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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR NADER ALVES DOS SANTOS SÉRIE/ANO: 8° ANO TURMA(S): A, B, C DISCIPLINA: HISTÓRIA DATA: ___/ ___/ 2015 PROFESSOR (A): FERNANDA BARBOSA FERNANDES OLIVEIRA ATIVIDADES ALUNO (A):____________________________________________________________Nº_______ ASSUNTO: PERÍODO REGENCIAL BRASILEIRO (1831 a 1840) Questão 01) Entre 1831 e 1845, estouraram revoltas em diversas províncias brasileiras. A Revolta dos Malês (1835) teve por base a cidade de Salvador, na Bahia. A Balaiada (1838-1841) alastrou-se pelo Maranhão e Piauí. A Farroupilha (1835-1845) desenrolou-se no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. a) Aponte uma característica de cada revolta indicada no enunciado. b) Do ponto de vista das propostas sociais, qual a grande diferença entre os projetos da Balaiada, em sua fase final, e os da Farroupilha? c) Em que contexto da política brasileira ocorreram tais revoltas? Questão 02) A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é impossível governar. Cada revolução subentende uma luta posterior e aliança de um dos aliados, quase sempre os exaltados, com os vencidos. A irritação dos exaltados [trouxe] a agitação federalista extrema, o perigo separatista, que durante a Regência [ameaçou] o país de norte a sul, a anarquização das províncias. [...] durante este prazo, que é o da madureza de uma geração, se o governo do país tivesse funcionado de modo satisfatório – bastava não produzir abalos insuportáveis –, a desnecessidade do elemento dinástico teria ficado amplamente demonstrada. NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império: Nabuco de Araújo, sua vida, suas opiniões, sua época. 2ed. São Paulo: Editora Nacional, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, p.21. Na obra Um Estadista do Império, escrita entre os anos de 1893 e 1894, Joaquim Nabuco faz uma análise da história do Brasil Imperial. O trecho acima remete ao período regencial (1831-1840) do país. Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede. a) Explique como Joaquim Nabuco interpretou o período regencial no Brasil. b) O período da Regência é citado por diversos autores, incluindo Nabuco, como o de uma experiência republicana federalista. Aponte duas razões pelas quais a Regência no Brasil ganhou essa interpretação. Questão 03) Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu substituto legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta província extrema, afastada da Corte, não toleramos imposições humilhantes. O Rio Grande é a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da Prata. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR NADER ALVES DOS SANTOS

SÉRIE/ANO: 8° ANO TURMA(S): A, B, C DISCIPLINA: HISTÓRIA DATA:

___/ ___/ 2015

PROFESSOR (A): FERNANDA BARBOSA FERNANDES OLIVEIRA ATIVIDADES

ALUNO (A):____________________________________________________________Nº_______

ASSUNTO: PERÍODO REGENCIAL BRASILEIRO (1831 a 1840)

Questão 01)

Entre 1831 e 1845, estouraram revoltas em diversas províncias brasileiras. A Revolta dos Malês

(1835) teve por base a cidade de Salvador, na Bahia. A Balaiada (1838-1841) alastrou-se pelo

Maranhão e Piauí. A Farroupilha (1835-1845) desenrolou-se no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

a) Aponte uma característica de cada revolta indicada no enunciado.

b) Do ponto de vista das propostas sociais, qual a grande diferença entre os projetos da Balaiada,

em sua fase final, e os da Farroupilha?

c) Em que contexto da política brasileira ocorreram tais revoltas?

Questão 02)

A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é impossível

governar. Cada revolução subentende uma luta posterior e aliança de um dos aliados, quase sempre

os exaltados, com os vencidos. A irritação dos exaltados [trouxe] a agitação federalista extrema, o

perigo separatista, que durante a Regência [ameaçou] o país de norte a sul, a anarquização das

províncias. [...] durante este prazo, que é o da madureza de uma geração, se o governo do país

tivesse funcionado de modo satisfatório – bastava não produzir abalos insuportáveis –, a

desnecessidade do elemento dinástico teria ficado amplamente demonstrada. NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império: Nabuco de Araújo,

sua vida, suas opiniões, sua época. 2ed. São Paulo: Editora

Nacional, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, p.21.

