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Atlas de Portugal Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 1

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ÍNDICE

Introdução 4

Mapas – Geografia Física

Enquadramento Físico

5

Litologia 7

Hipsometria 9

Precipitação Total Anual 11

Temperatura Média do Ar Anual 13

Bacias Hidrográficas 15

Províncias Biogeográficas 17

Ocorrências Geomineiras 19

Riscos Naturais e Humanos 21

Energias Alternativas 23

Mapas – Geografia Humana

Densidade Populacional por Concelho

25

Taxa de Crescimento Efectivo por Concelho 27

Taxa de Analfabetismo por Concelho 29

População Activa Empregada no Sector Primário por Concelho 31

Intensidade e Relevância da Indústria nos Concelhos Urbanos 33

População Activa nos Serviços Relacionados com as Actividades Económicas 35

Taxa de Função Turística por Concelho 37

Plano Rodoviário Nacional 39

Sistema Urbano Nacional 41

Tipologia da Inclusão/Exclusão Social 43

Conclusão 45

Bibliografia 47

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado no âmbito da cadeira semestral de Geografia de

Portugal, do curso de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,

constituindo o mesmo um dos elementos de avaliação à cadeira supracitada.

O objectivo principal deste “Atlas de Portugal” é o de, por um lado, aperfeiçoarmos,

enquanto futuros geógrafos, o nosso conhecimento do território continental através de diversas

dimensões de análise, mais rapidamente mutáveis na geografia humana, como as variáveis

demográficas, sociais e económicas; ou de evoluções mais lentas, como acontece com as

variáveis climatológicas, biogeográficas e geológicas, na geografia física.

No entanto, procurou-se sempre apresentar dados o mais actualizados possível, tendo em

conta a sua rápida mutação e desactualização, sobretudo nos indicadores que sintetizam as

transformações de estruturas económicas e sociais. Por outro lado, tentámos analisar o país

de uma forma simples mas, tanto quanto possível, completa, de modo a que qualquer

potencial leitor possa compreender os traços gerais que o caracterizam.

Quanto à metodologia utilizada, esta consistiu, numa primeira fase, na selecção das

principais dimensões de análise, selecção essa que veio a sofrer algumas alterações no

decorrer do trabalho. A fase seguinte foi a de pesquisa bibliográfica, estatística e cartográfica,

que teve como objectivo auxiliar, fundamentar e explicar a descrição e comentário de cada

mapa, deixando-se para a conclusão o estabelecimento da maioria das relações existentes

entre os padrões encontrados nas diversas variáveis retratadas.

Relativamente à estruturação do trabalho, após esta introdução, serão apresentados 20

mapas (10 de geografia física e 10 de geografia humana) em página dupla, encontrando-se na

página impar a reprodução dos mapas por nós seleccionados e na página par a descrição e

interpretação dos mesmos. Tentámos organizar os mapas seguindo uma lógica sequencial

(sempre que possível), dando a conhecer, em primeiro lugar, os de geografia física e, em

segundo, os de geografia humana, o que é justificado com a maior “longevidade” dos dados

dos mapas do primeiro grupo.

Numa fase final, será apresentada uma breve conclusão, reflectindo uma síntese do

estudo desenvolvido e consequente correlação entre mapas e dimensões de análise por eles

representadas, seguindo-se posteriormente a indicação das referências bibliográficas que nos

apoiaram na elaboração deste trabalho, que nos proporcionou, garantidamente, um maior

conhecimento e capacidade de interpretação dos padrões geográficos de localização,

distribuição e concentração em Portugal continental.

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Portugal Continental localiza-se geograficamente entre os paralelos 37º e 42º Norte e os

meridianos 6º e 9,5º a Oeste de Greenwich. Confronta a Norte e a Este com Espanha e a Sul e a

Oeste com o Oceano Atlântico, possuindo uma área de aproximadamente 89 000 Km²,

“equivalente a pouco mais de 15% do conjunto da Península Ibérica” (MEDEIROS, 2005: 19).

Contrariamente ao que os mapas de pequena escala transmitem, a Península Ibérica possui

uma linha de costa bastante recortada. No caso de Portugal esta é bem visível na

concavidade de alguns rios e nalguns acidentes geológicos.

Relativamente ao revelo, os contrastes são bem visíveis no território. Esta heterogeneidade

deve-se à diferente composição geológica do território, bem como ao facto da tectónica de

placas não actuar liminarmente por todo o território. No Maciço Antigo encontra-se uma grande

densidade de montanhas, quase todas atingindo altitudes acima dos 1000m. Estas montanhas

desenvolvem-se ao longo das falhas Porto-Tomar e Penim-Penacova. Importa salientar que a

falha Porto-Tomar faz fronteira entre a Orla Sedimentar e o Maciço Antigo.

Na Cordilheira Central (sector Norte) encontramos as Serra da Estrela, Açor e Lousã;

estas encontram-se entre as falhas da Lousã e do Zêzere. No sector Sul, localizam-se as

Serras da Gardunha, Alvelas e Muradal, que estão entre as falhas do Zêzere e do Grade.

Relativamente à Orla Sedimentar, esta divide-se em dois sectores delimitados pela falha da

Nazaré. As bacias do Tejo e do Sado apresentam relevos simples, pois são bacias modeladas por

extensas superfícies planas. No que toca à Orla Sedimentar Meridional, o relevo apresenta

direcções de Leste para Oeste. Importa ainda referir que a falha da Vidigueira foi a causadora do

desnível, de cerca de 100m, entre o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo e que a Serra do Caldeirão foi

originada pela subida da placa africana. Ainda relacionado com a tectónica de placas, deve ser

salientado que existe uma diminuição da intensidade sísmica de Sudoeste para Nordeste (maior

intensidade junto ao litoral devido à proximidade de uma estrutura tectónica activa).

Devido à sua posição atlântica, verificam-se, em Portugal, valores de precipitação

próximos de 960 mm/ano, sendo superiores aos do clima mediterrânico típico. Quanto à

temperatura média anual, esta “depende essencialmente do grau de continentalidade, da

altitude e das características topográficas” (BRUM FERREIRA, 2005a: 334) de cada região. A

temperatura média anual diminui, assim, de Sul para Norte e aumenta de Oeste para Este.

Relativamente à rede hidrográfica, os maiores rios portugueses nascem em Espanha (Rio

Minho, Douro, Tejo e Guadiana). O traçado destes rios é de Este para Oeste devido à existência

de relevos no rebordo Oriental da Península Ibérica. Contudo, apresenta um “contraste norte-sul:

excesso de água nas bacias do Norte e escassez dela nas bacias do Sul” (RAMOS, 2005: 394),

resultado da repartição da precipitação e da temperatura registadas por todo o território.

Assim sendo, podemos concluir que “a Terra de um povo é a combinação, original e fecunda,

de dois elementos: território e civilização” (RIBEIRO, 1987), visto que de uma forma mais ou menos

directa, as condições físicas do território influenciam os modos de vida da população.

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Portugal Continental apresenta essencialmente quatro tipos de formações rochosas,

distribuídas de uma forma mais ou menos homogénea pelo território: Formações

Sedimentares, que se podem encontrar predominantemente na região do litoral Oeste a norte

do Rio Sado e no litoral algarvio; Formações Sedimentares e Metamórficas, que predominam

no nordeste transmontano, no interior centro (Beira Baixa) e no sul (nomeadamente nas áreas

oriental e sul do Alentejo e no interior algarvio); e Formações Magmáticas, que prevalecem no

Norte (especialmente significativas na região do Minho e da Beira Alta), podendo também ser

encontradas no Alto Alentejo.

Relativamente às Formações Sedimentares, podemos encontrar rochas organizadas em

camadas, por estratificação, sendo que cada uma dessas camadas possui características

específicas, que reflectem as suas condições de origem. Assim, na costa Oeste entre Aveiro e

o litoral alentejano verifica-se uma sedimentação marinha, sendo visíveis nalgumas rochas,

marcas provenientes do contacto com o mar. Existe ainda, no Sul de Portugal, uma Formação

Sedimentar, com uma espessura de cerca de 5000m.

Quanto às Formações Sedimentares e Metamórficas, podemos dizer que surgem

devido ao facto de as rochas originais ficarem instáveis e reagirem dando origem a novas

associações compatíveis com o novo ambiente (CARVALHO, 1996). Os dois factores principais

para o surgimento de Metamorfismo são a temperatura e a pressão, que por sua vez, dão

origem a diferentes tipos de rochas. As rochas metamórficas mais visíveis em Portugal

continental são os xistos, os grauvaques e os quartzitos.

Por fim, estão incluídas nas Formações Magmáticas as Rochas Eruptivas Plutónicas,

que existem em maior quantidade ao longo do território, sobretudo no Norte, sendo a

consequência de um arrefecimento lento do magma, dando oportunidade à cristalização dos

minerais. Contudo, a sua composição mineralógica é desigual, dando origem a diferentes tipos

de rocha, entre os quais granitos, em maior quantidade, e granitos gneissicos, granodioritos e

tonalitos. Note-se que estas “rochas são as mais antigas de Portugal” e “formam grupos

litológicos muito heterogéneos, profundamente transformados devido aos sucessivos agentes

tectónicos e erosivos que os afectam” (BRITO, 2005a: 38).

Já as Rochas Eruptivas Vulcânicas, também incluídas nas Formações Magmáticas,

existem apenas numa faixa situada entre Évora e Beja, sendo o resultado da solidificação das

lavas expelidas pelos vulcões que, devido ao rápido arrefecimento, vão dar origem a rochas

pobres em cristalização tais como os dioritos, os gabros e os peridotitos. São também

identificáveis as formações magmáticas nos maciços sub vulcânicos de Sintra e Monchique. O

maciço de Sintra é o acidente geológico mais importante da Península de Lisboa, pela

variedade petrográfica, pela idade e pelo mecanismo de intrusão (MATOS ALVES ET AL, 1986),

sendo constituído por granito, sienito e gabro-diorito. O Maciço de Monchique é constituído por

sienitos e sienitos nefelínicos; ou seja, uma das principais diferenças entre os dois maciços é a

existência de quartzo nas rochas do primeiro.

