atlas de hanseniase

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Atlas de Hanseníase Diltor Vladimir A. Opromolla Somei Ura Bauru - 2002

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Page 1: Atlas de hanseniase

Atlasde

Hanseníase

Diltor Vladimir A. OpromollaSomei Ura

Bauru - 2002

Page 2: Atlas de hanseniase

ISBN 85-89141-01-2

Endereços para contatos:

Instituto Lauro de Souza LimaRodovia Comandante João Ribeiro de Barros, km. 225-226

CEP: 17001-970 - BAURU - SPFone: (14) 221-5900

e-mail: [email protected]@ilsl.br

Ficha Catalográfica elaborada na Fonte

Opromolla, Diltor Vladimir Araujo Opromolla

Atlasdehanseníase; porDiltor VladimirAraujo Opromolla e SomeiUra

Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima, 2002.80p.

1. Hanseníase - atlas. 2. Atlas - hanseníase. I. Titulo. B. Ura, Somei.111. Instituto Lauro de Souza Lima

ISBN:85-89141-01-2

NLM: WC335.17

Page 3: Atlas de hanseniase

Introdução .......................................................................

Classificação da Hanseníase ....................................................

Hanseníase Indeterminada ......................................................

Diagnóstico Diferencial na Hanseníase Indeterminada . . . .

Hanseníase Tuberculóide ......................................................

Lesões Neurais Especificas da Hanseníase Tuberculóide . . ..

Diagnóstico Diferencial na Hanseníase Tuberculóide ...........

Hanseníase Tuberculóide Nodular da Infância ........................

Diagnóstico Diferencial da Hanseníase Tuberculóide

Nodular da Infância ....................................................

Hanseníase Dimorfa ................................................................

Diagnóstico Diferencial na Hanseníase Dimorfa ..................

Hanseníase Virchoviana ..........................................................

Lesões Venosas ...................................................................

Lesões Oculares ..................................................................

Lesões Mucosas e de Semimucosas ......................................

Hanseníase no Couro Cabeludo ..............................................

Diagnóstico Diferencial na Hanseníase Virchoviana

a) Lesões em Pavilhões Auriculares ................................

b) Lesões Cutâneas • Outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

c) Lesões Mucosas ..........................................................

Page 4: Atlas de hanseniase

Reações .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Reações Tipo I ........................................................

Reações Tipo I Ulceradas .............................................

Diagnóstico Diferencial de Reação Tipo I ....................

Reações Tipo II ...............................................................

a) Erilema Nodoso Hansênico ....................................

b) Fenômeno de Lúcio .........................................

Lesões Neurológicas na Hanseniase ......................................

Bibliografia .............................................................................

Índice de Assuntos ...............................................................

Page 5: Atlas de hanseniase

No Brasil, há poucos atlas sobre a hanseniase. Há o atlas Diagnóstico

Diferencial Dermatológico em Leprologia, de Fausto G. Castelo Branco, J.Ramos e Silva e Osmar Matos publicado em 1965; e o Atlas de

Leprologia, de Orestes Diniz, José Mariano e Francisco Eduardo Rabello, em1960. Entre os não-nacionais estão o "Atlas de la Lépre" de D. C. Danielsen e C.W. Boeck (1847), um estudo clinico; o "Die BlindenverhAltnisse bei der Lepra,de Lyder Borthen (1902); o" Atlas of Leprosy" de Kensuke Mitsuda (1952); e osAtlas da "Leonard Wood Memorial — Eversley Child's Sanitarium — Laboratoryfor Leprosy Research" edição de 1981, a edição revista em 1983, de R.S.Guinto,R. M. Abalos, Roland V.Cellona e T. T. Fajardo e o "A New Atlas of Leprosy",de A. Colin Mc Dougall e Yo Yuasa (2000), todos esses patrocinados pelaSasakawa Memorial Health Foundation.

Esses últimos são muito bons, as fotos são ótimas e a apresentaçãomagnifica, mas os pacientes documentados são todos da Africa e Asia, com pelenegra ou muito pigmentada.

