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Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

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Page 1: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia
Page 2: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia
Page 3: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Mensagem do Presidente da Assembleia Legislativa da

Região Autónoma dos Açores por ocasião da Atlantis Cup

2011

Francisco Coelho

Está prestes a iniciar-se a 23ª Regata “Atlantis Cup – Regata da Autonomia”.

Com créditos firmados no cartaz turístico e desportivo, esta Regata muito tem

feito também pela promoção turística da Região.

Unindo as três cidades históricas dos Açores, e a Ilha de Santa Maria, esta Regata

enlaça os Açores e o seu Atlântico, presença idiossincrática dos Açores e matriz

da sua identidade. Também da nossa Autonomia que, em boa hora, se ligou ao

nome e identificação desta prova náutica.

De novo com a responsabilidade organizativa do dinâmico Clube Naval da Horta,

a “Regata da Autonomia”, para além do saudável convívio entre os seus

participantes, organizadores, simpatizantes e patrocinadores, arrisca-se, uma vez

mais, a ser um sucesso desportivo, social e turístico – nossa previsão e desejo.

Estamos pois todos de parabéns. Vamos navegar com a “Autonomia”, com

bravura, alegria e esperança. E bons ventos!

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Page 4: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Mensagem do Presidente do Governo dos Açores por

ocasião da Atlantis Cup 2011

Carlos César

Esse mar amigo que nos abraça

De Santa Maria ao Faial, com passagens por S. Miguel e Terceira, eis que muitas velas, sopradas

por ventos de feição, assim o espero, vão de novo salpicar este mar que nos abraça.

A XXIII edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, assinalando, mais uma vez, a forte ligação

que mantemos com o vasto oceano de que fizemos o caminho para as nossas andanças pelo

mundo ou o ganha-pão da nossa sobrevivência, é, igualmente, a reafirmação da nossa forma

particular de sermos ilhéus.

De facto, se os dicionários nos definem como habitantes de pedaços de terra rodeados de água

por todos os lados, já a História nos apresenta como homens e mulheres que se inserem no mar,

fazem parte dele, são como cerca de um quarto de milhão de gotas das suas águas salgadas.

É por isso que se explica com facilidade a nossa pesca não depredadora, a nossa apetência pela

investigação dos mistérios e maravilhas do mar, as portas que abrimos, em cada vez mais ilhas, ao

iatismo internacional, a defesa intransigente que fazemos da Zona Económica Exclusiva açoriana e

o cuidado com que zelamos pela nossa orla costeira.

Ao observar um navio que descarrega num porto, ou um pequeno barco de pesca que sai para a

faina, ou, ainda, um elegante veleiro que chega de um qualquer cais distante, não posso deixar de

pensar em como é bom termos esse mar amigo e em como é grande, por outro lado, a

responsabilidade que temos de cuidarmos dele.

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Page 5: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

A “Atlantis Cup”, concitando ainda mais a atenção dos açorianos para o mar, contribui para esse

desígnio inalienável de fazermos de um mar limpo, saudável e rico o nosso melhor legado às

gerações vindouras.

Por muitos motivos – de competição saudável, de confraternização à escala internacional e tantos

outros – mas sobretudo por esse, de convocar os olhares dos açorianos para o mar, está mais

uma vez de parabéns o Clube Naval da Horta.

Que lhe corra tudo de feição e que bons ventos levem todos os concorrentes no rumo certo são

os meus votos.

Carlos Cesar

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Page 6: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Mensagem do Presidente Câmara Municipal da Horta por

ocasião da Atlantis Cup 2011

João Castro

A Atlantis Cup – Regata da Autonomia é uma prova que se reveste da maior importância

para a cidade da Horta, conhecida que é pela sua forte ligação ao mar.

Nesta medida, é com enorme satisfação que a Câmara Municipal da Horta integra a Comissão de Honra

deste evento, na expectativa que ele estimule não só o espírito competitivo de todos os participantes na

regata, mas sobretudo favoreça a amizade e a camaradagem de todos quantos nesta data nos visitam. Não poderia deixar também de felicitar o Clube Naval da Horta pela organização da

Atlantis Cup, prova oficial de vela de cruzeiro, que, para além de se destacar a nível

desportivo, tem permitido um maior estreitamento dos laços afectivos existentes entre as

diferentes parcelas desta região Açores.

Um evento que evidencia ainda a ligação que a cidade da Horta tem com o mar, quer através

do seu porto, local de paragem obrigatória para quem atravessa o Atlântico Norte, quer

através da sua intensa actividade náutica.

À semelhança de anos anteriores, a Organização dá as boas-vindas a todos os que nos

visitam, provenientes não só dos Açores mas também de vários pontos do mundo, e,

participando nesta regata, desejar-lhes os maiores sucessos, bem como votos de boa estadia.

O Presidente da Câmara Municipal da Horta

João Fernando Brum de Azevedo e Castro

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Page 7: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Mensagem da Presidente da Câmara Municipal de Ponta

Delgada por ocasião da Atlantis Cup 2011

Berta Cabral

A relação açoriana com o Atlântico é tão antiga quanto os 500 anos de história do

Arquipélago.

As nove ilhas dos Açores formaram-se de erupções vulcânicas no imenso oceano e

o povo ilhéu construiu uma relação com o mar que foi para além da sua subsistência

ao alcançar a sua dimensão arquipelágica e os seus sonhos de descobrir o Mundo.

A relação dos açorianos com o mar tem um assinalável registo nas provas de

competição que, cada vez mais, fazem parte do calendário desportivo regional,

nacional e internacional. Daí que a Atlantis Cup sublinhe a nossa condição marítima,

situação arquipelágica e vocação desportiva.

Na verdade, ser açoriano é ser do mar.

Pela sua tradição e relação com a identidade açoriana a realização da regata

Atlantis Cup revela-se, sempre, num momento de celebração dos Açores e do mar.

A Câmara Municipal de Ponta Delgada entende que a regata Atlantis Cup é um

marco importante na actividade náutica açoriana. Pois, por um lado, abarca um

considerável número de participantes. Por outro, afirma e reforça os laços de união

entre as ilhas, no caso, Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial.

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Page 8: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

É sempre uma honra para Ponta Delgada associarmo-nos à realização da Atlantis

Cup.

Ponta Delgada acolhe todos os participantes da Atlantis Cup com um abraço

caloroso de boas-vindas.

Berta Cabral

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Page 9: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Mensagem do Presidente do Clube Naval da Horta por

ocasião da Atlantis Cup 2011

Fernando Menezes

Com largada da Ilha de Santa Maria no dia 1 de Agosto e chegada prevista à Ilha do

Faial nos dias 6 e 7 do mesmo mês, depois de passar por S. Miguel e pela Terceira, a

“Atlantis Cup - Regata da Autonomia” irá cumprir a sua XXIII edição.

Consagrada como a mais importante regata para barcos de cruzeiro que se realiza nos

mares dos Açores, esta regata conta com o honroso patrocínio do órgão legislativo

regional que em boa hora decidiu que a autonomia também podia ser celebrada

simbolicamente no mar que nos envolve e nos caracteriza como ilhéus.

Foi de certa forma assim, navegando à vela, que, no séc. XV os navegadores

portugueses foram descobrindo cada uma das ilhas, embora enfrentando o

desconhecido e com meios muito mais rudimentares.

O CNH orgulha-se de organizar anualmente esta relevante prova náutica,

reconhecendo o imprescindível apoio da Assembleia Legislativa e do Governo da

Região Autónoma dos Açores, das Câmaras Municipais de Vila do Porto, de Ponta

Delgada e da Horta, das administrações dos portos dos Açores, da marinha

portuguesa, do Clube Naval de Santa Maria do Clube Naval de Ponta Delgada, do

Angra Iate Clube e de todos aqueles que, de forma gratuita e amiga, integram as

comissões de regata e júris e de uma forma geral prestam assistência e apoio logístico

a esta prova.

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Page 10: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

No plano institucional, associativo e desportivo, a “Atlantis Cup - Regata da

Autonomia”, constitui assim um momento único de grande envolvimento, mobilização

e convívio, transformando esta competição numa festa e numa celebração.

Sejam todos bem vindos!

Fernando Menezes

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Page 11: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Da “Atlantis –Cup” à “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”

(Breve notícia)

Como já relatei em escrito anterior

publicado nesta revista (V. revista

2007), a “Atlantis Cup” nasceu,

como muitas vezes acontece, de

algumas conversas de amigos e de

decisão tomada pela Direcção do

CNH no já longínquo de 1988,

quando a sede do clube se situava

nas reduzidas dimensões da casa

dos remadores da alfândega,

paredes meias com o castelo de Stª

Cruz.

A associação da “Atlantis –Cup” à

autonomia regional viria a

acontecer 13 anos mais tarde

quando em conferência de líderes

e em reunião da mesa se

preparavam

as

comemoraçõ

es de 25 anos

de autonomia

regional.

A proposta foi

aprovada por

unanimidade

por todos os

partidos

políticos representados na

Assembleia Legislativa da Região

Autónoma dos Açores tendo sido

ainda assumido que esta regata se

deveria realizar todos os anos e

que ao nome inicial deveria ser

acrescentada a designação “Regata

da Autonomia”(1)

Chegados a 2011 e prestes a

celebrar 25 anos, a “Atlantis Cup-

Regata da Autonomia” aí está de

novo, traçando rumos pelos mares

dos Açores em franca competição

e convívio.