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O Mapa Hipsométrico põe em evidência alguns traços importantes do relevo de Portugal

Continental mostrando os contrastes existentes entre as várias regiões, resultantes da

constituição geológica do território.

No mapa Hipsométrico é possível observar a predominância das elevadas altitudes no

Norte do nosso país, já que é nesta região que se concentram “95% das áreas de altitude

superior a 400m e todos os altos cimos para além dos 1000m” (BRITO, 2005a: 43). O facto de

este ser mais montanhoso deve-se à existência de rochas muito resistentes à erosão, já que a

grande maioria destas possui quartzo na sua composição mineral (muito resistente aos

agentes erosivos). No entanto, há que ter em conta o facto de a tectónica de placas não actuar

ao mesmo ritmo em todo o território, o que significa que há fases em que o levantamento

predomina e outras em que é a erosão a dominar. Salienta-se ainda o facto de a estruturação

do relevo estar “na dependência dos rejogos verificados ao longo de dois desligamentos

esquerdos” (BRUM FERREIRA, 2005b: 73).

É também possível observar nesta região áreas montanhosas recortadas por vales

estreitos (normalmente em forma de V, ou seja, muito declivosos), o que se deve à passagem

dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Douro (entre outros seus afluentes). Estes transportam

sedimentos resultantes da erosão das vertentes e vão depositando-os ao longo das suas

margens mais a jusante, assim como na respectiva foz.

Em toda a costa Litoral, praticamente não se observam altitudes acima dos 200m, já

que ao longo desta região predominam relevos com altitudes reduzidas e aplanadas,

resultantes da acumulação dos sedimentos, na qual a foz dos rios tem grande importância.

Apesar das áreas com altitudes inferiores a 200m se situarem praticamente todas no litoral,

existem algumas excepções, como o caso dos sinclinais existentes na região Oeste de

Portugal e do Maciço Eruptivo de Sintra, na região de Lisboa.

Relativamente ao interior Sul de Portugal, este é composto por altitudes entre os 200 e

os 600m. Os valores mais elevados (600m) verificam-se nas cristas de quartzito na parte Este

desta região (Serras do Marvão e de S. Mamede). Altitudes de 400m são visíveis no sudeste

português (Serra do Caldeirão) onde, à semelhança do Norte, predominam rochas com maior

resistência à erosão e também devido à existência de um talude (ENE-WSW), influenciando

deste modo a sedimentação que apresenta um dispositivo monoclinal.

No litoral Sul de Portugal, à semelhança do restante litoral, verificam-se altitudes mais

baixas (150-400m). A existência de altitudes superiores a 200m justifica-se devido ao Maciço

Eruptivo existente nesta região (Monchique-Fóia). Importa referir, como conclusão, que o litoral

é muito dinâmico, corresponde a uma faixa que migra constantemente (PEREIRA, 2001), devido

não só ao impacto marinho (por exemplo, correntes de deriva litoral), como também à chegada

constante de sedimentos dos rios, o que o transforma numa área possivelmente mais dinâmica

que as restantes áreas do território, o que é visível no mapa através da existência de amplas

praias nalgumas regiões e de grandes arribas noutras.

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A repartição espacial da precipitação depende de vários factores geográficos, tais como

a topografia, a latitude e a continentalidade, entre outros. Deste modo, a distribuição da

precipitação em Portugal Continental pode classificar-se como heterogénea a nível nacional,

mas relativamente homogénea em cada uma das principais regiões do nosso país.

Olhando para o Mapa de Precipitação podemos concluir que o Litoral Norte é a região

mais chuvosa do nosso país, devido essencialmente às montanhas da Cordilheira Central e

do Noroeste (que dão origem, frequentemente, a chuvas orográficas) superando, por vezes, os

3000mm de pluviosidade, já que Portugal se encontra “numa faixa de transição entre as altas

pressões subtropicais e a faixa das baixas pressões subpolares” (VENTURA, 1986: 7).

O Noroeste é, assim, mais chuvoso devido às perturbações de Oeste e à topografia, uma

vez que esta é uma região “montanhosa e planáltica” e “apresenta um relevo vigoroso e

variado” (Id. Ibid.). Estes aspectos transformam esta na única região que apresenta

características climáticas atlânticas, visto as restantes apresentarem características

essencialmente mediterrânicas. Note-se que o clima mediterrâneo é caracterizado por uma

distribuição irregular das chuvas e existência de meses secos (meses de Verão), onde a

ocorrência de precipitações mais intensas se verifica nos meses de Inverno.

Relativamente ao Nordeste de Portugal, este apresenta valores de precipitação

inferiores aos do Noroeste, visto que “são regiões de fraca precipitação abrigadas pelos

relevos minhotos” (BRUM FERREIRA, 2005a: 345). Esta região não é afectada por uma secura

extrema devido a alguns alinhamentos que, devido à sua altitude, provocam instabilidade do

ar. No entanto, na região do Alto Douro, como em praticamente todo o interior do país, a

precipitação diminuta deve-se “ao esgotamento pluviométrico das massas de ar de origem

marítima” (DAVEAU, 1977).

No Litoral Centro, a existência de uma faixa de altitudes relativamente elevadas paralelas

ao litoral, faz com que as suas vertentes viradas a barlavento recebam uma maior quantidade

de precipitação, devido à maior exposição às massas de ar e ventos marítimos.

Quanto ao interior Centro-Sul, os baixos valores de precipitação justificam-se com

baixas altitudes; quando estas atingem valores ligeiramente superiores provocam um aumento

da humidade, podendo ocorrer chuvas de fraca intensidade. É ainda de referir o contraste

entre estas regiões e as regiões do Sudoeste português, pois o factor continentalidade é aqui

bem visível.

Relativamente ao Algarve, este apresenta valores pluviométricos baixos pois “os

sistemas chuvosos que vêm de Oeste e de Noroeste não atingem todos o Algarve” (BRUM

FERREIRA, 2005a: 345), já que este é mais frequentemente afectado pelas Altas Pressões

Subtropicais (Anticiclone dos Açores). Contudo os valores de precipitação são muito

concentrados, podendo ser atingidos em poucas horas devido às gotas de ar frio e ao facto de

as chuvas aumentarem com a altitude (Serra do Caldeirão e Serra de Monchique).

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A Temperatura Média Anual do Ar varia espacialmente devido a diversos factores tais

como a latitude, a distância ao mar (continentalidade), a posição dos relevos (e a respectiva

exposição aos ventos dominantes) e a interferência do homem na ocupação do território (em

menor escala), entre outros. Contudo, as temperaturas de Portugal continental podem

considerar-se temperaturas moderadas no contexto global.

Contrariamente ao que acontece com a distribuição da precipitação a nível nacional, “a

temperatura média do ar evolui aumentando de Norte para Sul, onde as amplitudes térmicas são

maiores” (BRITO, 2005b: 51). No Nordeste e Cordilheira Central, temos as temperaturas

médias anuais mais baixas de Portugal Continental (8/10ºC). No Inverno, tal deve-se à latitude

(esta região é mais frequentemente atingida pelas massas de ar polares), continentalidade, o

que poderá ter como consequências outros fenómenos, como a geada, muito habitual nesta

área do país, devido à existência mais frequente de temperaturas negativas, e ao efeito da

altitude. No Verão, temos temperaturas elevadas na chamada “terra quente transmontana”

devido ao factor relevo, pois esta região é dominada por vales encaixados e depressões

tectónicas e está rodeada de área planálticas (assim como, novamente, o factor

continentalidade).

Relativamente ao Noroeste de Portugal, a temperatura média anual do ar é superior à do

Nordeste, pois a proximidade ao mar influencia a temperatura média da estação estival, devido

aos “alísios refrescarem as temperaturas de Verão” (LAUTENSACH, 1988: 16), não sendo tão

rigorosas no Inverno. A proximidade com o mar e a exposição aos ventos dominantes originam

um aumento da humidade relativa (não havendo, contudo, um risco tão grande de geada, já que

as temperaturas poucas vezes são inferiores a 0ºC).

Quanto ao Sul de Portugal este apresenta valores superiores aos do Norte (16/18ºC),

essencialmente no Sudeste (na margem direita do Guadiana), devido à continentalidade

(proximidade da depressão térmica ibérica, situada na meseta sul espanhola) e à inexistência de

relevos que impeçam a progressão para Oeste das massas de ar muito quentes formada no

interior da Península Ibérica. O factor latitude também está presente, já que nesta região incide

uma maior quantidade de radiação solar. Estas temperaturas são igualmente visíveis no Algarve,

já que o relevo tem direcção Leste-Oeste; assim, nas depressões algarvias observam-se

temperaturas elevadas (18ºC) devido a serem áreas deprimidas ao abrigo da influência

“refrescante” do oceano, verificando-se, em oposição, valores mais baixos na Serra do Caldeirão

(16ºC), devido a apresentar uma altitude mais elevada.

Concluindo, é notável a diferença entre Litoral e Interior e Norte e Sul. No litoral são nítidas

menores amplitudes térmicas, contrariamente ao que se verifica no interior. No Norte temos

relevos montanhosos que originam “ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão” (BRITO,

2005b: 51) e que provocam temperaturas baixas nos meses de Inverno. Portugal é, assim,

“Mediterrânico por natureza, Atlântico por posição” (RIBEIRO, 1987).

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As bacias hidrográficas do nosso país apresentam características muito diferenciadas

entre si, não só devido às suas diferentes áreas como também à sua posição geográfica, em

que os factores precipitação, evaporação e infiltração interferem de diversos modos.

O país pode ser dividido em diferentes regiões hidrográficas, “que procuram definir bacias

com características climáticas semelhantes, levando ao agrupamento de umas ou à subdivisão

de outras” (RAMOS, 2005: 395). Agrupam-se, assim, a noroeste as bacias do Minho, Lima,

Cávado e Ave, que se caracterizam pelo maior balanço hídrico positivo do país, com maior

produtividade por unidade de área (> 800 l/m²) e com baixa irregularidade.