Na obra Um Estadista do Império, escrita entre os anos de 1893 e 1894, Joaquim Nabuco faz uma

análise da história do Brasil Imperial. O trecho acima remete ao período regencial (1831-1840) do

país. Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede.

a) Explique como Joaquim Nabuco interpretou o período regencial no Brasil.

b) O período da Regência é citado por diversos autores, incluindo Nabuco, como o de uma

experiência republicana federalista. Aponte duas razões pelas quais a Regência no Brasil

ganhou essa interpretação.

Questão 03)

Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador e entreguei o governo ao seu substituto

legal. E em nome do Rio Grande do Sul, digo que nesta província extrema, afastada da Corte, não

toleramos imposições humilhantes. O Rio Grande é a sentinela do Brasil que olha vigilante o Rio da

Prata. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê

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um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, ou, com a espada na mão,

saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade. Carta escrita em 1835 por Bento Gonçalves, líder farroupilha, ao Regente Feijó.

Adaptado de PESAVENTO, S. J. A Revolução Farroupilha.

São Paulo: Brasiliense, 1990.

Rio-grandenses! Tenho o prazer de anunciar-vos que a guerra civil que por mais de nove anos

devastou esta bela província está terminada. Os irmãos contra quem combatíamos estão hoje

congratulados conosco e já obedecem ao legítimo governo do Império do Brasil. União e

tranquilidade sejam de hoje em diante nossa divisa. Viva a religião, viva o Imperador Constitucional

e Defensor Perpétuo do Brasil. Viva a integridade do Império. Proclamação feita pelo Barão de Caxias em 1845, fim da Revolução Farroupilha.

Adaptado de SOUZA, A. B. de. Duque de Caxias: o homem por trás do monumento.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

A consolidação do Império do Brasil, entre as décadas de 1830 e 1850, significou a vitória de

determinado projeto político e também o combate de propostas, como as defendidas pelos que

lutaram na Revolução Farroupilha.

Aponte uma das propostas dos líderes farroupilhas e explique por que esse movimento foi

considerado ameaçador pelos dirigentes do Império do Brasil.

Questão 04)

O imperador D. Pedro II era um mito antes de ser realidade. Responsável desde pequeno, pacato e

educado, suas imagens constroem um príncipe diferente de seu pai, D. Pedro I. Não se esperava do

futuro monarca que tivesse os mesmos arroubos do pai, nem a imagem de aventureiro, da qual D.

Pedro I não pôde se desvincular. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurança e

estabilidade ao país era muito grande. Na imagem de um monarca maduro, buscava-se unificar um

país muito grande e disperso. (Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz, As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras,

2006, p. 64, 70, 91)

a) Segundo o texto, quais os significados políticos da construção de uma imagem de D. Pedro II que

o diferenciasse de seu pai?

b) Que características do período regencial ameaçavam a estabilidade do país?

Questão 05)

Leia o texto a seguir.

Não há sombra de dúvidas sobre o papel central desempenhado pelos muçulmanos na rebelião de

1835. Os rebeldes – ou uma boa parte deles – foram para as ruas com roupas usadas na Bahia pelos

adeptos do islamismo. No corpo de muitos dos que morreram a polícia encontrou amuletos

muçulmanos e papéis com rezas e passagens do Qur’ãn usados para proteção. REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 158.

Considerando os fatos descritos no episódio acima e o tema do islamismo, responda o que se pede a

seguir.

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a) Por qual nome ficou conhecida a rebelião de que trata o texto?

b) A imigração forçada de africanos ao Brasil trouxe para trabalhar como escrava uma população de

diversas etnias, que pode ser englobada genericamente em dois grupos bastante distintos, com

claras diferenciações culturais e lingüísticas.

I. De qual desses dois grupos se originou a maior parte dos africanos islamizados?

II. De qual área geográfica da África esse grupo procede?

c) Como ocorreu a propagação da religião islâmica entre as populações da região africana citada

acima?

Questão 06)

A cultura política das elites brasileiras contemporâneas lhes tem permitido transformar o sono sobre

um barril de pólvora em repouso em berço esplêndido. Afinal, por séculos a fio, elas não apenas

conviveram como se reproduziram mediante a exclusão social (...) Nesse sentido, é possível que dois

elementos tenham contribuído desde sempre para o verdadeiro êxito histórico desse padrão

excludente: ...nossas elites inscrevem a pobreza no mundo da natureza (...) O segundo elemento

referese ao comprometimento de toda a sociedade com a exclusão... FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo.

