atividades físicas e aptidão física

30
01. O Exercício Físico e o Sistema Cardiovascular O exercício físico proporciona uma melhora da aptidão física do ser humano contribuindo para a melhoria da saúde e elevando a qualidade de vida, diminuindo estresse, melhora na função cardiorrespiratória, salientando que qualquer tipo de atividade física deve ser introduzido de uma forma gradativa na rotina e sempre respeitando os limites do corpo humano. As respostas fisiológicas principalmente no Sistema Cardiovascular têm como objetivo manter a homeostasia celular em face do aumento das demandas metabólicas. Na prática, ocorrem algumas alterações fisiológicas que vai proporcionando adaptações no sistema cardiovascular, tais como a frequência cardíaca e a pressão arterial (PA), sua resposta adequada depende das características do exercício que será executado, ou seja, do tipo, da duração, da intensidade e da massa muscular envolvida. A frequência cardíaca é o marcador de trabalho cardíaco (batimentos cardíacos), que quando se encontra na prática de algum exercício físico está com um número aumentado, devido a mobilização no sangue do corpo para os músculos, ou seja, a quantidade de sangue colocada em circulação aumenta conforme a necessidade de fornecer oxigênio aos músculos esqueléticos. O coração responde ao exercício físico através do aumento na frequência de suas contrações (ROBERGS e ROBERTS, 2002). Esse aumento decorre do fluxo sensorial proprioceptivo proveniente dos músculos, tendões, cápsula articular e ligamentos que é iniciado no momento da prática da atividade física e segue em direção ao sistema nervoso central (SNC), que interpreta e integra estas informações respondendo adequadamente via sistema nervoso autônomo simpático. Além disso, alguns metabólitos e quimiorreceptores também influenciam as respostas cardiovasculares e respiratórias ao exercício resistido (TORTORA e GRABOWSKI, 2002).

Upload: francisco-sousa

Post on 15-Jul-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Este trabalho tem como objetivo principal arrolar os principais termos para a atividade física e sua ligação com a saúde

TRANSCRIPT

Page 1: Atividades Físicas e Aptidão Física

01. O Exercício Físico e o Sistema Cardiovascular

O exercício físico proporciona uma melhora da aptidão física do ser humano contribuindo para a melhoria da saúde e elevando a qualidade de vida, diminuindo estresse, melhora na função cardiorrespiratória, salientando que qualquer tipo de atividade física deve ser introduzido de uma forma gradativa na rotina e sempre respeitando os limites do corpo humano. As respostas fisiológicas principalmente no Sistema Cardiovascular têm como objetivo manter a homeostasia celular em face do aumento das demandas metabólicas. Na prática, ocorrem algumas alterações fisiológicas que vai proporcionando adaptações no sistema cardiovascular, tais como a frequência cardíaca e a pressão arterial (PA), sua resposta adequada depende das características do exercício que será executado, ou seja, do tipo, da duração, da intensidade e da massa muscular envolvida.

A frequência cardíaca é o marcador de trabalho cardíaco (batimentos cardíacos), que quando se encontra na prática de algum exercício físico está com um número aumentado, devido a mobilização no sangue do corpo para os músculos, ou seja, a quantidade de sangue colocada em circulação aumenta conforme a necessidade de fornecer oxigênio aos músculos esqueléticos.

O coração responde ao exercício físico através do aumento na frequência de suas contrações (ROBERGS e ROBERTS, 2002). Esse aumento decorre do fluxo sensorial proprioceptivo proveniente dos músculos, tendões, cápsula articular e ligamentos que é iniciado no momento da prática da atividade física e segue em direção ao sistema nervoso central (SNC), que interpreta e integra estas informações respondendo adequadamente via sistema nervoso autônomo simpático. Além disso, alguns metabólitos e quimiorreceptores também influenciam as respostas cardiovasculares e respiratórias ao exercício resistido (TORTORA e GRABOWSKI, 2002).

O sistema nervoso autônomo é o principal regulador da FC, na maioria das vezes, as alterações da FC, assimilam uma ação recíproca do sistema simpático e parassimpático: aumento da atividade parassimpática e redução da simpática; e vice-versa (BERNE e LEVY, 2000). As fibras nervosas simpáticas originam na média espinhal e aumentam a FC e a força de bombeamento do coração, já as fibras parassimpáticas originam do nervo vago e tem efeito contrário as simpáticas através da liberação de acetilcolina (GUYTON; HALL, 2002).

Algumas alterações na FC podem ser observadas no repouso, durante e após os exercícios. De acordo com Guyton e Hall (2006 p. 147) “o termo “taquicardia” significa frequência cardíaca rápida, geralmente definida, no adulto, como acima de 100 batimentos por minuto. ” Ainda segundo eles as causas desse aumento incluem o aumento da temperatura corporal e estimulação do coração pelos nervos simpáticos. “O termo “bradicardia” significa frequência cardíaca lenta, em geral definida como menos de 60 batimentos por minuto” e tem na estimulação vagal uma de suas principais causas (GUYTON e HALL, 2006).

Page 2: Atividades Físicas e Aptidão Física

Na pressão arterial, que é a força com qual o coração bombeia o sangue através dos vasos, onde sua determinação é o volume de sangue que sai do coração e a resistência no caminho, quando o corpo está em alguma atividade física a pressão arterial sistólica tende a aumentar proporcionalmente junto com o débito cardíaco e a pressão arterial diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar do local.

O valor mais alto da pressão arterial é denominado de pressão sistólica (PAS) e ocorre durante a contração ventricular esquerda (sístole). O valor mais baixo é a pressão diastólica (PAD) e ocorre durante o relaxamento do ciclo cardíaco (diástole), indicando a resistência periférica. Guyton e Hall (2002) relatam que a resistência periférica é definida como a dificuldade de o sangue fluir dentro dos vasos sanguíneos. Ambas são expressas em mmHg (milímetros de mercúrio). A pressão arterial é habitualmente menor em mulheres (McARDLE; KATCH e KATCH, 2003; POWERS e HOWLEY, 2000).

Várias sessões de exercícios provocam adaptações crônicas que podem ser chamadas de respostas ao treinamento físico (HAMER, 2006).

Os estudos realizados acerca da hipotensão pós-exercício (HPE) não são recentes. Hill (1897) enfatiza que em 1987 ficou constatada a redução da PA durante 30 minutos, após uma corrida rápida e curta de 360 metros. Através do avanço do conhecimento nas últimas décadas, pode-se afirmar que após a realização de uma sessão de exercício físico dinâmico a pressão arterial reduz e permanece abaixo dos níveis aferidos antes da sessão de exercícios (LATERZA, RONDON e NEGRÃO, 2007) o que faz com que a prática regular de exercício físico seja recomendada por profissionais da saúde para controle da PA e em alguns casos dispensando a utilização de medicamentos (LATERZA et al., 2008).

Polito e Farinnati (2006) relatam que o aumento de forma aguda ou imediata da PA durante o exercício é controlado pelo sistema nervoso simpático sendo diretamente proporcional ao aumento da FC (frequência cardíaca), volume de ejeção sanguíneo e também da resistência periférica.