Estendendo-se até ao Nordeste do território, temos a bacia do Douro que, devido à sua

grande dimensão, drena regiões de diferentes ambientes climáticos (áreas muito chuvosas a

noroeste e muito secas a nordeste) apresentando, por isso, grandes contrastes ao nível do seu

escoamento. É, por esse motivo, a única do Norte do país com um balanço hídrico

ligeiramente negativo; no entanto o seu escoamento superficial representa 32% do total

nacional.

Já na região Centro, sob a influência Cordilheira Central, encontra-se a bacia do

Mondego e parte da bacia do Tejo contribuindo com 33% do escoamento superficial

nacional. A bacia mais extensa do território (Tejo, com 24 460 km²) apresenta-se, nesta região,

com um balanço hídrico equilibrado, fazendo a “transição entre duas realidades hídricas” (Id.

Ibid: 396): a do Noroeste e Cordilheira Central, mais chuvosas, que contrasta com a do

Nordeste e do Sul, ambas mais frequentemente afectadas por massas de ar mais secas.

Acentuando estas diferenças hídricas, na estação estival o Nordeste e o Sul têm temperaturas

mais elevadas, o que aumenta a perda de água por evapotranspiração.

Os balanços hídricos negativos mais elevados (em que a evapotranspiração é superior

à precipitação) registam-se nas bacias do Guadiana e do Sado. Estas bacias (à qual se junta

a bacia do Mira), situadas nas extensas planícies alentejanas, são as áreas onde ocorrem as

estiagens mais severas (de Junho a Setembro), como consequência de longos períodos de

seca. Assim, e para minorar alguns problemas que a (má) gestão da água traz à população e

às actividades económicas que dela dependem, foram construídas – nomeadamente a partir

da década de 50 – inúmeras barragens ao longo do país, na qual se inclui a barragem do

Alqueva (a maior do país, na bacia do Guadiana, com 4150 hm³ de capacidade de

armazenamento).

Conclui-se, então, que há nas bacias hidrográficas do nosso país uma “diminuição do

escoamento de noroeste para sudeste e do litoral para o interior” (Id. Ibid: 396). No entanto,

existe também uma forte dependência de Espanha, já que 45% do escoamento provém do

país vizinho, através dos rios internacionais (Douro, Tejo, Guadiana, Minho e Lima), que

deve ser tido em conta para fazer face aos problemas de irregularidade temporal dos caudais.

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A divisão do nosso território em Províncias Biogeográficas deve-se a diferentes factores

naturais, tais como: condições climáticas, relevo e as águas subterrâneas, entre outros.

Devido à latitude a que se encontra o território continental, este encontra-se “integrado no

reino Holártico” (MOREIRA E NETO, 2005: 418), dividido em duas regiões: Região Euro-

Siberiana (apenas com uma Província – a Cantabro-Atlântica) localizada no Noroeste de

Portugal e a Região Mediterrânea (com três Províncias – Província Carpetano-Ibérico-

Leonesa, Província Luso-Extremadurense e Província Gaditano-Onubo-Algarviense) que

abrange o restante território.

A Província Cantabro-Atlântica é influenciada por um “clima temperado de características

marcadamente atlânticas” (Id. Ibid.), onde existem precipitações elevadas e amplitudes térmicas

anuais relativamente baixas. Nesta região predominam espécies caducifólias (ou seja, de folha

caduca), estenohídricas e estenotérmicas (com fraca valência face à água e à temperatura,

respectivamente). As florestas predominantes são as de carvalho-alvarinho (Quercus robur),

carvalho-cerquinho (Quercus broteroi) e os giestais, urzais e tojais.

Relativamente à Província Carpetano-Ibérico-Leonesa, situada no Nordeste de Portugal,

apresenta “precipitações mais escassas e características francamente continentais” (Id. Ibid.:

421). Podemos encontrar como espécies dominantes o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o

escalheiro (Pyrus cordata) e o anieiro-negro (Frangula alnus), pois estas espécies suportam

amplitudes térmicas anuais relativamente elevadas. É ainda de salientar a existência de uma

área de transição entre a Região Euro-Siberiana e a Região Mediterrânea. Nestas áreas poder-

se-á encontrar uma mistura de vegetação em que os factores determinantes serão os solos e a

orientação das vertentes.

Em relação à Província Luso-Extremadurense, esta é onde “a vegetação esclerófila [ou

seja, de folha dura] mediterrânea apresenta maior expressão” (Id. Ibid.: 419), sendo,

simultaneamente, a mais extensa. Nesta região os solos apresentam características propícias a

este tipo de vegetação, pois são compostos de materiais siliciosos paleozóicos, sendo

essencialmente granitos e xistos (ver Mapa 2). As espécies predominantes nesta província são

euritérmicas e eurihídricas (grande valência face à temperatura e à água, respectivamente),

sendo os maiores exemplos o sobreiro (Quercus suber) e a azinheira (Quercus ilex).

Quanto à Província Gaditano-Onubo-Algarviense, apesar de heterogénea em termos

litológicos e geomorfológicos, tem em comum o facto das espécies existentes apresentarem

uma elevada sensibilidade à geada e ao frio, justificando-se assim a sua presença junto ao

litoral. As espécies variam, assim, consoante o tipo de solo, altitude e exposição, formando-se

diferentes comunidades vegetais em dunas litorais (Sul), arribas rochosas (Oeste) ou elevadas

altitudes (por exemplo, Serra da Arrábida ou Maciço Eruptivo de Sintra).

LAUTENSACH (1988: 17) sintetiza as características biogeográficas do território, ao afirmar

que “as particularidades da cobertura vegetal de Portugal correspondem [essencialmente] às do

seu clima”.

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Portugal caracteriza-se por uma grande diversidade em recursos minerais, embora não seja

muito rico (em quantidade e em qualidade) nestes recursos, comparativamente a outros países.

Relativamente aos minerais metálicos, a sua distribuição faz-se especialmente no Norte,

Centro Norte e no Sul do território (especialmente no Alentejo). O estanho e o tungsténio

(presentes nas formações sedimentares e metamórficas) aparecem sobretudo no Norte e no

Interior Centro (onde se situam as Minas da Panasqueira). O cobre, o chumbo e o zinco têm

alguma expressão no Alentejo Central e Baixo Alentejo. A este respeito, as Minas de Neves

Corvo, em Castro Verde, são “o mais importante jazigo de cobre nacional” (BATISTA, 2003). O

ferro e o manganês surgem no interior da região Norte, junto ao Vale do Douro, bem como no

Alentejo, sobretudo na área do Cercal. O ouro apresenta algumas ocorrências na região Norte,

sobretudo em Trás-os-Montes e Vale do Douro, tendo também algum significado na região de

Montemor-o-Novo (Alentejo).

Em 1992, 25% da produção de minérios metálicos da União Europeia era assegurada pelo

nosso país, desfazendo definitivamente o mito da nossa pobreza em recursos naturais. No

entanto, actualmente, a sua exploração tem pouco ou nenhum significado.

Quanto aos minerais energéticos, o carvão (existente nas formações sedimentares e

metamórficas), cuja produção esteve sempre longe das médias europeias, encontra-se no

Vale do Douro e na Estremadura; nos anos 90 já só havia uma mina a laborar (Pejão) que se

encontra, actualmente, encerrada. O urânio (presente nas formações eruptivas plutónicas –

ver Mapa 2) encontra-se sobretudo na região Centro, nomeadamente nas minas da Urgeiriça,

cuja exploração funcionou até 1993 (MARTINS, 2005).

A exploração de rochas industriais e ornamentais tem algum sucesso em Portugal,

nomeadamente no que diz respeito ao sector da construção civil. “Incluem-se neste grupo as

areias e as argilas, que existem praticamente em todo o país” (CABRITA ET AL, 1998). O caulino e o

calcário industrial, que aparecem no litoral Norte, no Centro (junto a Leiria e Coimbra) e ainda na

costa Sul da Península de Setúbal, no Alentejo (Santiago do Cacém) e ao longo da costa algarvia.

O calcário ornamental ocorre no Oeste, junto às Caldas da Rainha, em Sintra (Pêro Pinheiro) e no

Algarve (S. Brás de Alportel e área central do barrocal). Os granitos, por seu lado, têm alguma

expressão nacional, sobretudo e obviamente em afloramentos graníticos (ver Mapa 2), como é o

caso entre os rios Douro e Minho e na Beira Interior, Alto Alentejo, Alentejo Central e Algarve, junto

à Serra de Monchique. Os mármores apresentam uma ocorrência significativa em todo o Alentejo,

sobretudo em áreas de solos calcários. O quartzo e o feldspato ocorrem, como é natural, em

rochas predominantemente graníticas, nomeadamente por toda a Região Norte, no Alentejo Norte

e Central e na Beira Interior. O sal-gema merece algum destaque nas áreas limítrofes de Peniche

e de Torres Vedras, bem como em Loulé, de onde é, actualmente, exportado em grandes

quantidades para França (RTP, 2006). O xisto aparece no Vale do Douro, nomeadamente perto do

litoral, em Valongo, ou mais no interior, como é o caso de Vila Nova de Foz Côa; ocorrem ainda no

Alentejo, designadamente em Mourão e Barrancos.

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Ao analisar a carta de riscos de Portugal continental deparamo-nos com regiões mais

susceptíveis a determinados fenómenos potencialmente destrutivos que outras.

Devido à localização geográfica do território, o perigo sísmico resulta “do cruzamento de

uma margem passiva, de direcção Norte-Sul (que se relaciona com a abertura do Atlântico) com

a faixa tectónica activa, de direcção Oeste-Este, representada pela fronteira de placas Açores-

Gibraltar” (BRUM FERREIRA, 2005c: 192) afectando as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Oeste,

costa alentejana e Algarve. Estas regiões são as mais afectadas pela proximidade ao banco de

Gorringe, “estrutura tectónica activa, no contacto das placas africana e euroasiática, em que se

verifica subducção” (Id. Ibid.), e à região ibero-magrebina (estreito de Gibraltar) “influenciada pela

colisão continental entre a Península Ibérica e África” (Id. Ibid.). Encontrando-se sob a influência

destas condições geotectónicas, todas estas regiões nas suas áreas costeiras estão ainda

susceptíveis à ocorrência de maremotos, caso um sismo tenha o seu epicentro no mar. O vale

do Tejo é ainda influenciado pelas falhas activas lá existentes.