O arcaísmo como projeto: mercado atlântico,

sociedade agrária e elite mercantil

em uma economia colonial tardia. Rio de

Janeiro: 1790-1840. 4ª ed. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2001, p. 235-237.

A partir do texto acima, responda:

a) Por que a inscrição da pobreza no mundo da natureza tem sido instrumental para as elites na

reprodução da desigualdade social brasileira?

b) Como o discurso das elites sobre a pobreza, acima referido, relaciona-se com a incriminação dos

excluídos?

c) Qual a funcionalidade para a metrópole portuguesa desse “padrão excludente”, engendrado na

colônia?

d) As rebeliões coloniais e regenciais eram, em geral, antiescravagistas? Com base na sua resposta,

cite duas rebeliões.

Questão 07)

Observe o mapa:

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No período regencial (1831-1840), uma série de conflitos surgiu em algumas províncias brasileiras.

Sobre esse contexto, responda ao que se pede.

a) Cite e analise duas características do contexto no qual ocorreram esses conflitos assinalados no

mapa.

b) Eleja um desses conflitos e analise-o.

Questão 08)

O período regencial (1831-40) foi marcado pela eclosão de várias rebeliões provinciais e algumas

delas chegaram a ameaçar a integridade territorial do Império Brasileiro. Uma dessas rebeliões ficou

conhecida como a Guerra dos Farrapos, conflito cuja duração ultrapassou o período regencial. Sobre

a Guerra dos Farrapos, responda:

a) Quais as províncias atingidas pelo conflito?

b) Qual a forma de governo adotada pelos rebeldes no período em que eles se consideraram

politicamente desligados do Império Brasileiro?

c) Indique o nome do famoso personagem estrangeiro que participou do conflito e o nome do

personagem brasileiro que se destacou na pacificação da província rebelada e na sua

reincorporação ao Império Brasileiro.

Questão 09)

Iniciada como conflito entre facções da elite local, a Cabanagem, no Pará (1835-1840), aos poucos

fugiu ao controle e tornou-se uma rebelião popular. A revolta paraense atemorizou até mesmo

liberais como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gentalha, crápula, massas brutas. Em outras

revoltas, o conflito entre elites não transbordava para o povo. Tratava-se, em geral, de províncias

em que era mais sólido o sistema da grande agricultura e da grande pecuária. Neste caso está a

revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul, que durou de 1835 a 1845. (Adaptado de José Murilo de Carvalho, A construção da ordem: a elite imperial. Teatro de

sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 252-253.)

a) Segundo o texto, o que diferenciava a Cabanagem da Farroupilha?

b) Quais os significados das revoltas provinciais para a consolidação do modelo político imperial?

c) O que levava as elites agricultoras e pecuaristas a se rebelarem contra o poder central do

Império?

Questão 10)

“Brasileiros! (...) Do dia 07 de abril de 1831 começou a nossa existência nacional. (...) O maior

obstáculo que a isso se opunha retira-se do meio de nós, sairá de um país onde deixava o flagelo da

guerra civil, em troca de um Trono que lhe demos. Tudo agora depende de nós mesmos, da nossa

prudência, moderação e energia (...) e seremos apontados com admiração pelas nações mais cultas”. (Proclamação em nome da Assembléia Geral dos povos do Brasil dando conta

dos acontecimentos do dia 7 de abril de 1831, in João Armitage, História do

Brasil, Ed. De Ouro, RJ, 1965, pg. 383).

A partir do seu conhecimento sobre esta conturbada quadra da vida política brasileira:

a) Explique a vinculação, no texto, do 7 de abril à independência brasileira, citando ainda qual era

seu “maior obstáculo”.

b) Relacione a parte sublinhada do texto à situação política brasileira no Período Regencial.

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Questão 11)

A “estabilidade” do Segundo Reinado e a consolidação de um Estado nacional dependente mal

esconderam tumultos, conflitos, levantes e movimentos revolucionários, como a Cabanagem, a

Praieira, a Farroupilha, que seriam, cada um a seu tempo, fatigados pelos mecanismos políticos e

culturais criados nessa longa história de formação do patronato político brasileiro, detentor da idéia

desmobilizadora de um Brasil “estável”, unido, denso. Adaptado de MOTA, C.Guilherme. Idéias de Brasil. In: Viagem

Incompleta. Experiência Brasileira (1500-2000). Formação:

histórias. São Paulo: SENAC, 2000, p. 236.