Seria muito importante que houvesse um Atlas que fosse constituído porfotos de pessoas com pele clara, para se observar as nuances de coloração queocorrem nas lesões da hanseníase que, na pele escura, são difíceis de serempercebidas. Nos pacientes virchovianos, por exemplo, os hansenomas, e mesmo ainfiltração difusa, apresentam uma tonalidade ferruginosa bastante característicae, quando esses casos sofrem reações tipo eritema nodoso, os locais, onde osnódulos agudos se superpuseram As lesões especificas, acabam adquirindo umatonalidade violdcea ou ardósia. 0 tom ferruginoso está relacionado d presença debacilos e é útil para diagnosticar aqueles casos dimorfos próximos ao pólovirchoviano.

Talvez seja por isso, que, quando se rotula um caso tuberculóide ou dimorfo,em pele clara, como reacional, agudo, por apresentar lesões eritematosas quediferem de maneira marcante dos casos de evolução crônica, de cor, muitas vezes,acastanhada, os especialistas acostumados a ver hanseníase, na maior parte dasvezes, em pele muito pigmentada, não concordem com essa afirmação.

A classificação aqui utilizada não é nem a de Madri e nem a de Ridley eJoplin& Ela também se baseia em critérios clínicos, baciloscópicos,histopatológicos, imunológicos e evolutivos, mas considera que todas as formasclinicas são estáveis, as reações, ditas do tipo 1, representam manifestações dehipersensibilidade A liberação de antígenos de bacilos que são mortos depois deterem voltado a se multiplicar e que a matriz de todos os casos é a forma clinicaindeterminada que pode ter duração efêmera ou não. A classificação dos casosdimorfos, adotada nesse trabalho, utiliza uma nomenclatura semelhante A deRidley e Jopling para denominar os casos perituberculóides de Rabelo e Latapi(1960), dimorfos propriamente ditos e os perilepromatosos de Rotberg (60).

Esse Atlas destina-se aos médicos que lidam com pacientes portadores dehanseníase e aos dermatologistas em geral. Seu objetivo é procurar manter vivo oestudo clinico da hanseníase.

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Essa forma caracteriza-se por máculas hipocrômicasou áreas circulares de pele aparentemente normal, comdistúrbios de sensibilidade. Em crianças, pode-se valerdas provas da histamina e da pilocarpina, para melhorevidenciar as alterações neurológicas.

Na hanseníase indeterminada, não há comprome-timento de troncos nervosos e, portanto, não háocorrência de incapacidades e deformidades. Bacilos nãosão vistos nos esfregagos de rotina e, por isso, esses casosnão são contagiantes. A biópsia cutânea revela uminfiltrado histopatológico inespecifico; podem servisualizados linfócitos delimitando o ramúsculo nervosoe, rarissimos ou nenhum, bacilos no seu interior. Reaçãode Mitsuda em geral negativa. Constituem a matriz detodas as formas clinicas. Podem ter ou não duraçãoefêmera.

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Máculas hipocrômicascom limites poucoprecisos na face internado cotovelo e queapresentam alterações dasensibilidade térmica,dolorosa e tátil, ehipoi-drose.

Mácula hipocrômica, comlimites imprecisos na face ecom alterações da sensibi-lidade e da sudorese.

Page 9: Atlas de hanseniase

Mácula hipocrômica, com limites mais ou menos precisos, com distúrbiosde sensibilidade e da secreção sudorípara na regido dorsal.

Page 10: Atlas de hanseniase

Vitiligo:máculasacrômicascircundadas porligeira hipercomiaNão há distúrbioda sensibilidade

Esclerose tuberosa:macula hipocrômica, em

forma de folha de figo.Não há distúrbio da

sensibilidade.

Nevo acrômico:Máculahipocrômica, semalterações

sensitivas.

Page 11: Atlas de hanseniase

Na hanseníase tuberculóide, o grau de resistência aobacilo é grande. Essa forma caracteriza-se por máculasou placas em pequeno número, forma e tamanhovariados, bem delimitadas e de tom castanho, podendoser cheias ou apresentando um bordo mais ou menoselevado e o centro plano e hipocrômico. Há alteraçõesacentuadas de sensibilidade nas lesões e pode haveracometimento de troncos nervos superficiais ouprofundos, mas, geralmente, em pequeno número. Hácomprometimentos neurológicos que são específicospara essa forma clinica. A baciloscopia é negativa e ahistopatologia revela granulomas tuberculóides que, àsvezes, tocam a epiderme, destroem filetes nervosos e osbacilos não são visíveis, a não ser em cortes seriados.Reação de Mitsuda sempre positiva forte (7mm oumais). Grande parte dos casos é autolimitada, curando-seespontaneamente. Para o tratamento em massa dahanseníase, os casos tuberculóides e indeterminados sãoconsiderados como paucibacilares.

