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Atlas Schindler
ILMO. SR. PREGOEIRO DO PREGÃO PRESENCIAL N° 15/2012, DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Pregão Presencial n° 15/2012
ELEVADORES ATLAS SCHINDLER S.A., já qualificada, vem, respeitosamente, por seu
representante infra assinado, com fundamento no artigo 4°. inciso XVIII. da Lei
10.520/02 c/c o artigo 109. l. "a" da Lei n° 8.666/93. apresentar
RECURSO ADMINISTRATIVO,
com efeito suspensivo,
contra a decisão que considerou vencedora da presente licitação a licitante SEME -
SERV. ESP. MANUTENÇÃO DE ELEVADORES LTDA ME.
Requer, outrossim, seja reconsiderada a r. decisão recorrida ou, caso contrário, seja o
presente, com as anexas razões, encaminhado à autoridade superior competente para
julgá-las, na forma do 54° do art. 109 da Lei n° 8.666/93.
Nestes termos,
P. Deferimento.
Belo Horizonte, 05 d /f\ovembro de 2012.
ELEVADORES ATL INDLERS.A
•ítònio Rodrigues S. Neto"'•SOR GERAL DE OPERAÇÕES
TJM-MG
30587201217
PROTOCOLO
n LI n i :i íiillllllllllililll!!
CPROT
Atlas Schindler
Razões de Recorrente
de
Elevadores Atlas Schindler S.A.
DO PROCEDIMENTO LICITATQRIO
A presente licitação tem por objeto a "contratação de empresa especializada em
prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva, e implementação da
norma atual, com inclusão de peças em 02 (dois) elevadores da marca Atlas Schindler
instalados no Prédio Sede da Justiça Militar do Estado de Minas Gerais, localizado à
Rua Tomaz Gonzaga, n, 686, Bairro de Lourdes, Capital" (O destaque não é do
original)
No dia 31/10/2012, compareceram à sessão pública de licitação as empresas (a)
Elevadores Atlas Schindler S.A.; (b) FHALL Elevadores e Serviços Ltda-ME; e (c) SEME -
Serv. Esp. Manutenção de Elevadores Ltda. .
Realizada a etapa dos lances, a licitante SEME foi declarada vencedora, oportunidade
em que a Atlas Schindler manifestou sua intenção de recorrer.
Conforme restará demonstrado, a licitante SEME jamais poderia ter sido considerada
habilitada, eis que apresentou atestado de capacidade técnica insuficiente para o
objeto da licitação em apreço, violando as disposições contidas no item 7.1.4.2 do
Edital e no art. 30. inciso II. da Lei n° 8.666/93
DA NECESSIDADE DE REFORMA DA
DECISÃO RECORRIDA
ll.a) Da Violação ao Item 7.1.4.2 do Edital
A licitante SEME não poderia ter sido declarada vencedora da disputa, uma vez que o
atestado de capacidade técnica apresentado pela referida licitante não atende ao
requisito estabelecido no item 7.1.4.2 do Edital, que assim exige:
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"7.1.4- Para a comprovação da qualificação técnica:
(...)
7.1-4.2 - Atestado de Capacidade Técnica Operacional, expedido por pessoa jurídica
de direito público ou privado, devidamente registrado no Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA da região onde os serviços foram
executados, que comprove ter a Empresa prestado serviço em elevadores compatíveis
corn.o objeto destajiqtação poi um penndo mínimo do 01 (um) ano. (O destaque não
é do original)
Como se sabe, a referida exigência visa conferir aplicabilidade ao art. 30, inciso II, da
Lei n° 8.666/93, que assim dispõe:
"Art, 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
(...)
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
CARACTERÍSTICAS, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a
realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da
equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos" (O destaque não é do original)
De acordo com o referido dispositivo legal, somente poderia ser considerada
habilitada, no presente certame licitatório, a empresa que comprovasse, mediante a
apresentação de atestado, estar apta a prestar serviço pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação (art. 30. inciso II, da Lei
n° 8.666/93).
Nada mais lógico, portanto, que, sendo os serviços licitados específicos, a licitante
vencedora tivesse que comprovar, especificamente, a prestação de tais serviços, no
caso, manutenção preventiva e corretiva, com inclusão de peças, em elevadores de
tecnologia Atlas Schindler.
Ocorre que a licitante SEME não conseguiu comprovar a referida experiência, uma vez
que o atestado apresentado pela mesma não permite aferir se o serviço incluía o
fornecimento de peças por parte da contratada, conforme exigência do presente
Edital.