A partir das afirmações transcritas acima, responda:

a) Que motivações foram comuns aos conflitos e movimentos revolucionários ocorridos no período

Regencial no Brasil?

b) Que aspectos diferenciam a Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia, dos outros movimentos do

mesmo período?

c) Cite duas medidas tomadas pelo governo imperial brasileiro, a partir do 2º Reinado, diante das

revoltas que vinham ocorrendo desde o período regencial.

Questão 12)

O texto a seguir refere-se ao período da política regencial no Brasil .

A Câmara que se reunia em 1834 trazia poderes constituintes para realizar a reforma constitucional

prevista na lei de 12 de outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato Adicional publicado a 12 de

agosto de 1834 (...) O programa de reformas já fora estabelecido na lei de 12 de outubro, o Senado

já manifestara sua concordância em relação ao mesmo e só havia em aberto, questões de pormenor.

No decorrer das discussões poder-se-ia fixar o grau maior ou menor das autonomias provinciais, mas

já havia ficado decidido que não se adotaria a monarquia federativa, o que marcava como que um

teto à ousadia dos constituintes. CASTRO, P. P. de. A experiência republicana, 1831-1840.

In: HOLANDA, S. B. de. História Geral da Civilização Brasileira. v. 4. São Paulo: Difel, 1985, p. 37.

a) Cite duas reformas instituídas pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834.

b) Aponte a razão pela qual se costuma dizer que a Regência correspondeu a uma “experiência

republicana”.

Questão 13)

A proclamação que se segue ocorria durante a chamada Revolta dos Farrapos, no sul do Brasil,

surgida no período de crise político-institucional ocorrida a partir do afastamento do poder de D.

Pedro I, em 1831.

Camaradas! Nós, que compomos a 1º Brigada do exército liberal, devemos ser os primeiros a

proclamar (...) a independência desta Província, a qual fica desligada das demais do Império e forma

um Estado livre e independente, com o título de República Riograndense (...) Proclamação do Cel. Antônio de Sousa Neto às suas tropas em 11/09/1836. Apud: FLORES, M. "Revolução dos Farrapos". São Paulo:

Ática, 1995. p. 20.

a) Aponte um dos fatores centrais responsáveis pela eclosão da revolta.

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b) Compare a Farroupilha com as demais revoltas do período quanto ao aspecto da participação

popular.

Questão 14)

Criada pelo Ato Adicional de 1834, a Regência Una (1835 -1840) é considerada como uma

experiência republicana do Império que usou elementos da Constituição dos EUA.

Quais determinações do Ato Adicional tornaram possível tal experiência?

Questão 15)

O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de Setembro de 1822, representou a verdadeira

independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada

apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos.

O governo do país por si mesmo, levado a efeito pelas regências, revelou-se difícil e conturbado.

Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país, algumas lideradas por grupos de elite, outras pela

população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (...) A partir de 1837, no entanto, o

regresso conservador ganhou força, até que o golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no

trono, inaugurando o Segundo Reinado. Estava estruturado o Império do Brasil com base na

unidade nacional, na centralização política e na preservação do trabalho escravo. (CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. In: "Brasiliana da Biblioteca Nacional". Rio de Janeiro: Fundação

Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2001.)

Indique um exemplo de revolta popular, ocorrida no período regencial e explique por que a

antecipação da maioridade de D. Pedro II foi uma solução para a crise.

Questão 16)

Analise a tabela.

AnosNúmero de cativos importados

pelo porto da Bahia

182618301840184118421845184718501851

7 8586 4251 6751 4102 3605 58211 7699 102785

VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo. São Paulo: Corrupio, 1987, p. 662-3.

A partir da análise da tabela, e considerando a lei de 1831 e a Lei Eusébio de Queirós de 1850,

responda o que explica o número de cativos entrando no porto da Bahia nos anos de:

a) 1840

b) 1851.

Questão 17)

Brasileiros! É nos Conselhos Geraes; é nas associações patrióticas; é no Direito de Petição em boa

ordem; é na prudência, e previsão, e olho atento sobre as sílabas dos ambiciosos aristocratas,

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retrógrados, e anarquistas; é na sacratísssima liberdade da Imprensa; é em fim nas próximas

eleições [...] que deveis achar o remédio a vossos males, antes que vos lanceis no fatal labirinto de

rivalidades, e divisões entre Províncias.