Segundo McArdle; Katch e Katch (2003, p.327) “a resposta da PA ao exercício varia com a modalidade do exercício”. Forjaz et al. (1998) constatam que durante a prática com exercícios dinâmicos há uma elevação da PAS e manutenção ou diminuição da PAD. Corroborando Polito e Farinatti (2003) afirmam que existe um aumento da velocidade de deslocamento do sangue para os grupamentos musculares mais solicitados e também uma elevação na diferença da pressão sanguínea na aorta e no átrio direito.

O número de séries, número de repetições e a quantidade de exercícios feitos, estão diretamente relacionados ao volume do exercício. Sendo possível estimar que em períodos de monitorização próximos há 60min, o exercício resistido proporcionará diminuição da PA em indivíduos hipertensos e normotensos (POLITO e FARINATTI, 2006).

Page 3: Atividades Físicas e Aptidão Física

Assim, diversos estudos observaram efeito hipotensor agudo após a realização de um programa de treinamento resistido a partir de 30 minutos quando comparado ao repouso (MAIOR AS, ALVES Cl, FERRAZ FM, et al., 2007a; MAIOR AS, AZEVEDO M, BERTON D, et al., 2007b). Outro estudo mostra que essa resposta hipotensora pós-esforço acontece a partir de 10 minutos em indivíduos normotensos (POLITO et al., 2003). Entretanto, em indivíduos hipertensos, a hipotensão pós-esforço foi observada a partir de 40 minutos (MEDIANO et al., 2005).

O treinamento através de exercícios aeróbios com duração de 60 a 90 minutos por semana por no mínimo 2 meses, é suficiente para adaptar de maneira crônica o sistema cardiovascular de indivíduos com hipertensão arterial leve e moderada, em relação a diminuição dos níveis pressóricos no repouso, entretanto, em normotensos, essa diminuição da PA é mais difícil, podendo ser insignificante (FILHO e CÂMARA, 2006). Polipo e Farinatti (2006) argumentam que o treinamento contra resistência provoca adaptações crônicas que o treinamento aeróbico nunca havia proporcionado, um exemplo é a solicitação cardiovascular para a execução de uma repetição com uma carga, na qual esta é aumentada em pessoas que treinam a força muscular regularmente.

Hoje, vários estudos têm demonstrado que indivíduos com menor frequência cardíaca em repouso ou menor taquicardia durante o exercício físico submáximo apresentam menor probabilidade de desenvolverem cardiopatias. Ou seja, o Sistema Cardiovascular irá sofrer as alterações durante o exercício físico de acordo com diversos fatores: a atividade que será realizada, tempo, biótipo da pessoa a realizar o exercício, qualidade de vida e possíveis interferentes. Alguns estudos concluem que o exercício físico traz muitos benefícios para o sistema cardiovascular, fazendo com que sua prática aconteça para o aumento da qualidade e expectativa de vida.

02. O Exercício Físico e o Sistema Respiratório

As células musculares obtêm a energia que necessitam para a sua contração através de dois mecanismos: o anaeróbio e o aeróbio. O mecanismo anaeróbio, que proporciona a obtenção de energia sem o consumo de oxigénio, embora seja o primeiro a ser ativado, é muito breve, já que as células musculares esgotam as suas reservas ao fim de poucos minutos. No entanto, o mecanismo anaeróbio é fundamental quando se realiza um esforço muscular intenso e breve, como no halterofilismo.

Por outro lado, no mecanismo aeróbio, as células musculares obtêm energia a partir da utilização do oxigénio que absorvem da circulação sanguínea, originando um resíduo, o dióxido de carbono, que passa para o sangue de forma a ser eliminado através dos pulmões. O mecanismo aeróbio, ao contrário do anaeróbio, apenas é ativado cerca de quarenta segundos após o início do exercício físico em que predominam os esforços muito prolongados

Page 4: Atividades Físicas e Aptidão Física

ou de resistência. Exemplos deste tipo de exercício físico são as caminhadas, o jogging, a natação e o ciclismo.

A atuação do sistema respiratório durante o exercício objetiva essencialmente a oxigenação do sangue e a remoção de gases, principalmente o CO2, para garantir o funcionamento apropriado frente a diferentes demandas. Para cumprir esses papéis o sistema mobiliza mecanismos em vários níveis integrados pelo sistema nervoso central.

A avaliação da função pulmonar durante o exercício pode ser medida pela observação do comportamento da ventilação. A ventilação é o volume de ar movimentado pelo pulmão por minuto, obtido a partir da multiplicação do volume corrente (VC = quantidade de ar movimentada a cada incursão respiratória) pela frequência respiratória (FR = número de incursões realizadas por minuto). Assim, um adulto apresenta uma ventilação média em repouso de 7,5 l/min, com um volume corrente de 0,5 l e uma frequência respiratória de 15 incursões por minuto.

A grande característica do sistema respiratório é sua adaptabilidade, de tal forma que seu limite máximo de utilização é impossível ser alcançado pelo nosso organismo. O volume corrente no exercício máximo pode chegar, por exemplo, a 3 litros (contra 0,5 em repouso) e a frequência respiratória a 40/min (contra 15/min em repouso), produzindo uma ventilação de 120 l/min, enquanto temos 7,5 l/min em repouso.

As fibras musculares costumam dispor do suplemento de oxigénio necessário para a sua atividade, quarenta segundos após o início do exercício físico, graças a uma série de alterações produzidas no funcionamento do aparelho cardiorrespiratório. Este conjunto de alterações, controlado pelo sistema nervoso autónomo e mediado por várias hormonas, é precisamente denominado "adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico". Para além disso, este fenómeno necessita de um maior fluxo de oxigénio desde as vias respiratórias até aos músculos esqueléticos e, também, de um maior índice de eliminação de dióxido de carbono no sentido inverso.

Para exemplificação pode se dar como exemplo o coração, no qual o débito cardíaco é originado pelo volume sistólico, ou seja, a quantidade de sangue expulsa pelo ventrículo esquerdo durante cada contração, e pela frequência cardíaca, ou seja, a quantidade de batimentos cardíacos por minuto. Dado que o coração das pessoas de forte constituição física costuma ser mais volumoso e forte, o aumento do débito cardíaco realiza-se basicamente através do aumento do volume sistólico. Por outro lado, entre as pessoas menos fortes fisicamente, este processo é fundamentalmente provocado por um aumento da frequência cardíaca, que nestes casos pode chegar aos 160 ou 200 batimentos por minuto, enquanto que em repouso situa-se entre os 70 e os 80 batimentos.

Se tratando da pressão arterial, salienta-se que o aumento do volume de sangue expulso pelo ventrículo esquerdo tem repercussões nas grandes artérias, já que o facto de as suas paredes serem submetidas a uma maior

Page 5: Atividades Físicas e Aptidão Física

pressão proporciona outra das alterações consequentes da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico, ou seja, o aumento da pressão arterial máxima, a qual em repouso se situa à volta dos 120 mm Hg e que, durante um exercício físico, pode subir até aos 160 ou 200 mm Hg. Por esta mesma razão, é aconselhável que os hipertensos não iniciem qualquer prática desportiva sem consultar primeiramente o seu médico assistente, que os deverá orientar neste âmbito.