No Norte e Centro do país, o perigo mais relevante é o dos movimentos de massa,

condicionados por ordem geológica e geomorfológica (vertentes com fortes declives). A

acumulação de água resultante da precipitação provoca a falta de coesão dos materiais

sólidos e desencadeia o desmoronamento em escoadas. Também a região a Norte de Lisboa

perante “contrastes de permeabilidade entre a rocha alterada superficial e o substrato rochoso

impermeável” (Id. Ibid.: 199) está susceptível a deslizamentos superficiais quando sujeita a

condições climatológicas adversas.

No litoral encontram-se em estado crítico de erosão alguns troços da costa, nomeadamente

regiões sedimentares cenozóicas (ver Mapa 2) constituídas por areias, arenitos, argilas e calcários.

Estas regiões – troços a Sul dos rios Douro, Mondego, Tejo e Sado, para além da costa algarvia –

são caracterizadas por arribas arenosas e areníticas, originalmente ligadas a praias extensas na

base que, contudo, têm vindo a receber cada vez menos areia, em virtude de muita desta não

chegar à foz dos rios, ficando retida nas barragens, bem como a interrupção do transporte de

sedimentos pelas correntes litorais devido a obras de intervenção antrópica, como por exemplo,

esporões. As arribas possuem um perfil “inclinado e complexo, dado o recuo rápido pelo colapso

das sapas” (Id. Ibid.: 224), o que pode gerar um grande risco para as populações devido à intensa

urbanização do litoral e utilização de praias na sua base.

Relativamente ao perigo de inundações, temos no território grandes regiões inundáveis nas

bacias do Vouga, Tejo e Mondego. Perante o acontecimento de cheias progressivas, são as planícies

inundáveis junto a estes grandes rios que estão mais sujeitas aos estragos causados pelos elevados

caudais. No entanto, existem outros pontos críticos inundáveis na sequência de uma possível ruptura

de barragem ou precipitações muito intensas, provocando cheias rápidas e violentas que, aliadas à

falta de ordenamento do território, poderão causar elevados estragos à população.

Por fim, há ainda a considerar a existência de gasodutos e oleodutos, que comportam riscos a

nível de explosão, no primeiro caso, e contaminação do solo e águas subterrâneas, no segundo.

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Como sabemos, as questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável e os

impactes do Homem no ambiente são uma preocupação actual, levando a um crescente

interesse na investigação científica e técnica para a obtenção de energia a partir de recursos

renováveis. Ao observarmos o mapa, deparamo-nos com realidades distintas nas diferentes

regiões do país, no que diz respeito ao potencial de aproveitamento de duas das principais

fontes energéticas renováveis: a energia solar e a energia eólica.

Relativamente à energia solar, podemos ver que é sobretudo no Interior Sul e Algarve

que se registam os maiores valores (> 27) de aproveitamento térmico potencial. A metade Sul

do território (o chamado “Portugal Mediterrânico”) é, de facto, a região do país mais favorável à

exploração deste tipo de energia, já que recebe “mais de 2500 horas de sol por ano e mais de

16 MJ/m² de radiação solar global média anual” (COLLARES-PEREIRA, in RAMOS, 2006: 176),

devido à sua latitude mais baixa e à menor nebulosidade.

Apesar de ainda não se ter apostado significativamente nesta energia em Portugal, já se

notam alguns esforços nesse sentido, com a construção, até 2009, de uma central de energia

solar no concelho alentejano de Moura, “com 100ha de painéis solares e uma capacidade de

64MW” (RAMOS, 2006: 176), para além de uma outra central, em Serpa, “com capacidade para

11MW, [fazendo dela] a maior central solar fotovoltaica do mundo” (PÚBLICO, 2006).

Quanto à energia eólica, constatamos que é sobretudo no Norte e Centro do país que se

encontra o maior número de parques de captação do vento para aproveitamento energético.

Esta distribuição coincide, obviamente, com as regiões mais montanhosas do nosso território

(ver Mapa 3), nomeadamente com as serras do Larouco, do Marão e de Montemuro, no Norte,

e da Lousã, no Centro. Os topos das serras são, a par das zonas costeiras (como é o caso da

região Oeste e do extremo Sudoeste do nosso país, Sagres), as áreas de maior aproveitamento

potencial da energia eólica, devido à velocidade e constância do vento.

Dentro das energias renováveis, é a eólica a que tem recebido mais apoios nos últimos anos,

“apresentando-se como a fonte de energia endógena com mais elevado potencial de

crescimento, uma variabilidade económica assinalável e impactes ambientais moderados”

(RODRIGUEZ, 2006: 92). De facto, o aproveitamento desta energia para a geração de electricidade

tem vindo a crescer, “de 22MW em 1997, para 707MW em Abril de 2005” (Id. Ibid.).

Conclui-se, então, que as energias renováveis ganharão peso no total da energia consumida

no nosso país, tendo em conta as preocupações com a progressiva escassez do petróleo (devido

à cada vez maior dependência global deste recurso e consequente aumento de preço, para além

da componente ambiental) e de outros recursos não renováveis, existindo um compromisso para

que tal aconteça: a União Europeia pretende que, em 2010, 12% do consumo interno bruto de

energia provenha de fontes de energia renovável. Portugal tem, assim, oportunidade de apostar

no desenvolvimento destas energias através de fundos comunitários atribuídos pela UE, que lhe

permitirão diminuir a sua dependência externa neste sector.

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A densidade populacional média em Portugal era, em 2001, de 107 hab./km². Contudo,

este valor esconde grandes disparidades regionais que importa referir: uma delas é a

bipolarização, com a grande concentração populacional nas grandes áreas metropolitanas de

Lisboa (nomeadamente os concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Sintra, Almada, Amadora,

Loures, Odivelas, Seixal, Barreiro e Moita) e do Porto (sobretudo no Porto, Espinho, Vila Nova

de Gaia, Gondomar, Matosinhos, Maia e Valongo).

No entanto, apesar do maior crescimento das regiões envolventes, alguns concelhos das

Áreas Metropolitanas têm perdido população; GASPAR (2002: 65) refere que “a mancha

urbanizada tende a alargar-se, com densidades gerais baixas, não obstante os inúmeros

casos de empreendimentos com elevadíssimos índices de construção que ocorrem em todos

os concelhos suburbanos”. Estas áreas, com tendência para a formação de estruturas

policêntricas, acabam por se tornar causa e consequência das crescentes dinâmicas

demográficas, de localização das actividades económicas e dos equipamentos sociais.

GASPAR (2002, 67) atenta, ainda, no facto de a bipolarização ter vindo a adquirir novos

contornos, assumindo-se, cada vez mais, como uma bipolarização entre “regiões

metropolitanas: a do Norte (Braga-Porto-Aveiro) e a do Centro-Sul (Leiria-Lisboa-Sines)”.

Também no Algarve, mas a outra escala, se denotam duas polarizações urbanas (a Barlavento

com Lagoa-Portimão-Silves-Lagos e a Sotavento com Loulé-Faro-Olhão).

Outro dos fenómenos, a litoralização, consiste na fixação de população (e actividades

económicas) junto ao litoral, e é notória sobretudo a norte do Sado e no Algarve, registando-se

em quase todos os concelhos destas regiões uma densidade populacional superior a 100

hab./km². Este fenómeno tem resultado, essencialmente, do crescimento natural e da

imigração, e em menor número, do êxodo rural.

Para além destes dois fenómenos mais representativos da demografia nacional, há ainda

a referir a existência de capitais de distrito (cidades médias) do interior do país com

densidade populacional de 100 a 500 hab./km², como Vila Real e Viseu, e entre 25 e 100

hab./km², como Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. O reforço

demográfico (e funcional) das cidades de média dimensão tem tido consequências no

ordenamento dos territórios regionais, permitindo a sua articulação com “redes de cidades, de

âmbito regional, nacional e internacional” (Id. Ibid.: 64). Tal deve-se à maior autonomia,

abertura e inter-relação entre as principais cidades do litoral e os mais robustos centros

urbanos do interior, provocadas, essencialmente, pela construção e melhoria de vias de

comunicação e respectivo reforço das acessibilidades.

Por fim, surgem inúmeros concelhos do país com uma densidade populacional inferior a

25 hab./km², com especial incidência junto à fronteira com Espanha (do Vimioso a Idanha-a-

Nova) e no Alentejo, onde apenas as capitais de distrito e os concelhos de Campo Maior,

Elvas, Vila Viçosa, Borba, Estremoz e Cuba são excepção.

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Analisando o crescimento efectivo em Portugal continental (1991-2001), verificam-se

algumas semelhanças na sua distribuição, relativamente ao mapa da densidade populacional.

Os maiores crescimentos populacionais registaram-se nas “regiões metropolitanas”

(GASPAR, 2002: 67) do Norte (Braga-Porto-Aveiro), do Centro-Sul (Leiria-Lisboa-Sines) e do

Algarve, a Barlavento (Lagoa-Portimão-Silves-Lagos) e a Sotavento (Loulé-Faro-Olhão),

beneficiando, fundamentalmente, de um saldo migratório consideravelmente positivo (2 a 11%,

in PIMENTEL, 2005: 92), uma vez que a taxa de mortalidade, apesar de diminuta, tem vindo a

aumentar (de 9,98‰ em 1994 para 10,43‰ em 2003, in INE, 2001) devido ao progressivo

envelhecimento da população, originado pelo aumento da esperança média de vida.

“O Algarve foi a região que registou um maior crescimento populacional no período”

(PIMENTEL, 2005: 87), devido ao dinamismo exercido pelo turismo, correspondente à criação

de postos de trabalho e consequente atractividade, e pela sua eleição como local de

residência por parte de um conjunto considerável da população idosa europeia já aposentada.