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Placa ovalar bem delimitada, na qual o bordo é constituído de pdpulasagrupadas de tonalidade eritêmato-acastanhada (pardacenta), com ocentro plano, eritêrnato-hipocrômico.

Page 13: Atlas de hanseniase

Placa figurada, bem delimitada, bordo papuloso pardacento e centroHipocrômico com certo grau de atrofia. (Gentileza: Dr. Cássio Ghidella –Rondonópolis/Iv1T)

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Placa extensa, figurada, policíclica, de bordos pouco elevados, constituídosde pápulas de tom pardacento-ardósia; centro plano e hipocrômico tomandoparte do antebraço e braço; mais proximalmente, placa menor com asmesmas características. Distúrbios de sensibilidade e de sudorese presentes.

Extensa placa eritêmato-acastanhada, bemdelimitada, noabdome, em que obordo papuloso vaiesmaecendo para ocentro da lesão que éhipocrômico. Hádistúrbio acentuado dasensibilidade.

Page 15: Atlas de hanseniase

Placa marrom-avermelhada, deforma circular, bem delimitada,junto ao cotovelo, da qual emergeuma lesão linear e elevada, da corda pele e que se estende ao longoda face posterior do braço,atingindo cerca de 10 cm decomprimento. Lesão "em raquete".

Placas anulares eritema-tosas, bem delimitadas nopescoço, com o nervo grandeauricular espessado, junto aobordo de uma delas. Lesão"em raquete".

Placa na face anterior do punho, contornos irregulares, bordos elevados,lisos de tonalidade eritêmato-acastanhada, e centro mais plano, com aspectoatrófico cicatricial. A placa emite algumas projeções na sua porção medial.Da porção mais distal da lesão, emerge lesão linear, da cor da pele, que seestende quase até a prega do cotovelo. 0 quadro é o de uma lesãotuberculóide "em raquete", na qual um nervo espessado emerge de umaplaca que sofreu uma ulceração.

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Grande nódulo junto à epitróclea no trajeto do nervo ulnar - Necrosecaseosa do nervo ("abscesso de nervo").

Extenso nódulo fusiforme ao longo do nervo ulnar. (intra-operatório) -Necrose caseosa do nervo ("abscesso de nervo").

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Granuloma anular - Duas placas eritematosas, com acentuação do eritemana periferia e o centro mais claro; bordo ligeiramente mais saliente que aporção central; mais ou menos circulares; limites precisos, no dorso do péesquerdo. Sem alterações da sensibilidade.

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Sífilis terciária - Placa extensa, tomando o braço e antebraço esquerdo,contornos mais ou menos ovalares, limites precisos, eritematosa, cornbordos elevados de torn eritematoso mais acentuado e recoberto porescamas; centro mais claro, onde se notam algumas pdpulas eritérnato-escamosas esparsas. Não há distúrbios da sensibilidade.

Tinha do corpo - Placas bem delimitadas, circulares, eritematosas, comtonalidade mais acentuada na periferia que é constituída por pápulas,vesículas e descarnação, e o centro plano e mais claro; sem alteraçõessensitivas.

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Na infância, ocorrem as mesmas formas clinicas que noadulto, mas há uma forma que é característica das criançasna faixa etária de 2 a 4 anos que é a hanseníase tuberculóidenodular da infância .

As lesões são pápulas, pequenos tubérculos ou nódulos,únicos ou em pequeno número, de tonalidade marrom-avermelhada e sem lesão aparente de nervo periférico. Nãose encontram bacilos nos esfregaços de rotina e ahistopatologia mostra um quadro histológico tuberculóide.A reação de Mitsuda é positiva e os casos têm tendência ãcura espontânea.

Page 20: Atlas de hanseniase

Lesão pápulo-nodular, parda-cena na regido malar.