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ESTUDO SOBRE A CARTA AOS ROMANOS OBJETIVOS GERAIS 1- Explicar os aspectos centrais da Teologia do livro de Romanos. 2- Aplicar os aspectos teológicos à vida cotidiana da igreja local, a fim de providenciar uma resposta plausível às necessidades das pessoas. 3- Examinar e corrigir as várias discrepâncias teológicas que possam surgir quanto a salvação, pecado, justificação e santificação na vida do cristão. INTRODUÇÃO GERAL A maior e mais profunda epístola do apóstolo Paulo. Destaca-se pelo seu alto nível doutrinário. JOHN KNOX: “É o principal livro de texto para o estudo do Evangelho de Paulo, em consequência, o livro teológico que jamais foi escrito”. LUTERO: “É o principal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho, tão valioso que um cristão não só deveria saber de memória cada palavra dela, mas tê-la consigo diariamente, como o pão cotidiano de sua alma”. CALVINO: “Se alguém tem alcançado uma verdadeira compreensão da Epístola, tem-se lhe aberto uma porta para aproximar-se dos tesouros mais preciosos das Escrituras”. O AUTOR Paulo era judeu de sangue, da tribo de Benjamim (Rm 11.1). Natural de Tarso na Cilícia. Em Jerusalém, foi farizeu zeloso, teve como mestre Gamaliel (Atos 22.3; 26.4,5). Era conhecido e respeitado pelo seu zelo extremo da religião judaica. Foi implacável perseguidor dos cristãos antes de sua conversão (Atos 7.58; 8.1; 9.1; 22.4; Gl 1.13; Fl 3.6; 1 Tm 1.13). Paulo foi contemporâneo de Jesus. Paulo veio conhecer Jesus no caminho de Damasco. (Atos 9.1,29; Gl 1.11; 2.1). DATA E LUGAR Paulo fazia a terceira viagem missionária. Quando escreveu a carta, estava na cidade de Corinto, Grécia. Ficou hospedado por três meses na casa do fiel amigo Gaio. Possivelmente na primavera de 57 ou 58 d.C. Com ardor missionário queimando o seu interior, sua visão evangelística ia mais além – à Espanha. No caminho para a Espanha, Roma era escala obrigatória. Por isso Paulo escreveu esta carta, visto que desejava expor a fé cristã, para dirimir as dificuldades doutrinárias existentes. A IGREJA EM ROMA Não existem dados históricos que provem como e por quem foi fundada a igreja em Roma. Uma tradição antiga diz que foi Pedro. Esta suposição é refutada. OBJETIVOS DA CARTA DR SCOTT: “Paulo queria apresentar-se à igreja para remover toda sorte de suspeitas a respeito de sua pessoa, que o Partido Judaico de Jerusalém havia espalhado”. DR C.H. DODD: “Não havia uma condição interna na igreja em Roma que provocasse essa Carta, porém, o desenvolvimento dos próprios planos de Paulo”.

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ESTUDO SOBRE A CARTA AOS ROMANOS

OBJETIVOS GERAIS1- Explicar os aspectos centrais da Teologia do livro de Romanos.2- Aplicar os aspectos teológicos à vida cotidiana da igreja local, a fim de providenciar uma resposta plausível às necessidades das pessoas.3- Examinar e corrigir as várias discrepâncias teológicas que possam surgir quanto a salvação, pecado, justificação e santificação na vida do cristão.

INTRODUÇÃO GERAL

A maior e mais profunda epístola do apóstolo Paulo. Destaca-se pelo seu alto nível doutrinário.JOHN KNOX: “É o principal livro de texto para o estudo do Evangelho de Paulo, em consequência, o livro teológico que jamais foi escrito”.LUTERO: “É o principal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho, tão valioso que um cristão não só deveria saber de memória cada palavra dela, mas tê-la consigo diariamente, como o pão cotidiano de sua alma”.CALVINO: “Se alguém tem alcançado uma verdadeira compreensão da Epístola, tem-se lhe aberto uma porta para aproximar-se dos tesouros mais preciosos das Escrituras”.

O AUTORPaulo era judeu de sangue, da tribo de Benjamim (Rm 11.1). Natural de Tarso na Cilícia. Em Jerusalém, foi farizeu zeloso, teve como mestre Gamaliel (Atos 22.3; 26.4,5). Era conhecido e respeitado pelo seu zelo extremo da religião judaica. Foi implacável perseguidor dos cristãos antes de sua conversão (Atos 7.58; 8.1; 9.1; 22.4; Gl 1.13; Fl 3.6; 1 Tm 1.13). Paulo foi contemporâneo de Jesus. Paulo veio conhecer Jesus no caminho de Damasco. (Atos 9.1,29; Gl 1.11; 2.1).

DATA E LUGARPaulo fazia a terceira viagem missionária. Quando escreveu a carta, estava na cidade de Corinto, Grécia. Ficou hospedado por três meses na casa do fiel amigo Gaio. Possivelmente na primavera de 57 ou 58 d.C. Com ardor missionário queimando o seu interior, sua visão evangelística ia mais além – à Espanha. No caminho para a Espanha, Roma era escala obrigatória. Por isso Paulo escreveu esta carta, visto que desejava expor a fé cristã, para dirimir as dificuldades doutrinárias existentes.

A IGREJA EM ROMANão existem dados históricos que provem como e por quem foi fundada a igreja em Roma. Uma tradição antiga diz que foi Pedro. Esta suposição é refutada.

OBJETIVOS DA CARTADR SCOTT: “Paulo queria apresentar-se à igreja para remover toda sorte de suspeitas a respeito de sua pessoa, que o Partido Judaico de Jerusalém havia espalhado”.DR C.H. DODD: “Não havia uma condição interna na igreja em Roma que provocasse essa Carta, porém, o desenvolvimento dos próprios planos de Paulo”.Mas Paulo era sabedor dos problemas doutrinários existentes no seio da igreja em Roma. Seu sentimento missionário não colocou à margem o desejo de ajudar a esclarecer as dúvidas doutrinárias. A igreja do primeiro século não possuía livros doutrinários, senão as cartas dos apóstolos, mas tinha o ensino direto dos pastores.

O PLANO DA CARTANa esfera TEOLÓGICA (1.18 – 5.11). Paulo apresenta a condição perdida dos homens. O pecador é justificado mediante a obra expiatória de Jesus. Esta justificação é efetuada através da fé confessada em Jesus. A fé sem as obras da Lei. Esta fé introduz o pecador a uma nova vida de santificação e poder.Na esfera ANTROPOLÓGICA (5.12 – 8.39). A vida toma outra perspectiva. A ilustração do primeiro Adão e do segundo Adão, coloca o crente de frente à realidade espiritual. O primeiro Adão foi vencido pelo pecado, o segundo Adão venceu o pecado, e venceu por todos os homens. Um novo estilo de vida, orientado pelo Espírito Santo. Na esfera HISTÓRICA (9.1 – 11.36). Paulo destaca a questão da rejeição de Israel ao plano divino. Havia um grupo de judeus cristãos que, amarrado ainda às exigências da religião judaica, queria impor sobre os gentios convertidos os mesmos requisitos da lei mosaica. Paulo apresentou a obra salvadora de Cristo com sentido universal, extensiva a todos os homens.Na esfera ÉTICA (12.1 – 15.33). Paulo mostra algumas implicações do Evangelho para a vida diária. Responsabilidades éticas para com a igreja, a família e avida material são destacadas. As doutrinas da

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santificação e do serviço cristão sãos postas em destaque. Aspectos morais da vida cristã são tratados com muita propriedade por Paulo.

INTRODUÇÃO À CARTA

SUA APRESENTAÇÃO PESSOAL (1.1).Primeira credencial: “Servo de Jesus Cristo”. Servo, do grego “doulos” significa escravo. Pertencer a um senhor. O escravo não se pertence, pois tem dono e só faz a vontade de seu senhor, isto é do seu dono.Segunda credencial: “Chamado para ser apóstolo”. Paulo não foi um dos doze, mas em termos ministeriais não foi nada inferior a qualquer dos doze. Paulo tinha consciência de sua vocação para realizar a obra entre os gentios.Terceira credencial: “Separado para o evangelho de Deus”. O termo “separado” indica o propósito para o qual foi dedicado. Paulo reconhecia o plano de Deus para a sua vida.

APRESENTAÇÃO DO EVANGELHO QUE PREGAVA (1.2-5).Nos versículos 3 e 4, Paulo fala de Jesus Cristo de modo especial, esclarecendo a revelação de sua pessoa em duas fases. Essas duas fases mostram a filiação de Jesus: Primeira fase: “segundo a carne” (1.3). Fala de sua natureza humana. Jesus, sendo Deus, fez-se homem, nascido de mulher, mas gerado pelo Espírito Santo.Segunda fase: “segundo o Espírito” (1.4). Fala de sua natureza divina. Pela sua ressurreição dentre os mortos, deu a conhecer sua natureza divina.

