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Ata Assembleia Geral realizada pelo CAAJA no dia 27 de abril de 2015.TRANSCRIPT
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE 27.04.2015
Ata da Assembleia Geral dos estudantes da FDRP, convocada pelo CAAJA, Centro
Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto,
FDRP- USP.
A Assembleia teve início às 12 horas e término às 13 horas e 05 minutos do dia 27
de abril de 2014, realizada no Anfiteatro, da própria faculdade, em Ribeirão Preto–SP. Foi
presidida e secretariada por membros da atual diretoria do CAAJA da Gestão Polifonia.
Presentes:
Ao todo, estavam presentes 30 (trinta) alunos e alunas devidamente matriculados na
FDRP – como consta na lista de controle da Assembleia, que pode ser consultada em
caso de pedidos para qualquer membro da atual gestão.
PAUTA:
1. Deliberação a respeito da aderência do corpo discente da FDRP à paralisação
por cotas raciais na USP no dia 30 de abril.
ATA:
1. PRIMEIRO BLOCO: paralisação por cotas raciais na USP no dia 30 de abril.
Para além da votação a respeito da aderência do corpo discente da FDRP à
paralisação por cotas raciais na USP no dia 30 de abril, abriu-se previamente, nos quinze
primeiros minutos, inscrições para fala dos presentes.
Gubran Smaili fez a fala inicial deste bloco, enquanto membro da Gestão Polifonia
do CAAJA, com o intuito de elucidar o propósito da presente Assembleia Geral, cuja
convocação se deu após deliberação, em Assembleia do Diretório Central dos Estudantes
(DCE), de uma Paralisação por Cotas Raciais na USP no dia 30 de abril. Pontua que tal
deliberação ocorreu após o impedimento de integrantes da “Ocupação Preta” (articulação
de estudantes negras e negros de diversos cursos da USP) de participarem da última
reunião do Conselho Universitário (no dia 14 de abril), participação previamente
protocolada, que tinha por objetivo levar a pauta de cotas raciais. Nesse contexto, coloca
que é dever do Centro Acadêmico trazer esse debate para o âmbito da nossa faculdade,
assim como deliberar a respeito de uma possível aderência à paralisação.
Isadora Ramos propõe uma articulação conjunta com os coletivos negros da USP-
RP, assim como os da cidade, a fim de realizar ações ou intervenções na nossa faculdade,
além de que, acredita que tal articulação seria imprescindível tanto no sentido de dar
visibilidade para a luta desses grupos quanto para legitimar uma paralisação com a
presença de estudantes que lutam todos os dias por tal questão.
César Machado coloca que, de fato, a articulação entre coletivos, entidades e núcleo
é mais efetiva, principalmente se comparada com a realidade do nosso campus. Entretanto,
diz que, enquanto integrante do Coletivo Negro da USP-RP, os mesmos discutiram em
reunião que o ideal seria concentrar as ações do dia 30 em uma única unidade, tendo em
vista a capacidade de organização deles frente ao número de membros que possuem.
Saulo Borges questiona o fato de que se priorizou uma possível paralisação em
detrimento de intervenções, tendo em vista que, no contexto da FDRP, a paralisação seria
esvaziada no sentido de que a aderências dos estudantes seria muito baixa, o que poderia
levar numa desmobilização no que tange a discussão das cotas na USP e, portanto,
deveríamos levar esse ponto em consideração, isto é, se a paralisação seria válida mesmo
em um âmbito apático à temática das cotas.
César Machado coloca que a paralisação tem como intuito contemplar uma demanda
de estudantes negras e negros da USP: visibilidade. Cita que, até o presente momento,
inúmeras foram as ações de conscientização em relação à temática das cotas e, mesmo
assim, tanto corpo discente quanto corpo docente e órgãos deliberativos se mantém
distantes da discussão e da promoção de ações inclusivas. Sendo assim, a paralisação
seria uma espécie de “grito”, cujo objetivo principal não seria a adesão irrestrita dos alunos
e das alunas, pelo contrário, trazer à tona a questão das cotas e desconstruir o
conservadorismo, o elitismo e a apatia que perpassam a nossa Universidade.
Mariana Bellinote pontua que concorda com a fala de César, e ressalta a importância
da paralisação no seu sentido mais amplo que é o da visibilidade e conscientização.
Gabriela leal ressalta que a uma possível paralisação seria ainda mais efetiva caso
conseguíssemos o apoio dos funcionários, citando como exemplo o fato de que ano
passado, durante a greve, a faculdade teve suas atividades interrompidas justamente por
conta da deliberação dos funcionários de não realizarem suas funções em sinal de apoio
ao movimento grevista.