FM

(1) Para memória futura registam-

se os nomes dos Membros da

Mesa e dos Presidentes dos

Grupos Parlamentares da ALRAA

em 2001: Fernando Menezes

(Presidente),

Fernando

Lopes (Vice-

presidente),

Bento

Barcelos (Vice-

Presidente),

António Loura

(Secretário),

Raul Rego

(Secretário),

Vasco Cordeiro (PS), Berta Cabral

(PSD), Alvarino Pinheiro (CDS-PP),

José Decq Mota (PCP).

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Page 12: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

O apoio do CNH ao iatismo

internacional regista já uma

história de décadas recheada de

momentos importantes em

resultado de uma intensa

actividade assumida pelo clube e

desenvolvida

pelas sucessivas

direcções.

Este ano, mais

uma vez, o CNH

esteve

envolvido na

recepção e

apoio a três

acontecimentos

náuticos

internacionais

de relevante

interesse para

os Açores e

para a cidade da

Horta,

contribuindo de forma indelével

para a afirmação desta cidade

como centro do iatismo

internacional no meio do Atlântico.

Registe-se que todo este trabalho

se enquadra na actividade da

Comissão Náutica Municipal e de

todas as instituições que a

integram, recebendo ainda o apoio

do Governo Regional dos Açores

através da DRT que desde há muito

percebeu a importância turística

destes

eventos.

No princípio

de Junho

chegou a “Arc

Atlantic”

proveniente

das Caraibas e

de Hampton,

com 18

embarcações

em rali

náutico que

terminou em

Lagos no

Algarve.

O CNH prestou o apoio logístico

necessário facultando instalações e

equipamento informático e de

comunicações.

Em Julho recebemos a importante

regata da Classe 40 que se realiza

de dois em dois anos, “Les Sables-

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Page 13: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Horta-Les Sables” que contou este

ano com a participação de 14

embarcações. Todo o apoio foi

prestado, no mar e em terra tendo

sido organizado um variado

programa social durante a estadia

dos velejadores e respectiva

organização nesta cidade. O

presidente do clube deslocou-se à

cidade de Sables D’Olone onde

manteve contactos e assistiu à

largada da prova.

Ainda nos finais de Julho

começaram a chegar os barcos

clássicos da “Atlantic Trophée”,

regata que largou da cidade

francesa de Douarnenez com14

embarcações em competição e que

tem largada prevista para o dia 6

de Agosto. O presidente do clube

esteve também em Douarnenez

onde assistiu à largada

acompanhando a embarcação “Air

Mail” que representava o CNH

comandada pelo presidente da

A.G., Luís Decq Mota.

Relativamente a esta prova que se

realiza pela primeira vez com

destino aos Açores, foi igualmente

preparado um amplo programa

social para além de todo o apoio

logístico necessário.

O CNH continua assim a cumprir

um dos seus principais objectivos

colaborando de forma activa para

a divulgação e promoção dos

Açores e da cidade da Horta nos

mais importantes meios náuticos

internacionais.

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Page 14: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

A realização, em 2011, da Regata de Veleiros

Clássicos Douarnenez-Horta-Douarnenez,

intitulada Atlantic Trophee criou a

possibilidade objectiva do Air Mail poder

realizar uma viagem atlântica, que implicava

uma viagem total superior a 2000 milhas,

com a ida e a primeira perna da regata.

O Air Mail, projectado pelo americano Dick

Carter e construído na Suécia em 1973, é um

veleiro que se enquadra completamente nas

características exigidas para participar na

regata Atlantic Trophee. O Air Mail tem

bandeira portuguesa com matrícula na Horta

desde de 1992, com o actual proprietário

realizou cruzeiros Lisboa, Madeira e a todas

as ilhas dos Açores e participou em dezenas

de regatas regionais e locais. Faltava um

cruzeiro internacional e a participação numa

regata de longo curso.

Tomada a decisão de participar seguiu-se a

preparação do barco, dos equipamentos e

da tripulação.

Finalmente em 23 de Junho de 2011, o Air

Mail representando o Clube Naval da Horta,

largou da Marina da Horta iniciando a rota

para Douarnenez as 15h34, com a seguinte

tripulação: Luís Carlos Decq Mota, Graça

Decq Mota, António Freitas, João Decq

Motta, António Decq Motta e Paulo Decq

Motta e no regresso veio também o João

Duarte.

23/6/11

À largada fomos acompanhados por dois semi-rígidos e pela

Atlântida até à ponta da Espalamaca e pelo HotStuf até à

Praia de Almoxarife.

A primeira decisão tomámos após a partida foi formar

quartos de 3h com dois elementos por turno. Navegámos

neste dia com vento com alheta com velocidade média de 6

nós.

Desde o 1º dia por volta das 22 horas estabelecíamos

contacto com o Marco Dutra para ele nos dar a previsão

meteorológica para os dias seguintes.

24/6/11

Às 2h da manha a tricolor soltou-se ficando a bater no

mastro, tivemos que ligar as luzes de navegação do convés.

No 1º dia completo de navegação andámos 155,7 milhas.

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Page 15: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

25/6/11

O vento continua do quadrante sul entre os 15 e 20 nós e a nossa velocidade entre os 6 e 7 nós.

No 2º dia completo de navegação percorremos 152,6 milhas.

O Geremias (piloto automático) é o nosso marinheiro em melhor forma pois esta a fazer leme praticamente desde

do início da viagem e dá mostras de poder continuar.

Recebemos um telefonema via satélite do Sérgio Bairos que tinha saído de Inglaterra nesse dia e que estava a

navegar no canal da Mancha.

26/6/11

Pela primeira vez nesta viagem vimos golfinhos

pelas 5h30 da manha.

O vento rodou para norte e enfraqueceu.

Neste dia apanhamos o nosso primeiro peixe,

um voador com 5 Kg eram 13h30.

Completámos o 3ºdia de navegação com 130,3

milhas percorridas.

Durante a tarde o vento e ondulação

aumentaram e rizámos a vela grande no 2º riso

e enrolámos um pouco a Génoa.

27/6/11

O vento continuou a subir chegando aos 25 nós de Nor/Nordeste. Almoçámos o voador que tínhamos apanhado na

véspera.

Completamos o 4ºdia de navegação com 147 milhas nas últimas 24 horas e um total 586 milhas, atingindo metade

do percurso por voltas das 17h30.

Neste dia à noite pela primeira vez o Geremias deu sinal de cansaço tendo-se desgovernado.

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Page 16: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

28/6/11

Vento novamente de Norte de 10 a 15 nós, pelas 11h da manha vimos uma baleia, antes do meio-dia tínhamos um

voador a bordo pesava 7,5Kg.

Nas últimas 24h andámos 151 milhas.

29/6/11

Vento norte de 10 a 15 nós, ate esta altura

andamos 20h a motor a fim de carregar as

baterias.

Nestas últimas 24 horas andámos apenas 136

milhas, estamos a 320 milhas da Douarnenez.

Por volta das 19h apanhámos mais atum voador com 6 Kg.

O vento rodou para Nordeste obrigou a fazer vários bordos pois estava mesmo enfiado na nossa rota.

30/6/11

O vento continua Nordeste e enfraquecer.

Navegamos directos para norte a fim de melhorar a nossa posição porque a previsão dava vento Leste.

O dia está bonito com sol, mas frio.

Neste dia depois do almoço o Comandante escreveu uma mensagem com a nossa posição, com o nome do barco e

a tripulação e o percurso da viagem.

Neste dia houve dois corajosos que tomaram duche no convés, o António Manuel e o Paulo.

Sétimo dia completo de navegação andando nas últimas 24 horas 139 milhas.

O Paulo melhorou as condições de bordo concertando a coluna de som do poço, permitindo-nos ouvir música fora.

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Page 17: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

1/7/11

O vento continua de proa e resolvemos fazer a noite toda a motor.

Tivemos novamente a companhia de golfinhos durante um bom bocado.

Nestas últimas 24h andamos apenas 123 milhas.

Neste dia atravessamos os corredores de separação de tráfego cruzando-nos com um considerável número de

navios, numa determinada altura tínhamos 7 navios à volta do Air Mail e um deles passou a 100 metros de nós.

Estamos a 110 milhas do destino.

2/7/11

O movimento de navios contínua intenso e já tivemos de alterar o nosso rumo por duas vezes, durante esta noite

cruzámo-nos com cerca de 20 barcos.

Nesta madrugada passou por nós um barco a vela grande com dois mastros.

O vento é ES-Nordeste e já estamos novamente à vela, tivemos que substituir a luz de estibordo por uma a pilhas.

Durante esta noite avistamos pela 1ª vez o farol de Armen.

Antes das 0h conseguimos o primeiro contacto via telemóvel ainda com bastantes cortes.

3/7/11

Estamos a 28 milhas do destino, vamos a navegar a vela com apoio do motor.

Na aproximação a Duoarnenez navegamos pelos meio de dezenas bóias e de alguns faróis.

Encostámos ao cais dos visitantes da Marina Treboul às 5h50.

