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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 1 Caro professor, Esperamos que as duas primeiras etapas do SuperAção Jovem – Mobilização e Iniciativa – tenham ajudado seus alunos a ter interesse e prazer com a leitura, incentivando-os a: participar ativamente das atividades propostas; colaborar com os colegas nos times, de modo a resolver os problemas de convívio, motivação ou compreensão; exercitar a iniciativa para escolher suas leituras, com base em suas preferências; ler para valer, praticando estratégias de compreensão enquanto leem. Assim, ao final dessas etapas, eles deverão ter se reunido em times de trabalho, escolhido um ou mais títulos para ler e, mais ainda, praticado importantes habilidades para fazer escolhas, conviver, pensar e produzir. Nesta nova etapa, do Planejamento, as atividades de leitura livre propostas trazem estratégias para que os jovens intensifiquem a compreensão de suas leituras. Além disso, convidamos os times a refletirem sobre a importância de uma boa organização antes e durante a leitura. Percorrendo este itinerário, seus alunos colocarão em prática as habilidades que convergem com o desenvolvimento das competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas. Cada atividade traz um passo a passo bem explicado para nortear suas aulas, além de dicas para aprimorar seu desempenho com relação às habilidades a serem trabalhadas e fortalecer sua interação com os alunos. Leia, a seguir, três reflexões para compreender a fundo o que consiste o ensino de estratégias de leitura e a importância de se trabalhar a oralidade dos alunos em sala de aula. Boa leitura! Ensinar estratégias para que os jovens se organizem diante da leitura em sala de aula e no tempo livre, de modo colaborativo, trabalhando em times e com a mediação do professor. Objetivos Etapas Mobilização e Iniciativa Planejamento Execução e Avaliação Apropriação dos Resultados Atividades de Leitura Livre Escola de Tempo Integral / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo PLANEJAMENTO Roteiro para estimular o planejamento dos jovens para crescerem leitores protagonistas

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 1

Caro professor,

Esperamos que as duas primeiras etapas do SuperAção Jovem – Mobilização e Iniciativa – tenham ajudado seus alunos a ter interesse e prazer com a leitura, incentivando-os a: participar ativamente das atividades propostas; colaborar com os colegas nos times, de modo a resolver os problemas de convívio, motivação ou compreensão; exercitar a iniciativa para escolher suas leituras, com base em suas preferências; ler para valer, praticando estratégias de compreensão enquanto leem. Assim, ao final dessas etapas, eles deverão ter se reunido em times de trabalho, escolhido um ou mais títulos para ler e, mais ainda, praticado importantes habilidades para fazer escolhas, conviver, pensar e produzir. Nesta nova etapa, do Planejamento, as atividades de leitura livre propostas trazem estratégias para que os jovens intensifiquem a compreensão de suas leituras. Além disso, convidamos os times a refletirem sobre a importância de uma boa organização antes e durante a leitura. Percorrendo este itinerário, seus alunos colocarão em prática as habilidades que convergem com o desenvolvimento das competências pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas. Cada atividade traz um passo a passo bem explicado para nortear suas aulas, além de dicas para aprimorar seu desempenho com relação às habilidades a serem trabalhadas e fortalecer sua interação com os alunos. Leia, a seguir, três reflexões para compreender a fundo o que consiste o ensino de estratégias de leitura e a importância de se trabalhar a oralidade dos alunos em sala de aula.

Boa leitura!

Ensinar estratégias para que os jovens se organizem diante da

leitura em sala de aula e no tempo livre, de modo colaborativo, trabalhando em times e com a mediação do professor.

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Mobilização e

Iniciativa

Planejamento

Execução e

Avaliação

Apropriação

dos Resultados

Atividades de Leitura Livre Escola de Tempo Integral / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

P L A N E J A M E N T O Roteiro para estimular o planejamento dos jovens para

crescerem leitores protagonistas

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 2

Planejamento e estratégias de leitura

Para envolver os jovens nas atividades propostas neste Roteiro e transformar esta etapa em um momento de aprendizagem significativa para eles, é fundamental refletir sobre a importância do planejamento. Planejar qualquer atividade possibilita desenvolver um comportamento estratégico, que implica intencionalidade e propósito. Isto é, ao antecipar nossas ações, mobilizamos aspectos de organização pessoal que contribuirão para tornar mais eficazes os nossos esforços pessoais na conclusão dessas ações. Assim, o planejamento contribui para o alcance de nossos objetivos e metas a partir do uso de nossas habilidades e também da identificação e superação de nossas dificuldades. Ao planejarmos uma atividade, realizamos um processo de metacognição: escolhemos uma entre várias alternativas para agir, transformamos nossas habilidades em ações conscientes (estratégias) e desenvolvemos autocontrole dos nossos processos de aprendizagem. É, portanto, um exercício que traz à consciência o tipo de informação que temos a respeito de nossa própria aprendizagem e, ao mesmo tempo, possibilita maior controle do que podemos exercer sobre os recursos que dominamos. No caso da leitura, o autocontrole refere-se ao conhecimento de diversos tipos de estratégias a serem usados em situações variadas de leitura e à capacidade de detectar erros e contradições no material escrito, além da habilidade de separar o que tem do que não tem sentido na informação. Planejar a leitura é, portanto, um exercício que possibilita relacionar o ato de ler com nossos valores e princípios pessoais, tornando-o, mais do que uma tarefa meramente escolar, uma atividade que pode ser utilizada a nosso favor ao longo dos anos de nossa vida. Seguem abaixo as principais estratégias que são utilizadas por um leitor competente, aquele que sabe como utilizar suas qualidades e talentos (habilidades) para superar suas dificuldades na leitura:

Reflexão 1

Examina ligeiramente o texto Examina a estrutura do texto Levanta hipóteses acerca do conteúdo do texto a ser lido Pensa a respeito da finalidade ou necessidade de realizar a leitura A

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Sublinha ideias ou palavras principais Toma notas Cria imagens mentais de conceitos ou fatos descritos no texto Relaciona o conteúdo do texto com seus valores e conhecimentos prévios Pensa acerca de implicações ou consequências do que diz o texto Para e reflete se compreende bem o que lê Relê palavra, frase, parágrafo, quando não os compreende Volta a ler partes que os precederam Quando não os compreende, consulta fonte externa

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 3

Na escola, não se aprende só a ler, mas também se aprendem maneiras de ser leitor. Assim, programas específicos para o ensino da leitura, em que sejam explorados e colocados em prática aspectos metacognitivos do uso de estratégias, certamente favorecem comportamentos mais conscientes, mais ativos entre os estudantes, pois lhes ensina maneiras conscientes de realizar atividades de leitura, de conhecer melhor o que elas representam para o domínio efetivo desse processo, de saber quando usá-las e como monitorá-las. É tarefa da escola encorajar os alunos a ler com estratégias, a fazer paráfrases após a leitura, a usar técnicas que os auxiliem a tornar consciente o comportamento que desempenham quando leem; a entender como o que leem influencia na forma pessoal de compreender.

Leitura livre, estratégias de leitura e habilidades Especialmente quando se trata de adolescentes e jovens é urgente encontrar novas rotas para aproximar a leitura do seu universo existencial, pois muitos deles ainda não desenvolveram suas preferências de leitura nem aprenderam a usar estratégias que permitam ler com compreensão a diversidade de textos a que são expostos na escola e na vida cotidiana, perdendo assim o interesse pela leitura, conforme evoluem na vida escolar. O desafio é, então, manter os estudantes antenados com a leitura ao longo de sua vida escolar e para além dela, formando leitores proficientes. Para isso, aprender a gostar de ler – ler por prazer, como hábito e por interesse próprio – e aprender a ler com compreensão diversos gêneros textuais são duas habilidades fundamentais para o desenvolvimento cognitivo dos alunos e sua participação em diversas práticas sociais. Essa foi uma das conclusões do PISA1 2009, cujo foco foi leitura: “Em todos os países [participantes da avaliação], estudantes que têm maior prazer em ler apresentam desempenho significativamente melhor do que aqueles que têm menor prazer em ler.” Além disso, os resultados do PISA apontam que “para que os estudantes se tornem leitores proficientes é essencial o domínio de estratégias que ajudam a aprendizagem - com métodos para memorizar, compreender ou resumir textos, e hábitos diversificados de leitura. A leitura por prazer é particularmente benéfica quando associada a altos níveis de pensamento crítico e aprendizagem estratégica.”2 Ou seja, o ensino de leitura que alie o gosto pela leitura (o prazer em ler, a leitura livre) com estratégias de compreensão leitora é mais eficaz para melhorar o desempenho dos estudantes em leitura.

1 O PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que analisa a qualidade, equidade e eficiência dos

sistemas escolares em cerca de 70 países, entre os quais, o Brasil. A edição de 2009 teve como foco a pesquisa das habilidades e conhecimentos dos estudantes em leitura. 2 Resultados do PISA 2009: aprendendo a aprender – Envolvimento, estratégias e práticas dos estudantes (volume

III), p.13. OCDE, Editora Moderna Ltda, 2011.