SEU DESTINATÁRIO (1.6.7). Paulo dá três prerrogativas especiais dos crentes em Roma:Primeira prerrogativa: “Chamados para serdes de Jesus Cristo”. (1.6). Esta chamada implica no primeiro passo da salvação pessoal que corresponde à conversão.Segunda prerrogativa: “Amados de Deus”. (1.7). Todos os homens, independente de raça, credo, língua ou outro aspecto, são objetos do amor de Deus, manifesto por seu Filho Jesus Cristo. (João 3.16).Terceira prerrogativa: “Chamados santos”. (1.7). Implica em pertencer a Deus e viver em consonância com o propósito da chamada que Ele fez. Para resistir às perseguições e privações naqueles dias em Roma, os crentes eram realmente santos em Cristo.

SUA SAUDAÇÃO PESSOAL (1.7-15).“Graça e Paz” (1.7). Trata-se de uma saudação revolucionária, pois os judeus saudavam-se apenas com “Paz!” Paulo juntou “graça e paz” para dar um sentido cristão. Graça, no grego “charis”. Paz, em hebraico “shalom”.“Ação de graças” (1.8-10). Nestes versículos Paulo faz uma oração de gratidão na forma de “ação de graças” pela fé dos cristãos romanos. O motivo da ação de graças é Jesus Cristo. Paulo afirma que a fé daqueles crentes romanos era conhecida em todo o mundo.Paulo demonstra o desejo de compartilhar sua fé com os cristãos de Roma (1.11-15). Ele anela visitar aquela igreja vitoriosa. Um ardor espiritual e profundo consumia o coração de Paulo. Paulo sentia-se devedor para com o Evangelho tanto a sábios como a ignorantes.

TEMA DA CARTA (1.16.17).O que é o Evangelho (1.16). O Evangelho é realmente algo diferente, uma “boa nova” para o mundo. O Evangelho é vida é dinâmico. O Evangelho inaugurou no mundo uma nova ordem. Ele muda a história, transforma vidas e lança uma nova perspectiva de vida.O Evangelho é o poder de Deus (1.16). No grego, a palavra poder é “dunamis” cujo sentido é dinamite. A palavra poder, significa a intervenção imediata e instantânea de Deus na vida do pecador. O Evangelho tem um poder miraculoso na transformação do mais vil pecador numa nova criatura.O Evangelho é o poder de Deus para salvação (1.16). A palavra salvação tem um sentido individual e universal, pois é para todo aquele que crer. Em relação ao Evangelho, crer significa confiança ou entrega pessoal. Crer em Cristo é entregar-se a Ele sem reservas.O Evangelho é a revelação da justiça de Deus (1.17). A justiça de Deus é a soma total de tudo quanto Deus ordena, exige, aprova e provê através de Jesus Cristo. O pecador é justificado em Cristo, mediante a justiça de Deus manifestada na cruz do Calvário em favor do pecador. A fé é o meio pelo qual a justiça de Deus tornou possível uma nova relação com Ele. Fé que envolve atitude de obediência.

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A DOUTRINA DO PECADO (1.18 – 3.20).

O pensamento moderno tenta salvar o homem pecador oferecendo-lhe educação, religião e filosofia. Paulo diagnostica o mal que condena o homem pecador, mas apresenta, o medicamento divino contra o pecado. Pecado no hebraico é “chatta’th” e no grego é “hamartia” – trazem a ideia do pecado como “um mal moral”, “errar o alvo”. Paulo apresenta a doutrina do pecado numa teologia realista.

A IRA DE DEUS (1.18).É a reação natural, e automática da santidade de Deus contra o pecado. Não significa que Deus se torna raivoso e furioso. Na verdade, Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. (João 3.16; Rm 5.8).

A RECUSA DO HOMEM À VERDADE (1.19 - 21).O conhecimento de Deus revelado na vida do homem (1.19,20). O pecador não glorifica a Deus, mesmo tendo-o conhecido (1.21). O pecador não lhe dá graças (1.21). O pecador é insensato (1.21).

DESORDENS FÍSICAS, MORAIS E ESPIRITUAIS (1.22 - 24).A primeira desordem acontece nas relações do homem para com Deus (1.23). A segunda acontece na vida física do próprio homem (1.24). A terceira acontece nas relações do homem com o seu próximo (1.24).

CONSEQUÊNCIAS DA REJEIÇÃO A DEUS (1.24 - 28).Primeira consequência: “Deus os entregou à imundícia” (1.24). Deus desistiu de lutar por eles; não que não pudesse, mas porque preferiram o pecado. Quantos milhões de pessoas são escravas da imundícia!Segunda consequência: “Deus os entregou às paixões infames” (1.26). O homem sem Deus torna-se vítima dos mais degradantes apetites e paixões. Quando o homem tem Deus, ele pode dominar sobre os desejos da carne.Terceira consequência: “Deus os entregou a um sentimento perverso” (1.28). Significa que Deus os deixou à mercê de seus próprios sentimentos. A razão – O homem desprezou o conhecimento de Deus.

O JULGAMENTO DIVINO (2.1 – 3.8).“És indesculpável quando julgas, ó homem” (2.1).Quando Paulo fez esta declaração, estava na verdade, acusando os judeus que se consideravam inculpáveis. Paulo coloca o judeu e o gentio na mesma condição espiritual diante de Deus: Culpados! Esta expressão anula a pretensão do pecador de querer julgar. Somente Deus pode julgar!

Três meios pelos quais Deus julga os homens:Primeiro: Deus julga através da verdade (2.2-5). O judeu esperava que Deus o tratasse de modo mais suave e leve e ao gentio de modo severo e imperdoável. O juízo de Deus se baseia sobre sua própria justiça.Segundo: Deus julga conforme as obras de cada um (2.6-11). Os judeus buscavam imunidade numa forma de “defesa especial”, baseado no privilégio racial. Deus é imparcial em seu juízo sobre o pecador.Terceiro: Deus julga conforme a Lei (2.12-16). O julgamento para esses dois tipos de pecadores, “os que pecaram sem lei” e “os que pecaram com lei” é conhecido como “a lei de Moisés” e a “lei da consciência”.

Objeções judaicas respondidas (3.1-8). “Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?” (3.1). É privilégio ser judeu, porque ele mesmo o era. Era privilégio ter o judeu a circuncisão física, porque ele também fora circuncidado. Paulo destaca que “aos judeus foram confiados os oráculos de Deus”. (3.2).“Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus?” (3.3). Paulo declara que jamais a fidelidade de Deus se alteraria por causa da infidelidade dos seus servos. Como Deus havia revelado aos judeus a sua vontade, e se eles não fossem fiéis, a justiça de Deus viria sobre eles pior do que aos gentios.“Não seria Deus injusto ao castigar os judeus pelo seu pecado, visto que é pelo pecado dos judeus que a justiça de Deus foi manifestada?” (3.5-8). Aceitar essa ideia seria o mesmo que afirmar que é necessário pecar para se conhecer a justiça. Deus é justo e a condenação dos que pecam contra a sua Palavra também é justa.

A SENTENÇA UNIVERSAL (3.9-20).Nesses versículos, toda a tentativa da justificação dos judeus e gentios diante de Deus é frustrada.Podemos dividir o texto em 4 pontos:

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Primeiro: O fato incontestável – “Todos estão debaixo do pecado” (3.9). Paulo começa com uma pergunta: - “Por quê?” Os judeus não tinha que gabar-se.Segundo: A universalidade do pecado (3.10-12). “Não há um justo”, nenhum sequer”. (3.10). “... Não há quem faça o bem, nenhum sequer”. (3.12).Terceiro: A totalidade do pecado (3.13-18). São termos como garganta, língua, lábios, boca, mãos e pés, que representam malícia, maldição, destruição e morte. Engano, calúnia, falsidade, amargura, miséria.Quarto: O veredito final de Deus contra o pecado (3.19-20). Aqui entendemos que é impossível escapar à sentença divina, pois não há desculpas.

A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO (3.21 – 5.21).

Ao estudarmos a Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém pode ser justificado pela justiça humana. Na doutrina da justificação o pecador é declarado justo através da obra expiatória de Cristo. Justificação significa absolvição da culpa, cuja pena foi satisfeita. É um termo forense. Cristo assumiu a pena do pecador e foi sentenciado em lugar do pecador.

A declaração doutrinária da Justificação (3.21).“Mas agora” (3.21). O quadro sombrio de culpa é mudado para um luminoso quadro da graça de Deus. “Mas agora sem lei se manifesta a justiça de Deus”. Indica que a justiça de Deus em Cristo independe da lei mosaica ou da lei da consciência.Cristo cumpriu a Lei, portanto, não precisa da lei condenadora para que sejamos justificados. A Lei não perdeu a sua importância, mas o pecador é incapaz de justificar-se diante de Deus com as obras da Lei. Deus providenciou o meio de justificar o pecador pela fé na obra expiatória de Jesus.Sem a substituição não seria possível a justificação. Jesus tornou-se o substituto do pecador para cumprir a exigência da Lei: pena do pecado. Ele passou pela pena e a cumpriu cabalmente. Tornou-se o sacrifício supremo pelos pecadores, como o “Cordeiro Divino” (Is 53.5; Jo 1.29; 2 Co 5.21).