Acabamos por estar muito pouco tempo no cais dos visitantes, pois um funcionário da marina disse-nos que Eclusa

estava aberta e podíamos ir de imediato para a Marina de Port-Rhu, encostando nesta Marina 6h15 hora dos

Açores.

Percorremos 1327,4 milhas em 9 dias e 14h.

Foi uma viagem muito boa com excelente disposição da tripulação com um único senão que foi o 3 dias de vento

Nordeste que era mesmo pela proa e fez-nos perder bastante tempo.

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Page 18: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Estadia em Douarnenez

Estadia em Douarnenez de 3/7 a 14/7 que foram aproveitados para pequenas reparações necessárias, como

concertar a luz tricolor do mastro, a luz de estibordo da proa, a borracha da escotilha da casa de banho e tentamos

resolver a avaria do piloto automático com um técnico de Douarnenez.

Nos restantes dias conhecemos algumas zonas da Bretanha.

No dia 9 começou o programa da regata.

No dia 11 – começou as vistorias de segurança e comunicação. Neste dia o Comandante fez anos e fizemos uma

pequena recepção a bordo que se prolongou até a 1h da manhã, tendo passado pelo Air Mail mais de 60 pessoas.

12/7/11 – Chegaram a Douarnenez o Director da Marina da Horta Armando Castro, o Presidente do Clube Naval

Fernando Menezes e uma equipa da RTP Açores.

13/7/11 – Fizemos os últimos abastecimentos e no final da tarde houve a apresentação das equipas no palco do

pavilhão da regata.

Douarnenez-Horta

14/7/11

Desencostamos da Marina de Port-Rhu pelas 13h30 hora dos Açores tendo parado na Eclusa por volta das 14h.

Ao pararmos em frente à Marina fizemos uma saudação a muita população que estava a assistir à saída dos Iates a

que fomos correspondidos com uma grande salva de palmas.

A largada deu-se às 15h10 tendo sido o Air Mail o primeiro iate a cruzar a linha de largada fomos ultrapassados

pelo Amazone ( iate de 22 metros ) à chegada à bóia de desmarque.

Passámos a ponta do Ràz por volta das 19h30.

Escolhemos as duplas para os turnos e estabelecemos novamente 3h de duração cada turno.

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Page 19: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

15/7/11

O vento Noroeste de 16 nós e estamos a

andar entre os 7 e 8 nós.

Durante esta tarde vimos uma orca e vários

golfinhos e cruzámo-nos com vários navios.

O vento ao fim da tarde começou a

aumentar chegando aos 25 nós e rodou

para Sudueste.

Risámos a vela grande no 1º riso e

enrolámos um pouco a genoa .

No 1º dia completo de navegação andamos

128 milhas.

Recebemos um SMS da organização com a

previsão do tempo e outro com a posição

dos barcos, nesta altura seguíamos em 3º

lugar.

O piloto automático que tínhamos ligado após a passagem do Ràz deixou de funcionar ao princípio da tarde.

As condições de vento e mar têm se vindo a agravar.

16/7/11

O vento subiu até aos 35 nós com a ondulação entre os 4 e os 7 metros, já tínhamos risado no 2º durante a noite e

ao fim da manhã risámos no 3º riso e recolhemos um pouco mais a genoa.

Durante a tarde tivemos a informação que dois iates tinham desistido, o Dione arribou e a Espanha e o Melusine

voltou para Douarnenez.

Ao fim do dia decidimos recolher completamente a vela grande ficando só com uma ponta de genoa mesmo assim

continuamos a 6/7 nós.

Recebemos um SMS da organização com a previsão do tempo onde era referido haver uma probabilidade de

apanharmos rajadas de 45 nós de vento durante a noite.

Esta tarde foi de facto uma tarde muito dura de navegação, nesta altura temos todos os beliches incluindo o

camarote molhados.

Nas últimas 24h andamos 141 milhas.

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Page 20: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

17/7/11

Confirmámos ter uma avaria grave no brandal da ré de estibordo pelo que decidimos usar a vela grande só no 3º

riso.

As condições a bordo são duras pois só temos 2 beliches para 5 pessoas.

Como não temos piloto automático tem sido muito duro para quem faz leme.

Durante esta tarde recebemos um SMS da organização alertando para a possibilidade de cruzarmos a rota dos 40

pés que tinham saído da Horta a 13/7, na realidade por volta das 19h30 cruzamo-nos com um deles.

Andámos nas últimas 24h 134,7 milhas.

18/7/11

Contrariamente ao previsto o vento não diminuiu mantendo-se constantemente acima dos 25 nós Noroeste e o

mar está novamente a aumentar com ondulação acima dos 4 metros.

Neste dia andámos 139 milhas.

O mau tempo continua e resolvemos encurtar os turnos 2 horas e continuámos a navegar só com uma ponta de

genóa, o vento ao fim da tarde chegou novamente aos 35 nós e a ondulação chegou aos 6 metros.

Tivemos a informação que finalmente o vento ia baixar para os 10 a 20 nós rodando para norte e em seguida para

nordeste com tendência para enfraquecer.

Nesta altura só navegamos em função da nossa segurança e da do barco sem pensar na regata.

19/7/11

Hoje o dia amanheceu ensolarado, o mar acalmou bastante e o vento enfraqueceu estando entre os 17 e os 23 nós

de norte, conseguimos voltar a ligar o Geremias o que nos facilitou bastante.

Ao 5º dia completo de navegação atingimos metade do percurso e andámos nas últimas 24h 136 milhas.

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Page 21: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

20/7/11

Amanheceu com boa cara, céu azul e um pouco de sol.

Hoje de manhã removemos o interior do barco (estibordo) para avaliar os estragos causados tendo confirmado que

a caverna de apoio do brandal da ré de estibordo estava rachada.

Decidimos comunicar o sucedido ao Armando Castro e ao José Decq Mota.

Neste dia e apesar das condicionantes andámos 169 milhas.

21/7/11

As condições do tempo encontram-se como o dia anterior, vendo Noroeste de 10 a 15 nós.

Hoje pela 1ª vez na viagem de regresso pusemos o corrico ao mar com uma cana nova.

Antes do almoço apanhámos duas serras de 1,5Kg e 1Kg, respectivamente.

Pela 1ª vez na história portuguesa do Air Mail utilizamos queijo numa refeição a bordo.

Ao 7º dia completo de navegação já andámos 1006 milhas tendo percorrido nas últimas 24h 158 milhas.

22/7/11

Durante a noite o vento caiu bastante e rodou para Nordeste tornando a navegação desconfortável não ajudando

nada a solidez do aparelho.

A meio da manhã avistamos uma baleia que observamos durante bastante tempo. Ainda durante a manhã quatro

dos tripulantes tomaram banho de mar.

Às 11h25 resolvemos desistir da regata pois a falta de vento e a ondulação não nos permitia ter qualquer controlo

sobre os estragos com que nos debatíamos, a previsão que recebemos manteria as mesmas condições para os dias

seguintes.

Estávamos a 182 milhas da Horta na altura que desistimos, comunicámos de imediato a nossa decisão à

organização da regata.

Durante a regata e atendendo que estava um dia lindo pusemos a secar colchões, sacos de cama, almofadas e fatos

de água.

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Page 22: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Completamos o 8º dia de viagem andando 122 milhas nas últimas 24h.

23/7/11

Continuamos a motor tendo passado por um

iate que era da regata.

A partir das 7h da manhã tivemos rede de

telemóvel e foi um nunca mais parar de

chamadas, feitas e recebidas.

Durante a manhã recolhemos uma bóia branca

grande que estava à deriva.

Às 15h o Rift chegou ao pé de nós e começaram

a chegar outras embarcações.

O Piloto João Lucas com a comunicação social, a

Walquiria com o Presidente da Câmara, o

Presidente da Apto, membros da comissão

organizadora da regata e o Presidente do Clube

Naval da Horta, o Armando Castro e muitos membros da família num semi-rígido, o Charque com muita gente a

bordo, o Hotstuff, No Stress, a lancha Maria Manuela, o semi-rígido do Doutor Quintino, o semi-rígido do Doutor

Luís Tomás e mais algumas lanchas.

À entrada da doca fomos saudados

ruidosamente pelo navio francês

de investigação científica, Porquoi

pás.

O Air Mail atracou no pontão C da

marina tendo sido recebido muitas

pessoas, familiares, amigos e os

tripulantes dos barcos que já

tinham chegado. Foi uma calorosa

recepção que nos encheu de

alegria e alguma emoção.