Uma outra alteração essencial da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico é a redistribuição do fluxo sanguíneo corporal. Este mecanismo, produzido através da dilatação e contração das artérias dos vários órgãos, tem a missão de aumentar o transporte de oxigénio aos tecidos submetidos a maior esforço, neste caso os músculos esqueléticos e o próprio coração, reduzindo por outro lado a assimilação de oxigénio dos tecidos que não intervêm no exercício físico. Como é óbvio, deve-se manter o fluxo sanguíneo dos órgãos vitais, como o cérebro, e também aumentar o da pele, para que o organismo perca o excesso de calor provocado pela atividade muscular, ou o dos rins, com vista a permitir a eliminação do excesso de água e de resíduos metabólicos consequentes dessa mesma atividade.

Outra parte importante da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico corresponde às vias respiratórias, que também alteram o seu funcionamento de forma a garantirem uma maior entrada de oxigénio para os pulmões e uma maior eliminação de dióxido de carbono para o exterior, aumentando a frequência respiratória e as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares.

Esta adaptação cardiorrespiratória costuma ser, durante o exercício físico, acompanhada pelo aumento da capacidade de absorção de oxigénio das células musculares a partir da circulação sanguínea e do ritmo de eliminação de dióxido de carbono no sentido inverso.

A adaptação efetuada pelo aparelho cardiovascular ao exercício físico é, a médio e longo prazo, benéfica para melhorar o rendimento do coração e dos pulmões e para prevenir, e até mesmo tratar, alguns problemas graves que possam afetar estes órgãos. De qualquer forma, os benefícios apenas são eficazes quando o exercício físico realizado é de resistência e é efetuado de forma regular, moderada e progressiva.

Entre todos estes benefícios, o mais importante é a contribuição do exercício físico para a prevenção da doença coronária, uma doença provocada pela obstrução das artérias que irrigam o coração e a consequente falta de oxigénio neste órgão. De facto, quando o músculo cardíaco é submetido a um esforço regular, moderado e progressivo, o coração - à semelhança dos músculos esqueléticos - responde, aumentando a sua força, potência e volume e produzindo novas artérias, de modo a ampliar o seu próprio transporte de oxigénio e, consequentemente, o seu rendimento. Este mecanismo de adaptação é extremamente importante para prevenir a doença coronária, já que um coração adequadamente treinado tem menos possibilidades de

Page 6: Atividades Físicas e Aptidão Física

obstrução das suas artérias e, para além disso, responde melhor em caso de obstrução. Por outro lado, a prática de exercício físico é muito recomendável para corrigir ou diminuir o efeito de outros fatores de risco graves da doença coronária, pois aumenta a concentração do "colesterol bom" no sangue, diminui a viscosidade sanguínea, contribui para uma significativa perda de peso nas pessoas com excesso de peso e pode facilitar o abandono do tabagismo.

Relativamente ao aparelho respiratório, a prática de exercícios físicos de resistência melhora consideravelmente a capacidade pulmonar e contribui para a prevenção e tratamento de vários problemas em que já exista um certo grau de insuficiência respiratória, como por exemplo em caso de bronquite crónica, asma e enfisema pulmonar.

03. Efeitos Fisiológicos do Exercício Físico

Os mecanismos responsáveis pelos ajustes do sistema cardiovascular ao exercício e os índices de limitação da função cardiovascular constituem aspectos básicos relacionados ao entendimento das funções adaptativas. Esses mecanismos são multifatoriais e permitem ao sistema operar de maneira efetiva nas mais diversas circunstâncias. Os ajustes fisiológicos são feitos a partir das demandas metabólicas, cujas informações chegam ao tronco cerebral através de vias aferentes, até a formação reticular bulbar, onde se situam os neurônios reguladores centrais.

Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos, denominados respostas, são os que acontecem em associação direta com a sessão de exercício; os efeitos agudos imediatos são os que ocorrem nos períodos peri e pós-imediato do exercício físico, como elevação da frequência cardíaca, da ventilação pulmonar e sudorese; já os efeitos agudos tardios acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes, até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, na expansão do volume plasmático, na melhora da função endoteliale na potencialização da ação e aumento da sensibilidade insulínica na musculatura esquelética. Por último, os efeitos crônicos, também denominados adaptações, resultam da exposição frequente e regular às sessões de exercícios e representam aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário, tendo como exemplos típicos a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia muscular, a hipertrofia ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). O exercício também é capaz de promover a angiogênese, aumentando o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco.

O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do

Page 7: Atividades Físicas e Aptidão Física

incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica (PAS) aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar local. A vasodilatação do músculo esquelético diminui a resistência periférica ao fluxo sanguíneo e a vasoconstrição concomitante que ocorre em tecidos não exercitados induzida simpaticamente compensa a vasodilatação. Consequentemente, a resistência total ao fluxo sanguíneo cai drasticamente quando o exercício começa alcançando um mínimo ao redor de 75% do VO2 máximo. Os níveis tensionais elevam-se durante o exercício físico e no esforço predominantemente estático, tendo já sido constatados, em indivíduos jovens e saudáveis, níveis de pressão intra-arterial superiores a 400/250mmHg sem causar danos à saúde.

Em resumo, pode-se dizer que durante um período de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Entram em ação processos fisiológicos e metabólicos, otimizando a distribuição de oxigênio pelos tecidos em atividade. Portanto, os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais.

Em relação a musculatura esquelética, cabe se destacar os seguintes efeitos:

Hipertrofia – aumento de massa como resultado do treinamento de força. O aumento ocorre no diâmetro das fibras musculares (pode chegar a 100%) com aumento de moléculas de actina e miosina, núcleos periféricos, mitocôndrias e capilares. O aumento do tamanho e número de mitocôndrias é de importância fundamental na atividade muscular prolongada. O treinamento de resistência resulta em repercussão sobre as fibras vermelhas (resistência) e o treinamento de força, sobre as fibras brancas (velocidade e força).

Vascularização - O aumento do número de capilares (vasos sanguíneos) nos músculos possibilita uma redução do volume necessário de irrigação do músculo treinado rendendo a mesma capacidade muscular submáxima.

Metabolismo – Constatou-se elevação da quantidade de substâncias envolvidas com os metabolismos da contração e relaxamento musculares: glicogênio, gorduras neutras, mioglobina, fosfatos, potássio, cálcio magnésio entre outras. As reservas energéticas serão mobilizadas mais rapidamente e de maneira mais eficaz, com menor gasto energético.

No sistema ósseo, o treinamento que leva a pressão e tração comedida sobre os ossos resulta em estímulo de formação de massa óssea. Observa-se

Page 8: Atividades Físicas e Aptidão Física

aumento no diâmetro dos ossos dos jovens sendo que o aumento na tábua externa e na camada esponjosa interna é evidenciado também em adultos. A cartilagem também demonstra efeitos de hipertrofia por atividade. É notável a adaptação morfológica das estruturas ósseas e articulares ao treinamento com melhora na mobilidade e flexibilidade articular.