Fonte: "Jornal Nova Luz Brasileira", 27 de abril de 1831

Durante o período regencial (1831-1840), eclodiram revoltas, rebeliões e conflitos envolvendo

vários setores sociais, em diversas regiões do Império brasileiro. Estes movimentos sociais

relacionavam-se, em parte, às tentativas de estabelecer um sistema nacional de dominação com

base na monarquia.

a) Identifique duas revoltas/ conflitos sócio-políticos ocorridos em províncias do Império durante o

período regencial.

b) Identifique e explique duas características dessas revoltas/ conflitos ocorridos nas regiões

norte-nordeste do Império durante o período regencial.

Questão 18)

Só agora principia o Brasil a sentir-se como um todo unido. Ainda reinam muitos preconceitos entre

as diversas províncias…” Von Martius, 1843.

Discorra, exemplificando, sobre as dificuldades enfrentadas pela monarquia para a manutenção da

unidade territorial brasileira.

Questão 19)

O Brasil foi palco de vários movimentos revoltosos que eclodiram ao longo do período regencial e

trouxeram importantes transformações para o processo histórico nacional, alterando suas bases

políticas e sociais.

Baseando-se no exposto:

a) Escreva os nomes das províncias onde surgiram os principais movimentos insurrecionais no

período indicado;

b) Escolha um desses movimentos e explique-os historicamente.

Questão 20)

Dentre as rebeliões que eclodiram durante o período regencial, a “Guerra dos Farrapos” foi a mais

longa e de resultados efetivos, uma vez que os rebeldes conseguiram dominar um território e nele

instalar um governo próprio.

Qual a origem e o objetivo principal da Revolução Farroupilha?

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GABARITO:

1) Gab:

a) Revolta dos Malês: rebelião liderada por escravos africanos islamizados que tentaram implantar

na

Bahia um Estado de modelo haitiano. Balaiada: violenta revolta de caráter popular, reali zada por

sertanejos e escravos fugidos. Revolução Farroupilha: revolta de estancieiros gaúchos, de caráter

separatista e republicano.

b) Enquando a Balaiada propunha a libertação dos escravos e melhores condições de vida para os

sertanejos, a Farroupilha defendia a manutenção da concentração fundiária e do predomínio da

aristocracia rural.

c) No contexto do Período Regencial (1831-40), caracterizado pela grande instabilidade política e

pelo antagonismo entre centralistas e federalistas.

2) Gab:

a) O candidato deverá identificar no texto de Joaquim Nabuco uma crítica ao período regencial no

Brasil, caracterizado como uma época de “agitação federalista extrema”, de “anarquização das

províncias”, trazendo uma ameaça de fragmentação política do Brasil.

b) O candidato deverá argumentar que o período regencial foi chamado de “uma experiência

republicana federalista”, a partir da ocorrência da ausência de um rei soberano no comando da

Nação, ficando o governo sob responsabilidade dos regentes, que teria enfraquecido o poder

centralizado no país. A criação das Guardas Nacionais, que atuavam principalmente nos

municípios, paróquias e curatos, servindo de instrumento político armado para as elites locais,

também deve ser mencionada, assim como a criação do Ato Adicional de 1834, visto

comumente como o grande marco das medidas descentralizadoras do período regencial. Deve,

também, mencionar a criação dos Códigos Criminal (1830) e de Processo Criminal (1832), que

determinavam a escolha de júris populares escolhidos localmente, bem como deixavam aos

poderes locais a escolha dos membros do judiciário.

3) Gab:

Uma das propostas:

defesa do federalismo

abolição da escravidão

possibilidade de separatismo

defesa do regime republicano

revisão da política tributária imperial relativa ao charque sulino

Os farroupilhas criticavam a monarquia e principalmente sua política centralizadora e unitarista,

ameaçando a integridade territorial da nação e o ideal de unidade estabelecido pela Constituição de

1824.

4) Gab:

a) Segundo o texto, a construção da imagem de D. Pedro II, ao diferenciá-lo de seu pai, simbolizava

tanto a segurança e estabilidade do país quanto a sua unificação em torno da figura do

imperador.

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b) Uma característica do período regencial que gerava instabilidade era a vacância do trono,

durante a menoridade de D. Pedro II, e a consequente ausência de uma figura que representasse

a legitimidade do poder monárquico. Além disso, a estabilidade do país era ameaçada, por

exemplo, pela ocorrência de revoltas com aspirações autonomistas ou separatistas nas

províncias ou por revoltas escravas, como o levante dos Malês (Salvador, 1835).