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Page 23: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Atlantis Cup 2011

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Page 24: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Ano Classe Classe Classe Classe Classe

2010 ORC 2

Wind I

Carlos Laranjo

ORC 3

Exxoced

Felipe

ORC 4

Funtastic

José Correia

Cruzeiro

Allegro Vivace

Duarte Barcelos

2009 ORC 2

Xcape

Luís Quintino

ORC 3

Fun-Tastic

José Correia

OPEN

Soraya

Frederico Rodrigues

2008 ORC 1

Xekmat

ORC 2

Aphrodite

Rui Mendonça

ORC 3

Boreas

Luís P. Morais

OPEN

Mike Davis

Delmar Conde

2007 ORC 2

Xcape

Luís Quintino

ORC 3

Boreas

Luís P. Morais

ORC 4

Fénix

Eduardo Reis

OPEN

Quero-Quero

Rui São Marcos

2006 ORC 2 Açor

João Leal

ORC 3 Wally

Carlos Araújo

ORC 4 Ganhoa

Luís P. Morais

OPEN Crosswind

José Marcelino

2005 ORC 2

Nicea/Alpen

José C. Henrique

ORC 3

Wally

Carlos Araújo

ORC 4

Ganhoa

Luís P. Morais

OPEN

Ligia II

José Rui Sá

2004 Rating CNH

Ace Girl

Armando Castro

ORC 2

Aphrodite

Rui Mendonça

ORC 3

Air Mail

Luís Decq Mota

ORC 4

Minerva

António Silveira

Convívio

Oasis

Manuel Mota

2003 Rating CNH

Aphrodite

Rui Mendonça

ORC 3

Ofélia

Carlos Garcia

ORC 4

Celtic Dream

João Miguel Reis

2002 Rating CNH – A

Air Mail

Luis Decq Mota

Rating CNH – B

Ofélia

Carlos Garcia

2001 Monocasco A

Morfeu

Pedro Carreiro

Monocasco B

Além Mar

Duarte Silveira

Turismo A

Cosmopolite

Armindo Furtado

Turismo B

Celtic Dream

Rui Mendonça

2000 Monocasco A

Oásis

Manuel Mota

Monocasco B

Boa Viagem

Duarte Silveira

1999 Monocasco A

Wings

José Medeiros

Turismo A

Cosmopolite

Armindo Furtado

1997 Monocasco A

X-Treem

Luís Quintino

Monocasco B

Ofélia

Carlos Garcia

Turismo A

Dijoca

C. Gonçalves

1996 Monocasco A

Mopat

Manuel Mota

Monocasco B

Amazing G.

José Urbano

Turismo A

Genoa

C. Penington

1995 Monocasco A

Wings

Carlos Araújo

Monocasco B

E. dos Açores

Armando Castro

Turismo

Fuga

Rui Rodrigues

1994 Monocasco A

Gatsby

Hermano Ferreira

Monocasco B

Asami

Paulo Gonçalves

Turismo

Seannine C.

O´Leary

1993 Monocasco A

Asami

Paulo Gonçalves

Turismo

Valsheda S.

T. Strauss

1992 Monocasco A

Josephine

Werner Gram

1991 Monocasco A

Pasha

Hermano Ferreira

Turismo

Cisne Esp.

Hildeberto Rodrigues

Multicascos

Olympus

Diocleciano Silva

1990 Monocasco A

Peso

Birger Jansen

Monocasco B Pasha

Hermano Ferreira

Multicascos Olympus

Diocleciano Silva

1989 Monocasco A

Ténaréze

Basson Van Der

Monocasco B

Porto Pim

Carlos Garcia

1988 Monocasco A

Josephine

Werner Gram

Multicascos

Olympus

Diocleciano Silva

24

Page 25: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

25

Page 26: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

26

Page 27: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

No decorrer da segunda parte da Expedição

M@rbis 2011, entre os dias 15 e 18 de Julho, e

integrado nos trabalhos de monitorização dos

Ilhéus das Formigas e Recife Dollabarat

realizados em conjunto entre a Estrutura de

Missão para os Assuntos do Mar (EMAM),

Governo dos Açores e o Departamento de

Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade

dos Açores foi possível recolher informações

que pretendemos que auxiliem na

monitorização, no controlo e na fiscalização

desta área. Neste sentido, além de todo o

trabalho de recolha de informação

georreferenciada e de alta qualidade sobre a

presença de espécies e habitats nestas águas

açorianas, também dedicámos esforço na

recolha de informação pertinente para a

actividade da Inspecção Regional das Pescas

(IRP).

Um cardume de Patruças (Kyphosus sp.) espécie pelágica comum mas que nos ilhéus das Formigas aglomera-se em grandes cardumes (João Encarnação)

Actualmente, o complexo que integra os Ilhéus

das Formigas e o Recife Dollabarat é uma

Reserva Natural integrada no Parque Natural de

Santa Maria. Por essa razão, todas as

actividades de extracção estão interditas, à

excepção da captura de tunídeos por salto e

vara, tendo esta que ser especialmente

licenciada. Tratando-se de um local isolado, a

cerca de 23 milhas a NE de Santa Maria e a 35

milhas a SE de São Miguel, a fiscalização desta

área é um desafio para as diferentes entidades

com competência na fiscalização e no controlo

da mesma.

Resultado da monitorização efectuada desde há

quase três dezenas de anos pelos

departamentos de investigação científica

marinha da Universidade dos Açores, para além

da identificação, quantificação e caracterização

das espécies, comunidades e habitats

existentes, têm sido recolhidos indícios de que,

mesmo sendo protegido e havendo um esforço

de fiscalização dirigido a esta área, a mesma

não tem sido completamente respeitada. Esta

conclusão é obtida por diferentes indícios, já

que, além de algumas comunidades de recursos

pesqueiros terem diminuído as suas

27

Page 28: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

abundâncias, foram igualmente recolhidas artes de

pesca perdidas. Acrescem a estes factos, claro, as

infracções que as diferentes autoridades têm

detectado e os alertas feitos por diferentes

utilizadores da área (empresas marítimos-turísticas,

velejadores de recreio e outros).

Ao longo do tempo, foram introduzidas diferentes

ferramentas para conseguir contornar as

dificuldades de fiscalização e de controlo das

Formigas. É uma actividade realizada diariamente

pela IRP, efectuado o controlo da actividade das

embarcações de pesca que possuem o sistema

MONICAP instalado. A caixa Azul, como o MONICAP

é vulgarmente conhecido, permite vigiar a actividade

das embarcações de pesca em qualquer local onde

se encontram já que a

informação de posição, depois

de recolhida é emitida via

satélite. Esta informação

permite vigiar e controlar a

actividade das embarcações de

pesca profissional de maior

porte, sendo possível identificar

diferentes comportamentos de

pesca e, caso se encontrem nesta área ou noutra

com restrições à actividade de pesca, instaurar

processos de contra-ordenação que penalizem os

infractores. A Marinha, Força Aérea e a Polícia

Marítima, no âmbito das suas actividades

de fiscalização efectuam missões regulares a

esta área, também com o objectivo de controlar

as actividades aí realizadas. Apesar de haver

melhorias na qualidade ambiental do Complexo,

este ainda não é suficiente.

Aproveitando o esforço dedicado a esta Missão

M@rbis, que incluiu a presença do NTM “Creoula”

e o NI “Arquipélago”, a IRP integrou estes

trabalhos com o objectivo de recolher dados e

informações que permitam encontrar formas

alternativas de vigilância e controlo à distância

desta área remota. No decorrer desta missão, e

apesar de as condições do tempo terem reduzido

a quantidade inicial de

trabalho planeada, foi

possível perceber que apesar

de as comunidades de

recursos pesqueiros

parecerem estar estabilizadas

ou mesmo em recuperação,

não se encontram nas

quantidades espectáveis para

um espaço protegido há dezenas de anos. Por

outro lado, tirando um velho anzol na boca de um

congro, nenhuma das 6 equipas de 5

mergulhadores em actividade encontrou artes de

pesca perdidas, o que parece indiciar que há uma

redução na exploração desta área, apesar de

NTM Creoula (navio de treino

de mar) da Marinha Portuguesa,

um dos navios que permitiu a

realização desta missão M@rbis

(Mónica Albuquerque)

28

Page 29: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

ainda serem relatadas às autoridades

situações de actividade ilegal.

Com os dados obtidos ficou claro que, apesar

de tecnologicamente difícil e representar um

investimento financeiro importante, dentro

em breve será possível implementar um

sistema de vigilância à distância que permita

melhorar a fiscalização da área, não só

dirigida à pesca profissional, já actualmente

coberta pelo sistema MONICAP, mas também

às actividades lúdicas, que estejam

relacionadas com a exploração de recursos

ou não devidamente autorizadas. O

incremento do respeito pelas regras

implementadas, auxiliada por uma

fiscalização cada vez mais eficaz, irá ajudar a

melhorar a condição ambiental. O objectivo

final é pôr em pleno funcionamento esta

Reserva e garantir que os seus benefícios

chegam às áreas adjacentes, nomeadamente

o banco de pesca Mar da Prata e as costas de

Santa Maria e São Miguel. Assim, as Formigas

contribuirão para esses locais, melhorando os

habitats e as comunidades existentes,

permitindo desta forma incrementos

económicos, não só para a pesca, mas para

todas as actividades lúdicas dirigidas à

observação de organismos no seu habitat

natural.

Para saber mais sobre as Missões M@rbis consulte: www.campanhasmarbis.org.

Rogério R. Ferraz

Inspector Regional das Pescas

Espécies pelágicas de grande porte como as bicudas (Sphyraena viridensis) são bastante comuns observar nesta área (José Tourais) 29

Page 30: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Os bancos e montes submarinos suportam

uma elevada diversidade biológica e são áreas

de pesca importantes nomeadamente em

regiões insulares como os Açores. As pescas

em montes submarinos (MS) reflectem em

geral a maior produtividade destas áreas, mas

o conhecimento dos processos pela qual, esta

produtividade é gerada, de que modo é

mantida, e quão “resistentes” são as suas

comunidades biológicas à perturbação e

exploração humana, permanecem ainda pouco

conhecidos. À escala global, o conhecimento

da biodiversidade dos montes submarinos é

ainda diminuto já que, foram relativamente

poucos os montes submarinos estudados

(menos de 300 em 100.000 grandes MS

estimados). Os montes submarinos são

estruturas geológicas comuns na ZEE dos

Açores, estimando-se a existência de 63

grandes MS e 398 pequenos montes ou

elevações menores. Na região, mais de 60%

das pescas demersais e de profundidade são

efectuadas em montes submarinos, sendo por

isso ecossistemas importantes em termos

económicos, que interessa gerir de forma

sustentável.