Os efeitos ocorridos no sangue com o treinamento de endurance resulta na chamada “eritropoese” (aumento do número de glóbulos vermelhos, do plasma sanguíneo) o que facilita o transporte de nutrientes e oxigênio. As células musculares são capazes de metabolizar o ácido lático de maneira mais eficiente o que resulta em maior eficiência muscular durante o exercício.

O treinamento de resistência também promove diminuição das lipoproteínas de baixa densidade e um aumento dos níveis de lipoproteínas de alta densidade (efeitos protetores para os vasos).

Como resultado de treinamento o sistema cardiovascular se torna mais eficiente e o treinamento de resistência pode resultar em modificações morfológicas e fisiológicas suficientes para construir o “coração de atleta”: maior peso cardíaco; maior volume cardíaco; menor amplitude de pressão arterial; menor trabalho no repouso; menor consumo de oxigênio no repouso; maior reserva de oxigenação coronária; maior elasticidade dos vasos em idade avançada.

O treinamento de força (halterofilistas) resulta em aumento exclusivo de diâmetro da parede do ventrículo esquerdo (hipertrofia miocárdica) sem o aumento efetivo do volume cardíaco.

Em se tratando do sistema respiratório, a ventilação faz parte das funções centrais que sofrem adaptações com o exercício, uma vez que o sangue passa pelos pulmões para receber oxigênio que será transportado ao organismo. Durante a prática do exercício o volume-minuto aumenta linearmente e a fração de ar inspirado e expirado aumenta proporcionalmente com a demanda, assim aumenta o trabalho dos pulmões. O treinamento com exigência de volume-minuto elevado parece estimular o desenvolvimento do tórax nos jovens em desenvolvimento. A hipertrofia da musculatura respiratória é resultado de treinamento aeróbico. O sistema respiratório treinado apresenta maiores reservas de ventilação, um maior volume minuto e um potencial de consumo de oxigênio maior que os indivíduos não treinados ou com treinamento exclusivo de força. O treinamento de resistência resulta em melhor taxa de assimilação máxima do oxigênio. A capacidade de suprimento de outros órgãos e suas células servirá para o esporte, assim como na reabilitação e prevenção de patologias.

No sistema endócrino, o treinamento resulta em um aumento diferenciado da capacidade bioquímica do sistema endócrino, o que facilita a manutenção da homeostase do organismo uma vez que as modificações bioquímicas resultantes do treinamento ocorrem por intermédio dos catalizadores hormonais.

Page 9: Atividades Físicas e Aptidão Física

O funcionamento hormonal se torna mais eficiente à medida que o treinamento aumenta a sensitividade de receptores específicos e atividades enzimáticas com menor concentração hormonal nos diferentes tecidos ou sistemas do organismo; maior eficiência do córtex adrenal (produção-eliminação de corticoides endógenos) nas situações de stress e em repouso; controle mais eficiente da concentração de adrenalina no plasma sanguíneo nos esforços máximos e submáximos; melhor regulagem das concentrações plasmáticas de insulina e glucagón (diabéticos podem se beneficiar de menor necessidade de insulina e melhor tolerância a ingestão de carboidratos quando bem condicionados); maior capacidade bioquímica da tireoide.

O exercício físico, também constitui como um dos principais fatores no tratamento da hipertensão arterial sistêmica, a qual representa uma das maiores causas de morbidade cardiovascular no Brasil e acomete 15% a 20% da população adulta, possuindo também considerável prevalência em crianças e adolescentes. Considerada um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares, representa alto custo social, uma vez que é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e absenteísmo no trabalho em nosso meio. A identificação e o tratamento de pacientes com hipertensão arterial sistêmica constituem um problema de saúde pública no Brasil.

O sedentarismo também constitui importante fator de risco, já estando bem estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior taxa de mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico. Estima-se que a prevalência do sedentarismo seja de até 56% nas mulheres e 37% nos homens, na população urbana brasileira.

Modificações no estilo de vida, incluindo exercício físico, são recomendadas no tratamento da hipertensão arterial. Estudo envolvendo 217 pacientes de ambos os sexos, com idade variando de 35 a 83 anos, mostrou que a adesão a medidas não farmacológicas, dentre as quais a prática de exercício físico, promoveu sensível efeito na redução dos níveis pressóricos.

Estudos randomizados mostraram efeitos indesejáveis do tratamento farmacológico em subgrupos de pacientes com hipertensão arterial sistêmica, sugerindo uma mudança na abordagem do tratamento dos mesmos. O efeito do exercício físico sobre os níveis de repouso da pressão arterial de grau leve a moderado é especialmente importante, uma vez que o paciente hipertenso pode diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou até ter a sua pressão arterial controlada, sem a adoção de medidas farmacológicas. A tendência de utilizar precocemente agentes farmacológicos foi substituída por agentes não farmacológicos, dentre estes, o exercício físico aeróbico tem sido recomendado para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica leve. Todavia, somente 75% dos pacientes hipertensos são responsivos ao treinamento físico, uma vez que a hipertensão arterial sistêmica é uma síndrome poligênica e que pode ser influenciada pela herança genética.

Page 10: Atividades Físicas e Aptidão Física

Paffenbarger et al., em um seguimento de seis a 10 anos, de 15.000 indivíduos diplomados de Harvard, constataram que os que praticavam exercício físico de forma regular apresentavam risco 35% menor de desenvolver hipertensão arterial do que os indivíduos sedentários.

Em outro estudo, Paffenbarger et al. seguiram 10.260 diplomados de Harvard por mais de uma década e constataram uma relação inversa entre a prática de atividade física e o risco de morte por todas as causas. Ao comparar os que iniciaram atividade esportiva moderadamente vigorosa (a uma intensidade de 4,5 ou mais equivalentes metabólicos) com aqueles que não participaram desse tipo de treinamento, observaram redução de 23% no risco de morte (intervalo de confiança de 95%, 4% para 42%; p = 0,015). A mortalidade diminuiu mesmo em indivíduos de meia-idade que aumentaram a atividade física através de simples modificações nas atividades ocupacionais ou mesmo recreativas.

A busca de uma explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial de indivíduos normotensos e, principalmente, hipertensos tem motivado inúmeras pesquisas nas últimas décadas, sendo a redução da pressão arterial diastólica em repouso após treinamento a mais largamente estudada. Os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais.

Dentre os fatores hemodinâmicos verificou-se, tanto em ratos espontaneamente hipertensos quanto em humanos, que o exercício físico promove redução da pressão arterial por diminuição no débito cardíaco que está associada ao decréscimo da frequência cardíaca, uma vez que não foram observadas alterações no volume sistólico. A queda na resistência vascular sistêmica e, consequentemente, na pressão arterial seria outro mecanismo alternativo proposto para explicar a queda na pressão arterial pós-exercício. Uma redução significativa nos níveis pressóricos é conseguida com treinamento de baixa intensidade (50% do consumo de oxigênio de pico). Assim, o exercício físico de baixa intensidade diminui a pressão arterial porque provoca redução no débito cardíaco, o que pode ser explicado pela diminuição na frequência cardíaca de repouso e diminuição do tônus simpático no coração, em decorrência de menor intensificação simpática e maior retirada vagal.