Além das “regiões metropolitanas”, os concelhos de Viseu e da Guarda, bem como “diversos

concelhos de industrialização rural difusa do Noroeste do país” (FERRÃO, 2005: 68) –

Amarante, Lousada, Guimarães, entre outros – e as áreas suburbanas do Porto, apresentaram

um crescimento efectivo entre 10% e 50%.

A maioria das capitais de distrito e grande parte dos concelhos do litoral apresentaram

um crescimento situado entre os 0 e os 10%, reflexo das capacidades económicas e sociais

que possuem e exercem, exceptuando alguns concelhos do litoral alentejano que registaram

um crescimento praticamente nulo ou mesmo negativo (de -5 a 0%), tendência semelhante à

verificada na maior parte dos concelhos localizados na transição litoral-interior, tanto a Norte

como a Sul.

Paradoxalmente, os concelhos de Lisboa, Barreiro e do Porto manifestaram um

decréscimo populacional superior a 10%, grande parte devido ao elevado preço do

solo/imobiliário, às baixíssimas taxas de fecundidade, ao crescimento natural negativo e ao

envelhecimento progressivo da população. Também a perder população (de -5 a -10%)

encontram-se, principalmente, os concelhos do interior do país, ocorrendo as mais

significativas nos municípios transfronteiriços, sobretudo a Norte. Contudo, os concelhos

transfronteiriços de Caminha, Chaves, Bragança (5 a 10%), Castelo Branco (0 a 5%), e Vila Real

de Santo António (10 a 50%), registaram uma tendência contrária à maioria dos concelhos

transfronteiriços nacionais, reflexo da importância e dinamismo regional que desempenham,

beneficiando alguns deles de políticas de cooperação entre Portugal e Espanha.

Assim, poder-se-á considerar Portugal como um país que “apresenta taxas de crescimento

reduzidas, estrutura etária envelhecida, baixos níveis de fecundidade e de mortalidade infantil

e [com] um progressivo acréscimo de estrangeiros, que tornam o saldo migratório na principal

componente da dinâmica populacional” (PIMENTEL, 2005: 86).

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Apesar dos esforços efectuados nas últimas décadas no campo da instrução, como por

exemplo com o aumento da escolaridade obrigatória ou da formação ao longo da vida, a taxa de

analfabetismo permanecia, em 2001, ainda elevada no nosso país (9%), tendo em conta a

realidade da maioria dos países desenvolvidos, com taxas inferiores a 1% – como é o caso dos

EUA ou de França (PNUD, 2001).

Contudo, há que referir as desigualdades regionais no que se refere a este indicador: por um

lado, os mais baixos valores de analfabetismo (3,7% a 8,8% - abaixo da média nacional)

verificam-se no litoral, especialmente nos eixos Caminha-Aveiro e Mafra-Setúbal. A estes eixos

juntam-se algumas cidades médias e os seus subúrbios, como Coimbra (Mealhada, Lousã), Leiria

(Leiria, Marinha Grande), Santarém (Alcanena, Torres Novas) e Faro (Albufeira, Vila Real de Santo

António). Estes baixos valores coincidem com regiões predominantemente urbanas onde o acesso à

escolarização é mais facilmente garantido; a base económica é secundária ou terciária, o que implica

uma maior qualificação da população; e a população é mais jovem.

São também estas as explicações para que a percentagem de analfabetos entre 8,8 e

13,6% esteja concentrada na restante faixa litoral do Norte e Centro, nos concelhos mais

litorais do Algarve, e nas cidades-médias capitais de distrito (Bragança, Castelo Branco, Évora,

Beja, entre outras). No entanto, são áreas onde a influência de sectores que exigem população

menos qualificada (agricultura e pesca, por exemplo) ainda se faz sentir.

Relativamente às mais altas taxas de analfabetismo, estas podem ser encontradas em

praticamente todo o interior do território, estendendo-se também ao litoral alentejano e

algarvio (sobretudo a Oeste). Contudo, no Interior Centro e no Sul podemos encontrar taxas

mais altas (19,2 a 32,1%) do que no interior Norte, fenómeno que pode ser explicado, por um

lado, pelo maior envelhecimento demográfico da população, agravado pela migração da

população activa (e potencialmente não analfabeta) para as cidades e para o litoral; e por

outro, pelo povoamento mais disperso e consequente menor acessibilidade dentro destas

regiões. São exemplos de regiões com elevados níveis de analfabetismo as que se encontram

entre os arredores de Coimbra e Portalegre, entre este último concelho e Coruche (Santarém)

e um pouco por todo o Baixo Alentejo (de Odemira a Mértola).

Há, portanto, um longo caminho a percorrer na instrução da população portuguesa, já que

“em cerca de 51 concelhos do país pelo menos uma em cada cinco pessoas é formalmente

analfabeta” (FERRÃO E SÁ MARQUES, 2005: 128), sendo que todos estes concelhos se situam

em áreas predominantemente rurais. Este é, aliás, um denominador comum, podendo-se

afirmar que Portugal “é, pois, um país fragmentado, demasiado ancorado em territórios de

influência urbana” (Id. Ibid.) no que a este indicador diz respeito.

Contudo, a tendência é para que o analfabetismo seja cada vez mais diminuto, não só

pela renovação de gerações, mas sobretudo porque nas últimas décadas “a expansão do

sistema escolar atingiu grandes proporções, tendo chegado, pela primeira vez na história, a

todo o território e a toda a população” (BARRETO, 2002: 16).

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A tendência de localização da população empregada no sector primário em Portugal

(%), em 2001, remete-nos para alguns contrastes entre o litoral e o interior (sobretudo na

região Norte do país) e para uma certa heterogeneidade no Sul.

Assim, podemos observar no litoral – nomeadamente a norte de Setúbal – a existência de

baixos valores percentuais de população no primeiro sector (geralmente inferiores a

9,5%), que se explicam pela ocupação urbana do território (concentração de população e

actividades económicas mais lucrativas ao longo da costa), não concedendo espaço ao

desenvolvimento da actividade agrícola. Há, no entanto, algumas excepções a esta regra,

nomeadamente os concelhos de Vagos e Murtosa (distrito de Aveiro), Mira (Coimbra) e

Peniche e Óbidos (Leiria), onde a forte tradição piscatória se mantém como factor

predominante para a existência de valores acima dos 10% neste indicador. Também

excepções, mas sobretudo devido à actividade vitivinícola, são os concelhos da Lourinhã e

Cadaval (distrito de Lisboa), Bombarral (Leiria) e Cantanhede (Coimbra).

É no interior Norte que se verificam os valores mais elevados de população dedicada

ao sector primário, atingindo 50% nalguns concelhos dos distritos de Vila Real (Sabrosa,

Valpaços, entre outros) e Bragança (Mogadouro, Carrazeda de Ansiães, etc.). Estes concelhos

marcadamente rurais – onde as pastagens, a floresta e a pecuária são predominantes –

sentem uma grande dificuldade para se desenvolverem economicamente, sobretudo devido à

falta de oportunidades que obriga os mais jovens a migrar, restando apenas a população mais

idosa, o que, a curto prazo, poderá gerar “problemas de sucessão nas explorações, face aos

baixos rendimentos agrícolas e aos insuficientes níveis relativos de poder de compra”

(CAVACO, 1999: 137) destas regiões.

Já no interior Centro destacam-se os concelhos de Idanha-a-Nova e Oleiros (Castelo

Branco) e Pampilhosa da Serra (Coimbra), essencialmente devido ao “sector florestal que se

assume na economia local com cerca de 50% do PAB regional e na ocupação do solo,

representando mais de 50% da superfície total” (IDRH, 2004), o que se reflecte na

percentagem populacional dedicada ao sector primário (também próxima dos 50%).

Por fim, podemos observar no Sul alguma heterogeneidade de situações, destacando-

se o concelho de Évora como aquele que, em todo o Alentejo, apresenta menor percentagem

de população agrícola (<5%), o que pode ser explicado pela existência de inúmeros serviços –

especialmente de cariz social – que o transformam num pólo dinamizador da região. Os

mesmos valores podem ser encontrados nalguns municípios do barlavento algarvio (eixo

Lagos-Portimão-Lagoa), onde a actividade turística não beneficia o desenvolvimento agrícola.

Os concelhos de Odemira e Alcácer do Sal, por um lado, e os de Ferreira do Alentejo e Serpa,

por outro, registam cerca de 30% de população neste sector (no caso dos primeiros, devido a

uma aposta de agricultores estrangeiros, com maior formação, em agricultura biológica e, no

caso dos segundos, pela aposta em grandes culturas de sequeiro).

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O mapa em análise assenta numa categorização dos concelhos urbanos de acordo com o

emprego industrial em relação ao país e ao mercado de trabalho local, representando 88% do

total do emprego industrial em Portugal (2000), reflexo de uma mudança lenta na organização do

espaço industrial, caracterizado por uma ligeira desconcentração, devido à “expansão da indústria

em áreas rurais capazes de oferecer mão-de-obra jovem e barata para fases de produção mais

intensivas em trabalho” (VALE, 2005: 377).

Nas áreas com forte relevância da actividade turística, como os concelhos urbanos do Algarve

e os de Cascais, Almada e Sesimbra na A.M.L., verifica-se uma reduzida expressão industrial à

escala local (<1%) e nacional (<20%). Coimbra, apesar da especialização dos serviços públicos de

ensino e saúde, a par de Oeiras, apresenta uma importância razoável no peso do emprego

industrial nacional (1 a 2%) devido à dimensão do aglomerado populacional envolvente que

impulsiona o desenvolvimento industrial, embora “não configure uma actividade importante no

mercado de trabalho local” (<20%), classificando-se como “industrialização incipiente de pequenas

e médias cidades” (Id. Ibid.: 378).