Ao longo dos anos o Departamento de

Oceanografia e Pescas (DOP) tem realizado um

importante esforço de investigação dos montes

submarinos, sendo actualmente uma instituição

reconhecida internacionalmente no estudo destes

ecossistemas. Com vista a aprofundar o

conhecimento acumulado foi implementado o

projecto: multidisciplinar CONDOR (Observatório

para o estudo de longo-prazo e monitorização dos

ecossistemas de montes submarinos nos Açores),

o qual se iniciou em meados de 2008. Este

projecto liderado pelo DOP, é co-financiado por

fundos do programa EEA-Grants (suportado pela

Islândia, Liechtenstein e Noruega), e tem como

parceiros o Instituto Nacional de Investigação das

Pescas e do Mar (IPIMAR) e o Institute of Marine

Research da Noruega (IMR). A escolha do banco

Condor para a realização deste estudo deveu-se a

vários factores: à sua proximidade ao Faial

(possibilitando visitas regulares e rápidas ao local),

ao seu tamanho (aos 400 m de profundidade a

área é sensivelmente igual à área da Ilha do Corvo

– 20 km2) e à amplitude de profundidades

existentes (180 – 1000 metros) cobrindo várias

gradientes biológicos importantes.

Observatório científico do banco Condor

uma abordagem pioneira

Localização do monte submarino Condor com indicação da área interdita à pesca demersal.

30

Page 31: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

O projecto CONDOR pretendeu

estabelecer uma estação científica de

observação de longo prazo no banco Condor,

com observações e recolha de dados em

permanência e recolha e inventariação do

maior número possível de organismos que ali

ocorressem. O projecto tem vindo a utilizar

metodologias de amostragem muito diversas, e

tem vindo a realizar um levantamento

exaustivo da biodiversidade do local, desde os

vírus e bactérias dos fundos marinhos do

banco, até às espécies de cetáceos e grandes

pelágicos que o visitam para se alimentar,

passando pelos, peixes demersais, pelo

fitoplâncton, zooplâncton, ou corais de

profundidade, encontra-se agora numa fase

mais intensa de análises laboratoriais e de

análise de dados. No decorrer do projecto

foram já fundeados no banco vários

equipamentos, os quais, a par das várias

campanhas de investigação têm permitido

recolher dados de grande interesse científico.

O observatório tem permitido, estudar as

condições hidrológicas, a dinâmica

oceanográfica; a biodiversidade do local, a

variabilidade espacial e temporal nas

abundâncias de alguns organismos que ali

ocorrem; bem como obter mapas topográficos

de elevada resolução que permitem

caracterizar os diferentes habitats existentes

com grande detalhe. Para além dos navios de

investigação Arquipélago, Noruega, Gago

Coutinho e a lancha de investigação Águas

Vivas, foram, também utilizados os ROV Luso e

o pequeno ROV Sp do DOP (ROV - Veículo

Operado Remotamente), para a recolha de

imagens de organismos e paisagens

submarinas a profundidades ainda mal

conhecidas, e foi desenvolvido uma nova

estrutura para recolha de imagens, equipada

com câmeras capazes de atingir os 3000 m de

profundidade.

O projecto tem vindo também a fornecer

dados importantes sobre o actual estado de

exploração das espécies de peixes de fundo do

banco Condor, e devrá permitir perceber quais

as alterações nas abundâncias que deverão

ocorrer depois de um determinado período

experimental de total interdição à pesca. Para

além da pesca comercial, está igualmente a ser

realizado um levantamento dos vários usos do

banco (e.g. pesca desportiva, pesca lúdica,

observação de cetáceos, etc) com o objectivo

de se obter de forma mais abrangente, o real

valor económico desta área e dos montes

submarinos da região em geral. Para já, foi

possível estimar que entre 1998 a 2008, foram

capturadas mais 1000 toneladas de algumas

espécies de peixes demersais (goraz, abrótea,

boca negra, alfonsim, cherne, imperador,

congro, bagre), que renderam, em valores de

primeira venda em lota, mais de 6 milhões de

euros. Conhecer o historial de pesca neste

Infografia do projecto Condor: equipamentos, plataformas e metodologias de amostragem.

31

Page 32: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

banco é importante para melhor percebermos

quais os níveis de exploração mais adequados

e sustentáveis. Até ao momento, marcaram-se

mais de 500 peixes demersais com interesse

comercial, e implantaram-se até agora mais de

30 marcas electrónicas em gorazes, que nos

permitirão perceber os movimentos e

migrações dos animais, ou o tempo de

residência no local.

.

O carácter inovador deste projecto,

reflecte-se não só no potencial de descoberta

científica que lhe está associado mas também,

na abordagem experimental de longo prazo

que é proposta e no seu carácter

multidiscipplinar, envolvendo mais de 40

pessoas, entre investigadores, estudantes e

técnicos. Os Açores, dadas as suas

características naturais, é provavelmente um

dos poucos locais do mundo onde seria

possível realizar uma investigação deste tipo e

com esta abrangência. A importância

económica dos montes submarinos para a

região justifica que se faça este esforço de

investigação já que, os benefícios internos

indirectos que são esperados, serão

certamente reflectidos numa melhor gestão e

numa melhor valorização dos nossos recursos

com ganhos económicos que serão visíveis a

médio prazo.

Não seria possível no entanto cumprir

com os objectivos deste projecto se o banco

Condor não fosse fechado a actividades de

pesca. Por isso desde Junho de 2010 que as

actividades de pesca não são permitidas no

banco Condor. A necessidade de implementar

estas restrições, prenderam-se com duas

razões principais da qual dependia o êxito

científico desta investigação. Por um lado,

evitar que os equipamentos fundeados no

Colocação e recolha de alguns dos equipamentos utilizados.

32

Page 33: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

banco fossem danificados pelas artes de pesca,

o que acarretaria elevados prejuízos e riscos

para o projecto. Por outro lado, a correcta

interpretação dos resultados só poderia ser

conseguida se não houvesse factores humanos

que podessem influenciar significativamente os

processos naturais em estudo,

comprometendo também irremediavelmente o

projecto.

Conscientes de que o projecto iria colidir

com os interesses imediatos de alguns dos

utilizadores do banco Condor, o assunto foi

discutido com todos os utilizadores

(“stakeholders”) e com o Governo Regional,

existindo um consenso alargado para que o

projecto prosseguisse. Saliente-se aqui aliás, a

compreensão dos pescadores e armadores,

principalmente do Faial, que desde o início

apoiaram o projecto e reconheceram a sua

importância e interesse, disponibilizando-se

desde logo para com ele colaborarem. Com a

publicação da portaria que proíbe as

actividades de pesca no local até Maio de

2012, e com a continuação dos trabalhos de

investigação em curso no banco através de

vários projectos complementares entretanto

aprovados e que estão a utilizar a área,

podemos dizer que este é certamente um dos

projectos mais abrangentes, e mobilizadores

que o DOP implementou até agora. Pelo seu

carácter único em termos mundiais, este

projecto é um exemplo da relevância e da

universalidade da ciência que por cá se vai

fazendo, utilizando as diversas competências

técnicas do DOP, e contribuindo mais uma vez

para o desenvolvimento e projecção dos

Açores no contexto das ciências do mar.

Gui Menezes e Eva Giacomello

Algumas imagens obtidas dos fundos do monte submarino Condor.

33

Page 34: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Em 2002, um grupo de 23 entusiastas,

ligados às Ciências do Mar e à conservação

do meio marinho, fundou o Observatório do

Mar dos Açores, uma associação técnica,

científica e cultural, sem fins lucrativos.

A associação surgiu em simultâneo com outros observatórios na região que se dedicam à divulgação e promoção das ciências geológicas (OVGA; Observatório Vulcanológico e Geológico dos Açores) e do ambiente (OAA: Observatório do Ambiente dos Açores). A fundação destas associações foi incentivada pela Administração Regional, com o intuito de se constituir uma rede de centros de ciências que promovesse a cultura científica e tecnológica na sociedade Açoriana. Hoje, esta Rede Regional de Centros de Ciência, promovida pela Secretaria Regional da Ciência e Tecnologia Equipamentos (SRCTE), está em progresso e conta com seis instituições parceiras.

Em 2004, o OMA fixou a sua sede na Fábrica da Baleia de Porto Pim, na Horta, por protocolo estabelecido com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM), proprietária do complexo.

Em 2010, o observatório foi considerado uma associação Equiparada a Organização Não-Governamental de Ambiente (ONGA), reconhecida pela Agência Portuguesa do Ambiente, o que enquadra a sua acção “… na defesa e valorização do ambiente ou do património natural e construído, bem como a conservação da Natureza".