5) Gab:

O episódio descrito no texto ficou conhecido como a Revolta dos Malês, que teve a participação de

uma maioria de negros muçulmanos. Os africanos trazidos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX

procederam de duas grandes regiões distintas. Os povos sudaneses, que desembarcaram em maior

quantidade na Bahia, eram provenientes da África Ocidental, da grande região do Golfo da Guiné ou

Costa da Mina ou, ainda, Costa do Ouro, onde atualmente se localizam Gana, o Benin, a Nigéria e a

Guiné, entre outros países. Na Bahia, a maioria dos negros sudaneses islamizados pertencia às

populações haussás, e também àquela dos nagôs ou iorubá. Já os povos bantos eram provenientes

das atuais regiões do Congo e de Angola. A islamização de populações habitantes da África negra

norte-ocidental foi feita a partir do século XI pelo contato delas com os mercadores árabes e

berberes, viajantes através do deserto do Saara, principalmente pela rota de Tombuctou. Essas

incursões islâmicas provocaram a desagregação do antigo Império de Ghana. No século XVI, início do

tráfico de escravos para o Brasil, era o Reino Songai, o atual estado do Mali (daí uma das

possibilidades para a origem do termo “malê”), que dominava todo o vale do rio Niger, região

original das populações islâmicas (principalmente haussás e nagôs) que chegaram ao Brasil.

6) Gab:

A naturalização da pobreza pelas elites é funcional, porque as exime da resolução da questão. A

inexorabilidade com que se a representa obsta a que se entenda a pobreza como uma construção

social e histórica, reversível, portanto. O efeito disso é o superdimensionamento da coerção em

detrimento do combate aos mecanismos estruturadores da exclusão social. No que concerne à

serventia para Portugal do “padrão excludente” gerado na colônia, contribuía para a conservação do

Antigo Regime. A respeito das rebeliões coloniais e regenciais, excetuando alguns movimentos,

como a Conjuração Baiana (1798), de caráter popular, e a Revolta dos Malês (1835), empreendida

por escravos e libertos africanos, essas não se notabilizaram pelo antiescravagismo.

7) Gab:

a)

I. Governo marcado por uma certa instabilidade política, no qual emergiram projetos de

natureza política diversa como o republicanismo, a presença de estauradores, os embates

entre liberais e conservadores, etc.

II. Questionamento ao modelo político proposto pela constituição de 1824. A aprovação do Ato

Adicional, o debate em torno da autonomia provincial, a criação da Guarda Nacional, as

restrições ao exercício do poder moderador, entre outros.

b) O candidato tinha o auxilio do mapa, no qual encontrava os nomes e locais das quatro grandes

revoltas do período. A partir destas informações, deveria apresentar as características gerais das

revoltas. Entre os mais citados, tivemos a Revolta Farroupilha, com seu republicanismo e desejo

de autonomia regional.

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8) Gab:

a) Paraná, Santa Catarina e principalmente o Rio Grande do Sul

b) República

c) Respectivamente, Giussepe Garibaldi e David Canabarro

9) Gab:

a) O candidato deve perceber no texto a distinção entre as duas revoltas em termos de sua

composição social, sendo a Farroupilha restrita às elites, enquanto a Cabanagem assumiria um

caráter de rebelião popular.

b) O candidato pode abordar a questão por diferentes ângulos: por um lado, as revoltas provinciais

ocorridas durante o período regencial representavam uma ameaça à unidade do Império. Por

outro lado, as agitações populares, que caracterizaram várias dessas revoltas, também eram

vistas pelas elites econômicas como um perigo para sua supremacia política e para a ordem

social como um todo. Assim, parte dessas elites passaria a ver no poder central forte uma

proteção contra essas ameaças.

c) Dentre os motivos pelos quais as elites agricultoras se rebelavam contra o poder central, o

candidato pode mencionar, por exemplo, a insatisfação quanto ao sistema tributário, ou o

desejo de maior participação no poder político central.

10) Gab:

a) O candidato deve identificar o "7 de abril" como o momento da abdicação de D. Pedro I ao trono

brasileiro, citando que o próprio imperador é apontado, pelo texto, como o "maior obstáculo" à

independência. Deve indicar ainda que o imperador era visto dessa maneira em função de seus

vínculos com Portugal.

b) A parte sublinhada do texto faz referência ao período de incertezas que se abre com a adbicação

de D. Pedro I, dando início a um período marcado pelas tensões entre o governo central e

províncias do sul e do nordeste em torno da unidade política do Brasil, da centralização do poder

nas mãos da corte no rio de Janeiro e do alcance da autonomia das províncias diante do governo

imperial.

