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Atividades Paleontológicas de Llewellyn Ivor Price (1905 - 1980) em Peirópolis, Município de Uberaba (MG), de 1948 a 1960 Rita de Cassia Tardin Cassab 1 Diogo Jorge de Melo 2 Introdução Ainda são modestos os estudos históricos voltados para a Paleontologia brasileira. Entre as atividades do século XIX, destacamos a contribuição de diversos pesquisadores estrangeiros, como o dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880) que descobriu ossadas pleistocênicas em grutas de Minas Gerais, o inglês Arthur Smith Woodward (1864-1944), dedicado ao estudo dos peixes fósseis e os americanos, Charles Frederick Hartt (1840-1878) idealizador da Comissão Geológica do Império e seu discípulo Orville Adalbert Derby (1851-1915), que mais tarde tornou-se o primeiro diretor do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (CASSAB, 2010 1 ). No entanto, são bem menores os estudos que se reportam ao desenvolvimento da Paleontologia ao longo do século XX e a personagem histórica de Llewellyn Ivor Price (1905-1980), alvo específico deste trabalho, se enquadra nesse contexto. No momento em que a Paleontologia se institucionalizou no Rio de Janeiro, representava-se em duas instituições, o Museu Nacional, atualmente pertencente a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, que em 1934 deu origem ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Nesta última, constava no organograma uma Divisão de Geologia e Mineralogia (DGM) e nesta, uma Seção de Paleontologia, onde se formou a primeira geração de profissionais brasileiros, iniciando um momento próspero e significativo para esta ciência no Brasil. Este trabalho possui como objetivo apontar um pouco da trajetória profissional de Llewellyn Ivor Price na Seção de Paleontologia do DNPM, na qual trabalhou longos anos de sua vida, desenvolvendo pesquisas com vertebrados fósseis. Foram destacadas as atividades realizadas por Price no distrito de Peirópolis, município de Uberaba, em Minas Gerais, iniciadas historicamente na década de 1940. Trajetória acadêmica e vida profissional Llewellyn Ivor Price nasceu na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em nove de outubro de 1905. Seus pais eram norte-americanos que vieram ao Brasil trabalhar como missionários metodistas. Viveu em Santa Maria até os seus onze anos de idade, quando então foi para os Estado Unidos estudar, graduando-se em Geologia pela Universidade de Oklahoma no final da década de 1920. Iniciou sua vida profissional nesta mesma universidade, tornando-se em 1930 assistente da cadeira de Paleontologia. Em seu curso de pós-graduação foi orientado por Alfred Sherwood Romer (1894-1973), um renomado paleontólogo de vertebrados da época. Foi a partir desse curso que os dois cientistas foram colaboradores em muitos trabalhos e iniciaram uma longa amizade. Ambos, em 1932, foram trabalhar na Universidade de Chicago e mais tarde, em 1934, contratados pela Universidade de Harvard, desenvolvendo suas pesquisas no Museum of Comparative Zoology. Nesta 1 Paleontóloga aposentada do Departamento Nacional de Produção Mineral e Pesquisadora vinculada ao Instituto de Geociências da UFRJ. [email protected] 2 Professor da Universidade Federal do Pará. [email protected]

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Atividades Paleontológicas de Llewellyn Ivor Price (1905 - 1980) em Peirópolis, Município de Uberaba (MG), de 1948 a 1960