Faz releitura do texto Procura recordar pontos fundamentais sem retornar ao texto Volta ao texto e relê os pontos significativos Avalia quanto entendeu do texto Volta às partes de compreensão incerta Verifica se suas hipóteses foram ou não confirmadas Procura fazer paráfrase ou resumo do texto lido

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Reflexão 2

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 4

No SuperAção Jovem a prática de leitura está ancorada nesses dois pilares (gosto e compreensão) traduzidos em sequências de atividades que visam reconhecer as leituras praticadas pelos alunos fora ou dentro da escola, ampliar seus interesses, promovendo a escolha de títulos pelos alunos, qualificar gradualmente essas escolhas, contagiando-os para outras leituras e favorecer o aprendizado de atitudes e habilidades fundamentais para garantir o envolvimento com a leitura e o controle antes, durante e depois da leitura. Além disso, a dimensão do trabalho colaborativo com o professor e em times amplia a experiência leitora para além da mera prática individual, constituindo-se também como uma experiência de convívio com leitores, livros e histórias. A proposta do SuperAção Jovem compreende o desenvolvimento de habilidades cognitivas e não cognitivas que são fundamentais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Por isso, antes de começar a trabalhar com as atividades propostas nessa segunda etapa, relembre o quadro abaixo e, no caso de dúvida ou do desejo de se aprofundar, releia a “Reflexão 3 - Competências e Habilidades”, que está no Roteiro das Etapas de Mobilização e Iniciativa – 7ª série (8º ano), página 5. O ensino de leitura que engloba concomitantemente a prática de habilidades que impulsionam a construção da autonomia, a determinação, a colaboração, a comunicação e o trabalho em time, favorece a entrada dos estudantes num ciclo de desempenho virtuoso, em que “as atitudes em relação à leitura e à aprendizagem, a motivação, envolvimento em atividades de leitura e proficiência em leitura reforçam-se mutuamente”3. Conheça mais sobre o ensino de estratégias de leitura na próxima reflexão.

Hora do Desafio: as estratégias de leitura Segundo Isabel Solé4, formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender a partir dos textos. A compreensão leitora depende de um grande número de fatores, muito complexos e interrelacionados. Conhecer esses fatores permite detectar as fontes das dificuldades de compreensão e, numa perspectiva pedagógica, mediar a interação do leitor com o texto.

3 Resultados do PISA 2009: aprendendo a aprender – Envolvimento, estratégias e práticas dos estudantes (volume

III), p.13. OCDE, Editora Moderna Ltda, 2011, p. 27. 4 SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura, Porto Alegre: Artmed, 1998.

Reflexão 3

Autonomia (Habilidades

para fazer escolhas)

Autoconfiança e Determinação: favorece a autonomia dos estudantes na escola e na vida.

Aprender a SER (Competências pessoais)

Gestão (Habilidades de gestão)

Trabalho em Time: favorece a aprendizagem colaborativa na escola e na vida.

Aprender a FAZER (Competências produtivas)

Leitura

(Habilidades de pensamento)

Leitura: favorece a capacidade de ler por prazer e o uso de estratégias de leitura na escola e na vida.

Aprender a CONHECER (Competências cognitivas)

FORMAÇÃO PARA

HABILIDADE

DIMENSÃO

Colaboração (Habilidades de convívio)

Colaboração e Comunicação: favorece a colaboração

e comunicação dos estudantes na escola e na vida. Aprender a CONVIVER

(Competências relacionais)

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 5

Na atividade da Hora do Desafio presente neste roteiro, busca–se levar os alunos a exercitarem procedimentos de leitura que colaboram para o desenvolvimento de algumas das capacidades – ou estratégias – de compreensão transcritas abaixo, classificadas por Roxane Rojo em seu artigo “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania”5 :

5 Este artigo pode ser lido na íntegra em: http://bit.ly/rojaneroxo

Checagem de hipóteses Ao longo da leitura, no entanto, o leitor estará checando constantemente essas suas hipóteses, isto é, confirmando-as ou desconfirmando-as e, consequentemente, buscando novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria por um caminho e o texto por outro.

Antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades dos textos O leitor não aborda o texto como uma folha em branco. A partir da situação de leitura, de suas finalidades, da esfera de comunicação em que ela se dá; do suporte do texto (livro, jornal, revista, outdoor etc.); de sua disposição na página; de seu título, de fotos, legendas e ilustrações, o leitor levanta hipóteses tanto sobre o conteúdo como sobre a forma do texto ou da porção seguinte do texto que estará lendo. Esta estratégia acontece durante toda a leitura e é também responsável por uma velocidade maior de processamento do texto, pois o leitor não precisará estar preso a cada palavra do texto, podendo antecipar muito de seu conteúdo.

Comparação de informações Ao longo da leitura, o leitor está constantemente comparando informações de várias ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de mundo, de maneira a construir os sentidos do texto que está lendo. Para atividades específicas, como as de resumo ou síntese do texto, esta comparação é essencial para medir a relevância das informações que deverão ser retidas.

Localização e/ou cópia de informações Em certas práticas de leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações em enciclopédias, obras de referência, Internet), o leitor está constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-la – por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou sublinhado – e, posteriormente, reutilizá-la de maneira reorganizada. É uma estratégia básica de muitas práticas de leitura (mas não de outras, como a leitura de entretenimento ou de fruição), mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras que estamos comentando.

Generalização (conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise de informações pertinentes ) Uma das estratégias que mais contribuem para a síntese resultante da leitura é a generalização exercida sobre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos, explicações etc. Ninguém guarda um texto fielmente na memória. Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que mais nos impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de generalizações, responsáveis, em grande parte, pela síntese.

Ativação de conhecimentos de mundo Previamente à leitura ou durante o ato de ler, o leitor está constantemente colocando em relação seu conhecimento amplo de mundo com aquele exigido e utilizado pelo autor no texto. Caso esta sincronicidade falhe, haverá uma lacuna de compreensão, que será preenchida por outras estratégias, em geral de caráter inferencial. Estas estratégias de caráter inferencial são amplamente utilizadas pelos leitores proficientes para construir o sentido dos textos, afinal são conseguidas no diálogo com o texto.

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Assim, as atividades desenvolvidas na Hora do Desafio são exercícios que objetivam desenvolver estratégias que permitem monitorar a compreensão antes, durante e após a leitura. Podemos dizer que as capacidades de leitura elencadas por Roxane Rojo podem ser entendidas como processos cognitivos desenvolvidos a partir do exercício das estratégias que os leitores competentes utilizam para construir o sentido do texto. A prática de aspectos metacognitivos pela explicitação do uso de estratégias favorece comportamentos mais conscientes, mais ativos entre os estudantes. Podemos dizer que, a partir do exercício de metacognição (em que se trazem à consciência os processos de aprendizagem),

colabora-se para o desenvolvimento das capacidades para realizar atividades de leitura.

Oralidade Apesar de lerem mais e demonstrarem atitudes protagonistas diante da leitura, muitas vezes percebemos que, nos momentos de debate e discussão organizados em sala de aula ou na escola, os alunos apresentam dificuldades com a oralidade: timidez, vocabulário pobre, argumentação frágil etc. Por que isto acontece? Não é raro constatar que há certo descuido com a prática oral em sala de aula, o que vem causando diversos problemas na formação dos estudantes, tanto de ordem linguística quanto social. Os problemas de natureza linguística correspondem à falta de habilidade dos alunos em expor suas opiniões e pontos de vista. Eles têm dificuldades de utilizar a linguagem para argumentar em seu favor, defender ou refutar ideias, tampouco para simplesmente fazer sugestões (SCHNEUWLY & DOLZ, 2004). O segundo problema, de natureza social, relaciona-se com o primeiro: se os alunos não conseguem organizar sua fala para argumentar, expor, opinar e sugerir, consequentemente, não conseguem participar efetivamente de determinadas práticas sociais, pois não conhecem outra variedade oral da língua que não a coloquial. Os estudantes precisam compreender que a oralidade é a primeira habilidade pela qual serão avaliados quando estiverem fora da escola - por exemplo, no mundo do trabalho - e esta, por sua vez, precisa criar situações que coloquem em foco esta compreensão. Concordamos com Schneuwly (2004) que, ao optarmos pelo ensino oral da língua materna, é necessário refletirmos sobre o que é o “oral” que a escola precisa desenvolver. Conforme postula o autor, a oralidade deve ser concebida como lugar em que vários componentes estão envolvidos, englobando não apenas aspectos fônicos, fonológicos, de entonação ou timbre de voz, mas também elementos mais amplos, como o contexto e a situação de produção do texto oral, os interlocutores envolvidos, o espaço em que a fala se dá, entre outros. Assim, é necessário compreender que há vários “orais” que não estão totalmente livres da expressão escrita da língua,

Reflexão 4

Produção de inferências locais No caso de uma lacuna de compreensão provocada, por exemplo, por um vocábulo ou uma estrutura desconhecidos, recorremos a estratégias inferenciais, isto é, descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o período, o parágrafo) e pelo significado anteriormente já construído, novo significado para este termo até então desconhecido.

Produção de inferências globais Nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de seu conhecimento de mundo.

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 7

mas que podem relacionar-se com ela, seja de maneira mais ou menos próxima. Ao mesmo tempo em que há gêneros orais que dependem totalmente da escrita, como o teatro, a leitura dramática, as ladainhas religiosas; há outros que estão mais distanciados, como as conversas do cotidiano e o debate. Dessa forma, entendemos que existem práticas de linguagem muito diferenciadas que envolvem a oralidade, e todas elas parecem ser passíveis de tornarem-se objetos de trabalho escolar. Para os PCNs, o ensino de língua oral deve ir além da interação dialogal de sala de aula. Assume-se que o aluno dispõe de competência discursiva e linguística para uso cotidiano, mas não está devidamente preparado para a "fala pública" e para os seus campos discursivos, isto é os contextos e as situações de comunicação em que a oralidade se instaura: como na ciência, na religião, na filosofia, na política, na arte, na literatura etc. Verifica-se, portanto, a necessidade de levá-lo a desenvolver competências para dar conta da variedade de usos linguísticos que as situações sociais contemporâneas exigem do campo da língua oral, como por exemplo apresentações públicas, entrevistas profissionais, debates... Assim, propõem-se objetivos, estratégias e abordagens embasadas na diversidade de gêneros do oral e das situações de uso público da fala. Propondo uma simetria de valores, em que o oral e o escrito aparecem destacados e evidenciados como conteúdos a serem desenvolvidos, os PCNs identificam dois campos bem articulados (linguagem oral/linguagem escrita) pelas práticas de escuta/leitura e produção de textos orais/escritos. Nos seus objetivos de ensino estas práticas da oralidade apresentam-se resumidamente assim:

No processo de escuta de textos orais, espera-se que o aluno:

amplie, progressivamente, o conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais envolvidos na construção dos sentidos do texto. Esse conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais está relacionado aos vários aspectos envolvidos na situação do texto oral: fônicos, fonológicos, de entonação ou timbre de voz, o contexto de comunicação, os interlocutores envolvidos, o espaço em que a fala se dá, entre outros.

reconheça a contribuição complementar dos elementos não-verbais (gestos, expressões faciais, postura corporal);

utilize a linguagem escrita, quando for necessário, como apoio para registro, documentação e análise;

amplie a capacidade de reconhecer as intenções do enunciador, sendo capaz de aderir a ou recusar as posições ideológicas sustentadas em seu discurso.