No mesmo ano, o Governo dos Açores conferiu à associação o estatuto de Instituição de Utilidade Pública.

Estatutariamente, o OMA tem como objectivos gerais a divulgação da cultura científica e tecnológica, a promoção de actividades de observação, interpretação, sensibilização e educação ambiental, no âmbito das Ciências do Mar, e a conservação do Mar do Açores pela promoção de práticas sustentáveis, que preservem os recursos, a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas marinhos.

Para cumprir estes objectivos a associação

organiza oficinas didácticas de divulgação

34

Page 35: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

científica e ambiental, actividades de mar,

debates públicos, exposições e projecção de

filmes temáticos, edição de folhetos

informativos, livros, cartazes, etc.

As escolas primárias e secundárias, o público mais jovem e a sociedade sensível às questões do mar e da ciência são, naturalmente, os públicos-alvo da nossa associação.

O OMA centra também a sua acção na produção e disponibilização de informação técnico-científica relevante sobre o Mar dos Açores, na elaboração de pareceres e consultadoria técnica específica sobre questões relacionadas com o mar e com o ambiente e no desenvolvimento de estudos que tenham como objectivo observar o estado actual da qualidade do Mar dos Açores, a sua percepção, potencialidades e usos. Enquanto Equiparada a ONGA e sendo um Centro de Ciência, o OMA participa em

plataformas de discussão sobre política ambiental e científica, nomeadamente os Conselhos Regionais do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CRADS) e da Ciência e Tecnologia (CRCT). Por outro lado, e inerente ao facto de ter sede

na Fábrica da Baleia de Porto Pim, o OMA

criou, em 2008, o núcleo de história baleeira,

cuja sua acção tem vindo a afirmar-se no

panorama cultural regional. Os objectivos,

não estatutários, deste grupo incluem a

dinamização pública e a museografia da

exposição permanente desta infra-estrutura

industrial desactivada e a salvaguarda, estudo

e divulgação do património e da história da

baleação nos Açores, em particular no Faial.

Para cumprir estes desígnios o OMA conta

com o apoio de entidades públicas e privadas,

nomeadamente, da Direcção Regional da

Cultura e da empresa Reis e Martins Lda.,

antiga proprietária da Fábrica da Baleia e

detentora de dois armazéns da baleia, na Rua

Nova, além de um arquivo histórico

Paulo Henrique Silva (http://siaram.azores.gov.pt)

35

Page 36: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

fundamental para a compreensão do ciclo da

baleação no Faial.

Neste âmbito ainda, a associação integrar a Comissão Consultiva do Património Baleeiro (CCPB).

Para o desenvolvimento das diversas áreas de actuação, o OMA conta com dois funcionários, com os elementos da direcção e sócios e com vários colaboradores ao abrigo de programas específicos de promoção de emprego (estágios profissionalizantes) e de ocupação de tempos livres, entre outros. O voluntariado tem sido uma aposta recente que tem permitido aumentar o número de cooperantes. Em breve o protocolo estabelecido com a SRCTE possibilitará o aumento do número de técnicos na equipa. Actualmente, o OMA conta com cerca de 110 sócios, mas pretende angariar novos sócios aderentes e propor a nomeação de personalidades e instituições de reconhecido mérito para sócios honorários.

A fim de financiar a sua actividade esta associação, sem fins lucrativos, concorre a programas de financiamento públicos e a apoios privados, com projectos específicos que permitam dar continuidade aos trabalhos em desenvolvimento e iniciar outros considerados relevantes. Além disso, a venda das edições OMA e de merchandizing temático, produzido em parceria com a empresa de design gráfico FishPics, e com o Instituto do Mar e Universidade dos Açores (IMAR; DOP-UAç), constitui uma fonte de financiamento complementar não negligenciável.

O Observatório do Mar dos Açores está

vocacionado para estabelecer parcerias

com entidades públicas e congéneres, ou

com outras que tenham como objectivos a

divulgação das Ciências do Mar e da

Terra, o desenvolvimento ambiental

sustentável, o progresso da sociedade

alicerçado no conhecimento, e as

actividades ligadas ao mar.

O OMA mantém protocolos com o Governo

dos Açores, nomeadamente com a SRAM,

relativos à cedência da Fábrica da Baleia e

com a SRCTE no âmbito da referida rede

regional de ciência e a

tecnologia. Mais

especificamente, a

Direcção Regional dos

Assuntos do Mar

(DRAM) e a Sub-

Secretária Regional das

Pescas são parceiros

privilegiados na acção

desta instituição. A

Direcção Regional da

Cultura tem permitido o trabalho do núcleo

de história baleeira.

Naturalmente, o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP/UAç) e o Instituto do Mar Centro dos Açores (IMAR) são os parceiros científicos por excelência para as mais diversas valências do observatório. Nos últimos anos a Câmara Municipal da Horta, tem colaborado com o OMA em diversas acções de interesse público nos mais diversos temas. A Câmara do Comércio e Indústria da Horta, a Administração dos Portos do Triângulo e Grupo Ocidental, as associações e empresas como o Clube Naval da Horta, Geoparques Açores, Azorina, Hortaludus, entre outras, também tem tido um papel

36

Page 37: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

fulcral no apoio dispensado às várias actividades desenvolvidas e em curso. A empresa Reis e Martins, Lda., os Museus do Faial e do Pico, o Whaling Museum of New Bedford, a Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta e a unidade de investigação interuniversitária Centro de História de Além Mar tem dado um contributo fundamental nos projectos que

visam estudar e divulgar aspectos ligados à história marítima do Faial e da Região.

Para divulgar as suas actividades, o OMA dinamiza uma página Internet (www.oma.pt). Para aprofundar a sua acção o OMA está aberto à colaboração de todos os apaixonados pelas temáticas do mar. O mar é a nossa maior riqueza natural e a sua valorização sustentável o nosso maior desafio.

Fonte das imagens: http://siaram.azores.gov.pt/

37

Page 38: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

A Fábrica da Baleia de Porto Pim é um

complexo que se situa na parte sudoeste

da Baía Porto Pim, na encosta do Monte

da Guia. Este empreendimento industrial

começou a laborar em fase experimental

em 1942 e durante 32 anos, a empresa

proprietária SIMAL (Sociedade Industrial

Marítima Açoreana, Lda.) processou

1940 cachalotes que produziram 44 mil

bidões de óleo, entre outros sucedâneos!

Felizmente, em 1974, e acompanhando o

declínio mundial da indústria baleeira, a

fábrica fechou as suas portas.

Em 1980, o Governo Regional dos Açores

adquiriu todo o complexo fabril, que uns

anos mais tarde foi classificado como

Imóvel de Interesse Público.

Após recuperação, o Centro do Mar –

Fábrica da Baleia foi inaugurado em

2000, com o intuito de se tornar num

núcleo museológico de divulgação

cultural e científica. Quatro anos mais

tarde, o Observatório do Mar dos Açores

(OMA) instala aí a sua sede e desde então

tem sido a entidade gestora do espaço e

responsável pela sua dinamização. Em

2010, o complexo Fábrica da Baleia de

Porto Pim integrou o Parque Natural da

Ilha do Faial.

O núcleo museológico da fábrica

mantém-se como um dos melhores

exemplares da extinta indústria baleeira

açoriana, essencial para a compreensão

histórica, económica e social dessa

actividade. Os equipamentos usados no

processamento eram em grande parte

automatizados e funcionavam em

contínuo, constituindo à época uma

tecnologia avançada. O seu estado de

conservação actual deve-se muito ao

trabalho diligente do Patrão Manuel

Correia e do Sr. Manuel Amaral que

durante anos e por amor ao espólio, tudo

fizeram para que ele não se degradasse.

A exposição permanente, que inclui

praticamente toda a maquinaria original

da fábrica, ilustra o percurso do

processamento integral do cachalote de

outrora, para obtenção dos subprodutos

comerciais (óleo e farinhas). A fábrica

integra ainda um vasto espólio resultante

da intensa actividade baleeira que se

praticou no Faial no século XX,

gentilmente cedido pela empresa Reis e

Martins, Lda.

O núcleo museológico está aberto à

visitação pública e o visitante poderá

solicitar visitas guiadas. Em média, este

espaço tem sido apreciado por cerca de

7000 visitantes por ano. O roteiro da

fábrica inclui as salas das caldeiras de

vapor, das autoclaves e das farinhas e a

plataforma de desmancho e rampa de

varagem, onde se destaca a chaminé.

A sala dos óleos, com 8 tanques

subterrâneos e a sala Patrão Manuel, são

actualmente salas polivalentes.

A Loja da Fábrica, onde se pode adquirir artigos temáticos, localiza-se no edifício independente do complexo principal, que era usado como armazém de farinhas e óleos para exportação. Neste mesmo espaço está instalado o Centro Virtual de Interpretação Marinha, ou base do submarino CIMV 3000, um

38

Page 39: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

equipamento tecnológico, desenvolvido pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, que transporta os viajantes aos ambientes exóticos e profundos do Mar dos Açores.

Além do núcleo museológico

permanente, a Fábrica da Baleia de Porto

Pim é um espaço multiusos, aberto a

exposições temporárias, reuniões,

conferências, palestras, workshops,

cursos de pequena e média duração,

festas e actividades culturais diversas,

tanto organizadas pelo OMA, como pelos

seus parceiros e sociedade local.