Rita de Cassia Tardin Cassab1

Diogo Jorge de Melo2 Introdução Ainda são modestos os estudos históricos voltados para a Paleontologia brasileira. Entre as atividades do século XIX, destacamos a contribuição de diversos pesquisadores estrangeiros, como o dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880) que descobriu ossadas pleistocênicas em grutas de Minas Gerais, o inglês Arthur Smith Woodward (1864-1944), dedicado ao estudo dos peixes fósseis e os americanos, Charles Frederick Hartt (1840-1878) idealizador da Comissão Geológica do Império e seu discípulo Orville Adalbert Derby (1851-1915), que mais tarde tornou-se o primeiro diretor do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (CASSAB, 20101). No entanto, são bem menores os estudos que se reportam ao desenvolvimento da Paleontologia ao longo do século XX e a personagem histórica de Llewellyn Ivor Price (1905-1980), alvo específico deste trabalho, se enquadra nesse contexto. No momento em que a Paleontologia se institucionalizou no Rio de Janeiro, representava-se em duas instituições, o Museu Nacional, atualmente pertencente a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, que em 1934 deu origem ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Nesta última, constava no organograma uma Divisão de Geologia e Mineralogia (DGM) e nesta, uma Seção de Paleontologia, onde se formou a primeira geração de profissionais brasileiros, iniciando um momento próspero e significativo para esta ciência no Brasil. Este trabalho possui como objetivo apontar um pouco da trajetória profissional de Llewellyn Ivor Price na Seção de Paleontologia do DNPM, na qual trabalhou longos anos de sua vida, desenvolvendo pesquisas com vertebrados fósseis. Foram destacadas as atividades realizadas por Price no distrito de Peirópolis, município de Uberaba, em Minas Gerais, iniciadas historicamente na década de 1940. Trajetória acadêmica e vida profissional

Llewellyn Ivor Price nasceu na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em nove de outubro de 1905. Seus pais eram norte-americanos que vieram ao Brasil trabalhar como missionários metodistas. Viveu em Santa Maria até os seus onze anos de idade, quando então foi para os Estado Unidos estudar, graduando-se em Geologia pela Universidade de Oklahoma no final da década de 1920. Iniciou sua vida profissional nesta mesma universidade, tornando-se em 1930 assistente da cadeira de Paleontologia. Em seu curso de pós-graduação foi orientado por Alfred Sherwood Romer (1894-1973), um renomado paleontólogo de vertebrados da época.

Foi a partir desse curso que os dois cientistas foram colaboradores em muitos trabalhos e iniciaram uma longa amizade. Ambos, em 1932, foram trabalhar na Universidade de Chicago e mais tarde, em 1934, contratados pela Universidade de Harvard, desenvolvendo suas pesquisas no Museum of Comparative Zoology. Nesta

1 Paleontóloga aposentada do Departamento Nacional de Produção Mineral e Pesquisadora vinculada ao Instituto de Geociências da UFRJ. [email protected] 2 Professor da Universidade Federal do Pará. [email protected]

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instituição, Price ocupou o cargo de pesquisador assistente até 1944 e simultaneamente, foi pesquisador associado do Carnegie Institute of Washington de 1940 a 1942. Ao longo de sua carreira realizou em conjunto com Alfred Romer, vários trabalhos, destacando-se o primeiro, realizado em 1940, denominado “Review of the Pelycosauria” (CAMPOS, 19802).

Nos anos de 1936 e 1937, Price esteve no Brasil chefiando a Harvard Brazilian Paleontological Expedition. Nesta ocasião, foi convidado pelo diretor da DGM do DNPM para desenvolver pesquisas na área de Paleontologia de Vertebrados. Essas atividades só puderam ser iniciadas em 1940, pois contavam com o apoio financeiro de instituições norte-americanas, inicialmente o Carnegie Institution of Washington e depois, do Bureau of Inter-American Artistic and Intellectual Relations. Essas atividades o levaram a ser convidado para fazer parte do quadro de paleontólogos do DNPM em 1944, ficando lotado na Seção de Paleontologia. Nesta instituição desenvolveu sua bela trajetória, até o fim de sua vida profissional aos 70 anos. Após sua aposentadoria continuou trabalhando e desenvolvendo suas pesquisas. (CAMPOS, 1980).