No processo de produção de textos orais, espera-se que o aluno:

planeje a fala pública usando a linguagem escrita em função das exigências da situação e dos objetivos estabelecidos;

monitore seu desempenho oral, levando em conta a intenção comunicativa e a reação dos interlocutores e reformulando o planejamento prévio, quando necessário;

considere possíveis efeitos de sentido produzidos pela utilização de elementos não-verbais;

considere os papéis assumidos pelos participantes, ajustando o texto à variedade linguística adequada (esse conceito está relacionado com a ideia de que a língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes, pois este uso está sujeito a variações de época, de região, de classe social etc., além de precisar se adequar a diferentes situações (formais e informais), a diferentes lugares sociais e campos discursivos (profissionais, acadêmicos, religiosos etc.) e assim por diante. Isto é, nem individualmente podemos afirmar que o uso da língua seja uniforme: dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades.

saiba utilizar e valorizar o repertório linguístico de sua comunidade na produção de textos.

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É importante reforçar a ideia de que falar, escutar, escrever e ler, nas práticas sociais contemporâneas, são atividades complementares e imbricadas. Assim, ao se tratar didática e pedagogicamente a linguagem oral e a escrita, é preciso levar em conta a impregnação mútua que as práticas cotidianas de linguagem requerem de qualquer cidadão. Acreditando nesta indicação, propomos que as atividades de leitura e de protagonismo desenvolvidas neste Roteiro estejam também preocupadas com o desenvolvimento das habilidades orais. Assim, chamamos a atenção para dois blocos de habilidades que envolvem as capacidades de falar e ouvir:

Relativas à comunicação, ao saber ser e conviver, que se referem à oralidade no campo relacional, do respeito ao outro, do cuidado.

Relativas à cognição, que refletem a clareza, a capacidade de compreensão, a riqueza de vocabulário, a adequação da linguagem à finalidade da situação etc.

É fundamental, portanto, reconhecer que todas as atividades aqui propostas precisam ser também encaradas como possibilidades de fortalecer a oralidade dos estudantes, entendidas como exercícios planejados para que estes, sendo envolvidos em ações que exigem protagonismo (nos debates, nas apresentações, nas tomadas de decisões etc.) desenvolvam as capacidades leitoras e, tenham também, a oportunidade de desenvolver a oralidade.

Veja, na página seguinte, o mapa das atividades propostas neste Roteiro, lembrando que a organização deste é feita a partir de uma estrutura composta por cinco momentos, o Módulo do SuperAção, em que estão distribuídas as atividades de leitura livre.

Bom trabalho!

E não se esqueça: Jovem não é problema! Jovem é protagonista 100% leitor! Equipe do Programa SuperAção Jovem

Instituto Ayrton Senna

Como este Roteiro está estruturado?

Expediente: Instituto Ayrton Senna: Viviane Senna – Presidente Simone André – Coordenadora da Área de Educação Complementar Equipe Superação Jovem – ETI/ São Paulo: Helton Lima e Silvia Mattiazzo –Gerentes de Programas Vanessa Lira – Assistente de Programas Daniela Capelletti– Assistente Administrativo Elaboração de materiais didáticos: Cynthia Sanches e Simone André Consultora em Leitura: Roselene dos Anjos Coordenação de Agentes Técnicos: Renata Monaco Maria Regina dos Santos Agentes Técnicos: Cléa Ferreira Juliana Sales Helena Faro Lisandra Saltini Rosimeire Moreira Silvia Lima

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 10

Abrace essa Causa

1. Reúna os jovens em roda e esclareça que esta é a primeira atividade da etapa de Planejamento. Pergunte-lhes se saber se planejar é importante para crescer como leitor. Ouça as respostas atentamente e escreva no quadro os principais conceitos que surgirem e discuta-os com a turma.

Meu livro é... Objetivo da atividade: Mobilizar a turma para a etapa de Planejamento e promover a troca de experiências com as leituras já realizadas. Materiais necessários: Papel Sulfite; caneta. Principais habilidades trabalhadas: Comunicação e Leitura (Gosto).

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1ª aula!

Planejando a execução da atividade:

Leia o passo a passo e compreenda o caminho pedagógico proposto nesta atividade. Um dos objetivos dela é iniciar a reflexão sobre a importância de ter atitudes de planejamento antes e durante a leitura. Esta atividade deve ocupar 3 aulas.

Outro objetivo é proporcionar um momento de interação entre leitores, livros e histórias. Saber se planejar antes de executar qualquer atividade é fundamental! Da mesma forma que o planejamento da leitura é importante para possibilitar o desenvolvimento das capacidades leitoras, o planejamento da escrita é também essencial para que o texto se desenvolva da melhor forma possível. Por isso, nessa atividade, você ensinará aos jovens algumas dicas para se comunicarem por meio do gênero textual cartas.

Fique atento à estrutura da atividade: ela se inicia em uma grande roda, cujo objetivo é explorar os conhecimentos prévios da turma sobre a ligação entre planejamento e leitura. A seguir, os jovens serão convidados a compartilharem suas experiências de leitura e de planejamento para leitura até o momento com um colega, por meio de uma carta (escrita individual). Por fim, os jovens serão convidados a ler e refletir sobre o conteúdo das cartas recebidas. Com isso, esperamos que os jovens sejam motivados pelos seus próprios colegas e se mobilizem para outras possibilidades de leituras.

A mediação do professor em toda a realização da atividade é fundamental. Muitas pistas sobre o envolvimento dos jovens com a leitura aparecerão no decorrer dela. Esteja atento ao que os jovens escrevem e falam, exercitando sempre sua presença pedagógica.

Como em outras atividades humanas, o hábito e o prazer de ler podem ser intensificados se os alunos agregarem à leitura formas de se planejarem. A prática da leitura exige a disposição para se planejar: da escolha do título, passando pela definição do tempo que será dedicado à leitura até o exercício de estratégias para ler com compreensão.

Observe como seus alunos associam leitura com planejamento: eles conseguem identificar algumas ações e atitudes de planejamento que já incorporaram no ato de ler, mesmo que sejam atitudes básicas?

Planejamento e leitura. .

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 11

2. A seguir, esclareça que o objetivo da etapa de Planejamento é aprenderem a se auto-organizar para tirar o melhor proveito da leitura, tornando-se assim, leitores cada vez mais protagonistas e antenados. Conte que, nesta atividade, vocês trocarão experiências entre leitores, porque todo leitor gosta de compartilhar sua opinião sobre os livros escolhidos e de ouvir as opiniões dos colegas! A dinâmica é a seguinte: distribua uma folha de papel para cada jovem e faça a seguinte comanda: cada um deverá escrever uma carta para um colega da sala, contando sobre sua aventura com o livro que está lendo.

3. Para garantir que todos recebam uma carta, escreva o nome de todos os alunos em pedaços de papel e dobre-os. O modelo a ser utilizado é o mesmo da brincadeira ‘amigo secreto’: cada aluno deverá pegar um nome, à exceção do seu próprio e do nome de um colega de seu time! Após o sorteio, peça-lhes segredo sobre quem são os destinatários de suas cartas e faça algumas orientações sobre como estas devem ser escritas.

4. Utilize as questões abaixo para ajudá-los a refletirem sobre suas vivências antes de escrever as cartas e ‘aquecê-los’. Dessa forma, evitaremos que os jovens se limitem a manifestar opiniões evasivas. Oriente-os a respondê-las para depois dar início à escrita da carta. Estabeleça um tempo para a conclusão das cartas.

a. O nome do livro que está lendo e o nome do autor. b. Por que você escolheu esse livro? c. Quais foram suas maiores dificuldades na leitura? d. Como busca superar as suas dificuldades na leitura? e. Você recomendaria essa leitura? Por quê? f. Conte uma dica do que você faz para se planejar para a leitura!

Procure deixar os jovens à vontade com essa tarefa, esclarecendo que não deverão temer a escrita. Muitos jovens podem ter dificuldade de escrever, por razões diversas. Quebrar a barreira do medo e da vergonha de escrever errado é o primeiro passo. Lembre-os que o objetivo é sempre fazê-los crescer como estudantes e leitores.

Oriente-os que o objetivo da carta é deixar seu amigo secreto com muita vontade de ler o livro (se estiverem gostando da leitura, claro!) ou com muita vontade de ajudá-lo a superar suas dificuldades com a leitura (se não estiver gostando do livro ou se estiver com dificuldade de compreender o que está lendo). Estimule-os para que escrevam mais do que simples afirmações como ‘o livro é legal’, ‘estou gostando’, ‘achei o livro chato’ etc. Ofereça ajuda a quem precisar.