Segundo este autor (2005: 378), Lisboa e Porto integram a categoria das “cidades com

actividades industriais avançadas”, correspondendo-lhes um emprego industrial no país ≥2% mas

localmente <20%, devido ao processo de desindustrialização das suas bases económicas,

mantendo-se apenas as sedes de empresas e de outras actividades mais intensivas em tecnologia/

conhecimento. Os “concelhos da cintura industrial em torno de Lisboa” e um número considerável

de concelhos do Oeste têm uma representatividade nacional <1%, apesar de representarem 20 a

45% do emprego a nível local. VALE (2005: 379), classifica este processo como “industrialização de

cidades médias em contextos metropolitanos”, funcionando como “centros polarizadores de

actividades industriais vocacionadas especialmente para os mercados regionais”, evidenciando

uma base económica marcada por este sector.

Já os concelhos de Aveiro, Leiria e Braga têm-se assumido como “sistemas industriais

localizados” (Id. Ibid.: 380), desempenhando funções essenciais para o desenvolvimento industrial,

através da oferta de serviços de apoio às empresas, ensino, formação e investigação, para além

de apresentarem um aparelho comercial desenvolvido. Apesar de registarem processos de

reestruturação industrial e dinâmicas de terciarização resultantes do alastramento das áreas

metropolitanas, os concelhos de Vila Franca de Xira, Sintra, Seixal, Maia e Matosinhos, também

se enquadram nas “áreas urbanas industrializadas e terciarizadas” (emprego industrial no país >1%

e no concelho entre 20 a 45%).

Por fim, os “espaços de forte industrialização e elevada expressão nacional” (emprego

industrial nacional >1% e ≥45% no concelho), constituem os actuais motores do sector, onde se

concentram as actividades industriais exportadoras, sobretudo localizadas no vale do Ave (têxtil,

vestuário e calçado) e no litoral Centro (metalomecânica, plásticos e minerais não metálicos),

apresentando uma “urbanização difusa, estruturada pela rede viária, e no caso do vale do Ave,

também pela rede hidrográfica” (Id. Ibid.). Destaca-se, ainda, o concelho de Palmela devido à

instalação da Autoeuropa e da sua rede de fornecedores, “impulsionada por capitais estrangeiros e

apoiada pelos instrumentos de política industrial e de desenvolvimento regional”.

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O mapa que representa a população activa empregada nos serviços relacionados com

as actividades económicas, em 2001, aponta para um padrão de distribuição muito variado ao

longo do território, observando-se, contudo, algumas áreas com valores homogéneos.

De facto, os maiores valores percentuais de população neste subsector (>34,3%)

encontram-se praticamente todos em três áreas contíguas do nosso país: Área Metropolitana

de Lisboa (com alastramento para Nordeste, até Tomar), Área Metropolitana do Porto e

litoral Sul. Estas áreas têm em comum o facto de serem as regiões economicamente mais

dinâmicas do país, com uma grande concentração de população e actividades e com um

mercado de trabalho baseado no sector terciário, com especial destaque para os serviços

virados para a criação de riqueza (ou seja, serviços não sociais). No caso do Algarve há, ainda,

o impacto do turismo, que leva à criação de inúmeros serviços de apoio de base económica,

como hotéis, restaurantes, etc. Surgem, também, alguns concelhos com bom desempenho

neste indicador, nomeadamente Valença, Nazaré, Soure e Sines, os primeiros baseando-se

mais no comércio e o último nos serviços de apoio à produção industrial.

Estes valores contrastam com os existentes na maioria dos concelhos da região Norte, onde

a percentagem de população activa não ultrapassa os 22,9%. Tal acontece devido à forte

industrialização do litoral – em muitos casos intensiva em mão-de-obra, nomeadamente no vale do

Ave – e à falta de condições para um desenvolvimento económico sólido baseado neste sector no

interior da região (devido, entre outros, às fracas acessibilidades e à instrução insuficiente). As

excepções (Chaves, Bragança, Mirandela, etc.) correspondem a pequenos centros urbanos, pólos

dinamizadores dentro da região, tendo como base económica os serviços pessoais (cafés,

restaurantes) que, segundo ALVES (2004), embora de pequena envergadura, podem desempenhar

um papel muito relevante na promoção do desenvolvimento social.

Numa posição intermédia estão, por um lado, os concelhos do litoral fora das Áreas

Metropolitanas (geralmente com mais de 27% de população activa no subsector), mais uma vez,

impulsionados pela implementação industrial, como é o caso de Leiria, Pombal e Aveiro, aos

quais se juntam Grândola (nomeadamente Tróia) e Figueira da Foz, onde o turismo justifica

estes valores. Por outro lado, no interior Centro e Sul é praticamente impossível encontrar um

concelho com valores acima dos 30%, sendo Évora e Beja as excepções, devido ao facto de

serem capitais de distrito e disporem de infra-estruturas básicas eficientes para o

estabelecimento de serviços relacionados com a actividade económica. No entanto, é também

nestas regiões (do interior) que se verifica a maior percentagem de população nos serviços

sociais (TEIXEIRA, 2006), nomeadamente na educação, administração e saúde, o que mostra o

peso dos serviços públicos em áreas onde o desenvolvimento económico não é tão evidente.

Conclui-se, então, que mais uma vez o sistema urbano português influencia fortemente o

desempenho das regiões no que a actividades económicas diz respeito, coincidindo, neste caso,

os grandes pólos urbanos com uma maior percentagem de população activa nos serviços

ligados à actividade económica.

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O mapa que representa a taxa de função turística (em 2004) mostra-nos o peso da actividade

turística – através do número de hóspedes – relativamente à população residente em cada concelho.

O Algarve é, como seria de esperar, a região que apresenta as mais elevadas taxas de

função turística do país, nomeadamente os concelhos de Lagoa, Portimão e Albufeira (sendo

que este último chega a ter 24 vezes mais hóspedes que população – 836 401 e 35 281,

respectivamente; in INE, 2004). Esta é mesmo a principal região turística de Portugal

continental, reunindo a preferência de 35% dos portugueses que passam férias fora da

residência habitual (CAVACO, 2006: 382) e de inúmeros estrangeiros, dos quais se destacam

os espanhóis, os alemães, os holandeses e os ingleses.

Esta aptidão para o turismo deriva das “praias e [do] ambiente urbano-turístico litoral, com

a sua animação, mesmo nas épocas de temperaturas mais moderadas”, o que permite a

atracção de turismo sénior, “sem desvalorizar a atracção de nichos turísticos, do golfe aos

congressos ou às reuniões de negócios” (Id. Ibid.: 386). De facto, o golfe assume-se, cada

vez mais, como complemento às “férias de sol e praia”, detendo esta região 50% da oferta do

país em campos deste desporto.

Fora da região algarvia, os concelhos com maior taxa de função turística são: Lisboa,

importante centro turístico enquanto capital do país, possuindo diversos equipamentos e infra-

estruturas relacionadas com a cultura e o lazer e, ao mesmo tempo, funcionando como centro

de negócios (favorecendo o desenvolvimento do turismo de congressos); Ourém, por motivos

religiosos, já que é o concelho onde se localiza o santuário de Fátima, o que origina uma forte

afluência de pessoas àquela região em vários períodos do ano; Óbidos, uma vila que alia um

forte património edificado à existência de condições naturais propícias para o turismo de sol e

praia (nomeadamente através da Lagoa de Óbidos), para além da existência de campos de

golfe que, devido à boa acessibilidade a Lisboa, se tornaram uma aposta rentável; e Castelo de

Vide, conhecido pelo seu património arquitectónico e arqueológico, estando integrado no Parque

Natural da Serra de S. Mamede. Contudo, é necessário ter em conta a existência de poucos

habitantes nalguns destes concelhos, o que poderá inflacionar os valores obtidos.

Destacam-se outros concelhos, por um lado, na oferta de turismo de lazer, nomeadamente o

de praia, como Grândola (particularmente com os empreendimentos de Tróia), Nazaré,

Peniche, Figueira da Foz, Esposende e Póvoa do Varzim. Por outro lado, tanto a região da

Serra da Estrela (Manteigas, Fundão, Almeida) como a do Gerês (Terras de Bouro) tiram

partido das suas características naturais de montanha, nomeadamente a neve, no primeiro caso,

que atrai milhares de turistas – essencialmente nacionais – todos os Invernos.

Por fim, Porto e Évora (em menor escala, também Bragança, Viseu, Coimbra e Beja) também

apresentam uma elevada taxa de função turística, já que enquanto cidades médias, “dotadas de

boas condições de acessibilidade e com forte dinamismo económico, são atractivas para city breaks

e short breaks, turismo cultural, turismo de congressos, eventos e negócios” (Id. Ibid.: 387).

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Embora a rede de estradas que serve a população portuguesa remonte ao período romano,

foi sobretudo a partir da segunda metade do século XIX que esta se desenvolveu e modernizou.

Com a massificação do uso do automóvel, em meados do século XX, foram criados os Planos

Rodoviários Nacionais (PRN) em 1945, cujo principal objectivo era o “alargamento dessa rede

a todo o país e o reforço das ligações entre os centros populacionais mais importantes” (ABREU,

2006: 347). Em 1986, com a adesão à CEE (actual União Europeia) e no contexto dos

financiamentos daí provenientes, assistiu-se a um reforço da conectividade interna e das

ligações terrestres a Espanha, integrando-se progressivamente no sistema rodoviário europeu. f

De modo geral, a rede rodoviária nacional é mais densa na faixa litoral entre Lisboa e

Porto, onde se concentram também as principais vias ferroviárias. Assim, em 2000, era composta

por 16500 km (contra 9900 km em 1985; JULIÃO in PRN 1985), repartidos em 2600 km de Itinerários

Principais (9 IP), 3500 km de Itinerários Complementares (37 IC), 5300 km de Estradas Nacionais

(EN) e 5100km de Estradas Regionais (ER), para além das redes municipais (JULIÃO, 2005).

Os IP (alguns dos quais transformados recentemente em auto-estrada) ligam, em geral, as

capitais de distrito entre si (exemplo do IP2: Bragança-Guarda-Castelo Branco-Portalegre-

Évora-Beja-Faro), dando origem a uma rede relativamente homogénea ao longo do território.