Price foi um profissional bastante dedicado e minucioso no estudo dos vertebrados fósseis. Chegou a publicar ao longo de sua vida mais de 50 trabalhos sobre a Paleontologia e Estratigrafia do Brasil. Treinou uma equipe de técnicos capazes de lidar com os fósseis desde a retirada dos mesmos no afloramento, quando eram acondicionados para o transporte até as atividades de preparação no laboratório do DNPM, no Rio de Janeiro. No laboratório eram limpos e acomodados em estojos de gesso, que são verdadeiras artesanias (Figura 1). Price era um talentoso desenhista. Ele mesmo ilustrava seus trabalhos e deixou um legado de belas ilustrações científicas como mostra o esquema do crânio de Araripesuchus gomesii descrito por ele, em 1959. (Figura 2). Destaca-se também a organização de uma coleção osteológica de répteis recentes, feita com extremo capricho, para ser utilizada em estudos comparativos com os exemplares fósseis. Participou ativamente da criação da Sociedade Brasileira de Paleontologia, em 1957 (PORTO ALEGRE, 20093) e era sócio da Sociedade Brasileira de Geologia, sendo homenageado em 1978 e em 1980 com a Medalha de Ouro “José Bonifácio de Andrada e Silva” SBG 4.

Figura 1

Figura 2

Com base nos materiais didáticos produzidos e diversas outras atividades

realizadas ao longo de sua carreira, entendemos que a metodologia utilizada por Price estava de acordo com as correntes científicas, paleontológicas e museológicas, mais avançadas da época. Como era um observador meticuloso, suas anotações são consultadas até hoje, sendo capazes de esclarecer sobre o modo de ocorrência in situ dos fósseis no afloramento e em qual etapa foram coletados. A figura 3 demonstra o mapa resultante do principal afloramento estudado, conforme o desmonte dos sedimentos era realizado (Kellner & Campos, 19995). Informações que foram preciosas para estudos posteriores, como visto na tese de mestrado de Marcelo N.F. Trotta (20026) e nos artigos de Trotta et al. (20027) e Kellner et al. (19988).

Figura 3

Price foi casado com Maria da Glória Tavares Price, que além de sua

companheira era também bibliotecária do DNPM e o ajudava na busca de trabalhos em

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outras bibliotecas nacionais e estrangeiras. Price organizou uma biblioteca pessoal, que hoje leva seu nome e integra o acervo do Museu de Ciências da Terra do DNPM-RJ. Constava de livros, separatas e diversas publicações muito utilizadas na época, com livre acesso aos pesquisadores. Em entrevista, a paleontóloga Marise Sardenberg Salgado de Carvalho, ao comentar sobre Price, cita que utilizava muitas informações contidas na sua biblioteca.

“O Price era muito sério, mas era muito simpático. Ele listava a

bibliografia, porque tinha uma bibliografia enorme e a gente tinha muita

dificuldade com bibliografia na época porque, a xerox era uma coisa

difícil e a biblioteca do DNPM tinha algumas coisas. Era uma biblioteca

boa, mas não tinha muitas coisas... algumas coisas que você queria você

tinha que escrever para alguma pessoa, que tivesse para mandar uma

cópia e o Dr. Price tinha muitos contatos e muita bibliografia boa, que a

gente precisava... ele era muito organizado. Ele tinha um fichário super

organizado. Era casado com a Dona Glorinha, da biblioteca. Ela também

organizava muitas coisas para ele da biblioteca” (Entrevista Marise

Carvalho 27/01/2012).

A paleontóloga Vera Medina da Fonseca também em entrevista se referiu

a Price e a biblioteca:

“Tinha muito mais que aquilo. Ele colecionava tudo o que dizia a respeito

a fóssil do Brasil, fosse o que fosse. Apesar dele ser especializado em

vertebrado, ele colecionava qualquer coisa. Ele tirava xerox e colocava

numas pastinhas, não era nada muito sofisticado não, mas era o acervo

com muita informação. Eu me lembro que a gente usou muito essa

biblioteca para fazer o levantamento do RADAM, porque ele tinha muita

coisa, interessante. Eu me lembro que eu estava fazendo a folha Belo

Horizonte e eu cheguei a pegar uns volumes em dinamarquês do Museu

Lund, lá da Dinamarca, que ele tinha, uns 3 ou 4 volumes, belíssimos!