Além disso, a carta oferecerá a oportunidade de trocarem algumas experiências sobre as estratégias de planejamento que utilizam para ler com mais gosto e compreensão. Estimule que escrevam o que fazem para se planejarem, mesmo que pareça ser algo banal.

Para envolver os jovens na escrita da carta, é importante resgatar com eles a situação de produção deste gênero textual. No nosso caso, ela pode ser revelada da seguinte forma: trata-se de uma carta pessoal em que o autor (o chamado remetente), estabelece/provoca um diálogo à distância com o leitor (destinatário) e, em tom pessoal e intimista, tem como objetivo compartilhar um momento de sua história particular, ou

>>> Continua...

Orientando a escrita da carta.

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da etapa de Planejamento 7ª série (8º ano) 12

5. Após o tempo determinado, peça a um dos jovens para entregar sua carta a seu

amigo secreto. E peça ao jovem que a recebeu, que a leia em voz alta. Proceda dessa forma com mais dois ou três jovens. Depois, oriente os demais para entregarem suas cartas para o seu amigo secreto. No momento em que todos estejam com as cartas recebidas em mãos, dê um tempo para que possam ler. Aproveite para observar as expressões e atitudes dos alunos.

6. Pergunte se alguém ficou com vontade de ler o livro citado ou ajudar o colega, a partir do depoimento do amigo. Ouça os motivos dos jovens que disseram ‘sim’ e peça para um deles ler, em voz alta, a mensagem recebida.

7. Pergunte, também, os motivos dos jovens que não se interessaram pela dica de leitura recebida. Deixe claro que o importante é aprender a conhecer seus gostos e preferências na leitura e é natural que nem todos os livros agradem a todos!

seja, sua experiência de leitura. Por se tratar de uma conversa por escrito e à distância, a carta pessoal precisa preocupar-se o tempo todo com a manutenção do diálogo, incorporando ao seu conteúdo expressões e construções que envolvam o leitor e o tornem presentes.

Explique que é por isto que a carta inclui uma saudação inicial (Olá,...! Querido amigo, ...!) e muitas vezes, já no início, esclarece ao leitor o motivo pelo qual ela foi escrita (escrevo-lhe para contar..., para dizer..., para saber sua opinião... ou porque gostaria de sua ajuda..., queria saber sua opinião...). Outra característica importante da carta que também mostra este diálogo é a despedida no final (Até breve!, Um forte abraço!, um beijo! Saudades!...), acompanhada muitas vezes por um apelo pela resposta (Espero receber notícias suas..., Aguardo sua resposta...). Além disso, no corpo da carta, o uso de perguntas (Como vai? Você já leu este livro? Que livro você está lendo agora?...) é importante para manter a interlocução e estimular uma resposta, afinal, quem escreve uma carta pessoal quer ser correspondido!

O diálogo à distância que a carta estabelece também é a razão para que seja incorporado ao texto o lugar e a data em que ela foi escrita: lembre aos alunos que esta

é uma característica marcante das cartas.

Leve seus alunos a perceber que o primeiro passo para planejarem seu crescimento como leitores é saber identificar o que gostam de ler e, também, suas dificuldades para gostar de ler ou compreender o que leem. Com esta atividade, estão começando a dar um novo passo para crescerem na leitura, que é aprender a falar de suas preferências e dificuldades, conquistando o apoio dos colegas para se superar.

Essa atividade também provocou que os alunos refletissem sobre a importância do planejamento para a leitura e, também, expressassem sua relação com os livros escolhidos. Estimulou o contágio entre os jovens em relação às suas experiências como leitores e os livros que estão lendo. Essa é uma forma de despertar o desejo dos alunos para ler, pois quando um jovem conta para o outro suas experiências com a leitura, cria um canal de identificação e incentivo “de jovem para jovem”. Com isso em mente, avalie se os jovens: o Demonstraram nas cartas estarem motivados para ler (ainda que não tenham

gostado do livro escolhido). o Demonstraram nas cartas que estão mais conscientes do que os motiva a ler e do

que os impede de ler melhor. o Demonstraram interesse pelos livros e experiências de leitores de seus colegas.

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

2ª e 3ª

aulas!

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8. Uma carta pessoal pressupõe uma resposta! Oriente a turma a responder as cartas recebidas, utilizando as dicas que receberam sobre esse tipo de gênero textual. Peça-lhes que escrevam suas cartas em casa e lembre-os que a carta-resposta deverá estabelecer o diálogo com a carta recebida. Oriente-os, também, a guardarem as cartas recebidas nas pastas dos times.

9. A seguir, apresente o cronograma e as atividades da etapa de Planejamento, elaborando uma linha do tempo. Lembre-se que apresentar e esclarecer os objetivos das atividades gera expectativa e motiva os jovens para a participação. Para preparar sua fala, utilize os quadros que contêm a descrição das atividades que estão na página 9. Ao final, pergunte-lhes qual atividade mais chamou a atenção e por quê.

10. Esclareça que na próxima aula vocês realizarão uma atividade divertida, em que todos conhecerão seus perfis de leitores. Deixe seus alunos curiosos: o que será um perfil de leitor?

Todos Juntos

1. Reúna os participantes nos times de trabalho e relembre o objetivo da atividade: descobrir o “perfil de leitor” de cada um. Como eles ainda não conhecem o que são

O meu perfil de leitor! Objetivo da atividade: Descobrir o perfil de leitor de cada jovem e escolher um novo livro para leitura. Materiais necessários: Guia do Leitor Antenado – volume 1, cópias do Capítulo 3 (página 2 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Colaboração e Leitura: Gosto.

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1ª aula!

É interessante que você leia o que os jovens escreveram. Por isso, recolha as pastas dos times e avalie o grau de motivação com a leitura e a competência na escrita de cada um.

No caso de perceber problemas muito sérios em relação ao domínio da escrita, converse com o professor de Língua Portuguesa do período regular, buscando sua parceria no sentido de solucionar estes problemas.

Sugira aos amigos secretos que continuem trocando cartas para, ao mesmo tempo, exercitar a escrita e buscar cada vez mais maneiras de superar suas dificuldades.

Conheça o conteúdo das cartas.

Planejando a execução da atividade:

Nesta atividade, os jovens descobrirão, por meio de um jogo, quais são seus perfis de leitor. A partir dessa descoberta, escolherão os próximos livros para ler. Esta atividade deve ocupar 2 aulas.

Você apresentará, também, alguns gêneros literários que estão presentes no rol de indicações de leitura do Guia do Leitor Antenado- volume 1. O reconhecimento pelos jovens da diversidade de gêneros é importante para a ampliação do repertório leitor.

É fundamental que você leia com antecedência a atividade ‘Reconhecendo seu perfil de leitor’, no Guia do Leitor Antenado- volume 1 (páginas 10 a 12).

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os “perfis de leitor”, proponha um ‘aquecimento’, perguntando a alguns jovens se conseguem se definir como leitores. Ouça atentamente as respostas, registrando no quadro os principais conceitos que surgirem.

2. Relembre que eles escolheram o primeiro livro para ler a partir das quatro portas da Casa da Leitura. Esclareça que, agora, aprenderão como motivar e apoiar os colegas na leitura: a partir do perfil de leitor.

3. Para começar, distribua uma cópia do Capítulo 3 (página 2 do Caderno do Estudante) para cada time e oriente que cada jovem escreva suas respostas para as perguntas individualmente em uma folha. Estabeleça um pequeno tempo para que respondam e, ao final, peça que alguns jovens leiam suas respostas. Esclareça que as cinco questões são importantes de serem pensadas, para que todos se planejem na leitura e continuem crescendo como leitores. Oriente-os a guardarem o Capítulo 3 e as folhas com as respostas escritas na pasta de seus times.

4. A seguir, para identificar o perfil de leitor de cada aluno, peça-lhes que abram o Guia do Leitor Antenado - volume 1 na página 10 e leiam o passo a passo da atividade até o item 9. Estabeleça um tempo para a conclusão dessa tarefa.

5. Após o tempo combinado, todos deverão ter descoberto qual é o perfil de leitor que mais se aproxima de suas características atuais. Então, faça uma leitura compartilhada, em voz alta, dos quadros que estão na página 12 do Guia.

Os quatro tipos de leitores apresentados possuem características diversas. É importante que você converse sobre essas características com os alunos e informe que elas podem variar de um período a outro da vida.

O leitor iniciador é um leitor mais fluente, que já tem o hábito de ler com frequência e prazer em fazê-lo. Este leitor gosta de escolher os livros que vai ler. O texto da carta “Iniciador” (página 37 do Guia) lhe dará mais pistas sobre este perfil. A tarefa do jovem iniciador é mobilizar os colegas de seu time a ler mais, ajudando-os na escolha do livro.

O leitor propagador é aquele jovem que gosta de conversar, fazer amigos e dar dicas de leitura para os colegas. Ele conhece muita gente e é popular entre os alunos. Sua principal característica é falar com todos que conhece sobre os livros que leu e gostou ou que seus colegas e professores gostaram, propagando o ‘vírus da leitura’ na escola. A tarefa dele é mobilizar ao menos sete jovens para ler um livro de que tenha gostado.

>>> Continua...

Para cada perfil de leitor, uma tarefa.

Posteriormente, leia as respostas de seus alunos. Elas são interessantes para identificar os recursos que seus alunos estão se valendo para superar os desafios na leitura. Conhecer essas respostas e descobrir as melhores estratégias que estão sendo utilizadas por eles é um tesouro que deve ser compartilhado com toda a turma!

Leia as respostas de seus alunos.