A justiça de Deus satisfeita (3.21).Com as duas palavras “MAS AGORA”, abriu-se um novo caminho para o pecador. É o caminho da fé na pessoa de Jesus, o qual está aberto para todo aquele que crê em Cristo. Não há acepção de pessoa, raça, língua, cor ou privilégio. Podemos comparecer diante de Deus através dos méritos de Jesus.

O tríplice sentido da palavra justiça (3.22).O primeiro: “justiça própria” – baseia-se no cumprimento da Lei. Qual o homem que cumpriu a Lei? – Nenhum.O segundo: “justiça de Deus” – é a justiça imputada ao pecador mediante a fé em Cristo.O terceiro: “justiça do crente” – é a justiça que coloca o crente acima da lei do pecado, baseada no sangue de Jesus.

A necessidade universal da justificação (3.22,23).As palavras finais do v.22 dizem: “...não há distinção”. O v.23 diz: “... Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Não há diferença entre gentio ou judeu, pois todos pecaram. Há necessidade de recuperação do primeiro estado de glória que o homem tinha antes da queda.

Os três modos da justificação (3.24-31).

Justificação pela graça (3.24).“Justificados gratuitamente por sua graça”. A graça de Deus é o seu favor para com o pecador, independente de merecimento. Por isso, o pecador é justificado “gratuitamente”. O texto diz: “... mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Na língua grega, redenção pode ser “agorazõ” que significa retirar do mercado, isto é, comprar e não deixar mais exposto a outras vendas. Outra palavra grega é “lustroõ” que significa: desamarrar ou soltar. Deus deu a sua graça mediante a “redenção” em Cristo.

Justificação pelo sangue (3.25).“Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22). Duas palavras se destacam no v.25. “Sangue” e “Propiciação”. A tradução da palavra grega: “Hilasterion” para propiciação é aquilo que expia ou propicia. Através do sangue de Cristo, tornou-se possível chegar a Deus. Jesus é o nosso Propiciatório, o lugar onde nossos pecados são apagados. Esta operação expiatória independe de atos humanos, visto que nada podemos fazer para escapar à justiça de Deus. É um ato de justiça que só o Filho de Deus podia fazer.

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Justificação pela fé (3.27-31).“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da Lei”. (3.28). O v.27 anula toda a jactância, isto é, toda a possibilidade de alguém querer basear a obra de justificação em méritos pessoais. Os judeus orgulhavam-se de seu zelo e tradição religiosa. Nos vv 29 e 30, Paulo coloca o judeu e o gentio em igualdade diante de Deus. Se a justificação fosse apenas pela Lei, os gentios ficariam de fora. Seu argumento mais forte é que “Deus é um só” (3.30). E o direito de servi-lo e adorá-lo pertence a todos os homens. No v 31, Paulo levanta uma objeção: “Anulamos, pois, a Lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a Lei”. A Lei não perde a sua importância mediante a fé; pelo contrário, pois ela foi cumprida pelo autor da fé, Jesus Cristo.

Demonstração da fé (4.1-25).

Justificação é pela fé e não pela moral humana (4.1-8).“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”. (4.3).O exemplo de Davi (4.6). Davi era uma pouco diferente de Abraão quanto às obras. Davi foi justificado não por obras de justiça que tivesse praticado, mas pela fé. (Salmo 32).

Justificação é pela fé, não por ritos religiosos (4.9-12).Paulo mostra que o rito da circuncisão era importante aos que estavam debaixo da Lei, mas Abraão veio antes da Lei. Ninguém será justificado pela prática de ritos religiosos, mas pela fé na obra já realizada, uma vez por todos, por nosso Senhor Jesus Cristo.

Justificação é pela fé, não pelas obras da Lei (4.13.25).Paulo não está desfazendo nem desmerecendo o valor da Lei, mas está mostrando que a Lei impõe penas se ela não for cumprida. Por isso, o v.15 diz que “a Lei suscita a ira”, porque a incapacidade do homem em guardá-la torna-o sem possibilidade de justificar-se.

Os benefícios da justificação (5.1-11).

Paz com Deus (5.1).“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa “paz com Deus” significa estar de bem com deus e viver um novo e maravilhoso relacionamento com Ele. Esse benefício só é possível mediante a fé no Filho de Deus, que pela sua cruz, desfez as inimizades.

Acesso à graça pela fé (5.2).Esse acesso a Deus nos torna filhos de Deus, e a posição de “filhos” em adoção por Jesus Cristo é o passaporte para entrarmos na presença do Pai. A fé em Jesus é o meio de entrarmos na presença de Deus.

Esperança da glória de Deus (5.2).“Gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”. Tem o sentido de exultar de alegria por alguma conquista feita. Jesus conquistou a nossa justificação.

O gozo das tribulações (5.3-5).As tribulações aperfeiçoam a vida cristã, quando o crente possui a convicção firme da esperança do porvir. A verdade é que se o crente souber tirar proveito das tribulações, elas poderão criar uma esperança poderosa na “glória que nos será revelada”.

O amor divino derramado em nós (5.5b).Esse amor só é derramado sobre um coração justificado. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova.

O amor de Deus demonstrado a nós através da morte de seu Filho (5.6-11).“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”. (5.6).

A justificação comparada e explicada (5.12-21).Paulo compara as duas cabeças mais importantes da raça humana, Adão e Cristo e sobre ambos discute e argumenta as razões e finalidades da justificação. Pelo pecado, Adão trouxe transgressão e morte. Pela justiça, Cristo trouxe perdão e justificação. Nos vv 15 e 21 está o contraste entre Adão e Cristo. Por um só ato de cada um, ambos decidiram o destino da raça humana.

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A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO (6.1 a 8.39).

A santificação trata do nosso estado, a justificação trata da nossa posição em Cristo.Na justificação somos declarados justos, na santificação nos tornamos justos.A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores, a santificação diz respeito ao que Deus faz em nós.A justificação é o aspecto legal, e a santificação é o aspecto ético e moral.Legalmente, o crente se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo, moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo.A justificação é obra definida e realizada, a santificação é obra progressiva.A justificação e a santificação se completam, isto é, estão ligadas no propósito da salvação. Não pode haver santificação sem justificação.A justificação trata da culpa do pecado, enquanto a santificação se preocupa com a libertação do poder do pecado.

O aspecto posicional da santificação (6.1-11).É uma posição que garante uma contínua vitória sobre o poder do pecado.

Uma objeção levantada (6.1).Se por causa do pecado recebemos “a graça de Deus”, devemos continuar a pecar, para que se manifeste ainda mais a graça de Deus?

A resposta de Paulo (6.2).“De modo nenhum”.Os justificados precisam da obra santificadora para não continuarem pecando.

Batizados no batismo de morte de Jesus (6.3,4).Paulo utiliza o símbolo do batismo para ilustrar melhor o significado da morte espiritual para o pecado. Esse batismo não é a justificação, não é o batismo no Espírito Santo, e nem o batismo em águas. É um símbolo de morte espiritual.

A pena do pecado é satisfeita (6.7).O justificado está morto para o pecado (6.8).O crente justificado do pecado sabe que está morto para o poder do pecado e vivo para Deus. A santificação é um meio, um resultado da obra justificadora de Cristo Jesus.

Ressuscitados em Cristo (6.10).Na justificação, Deus nos coloca em ordem com Ele mesmo, e na santificação Ele nos mantem diante dele, justificados e santificados.

O aspecto moral da santificação (6.12-15).

Consagração do corpo mortal (6.12).Quando Paulo exorta os que já haviam experimentados a regeneração, dizendo: “Não reine o pecado em vosso corpo mortal”, ele estava mostrando aos crentes romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do Espírito.

A vida exterior deve corresponder a vida interior (6.12,13).

Confiança na graça libertadora (6.14).Neste versículo, o apóstolo Paulo conclui toda a sua argumentação doutrinária, mostrando que a graça alcançada pelo pecador o conduz a um novo sistema de vida. O sistema legal, baseado na Lei, condena o homem, mas a graça o liberta desse sistema legalista.

Libertos do legalismo da Lei (6.14).Paulo estava falando a dois grupos divergentes dentro da comunidade cristã de Roma: judeus e gentios. Paulo quis ensinar que não há mais diferença de judeu ou gentio, raça ou cor, para os que estão em Cristo Jesus. A Lei não podia salvar ninguém. Não é o legalismo que santifica o crente, mas é a lei do Espírito.

O novo modo de vida pela graça (6.14).“... e sim pela graça”. Significa colocar-nos sob o manto da justiça de Cristo, porque Ele pagou a penalidade da Lei contra nós.

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A lei do Espírito (6.15).O crente está submisso à nova lei do Espírito e, para ser vitorioso tem de obedecer-lhe.

O aspecto experimental da santificação (6.16-23).Neste ponto aprendemos que a santificação opera a liberdade pela obediência. É experimental no sentido de que não é uma mera teoria teológica, mas algo que conduz à experiência e à vivência cotidiana.

Dois senhores lutam pela posse de nossa vida (6.16).Deus e o pecado. Paulo usa a ilustração das leis que regiam a escravatura naquela época. Um escravo podia comprar sua liberdade, pagando o preço em dinheiro a um deus pagão. Deixava de ser escravo de seu dono e passava a ser escravo de seu “deus pagão”. Trazendo esta ilustração para a experiência cristã, Paulo nos mostra que todos pertencemos a alguém. Ou a Deus ou ao pecado.