Todos bem encadernados, bem desenhados... Então ele tinha desde essas

coisas até o xerox que ele tirava, colocava uma capinha da papelão, ele

mesmo. Naquela época nada estava informatizado, era tudo mesmo na

mão, era tudo manual, mas ele tinha tudo organizadinho. Ele foi sempre

uma pessoa delicada, e ele dizia pra gente: pode pegar o que quiser, desde

que coloque um papelzinho aqui dizendo que levou. A minha relação com

ele era muito boa. ” (Entrevista Vera Fonseca 14/01/2011).

Grande parte do material dessa biblioteca foi obtida durante uma viagem de

estudos realizada entre agosto de 1951 e setembro de 1952, quando recebeu uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Fundation, sediada em Nova York. Nessa ocasião ele obteve da Geological Society of America, cerca de 20.000 páginas de microfilmes de trabalhos científicos, com os quais poderia dar continuidade às pesquisas em andamento no Brasil. Esta biblioteca foi absorvida pela instituição e hoje está parcialmente representada em uma exposição sobre o paleontólogo.

Neste ano em que esteve fora do Brasil, Price permaneceu os sete primeiros meses em Nova York visitando instituições, examinando coleções, fazendo intercâmbio

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de espécimes fósseis e de literatura cientifica. Após essa temporada, recebeu auxílio financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), e pode então realizar alguns trabalhos de campo e visitar outras instituições nos Estados Unidos. Seguiu depois para a Europa, contatando pesquisadores na França, Inglaterra e Portugal, antes de retornar ao Brasil.

Price faleceu no dia 14 de março de 1980, ainda em pleno vigor de sua capacidade física e intelectual, no mesmo dia em que recebia a Medalha José Bonifácio, da Sociedade Brasileira de Geologia, como prêmio pela contribuição prestada a Geologia brasileira. Vera em entrevista comentou um pouco o episódio do falecimento de Price e neste comentário percebemos que ele se dedicou à Paleontologia até o fim. “Eu me lembro do Dr. Price dele se despedindo da gente... ele chamava a gente de escrrravas.

Ele dizia assim: Até logo escrrrravas, até amanhã. No dia seguinte a gente soube que ele tinha

tido um enfarte e morreu na casa dele. ” (Entrevista Vera Fonseca 14/01/2011).

Dentre as suas produções científicas encontramos trabalhos sobre répteis e

mamíferos fósseis, dos quais se destacam a descrição de dinossauros e crocodilianos. Uma das atividades mais expressivas na trajetória profissional de Price, foi a descoberta de jazigos fossilíferos do Cretáceo no município de Uberaba, em Minas Gerais. Esse momento ficou marcado, após a descoberta de fósseis nesta região, em 1945. Caracteriza-se em uma localidade extremamente fossilífera, de onde foram extraídos diversos ossos de animais de pequeno, médio e grande porte, destacando-se os restos de dinossauros saurópodos, do grupo dos titanossauros.