Alguns autores atribuem a redução da pressão arterial após exercício físico em hipertensos a alterações humorais relacionadas à produção de substâncias vasoativas, como o peptídeo natriurético atrial ou ouabaína-like, modulada centralmente. Ocorre, também, melhora na sensibilidade à insulina, além da redução da noradrenalina plasmática, sugerindo redução da atividade nervosa simpática, associada ao aumento da taurina sérica e prostaglandina E, que inibem a liberação de noradrenalina nas terminações nervosas simpáticas e redução do fator ouabaína-like, que provocaria receptação de noradrenalina nas fendas sinápticas. Essa hipótese é contestada, uma vez que pode ser demonstrada redução da pressão arterial mesmo antes de haver redução nos

Page 11: Atividades Físicas e Aptidão Física

níveis de noradrenalina plasmáticos. Outros autores relatam que os níveis de noradrenalina diminuem com o treinamento apenas nos indivíduos hiperadrenérgicos. Redução nos níveis da renina plasmática também foi verificada, bem como aumento na produção de ácido nítrico.

O treinamento aeróbico por exercícios predominantemente isotônicos ou dinâmicos geralmente não modifica, nos normotensos, os níveis de pressão arterial sistólica e diastólica em repouso, embora a pressão arterial média possa declinar em função da menor frequência cardíaca basal, após período de treinamento físico.

Grassi et al. estudaram jovens normotensos e constataram que após 10 semanas de exercício físico, além de diminuição na pressão arterial sistólica e diastólica, houve redução significativa na atividade nervosa simpática (36%), fato não observado no grupo controle, que não realizou exercício físico.

No que diz respeito ao efeito agudo do exercício sobre a curva da pressão arterial nas 24 horas em pacientes avaliados através da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), Marceau et al. demonstraram que indivíduos treinados, a 50% e a 70% do VO2 máximo, apresentam diferentes perfis de curva pressórica; os treinados a 50% mantiveram a redução exclusivamente durante o período de vigília e os que treinaram a 70% mantiveram a redução durante o sono.

Ishikawa et al. estudaram 109 indivíduos hipertensos nos estágios I e II que realizaram treinamento leve por oito semanas, em academias. Constataram que houve redução significativa da pressão arterial em todos eles; os indivíduos idosos apresentaram menor redução nos níveis pressóricos do que os indivíduos jovens. Não foi observada influência do sexo nos resultados.

Mais recentemente, Takata et al. submeteram 207 indivíduos com hipertensão essencial de graus 1 e 2 a um programa de exercício físico por oito semanas. Foram divididos em cinco grupos baseados na duração e frequência por semana de exercício (grupo controle sedentários, 30 a 60 minutos/semana, 61 a 90, 91 a 120 e acima de 120 minutos/semana). Verificaram que a PA diastólica não mudou em repouso no grupo controle; no entanto, houve significativa redução na pressão arterial sistólica e diastólica em repouso nos quatro grupos submetidos a exercícios. A magnitude de redução na pressão arterial sistólica foi maior no grupo de 60 a 90 minutos/semana, comparada com o grupo de 30 a 60 minutos/semana. Não houve redução maior com o aumento do volume de exercício. A magnitude de redução da pressão arterial diastólica não foi significativamente diferente nos quatro grupos. Não houve relação óbvia entre a frequência de exercícios por semana e a magnitude de decréscimo dos níveis pressóricos provocado pelos exercícios.

Indivíduos hipertensos mantêm a redução mais intensa da pressão arterial nas 24 horas seguintes às do exercício. Verificações da pressão arterial em sessões de 25 e 45 minutos após exercício físico, a 50% do consumo máximo de oxigênio, mostraram reduções mais acentuadas após as sessões

Page 12: Atividades Físicas e Aptidão Física

de 45 minutos. É possível que a queda da pressão arterial nesse caso se deva à diminuição na resistência vascular periférica, podendo ainda estar relacionada à vasodilatação provocada pelo exercício físico nas musculaturas ativa e inativa, resultante do acúmulo de metabólitos musculares provocado pelo exercício (potássio, lactato e adenosina) ou à dissipação do calor produzida pelo exercício físico. Alternativamente, o aumento do fluxo sanguíneo pode decorrer da redução do tônus simpático e o consequente acréscimo da vasodilatação periférica, que parece estar relacionada à elevação da secreção de opióides endógenos provocada pelo exercício e que possuem efeito vasodilatador direto.

Alterações funcionais dos pressorreceptores arteriais e cardiopulmonares, como o aumento na sua sensibilidade e modificação no seu ponto de ativação e do tempo de recuperação, podem também contribuir para o efeito vasodilatador pós-exercício. A redução na resposta vasoconstritora alfa-adrenérgica, verificada no período de recuperação down-regulation dos receptores alfa-adrenérgicos também poderia explicar o maior fluxo sanguíneo muscular pós-exercício. E, ainda, fatores humorais como a adrenalina, o fator atrial natriurético e o óxido nítrico têm sido citados como fatores envolvidos na vasodilatação pós-exercício.

Surpreendentemente, estudos com ratos espontaneamente hipertensos mostraram que a diminuição da resistência vascular periférica total não era o mecanismo hemodinâmico responsável pela diminuição da pressão arterial, após treinamento de baixa intensidade e, sim, uma redução no débito cardíaco. No estudo de Overton et al., medições do fluxo sanguíneo, através do doppler, nas artérias ilíaca, mesentérica superior e renal de ratos, geneticamente hipertensos, treinados a 60% e 70% do VO2 máximo, não mostraram diminuição na resistência vascular regional em nenhuma das artérias, sugerindo que a redução do débito cardíaco seja o mecanismo responsável.

Conclui-se que os efeitos benéficos do exercício físico devem ser aproveitados no tratamento inicial do indivíduo hipertenso, visando evitar o uso ou reduzir o número de medicamentos e de suas doses. Em indivíduos sedentários e hipertensos, reduções clinicamente significativas na pressão arterial podem ser conseguidas com o aumento relativamente modesto na atividade física, acima dos níveis dos sedentários, além do que o volume de exercício requerido para reduzir a pressão arterial pode ser relativamente pequeno, possível de ser atingido mesmo por indivíduos sedentários.

06. Conhecer as respostas fisiológicas dos indivíduos idosos

O envelhecimento é um fenômeno mundial que resulta no crescimento da população idosa, sendo reflexa a longevidade. Desta forma, a qualidade de vida dos idosos tem sido motivo de discussões pelos aspectos que ela envolve e interfere. Os estudos relacionados ao processo natural de envelhecimento e o aumento da população de idosos estão voltados para uma relação entre

Page 13: Atividades Físicas e Aptidão Física

saúde e envelhecimento, a para prática regular de exercícios físicos, a capacidade funcional e qualidade de vida.