Vale a pena visitar a Fábrica: usufrua de

um espaço atraente, com estética,

história e conteúdo, e depois relaxe na

praia ou no bar, enquadrados na

espectacular Baía de Porto Pim.

39

Page 40: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Troféu Atlantis Cup

Foi para nós uma grande honra e um privilégio, sermos convidados pelo Clube Naval da Horta,

para criar e executar com o nosso artesanato, os troféus para a Regata Atlantis Cup 2011.

As peças foram executadas em madeira de mogno /sapéli, pinho americano, faia portuguesa,

madeira de balsa para as ilhas e contraplacado marítimo para o verso.

Fazemos artesanato em madeira desde o Verão de 2003, e estamos inscritos como artesãos,

no CRAA – Centro Regional de Apoio ao Artesanato desde início de 2004.

Este tipo de arte é um hobby nosso pelo que nem sempre conseguimos ter muitas peças

disponíveis para venda ou exposição, apesar de já termos estado presentes em algumas das

feiras de artesanato da Semana do Mar, como aconteceu no ano passado.

A técnica de intarsia, deriva da marchetaria e consiste em utilizar diferentes tipos de madeiras,

de cores e espessuras diferentes, que depois de cortadas, lixadas e coladas compõem a peça

final.

Como acabamento final da peça, aplicamos verniz

incolor de preferência sem brilho ou de aspeto

acetinado, para realçar ao máximo os tons da

madeira.

Ao CNH os nossos agradecimentos por esta oportunidade, e bons ventos a todos os participantes da regata! Marta e Sérgio Scarlati

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RENÉE FRANÇOISE AMARAL

A Atlantis Cup à imagem dos anos

anteriores, está de regresso ao mar dos

Açores, organizado pelo Clube Naval da

Horta, e integrada na Festa da Semana do

Mar.

Desde 2009 a largada desta Regata dá-se a

partir de Santa Maria, ligando assim 4 ilhas:

Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial.

Como todos sabemos esta Regata é uma

das mais importantes regatas costeiras do

panorama náutico nacional.

Esta regata como o próprio nome indica -

Regata da Autonomia tem o apoio da

Assembleia Legislativa da RAA, com a

perspectiva de proximidade entre as ilhas

do arquipélago.

Este ano como participantes da ilha anfitriã

temos as seguintes embarcações:

Soraya, Mariazinha, Rift, Xcape, Ilha da

Ventura.

- Há quantos participa nesta Regata?

-É o primeiro ano.

- Que sentimento há em participar numa regata, que têm o espírito de união das ilhas deste

arquipélago?

-Nesta Regata o objectivo é cruzar a linha de chegada, evidenciando o espírito competitivo,

ou é manifestamente de mera participação?

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-É um pouco de ambas. Participamos porque gostamos de velejar, mas com o espírito de

darmos o nosso máximo para atingir o melhor resultado.

-Nesta regata há necessidade de equipar a embarcação com “palamenta” especifica tratando-

se de uma viagem de 220 milhas?

-No nosso caso já está equipado de base para viagens dessa natureza.

-A vossa tripulação é de quantas pessoas?

-6 tripulantes.

-Que emoção se tem ao chegar ao porto da Horta?

-Tivemos na Horta à poucos dias uma regata da classe 40 (classe de barcos com 40 pés de

comprimento), seria um desejo vosso um dia poder participar numa regata desta envergadura,

sendo reconhecida como “fórmula 1” na modalidade náutica.

-Sim, claro!

Entrevista feita por: Renée Françoise Amaral (directora CNH)

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- Há quantos participa nesta Regata?

-Já fiz 9 participações

- Que sentimento há em participar numa regata, que

têm o espírito de união das ilhas deste arquipélago?

-É importante a união entre as diversas ilhas e os

vários Clubes Navais, deveria haver mais

participação entre as tripulações, mais gente

envolvida fazendo desta regata uma festa maior,

esta regata devia estar directamente relacionada

com a Associação de Vela dos Açores, eu já

participei nesta regata com 60 embarcações que foi

fantástico.

-Nesta Regata o objectivo é cruzar a linha de

chegada, evidenciando o espírito competitivo, ou é

manifestamente de mera participação?

-Participamos sempre para fazer o nosso melhor, e

o melhor é ganhar, mas quando isso não acontece

ficamos também contentes.

-Nesta regata há necessidade de equipar a embarcação com “palamenta” especifica tratando-se de uma

viagem de 220 milhas?

-Tanto o barco como a tripulação estão preparados para fazer viagens desta natureza, a embarcação

está inscrita na classe oceânica, e a tripulação têm cartas de alto mar.

-a vossa tripulação é de quantas pessoas?

-9 px

-Que emoção se tem ao chegar ao porto da Horta?

-É tão bom chegar a casa …

-Tivemos na Horta à poucos dias uma regata da classe 40 (classe de barcos

com 40 pés de comprimento), seria um desejo vosso um dia poder

participar numa regata desta envergadura, sendo reconhecida como

“fórmula 1” na modalidade náutica.

-Acima de tudo gostaria mais de experimentar um barco desta classe, do que fazer essa competição.

Entrevista feita por: Renée Françoise Amaral (directora CNH)

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Page 44: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

- Há quantos participa nesta Regata

-Participo nesta regata a 9 anos.

- Que sentimento há em participar numa regata, que têm o

espírito de união das ilhas deste arquipélago?

-O sentimento é agradável pois é uma forma acessível de

realizar uma confraternização entre ilhas.

-Nesta Regata o objectivo é cruzar a linha de chegada,

evidenciando o espírito competitivo, ou é manifestamente

de mera participação?

-Nesta regata esta sempre presente o espirito competitivo

mas sempre bem apreciado o convívio em terra com as

diversas competições. Digamos que promove um pouco dos

dois mundos.

-Nesta regata há necessidade de equipar a embarcação com

“palamenta” especifica tratando-se de uma viagem de 220

milhas?

-Como a nossa embarcação está registada numa classe

onde apenas podemos circular no grupo central, pelo que

para a Atlantis cup pede-se uma autorização especial a capitania que é cedida desde que o barco

apresente a palamenta necessária para uma travessia destas.

-a vossa tripulação é de quantas pessoas?

-Este ano a tripulação do Mariazinha são 7

tripulantes.

-Que emoção se tem ao chegar ao porto da Horta?

-É sempre uma boa sensação pois quer dizer que

fizemos uma boa viagem e que tudo correu bem.

-A classificação está sempre presente mas chegar ao

destino é terminar e o grande objectivo.

-Tivemos na Horta à poucos dias uma regata da

classe 40 (classe de barcos com 40 pés de comprimento), seria um desejo vosso um dia poder participar

numa regata desta envergadura, sendo reconhecida como “fórmula 1” na modalidade náutica.

-Julgo que o sonho de qualquer velejador e realizar uma regata como a les sables - horta - les sables.

-Obviamente que e uma prova que não esta ao alcance de todos, requer uma preparação grande é um

grande investimento, e infelizmente nem sempre e fácil arranjar apoios nesse sentido.

Entrevista feita por: Renée Françoise Amaral (directora CNH)

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Page 45: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

A escola de vela do Clube Naval da Horta impressiona de várias formas e logo

à primeira vista.

Impressiona pelo facto de todos e cada um dos jovens e crianças

cumprimentarem todos os demais sempre que chegam para um treino.

Impressiona por todos os atletas, dos 6 aos 18, se ajudarem

mutuamente.

Impressiona quando se vêm 10, 15, 20 atletas parados, na rampa, sem

entrar na água, à espera que o treinador apareça e lhes dê indicação para

seguir para o mar.

Porque é que isto impressiona ? Porque já não se vê…

Na verdade é já muito raro ver crianças que chegam a um sítio público,

incluindo a sua sala de aula, e cumprimentam todos os demais. Na escola de

vela do CNH isso é regra.

Também já é raríssimo ver adolescentes a ajudar crianças pequenas e

vice-versa, na execução das mais variadas tarefas. Na escola de vela isso é

regra. Porque nenhum atleta, pequeno ou grande, consegue virar o seu barco

sozinho, porque qualquer atleta pode vir a precisar de ajuda no mar, onde todos

os barcos têm o mesmo tamanho e servem para salvar num momento de

aflição… Porque os mais velhos sabem que os mais pequenos não conseguem

carregar os barcos - que são mais pesados que eles próprios – ou as velas –

gigantes para quem tem pouco mais que um metro… Mas também porque os

mais novos aprendem que a sua ajuda, tão pequena como o seu tamanho,

pode ser tudo o que falta…

Impressiona, também, porque é excepcional o nível de cumprimento das

regras. Consegue imaginar 10 crianças/jovens, calmamente, à beira da água, à

espera de um aceno para entrar? À espera durante alguns minutos? Sem a

supervisão directa do treinador?

Foram estes aspectos que me impressionaram de imediato e que me

fizeram inscrever o meu filho na escola de Vela do Clube Naval da Horta.

Desde então fiquei muito mais impressionada.