De qual senhor somos servos? (6.16).Se formos servos do pecado, o resultado é morte; se formos servos de Deus, o resultado é justiça.

O princípio da obediência (6.18).

A fraqueza da carne (6.19).Refere-se à suposição de que aqueles crentes ainda não amadurecidos na fé, não pudessem entender certos ensinos mais profundos. Entendemos, então, que a santificação é progressiva, no sentido de que, à medida que o crente vai crescendo na fé, vai também amadurecendo em seus atos pessoais.

Da justiça para a santificação (6.19).Paulo faz uma antítese quando diz: “... e da maldade para a maldade” e da “... justiça para a santificação”. A palavra imundícia, no original grego “Akarthasia” é a mesma para impureza, e se refere a pecados sexuais cometidos com o corpo, e a perversões dos membros do corpo. A santificação aparece como um processo em que o crente é conduzido para agradar a Deus e ser feliz.

Frutos negativos da servidão do pecado (6.20, 21).

A obediência à justiça produz frutos positivos (6.22).“Mas agora”. Tudo mudou, e até os frutos. Na servidão ao pecado, o fruto é para a condenação e a morte. Na obediência à justiça, o fruto é para santificação e o seu fim é a vida eterna.

O salário do pecado (6.23).A palavra salário significa pagamento. Terrível senhor é o pecado, que não perdoa, não tem respeito humano, mas castiga com poder destrutivo!

O dom de Deus (6.23).Esse dom é dado ao pecador, não por mérito, mas porque Jesus Cristo pagou a conta contraída com Deus e libertou o pecador. A vida eterna não é um salário de Deus, mas um dom gratuito de Deus.

A santificação ilustrada (7.1-16).Enquanto o capítulo 6 tratou da libertação do pecado, o capítulo 7 trata da libertação do poder da Lei.

Ilustração sobre a lei do matrimônio (7.1-3).Paulo ilustra uma mulher casada e ligada ao marido pela lei, enquanto ele viver. Morrendo o marido a mulher fica livre para casar-se com outro. Não poderá ser chamada de adúltera.

A aplicação da ilustração feita (7.4-6).Paulo fala especialmente a alguns judeus cristãos que tinham dificuldades de se desvencilharem das “amarras da Lei”. Imaginavam-se presos a ela, porque nasceram sob a tutela da Lei. Paulo ensina que, uma vez que Cristo morreu por todos, sua morte nos libertou do poder da Lei, ficando livres para um novo modo de vida.

Livres do domínio da Lei para servir a Cristo (7.6).

A santificação do nosso ego (7.7-25).O capítulo 7 nos conduz a um campo de batalha espiritual interior.

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A apologia da lei de Deus (7.7-13).“É a lei pecado? De modo nenhum”. (7.7).Paulo não desmerece o valor da Lei de Deus. Entretanto, o problema não está na Lei, mas no homem que não pode cumpri-la. Paulo não aceita a ideia de que a Lei seja pecado, porque ele entende que a Lei veio para apontar e mostrar o pecado. Porém, a Lei não foi feita para salvar.

A Lei revela o pecado (7.8).Quando alguém, ignorantemente, desconhece a Lei e comete uma falta contra ela, está livre de condenação imposta por essa Lei. Porém, quando o pecado é cometido, conscientemente, contra a Lei, não há desculpas.Nestes versículos Paulo declara sem rodeios que sua morte espiritual aconteceu quando conheceu a Lei, isto é, antes de conhecer a Jesus Cristo. (7.9-11).

A Lei é, em si mesma, santa, boa e justa (7.12,13).A Lei não existe para matar e não foi a causadora da morte espiritual de Paulo, conforme ele ilustra. Foi o pecado a causa de sua morte. A Lei apenas revelou o pecado. Mas o pecado “tomando ocasião”, isto é, aproveitando o conhecimento dado pela Lei, criou atrativos para iludir e seduzir o homem contra a Lei.

O conflito entre a Lei e o pecado (7.14-25).Esse conflito é inevitável. Duas leis se chocam: a lei do pecado e a lei de Deus. Lei carnal e lei espiritual. O campo de batalha entre essas duas forças é o interior do homem.

A lei espiritual (7.14).Mais uma vez o grande apóstolo declara que o problema não está na lei de Deus, mas na natureza pecaminosa do homem. Essa escravidão envolve toda a personalidade do homem. Porém, esse envolvimento encontra uma barreira para o domínio total do pecado, que é a lei espiritual.

O conflito entre a lei e o pecado. (7.15).“Porque o que faço não o aprovo”. Nestas palavras o apóstolo se sente no centro do conflito no seu interior, e não consegue entender porque pratica certos atos que contrariam sua real vontade.Aqui está travada a luta entre o velho e o novo homem. (7.15,16). Paulo diz que o seu eu quer e sabe fazer o bem, com isto está provado que a Lei é boa. Entretanto, o poder do pecado procura oportunidade contra a vida redimida por Cristo. Em síntese, aprendemos que temos que lutar contra o pecado que está em nossa natureza, chamada carne. Podemos vencer e nos libertar do pecado que mora em nossa carne, através de Jesus Cristo.

A vitória contra o pecado (7.24,25).O segredo da vitória está em manter sob domínio a força da carne pela lei do Espírito. E a vitória total se concretizará mediante a libertação do “corpo do pecado” na morte física, quando então nunca mais haverá possibilidade de tentação e pecado.Paulo aconselhou aos Gálatas: “Andai em Espírito, e não cumprireis os desejos da carne”. (Gl 5.16).

A vitória da santificação (8.1-13).O capítulo 8 é o ponto alto, o clímax, a conquista da vitória pelo Espírito Santo.

Uma declaração irreversível (8.1).A palavra “portanto” levanta a bandeira do Espírito para o início da nova vida. A declaração de que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” indica que a Lei (toda ela), que condenava os pecadores, foi cumprida por Jesus. Ele tomou sobre si essa condenação, justificando-nos perante Deus Pai (Rm 5.1), e nos colocando sob a lei do Espírito. Portanto, o pecador justificado está debaixo de uma nova lei espiritual que domina e rege a nova vida em Cristo.

A lei do Espírito de vida (8.2,3).Paulo fala nesta Carta de várias leis: “lei do pecado”, “lei do entendimento”, “lei de Moisés”, “lei de Deus”. Porém, no capítulo 8, ele fala da “lei do Espírito de vida” que opera no interior do crente e o liberta do domínio da lei do pecado, da carne e da morte.

A justiça da lei cumprida segundo o Espírito (8.4,5).Quando Cristo se fez o representante do homem pecador, o poder condenatório do pecado foi desfeito, e, então, a justiça foi cumprida por Cristo.

A vitória do Espírito (8.6-13).É a obra santificadora do Espírito Santo na mente, no espírito e no corpo do crente (1 Ts 5.23,24).

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O Espírito nos assegura a posição presente de filhos (8.14-18).Direção (8.14). Ser guiado pelo Espírito Santo significa tê-lo na vida diária, regendo, governando e orientando sobretudo. Estar sob seu total domínio.Adoção (8.15). O pecador pode chamar Deus de Pai, sob a égide do Espírito Santo. Testemunho (8.16). O Espírito dá testemunho em nosso interior de que estamos perdoados de nossos pecados, da certeza da reconciliação com Deus e do acesso a Ele pela fé em Jesus. Herança (8.17). Esta expressão confirma o direito legal, concedido aos filhos de Deus, a herança do Pai Celestial.Segurança (8.18). O Espírito Santo nos assegura a glória futura de filhos de Deus. Uma vez consumada a redenção do pecador na libertação total do “corpo de pecado”, que coisa mais pode aguardar o crente? A eterna glória prometida.

A ardente expectação pela santificação (8.19-22)O sentido real é o de aguardar ou esperar vigilante e ansioso alguma coisa espetacular. (8.19).O desejo de libertação (8.22). Assim como uma mãe, quando chega o momento de dar à luz, deseja ardentemente esse nascimento, assim está a criação desejosa pela libertação da corrupção deste mundo.

As primícias do Espírito (8.23).Bruce escreveu: “A habitação do Espírito em nós aqui e agora constitui as primícias, isto é, a primeira prestação ou a entrada na entrega da herança eterna da glória que aguarda os crentes em Cristo”. É o penhor do Espírito.

O gemido da igreja (8.23).Gememos pela nossa redenção, que diz respeito à gloriosa transformação de nosso corpo mortal para um corpo imortal e glorioso.

A razão da nossa esperança (8.24,25).A esperança se baseia na fé. A fé é a progenitora da esperança. A esperança tem fundamento nas promessas da glória futura.