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Ademais, não é possível sequer cogitar de eventual diligência, visando complementar
os dados fornecidos pelo insuficiente atestado técnico apresentado pela licitante SEME,
sob pena de flagrante violação do item 5.4 do Edital, que dispõe:
"5.4 - Após a abertura das propostas, não será admitido cancelamento, inclusão ou
exclusão de documentos, retirada da proposta ou alteração nas suas condições, ficando o
licitante sujeito à suspensão ou cancelamento de seu registro, de acordo com as previsões
legais, além da inclusão no Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar e Contratar
com a Administração Pública Estadual, instituído pela Lei n° 13.994, de 18/09/2001." (O
destaque não é do original)
Desse modo, verifica-se que o aludido atestado não atende ao disposto no item
7.1.4.2 do Edital, pois ele se refere, apenas, à prestação de serviços de manutenção de
elevadores, sem a aplicação de peças, sendo incontestável, todavia, que uma parcela
de grande relevância do objeto da presente licitação é, justamente, o fornecimento e a
instalação das peças necessárias à regular realização do serviço licitado e ao bom
funcionamento dos equipamentos
Com efeito, o Edital da presente licitação traz um minucioso regramento relativamente
ao fornecimento de peças pela contratada, revelando a importância da atividade em
questão. Nesse sentido, merecem destaque os itens abaixo transcritos, do Anexo l do
Termo de Referência:
"3. FORNECIMENTO DE MATERIAIS, PEÇAS E COMPONENTES
3.1. Todos os materiais/peças/componentes a serem utilizados obedecerão
rigorosamente às especificações das normas técnicas vigentes e estão incluídos no
escopo de fornecimento da CONTRATADA sem ónus adicional para o TRIBUNAL.
3.2. Todas as peças e componentes de reposição deverão ser novos, originais e não
serão aceitas, em hipótese alguma, peças ou componentes recondicionados.
3.3. Todas as peças e materiais com maior frequência de reposição tais como: fusíveis,
escovas, correias, terminais, chaves contadoras, mancais, rolamentos, filtros, óleo,
juntas, correias, etc, deverão ficar em estoque na CONTRATADA. O fornecimento
tempestivo de insumos e a disponibilidade de local para guarda destes insumos
necessários a realização de manutenções preventivas e corretivas, será de exclusiva
responsabilidade da CONTRATADA.
(...)
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3.7. Equivalência de especificações e qualidade:
3.7.1. Todo material/peça de reposição utilizado pela CONTRATADA deverá guardar
absoluta equivalência quanto às especificações e qualidade em relação ao que for
substituído;
3.7.2. A aplicação por parte da CONTRATADA de qualquer material/peça que não
apresente equivalência construtiva, ou seja, de qualidade inferior ao substituído,
ensejará na obrigação da CONTRATADA em efetuar a devida regularização
imediatamente, sem quaisquer ónus ao TRIBUNAL.
3.8. Garantia dos materiais/peças utilizados:
A CONTRATADA dará garantia aos materiais/peças utilizados, atendendo em especial o
disposto no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor e legislação
pertinente."
As disposições editalícias, acima transcritas, que estipulam, à contratada, em síntese, o
dever de empregar peças novas e originais, compatíveis com os normativos técnicos e
equivalentes à qualidade das substituídas; o dever de manter, em estoque, os
componentes de emprego mais frequente; e, ainda, o dever de garantir as peças e
componentes nos termos da legislação aplicável, revelam, cabalmente, a importância e
complexidade desse aspecto do objeto licitado.
Em outros termos, por ser o serviço de manutenção, com fornecimento de peças,
muito mais complexo do que a manutenção ordinária de elevadores, sem aplicação de
peças, a habilitação da SEME esbarra no 53° do art. 30 da Lei n° 8.666/93. que assim
dispõe:
"§ 3Q Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou
atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior."
(O destaque não é do original)
É importante ressaltar que as tecnologias dos elevadores são diferenciadas e
complexas, e o emprego de peças inadequadas ou de qualidade inferior, acarreta,
necessariamente, uma manutenção incorreta, o que, conseqúentemente, pode gerar
instabilidade nos equipamentos, resultando na falta de segurança para os usuários.
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A título de curiosidade, vale ressaltar que um elevador tem, em média, mais de 20.000
(vinte mil) peças!