Sempre que os jovens estiverem reunidos em times para realizar uma tarefa, lembre-se de circular pela sala, sentando por alguns momentos com todas as equipes para acompanhar os debates. Coloque-se à disposição de todos, pedindo aos alunos que o chamem caso estejam com alguma dificuldade.

Acompanhe o trabalho dos times.

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6. Na aula seguinte, promova uma roda de conversa ressaltando as tarefas de cada perfil. A seguir, oriente-os a seguir em frente com a atividade, fazendo o que dizem os itens 10 e 11 (página 11 do Guia). Chegou a hora de escolher o segundo livro para ler, utilizando a indicação que consta em cada perfil de leitor.

7. Finalize a aula reunindo todos em uma grande roda. Peça aos líderes que leiam o

resultado da atividade (o quadro final, conforme o modelo da página 11 do Guia) e interaja nesse momento, fazendo perguntas sobre como foi fazer a segunda escolha do livro, o que descobriram sobre seu perfil de leitor, se já têm ideia sobre como pretendem fazer acontecer a tarefa de seu perfil etc.

2ª aula!

Já o leitor comunicador é uma pessoa que gosta de divulgar dicas de leitura nos canais de comunicação: cartazes, jornais, revistinhas, rádio da escola etc. A tarefa do jovem comunicador é criar formas criativas de divulgação na escola dos livros mais legais que seu time está lendo.

Por fim, temos o leitor apreciador. Em geral, é um leitor que prefere ler o que seus colegas e professores indicam, a escolher um livro por conta própria. Pode não ser ainda um leitor muito voraz, mas está a caminho de apreciar cada vez mais os livros. Sua tarefa é ler os livros indicados pelos seus colegas iniciadores ou pelo professor.

Antes de solicitar que os alunos partam para a escolha dos livros, converse sobre a infinidade de textos que circulam na sociedade, chamando a atenção para o fato de que os textos literários, embora tenham todos a intenção de possibilitar a leitura pelo prazer e para a fruição, são diferentes entre si por se agruparem em gêneros distintos que diferem em relação ao tema (alguns tratam de aventuras, outros de histórias de amor, outros refletem sobre o cotidiano etc.), à estrutura (há os que são narrativos, há os que são reflexivos, há os que são organizados em parágrafos, há os que são organizados em versos etc.) e ao estilo (alguns são mais poéticos, outros são mais dinâmicos..., uns utilizam linguagem mais formal, outros são escritos de maneira mais informal etc.). Fale que é por este motivo que o Guia do Leitor Antenado apresenta diferentes gêneros literários que eles podem escolher de acordo com o interesse pessoal de cada um:

contos de vários tipos (de amor, populares, de aventura...) crônicas poemas

romances fábulas

Chame, também, a atenção para a presença de gêneros como histórias em quadrinhos e biografia que também estão presentes no Guia do Leitor Antenado.

É importante também estimulá-los a experimentar a leitura de vários gêneros, pois muitas vezes deixamos de ler bons livros por puro preconceito. Por exemplo, há muitos depoimentos de pessoas que diziam ter preconceito contra os poemas, por acharem que todos são românticos e melosos, mas, ao descobrirem o mundo de possibilidades que estão presentes nos poemas, lamentam não terem se aventurado na leitura deles há mais tempo.

Fale também de suas experiências com os diferentes gêneros literários e faça um levantamento na classe sobre os gêneros literários que os alunos já leram ou estão lendo.

>>> Continua...

Apresente os diversos gêneros literários.

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8. Oriente aqueles que já terminaram a leitura do primeiro livro, para que procurem na sala de leitura pelo segundo título escolhido. Esses jovens, já podem colocar no Painel do Leitor a avaliação do livro lido. Lembre-se de que este momento é insubstituível porque coloca os alunos em contato direto com os títulos.

9. Esclareça que a próxima aula será dedicada ao planejamento de cada jovem de sua tarefa do perfil de leitor. Peça que organizem a sala em times antes de sua chegada!

Nessa atividade, propusemos que os jovens colaborem entre si, a partir de seus perfis de leitor, para motivar os colegas para a leitura. Por isso, você pode avaliá-los pela capacidade de colaborar e de contagiar os colegas. Como você avalia o envolvimento dos jovens com a tarefa de cada perfil? Eles aceitaram bem o desafio de colaborar com os colegas, motivando-os como iniciadores, propagadores, comunicadores ou apreciadores? A indicação ou propaganda feita pelos colegas os estimulou a fazer novas escolhas de leitura? Identifique aqueles que são bons na colaboração e os que se motivaram a partir dessa atitude colaborativa dos colegas. Todos ganharam no desenvolvimento dessas habilidades.

Nessa atividade, você conversou com seus alunos sobre os diversos gêneros literários. Conhecer a Casa da Leitura significa conhecer a infinidade de opções para ler. É dessa forma que o gosto e as preferências dos alunos se ampliarão. Você observou se seus alunos se interessaram em ampliar suas preferências de leitura, tendo conhecido diversos gêneros literários ou, ainda, tendo sido influenciados pelo gosto dos colegas?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

Nosso time leitor! Objetivo da atividade: Planejar como colocar em prática as tarefas propostas para cada perfil de leitor. Materiais necessários: Guias do Leitor Antenado- volume 1, cópias do Capítulo 4 (página 3 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Trabalho em time.

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Planejando a execução da atividade:

Esta atividade ajudará os jovens a se planejar para colocar em prática a tarefa exigida em seu perfil de leitor e deve ocupar 2 aulas.

Lembre-se que: o jovem cujo perfil é Iniciador deverá acompanhar a leitura dos colegas de seu time, ou seja, deverá ficar atento às possíveis dificuldades de leitura que possam existir entre os seus colegas. Já o jovem de perfil Propagador tem a tarefa de propagar a leitura escolhida pelo seu time para outros sete jovens da escola. O aluno de perfil Comunicador deverá comunicar os títulos que seu time está lendo para toda a escola. E, por fim, o leitor de perfil Apreciador tem a tarefa de ajudar os colegas na divulgação dos livros, mas principalmente, de conversar muito com quem lhe indicou o livro para compartilhar o que esse livro tem de muito legal e, claro, pedir ajuda para superar possíveis dificuldades.

É possível que nem todos os perfis apareçam em cada time, o que não gera nenhum problema na execução da atividade.

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1. Peça os jovens para que se reúnam em seus times e escolham um líder que conduzirá a atividade. Caso já tenham se organizado dessa forma, parabenize-os! Pergunte-lhes se conseguem se recordar de suas tarefas a partir do perfil de leitor. Ouça o que os jovens dizem e complete as lacunas de compreensão surgidas. Se necessário, promova nova leitura, em voz alta, do quadro da página 12 do Guia do Leitor Antenado para relembrar quais são as tarefas de cada perfil.

2. Após relembrarem as tarefas, distribua uma cópia do Capítulo 4 (página 3 do Caderno do Estudante) para cada time e oriente-os a escrever seus planejamentos em uma folha de papel. Lembre-os, ainda que eles podem contar com o apoio das reflexões que fizeram por escrito na atividade anterior. Observe como os jovens trabalham, estimule-os a praticar as regras de trabalho em time e ofereça ajuda, caso necessário.

3. Na aula seguinte, reúna-os em uma grande roda e peça aos líderes que leiam o

planejamento das tarefas. Oriente as possíveis dúvidas e peça-lhes que armazenem nas pastas de seus times o Capítulo 4.

4. Oriente-os a continuar suas leituras em casa e informe que na próxima aula será dedicada a leitura livre! Por isso, ninguém pode esquecer-se de trazer seu livro.

1 - Formulação dos objetivos (pensar sobre a tarefa e para quê a realizarão): definir os objetivos que pretendem alcançar com a tarefa proposta no seu perfil. Para identificar estes objetivos, é importante responder às seguintes perguntas: Qual é minha tarefa?, O que pretendo realizar ou modificar com esta tarefa?

2 - Análise das qualidades e limitações (pensar quais são seus pontos fortes e suas fragilidades, mas primeiro apoiar-se nas forças para realizar a tarefa): fazer uma análise de seu perfil para avaliar os principais pontos fortes e os pontos fracos. Os pontos fortes devem ser vistos como propulsores da organização para facilitar o alcance dos objetivos e, portanto, devem ser reforçados. Os pontos fracos devem ser analisados como limitações que dificultam ou impedem o alcance dos objetivos e que devem ser superados. Para facilitar esta análise, é importante buscar responder às seguintes perguntas: Onde estou atualmente? Quais são meus pontos fortes e quais são os meus pontos fracos para realizar essa tarefa?

3- Formulação das estratégias de ação (planejar como fazer a tarefa): planejar os caminhos para alcançar os objetivos pretendidos, tendo em vista suas qualidades, sem deixar de cuidar de suas limitações. Para formular as estratégias, é importante responder às seguintes questões: de que forma posso utilizar melhor minhas qualidades para realizar essa tarefa? O que posso fazer para superar minhas limitações? O que vou fazer concretamente, com quem e quando.

Oriente os jovens a elaborar seus planejamentos com base nos passos a seguir:

Eles demonstraram capacidade de planejar as tarefas no time? Conseguiram se organizar na resolução dos problemas propostos? Avalie se os times estão crescendo na resolução dos problemas por si mesmos ou se ainda estão trabalhando em grupo ao invés de começarem a agir como um time. Lembre-se que estão em processo de aprendizagem e que todo pequeno crescimento deve ser considerado:

o Mais alunos se envolvem na realização das tarefas? o Os problemas de convívio já são mais bem cuidados pelo time? o Os times estão menos dependentes do professor para realizar o trabalho?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

1ª aula!

2ª aula!