A trindade divina na obra de santificação (8.26-34).O Espírito intercede em nós (8.26,27).Enquanto terrenal, somos sujeitos às fraquezas da carne. O Filho intercede por (ou sobre) nós (8.33,34).Ao ressuscitar “dentre os mortos”, garantiu a redenção na vida presente, do poder do pecado. Pela sua ressurreição, somos salvos do poder do pecado.O Pai provê para nós nas nossas necessidades (8.28-32).Há uma perfeita harmonia no Deus Trino. Paulo crê piamente no cuidado divino para com aqueles que amam a Deus. O propósito de Deus para com aqueles que amam a Deus é prover “todas as coisas” para o bem deles. (8.28).Os “chamados por seu decreto” são todos quantos aceitaram a obra salvadora de Jesus Cristo.A eleição e a chamada são termos correlatos aqui nestes versículos. Ser chamado e justificado é o resultado de haver sido predestinado para a salvação.“E aos que predestinou”. (8.30). A predestinação diz respeito a todos quantos aceitaram a Cristo, e se refere a uma seleção da presciência divina. (1 Pe 1.2). Deus é soberano em sua vontade, mas não é injusto e parcial. Ele trata “aos que predestinou” como aqueles que foram “chamados”, justificados e glorificados. Por Jesus Cristo, todos os homens tem a oportunidade igualmente de se salvarem. Mas a maioria rejeita obstinadamente a salvação oferecida por Deus.

O triunfo da santificação (8.35-39).O sentido primário da santificação é a separação e a consagração. Depois de termos palmilhado o caminho da santificação, aprendido a vencer todos os obstáculos, somos conduzidos pelo Espírito Santo ao triunfo total.

O amor de Cristo é imutável e indestrutível (8.35, 36).A base da confiança do crente está no fato de que o amor de Cristo não sofre detrimento por nada. (8.35).Paulo cita o salmo 44.22. (8.36).

O amor de Cristo nos torna vencedores (8.37).O texto nos dá a ideia de que a vitória espiritual pode ser conseguida em meio às dificuldades enfrentadas.

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Gloriosa declaração de triunfo (8.38,39).Essa convicção de Paulo expressa com as palavras “estou certo” baseia-se nas profundas experiências vividas por ele.

A DOUTRINA DA SALVAÇÃO EM RELAÇÃO A ISRAEL (9.1 – 11.36).

Esses capítulos formam uma trilogia especial. O capítulo 9 trata da soberania divina para com Israel, focalizando a “eleição” da nação israelita como “povo escolhido de Deus” e gira em torno do passado. O capítulo 10, trata da responsabilidade humana de Israel e focaliza a sua rejeição no presente. O capítulo 11 apresenta a bênção salvadora para Israel, como resultado da misericórdia de Deus.

A tristeza de Paulo (9.1-3).

Visto que era conhecido como judeu zeloso, sua conversão a Cristo o tornou antipático para os judeus, que o viam como “um traidor de sua gente”.

Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser separado de Cristo, para salvar “seus parentes segundo a carne”, ele o faria por amor a eles.

Essa tristeza de Paulo é porque os judeus não queria nada com Jesus Cristo.

Os especiais privilégios de Israel (9.4,5).

A adoção (9.4; Êxodo 4.22; Oséias 11.1). A glória, a presença de Deus “Shekinah” (9.4; êxodo 40.34,35).As alianças (9.4; Êxodo 24.8). Alianças feitas com Abraão, Moisés, Josué, Davi.A Lei (9.4; Êxodo 20).O culto (9.4).As promessas (9.4). Uma delas a do vindouro reino messiânico (Isaías 55.1; Atos 13.23,32-34).Os pais (9.5). São os patriarcas de Israel.A descendência de Cristo (9.5). Paulo deixou por último “a Cristo” por ser o mais eminente dos privilégios dos judeus.

A eleição de Israel segundo a soberania de Deus (9.6-13).

Havia na igreja em Roma, dois grupos distintos, um formado por judeus, e outro por gentios. Essa diferença racial e religiosa promoveu um litígio doutrinário quanto aos privilégios espirituais. O problema foi levantado pelo grupo de judeus que não aceitava o ensino de Paulo quanto à Salvação, pelo fato de Paulo apresentar o novo pacto (a graça), como capaz e superior ao velho pacto (a Lei) para salvar o homem.

A eleição divina é soberana e Deus tem o direito de fazer e estabelecer o seu modo de escolha, mas Deus jamais escolhe com parcialidade.

O que Paulo destaca nesses versículos é que não basta ser judeu para ser chamado filho de Deus, pois essa escolha não é segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Por que Jacó e não Esaú? A história mostra que Esaú foi displicente quanto ao direito de primogenitura. Jacó sabia avaliar melhor aquela responsabilidade, com a qual seu irmão Esaú não se importava.

No versículo 11 podemos conhecer o propósito divino na eleição. Em Romanos 8.29, Paulo apresenta esse propósito nestas palavras: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho afim de que ele seja primogênito entre a muitos irmãos”. A ênfase aqui está em: “... os que dantes conheceu...”. Portanto, qual é o propósito divino? É constituir uma família de filhos espirituais segundo a fé. Paulo mostra que a eleição segundo a Lei tem alguns privilégios, mas a eleição segundo a promessa é a que dá direito de ser filho de Deus.

A eleição divina elegeu “os que creem” em Cristo. A fé é o requisito essencial para todos os homens, sem acepção de raça, cor, cultura ou língua. A soberania de Deus está implícita no fato de que Ele elegeu os que creem como Abraão, e endureceu os que rejeitam crer, como fez com Faraó.

A misericórdia de Deus e o endurecimento de Faraó (9.14-18).

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No versículo 14 é levantada uma questão: “Que diremos pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum”. Primeiro, Paulo lembra as palavras de Deus a Moisés: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (v 15). Duas das características da soberania são a justiça e a misericórdia. Entende-se que as decisões e ações divinas são baseadas nestas características, porque Deus sabe com quem pode usar de misericórdia ou de juízo. Foi o caso de Faraó, Deus conhecia o coração de Faraó, e por conhece-lo completamente, é que podia rejeitá-lo.

Resposta a objeção levantada contra a livre escolha de Deus (9.19-29).

9.19. “Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Portanto, quem resiste à sua vontade?” Neste versículo Paulo levanta a possível objeção do homem à soberania divina. 9.20. “Mas, ó homem quem és tu, que a Deus replicas?”. Nossa ótica é limitada e parcial, mas Deus vê através de todos os séculos sem fim. O versículo 20 continua: “Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: por que me fizeste assim?” É uma prerrogativa de Deus proceder de acordo com a sua vontade, mas Ele só procede com justiça.9.21. “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso de honra e outro para desonra?” Paulo ilustra a argila nas mãos do oleiro. Deus tem o direito de fazer “vaso de honra ou de desonra”, mas só o faz segundo a sua presciência.9.22. Neste versículo, entendemos que, às vezes, “a massa desaponta a expectativa do oleiro”. Israel é um exemplo desse fato. A massa na mão do oleiro pode se quebrar e o trabalho não ser completado. Assim, a grande lição que aprendemos é que Ele pode salvar uns e condenar outros, mas só condena os que rejeitam a salvação. O texto diz que Deus “suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” (v 22). Aos “vasos” da ira, antes de serem da “ira”, é-lhes oferecida a salvação. Uma vez que se tornaram vasos da ira, não resta dúvida, que cabe ao oleiro destruí-los ou condená-los.9.23. “Vasos de misericórdia” são objetos da graça de Deus. Estão destinados a participarem da glória que foi preparada para eles. A palavra preparada em seu original grego, significa: preparou de antemão.9.24. “Os quais somos nós”. Paulo tá dizendo que independente de ser judeu ou gentio, todos recebemos a vocação à graça de Deus.9.25,26. Paulo cita o profeta Oséias que se referiu aos gentios ainda que falasse aos judeus idólatras e rebeldes, e diz: “Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e, amada ao que não era amada”. 9.27-29. Paulo agora faz referência a Israel para mostrar que a soberana vontade de Deus em sua justiça rejeitará os infiéis, ainda que salve o chamado “remanescente”, isto é, um grupo de judeus fiéis.

A justiça pela fé (9.30-33).

Nestes versículos aprendemos que Deus escolhe ou rejeita mediante a liberdade que o homem tem de aceitar ou não a justiça de Deus demonstrada.9.30. “... os gentios que não buscavam a justiça alcançaram a justiça”. Paulo quer dizer que, se os judeus tendo a Lei não puderam cumpri-la legalmente, os gentios, não tendo a Lei e nem a conhecendo, alcançaram a justiça através da fé. Os gentios não alcançaram a justiça só porque Deus tinha o poder de fazer valer sua soberania, mas pela fé em Cristo.9.31. “Mas, Israel que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça”. Se o judeus pudessem alcançar a salvação pela justiça legalista, talvez baseasse a salvação em seus próprios méritos e seria razão de orgulho, sem dar direito a outros. 9.32,33. “Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei...”. Não há o que discutir nesse fato, visto que está mais que entendido que a salvação é pela fé. Porém a continuação do texto diz: “... tropeçaram na pedra de tropeço”, a qual refere-se a Jesus (Is 28.16; 1 Pe 2.6,8). Cristo se tornou para o judeu um tropeço, pois eles imaginavam que seu caminho era claro e certo.

A REJEIÇÃO DE ISRAEL (10.1-21).