Assumem, assim, extraordinária importância na tentativa de manutenção da população no

interior do país, melhorando a sua mobilidade e contribuindo para a diminuição das assimetrias

regionais. Dois dos eixos mais importantes são o IP1 (ligação entre as duas maiores cidades

portuguesas, Lisboa e Porto) e o IP5 (ligação entre Aveiro e a fronteira com Espanha, em

Vilar Formoso), registando-se actualmente uma densidade de auto-estradas superior à média

comunitária, com 16.2 m/km2 contra os 15.8 m/km2 registados pela UE15.

Já os IC são vias de interesse regional, menos extensas que os IP e mais desenvolvidas de acordo

com a localização da população portuguesa (ou seja, tem uma rede essencialmente litoralizada), não

sendo assim de estranhar uma forte concentração junto às Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Apresentando-se como rede fundamental no PRN de 1945, as EN compõem a rede rodoviária

nacional mais antiga, tendo-se procurado a criação de uma rede viária que fosse para além das

ligações com a capital. Finalmente, as ER garantem a ligação entre agrupamentos de concelhos,

“nomeadamente nas zonas fronteiriças, costeiras, e de interesse turístico” (GASPAR E RODRIGUEZ,

2006: 76), constituindo um prolongamento das anteriores. Apesar de estas duas representarem

aproximadamente 2/3 da rede rodoviária nacional e garantirem uma maior acessibilidade a todo o

país, são menos acessíveis no que respeita ao tempo e conforto de deslocação, sendo menos

ramificadas e homogéneas a Sul devido à maior dimensão da propriedade.

Assim, a melhoria evidente das acessibilidades internas aproximou os portugueses,

tendo consequências “nas oportunidades que gerou, mas também nas desigualdades que

provocou” (Id. Ibid.: 61): encurtaram-se distâncias absolutas (tempo e custo), promoveram-se

as concentrações e o processo de urbanização e reforçou-se a centralidade de uma rede

densa de cidades médias, de Lisboa no contexto europeu e do Porto num contexto Noroeste

peninsular; por outro lado, acentuaram-se as assimetrias norte-sul e litoral-interior.

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O sistema urbano português pode ser caracterizado, em termos gerais, por fenómenos de

litoralização e de metropolitização: concentração populacional e de actividades ao longo do litoral

(especialmente a Norte de Setúbal – “Faixa Urbana Oeste-Atlântica” – e na costa Sul – “Faixa

Urbana Sul-Atlântica”) e, em especial, em redor das duas principais cidades do país, Lisboa e Porto.

Podemos, contudo, distinguir seis subsistemas urbanos regionais (DGOTDU, 2006). O subsistema

do Norte Litoral, que inclui grandes cidades como o Porto, Braga, Viana do Castelo e Aveiro, é

bastante dinâmico, não só economicamente como também a nível demográfico, com valores relativos

de população jovem mais elevados do que todos os outros subsistemas (INE, 2001), o que poderá ser

um bom indicador para uma maior afirmação desta região num futuro próximo. É de referir também a

importância das relações transfronteiriças com a Galiza, um grande mercado importador e exportador

de bens e mercadorias, reforçadas nesta região pelas melhores acessibilidades ao país vizinho.

Menos dinâmico, o subsistema do Nordeste português destaca-se pela existência de

poucas cidades e um maior afastamento entre estas. Evidenciam-se os concelhos e cidades de

Bragança, Chaves, Mirandela e Vila Real como sendo das poucas que sofreram um aumento

populacional entre 1991 e 2001. Quanto às outras cidades, estão “condenadas à concertação

intermunicipal, no sentido de valorizar ao máximo as sinergias e as complementaridades”

(GASPAR, 2006: 25). Só assim se poderão afirmar no sistema urbano português.

O subsistema do Centro é, muito provavelmente, o mais heterogéneo de todos, já que

atravessa o território do litoral ao interior. As cidades que formam eixos mais importantes (ou seja,

que têm fortes relações entre si) são Pombal, Figueira da Foz e Coimbra (sobretudo devido à

indústria, turismo, educação e serviços a estes ligados) e Castelo Branco, Guarda e Covilhã.

Neste caso, o eixo formado permite a sobrevivência económica e social destas cidades do

Interior, já que só formando um mercado conjunto serão capazes de competir com outras regiões.

Lisboa e Vale do Tejo é o subsistema urbano que mais população possui, integrando a capital

Lisboa e outras cidades como Almada, Loures, Amadora, Setúbal, Santarém, Leiria e Torres

Vedras. Assiste-se, neste subsistema, ao crescimento de vários pólos de emprego, comércio,

serviços e lazer, muito dinâmicos e muito urbanizados, apesar de ainda algo dependentes da

capital. É aqui, contudo, que estão instaladas diversas unidades de I&D, onde o poder de compra

per capita e a qualidade de vida são mais elevados e as acessibilidades estão mais desenvolvidas,

promovendo, no futuro, uma mais segura integração no sistema urbano ibérico (e europeu).

Quanto ao subsistema alentejano, caracteriza-se pela fraca presença de cidades.

Contudo, os eixos mais importantes são Vendas Novas-Montemor-Évora-Estremoz (devido

às melhores acessibilidades a grandes centros, Lisboa e Badajoz) e Sines-Santiago do

Cacém (devido à forte industrialização ligada ao porto de Sines).

Por fim, o subsistema do Algarve apresenta uma grande quantidade de cidades que se têm

vindo a afirmar nas últimas décadas (Lagos, Olhão, Faro, por ex.), essencialmente devido ao

turismo aliado à “boa infra-estruturação rodoviária, portuária e aeroportuária” (GASPAR, 2006: 24).

Conclui-se, então, que as principais características do sistema urbano português são a sua excessiva litoralização, a ausência de centros de média dimensão e a urbanização difusa, sobretudo das regiões do Interior, agravada pelas fracas acessibilidades que as unem.

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No mapa da tipologia da inclusão/exclusão social (2001), distinguem-se dois conjuntos de

concelhos caracterizados pela inclusão (Tipos I e II), dois conjuntos marcados pela exclusão social

(Tipos IV e V) e um último conjunto (Tipo III) que apresenta particularidades de ambas as tipologias.

Esta divisão realça que, em Portugal, “os sinais da pré-modernidade, ainda que conjugados com

traços da modernidade e da pós-modernidade, permanecem bem evidentes, contribuindo para uma

grande diversidade de situações ao nível do bem-estar e da qualidade de vida” (ANDRÉ, 2006: 141).

Dentro do Tipo I definido por ANDRÉ (2006: 148), enquadram-se a maioria das cidades do

interior e grande parte dos concelhos do Algarve e da faixa litoral compreendida entre Aveiro e

Sines, registando elevados níveis de inclusão, reflectindo-se essencialmente na moderada

taxa de analfabetismo (10,63% contra os 13,52% nacionais) e na baixa taxa de abandono

escolar precoce (2,29% contra 3,02%). Em termos de desenvolvimento humano, a maior lacuna

recai na elevada taxa de criminalidade, com 3,16% contra os 2,69% de média.

Já a tipologia II evidencia “elevados níveis de desenvolvimento humano no campo dos

rendimentos e da integração escolar” (Id. Ibid.: 149), apresentando uma taxa de analfabetismo

inferior à da tipologia anterior (5,8%) e um elevado índice de poder de compra (2,36 contra os 0,35

nacionais). No campo da exclusão social, distinguem-se as más condições de habitabilidade (taxa

de sobrelotação de 17,1%) e de criminalidade (taxa de 5,43%), situação típica das grandes

cidades como Lisboa, Porto e Coimbra (e suas periferias, especialmente no caso de Lisboa).

A maioria dos concelhos do Interior Centro e do Alto Alentejo e alguns da serra algarvia

enquadram-se na tipologia III, existindo um “elevado grau de cobertura dos equipamentos de

apoio aos idosos [6,39%], baixas taxas de desemprego [6,84%], parcela relativamente alta de

beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido [2,25%, contudo inferior à média nacional de

3,17%]”; paradoxalmente, também existem indicadores de exclusão social resultantes da

recessão demográfica – elevada percentagem de pessoas institucionalizadas (2,04%),

analfabetas (18,1%), deficientes (7,34%) e com baixos rendimentos.

O Tipo IV é visível no Norte litoral que, apesar do intenso dinamismo demográfico, possui uma

integração escolar precária, o que se reflecte nas elevadas taxas de abandono escolar precoce

(4,87%) e no facto de apenas cerca de ¼ da população ter mais de nove anos de escolaridade.

Já o Tipo V, próprio da maioria dos concelhos de Trás-os-Montes, Baixo Alentejo e da

região Dão-Lafões, apresenta um “perfil mais marcado pela exclusão, aliando os défices de

integração escolar e de inserção no mercado de trabalho a níveis de rendimento muito

baixos” (Id. Ibid.: 150), beneficiando 5,04% da população do Rendimento Mínimo Garantido;

no entanto, apresenta baixos níveis de criminalidade (2,04%).

ANDRÉ (Id. Ibid.) aponta a insegurança, a marginalidade suburbana associada a deficientes

condições de alojamento, a pobreza e o défice educativo como principais dimensões de exclusão,

agravando-se a situação quando se associam as várias dimensões, “originando situações de

efectiva exclusão dos lugares e das comunidades”, o que evidencia as três principais características

da geografia humana nacional: bipolarização, litoralização e dinamismo das capitais de distrito.

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CONCLUSÃO

Como já foi referido, este trabalho serviu para ficarmos a conhecer melhor o nosso país, através da

análise e reflexão sobre diversas variáveis. No entanto, podemos dizer que a escolha das dimensões de

análise e respectivas representações cartográficas se revelou mais difícil do que inicialmente

esperávamos. Tentámos, apesar disso, seleccionar os grandes temas que melhor caracterizam o país.

Será, então, de seguida, apresentado um resumo/conclusão das variáveis em análise.