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Mãos à Obra

1. Reúna os alunos em roda e identifique se todos estão com seus livros em mãos. Caso alguém tenha esquecido, disponha de alguns títulos para que possam escolher. A seguir, pergunte quem está conseguindo se planejar para ler em casa e se estão sendo atacados por algum ‘vilão da leitura’. Ouça os alunos com atenção e ajude-os a identificar o que os atrapalha a ler com prazer fora da escola.

Leitura para que te quero! Objetivo da atividade: Estimular a leitura dos livros escolhidos e incentivar que os leitores iniciadores colaborem com os jovens que estão com desafios para ler. Materiais necessários: Livros escolhidos pelos jovens. Principais habilidades trabalhadas: Colaboração e Leitura: Gosto e Leitura: Compreensão.

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1ª aula!

Planejando a execução da atividade:

Esta é uma atividade que propicia mais um momento dedicado à leitura livre, assim como o que foi desenvolvido durante as etapas de Mobilização e Iniciativa. No entanto, agora, os jovens aprenderão a ter uma atitude de planejamento para a melhor fruição da leitura e para o seu desenvolvimento como leitores autônomos. Esta atividade deve ocupar 2 aulas.

Tenha em mente que os jovens iniciadores já podem colocar em prática suas tarefas, auxiliando os colegas que apresentam dificuldades. É importante conhecer o planejamento de cada iniciador e oferecer seu apoio qualificado para que esses jovens possam ajudar seus colegas e não deixar ninguém para trás.

Lembre-se que esta atividade pode ser realizada em diferentes espaços, tais como: a sala de leitura, o pátio, a sala de aula com os alunos sentados em almofadas etc. O importante é que, nesse momento de leitura, eles possam relaxar e se sentir confortáveis com o livro. Esteja sempre atento aos locais em que os alunos estarão, para que você possa acompanhar a atividade e observá-los. Combine com o professor da sala de leitura, bem como com os demais funcionários que seus alunos poderão ir até lá para ler, porque essa atividade faz parte da oficina de Hora da Leitura.

É importante que os alunos saibam que existem algumas dicas que podem facilitar o momento da leitura, seja em casa ou em outro local. Para não deixar que os ‘vilões da leitura’ atrapalhem é necessário ficar longe de estímulos que podem dispersar a leitura, como a televisão, o mp3, o computador etc. Embora alguns jovens tenham facilidade de conciliar diversas ações, proponha que o momento da leitura seja dedicado somente a ela mesma, empenhando 100% de atenção.

Incentive-os a procurar ou criar um ambiente gostoso para ler.

O tempo que cada um deve dedicar à leitura é uma escolha bastante particular: esclareça que podem estabelecer quando e quanto tempo podem se dedicar à leitura. O

>>> Continua...

Ensine algumas dicas para que os alunos se planejem para a leitura.

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2. A seguir, é hora de ler. Lembre a eles que no momento da leitura, o silêncio e a

concentração são necessárias. Para começar, oriente que cada jovem exercite uma importante estratégia de leitura: reler os últimos parágrafos para “entrar” novamente na história e se recordar do ponto em que parou a leitura. Essa estratégia simples, usual para os leitores experientes, pode fazer toda a diferença para os leitores que estão em formação, garantindo maior motivação para o texto.

3. Enquanto isso, peça aos jovens iniciadores da turma que se reúnam com você. Converse a respeito das ideias que eles tiveram para ajudar os colegas em dificuldades com a leitura e conte que tipo de intervenção você vem fazendo com eles. Apoie a vontade de fazer a diferença desses jovens, assinalando que um leitor protagonista não deixa ninguém para trás.

4. Peça aos iniciadores que comecem a colocar em prática seus planejamentos, atuando como uma espécie de tutor dos alunos que precisam de maior apoio.

5. Dedique seu tempo à observação das interações estabelecidas entre os jovens iniciadores e àqueles que necessitam de ajuda. Observe o grau de motivação dos alunos com essa tarefa colaborativa e ofereça ajuda quando necessário.

que não vale é usar a desculpa de ‘falta de tempo’, pois sabemos que esse é um grande vilão da leitura! Cada um é capaz de se organizar e fazer o seu tempo para a leitura

Conte, também, como você costuma se planejar para ler em casa. Compartilhe suas dicas com a turma!

É importante que toda vez que reiniciar a leitura, cada jovem releia os últimos trechos lidos, para se recordar do ponto em que parou e se envolver novamente com o texto. Este resgate é importante para retomar o processo de interação com o texto e assumir o controle de seu processo durante a leitura.

É também importante refletir com os jovens que aprende-se a ler, lendo. É somente com esforço para superar as dificuldades que é possível crescer como leitor. E, é na interação com o texto que desenvolvemos as estratégias de leitura para ler mais e melhor.

Combine que durante a semana, experimentem essas dicas de planejamento em casa e contem como se saíram!

Sugira aos iniciadores que questionem seus colegas sobre os livros que estão lendo: provocando seu interesse por citar algum trecho que lhes chamou a atenção; estimulando que eles se manifestem sobre algo que já foi lido e que precisa ainda ser esclarecido no decorrer da leitura; ajudando a formular suspeitas inteligentes e desafiando-os a dialogar com o autor do texto.

Sugira, também, que eles solicitem dos colegas que, durante a leitura das próximas páginas de seus livros, anotem (numa folha de papel), os pontos significativos (trechos marcantes, trechos que indicam a confirmação ou o descarte das suspeitas formuladas, trechos que contêm frases e expressões interessantes etc.). Cuide para que eles conversem com os colegas que estão sendo assistidos para conhecer os pontos anotados.

Esclareça que, ao fazerem intervenções como as sugeridas acima, os iniciadores estarão colaborando com os colegas para que eles desenvolvam estratégias fundamentais para a leitura.

Leitores iniciadores em ação!

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6. Minutos antes de terminar o tempo da aula, peça-lhes, de maneira delicada, para que voltem ao ‘mundo real’. Formem uma roda de conversa e compartilhem as sensações proporcionadas pela leitura: os livros estão interessantes? Quem gostaria de contar algo a respeito do seu livro?

7. Aos jovens que receberam atenção dos iniciadores, pergunte-lhes: o que vocês acharam dessa experiência: Vocês gostariam de repeti-la? Quais estratégias para ler melhor e superar dificuldades de compreensão vocês aprenderam com seus colegas?

8. Esclareça que os demais perfis de leitor, em breve, se organizarão para colocar em prática seus planejamentos.

9. Mostre que o momento da leitura é único, pois nesse momento, o tempo é do leitor. A formação e a prática de um leitor envolvem ler em diversos tempos e lugares. Por isso, oriente-os que continuem a ler em casa, utilizando as dicas de planejamento aprendidas.

Lembre-se de verificar se todos estão à vontade com o seu livro, em silêncio e concentrados. Para isso, procure garantir um ambiente de calma e tranquilidade.

Continue observando a reação de cada aluno durante a leitura dos livros. Essas observações são importantes para você trabalhar as particularidades e as necessidades de cada jovem.

Você já identificou quem são os jovens que apresentam mais dificuldades na leitura e que precisam mais de seu apoio. Procure observar esse grupo de alunos com maior cuidado e, caso necessário, sente-se com eles para promover uma leitura compartilhada.

No caso dos jovens mais dispersos, que não se mostram concentrados na leitura, procure conversar sobre o livro, estimulando-os a resgatar suas expectativas em relação ao texto. Para isto, pergunte sobre os motivos que os levaram a escolher o livro e converse sobre as perspectivas de continuidade da leitura. Procure, durante esta conversa, identificar as maiores dificuldades de cada jovem, estimulando-os a superá-las. Se for necessário retome com eles as cartas escritas na atividade anterior. Busque também avaliar o que está causando a dispersão e encontre - junto com eles - formas de eliminá-las. Às vezes, uma simples mudança de lugar da leitura (uma carteira mais isolada, um cantinho menos barulhento...) pode ser de grande ajuda. É também importante verificar se não seria o caso de uma nova escolha: pode-se descobrir que o gênero do livro, o seu volume (às vezes extenso demais), a temática abordada etc. provocam a falta de estímulo e a dispersão.

Se você perceber que o problema de alguns jovens é o fato de eles se perderem na leitura por fazerem suspeitas inteligentes pouco relacionadas com o texto, busque auxiliá-los a resgatar a leitura, retomar as pistas e a renovar suas hipóteses.

Para estimular a leitura:

Como você e os alunos se saíram nessa atividade que pode acontecer fora da sala de aula? Você conseguiu acompanhar a leitura dos alunos circulando pelos espaços em que eles estavam? As orientações e acompanhamento que você dedicou aos jovens iniciadores e seus colegas de leitura foram satisfatórios para que algumas dificuldades pudessem ser sanadas?

Dicas para avaliar o seu próprio desempenho na condução da atividade:

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10. Repita a atividade de leitura livre por mais uma aula, cuidando para que os alunos que apresentam maiores dificuldades contem com o apoio dos leitores iniciadores da turma.

11. Para realizar a próxima atividade, peça-lhes que tragam, para a próxima aula, revistas velhas.

Os leitores iniciadores envolveram os alunos que apresentavam dificuldades a ponto de motivá-los a superar seus desafios? Foi possível observar situações ou falas em que o vínculo de colaboração entre eles foi explícito?

Em mais uma rodada de aulas dedicadas à prática de leitura livre, seus alunos tiveram a oportunidade de crescer como leitores antenados. A partir de suas observações, você é capaz de dizer se eles estão lendo por prazer? Estão aproveitando o tempo dedicado à leitura livre para mergulhar nos livros? Trazem depoimentos de que estão crescendo como leitores? Dizem que estão lendo mais dentro e fora da escola? Já reconhecem mudanças de atitude que repercutem nos estudos e nas aulas da escola? Se sim, parabéns! Seus alunos continuam no caminho certo para desenvolver essa habilidade fundamental para o século 21: gostar de ler!