11) Gab:

a) O Republicanismo e o Abolicionismo

b) O movimento citado foi desencadeado por escravos que almejavam seu retorno à África.

c) A abolição da escravidão, além do incentivo à produção historiográfica, com a criação do IMGB

(Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), responsável pela incipiente construção do

nacionalismo, na época, através da difusão de suas pesquisas.

12) Gab:

a) O candidato poderá citar dos seguintes itens: extinção do Conselho de Estado, substituição da

Regência Trina pela Regência Una, criação de Assembléias Legislativas nas províncias.

b) O candidato deverá comentar a maior autonomia provincial durante o período, conferida,

sobretudo pela criação de Assembléias provinciais, mas também a renovação periódica do Regente,

por meio de votação.

Resposta ao comentário “2”, relativo ao item “b” do gabarito: Como é sabido, o governo regencial

representou uma vitória dos liberais moderados, que avançaram algumas propostas descentralistas

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de governo. Mas apesar de derrotados, algumas das propostas dos exaltados foram ao menos

parcialmente contempladas. Entre elas está a autonomia provincial. Ora, o modelo de república que

estes exaltados tinham na cabeça era precisamente o modelo americano, que punha uma ênfase

forte na autonomia das unidades federativas. Assim, apesar de não se tratar de uma federação, tal

como a americana, alguns autores têm falado em “experiência republicana” para se referir a

algumas das conquistas dos exaltados/republicanos durante a Regência, inclusive o autor citado,

Paulo P. de Castro.

13) Gab:

a) A causa fundamental da Revolução Farropilha, foi a política do governo central em relação a

tributação do charque, dificultando a concorrência no mercado internacional com o charque

platino.

b) Apesar da expressiva participação popular, a Revolução Farropilha foi um movimento de

conotação elitista se comparado à Cabanagem e à Balaiada, na medida em que foi conduzida

pelos estancieiros gaúchos centrados apenas na resolução de nos seus interesses.

14) Gab:

O Ato Adicional de 1834 tornou possível a experiência republicana (dentro do Império) pois:

– Criou as assembléias legislativas provinciais, com amplos poderes, conquistando liberdade

administrativa e fazendo suas próprias leis;

– Substituiu a Regência Trina pela Regência Una, eleita pelas assembléias provinciais de todo o país,

(medida descentralizadora), com mandato de 4 anos;

– Suspendeu o exercício do Poder Moderador e do conselho do Estado enquanto durasse a

Regência.

15) Gab:

Uma dentre as revoltas populares:

- Sabinada (Bahia)

- Balaiada (Maranhão)

- Cabanagem (Grão-Pará)

A maioridade de D. Pedro II foi a solução para a crise, pois teve como conseqüência a restauração

do Poder Moderador, além de ser o mecanismo encontrado pelas elites imperiais de retorno à

ordem com o fim das revoltas descentralizadoras que ameaçavam a unidade do Império e dos

confrontos gerados pelas regências.

16) Gab:

a) A lei de 1831 do ministro da Justiça Pe. Diogo Antonio Feijó, embora determinasse a extinção do

tráfico negreiro, não conseguiu senão uma redução momentânea, uma vez que, em 1830, havia

entrado na Bahia 6425 escravos e, em 1847, esse número era quase duas vezes superior. Essa

diminuição deveu-se muito mais à instabilidade do período regencial do que à eficácia da própria

lei.

b) A lei Eusébio de Queiroz extinguiu efetivamente o tráfico negreiro, como bem demonstra o

número de escravos que entrou na Bahia em 1850 (9102) e em 1851 (785).