Segundo Fraiman (1991), o envelhecer é então, não somente um “momento” na vida de um indivíduo, mas, um “processo” extremamente complexo, que tem implicações tanto para a pessoa que vivencia, como para a sociedade que o assiste, suporta ou promove.

Para Tribess e Virtuoso (2005), o declínio nos níveis de atividade física habitual para o idoso contribui de maneira significativa para a redução da aptidão funcional e a manifestação de diversas doenças relacionadas a este processo, trazendo como consequência a perda da capacidade funcional. Neste sentido, tem sido enfatizada a prática de exercícios físicos como estratégia de prevenir as perdas nos componentes da aptidão física funcional e da saúde desta população.

A prática regular de exercícios físicos é aspecto fundamental no processo de implantação de um programa específico para a promoção da saúde de pessoas da terceira idade e na prevenção de doenças relacionadas ao envelhecimento. O processo de envelhecimento varia bastante entre as pessoas e é influenciado pelo estilo de vida e por fatores genéticos do indivíduo.

Hábitos saudáveis como: não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, uma alimentação balanceada, um repouso diário entre 7 a 8 horas, controle do estresse, vidas sociais ativas, entre outros hábitos, irão auxiliar na promoção e na manutenção de uma qualidade de vida.

A prática regular de exercícios físicos para as pessoas da terceira idade além de ser fundamental, é o aspecto que exerce extrema importância na exposição e estimulação aos benefícios mais agudos e crônicos de sua prática. A inserção de uma rotina de exercícios físicos no estilo de vida de pessoas idosas traz resultados quase que imediatos, pois estes são visíveis em curto prazo.

Entre os benefícios causados, pode-se destacar um aspecto crucial na vida dos idosos, que é a diminuição de riscos de quedas e fraturas. Além das doenças e problemas de saúde como hipertensão arterial, osteoporose, artrite e depressão, os exercícios físicos também podem diminuir a taxa de gordura corporal e aumentar a força muscular. Idosos com boa aptidão física conseguem desempenhar as atividades básicas da vida diária não dependendo de outras pessoas e assim ter autonomia.

Os benefícios dos exercícios físicos para pessoas da terceira idade podem ser tanto físicos, sociais, quanto psicológicos. Ao praticar exercícios físicos regularmente os idosos tendem a diminuir seus níveis de triglicerídeos, reduzirem sua pressão artéria, aumentar colesterol HDL, aumentar à sensibilidade das células a insulina, reduzir da gordura corporal, aumentar a massa muscular, diminuir a perda mineral óssea, entre outros diversos fatores positivos para o praticante.

Page 14: Atividades Físicas e Aptidão Física

Praticar “Exercícios físicos diários – principalmente os aeróbios, de impacto, exercícios de peso e resistência – em intensidade moderada, com este trabalho físico, estará garantindo a independência da vida do idoso” (VELASCO, 2006, p.111).

Portanto, os exercícios físicos atuam de forma aguda e crônica nas mais diversas doenças. Exercícios resistidos ajudam à manutenção da massa muscular e na densidade óssea, fortalecendo os músculos e os ossos. Exercícios aeróbios auxiliam na perda de gordura corporal, melhoram a capacidade cardiorrespiratória fortalecendo o coração e os pulmões. Os exercícios físicos também vão atuar na vida social do idoso, fazendo com que ele se mantenha motivado e ativo, podendo assim executar as tarefas diárias normalmente se dificuldade e com maior mobilidade e facilidade.

Em relação a aptidão física, considera-se que aptidão física consiste em componentes que podem ajudar na efetiva função do indivíduo na sociedade, sem excessiva fadiga e com reserva de energia para desfrutar o tempo livre (PITANGA, 2007).

Dentre as valências físicas, a força pode ser vista como:

Elemento indispensável na realização de qualquer tipo de movimento, resistência anaeróbica capacidade de um indivíduo sustentar por maior tempo possível um exercício físico, resistência aeróbica capacidade do indivíduo em sustentar um exercício que proporcione ajuste cardiorrespiratório e hemodinâmico global ao esforço, velocidade é a capacidade do indivíduo realizar movimentos sucessivos e rápidos de um mesmo padrão no menor tempo possível, potência capacidade que o indivíduo tem em realizar uma contração muscular máxima no menor tempo possível, flexibilidade, grau de amplitude do movimento de uma articulação, equilíbrio habilidade que permite ao indivíduo manter o sistema músculo esquelético em posição estática eficaz e controlar uma postura eficiente, quando em movimento. Coordenação capacidade do indivíduo de realizar tipos de integrados de movimento dentro de um padrão específico (ROCHA, 2000, p.101).

Todas as valências físicas podem ser avaliadas e treinadas, e são elas que definem o nível de aptidão física de cada pessoa. Cada valência tem sua importância, elas trabalham em conjunto, sendo que todas interligadas. Algumas podem ser mais desenvolvidas em relação à outra, entretanto, quando o objetivo final é um movimento ou uma atividade é necessário que todas trabalhem simultaneamente para a execução.

É importante que idosos busquem sempre melhorar suas valências físicas, a fim de torná-los independentes e terem condições de realizarem as tarefas do dia a dia e se manterem saudáveis. Essas valências quando bem desenvolvidas tornam os idosos menos vulneráveis a quedas, a distensões musculares, rompimento de ligamentos, entre outras lesões ou distúrbios relacionados ao envelhecimento.

Page 15: Atividades Físicas e Aptidão Física

Estas pessoas ao realizarem qualquer tipo de exercícios físicos estarão trabalhando tanto seu lado físico, quanto mental, sendo de suma importância que eles se mantenham saudáveis principalmente nesses aspectos, mantendo-se assim saudáveis ao longo de toda sua vida. Para que os idosos tenham qualidade de vida é fundamental que mantenham níveis de força, principalmente para seu estado psicológico, fazendo com que eles se sintam principalmente independentes em relação as suas atividades e afazeres.

Nos idosos a maioria dos casos de incapacidade está relacionada à fraqueza muscular, tornando-os mais vulnerável a quedas e tendo suas atividades diárias limitadas. A inatividade física e a falta de condicionamento físico resultam na diminuição das valências físicas, fazendo com que ocorra um déficit de condicionamento funcional e da habilidade de executar tarefas diárias.

O trabalho com idosos em academias permite eficácia no decorrer do processo, porque, através do trabalho com pesos em cada aparelho ou de pesos livres é possível adequar uma carga específica para cada pessoa, tornando a atividade voltada totalmente para o desenvolvimento do objetivo do indivíduo.

O programa que tem como objetivo estimular a força e a resistência do idoso tem como finalidade a melhora da qualidade de vida. Ao realizarem exercícios físicos e se adequarem a hábitos de vida saudáveis, os idosos aumentam sua expectativa de vida e torna-a mais prazerosa, podendo este manter sua vida social sem grandes dificuldades.

Os indivíduos mais velhos podem apresentar características físicas semelhantes às pessoas mais jovens, como afirma Mcardle et all (2007, p. 907) da seguinte forma:

Apesar da idade, os idosos podem ser rápidos e ainda possuir muitas características presentes em pessoas mais jovens. Portanto, poderia argumentar-se que uma aptidão física aprimorada retarda o envelhecimento e confere proteção em termos de saúde e possível longevidade... a maior parte das evidências mostra que o exercício físico regular retarda o declínio da capacidade funcional associada ao envelhecimento e ao desuso.