A partir das intervenções dos jovens iniciadores, foi possível identificar novas posturas em relação à leitura por parte dos jovens auxiliados por eles? Os alunos passaram a utilizar estratégias de compreensão durante a leitura? Esses são alguns dos indicadores de que os alunos estão crescendo na compreensão dos textos.

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

2ª aula!

Álbum de família: imagens que contam! Objetivo da atividade: Desenvolver a oralidade (expressão e compreensão) na construção de uma narrativa. Materiais necessários: Revistas velhas, tesoura, papel e cola. Principal habilidade trabalhada: Comunicação.

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Oriente sempre seus alunos a realizarem suas leituras no tempo livre, pois essa é uma prática que deve ser incentivada na formação de jovens leitores. A cada aula, promova rápidas conversas para verificar como seus alunos estão envolvidos com as leituras escolhidas, permitindo que aqueles mais envolvidos possam falar sobre o que estão lendo e propagar suas leituras. Continue identificando quem são os alunos que estão com maiores dificuldades (seja porque não gostaram do título escolhido, seja por apresentarem dificuldades de compreensão) e ofereça seu apoio!

Ler no tempo livre.

Planejando a execução da atividade:

Essa atividade envolve o trabalho em times e necessita do empenho e da participação de todos para ser realizada com sucesso. Resumidamente, ela consiste na construção de uma sequência narrativa que tenha por base imagens diversas para apresentação oral. Esta atividade deve ocupar 2 aulas.

>>> Continua...

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1. Reúna os alunos em times e certifique-se de que trouxeram as revistas velhas. Peça que cada aluno escolha e recorte uma imagem que contenha pessoas. Estabeleça um tempo curto para essa tarefa.

2. Depois que todos terminarem, recolha as revistas e explique que as imagens escolhidas fazem parte de uma história que deverá ser contada: cada time imaginará que as fotografias fazem parte do álbum de uma família e deverá construir uma narrativa lógica para que elas se agrupem e façam sentido juntas!

3. Depois de tomadas as decisões iniciais, os times devem planejar a apresentação oral do seu álbum de família. Para isto, eles precisam definir o fato ou episódio que cada fotografia ilustra. Assim é importante que eles façam um roteiro com a legenda de cada imagem. Cada aluno deverá ficar responsável pela apresentação da imagem que escolheu, na sequência em que ela aparecer no álbum. Sendo assim, os times precisam ensaiar a fala do conjunto, cuidando para que todos estejam preparados para se expressar com desenvoltura, sem a necessidade de nenhum apoio escrito. Novamente, estabeleça um tempo para a realização da tarefa, de modo que os alunos sejam estimulados a trabalhar com eficácia.

Os times devem planejar a fala de seus membros de tal maneira que cada um consiga, com segurança e desinibição, apresentar oralmente o trecho da história que ficou sob sua responsabilidade. Assim, há o momento de negociação e criatividade coletiva em que os times decidem a ordem das imagens e a sequência que cada uma ilustra. Em seguida, será necessária a performance individual em que cada participante do time deverá expor com clareza o trecho da narrativa que lhe couber.

Esclareça bem os objetivos da atividade e encaminhe o processo de modo a intervir nos momentos necessários, garantindo a organização dos times e o direito de todos se expressarem.

Não se esqueça de solicitar aos alunos que tragam de casa revistas velhas que possam ser recortadas. Se possível, leve também algumas revistas, caso eles necessitem.

Em primeiro lugar, é preciso decidir qual será a família (encontrar um jeito das pessoas que aparecem na imagem se relacionarem entre si), identificando seus membros (o parentesco entre elas, nomes, idades, local onde moram etc).

Depois é necessário identificar uma das personagens para ser a “proprietária do álbum”, de modo que a história seja contada a partir de seu ponto de vista.

Em seguida, deve-se encontrar uma sequência temporal para indicar a ordem em que as imagens aparecerão no álbum.

Esclareça que não há necessidade de se prenderem aos detalhes presentes nas imagens. Oriente-os a soltarem a imaginação e a inventarem um jeito de fazer as imagens combinarem entre si. Se for necessário, uma pessoa loira pode aparecer morena em outra fotografia. O que importa mesmo é que os fatos narrados componham uma história lógica.

Oriente-os a se organizarem para a construção da narrativa:

Oriente os times a “passarem a história” quantas vezes forem necessárias para que as falas estejam bem afinadas e para que seus membros não tropecem nas palavras.

>>> Continua...

Oriente-os como se prepararem para a apresentação oral:

1ª aula!

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4. Na aula seguinte, estabeleça um tempo para que os times se organizem e inicie a apresentação dos álbuns, orientando que as falas sejam ilustradas com as fotografias correspondentes. Ao final, avalie com eles aspectos próprios da oralidade trabalhados na atividade, tais como: falar com clareza, se expressando de forma organizada, ouvindo com respeito e atenção etc. Avalie, também a capacidade que estão demonstrando de superar a timidez para falar em público.

Conquistas e Desafios

1. Reúna-os em times e peça que cada equipe eleja um jovem que deverá resumir, para toda a turma, o livro que está lendo ou que já leu. Organize o tempo de fala de cada jovem, em torno de 5 minutos. Após as ‘mini apresentações’, observe qual título mais empolgou a turma.

2. A seguir, proponha uma rodada de avaliação para verificar os aprendizados dessa etapa. Oriente-os a escolher um líder que será o escriba. Escreva no quadro, as questões e oriente-os que as escrevam nos Diários de Bordo. Estabeleça um tempo para a realização da avaliação.

Avaliar para crescer Objetivo da atividade: Avaliar as atividades e os aprendizados da etapa de Planejamento. Materiais necessários: Diário de Bordo e Painel do Leitor.

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Todos conseguiram se expressar de forma clara, organizada e criativa, conseguindo dar sequência à narrativa e apropriando-se bem do ato de narrar? Eles demonstraram atenção, respeito e organização ao ouvir o outro?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

Peça para evitarem expressões de tempo que são repetidas na fala cotidiana, como: aí, daí, então... Indique a utilização de expressões mais sofisticadas e planejadas, tais como: no dia seguinte, após três anos, passado um mês etc.

Planejando a execução da atividade:

Essa é uma atividade que propõe uma autoavaliação dos jovens para elaborarem e organizarem suas experiências até o momento. Isso permite uma avaliação do processo pelo professor e serve para que você acompanhe continuamente o desenvolvimento da turma e registre as informações para usar como referência quando for avaliar os alunos no instrumento de avaliação das habilidades da turma, que será compartilhado com os gestores escolares, com a Diretoria de Ensino e com o Instituto Ayrton Senna. Esta atividade deve ocupar 2 aulas.

Reflita e elabore a sua avaliação da turma, focando nas habilidades indicadas neste Roteiro. Sua devolutiva para os alunos será importante para estabelecer uma relação de confiança e de exigência com a turma. Procure focar os aspectos positivos da turma e, caso avalie que precisam melhorar em algum ponto, desafie-os a melhorarem, contando com a sua ajuda!

2ª aula!

1ª aula!

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3. Após o término do tempo, escreva no quadro as habilidades trabalhadas na etapa de Planejamento: Autoconfiança, Determinação, Colaboração, Comunicação, Leitura (Gosto e Compreensão), e Trabalho em Time. É importante que você explique resumidamente o que quer dizer cada uma delas (utilize o quadro da página 4 ajudá-lo a compor seu discurso). Peça aos times que observem a lista de habilidades no quadro, debatam e escolham uma habilidade que eles tiveram que usar bastante para crescer como leitor e uma em que eles precisam se aprimorar. Estabeleça um tempo para essa tarefa.

4. Na aula seguinte, reúna-os em uma grande roda. Peça aos líderes que leiam as respostas do seu time para as questões de avaliação da etapa. Depois, peça que leiam quais foram as habilidades escolhidas. Anote-as no quadro e registre-as, também, em seu caderno, pois essas informações são importantes para o seu acompanhamento do desenvolvimento de habilidades dos alunos, ao longo do ano.

5. Escreva no quadro as 3 estratégias de leitura abaixo elencadas utilizadas por leitores competentes. Convide a turma a refletir se as estão praticando quando leem. Reforce que o uso dessas estratégias é importante para a formação deles como leitores antenados.

6. Avalie o que você observou durante todo o processo: quem avançou como leitor? Quem demonstrava mais resistência com a leitura e está se superando? Quem está participando e colaborando com os colegas para valer? Algum time incluiu a melhoria da Sala e Leitura e do aprendizado da leitura na escola em seu projeto? (na oficina de Experiência Matemáticas os alunos estão desenvolvendo projetos).

a. Qual atividade da etapa de Planejamento gostamos mais de realizar? Por quê? b. Como avaliamos a participação de cada um de nós nas atividades? c. Como avaliamos a condução das atividades pelo nosso professor? d. Quais estratégias de planejamento para a leitura avaliamos ter contribuído para nossa

leitura dentro e fora da escola?

Na oficina de Experiências Matemáticas, cada time foi estimulado a fazer um Diário de Bordo (um caderno em que registram as impressões das aulas e atividades). Você pode utilizar o mesmo Diário, mas caso queira fazer um exclusivo para as suas aulas na oficina de Hora da Leitura, ofereça um caderno e peça aos times que o personalizem, fazendo uma bela capa.

O Diário de Bordo.

Antes de ler vocês: Dão uma boa olhada geral no texto e formulam suspeitas inteligentes para começar a leitura?

Durante a leitura vocês: Verificam se as suspeitas formuladas são ou não confirmadas? Elaboram novas suspeitas inteligentes para a continuidade do texto?

