo administrativa, podendo ser regido pelo
direito pblico ou pelo direito privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do
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que o conceito de ato administrativo, que, necessariamente, deve ser regido pelo direito
pblico. Os atos da administrao podem ser:
atos privados da Administrao como, por exemplo: a doao, a permuta, a
compra e venda e a locao;
atos materiais: que so condutas que no contm manifestao de vontade,
consistindo apenas em uma execuo, como a demolio de uma casa, a
apreenso de mercadoria, a realizao de um servio, configurando fatos
administrativos e no atos administrativos;
atos administrativos.
Nesse cenrio, ficam excludos do conceito de atos da administrao os atos
administrativos no praticados pela Administrao, como o caso de alguns atos
praticados por concessionrias. Portanto, a noo de ato administrativo no depende da
noo de Administrao Pblica, porque acontecem atos administrativos dentro e fora da
Administrao. Consequentemente, existem atos administrativos que no so atos da
administrao, porque no foram praticados pelo Poder Executivo, tais como os
praticados pelos Poderes Judicirio e Legislativo, quando no exerccio de sua funo
administrativa atpica, ou ainda, segundo alguns doutrinadores, certos atos praticados por
concessionrios e permissionrios de servios pblicos, quando regidos pelo direito
pblico, o que bastante discutvel.
Em resumo, possvel concluir que so atos da administrao os praticados pela
Administrao, assim entendidos os atos praticados por rgos do Poder Executivo e
entes da Administrao Indireta, que podem ser regidos pelo direito pblico ou privado.
Quando regidos pelo direito pblico, esses atos so, ao mesmo tempo, atos
administrativos e atos da administrao. Entretanto, os atos administrativos tambm
podem ser praticados fora da Administrao, ficando claro que atos da administrao e
atos administrativos so conceitos coincidentes, mas no sobreponveis.
Elementos (requisitos de validade)
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Sujeito competente: deve ser necessariamente um agente pblico, que o
conceito mais amplo encontrado na doutrina, consistindo em qualquer pessoa que exera
de forma temporria ou permanente, com ou sem remunerao, uma funo pblica,
devendo estar, de alguma forma, ligado Administrao Pblica. A competncia para a
prtica de atos administrativos no se presume, dependendo sempre de previso legal.
Normalmente, a previso decorre de lei. Excepcionalmente, a regra disciplinada no
texto constitucional, como ocorre com os agentes de elevada hierarquia ou com
finalidades especficas. Nessas hipteses, seja legal ou constitucional, ser denominada
competncia primria.De outro lado, para os rgos de menor hierarquia, possvel que
a competncia esteja disciplinada em normas expressas, por meio de atos administrativos
organizacionais, que so editados por rgos que recebem a competncia para faz-lo
diretamente da lei, tendo sempre como objetivo complement-las, por isso denominada
competncia secundria. A competncia representa regra de exerccio obrigatrio para os
rgos e agentes pblicos, sempre que caracterizado o interesse pblico. Portanto,
exercit-la no livre deciso de quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do
administrador. A competncia irrenuncivel, o agente pblico exerce funo pblica,
isto , exerce atividade em nome e interesse do povo, sendo inadmissvel, em virtude do
princpio da indisponibilidade do interesse pblico, que o administrador pblico abra mo
de algo que no lhe pertence.
DICA IMPORTANTE: Ler os artigos 11 a 17 da Lei n
9.784/99
Forma: condio para que o ato administrativo produza efeitos no mundo
jurdico, a exteriorizao da vontade, considerada como instrumento de sua projeo,
representando elemento que integra a prpria formao do ato e fundamental para
completar o seu ciclo de existncia. Entretanto, com o fito de que o ato administrativo seja
vlido, no basta a manifestao da vontade; preciso que seja realizado conforme as
exigncias definidas pela lei, que so denominadas formalidades especficas do ato, cuja
ausncia gera vcio de legalidade, com sua consequente invalidao.
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Motivo: representa as razes que justificam a edio do ato. a situao de fato
e de direito que gera a vontade do agente quando da prtica do ato administrativo. Pode
ser dividido em: pressuposto de fato, enquanto conjunto de circunstncias fticas que
levam prtica do ato, e pressuposto de direito, que a norma do ordenamento jurdico e
que vem a justificar a prtica do ato. Para a legalidade do motivo e, por conseguinte,
validade do ato administrativo preciso que ele obedea a algumas exigncias. Primeiro,
exige-se a materialidade do ato, isto , o motivo em funo do qual foi praticado o ato
deve ser verdadeiro e compatvel com a realidade ftica apresentada pelo administrador.
Segundo, indispensvel a correspondncia do motivo existente que embasou o ato com o
motivo previsto na lei. Esse requisito exige a compatibilidade entre o motivo declarado
para a prtica do ato e o evento que efetivamente ocorreu, devido situao abstrata
definida pela lei, denominada motivo legal. O terceiro aspecto para a legalidade do motivo
exige a congruncia entre o motivo existente e declarado no momento da realizao do ato
e o resultado prtico desse ato, que consiste na soma do objeto com a finalidade do ato.
Como respaldo para essa exigncia, cita-se o art. 2o, pargrafo nico, alnea d, da Lei
no 4.717/65, em sua parte final. Em resumo, possvel concluir que o motivo ser ilegal e
o ato administrativo ser invlido quando o fato alegado no for verdadeiro, isto , o
motivo no existir; quando no existir compatibilidade entre o motivo declarado no ato e a
previso legal; quando inexistir congruncia entre o motivo e o resultado do ato e, por fim,
quando o motivo depender de um critrio subjetivo de valorao do administrador e este
extrapolar os limites legais, vale dizer, no for razovel e proporcional.
ATENO: Motivo Motivao
o motivo o fato e o fundamento jurdico que justificam a prtica do ato,
enquanto a motivao tem um enfoque mais amplo. A motivao exige da
Administrao o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos
de direito e de fato, assim como a correlao lgica entre esses fatos ocorridos
e o ato praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim,
exige um raciocnio lgico entre o motivo, o resultado do ato e a lei. No que
tange ao dever de motivar, h divergncias doutrinrias, haja vista que parte
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da doutrina entende que a motivao obr