A participação dos idosos em programas de exercícios físicos consegue reverter ou retardar a perda das funções, independente de quando uma pessoa se torna fisicamente mais ativa. Quando uma pessoa está inserida em um programa de exercícios físicos, ela se torna ativa e usufrui de todos os benefícios advindos da prática esportiva e ainda minimiza os impactos e prejuízos que o envelhecimento pode causar.

Matsudo (2001, p.195) apresenta os níveis de funcionalidade dos idosos:

1. Fisicamente dependente: Indivíduos que não conseguem realizar algumas ou nenhuma das Atividades Básicas da Vida Diária e são dependentes de outros para se alimentar e para outras funções básicas;

Page 16: Atividades Físicas e Aptidão Física

2. Fisicamente frágil: Indivíduos que podem realizar Atividades Básicas da Vida Diária, mas que não podem realizar algumas ou nenhuma das atividades necessárias para viver independentemente Atividades Instrumentais da Vida Diária;

3. Fisicamente independente: Indivíduos que vivem independentemente, usualmente sem sintomas de doenças crônicas, mas com baixo nível de saúde e de condicionamento físico;

4. Fisicamente apto ou ativo: Indivíduos que se exercitam pelo menos duas a três vezes por semana para sua saúde, por prazer ou bem-estar;

5. Atleta: Indivíduos que treinam quase que diariamente, competem na sua categoria etária e praticam esportes de alto risco;

Também se destaca que hábitos saudáveis evitam possíveis problemas de saúde e ajudam a manter o corpo saudável prolongando e melhorando a expectativa de vida da população. Estes fatores podem ser modificados ao decorrer da medida do tempo em que vão envelhecendo (BRODY, 1999).

Vários fatores podem prever um bom envelhecimento entre eles: exercícios físicos regulares, relacionamento social, dependência pessoal com sentimento de controle da própria vida. Outros fatores também são recomendados como: vida independente, casa, ocupação, afeição e comunicação.

Segundo Rowe apud Brody (1999, p.323): “Somente 30% das características do envelhecimento tem bases na genética; o restante - 70% - não.”

O exercício físico é importante em qualquer idade e essencial, pois ajuda na manutenção da composição corporal e dos tônus musculares, poderá impedir ou até mesmo diminuir a taxa metabólica basal e aumentar o requerimento de energia bem como melhorar a destreza dos movimentos a força muscular, a capacidade aeróbia evitando as quedas, problemas nutricionais e melhorando a qualidade de vida (MARIGUTI; FERRIOLLI, 1998).

As pessoas são responsáveis pelo seu próprio envelhecimento, no qual denota que ao ter esta responsabilidade, sabe-se e entendem-se as consequências dos próprios atos e atitudes, sejam estes ruins ou bons, pois assim no futuro ter um envelhecimento saudável ou não.

Isto demonstra que as todas as pessoas são responsáveis pelo nosso próprio envelhecimento e o que é feito temporariamente poderá ter uma consequência no futuro, seja ela boa ou ruim. De todas as faixas etárias, as pessoas idosas são as que mais se beneficiam com a prática de exercícios físicos.

Além de diminuir os ricos de muitas doenças e problemas de saúde, os exercícios físicos também podem diminuir a taxa de gordura corporal e aumentando a força muscular. Idosos com boa aptidão física conseguem

Page 17: Atividades Físicas e Aptidão Física

desempenhar as atividades básicas da vida diária e não dependendo de outras pessoas. Os benefícios dos exercícios físicos para pessoas da terceira idade podem ser tanto físicos, sociais quanto psicológicos.

Ao praticar exercícios físicos regularmente os idosos tendem a diminuir seus níveis de triglicerídeos, reduzirem sua pressão artéria e a tendência a arritmia, aumentar colesterol HDL, aumentar a sensibilidade das células a insulina, reduzir da gordura corporal, aumento de massa muscular, diminuição da perda mineral óssea, entre outros diversos fatores positivos para o praticante.

A inatividade física leva a uma diminuição cardíaca e pulmonar, aumento de gordura corporal, diminuição da massa muscular e óssea. O aumento da gordura corporal ocorre na mesma época que o volume de massa muscular e óssea começa a diminuir, gerando uma queda na taxa metabólica e uma predisposição ao aumento de gordura corporal.

Em virtude dos benefícios proporcionados pelos exercícios físicos, a procura por estas atividades aumentou consideravelmente, não somente pelos idosos, mas também por órgãos públicos que acreditam nos investimentos nesta área. Estes acreditam que isso fará com que os idosos diminuam sua frequência em hospitais, postos de saúde e a ingestão de medicamentos. Fazendo com que as pessoas tenham mais tempo de vida com saúde, motivação e uma vida social agradável, podendo frequentar grupos de idosos e aumentar a socialização entre as pessoas desta faixa etária.

Com o envelhecimento o idoso traz consigo o desgaste natural do seu corpo, consequentemente a diminuição das suas valências físicas, fazendo com que ele fique debilitado e tenha menos oportunidades e eficiência de seu aparelho locomotor e consequentemente no desenvolvimento de suas atividades diárias.

O idoso tem a oportunidade de reverter e equilibrar esse quadro através da prática regular de exercícios de maneira bem planejada. Qualquer programa de exercício físico para idosos é imprescindível que se tenha como em qualquer outro programa controle de intensidade, carga, intervalo e frequência, a fim de levar o idoso a uma evolução do seu nível de aptidão física.

Os princípios do treinamento físico devem ser aplicados e igualmente para os idosos de maneira semelhante a pessoas de menos idades, entretanto, deve-se tomar mais cuidado quando aplicados para os idosos, respeitando as limitações de cada indivíduo.

Através da prática corporal é possível dar nova oportunidade aos idosos, para que assim estes tenham novas perspectivas de vida, uma melhor qualidade de vida e também possam manter-se ou reintegrar-se na sociedade.

05. Conhecer as respostas fisiológicas em indivíduos com doenças cardíacas e hipertensos

Page 18: Atividades Físicas e Aptidão Física

A hipertensão arterial atualmente é considerada um fator de risco. Ainda, alguns autores, além de a considerarem fator de risco, a consideram uma doença degenerativa. A hipertensão está presente em cerca de 1/5 da população adulta.

A hipertensão é uma doença com sintomas silenciosos. Estudos indicam que na população brasileira ela ocorre em indivíduos com idade acima de vinte e dois anos, ocasionando um desencadeamento de diversas doenças além da hipertensão. A hipertensão arterial está diretamente relacionada com aposentadorias precoces e custos elevadíssimos com internações hospitalares. A hipertensão arterial tem grande incidência em pessoas com passado de doença na família. Esses indivíduos estão mais suscetíveis à hipertensão, porém qualquer pessoa que não adote cuidados com a saúde, que possui hábitos de vida inadequados como alcoolismo e tabagismo, além de uma alimentação rica em sal e gorduras, sobrepeso e obesidade aliado ao sedentarismo podem desenvolver quadros hipertensivos.