Depois da leitura vocês: Avaliam sua compreensão do texto, tentando elaborar mentalmente um resumo do que foi lido?

2ª aula!

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7. Convide-os a atualizar o Painel do Leitor. Não se esqueça de ‘ler’ este Painel,

comemorando os livros lidos! Escreva no quadro negro a média nacional de leitura por vontade própria entre os estudantes brasileiros: 1,3 livros lidos ao ano! É possível que vários jovens de sua turma já tenham superado essa média.

8. Explique que, em breve, começará as etapas de Execução e Avaliação em que colocarão em prática as tarefas dos perfis de leitor e aprenderão a ler ainda mais e melhor! Mas antes todos serão desafiados a fazer um instigante desafio de leitura colaborativa!

Hora do Desafio!

Que tal um desafio de leitura colaborativa para estimular mentes e corações?

Você avalia que houve crescimento dos alunos na forma de manifestar suas avaliações, em comparação com a análise realizada na etapa anterior?

Os alunos estão demonstrando maior criticidade ao expor seus argumentos e ideias, bem como estão interagindo colaborativamente e contribuindo para um bom clima de aprendizagem na sala de aula?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

Manuel Bandeira Você e os jovens terminaram a etapa de Planejamento, parabéns! Mas, antes de passarmos para a próxima etapa, propomos uma atividade de leitura colaborativa aos alunos! Durante esta etapa, certamente eles se transformaram em leitores mais experientes e podem ainda se desenvolver mais com a sua ajuda. Por isso, é hora do desafio! Objetivo da atividade: Desenvolver e exercitar as seguintes capacidades de leitura: localização e comparação de informações e percepção de relações de intertextualidade. Materiais necessários: Cópias do Capítulo 5 (páginas 4 a 9 do Caderno do Estudante); computadores ligados à internet; Diários de Bordo. Principal habilidade trabalhada: Estabelecer intertextualidade; Fazer inferências dos sentidos das palavras desconhecidas a partir da compreensão do contexto; Localizar e comparar informações presentes em textos diferentes de um mesmo autor.

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1. Reúna os alunos em seus times e peça que escolham um ‘líder organizador’ para encaminhar os trabalhos e um ‘líder relator’ para apresentar as conclusões do time.

2. Explique que o desafio proposto tem como objetivo analisar vários poemas de um mesmo autor, identificando neles os temas que o poeta aborda e também sendo desafiados a produzir um poema montado a partir de seus versos.

3. Distribua para cada time uma cópia do Capítulo 5 (páginas 4 a 9 do Caderno do Estudante) e solicite que cada líder organizador faça a leitura, em voz alta, de um dos oito poemas apresentados (os poemas estão nas páginas 4 a 7 do Caderno do Estudante).

4. Discuta a variedade temática presente na obra de Manuel Bandeira, chamando a atenção para o fato de, ao contrário do que muitos pensam, os poemas serem um gênero textual que pode tratar de assuntos os mais diversos possíveis.

5. Após a leitura de todos os poemas, leia com eles a introdução do desafio 1 que está no Capítulo 5 (página 8 do Caderno do Estudante). Peça a cada time que preencha a tabela.

6. Reproduza a tabela (que consta neste desafio) no quadro e peça a colaboração de todos os times para o seu preenchimento coletivo. Procure levantar o máximo de sugestões para completá-la da melhor maneira possível.

7. A seguir, peça aos jovens para dizerem quais foram os poemas que mais gostaram e quais foram aqueles que tiveram mais dificuldades em compreender. Pergunte as razões de cada escolha. Esse momento é importante para trabalhar as incompreensões dos alunos: dessa forma, a leitura se torna significativa e você tem a chance de explorar os poemas preferidos e os ‘incompreendidos’.

1ª aula!

Por meio da leitura colaborativa em grupos e com o auxílio do professor, a atividade propõe que os alunos relacionem temas, informações e situações presentes em poemas de Manuel Bandeira. Trata-se de uma atividade que, além de estimular o surgimento de ‘suspeitas inteligentes’, promove o acesso à leitura de poemas de um célebre autor da literatura nacional, levando os alunos a refletirem sobre os temas abordados. A proposta de produção textual presente na atividade estimula o processo de criação dos grupos, além de aguçar o olhar para as relações de intertextualidade.

Esta atividade deve ocupar até 3 aulas.

Por que trabalhar com leitura colaborativa? .

É possível encontrar farto material sobre literatura nas páginas da internet. O que propomos estimular durante a realização desse desafio é a utilização pelos jovens do computador como instrumento de pesquisa em seus tempos livres. No caso, escolhemos o popular site de vídeos www.youtube.com . Selecionamos cinco vídeos de interesse, para que os jovens possam assisti-los, e conhecer ainda mais sobre a obra e a vida do poeta Manuel Bandeira.

Algumas cenas do documentário ‘O habitante de Pasárgada’, de 1954, dirigido pelo cineasta Joaquim Pedro de Andrade. Para assisti-lo, digite: http://bit.ly/ohabitante .

Uma livre interpretação do poema ‘O bicho’, feita por um internauta, que mistura passagens do poema com música e imagens, sendo classificado como ‘poesia digital’. Digite: http://bit.ly/obicho .

>>> Continua...

Internet e poesia. .

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8. Para continuar em frente, oriente os times a realizarem os desafios 2 e 3 do Capítulo 5 (páginas 7 e 8 do Caderno do Estudante), prevendo um tempo para a conclusão dos trabalhos e para o registro nos Diários de Bordo.

9. Solicite que os times preparem uma leitura coletiva (em forma de jogral) do poema-antologia que eles produziram! É importante também solicitar que os jovens passem a limpo esses textos para exporem em um mural da classe.

10. Assim que terminarem de fazer o registro, inicie a correção/avaliação dos desafios,

pedindo a cada ‘líder relator’ que apresente as conclusões de seu time.

11. Esclareça que durante a realização da etapa de Planejamento, cada time escreveu os Capítulos 3, 4 e 5 de suas histórias como leitores antenados. Oriente-os que guardem na pasta do time esse material.

12. Encerre a Hora do Desafio, avaliando o trabalho realizado e, principalmente, a experiência de escrever um poema a partir dos versos de Manuel Bandeira.

Leitura do poema ‘Soneto inglês nº. 2’, declamado pelo próprio Manuel Bandeira. Para ouvir, digite: http://bit.ly/sonetoingles .

Tom Jobim musicou o poema ‘Trem de ferro’. No site youtube não é possível encontrar essa versão, mas outros vídeos musicados podem ser de interesse: http://bit.ly/patuscada, com a apresentação do grupo coral Patuscada e http://bit.ly/multicanto , com a apresentação do Coral Multicanto.

Recomendamos ainda, o livro ‘50 poemas escolhidos pelo autor’, da editora Cosac Naify (2006). Esta coletânea possui um CD de áudio com 29 poemas lidos pelo autor.

Os jovens foram capazes de estabelecer relações entre os textos lidos? Conseguiram descobrir os significados das palavras desconhecidas a partir da compreensão do contexto? Fizeram comparações entre os textos, encontrando semelhanças e diferenças entre eles?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

Durante a leitura, feita de forma pausada com questionamentos e intervenções constantes do professor, algumas das capacidades de leitura relacionadas à compreensão do texto são desenvolvidas, dentre as quais destacam-se:

a. Intertextualidade - Identificar as relações entre os textos (diferenciação entre realidade e ficção, entre o conteúdo do texto em discussão e outros textos já trabalhados ou conhecidos).

>>> Continua...

Síntese das capacidades de leitura e compreensão trabalhadas: .

Você conduziu a atividade de maneira clara e objetiva, conseguindo estimular a participação e o envolvimento de todos? Notou que suas intervenções auxiliaram os alunos em suas dificuldades? Conseguiu fazê-los gostar de poesia e de Manuel Bandeira?

Dicas para avaliar o seu próprio desempenho na condução da atividade:

2ª e 3ª

aulas!

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“A intertextualidade diz respeito aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento que se tenha de outros textos com os quais ele, de alguma forma, se relaciona.” (KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 46.) A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Quando identificamos que um texto se refere a assuntos abordados em outros textos, estamos diante da intertextualização. Para entender melhor a palavra, pense em sua estrutura. O sufixo inter, de origem latina, se refere à noção de relação (entre). Logo, intertextualidade é a propriedade de textos se relacionarem. Quanto maior é o número de relações que o leitor estabelece entre o que está lendo e o que já leu, ouviu, conversou, assistiu etc., sobre o mesmo tema, mais efetivo é o diálogo que ele trava com o texto. Assim, por meio de comentários, perguntas, retomadas, solicitação de pesquisas etc., é muito útil ‘refrescar sua memória’ lembrando-se de conteúdos presentes em outros textos relacionados ao que está lendo, imaginando outros textos possíveis.

b. Inferência local - Identificar o significado de palavras a partir do contexto Levando em conta o contexto imediato do texto, é possível deduzir o sentido de uma palavra desconhecida, identificar o referente de pronomes, relacionar expressões sinônimas ou equivalentes, compreender termos que retomam ou antecipam informações etc. Um leitor experiente é capaz de fazer isto sem precisar recorrer ao dicionário, pois a compreensão do contexto e suas experiências anteriores de leitura possibilitam-lhe segurança para ir adiante na leitura, sem depender de ajuda externa ao próprio texto.

c. Localização e comparação de informações – Localizar as principais ideias do autor e compará-las com outras idéias

O desafio 3 prevê que os alunos localizem em vários poemas versos que podem ser relacionados uns com os outros para a montagem de um novo poema. Para tanto, será necessário localizar nos poemas que abordam vários temas, as passagens que poderão gerar um novo tema para a antologia a ser produzida.