Estas descobertas acabaram gerando a criação em 1991 do “Museu dos Dinossauros” e do Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price. Atualmente ambos se integram à Fundação Municipal de Ensino Superior de Uberaba (FUMESU), mantenedora do Centro de Ensino Superior de Uberaba (CESUBE). Primeiras notícias sobre os fósseis da Região de Uberaba Os primeiros fósseis da região de Peirópolis, distrito de Uberaba, foram encontrados em 1945, por Luiz Francisco Feijó Bittencourt, engenheiro da Estrada de Ferro Mogiana. Os operários realizavam escavações para retificação de alguns trechos da ferrovia, nas proximidades de Mangabeira, ao norte da cidade de Uberaba. Entre os ossos encontrados, destacava-se um fêmur de dinossauro com 1,3 m de comprimento, atribuído a família Titanosauridae. (Figura 4)

Figura 4

Os sedimentos onde os fósseis da região de Peirópolis são encontrados

pertencem ao Grupo Bauru. Os primeiros achados de fósseis nesta unidade geológica foram registrados no início do século XX e consistem de uma extensa sequência sedimentar continental, encontrada em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, estendendo-se até o território do Paraguai. Pertencem a esta unidade as formações Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina, Marília e Uberaba. São depósitos de arenitos e siltitos, de ambiente semiárido com sistemas de rios meandrantes, datados do Cretáceo Superior (KELLNER, 19969). Price (195310) cita que Orville Derby, em 1893, teria encontrado restos de quelônios em sedimentos, que hoje são considerados como pertencentes do Grupo Bauru e Ihering, 1911 (apud Kellner, 1996) refere-se a fósseis encontrados na região de São José do Rio Preto, em São Paulo.

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No ano de 1946, ocorreu um novo achado de fósseis na área de Peirópolis. Desta vez eram fragmentos de ossos, aparentemente sem importância, mas entre eles estava um ovo de dinossauro com forma esferoidal de 15 cm de diâmetro, que foi descrito oficialmente por Price, em 1951. Segundo consta, foi primeiramente utilizado como uma bola de bocha, o que lhe causou a destruição da camada externa da casca (PRICE, 195111).

No entanto, somente em 1947, a notícia dos achados chegou ao Dr. José Felicíssimo Júnior, do Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo, e este repassou a informação ao DNPM. Em junho do mesmo ano, Price solicitou aos geólogos Kenneth Edward Caster, Fernando Flávio Marques de Almeida, Otávio Barbosa e Setembrino Petri, que visitassem as localidades com as ocorrências fossilíferas, uma vez que estavam a caminho de Mato Grosso para trabalhos de campo. Em sete de julho deste mesmo ano, Price fez sua primeira visita ao afloramento, determinando o jazigo principal e coordenando como seria realizado o desmonte do afloramento. Pesquisas sistemáticas na região de Peirópolis

A partir de 1948, Price passou a realizar uma exploração sistemática e cuidadosa naquela região, coletando muitos e excelentes exemplares de fósseis. Em Peirópolis contou com o apoio de dois auxiliares técnicos do DNPM, que o ajudavam no desmonte e no preparo dos fósseis para transporte até o laboratório, eram Alberto Lopa, feitor de campo, e após a morte deste, foi substituído por Langerton Neves. No laboratório de preparação, no DNPM, Rio de Janeiro, faziam parte de sua equipe os preparadores Júlio de Sousa Carvalho, Otávio da Silva Santos e Luiz Júlio da Silva e no laboratório fotográfico, Mário Carnaval.

De 1948 a 1969, Price realizou diversas viagens de campo na região, portanto, foram 21 anos de dedicação e estudo desses jazigos fossilíferos. Diversos trabalhos foram publicados por Price, sobre os fósseis dessa unidade geológica, a Formação Bauru e dessa localidade como mostra a Tabela 1. O primeiro foi aquele em que descreveu um ovo de dinossauro da família Titanosauridae, catalogado sob o número DGM 348-R do catálogo de Répteis Fósseis da DGM (PRICE, 1951). Tabela 1 - Publicações de Llewellyn Ivor Price correlacionadas ao Grupo Bauru. Baseado em Iglesias e Meneghezzi (1957a12; 1957b13; 196414).