Depois de enquadrarmos o país na Europa e de referirmos as suas principais características

físicas, dividimo-lo em diferentes regiões litológicas: encontramos formações sedimentares, de uma

forma geral, no litoral; formações sedimentares e metamórficas no Interior Norte e Centro e no Sul; e

formações magmáticas, no Norte e Alto Alentejo. Este mapa revelou-se bastante importante para a

compreensão da hipsometria do território, já que o relevo depende, em grande parte, do substrato.

Quanto ao mapa hipsométrico, este permite ter uma percepção de alguns traços importantes

do relevo português, mostrando os contrastes existentes entre um Norte montanhoso recortado

por vales estreitos e um litoral (tanto a Oeste como a Sul) de mais baixas altitudes, o que irá ter

influência na distribuição de outros agentes (sobretudo climáticos).

Devido à sua posição atlântica, Portugal atinge valores de precipitação próximos de 960

mm/ano, sendo superiores aos do clima mediterrânico típico. Estes valores devem-se a

diversos factores, tais como a latitude, o relevo (altitude e exposição das vertentes) e a maior

ou menor proximidade com o oceano (continentalidade).

Relativamente à temperatura média anual, esta é influenciada pelos mesmos factores da

precipitação, visto que “depende essencialmente do grau de continentalidade, da altitude e das

características topográficas” (FERREIRA, 2005a: 334) de cada região. A temperatura média

anual diminui, assim, de Sul para Norte e aumenta de Oeste para Este.

As bacias hidrográficas apresentam uma distribuição geográfica diferenciada, pois a Norte da

Bacia do Tejo verifica-se a existência de dez bacias e a Sul do mesmo apenas quatro,

representando um “contraste norte-sul: excesso de água nas bacias do Norte e escassez dela nas

bacias do Sul” (RAMOS, 2005: 394), o que reflecte a distribuição da precipitação, como já foi visto

anteriormente, causando condicionalismos na produção agrícola e na distribuição da vegetação.

O país pode, também, ser dividido em regiões fitogeográficas: a região Euro-Siberiana e

a região Mediterrânica. A primeira abrange o Nordeste (com espécies de folha caduca) e a

segunda distribui-se pelo restante território (com diversidade de espécies). Esta distribuição é

justificada pela quantidade de água existente no solo, temperatura, tipo de solo, entre outros.

Já a distribuição geográfica dos geominerais é bastante heterogénea: os minerais metálicos

existem sobretudo no Norte e no Sul do território (onde as Minas de Neves Corvo e da Panasqueira

foram importantes pólos de extracção); já os minerais energéticos existem no Vale do Douro, na

Estremadura e no Centro (tendo sido as minas da Urgeiriça e Pejão os principais locais de extracção).

Actualmente, a extracção de minerais no nosso país resume-se a rochas ornamentais e industriais.

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Por fim, o mapa-síntese sobre os riscos naturais e humanos permitiu-nos perceber que o

litoral Sul é o local mais propício a sismos e maremotos, para além do vale do Tejo, que é também

propício a cheias e inundações. Por outro lado, para último mapa desta temática, escolhemos o das

energias alternativas, por representar as potencialidades que Portugal tem em termos de energias

renováveis. Assim, por um lado, há uma maior potencialidade de utilização da energia solar no Sul;

por outro, é nas serras que existe um maior aproveitamento da energia eólica.

Relativamente à componente humana da geografia portuguesa, analisámos a densidade

populacional (mais elevada no litoral e nas capitais de distrito, de forma geral) e o

crescimento efectivo entre 1991 e 2001 (positivo no litoral, devido ao crescimento natural no

Norte e ao saldo migratório na restante costa, em termos gerais).

Posteriormente, tentámos caracterizar o país em termos de actividades económicas,

primeiramente através da qualificação da população (com a taxa de analfabetismo, onde vimos

que ainda há um longo caminho a percorrer para Portugal atingir os números europeus –

praticamente nulos) e da actividade económica predominante. Aqui, tentámos encontrar um

indicador diferente para cada sector de actividade, para que as explicações não fossem

demasiado repetitivas. Assim, analisámos a população activa no sector primário, que atinge

valores mais elevados no Nordeste Transmontano; a relevância da indústria nos concelhos

urbanos, onde constatámos que os principais concelhos industriais se situam no Vale do Ave e

no litoral Centro; e a população activa nos serviços relacionados com a actividade

económica, distribuída fundamentalmente pelas Áreas Metropolitanas e pelo Algarve.

Relativamente a outra das actividades mais importantes no nosso país, o turismo,

apostámos na taxa de função turística (número de hóspedes por número de habitantes), já

que nos permitiu detectar, efectivamente, quais os concelhos com um grande afluxo de turistas

(um pouco por todo o Algarve, para além de Lisboa, Ourém, entre outros).

As vias de comunicação, nomeadamente as terrestres, têm vindo a desenvolver-se muito

rapidamente ao longo dos últimos anos. Por isso, incluímos o Plano Rodoviário Nacional de

2000 no nosso Atlas, já que este, entre outros objectivos, tenta tornar as áreas rurais mais

dinâmicas, através do aumento da sua acessibilidade.

Por fim, e tal como fizemos relativamente à geografia física, tentámos que os últimos mapas

sintetizassem alguns aspectos importantes da geografia humana portuguesa. Assim, no

Sistema Urbano Nacional encontrámos a litoralização, a bipolarização e a metropolitização

como as principais características a apontar, também já reflectidas noutros mapas. Já na

Tipologia de Inclusão/Exclusão Social, dividimos o país em diferentes categorias, constatando

que os territórios de Inclusão se situam, mais uma vez, no litoral e cidades médias.

Assim, e como balanço final deste Atlas de Portugal, podemos dizer que o objectivo de

conhecer, descrever e interpretar os diversos indicadores se revelou bastante útil para a percepção

que temos do nosso país e de todas as suas dinâmicas e mutações ao longo dos tempos.

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Atlas de Portugal Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

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� PNUD (2006) – Human Development Report 2006. [Acedido a 28 de Dezembro de 2006]:

<http://hdr.undp.org/hdr2006/pdfs/report/HDR06-complete.pdf>.

POPULAÇÃO ACTIVA NO SECTOR PRIMÁRIO (MAPA 14):

� CAVACO, C. (coord.) (1999) – “O Mundo Rural Português: Desafios e Futuros?”,

Desenvolvimento Rural, Desafio e Utopia. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos.

� IDRH (2004) – Programa Nacional Leader +. [Acedido a 2 de Novembro de 2006]:

<http://www.leader.pt/PDF/pne_5_2_04/PNE_5_2_04_1_2.pdf>.

� IGP (2005) – Atlas de Portugal. [Acedido a 1 de Novembro de 2006]:

<http://62.48.187.117/atlas/index1.html>

INTENSIDADE E RELEVÂNCIA DA INDÚSTRIA NOS CONCELHOS URBANOS (MAPA 15):

� VALE, M. (2005) – “Os Lugares da Indústria”, in MEDEIROS, C. A. (coord.), Geografia de

Portugal – Sociedade, Paisagens e Cidades. Lisboa: Círculo de Leitores.

Page 51: Atlas de Portugal

Atlas de Portugal Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

51

POPULAÇÃO ACTIVA NOS SERVIÇOS RELACIONADOS COM AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS (MAPA 16):

� ALVES, T. (2004) – Geografia dos Serviços. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos.

� INE (2001) – Censos 2001: XIV Recenseamento Geral da População. [Acedido a 15 de

Novembro de 2006]:

<http://www.ine.pt/censos2001>

� TEIXEIRA, J. (2006) – “Tendências Recentes de Evolução [dos Serviços]” in MEDEIROS, C.

A. (coord.), Geografia de Portugal – Actividades Económicas e Espaço Geográfico. Lisboa:

Círculo de Leitores.

TAXA DE FUNÇÃO TURÍSTICA (MAPA 17):

� CAVACO, C. (2006) – “PORTUGAL, IMPORTANTE MERCADO EMISSOR DE TURISMO INTERNO” in

MEDEIROS, C. A. (coord.), Geografia de Portugal – Actividades Económicas e Espaço

Geográfico. Lisboa: Círculo de Leitores.

� INE (2004) – Anuários Estatísticos Regionais 2004. [Acedido a 28 de Dezembro de 2006]:

<http://www.ine.pt>

PLANO RODOVIÁRIO NACIONAL (MAPA 18):

� ABREU, D. (2006) – “Transportes Terrestres” in MEDEIROS, C. A. (coord.), Geografia de

Portugal – Actividades Económicas e Espaço Geográfico. Lisboa: Círculo de Leitores.

� IGP (2005) – Atlas de Portugal. [Acedido a 1 de Dezembro de 2006]:

<http://62.48.187.117/atlas/index1.html>

� RODRIGUEZ, J., GASPAR, J. (2006) – “As Redes de Transporte e de Telecomunicação” in

MEDEIROS, C. A. (coord.), Geografia de Portugal – Planeamento e Ordenamento do

Território. Lisboa: Círculo de Leitores.

SISTEMA URBANO NACIONAL (MAPA 19):

� DGOTDU (2006) – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território – Recursos

Naturais, Ambiente, Património, Riscos. Lisboa.

� GASPAR, J. (2006) – “Evolução e Perspectivas do Desenvolvimento Territorial”, in

MEDEIROS, C. A. (coord.), Geografia de Portugal – Planeamento e Ordenamento do

Território. Lisboa: Circulo de Leitores.

� INE (2001) – Censos 2001: XIV Recenseamento Geral da População. [Acedido a 15 de

Novembro de 2006]:

<http://www.ine.pt/censos2001>

� IGP (2005) – Atlas de Portugal. [Acedido a 25 de Novembro de 2006]:

<http://62.48.187.117/atlas/index1.html>

Page 52: Atlas de Portugal

Atlas de Portugal Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

52

TIPOLOGIA DA INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL (MAPA 20):

� ANDRÉ, I. (2005) – “Desenvolvimento Humano e Coesão Social”, in MEDEIROS, C. A.

(coord.), Geografia de Portugal – Sociedade, Paisagens e Cidades. Lisboa: Círculo de

Leitores.