No estudo do capítulo 9, Paulo destaca a soberania de Deus para eleger ou reprovar, independente do homem. Entretanto, esse mesmo Deus soberano, livre para fazer e desfazer, eleger ou rejeitar, criou o homem à sua imagem e semelhança, dando-lhe o livre arbítrio, isto é, a liberdade de escolha. Pela obra expiatória de Cristo, todos os seres humanos, sem acepção de pessoas, de credo ou raça, tem direito à salvação em Cristo. Porém o ser humano deve ser responsável por sua própria escolha, por isso o Evangelho deve ser pregado a todas as gentes. Nesta parte do estudo o apóstolo Paulo põe o judeu frente ao gentio e mostra seu Evangelho contrastando o pensamento judeu. A essência da pregação de Paulo era fé-justiça e a essência doutrinária judaica é lei-justiça.

O anelo de Paulo pela salvação de Israel (10.1-5).

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10.1. Ainda que Paulo era conhecido como apóstolo dos gentios, ele orava incessantemente pela salvação de seu povo de sangue. Acima de tudo, Paulo compreendia o plano de Deus para com Israel. Como nação, Israel perdia a primazia por um pouco de tempo, mas a salvação seria individual. Tanto judeu quanto gentio, tem direito a salvação. Pela Lei ninguém podia se salvar, por isso Jesus cumpriu toda a Lei por nós, abrindo um “novo e vivo caminho”, o caminho da fé em Cristo.

10.2-5. Nestes versículos vemos os judeus buscando a justificação pela Lei, mas falharam nisso, e perderam, pela sua rejeição, a justiça revelada em Jesus. No versículo 4 vemos que “o fim da lei é Cristo”. Isto significa dizer que “Cristo pôs fim à Lei como método de salvação”. 10.5. Paulo cita Moisés: “Ora, Moisés descreve a justiça que é pela Lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverás por elas”. Significa que o cumprimento total da Lei absolve da pena da Lei. Se o homem pudesse cumprir todas as exigências da Lei, a justiça legalista resolveria o problema. Porém em Romanos 3.10, diz: “Não há um justo, nem um sequer”.

A justiça revelada no novo pacto tem sua base na fé. (10.6-13).

10.6,7. Nestes dois versículos Paulo mostra que a justiça pela fé exclui todo esforço humano. É impossível chegar aos Céu através do legalismo. Paulo cita Deuteronômio 30.11-14, para mostrar que a salvação é acessível a todos, não precisa alguém subir ao Céu, nem descer ao mais profundo abismo para receber a justiça pela fé. O versículo 11 é uma citação do profeta Isaías que Paulo utiliza para fortalecer o novo método de salvação pela fé, que diz: “Porque a escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido”. Os versículos 12 e 13 mostram o sentido universal do Evangelho. No versículo 13 Paulo cita o profeta Joel: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. (Joel 2.32). Essa citação fortalece a argumentação de Paulo de que o Evangelho é para todos e com direitos iguais no que tange à salvação. Tanto judeus como gentios tem direito à salvação, mas só é salvo e escolhido o que aceita o plano de Deus. Assim, a eleição ou rejeição da parte de Deus dependerá do próprio homem. É aqui que está a falha da doutrina calvinista que ensina que Deus salvará os que Ele quiser, independentemente de o pecador querer ou não. Deus não elegerá ou rejeitará ninguém sem o prévio juízo de sua perfeita justiça.

As responsabilidades dos crentes em Cristo (10.14,15).

Paulo mostra aqui a responsabilidade de rejeição dos judeus e a responsabilidade dos crentes em Cristo na proclamação do Evangelho.

A incredulidade e a rejeição são indesculpáveis diante de Deus (10.16-21).

10.16. “Mas nem todos obedecem ao Evangelho”. Isso indica que a aceitação ou rejeição diante de Deus depende da aceitação ou rejeição do homem, não importa se judeu ou gentio. Paulo destaca que não há desculpa, pois a rejeição de Israel como povo se deve à sua deliberação e obstinada incredulidade.

10.17. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Está aqui o novo método para a salvação – a fé.

10.18-21. Nestes versículos, Paulo cita os profetas do Antigo Testamento, os quais predisseram a extensão universal do Evangelho de Cristo e a inclusão dos gentios como povo de Deus. A revelação de Cristo, inicialmente a Israel, teve por objetivo despertar esse povo para a sua triste realidade espiritual e fazer com que voltasse à comunhão com o seu Deus. Mas Israel rejeitou essa providência. Mas como o amor divino, é, antes de tudo, universal, tornaram-se objeto desse amor, os gentios. Por isso, hoje, Deus tem um plano duplo com Israel. Primeiramente, como nação, por causa de suas promessas passadas, Em segundo lugar, como indivíduos. Hoje, na Dispensação da Graça, Israel tem direito à salvação no plano individual porque Deus trata pessoalmente acerca da salvação em Cristo Jesus. No próximo estudo vamos falar sobre a restauração e o futuro de Israel. (Capítulo 11).

A RESTAURAÇÃO E O FUTURO DE ISRAEL (11.1-36).

Vejamos o desenvolvimento da argumentação teológica de Paulo. No capítulo 9, ele mostra que Deus, em sua eterna soberania, por seus direitos de Senhor e Criador tinha total liberdade de rejeitar Israel, mas só o fez porque Israel rejeitou o plano divino. No capítulo 10, Paulo mostra que, uma vez que os judeus rejeitaram o novo plano divino, não tinham condições de questionarem a rejeição da parte de Deus, Já no capítulo 11, a rejeição tem um sentido parcial e temporal, visto que os propósitos de Deus não se limitam a um mero julgamento exterior, mas são propósitos mais profundos e espirituais.

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Possibilidade de Restauração de Israel (1.1).

Inicialmente, temos de entender que o propósito de Deus na história tem de ser cumprido. Não houve quebra desse propósito com o aparecimento do “novo pacto da graça” alcançando os gentios.

11.1. – “Porventura rejeitou Deus o seu povo?”. A resposta é imediata: - “De modo nenhum!”. O tratamento divino com Israel agora, passa a ser individual. Cada judeu tem os mesmos direitos de salvação em Cristo que os gentios. Deus deixa de tratar Israel como nação, e isto não significa que Deus tenha abandonado Israel como nação. Israel como nação passa para um plano secundário e separado. Para que seja manifesta a nova ordem, que é a igreja, que se constitui de judeus e gentios. Nesta dispensação da graça, o judeu convertido a Cristo deixa de ser judeu para ser Igreja. A Igreja é o novo povo de Deus, povo especial, zeloso e de boas obras, chamado “povo adquirido, nação santa” (1 Pedro 2.9,10).

O remanescente fiel de Israel (11.2-6).

Esse remanescente diz respeito a um grupo de israelitas em especial, que mantem-se fiel a Deus, acima de todas as mudanças e circunstâncias.

11.2. “Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu”. Deus conheceu o povo de Israel, antes da vinda do novo pacto. Esse ato de conhecer Israel indica que Deus sabia o que estava fazendo, e que seus atos soberanos não infringiam a sua justiça perfeita. Ele sabia que Israel ia rejeitá-lo, mas alguns iriam permanecer fieis a Ele. Como exemplo, Paulo ilustra a si mesmo, identificando-se como “israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim”. (11.1). A conversão pessoal de Paulo a Cristo era uma prova de que Deus não “rejeitou o seu povo”.

11.2-4. Nestes versículos Paulo lembra o profeta Elias que se sentiu só e abandonado, por ter lutado contra a idolatria do povo de Israel no reinado de Acabe e Jezabel. (I Reis 19.10, 14, 18). Deus assegurou a Elias que ele não estava sozinho, mas que “sete mil varões não haviam dobrado os seus joelhos diante de Baal”. Da mesma maneira Deus tem reservado um número de fiéis, chamando aqui de “remanescente fiel”, do meio do povo, que aceitou seu plano por Jesus Cristo.

11.5. “... neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça”. A expressão “ficou um resto” refere-se exatamente a esse “remanescente fiel”, o qual foi eleito conforme os requisitos da “graça”, que envolvem arrependimento e regeneração. A “eleição segundo a graça” não significa que qualquer judeu sem o exercício da fé em Cristo tenha sido eleito. Os judeus messiânicos, por exemplo, foram chamados pela "graça”.

11.6. “Mas se é pela graça, já não é pelas obras”. Isso fortalece o fato da salvação individual mediante a fé em Cristo. – Que é a graça? É a manifestação do novo pacto de salvação oferecido a todos os homens. Como nação, Israel havia falhado em querer alcançar a justificação, mas o “remanescente fiel” alcançou pela lei da graça. Os judeus permitiram que suas leis e seus privilégios como nação lhes endurecessem os corações, rejeitando a manifestação da graça de Deus.

A cegueira de Israel como nação (11.7-15).

11.7. “Pois quê? O que Israel buscava não alcançou...”. Israel buscava o quê? E por quê? Israel buscava como nação a justificação pelas obras baseada nos ritos e privilégios religiosos. A razão dessa busca contrária aos requisitos do “novo pacto” está expressa no “endurecimento”. O texto continua: “... mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos”. Quais são os eleitos? São aqueles que de boa mente receberam a graça revelada. E os que foram “endurecidos”, o foram por sua própria cerviz, não porque Deus quisesse endurecer.