Desse modo, a insuficiência do atestado de capacidade técnica apresentado pela
SEME, que não permite verificar se a mesma detém a necessária experiência em
manutenção de elevadores, com fornecimento de peças, colocará em risco a
segurança e o património público, caso o objeto da presente licitação seja adjudicado
à referida empresa.
Sobre o tema, assevera Carlos Pinto Coelho Mota que:
"A exigência de qualificação técnica para obras, serviços e fornecimento é tema constante
na legislação sobre o instituto de licitação. Tema atraente e polémico, pois inadmite-se
que a Administração formalize contrato com quem não possa demonstrar, mediante
sólida documentação, sua qualificação para o atendimento ao objeto que se anunciou."
(...)
Os chamados "requisitos limítrofes" da habilitação, circunscritos por lei (art. 27 ao 31 da
Lei 8.666/93) e autorizados pela própria Carta Magna {art. 37, XXI), situam-se em favor do
princípio da igualdade, estabelecendo critérios para a delimitação do que, em última
análise, representará a "idoneidade" do proponente em dada licitação"1 (O destaque não
é do original)
No mesmo sentido, Marcai Justen Filho assim se manifesta:
"O conteúdo e a extensão da qualificação técnica dependem diretamente do objeto da
licitação. (...) As exigências quanto à qualificação técnica devem estar previstas de modo
expresso. Para tanto, a Administração deverá verificar os requisitos para desempenho das
atividades que constituirão encargo do sujeito contratado. (...) Admite-se comprovação de
experiência anterior na execução de prestações semelhantes. O conceito de "qualificação
técnica" permite, por isso, ampla definição para o caso concreto. (...) Significa que a
qualificação técnica a ser investigada é não apenas aquela teórica, mas também a efetiva,
concreta, prática."2
(O destaque não é do original)
A jurisprudência pátria também não diverge, consoante demonstram as ementas de
acórdãos abaixo transcritas:
in: Eficácia nas Licitações e Contratos; editora Del Rey; 9a edição - 2002, pg. 274/275.FILHO, Marcai Justen. Comentários ã Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 5a edição, revista e ampliada,
Dialética, São Paulo, 1998, pág. 306.
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(a) "Habilitação - Legitimidade da exigência de atestados técnicos indispensáveis à
garantia do adequado cumprimento do contrato e do melhor serviço público.
Administrativo. Licitação. Interpretação do art. 30, II e §1°, da Lei 8.666/93.
1. Não se comete violação ao art. 30, II, da Lei 8.666/93, quando em procedimento
licitatório, exige-se comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados
técnicos emitidos por operadores de telefonia no Brasil de execução, no País, em qualquer
tempo, de serviço de implantação de cabos telefónicos classes "L" e "C" em período
consecutivo de 24 meses, no volume mínimo de 60.000 HXh, devidamente certificados
pela entidade profissional competente.
2. O exame do disposto no art. 31, XXI da Constituição Federal, em sua parte final,
referente a 'exigências de qualificação técnica e económica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações ' revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais
oportunidades de contratação com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado,
indiscriminadamente, mas, sim, apenas a quem possa evidenciar que efetivamente
dispõe de condições para executar aquilo que se propõe."3
(O destaque não é do original)
(b) "A inclusão de cláusula referente à comprovação de capacitação técnico-operacional,
em edital para abertura de licitação pública, é consonante com os dispositivos legais
aplicáveis à espécie, uma vez que o art. 37, XXI, da CF, assegura igualdade de condições
para os concorrentes, mas estabelece possibilidade da existência de cláusulas que fixem
requisitos mínimos de participação, acrescentando que se a verdadeira intenção do veto
presidencial ao inc. II do §1° do art. 30 da Lei 8.666/93 fosse excluir a possibilidade de
exigência de comprovação da capacitação técnico-operacional, haveria ele de abranger,
também, o inc. Ill do art. 33 da mesma lei."L
Dessa forma, torna-se imperiosa a inabilitação da licitante SEME, por nítida violação ao
item 7.1.4.2 do Edital, c/c art. 30. inciso II. da Lei n° 8.666/93.
II.b) Dos Princípios Licitatórios
Com se sabe, a Administração Pública deve se ater, estritamente, ao Edital, e,
portanto, às suas exigências, termos e condições.
2a Turma, do E.STJ - REsp 172.232.TJ/MG - ApCív n° 111.550-0, 2a C.Civ, unán., Rei. Dês. Sérgio Lelís Santiago, em 10/11/1998, apud ADCOAS
8175347.