Fiquei impressionada com a motivação destas crianças e jovens. Uma

motivação que, no Verão, os faz prescindir das tardes de praia com a família e

amigos em troca de horas a preparar pequenos optimist, elegantes laser ou

velozes 420 e horas de treinos no mar, finalizadas pela lavagem e arrumação

de todo o equipamento. Uma motivação que, no Inverno, os faz sair do conforto

das suas casas, resistir ao chamamento das TVs e PSPs, para apanhar frio,

vento e chuva no meio da baía. Uma motivação que os faz mergulhar num 45

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mundo totalmente novo, cheio de bolinas, popas e largos, retrancas e patilhões,

alhetas e vertedouros, orças, filaças e spis, estais e punhos da boca……… em

que não há esquerda e direita, cordas ou conduções….

Impressionou-me que estes atletas nunca briguem uns com os outros.

Excepcionalmente pode haver um «arrufo», uma troca de palavras, mas nada

mais. As crianças e jovens da escola de vela convivem sadiamente, sem

‘cortarem relações’ com o colega do lado, sem ‘cacetadas’, protegendo-se

mutuamente contra qualquer atitude desagradável de terceiros…

Impressiona a evidente felicidade, o êxtase, em que ficam ao saber que

vão chegar velas novas, novos barcos, novos mastros, etc. Ou a idêntica

felicidade que revelam quando descobrem que vão passar a usar uma vela ou

barco que, ainda que antigos, são de melhor qualidade que os seus actuais.

Impressiona a forma como, um dia de cada vez, uma onda ou refrega de

cada vez, estas crianças e jovens vão superando os seus medos e as suas

«falhas», lutando para ser melhores, para aguentar mais nós de vento, mar

mais «fresco», para fazer viragens mais rápidas, para rondar as bóias num

ápice…

Impressiona ver crianças e jovens passarem umas quantas horas do seu

fim de semana a reparar, a lixar e/ou polir o barco que lhes está atribuído,

arrastando os pais para o Clube, para «darem uma ajuda» … Alguém acredita?!

Impressiona a alegria, energia e vontade que têm quando entram em

competição… o orgulho que têm em levar mais longe o nome do Clube. Um

Clube que também fez por merecer os atletas que tem, apostando nestes

pequenos jovens, substituindo, com grande esforço financeiro, parte dos

equipamentos «velhotes» que existiam, etc.

Impressiona. Porque já não se vê….

Ass: uma mãe

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De 1 a 7 de Agosto acompanhe o diário da Atlantis Cup/Regata da Autonomia 2011, na RTP-Açores.

O programa com duração de cinco minutos, produzido pela Marimagens e apresentado por Joana

Rosa, tem transmissão a partir das 22h30.

O programa tem o patrocínio do Clube Naval da Horta, Assembleia Legislativa da Região Autónoma

dos Açores e Governo dos Açores.

Já começaram a chegar a Santa Maria os veleiros participantes da XXIII edição da Atlantis

Cup/Regata da Autonomia 2011. Até ao momento são treze os inscritos: dois de Lisboa, dois de

São Miguel, dois da Terceira, cinco do Faial e dois estrangeiros.

Para o dia de hoje, estão agendadas as verificações e medições técnicas, estando a largada prevista

para o dia um de Agosto por volta das 11h00.

A Atlantis Cup é uma organização do Clube Naval da Horta, com o alto patrocínio da Assembleia

Legislativa da Região Autónoma dos Açores e Governo dos Açores.

Este evento conta com o apoio do Clube Naval de Santa Maria, Clube Naval de Ponta Delgada,

Angra Iate Clube, Câmara Municipal de Vila do Porto, Câmara Municipal de Ponta Delgada e

Câmara Municipal da Horta.

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Page 48: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Em mais um dia de preparação para a largada da Atlantis Cup continuam as verificações e

medições das embarcações.

Para hoje, está ainda agendado um briefing com os skippers seguindo-se um convívio entre toda a

tripulação, patrocinado pela Câmara Municipal de Vila do Porto, a partir das 18h00 no Clube Naval

de Santa Maria.

Até ao final do dia esperasse que estejam todas as embarcações preparadas para mais uma edição

da Atlantis Cup com largada prevista para as 11h00. Os concorrentes vão contar com ventos de

noroeste com força de 15 nós.

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Page 49: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Já chegaram a Ponta Delgada os veleiros da

Atlantis Cup, depois de terem partido ontem

(1/08/2011) pelas 13h00 de Santa Maria.

O Xcape de Luís Quintino foi o primeiro a

cortar a linha de chegada, demorando cerca

de dez horas a percorrer as 60 milhas

náuticas, vencendo assim na classe ORC2.

Ainda na mesma classe seguiu-se a

embarcação de Carlos Moniz, Rift, e o Avé

Maria, de Jorge Silva, demorando onze e

catorze horas, respectivamente.

Nesta primeira perna registou-se a primeira desistência da prova, a embarcação Harfang Two, a

competir em ORC2, não conseguiu completar a etapa.

Na classe ORC 3 a vitória da primeira perna foi para o Desafinado que completou a prova em

treze horas, seguindo-se o Mariazinha quarenta e cinco minutos depois, o São Gabriel, que

levou catorze horas, e o Celtic Dream com mais uma hora que o anterior.

Na classe cruzeiro, o Soraya de Frederico Rodrigues também saiu vencedor, com um tempo de doze

horas. Logo atrás, o Ilha da Ventura, com um total de catorze horas, o Reflections que levou dezassete

horas de viagem e o 5 Estrelas completou a etapa em dezoito horas. Até à hora de fecho da linha de

chegada, às 13h00, o Blue Chip ainda não tinha chegado, sendo assim desclassificado.

Para o dia de hoje (02/08/2011) está agendado para as 18h00 um encontro com os skippers seguindo-se

um convívio entre todos os participantes da Atlantis Cup. Amanhã (03/08/2011) a largada da segunda

etapa está prevista para as 11h00.

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Page 50: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

Ao terceiro dia da Atlantis Cup (03/08/2011) os veleiros partiram para o mar pelas 11h00,

ligando as cidades de Ponta Delgada a Angra do Heroísmo, num total de 90 milhas náuticas,

que cumprem assim a segunda etapa da prova.

Na hora da largada, em Ponta Delgada, o vento soprava a uma velocidade de 8 nós.

Com menos um veleiro na frota, prevê-se que os doze participantes iniciem a chegar à Terceira

ainda esta madrugada.

Largada de São Miguel da Atlantis

Cup/Regata da Autonomia 2011

A segunda etapa da Atlantis Cup já navega rumo à Terceira. Com menos um veleiro na frota, os

participantes largaram de Ponta Delgada pelas 11h00.

Com o vento a rondar uma velocidade de 8 nós, aguardasse que os primeiros comecem a

chegar a Angra do Heroísmo durante esta madrugada.

Até ao momento os três primeiros em cada classe são: em ORC2 o Xcape, Rift e Avé Maria, na

ORC3 Desafinado, Mariazinha e São Gabriel, e em vela de cruzeiro o Soraya, Ilha da Ventura e

Reflections.

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Page 51: Atlantis Cup 2011 - Regata da Autonomia

4º dia Atlantis Cup/Regata da Autonomia 2011

A Atlantis Cup/Regata da Autonomia já está em Angra

do Heroísmo. Durante a madrugada foram chegando

as embarcações, depois de

terem saído de Ponta Delgada às 11h00.

Nesta segunda etapa, o Xcape de Luís Quintino foi

novamente o primeiro a chegar, com um tempo na linha de chegada de 10:50:39.

Ainda na classe ORC2 segue-se o Rift, de Carlos Moniz, com um tempo na linha de chegada de

12:48:46, bem como o Harfang Two com um tempo de 12:23:26.

Nesta classe o Avé Maria não conseguiu completar a etapa. Na classe ORC 3 o Desafinado repetiu o feito da primeira perna, ao chegar a Angra do

Heroísmo com um tempo na linha de chegada de 14:28:41. O Mariazinha, muito próximo do

Desafinado, principalmente na linha de chegada, conseguiu um tempo de 14:28:12. O São Gabriel e o Celtic Dream foram os que se seguiram nesta classe, obtendo um tempo na

linha de chegada de 14:49:16 e 15:28:03, respectivamente. Quanto à classe de cruzeiro, o Ilha da Ventura conseguiu um tempo na linha de chegada de

13:57:25, seguindo-se o Soraya com um tempo de 13:25:43 e o Reflections que na linha de chegada tinha m tempo de 15:32:35.

Nesta classe, e nesta segunda etapa, a embarcação 5 Estrelas não conseguiu terminar.

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No quinta dia de regata fomos conhecer a logística da Atlantis Cup. A organização explicou

todas as etapas do processo bem como o apoio de todos os clubes das várias ilhas por onde

passa a regata.

A Comissão de Regata, que certifica o comprimento das regras da prova, também explica qual

a sua acção.

A última etapa da Atlantis

Cup/Regata da Autonomia já navega

em direcção à Horta, depois de ter

largado hoje (07/08/2011), pelas

10h00, de Angra do Heroísmo. As

embarcações terão de percorrer uma

distância de 75 milhas náuticas,

naquela que é considerada a etapa

mais complicada da prova, devido às

opções de percurso que serão

tomadas, pelo norte de São Jorge,

entre o canal de São Jorge e Pico ou

pelo sul do Pico. Esta etapa será

ainda determinante para definir o

vencedor da classe de cruzeiro,

enquanto que na ORC2 e 3 os

vencedores estão praticamente

encontrados.

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