ANO Título Publicação

1945 A new reptile from the Cretaceous of Brazil Notas Preliminares Estudos, nº 25

1950 On a new crocodilian, Sphagesaurus, from the Cretaceous of the State of São Paulo, Brazil

Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 22, nº 115

1950 Os crocodilídeos da fauna da Formação Baurú, do Cretáceo terrestre do Brasil Meridional

Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 22, nº 4 16

1951 Um ovo de dinossáurio na Formação Baurú, do Cretácico do Estado de Minas Gerais

Notas Preliminares e Estudos, 53

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1953 Os quelônios da Formação Bauru, Cretáceo terrestre do Brasil Meridional

Boletim DNPM DGM, nº 147

1955 Novos crocodilídeos dos arenitos da Baurú, Cretáceo do Estado de Minas Gerais

Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 27, nº 417

1959 Sobre um crocodilídeo notossúquia do Cretácico brasileiro

Boletim DNPM DGM, nº 18818

1961 Sôbre os dinossáurios do Brasil Anais da Academia Brasileira de Ciências v. 33 (3-4)19

1973 Iguanid lizard from the Upper Cretaceous of Brazil

Science, v. 18020

A produção científica pode parecer acanhada, principalmente pelo grande

volume de tempo que ele dedicou ao estudo dessa localidade, mas deve-se ressaltar que o grande legado às gerações futuras, foi sem dúvida, o cuidado na coleta e a preparação deste material. Atividades que demandam tempo, desde a limpeza dos fósseis, com a retirada cuidadosa da matriz, a colagem das partes quebradas, a cama de gesso em que eram acondicionados e ainda, o tempo de treinamento de uma equipe que pudesse desempenhar bem tal atividade

O paleontólogo por diversas vezes contou com o apoio do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) para as suas viagens. Inicialmente o encontro dos fósseis mobilizou muito a comunidade científica e também a leiga, como atesta o artigo do Deputado Mário de Ascensão Palmério (1956)21, que falou sobre as verbas designadas pelo Ministério da Agricultura para incremento das pesquisas no Brasil Central.

Atividades de Price em Peirópolis

Para se ter uma ideia do desenrolar das atividades de Price em Peirópolis,

transcrevemos a seguir as informações que constam no Relatório Anual do Diretor da DGM do DNPM, de 1945 a 1960. Esses relatórios infelizmente foram interrompidos no ano de 1960, pois contém muitos registros das atividades dos pesquisadores, com detalhes, de grande importância histórica.

1945 - Price fez uma curta viagem a Uberaba para visitar os cortes recentes

feitos pela Estrada de Ferro Mogiana e examinar os jazigos de répteis cretáceos encontrados. Segundo ele, a área era de grande interesse para o estudo da formação Bauru. Destacou que entre o material analisado havia um fêmur de “dinossaurídeo”.22

1947 - Em junho deste ano retornou ao Triângulo Mineiro. Devido ao tempo chuvoso não pode examinar as ocorrências de fósseis que estavam localizadas nos cortes da estrada de ferro e algumas outras de fácil acesso. Em seu relatório ressaltou que a ocorrência que apresentava melhores probabilidades de pesquisa, estava na localidade de Peirópolis, embora necessitasse de um desmonte antes do início dos trabalhos.

1948 - Na viagem feita a Peirópolis, prosseguiu com a coleta de fósseis no talude, abaixo do nível do jazigo em que se dava o desmonte. O nível principal do afloramento ficava na encosta da chapada, na Serra da Ponte Alta. Em seu relatório destacou que aquele jazigo fossilífero merecia uma atenção especial, pois estava em

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vias de extinção – uma caieira instalada nas proximidades utilizava o calcário para queima.

A repercussão do encontro desses jazigos fossilíferos na época foi de tal importância, que o diretor da DGM, Matias Gonçalves de Oliveira Roxo, visitou Price durante os trabalhos de campo e muito se interessou pelo sucesso da pesquisa.

De volta ao laboratório do DNPM, orientou a preparação dos fósseis coletados. Nessa etapa predominavam restos de quelônios do gênero Podocnemis, mas havia também algumas peças de dinossauros do grupo dos saurópodos.