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Tal vinculação emerge como instrumento de realização do princípio da legalidade e
encontra sua positivação, não só pela referência contida no artigo 3° da Lei n°
8.666/93, como, especialmente, no seu artigo 41, in verbis,
"Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual
se acha estritamente vinculada".
Sobre a vinculação do procedimento licitatório às exigências contidas no edital,
consigna MARÇAL JUSTEM FILHO5:
"Sob um certo ângulo, o edital é o fundamento de validade dos atos praticados no curso
da licitação, na acepção de que a desconformidade entre o edital e os atos administrativos
praticados no curso da licitação se resolve pela invalidade destes últimos. Ao descumprir
normas constantes do edital, a Administração Pública frustra a própria razão de ser da
licitação. Viola os princípios norteadores da atividade administrativa, tais como a
legalidade, a moralidade, a isonomia. (...) ao submeter a Administração ao princípio da
vinculação ao ato convocatório, a Lei n° 8.666 impõe o dever de exaustão da
discrícionariedade por ocasião de sua elaboração. Não teria cabimento determinar a
estrita vinculação ao edital e. simultaneamente, autorizar a atribuição de competência
discricionária para a Comissão indicar, pó r ocasião do julgamento de alguma das fases, os
critérios de julgamento. Todos os critérios e todas as exigências deverão constar, de modo
expresso e exaustivo, no corpo do edital".
(O destaque não é do original).
Complementando o raciocínio, Paulo Boselli6 assevera que:
"O instrumento convocatório (edital ou carta-convite) é lei interna da licitação, fazendo
que tanto a Administração quanto as licitantes fiquem presas ao que for nele estipulado,
sendo, pois, inadmissível a aceitação de documentos ou propostas em desacordo com o
exigido no edital. Não faz sentido que a Administração fixe um determinado
procedimento no instrumento convocatório e na hora da análise, quer da documentação,
quer das propostas, venha a admitir algo que contrarie aquilo que ela mesma estipulou."
Sobre o mesmo princípio, esclarece Jessé Torres Pereira Júnior7 que:
In, Comentários ã Lei de Licitações e Contratos Administrativos, Ed. Dialética, 9° Edição, pg. 384 e 396.BOSELLI, Paulo. Simplificando as licitações: (inclusive o pregão) 2a ed. rev. e atual. São Paulo: Edicta, 2002, p. 17.
In Comentários à Lei de Licitações e Contratações da Administração Pública. Renovar, 6. ed, p. 442.
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"Trata-se de norma-síntese de toda a princípiologia envolvente da licitação pública. Para
ela convergem e deía ressaem os princípios da isonomia, da moralidade, da publicidade,
da impessoalidade, da competitividade, do julgamento objetivo, da adjudicação do objeto
ao autor da melhor proposta, entre outros já referidos." (O destaque não é do original)
Com efeito, o ato convocatório delimita as condições norteadoras da disputa, fixa o
seu objeto de forma precisa e enumera os deveres e as garantias das partes
interessadas, regulando, assim, o desenvolver de todo o relacionamento entre a
Administração e os licítantes. Frente a tal premissa, o art. 41 da Lei n. 8.666/93 dispõe
sobre o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, que, além de pressupor a
obediência às prescrições sob as quais todo o processo de licitação se desencadeará,
requer o pleno atendimento das condições exigidas para a participação no certame e
dos parâmetros de julgamento das propostas.
Deve ser reconhecida, portanto, a curial e destacada importância desse princípio, uma
vez que serve de base a todos os demais princípios do procedimento licitatório.
O Superior Tribunal de Justiça abordou bem a questão, nos seguintes arestos:
(a) "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. LICITAÇÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO ATO CONVOCATÓRIO.
CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. DESCUMPRIMENTO PELA LICITANTE. DESCLASSIFICAÇÃO.
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO.
1. A apresentação de documentos inidôneos pela licitante na fase de habilitação autoriza
sua desclassificação do certame, nos termos da Lei n. 8.666/93. por desrespeitar as
cláusulas do edital que, subsumindo-se em disciplina das regras de fundo e
procedimentais da licitação, estabelece vínculo entre a Administração e os interessados
com ela em contratar.
2. Não havendo nos autos elementos probatórios hábeis para demonstrar a suposta lesão
a alegado direito líquido e certo, mostra-se inviável o cabimento da acão mandamental.