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17) Gab:

a) A Cabanagem (Grão-Pará), Balaiada (Maranhão e Piauí);

Sabinada (Bahia), Farroupilha (Rio Grande), Revolta dos Malés (Bahia).

b) - a oposição à política centralizadora do governo regencial;

- as lutas entre facções políticas e/ou entre setores das elites locais em busca da manutenção e/ou

ampliação de seus poderes políticos,

- participação popular nas revoltas, favorecida pelo espaço político aberto pelos conflitos no interior

dos grupos dominantes a nível local ou entre estes e o poder central;

18) Gab:

Durante o período da Regência e no início do reinado de D. Pedro II, aconteceram no Brasil várias

rebeliões armadas, que propunham, de uma forma ou de outra, o separatismo, acusando o governo

de centralizador. Basta lembrar a Cabanagem no Pará, a Balaiada, no Maranhão, a Sabinada na

Bahia. A mais grave delas, que durou 10 anos (1835–1845), foi a Revolução Farroupilha, no Rio

Grande do Sul, que queria a instalação de uma república – a de Piratini – inteiramente separada do

resto do Brasil. A vitória sobre os rebelados foi extremamente difícil, congregando todos os esforços

das forças armadas. Depois da vitória, para manter a unidade nacional, o governo imperial precisou

oferecer algumas vantagens políticas que atenuassem as tensões. Assim, encaminhou uma

conciliação política que procurava atender minimamente ás aspirações regionais, instalando um

sistema de governo que abriria possibilidades (ainda que controladas) de alternância dos partidos

políticos no poder.

19) Gab:

a) As quatro Províncias que sediaram os movimentos insurrecionais mais importantes do período

regencial foram: Rio Grande do Sul (Farroupilha), Grão-Pará (Cabanagem), Bahia (Sabinada) e

Maranhão (Balaiada). Os quatro movimentos insurrecionais expressam de forma explosiva,

através de revoltas, o descontentamento geral de inúmeras Províncias com os rumos políticos do

país, iniciado com a vitória dos Liberais sobre os Conservadores, através da renúncia de D. Pedro

I. Rebeliões, revoltas e descontentamentos, prós e contras, eclodiram em várias Províncias do

Brasil. Os movimentos insurrecionais tornaram-se expressões concretas dos embates políticos

que ocorriam no centro do poder, resumido na disputa entre liberais e conservadores, o que

estimulava revoltas nas Províncias e fazia com que, em algumas delas, participassem classes

populares visando ao poder local. Outras eram expressões de luta contra os domínios exclusivos

da aristocracia e por melhorias nas condições de vida.

Como o estopim de tais movimentos foi a renúncia de D. Pedro I, alguns revoltosos visavam ao

retorno do Monarca ao trono, enquanto outros lutavam contra partidários de D. Pedro I, como o

foram os casos de Pará e Maranhão, onde ocorreram a Cabanagem e a Balaiada. Por fim,

tivemos os movimentos que visavam à separação entre as Províncias e o governo central, por

exemplo, a Sabinada e a Farroupilha, ocorridas na Bahia e no Rio Grande do Sul,

respectivamente.

b) A SABINADA (1834–1837), foi um movimento resultante de tantos outros ocorridos na Bahia, ao

longo da história, e imprimiu uma luta contra as imposições autoritárias do governo regencial. O

nome do movimento adveio de seu líder, o médico Francisco SABINO Álvares da Rocha Vieira.

Foi um movimento que reuniu fazendeiros locais e militares descontentes com seus salários

(soldos), ao mesmo tempo em que temiam serem deslocados para servirem no sul do país

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devido à intenção do governo central em juntar forças para combater os Farrapos, que também

era um movimento de cunho separatista.

O movimento, ao contrário dos outros, não teve caráter popular, uma vez que ignorava a luta

pela libertação dos escravos e a situação de miserabilidade das camadas médias que se

pauperizavam diante do monopólio comercial exercido pelos portugueses. O referido

movimento, como todos os outros, foi duramente combatido pelo governo central,

contabilizando-se cerca de 1.600 mortes de ambos os lados.

20) Gab:

A origem da Revolução Farroupilha (1835–1845) está relacionada à situação precária da economia gaúcha: altos impostos cobrados pelos governos do Rio de Janeiro, concorrência co os produtos platinos, empobrecimento do setor de subsistência, etc. Havia também o desejo de maior autonomia local por parte dos riograndenses, já que os presidentes de província impostos pela Regência eram ligados à capital Federal. Com a “participação”, em 1845, a mais importante reivindicação dos estanceiros gaúchos foi

atingida: estabeleceu-se uma relativa autonomia, isto é, criou-se um mecanismo político através do

qual o governo gaúcho seria eleito pelo voto censitário que administraria junto com uma

assembléia, formada por proprietários locais. Deste modo seria respeitada a Constituição de 1824,

apenas adaptada “pragmaticamente” aos interesses autonomistas.