1949 - Em outubro de 1949 iniciou os trabalhos em Peirópolis. Dois meses antes, enviou o feitor de campo para iniciar o desmonte de solo e rocha necessários para retirada e limpeza dos fósseis. O desmonte consistia da remoção de 4 a 18 metros de arenitos e conglomerados, que se sobrepunham à camada fossilífera. Essa remoção era feita por meios naturais, utilizando às vezes tiros de pólvora para os sedimentos mais resistentes. A remoção do último metro da capa sobre o leito fossilífero era sempre feita na presença de Price, que fazia primeiramente o estudo dos fósseis in situ, registrando as observações necessárias que resultariam no esquema da figura 3. Após essa etapa procedia-se então ao acondicionamento dos fósseis para transporte até ao DNPM, no Rio de Janeiro.

A área horizontal explorada (até 1958) era de 185 m2, numa frente de 30 m. A

escavação penetrou numa extensão máxima de 14 m, e este também era o ponto de maior espessura, atingindo 18 m.

Segundo ele, o trabalho aquele ano havia sido altamente compensador. A coleção organizada representava o melhor conjunto faunístico conhecido até então na formação Bauru. Foram retirados fósseis de dinossauros, crocodilídeos, grandes tartarugas, cascas de ovos de répteis, escamas de peixes, tubos de vermes, alguns moluscos e fragmentos de vegetais. Destaca ainda que no futuro esse empreendimento dará muitos esclarecimentos sobre a Geologia do Cretáceo continental do Brasil.

1950 - Dando prosseguimento às pesquisas sobre essa fauna da formação Bauru, Price permaneceu em Peirópolis de 21 de junho a 22 de julho de 1950, orientando o desmonte necessário à retirada dos fósseis. Dessa vez coletou um grande número de ossos isolados de quelônios pleurodiros de grande porte, ossos espalhados de um crocodilídeos que mais tarde foi descrito como Itasuchus jesuinoi, de celurossauros e algumas vértebras de um dinossauro da família Titanosauridae. Em outro local, 1 km ao norte da jazida, foram encontrados fósseis de uma nova espécie de crocodilídeo da subfamília Sebecosuchia descrito como Peirosaurus tormini.

1951 - No primeiro trimestre de 1951 viajou à Peirópolis para orientar o trabalho dos técnicos no campo. No laboratório, 24 ossos de dinossauros foram limpos e preparados para estudo.23

1952 - Em virtude de sua viagem de estudos ao exterior, realizada (agosto de 1951 e setembro de 1952), Price não esteve em Peirópolis no ano de 1952, supervisionando apenas no laboratório a preparação dos répteis trazidos nas viagens anteriores.24

1953 - No trabalho de campo realizado em 1953 coletou um magnífico espécime de quelônio Pleurodira, no mesmo local onde há quatro anos vinha efetuando o desmonte do arenito. Percorreu também a região de Mangabeira, ao norte de Uberaba, delimitando a área fossilífera onde procederia futuras escavações.25

1954 - Continuou com o desmonte em Peirópolis. No laboratório, os fósseis coletados no ano anterior foram preparados por Otávio da Silva Santos, destacando-se entre eles um exemplar completo de uma tartaruga do gênero Podocnemis, cuja carapaça media 70 cm de comprimento por 50 cm de largura.26

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1955 - Em 1955, dando continuidade aos trabalhos, retirou a melhor coleção de ossos de saurópodos conhecida até então no Brasil. Esta coleção incluía partes de dois dinossauros de porte mediano, com cerca de 12 m comprimento, sendo que em um dos espécimes a coluna sacrodorsal estava articulada. Segundo Price, estes exemplares permitiam definir com maior segurança as caraterísticas da família Titanosauridae. Ressaltou que a preservação era excepcional, não tendo conhecimento de material melhor em nenhuma outra instituição de pesquisa brasileira. Ainda no Triângulo Mineiro, verificou duas outras localidades fossilíferas nos arredores da cidade de Campina Verde, município de mesmo nome.27

