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ATIVIDADE BIOLÓGICA DE POLISSACARÍDEOS SULFATADOS EXTRAÍDOS DA ALGA MARINHA SARGASSUM VULGARE C.AGARDH Gabriel Pereira Fidelis (1), Leandro Silva Costa (2), Rafael Barros Gomes Câmara (3), Edda Lisboa Leite (4), Hugo Alexandre de Oliveira Rocha (5) 1. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 2. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 3. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 4. Laboratório de Glicobiologia Vegetal, DBq, CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 5. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. Desde a primeira descrição de polissacarídeos sulfatados (PS) de algas marinhas, estes compostos têm sido testados para diversas atividades biológicas\farmacológicas, inclusive a anticoagulante e a antioxidante. Estas atividades estão relacionadas à estrutura do polissacarídeo e a posição química de grupamentos sulfato. Adicionalmente, esses polímeros variam entre as espécies, e às vezes ao longo de diferentes partes da mesma alga. Neste trabalho, polissacarídeos sulfatados da alga Sargassum vulgare C. Agardh foram extraídos por proteólise seguida por precipitação seqüencial em acetona, obtendo-se sete frações polissacarídicas (F0,5; F0,7; F0,8; F1,0; F1,3; F1,6 e F2,5). A contaminação protéica foi baixa e o teor de sulfato variou de 2,4% (F2,5) a 25,7% (F1,0). Os percentuais de açúcares variaram de 10,5% (F2,5) a 43,4% (F1,0). Eletroforese em gel de agarose demonstrou a presença de três fucanas (polissacarídeos sulfatados), contudo nem todas as frações apresentavam estas todas as três. A atividade anticoagulante destes compostos foi determinada utilizando-se kits comerciais de PT e APTT. Nenhuma das frações (10-100 mg) polissacarídicas apresentou atividade anticoagulante mensurável por testes de PT. Entretanto foram encontradas altas atividades anticoagulantes para o teste de APPT para as frações F0,5; F0,7; F0,8; F1,0; F1,3, o que indica que esses polissacarídeos possuem seu(s) sítio(s) de ação localizado(s) na via intrínseca da coagulação. Quando submetidas à atividade antioxidante todas as frações apresentaram poder redutor consideráveis, com destaque para a fração F0,8 (1mg.mL -1 ) que mostrou cerca de 75% da atividade encontrada para 100 μg.mL -1 de vitamina C. (Suporte: CNPq e CAPES) Palavras-Chave: Algas pardas, Phaeophyceae, Fucana, Anticoagulante, Antioxidante 7/91

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ATIVIDADE BIOLÓGICA DE POLISSACARÍDEOS SULFATADOS EXTRAÍDOS DA ALGA MARINHA SARGASSUM VULGARE C.AGARDH

Gabriel Pereira Fidelis (1), Leandro Silva Costa (2), Rafael Barros Gomes Câmara (3), Edda Lisboa Leite (4), Hugo Alexandre de Oliveira Rocha (5) 1. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 2. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 3. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 4. Laboratório de Glicobiologia Vegetal, DBq, CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 5. Laboratório de Biotecnologia de Polímeros Naturais (BIOPOL), DBq/ CB, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

Desde a primeira descrição de polissacarídeos sulfatados (PS) de algas marinhas, estes compostos têm sido testados para diversas atividades biológicas\farmacológicas, inclusive a anticoagulante e a antioxidante. Estas atividades estão relacionadas à estrutura do polissacarídeo e a posição química de grupamentos sulfato. Adicionalmente, esses polímeros variam entre as espécies, e às vezes ao longo de diferentes partes da mesma alga. Neste trabalho, polissacarídeos sulfatados da alga Sargassum vulgare C. Agardh foram extraídos por proteólise seguida por precipitação seqüencial em acetona, obtendo-se sete frações polissacarídicas (F0,5; F0,7; F0,8; F1,0; F1,3; F1,6 e F2,5). A contaminação protéica foi baixa e o teor de sulfato variou de 2,4% (F2,5) a 25,7% (F1,0). Os percentuais de açúcares variaram de 10,5% (F2,5) a 43,4% (F1,0). Eletroforese em gel de agarose demonstrou a presença de três fucanas (polissacarídeos sulfatados), contudo nem todas as frações apresentavam estas todas as três. A atividade anticoagulante destes compostos foi determinada utilizando-se kits comerciais de PT e APTT. Nenhuma das frações (10-100 mg) polissacarídicas apresentou atividade anticoagulante mensurável por testes de PT. Entretanto foram encontradas altas atividades anticoagulantes para o teste de APPT para as frações F0,5; F0,7; F0,8; F1,0; F1,3, o que indica que esses polissacarídeos possuem seu(s) sítio(s) de ação localizado(s) na via intrínseca da coagulação. Quando submetidas à atividade antioxidante todas as frações apresentaram poder redutor consideráveis, com destaque para a fração F0,8 (1mg.mL-1) que mostrou cerca de 75% da atividade encontrada para 100 µg.mL-1 de vitamina C. (Suporte: CNPq e CAPES)

Palavras-Chave: Algas pardas, Phaeophyceae, Fucana, Anticoagulante, Antioxidante

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