Laura Campos aborda a questão da viabilidade uma possível paralisação. Pontua
que para efetiva-la seria necessária uma grande quantidade de pessoas caso o intuito
fosse, de fato, “fechar” a faculdade. Nesse sentido, acredita que o ideal seria promover uma
série de intervenções ao longo da semana e concentrar ações no dia 30.
Natalia Góis levanta a questão dos motivos pelos quais a realidade da FDRP seria
distante daquela vista em São Paulo, isto é, se, de fato, existem motivos que inviabilizariam
uma paralisação efetiva.
Saulo Borges cita o histórico das tentativas de paralisações na nossa faculdade, que
já perpassaram o apoio a outras paralisações; também já se deram em forma de aderência
indireta (sem paralisar de fato) e, agora, em vias de aprovar uma paralisação é necessário
pensar em formas de viabiliza-la.
César Machado pontua que para além de uma simples apatia dos alunos ou
ausência de ações por parte das entidades e coletivos, devemos considerar que a criação
da nossa faculdade é recente e, por isso, ainda não existe uma cultura de mobilização e
politização. Sendo assim, acredita que se faz imprescindível dar o “passo inicial”, pois, para
ele, essa cultura só seria criada a partir do momento no qual fosse provado que é possível
a mobilização na FDRP. Por fim, coloca que a questão não é realizar uma paralisação “bem
sucedida”, mas, nesse momento, realiza-la e trazer esse debate tão importante para o
contexto da FDRP.
Poliana Kamalu acredita que existem dois lados dessa “moeda”: tanto uma apatia
generalizada quanto o recente histórico da FDRP. Nesse contexto, coloca que, de fato,
estamos construindo a faculdade e faz coro as diversas falas de que esse não é o primeiro
momento no qual se discute a articulação de uma possível paralisação.
Após o termino das falas, portanto, foi votado a aderência do corpo estudantil da
FDRP à paralisação por cotas raciais na USP no dia 30 de abril.
Sendo assim, votamos: 28 pessoas foram favoráveis, 2 se abstiveram e nenhum voto
contrário.
Deliberou-se que o Centro Acadêmico, em conjunto com os alunos e as alunas
presentes, deverá realizar as seguintes atividades:
(1) oficiar todos os departamentos da faculdade abordando dois pontos: a) com
relação à paralisação discente e seus propósitos e b) viabilizar uma possível liberação dos
estudantes das aulas no dia 30 de abril a fim de comporem a paralisação e participarem das
demais atividades previstas;
(2) tentativa de paralisação abrangente, por meio de técnicas pacíficas em
parceria com os funcionários da faculdade – sem, entretanto, impedir que os interessados
ministrem aulas, provas e outas atividades, assim como a respectiva participação nestas.
Ou seja, caso os funcionários deliberem não abrir as salas no dia 30, a retirada de chaves
a posteriori não será impedida. Entretanto, caso os mesmos exerçam suas funções
normalmente, serão colocadas faixas e cartazes nas portas das salas que ilustrem o
momento, sendo que estas poderão ser retiradas por qualquer aluno, professor ou
funcionário;
(3) realização de intervenções artísticas, sendo elas: a. oficina de cartazes, b.
exibição de documentário seguida de discussão e c. realização de aula pública
ministrada por militantes dos coletivos negros da universidade e da cidade – visando
dar visibilidade a importância das cotas raciais no contexto da Universidade de São Paulo,
serão realizadas diversas atividades no dia 30 para além de uma paralisação efetiva em si.
Para concretizar tal anseio, a oficina de cartazes tem por intuito ocupar o espaço da
faculdade com dizeres e fatos a respeito da realidade dos negros e das negras dentro e fora
da USP. Nessa linha, haverá a tentativa de exibir o documentário “USP 7%” – que retrata a
realidade dos 7% alunos negros e alunas negras da Universidade – seguida de discussão.
E, por fim, a realização de aula pública ministrada por militantes dos coletivos negros da
USP e da cidade a fim de trazê-los para dentro da universidade e da nossa faculdade,
descontruindo simbolicamente os muros que impedem que seus discursos ecoem e ganhem
força na nossa realidade acadêmica;
(4) convite a bateria universitária e ao maracatu – a presença dos ritmistas e
demais integrantes de baterias e do maracatu têm por objetivos: a) não deixar que a
paralisação passe desapercebida, sem, contudo, inviabilizar atividades na faculdade, como
já exposto, e b) trazer a arte outrora menosprezada por conta de sua matriz cultural para
dentro da nossa faculdade.
Nesses termos, certifico e dou fé da legitimidade do presente documento,
Poliana Kamalu
Presidente do CAAJA
Gestão 2014-2015