11.8-10. Esses versículos são citações do AT, que Paulo utiliza para fortalecer o seu ensino e argumento de que o “endurecimento de Israel” é atribuído a um juízo de Deus contra esse povo, por causa de sua incredulidade e rebelião. (Dt 29.4; Is 6.9, 10; 29.10). Entende-se aqui que a cegueira de Israel não é total, mas parcial, porque o versículo 7 apresenta dois grupos: os eleitos e os endurecidos.

11.11, 12. “Porventura tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum. Mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação”. Devemos entender que a “queda dos judeus” não foi, especificamente a razão do favor divino para com os gentios. Tivessem ou não rejeitado o novo pacto, a razão real e espiritual estava escondida no propósito divino de salvação também dos gentios. A Igreja era o “mistério escondido” antes de todos os tempos. (Efésios 1.4,5).

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11.12. “E, se a sua queda é a riqueza do mundo...”. Numa batalha, cair equivale a ser morto, É nesse sentido que Paulo utiliza a palavra cair, isto é, sair de campo, perder a primazia. Portanto, a queda dos judeus pela sua rejeição a Cristo permitiu aos gentios conhecerem as “riquezas da graça de Deus” na salvação em Cristo Jesus.

11.13,14. Paulo diz honrar seu trabalho entre os gentios e se sente recompensado por isso, mas quer que, os gentios entendam que ele não é indiferente à sua gente de sangue, nem insensível `necessidade de pregar-lhes a Cristo.

11.15. – “Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão?” Na verdade, Paulo, mais uma vez, fortalece a doutrina da salvação para toda a humanidade. A palavra admissão é traduzida como restabelecimento. Que restabelecimento é esse? É o restabelecimento da comunhão com Deus e de sua posição de primazia no futuro, quando Cristo se revelar a eles (os judeus) como Messias esperado, porém, que antes havia sido rejeitado.

A admissão futura de Israel ilustrada pela oliveira (11.16-24).

Para ilustrar a restauração nacional de Israel, Paulo utiliza uma linguagem figurada. Ele fala da raiz e dos ramos. Fala das primícias (sementes escolhidas), e da massa. Interpreta-se aqui, subjetivamente que as primícias e a raiz, representam os patriarcas judaicos. A oliveira representa Israel. Os ramos quebrados são os judeus rebeldes e incrédulos, que perderam, no plano salvífico universal o direito à graça de Deus. No lugar desses ramos quebrados foram enxertados os gentios. Esses gentios enxertados são identificados como zambujeiro bravo. Paulo exorta os gentios a que não se gloriem contra os judeus, pois os gentios não são nada mais que ramos enxertados, mas a raiz está em Israel. “Considera pois a bondade e a severidade de Deus”. (22).

A salvação de Israel (11.25-32).

Esses versículos tem um sentido histórico e futuro. Deus estabeleceu um tempo para a concretização de seu plano com Israel.

11.25. “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.”. Entende-se que o endurecimento de Israel quanto a Cristo é parcial e temporal, a fim de que os gentios tenham o conhecimento da verdade. Pois bem, se o “endurecimento de Israel” é temporal e parcial, pergunta-se: “Por quanto tempo?” “... até que a plenitude dos gentios haja entrado”. Significa dizer que até que se cumpra o tempo de Deus para a salvação dos gentios, o endurecimento de Israel perdurará, então Deus se voltará para Israel para concluir seu pacto. (Atos 15.14-17).

11.26. “E assim todo o Israel será salvo. Aqui a salvação dos judeus relaciona-se com Israel como nação. Israel espera o seu libertador, o glorioso Messias que não foi reconhecido na sua primeira vinda. Essa vinda futura do Messias significa a salvação de todo o Israel (Zc 12.2, 3, 8-10; 13.8,9; 14.2-4).

11.32. “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia”. Por agora, os judeus (como povo) continuam “encerrados debaixo do pecado”, mas chegará o tempo quando se completar a “plenitude dos gentios” com o desaparecimento da igreja arrebatada, então os judeus serão despertados e alcançados pela misericórdia de Deus.

Doxologia de Paulo (11.33-36).

11.33. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus”. Paulo, se extasia ante a revelação divina da salvação dos homens.

11.34. “Por que quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” Entende-se aqui que Deus é soberano e que sua soberania é total, perfeita, inatacável, insondável, e inescrutável.

11.35, 36. Paulo rende tributo àquele, cuja sabedoria e conhecimento estão acima da mente humana.

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A DOUTRINA DO SERVIÇO CRISTÃO (12.1 a 16.27)

Nos capítulos anteriores, Paulo apresenta o pecado e suas consequências, bem como, o plano de salvação. Já, a partir do capítulo 12, temos o plano da salvação na prática. O Evangelho não é apenas poder para salvar o homem de seus pecados, mas também, poder para viver diariamente uma vida vitoriosa e poderosa contra o pecado, contra o mundo e contra o diabo.

Por outro lado, esta parte do estudo de Romanos é um tratado de ética cristã, baseado nos preceitos da nova aliança em Cristo Jesus. Esta ética se manifesta no serviço cristão, na ação do crente na obra de Deus.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO A DEUS (12.1,2)

12.1. “Rogo-vos, pois, irmãos” é um apelo, um convite especial para os crentes da igreja em Roma quanto aos deveres dos cristãos.

“... pela compaixão de Deus”. Este trecho é, em outras versões, traduzido por “misericórdia”. A salvação é baseada nessa misericórdia de um Deus grandioso e justo.

“... que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. O apelo de Paulo é um apelo à consagração. O ato de consagrar implica em dedicar e separar para uso exclusivo.

“... sacrifício vivo”. Não significa um sacrifício físico literal, mas espiritual.

“... que é o vosso culto racional”. Isto é, nossos atos e serviços a Deus devem ser feitos conscientemente. A palavra culto aparece no original grego como “latreio” que significa serviço.

12.2. “E não vos conformeis com este mundo”. Significa não entrar na forma do mundo, mas na forma de Deus.

“... mas transformai-vos”. A palavra “metamorfose” é o sentido literal dessa palavra grega.

“... pela renovação do vosso entendimento”. Essa transformação diz respeito ao interior e implica numa mudança radical em toda a maneira de ser da pessoa transformada. Significa a renovação dos motivos e fins.

“... para que experimenteis”. Experimentar a vontade gloriosa de Deus. E essa vontade é “boa, agradável e perfeita”. A vontade de Deus é a expressão do seu caráter em nossa vida diária.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO À IGREJA (12.3-8)

Primeiro devemos servir a Deus pra depois servirmos à Igreja de Deus. Devemos servir com humildade e sem ostentação.

12.3. “Porque pela graça que me foi dada...”. A palavra “graça” aqui tem o sentido de dom, o dom apostólico de Paulo. Cada crente recebe uma “graça” diferente, a qual deve ser exercida para o bem de todos.

“... que não saiba mais do que convém”. Aqui Paulo apela para a humildade.

12.4,5. Nestes versículos somos tratados como partes de UM CORPO. Somos diversos membros com distintas funções. Ninguém tem o direito de pensar que é mais importante que os demais membros do corpo, mas todos os membros são importantes e trabalham em unidade pela cabeça, que é Cristo.

12.6-8. Nestes versículos estão alguns dons também, tratados como ministérios, os quais são necessários para a unidade do corpo, a Igreja. São eles: Ministério, ensino, exortação, contribuição, governo e misericórdia. Esses dons são dados segundo a “graça” que cada um recebeu, isto é, segundo a capacidade individual de exercitá-los para glória de Jesus.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO AOS NOSSOS IRMÃOS NA FÉ (12.9-21)

Nestes versículos está a base do serviço cristão que é o amor.

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12.9. “O amor seja não fingido”. Hipocrisia, dissimulação. O amor deve ser puro e sincero.

“Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. É negar tudo que possa prejudicar a outrem.

12.19. “Não vos vingueis a vós mesmos”. A vingança pertence a Deus. Somos fracos e incapazes de fazer vingança com justiça.

A expressão “dai lugar à ira” não deve ser entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o sentido de dar tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixa-la passar.

12.20. “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber”. A filosofia bíblica do relacionamento entre o crente e os seus inimigos é o da recompensa do Senhor.

“... fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça”. Significa que o ato de bondade em lugar da vingança fará com que a pessoa sinta vergonha e remorso pelo mal praticado.

12.21. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Não devemos nos deixar dominar pelos ímpetos do mal que conduzem à vingança.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO ÀS AUTORIDADES (13.1-7)

Esse texto tem servido para polêmica sobre a relação entre Igreja e Estado.

13.1. “Toda alma esteja sujeita às potestades superiores”. O apóstolo recomenda a submissão à autoridade constituída. “Porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus”. A palavra “potestade” refere-se a “autoridade, ou poder delegado”.Devemos obedecer às autoridades, mesmo quando elas criam leis que vão de encontro com a Palavra de Deus?

Atos 5.29: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”.

Êxodo 1.17: “As parteiras... temeram a Deus, e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito, antes deixaram viver os meninos”.

Daniel 3: Quando Nabucodonosor lançou um edito segundo o qual todos os seus súditos deveriam prostrar-se e adorar a sua imagem de ouro, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego recusaram-se a obedecer.