3. Recurso ordinário não-provido",8
{O destaque não é do original)
RMSn° 15.901 - SE (2003/0020276-0) - RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA - julgamento:15 dedezembro de 2005-
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(b) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO CIVIL E
ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS NA
ORIGEM. LICITAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO DA PROPOSTA. APRESENTAÇÃO DE
CRONOGRAMA FÍSIO>F!NANCEIRO SEM AS EXIGÊNCIAS PREVISTAS NO EDITAL.
AFASTADA A NULIDADE DA PROPOSTA APRESENTADA PELA LICITANTE VENCEDORA.
1. "Diante de omissão ou obscuridade do acórdão, quanto à sua estrutura, competiria ao
recorrente opor embargos de declaração, a fim de esclarecê-las, e não recurso ordinário'
(RMS 17.104/RJ, Rei. Min. Castro Meira, DJ 17.05.2004).
2. "A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se
acha estritamente vinculada" (Lei n. 8.666/93. art 41). In casu. a recorrente deixou de
atender a requisito previsto no edital, em clara ofensa ao princípio da vinculacão ao
instrumento convocatório (art. 2° da Lei de Licitações).
4. No que concerne à alegada necessidade de desclassificação da licitante vencedora,
tampouco merece prosperar o recurso, diante da ausência de nulidade de sua proposta,
consoante esclarecido na Ata da Reunião de Julgamento das Propostas Financeiras.
5. Recurso ordinário não-provido.9
(O destaque não é do original)
Pontue-se, ainda, que a licitante SEME não descumpriu, pura e simplesmente, mera
formalidade do edital, mas, sim, exigências LEGAIS e IMPOSITIVAS, destinadas a todas
as licitantes,.
Sendo assim, caso a referida empresa seja habilitada, estar-se-á violando, por
consequência, o princípio da isonomia entre as licitantes.
Como se sabe, de acordo com o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal:
"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"
(...)
"XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e económica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações."
RMSn° 15.190-RS (2002/0099826-0)-RELATOR MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
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(O destaque não é do original)
De igual teor o art. 3°, da Lei 8666/93, abaixo transcrito:
"Art 3Q A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e
dos que lhes são correlates."
(O destaque não é do original)
Ademais, em razão dos princípios da isonomia e da vinculação ao edital, não é possível
cogitar de eventual diligência visando complementar, documentalmente, o insuficiente
atestado técnico apresentado pela licitante SEME, sob pena de violação do item 5.4 do
Edital, já anteriormente transcrito, bem como dos princípios ora versados.
Cumpre salientar, à guisa de conclusão, que é obrigação da Administração Pública, no
proceder do processo licitatório, decidir as questões de forma objetiva, não lhe sendo
facultado qualquer subjetivismo, conforme dispõe o art. 44 da Lei n° 8.666/93. abaixo
transcrito:
"Art. 44. No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios
objetivos definidos no edital ou no convite, os quais não devem contrariar as normas e
princípios estabelecidos por esta lei."
(O destaque não é do original)
A respeito do tema, Hely Lopes Meirelles assevera que:
"Julgamento objetivo. julgamento objetivo é o que se baseia no critério indicado no edital
e nos termos específicos das propostas. É o princípio de toda licitação que seu julgamento
se apoie em fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado
pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa a afastar o
discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a aterem-se ao critério
prefixado pela Administração, com o quê se reduz e se delimita a margem de valoração
subjetiva..."
In, Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Mafheiros, 25a Ed, pg. 257.
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De acordo com tais premissas, resta evidente que a Lei n° 8.666/93 e a Constituição
Federal não permitem que a SEME seja considerada vencedora da presente licitação,
CONCLUSÃO
Por todo o exposto, e considerando que:
(i) o direito de licitar não é absoluto, vez que condicionado ao preenchimento dos
requisitos genéricos trazidos pela legislação, assim como daqueles específicos
constantes do ato convocatório, em razão do objeto licitado; e
(ii) aquele que não preencher tais requisitos, mediante comprovação documental
idónea, deverá ser considerado inabilitado a participar da licitação;
requer a Elevadores Atlas Schindler S.A. o provimento do presente recurso, para
declarar INABILITADA a íicitante SEME, sob pena de violação, dentre outros, dos
princípios da legalidade, da isonomia, do julgamento objetivo e da vinculação ao ato
convocatório.
Nestes termos,
P. Deferimento.
Belo Horizonte, 05 de r/oyembroyde 2012.
ELEVADORES ATÚOÍS^OTf^LER S.A
António Rodrigues S. Neto•! 'prpvKOR GERAL DE OPERAÇÕES