Nesse mesmo ano, Price publicou um trabalho sobre duas espécies de crocodilos provenientes de Peirópolis, cujos nomes científicos homenageiam o lugar ou pessoas, que de alguma forma estão ligadas aos fósseis. São Itasuchus jesuinoi, em homenagem Jesuíno Felicíssimo Júnior, responsável pelas primeiras notícias sobre os fósseis do local das pesquisas. Peirosaurus torminni, em homenagem a Peiró, antiga família que se estabeleceu no local e que hoje dá nome a localidade e ao Sr. Hermann Torminn, que muito o ajudou no decorrer dos trabalhos de campo (PRICE, 195528).

1956 - Fez nova viagem para observar o andamento dos trabalhos naquele local. No laboratório orientou a preparação da maior parte dos saurópodos coletados no ano anterior. Para divulgar o jazigo fossilífero de Peirópolis organizou um painel fotográfico demonstrativo dos trabalhos, que foi exibido na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em julho, na cidade de Ouro Preto, MG.29

1957 - Price passou três dias do mês de agosto em Peirópolis, orientando o desmonte. Retornou em 24 de outubro e permaneceu até 23 de novembro. Durante esse tempo coletou outros fósseis de saurópodos, destacando-se uma série de 19 vértebras caudais, perfeitamente articuladas, com seus respectivos chevrons e a última vértebra sacral.

1958 - Price passou de 15 de outubro a 14 de novembro em Peirópolis. Os fósseis coletados eram na sua maioria restos de quelônios do gênero Podocnemis, mas havia também alguns ossos de crocodilídeos e de dinossauros. Confeccionou um mapa para registrar a geologia local.

1959 - Price (1959) publicou no Relatório Anual do Diretor da DGM/DNPM ano de 1958 um resumo de seus 10 anos de atividades na região de Uberaba. Pelas suas previsões tão cedo não iriam cessar os trabalhos naquela área, devido à riqueza de fósseis e aos trabalhos de desmonte necessários para retirá-los.30

Realizou nova coleta de fósseis entre 15 de agosto e 22 de outubro. Uma coleção bastante rica foi removida, destacando-se o encontro do primeiro crânio de um quelônio, a região sacro-pélvica articulada de um saurópodo e numerosos ossos de dinossauros. Nesta data a área desmontada e explorada já ultrapassava de 200 m2. Examinou também restos de dinossauros no Morro da Galga, 20 km ao norte de Uberaba, em um corte de uma nova rodovia.31

1960 - Preparou o crânio do quelônio coletado no ano anterior, e só em 1961 prosseguiu com a exploração do jazigo fossilífero em Peirópolis. Pesquisou outros afloramentos da Formação Bauru, explorando cerca de 20 km a leste, até Ponte Alta e 6 km para o norte, indo até Monte Alegre. No laboratório, preparou dois ossos pélvicos articulados de dinossauros.32

Pelos detalhes das atividades apresentadas de Llewellyn Ivor Price podemos

observar que foi um pesquisador com muitas habilidades, um homem com uma visão bem avançada das práticas da Paleontologia, desde a coleta até a publicação do artigo. Suas habilidades manuais acrescentaram bastante qualidade às suas pesquisas. Ainda hoje sua metodologia de preparação de fósseis é seguida por muitos seguidores atuais.

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Figuras

Figura 1 – Llewellyn Ivor Price – no laboratório de preparação de fósseis

Figura 2 – Ilustração de um crocodilídeo fóssil feito por Price.

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Figura3 – Esquema dos fósseis de acordo com as coletas feitas

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Figura 4 – Fêmur de dinossauro com 1,3 m de comprimento.

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Referências

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