Apesar da doença se desenvolver mais comumente na população idosa, algumas crianças e adultos também podem fazer parte do quadro de incidência, devido a alguma ocorrência de danos cardiopáticos ou de problemas sanguíneos de nascença.

“A hipertensão arterial é o termo clínico que descreve a condição na qual a pressão arterial encontra-se elevada, ou seja, acima dos valores apresentados pelos indivíduos normais, e saudáveis”. (WILMORE e COSTILL, 2001, p. 219).

Pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra para circular no corpo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) esses valores correspondem a:

120 x 80 mmHg, constituindo um excelente nível de pressão.

130 x 85 mmHg, caracterizado por indícios de fatores de risco.

140 x 90 mmHg, caracterizado pela hipertensão.

Cabe ressaltar, que qualquer pessoa pode ter uma pressão acima de 140 x 90 mmHg sem apresentar a doença, uma vez que pode ser caracterizado como hipertensão, apenas quando os níveis elevados são encontrados em várias medições ao dia, em variados momentos, posições e condições.

A hipertensão arterial é uma doença que na maioria dos pacientes não apresenta qualquer tipo de sintomas, e quando ocorrem, os sintomas mais comuns envolvem dor de cabeça, cansaço, falta de ar, sangramentos no nariz, dentre outros que normalmente caracterizam o mal-estar.

O frequente aumento da pressão arterial pode ocasionar outras disfunções no organismo e desencadear sérias doenças. Assim, a

Page 19: Atividades Físicas e Aptidão Física

aterosclerose é o principal fator de risco, uma vez que qualquer artéria do corpo humano pode ser obstruída pela mesma, havendo complicações em vários órgãos, entre eles, coração: podendo desenvolver um infarto agudo no miocárdio, além de mio cardiopatias e insuficiência cardíaca; cérebro: podendo ocorrer um acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC; rins: desencadeia a insuficiência renal; e olhos: reduz a visão do paciente e desencadeia outros problemas na retina.

A pressão arterial é representada pela força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, qualquer fator que contribua para que essa força seja elevada, sugere o quadro de hipertensão arterial, ou seja, o sangue precisa ser empurrado pelo coração com mais força e as paredes arteriais sofrem agressões.

A hipertensão está ligada a alguns fatores como o aumento do peso corporal, o consumo de bebidas alcoólicas, o estresse e o sedentarismo. Na maioria dos casos a hipertensão se manifesta de maneira silenciosa, e quando não é tratada pode levar a complicações que atingem o sistema cardiovascular, renal e nervoso, ainda pode acarretar aumento do coração, podendo levar à insuficiência cardíaca; produzir a formação de pequenas ampolas (aneurismas) nos vasos cerebrais, aumentando o risco de acidente vascular cerebral; pode provocar o estreitamento dos vasos sanguíneos dos rins, levando em muitos casos a insuficiência renal; e provoca um “endurecimento” mais rápido das artérias do organismo, provocando muitas vezes ataques cardíacos ou lesões arteriais em outros órgãos do organismo.

Nos indivíduos hipertensos, a pressão do sangue sobre as paredes vasculares encontrar-se aumentada. Esse fenômeno pode causar lesões nas paredes internas dos vasos.

Atualmente vêm sendo utilizadas diversas formas de prevenção e tratamento para a hipertensão, de forma não medicamentosa e com baixo custo. Um desses meios de prevenção e tratamento é a prática regular de exercícios físicos, o qual resulta em uma série de benefícios para a saúde, além de atuar no controle direto da pressão arterial. Ainda, de forma secundária auxilia no combate de outros fatores de risco associados à hipertensão, como a diabetes, obesidade e o estresse. É importante ressaltar que só a atividade física não trata a hipertensão, mas auxilia para que os efeitos causados pela pressão alta, sobre o coração e vasos sanguíneos sejam minimizados.

O objetivo do tratamento da hipertensão é diminuir o risco de doenças cardiovasculares decorrentes dela, o que pode ser conseguido através da redução da pressão arterial.

Atualmente, uma das maneiras bastante difundidas para o combate à hipertensão e controle da pressão arterial é a prática de atividade física aeróbia de baixa intensidade. Ainda é necessário adquirir hábitos de vida mais saudáveis, além de acompanhamento frequente de profissionais

Page 20: Atividades Físicas e Aptidão Física

especializados em várias áreas da saúde para a identificação dos melhores métodos para o tratamento da mesma.

Os exercícios sugeridos devem ser predominantemente aeróbios como, caminhar, correr, nadar, pedalar e dançar, com intensidade de leve a moderada e entre 40 a 60% da captação máxima de oxigênio, com frequência cardíaca entre 60 a 80% da máxima, com duração de 30 a 60 minutos por dia e no mínimo três vezes por semana. Se seguidos esses exercícios há uma diminuição de 10 a 20 mmhg (milímetros de mercúrio) na pressão arterial sistólica e entre 5 a 15 mmhg para a pressão diastólica e pode até levar a uma normalização da pressão aos hipertensos leves e moderados.

O treinamento de força com cargas elevadas (força máxima) é potencialmente contraindicado por causa do risco de aumentos alarmantes da pressão durante as contrações. A utilização do treinamento de força com baixos valores de resistência e com padrões respiratórios adequados, pode ser benéfico, especialmente para as pessoas que precisam melhorar suas capacidades para realizar as tarefas do dia-a-dia. Recomenda-se não ultrapassar 50% de 1 RM. Deve-se evitar ao máximo a apneia durante a prática do exercício resistido, pois a mesma provoca a manobra de valsalva e consequentemente aumento abrupto da pressão arterial, podendo causar danos vasculares ou até mesmo cardíacos.

A prática regular de atividade física provoca adaptações fisiológicas no sistema cardiovascular, como o aumento do volume de oxigênio máximo e consequentemente a diminuição da pressão arterial. Isso leva ao controle da pressão, além de trazer vários benefícios à saúde e o bem-estar.

As atividades aeróbias podem influenciar nos níveis sistólicos e diastólicos da pressão arterial, contribuindo para a estabilidade ou até mesmo a redução e com isso promover uma melhor qualidade de vida aos indivíduos hipertensos.

A maior dificuldade é fazer com que as pessoas hipertensas se conscientizem que a atividade física é importante e ajuda no controle da pressão arterial. Para muitos dos hipertensos é mais cômodo e fácil realizar o tratamento medicamentoso, pois o efeito dos medicamentos é mais rápido e perceptível que os efeitos da atividade física.

Além dos benefícios de natureza mais ampla para saúde e a melhoria da qualidade de vida; vários estudos têm demonstrado que a atividade física é um fator importante na prevenção e no controle de alguns problemas de saúde, quando analisada a partir da perspectiva populacional.

O exercício físico quando mantido de forma frequente e regular permite que o corpo humano disponibilize respostas fisiológicas mais consistentes, provenientes das adaptações autonômicas e hemodinâmicas que interferem no sistema cardiovascular do indivíduo, consequentemente oferecendo maiores benefícios no controle da pressão arterial.