Daniel 6: Quando Dario decretou que por trinta dias ninguém deveria orar “a qualquer deus ou a qualquer homem” exceto o próprio rei, Daniel recusou a obedecer.

Atos 4.18: Quando o Sinédrio proibiu pregar em nome de Jesus, os apóstolos recusaram-se a obedecer.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO AOS DEVERES SOCIAIS (13.8-10)

13.8. “A ninguém devais coisa alguma”. O ato de dever a alguém não se restringe a finanças e coisas materiais, mas também aos aspectos morais e espirituais.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO À CONDUTA MORAL (13.11-14)

13.11. “E isto digo, conhecendo o tempo”. Que há dentro desse tempo? São os sinais predeterminados da vinda de Cristo.

Por isso, a continuação do versículo 11 é uma exortação ao despertamento espiritual contra toda a indiferença e frieza. Estar despertados implica em estar de prontidão espiritual.

13.12. “As obras das trevas” se contrapõem às obras da luz, pois são originadas pelo príncipe das trevas, e suas obras são más e traiçoeiras. Entretanto, o Senhor nos oferece as “armas da luz” que são a graça, a bondade e a verdade.

13.13,14. “Andemos honestamente”. Diz respeito ao comportamento moral do crente. “... Não em glutonaria, nem bebedeiras, nem em desonestidade, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja”.

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13.14. “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”. Significa recebe-lo no coração e deixa-lo dominar inteiramente a nossa vida.

Não há vitória moral fora de Cristo. Estar revestido de Cristo é ter a presença pessoal do Espírito Santo dentro de nós, limpando e purificando o nosso interior.

O SERVIÇO CRISTÃO EM RELAÇÃO AOS FRACOS NA FÉ (14.1-23)

O dever do crente sadio para com o “enfermo na fé”, é o que trata o apóstolo Paulo.

Paulo dá três importantes lições quanto ao que se refere ao tratamento com esses “irmãos fracos”.

Em primeiro lugar, Paulo apela para que se respeite os escrúpulos de consciência daqueles irmãos (14.1-12).

14.1. Pelo fato de serem “enfermos na fé” não devem ser rejeitados no meio da igreja, mas Paulo diz: “Recebei-os”. A verdade é que dentro da igreja em Roma existiam dois grupos bem distintos: os mais abertos e liberais e os extremistas, ou excessivamente escrupulosos.

14.2,3,4. Neste texto o fraco deve ser recebido com amor porque Deus o recebeu, e é “servo do Senhor” e não servo dos nossos preconceitos e interesses. Diz Paulo: “Para seu próprio Senhor está em pé ou cai” (v. 4), isto significa que não temos o direito de julgar os outros, não importa o estado da pessoa, se está em pé ou caído, o julgamento é do Senhor.

14.5,6. A divergência de consciência quanto aos hábitos e costumes existe. A questão de certo e errado tem sido uma barreira para muitos, mas isto não nos compete julgar os outros, antes devemos nos basear, para esse julgamento, na responsabilidade pessoal de cada um.

14.7-9. Nestes versículos está a solução apontada. Todos são do Senhor e vivem para o Senhor. Portanto, fracos ou fortes, todos estamos “em Cristo”.

14.10. Mais uma vez o apóstolo Paulo exorta e critica os que querem julgar o próximo, e aponta para o Tribunal de Cristo. (2 Coríntios 5.10).

Em segundo lugar, devemos conhecer os limites de nossa liberdade (14.13-21).

14.13. “Assim não nos julguemos mais uns aos outros”. Até onde vai minha liberdade de fazer qualquer coisa? Se minha liberdade de consciência prejudica a vida espiritual de algum fraco, ela se torna negativa.

14.13. “Antes seja o vosso propósito não por tropeço ou escândalo ao irmão”. Jamais o crente forte deve usar de sua liberdade para prejudicar o seu irmão (Mateus 18.6).

14.14. “Nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda”. O que seria imundo naqueles dias? O contexto mostra que muitos judeus se escandalizavam porque os gentios comiam certos tipos de carne, não guardavam o sábado e outros rituais do judaísmo.

14.15. “Mas se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor”. Paulo fala aqui para os “fortes”, isto é, com aqueles cuja consciência não é acusada porque comem carne; porém, caso o irmão se escandalize, não se deve comer carne, para que a fé daquele irmão não se desfaleça.

14.15. “Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu”. Só uma coisa aceitável e suprema anima o forte a suportar o “fraco na fé” é o fato de que Cristo morreu por ele.

14.16-21. Nestes versículos aprendemos que, se alguma coisa em nossa consciência não nos condena, mas pode escandalizar o nosso irmão devemos evita-la. Devemos evitar o prejuízo da obra de Deus.

Em terceiro lugar, tudo que fizermos devemos fazê-lo para glória de Deus. (14.22,23).

14.22. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus”. Paulo fala aos crentes fortes. O fato de estar convicto da liberdade em Cristo Jesus não me dá o direito de fazer alarde dessa liberdade a ponto de escandalizar meu irmão mais fraco.

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14.23. “Mas aquele que tem dúvidas”. Isso se refere à insegurança naquilo que se quer fazer. Devemos usar a consciência e a fé. Não devemos fazer só porque outros fazem. (1 Coríntios 10.31).

O SERVIÇO CRISTÃO EXEMPLIFICADO (15.1-33)

No Exemplo de Cristo (15.1-13).

15.1,2. Nestes dois versículos a exortação continua quanto às relações entre os crentes “fortes” e “fracos”. Os fortes devem suportar os “fracos” nas suas fraquezas. Não apenas suportá-los mas ajuda-los. Paulo exemplifica com Jesus, dizendo: “Porque também Cristo não agradou a si mesmo”. (15.3).

15.4. “As Escrituras” citadas por Paulo indicam que elas foram escritas para a nossa instrução e para que tenhamos esperança.

15.5-7. Nestes versículos aprendemos que as relações entre “fortes e fracos” devem promover a glória de Deus.

15.8-12. Aqui Paulo destaca a importância da unidade espiritual entre todos os crentes. Essa unidade deve transcender as diferenças existentes na comunhão cristã.

15.13. “E o Deus de esperança” é uma oração conclusiva que o apóstolo faz, destacando a importância de que todos os crentes em Cristo são um só povo com uma esperança imorredoura dada pelo Espírito Santo.

No Exemplo do próprio Paulo (15.14-21).

Nestes versículos Paulo procurou se identificar mais pessoalmente com os crentes em Roma, explicando as razões de sua carta e o propósito de seu ministério.

15.14,15. Paulo dá um exemplo de modéstia, cortesia e tato. Destaca as qualidades dos crentes romanos, mas a razão que o levou a escrever foi a forte responsabilidade pastoral que ele tinha para com os gentios. Desejava ajuda-los na elucidação de algumas verdades desconhecidas que estavam servindo de polêmica e divisão no seio da igreja.

15.16. “Que seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios”. Dizem alguns estudiosos que Paulo estava tentando convencer os crentes de Roma acerca de seu ministério, visto que muitos não o reconheciam.

15.17-21. Nestes versículos, Paulo gloria-se em Cristo. Ele não se gloriava de que havia feito alguma coisa, mas sim porque Cristo fez tudo através de sua vida. Nos versículos 20 e 21, Paulo deixa transparecer que a sua ambição maior na vida era pregar a Cristo em todos os lugares onde Cristo não era conhecido.

Os planos missionários de Paulo (15.22-33).

15.22,23. Nestes versículos Paulo fala do seu grande desejo de ir a Roma. Ele sente que suas atividades missionárias nas regiões da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, já foram completadas.

15.24. “Quando partir para a Espanha”. Aqui mostra a visão expansionista de Paulo, a Espanha agora era a sua meta, e para tal, passaria antes por Roma.

15.25,26. Nestes versículos Paulo diz à igreja em Roma que antes terá que ir a Jerusalém. A viagem tinha um cunho filantrópico, pois levaria as ofertas das igrejas da Macedônia e Acaia para os crentes que passavam privações em Jerusalém.

15.27. “Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles”. Paulo enfatiza que as igrejas gentílicas são devedoras para com a igreja em Jerusalém, visto que a bênção do Evangelho de Cristo partiu de Jerusalém.

15.28. Terminada a sua missão em Jerusalém, não lhe resta outro plano, senão ir a Roma e depois à Espanha.

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15.29-33. Paulo sabia que havia grande perseguição contra a igreja de Jerusalém, e que seu trabalho missionário entre os gentios sofria resistência de alguns judeus. Mas ele esperava que na sua ida a Jerusalém, fosse bem recebido, pois levava ofertas para os crentes pobres. Paulo sabia que havia perigo de vida, pois os judeus fanáticos queriam a sua morte, por isso solicita à igreja em Roma que ore por ele. Entende Paulo que acima de tudo está a soberana vontade de Deus.

Paulo espera que seu plano de visitar Roma aconteça, a fim de poder comunicar as bênçãos do Evangelho aos santos da grande metrópole. Para tal, ele invoca a bênção de Deus àquela igreja, dizendo: “E o Deus de paz seja com todos vós. Amém”.