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Associação dos Antigos Funcionários do Sistema Integrado Banerj Fundada em 14 de julho de 1983 - Ano XXVI - Nº. 11 - Novembro de 2016

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Associação dos Antigos Funcionários do Sistema Integrado BanerjFundada em 14 de julho de 1983 - Ano XXVI - Nº. 11 - Novembro de 2016

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No ano de 1940, o maestro americano Leopol-do Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecio-nasse e reunisse os mais representativos artistas da MPB, para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Villa-Lobos escolheu para compor o grupo a nata dos verda-deiros criadores nacionais de música: Pixinguinha, Cartola, Donga, João da Baiana e Zé Espinguela. Foram registradas quarenta músicas, mas ape-nas dezesseis chegaram ao disco. Em 1972, João da Baiana foi recolhido à Casa Dos Artistas, onde morreu dois anos depois. Além de João da Baiana, registraram-se ou-tros nomes de precursores da história do samba. O mais antigo de todos pode ser considerado o mesti-ço José Luiz de Moraes (RJ- 1883- RJ-1961), ape-lidado de Caninha porque quando menino vendia rolete de cana na Central do Brasil. Caninha apren-deu a música dos negros nos redutos da Praça XI, nas casas das Tias e nas Festas da Penha. Aliás, muitos anos mais tarde (1932), quando a popula-ção que descendia de escravos foi obrigada a morar nos morros cariocas, Caninha compôs um samba que atestava as origens da MPB: “samba de morro não é samba, é batucada” e dizia, ainda, que na ci-dade era diferente. Registra-se, ainda, o nome de Heitor dos Pra-zeres. Nascido na Praça XI (1898), onde também morreria (1966). Heitor enveredou pela época de ouro da MPB com poucos, mas estupendos sambas como “Vou te abandonar”, “Mulher de malandro” e a marcha “Pierrô Apaixonado”, em parceria com Noel Rosa. Em 1936 iniciou-se como pintor primi-tivo, condição que se projetaria nacional e interna-cionalmente. Heitor que seria premiado na primeira Bienal de São Paulo passou boa parte da vida como contí-nuo do antigo MEC, emprego vitalício que lhe fora conseguido pelo poeta Drummond, seu confesso e público admirador. Mas o samba só veio a ser registrado com esse nome em disco, pelo quarto desses pioneiros, Er-nesto Joaquim Maria dos Santos, e Donga (Rj, 1899

– RJ, 1974). O pai era pedreiro construtor e tocava bombardino nas horas vagas. Donga frequentava os folguedos de Tia Ciata, onde se reunia com João da Baiana, Caninha, Sinhô, Pixinguinha, Mauro de Almeida, entre outros. Seu primeiro instrumento foi o cavaquinho. Carta feita, Donga resolveu gravar uma música composta por ele e pelo cronista carnavalesco do Jornal do Brasil, Mauro de Almeida, o “Peru dos pés frios”, baseada em motivo popular, a qual inti-tularam “Pelo telefone”. Esse fato, aparentemente banal, teria a mais profunda repercussão para a história do samba porque “Pelo telefone”, apesar de ter mais jeito de maxixe do que do samba tal como hoje reconhecemos, é considerado o primeiro de to-dos os sambas gravados. A primeira providência de Donga foi registrar música e letra na Biblioteca Na-cional, o que equivale ter patente da música. “Pelo telefone”, gravado pela Banda Odeon e, logo de-pois, pelo Baiano da Casa Edison, trouxe também a Donga um grande aborrecimento ao final da vida – a polêmica mantida com Almirante, que insistia na tese de a música ter sido uma criação coletiva. Desta forma, o samba veio ao mundo, para efei-tos oficiais, em 26 de novembro de 1916.Fonte: O Livro de Oura da MPB – Ricardo Cravo Albin

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No dia 24/10 à noite recebemos a infor-mação que o crédito do pagamento das apo-sentadorias e pensões dos ex-integrantes da PREVI-BANERj não seria efetuado. No dia se-guinte entramos em contato com dirigentes do Itaú no Rio e em São Paulo e buscamos, junto à SEPLAG, identificar o motivo de tal ir-regularidade. Ficou claro que a Secretaria de Fazenda do Estado, por motivos “políticos”, determinou que não se pagasse a parte rela-tiva ao 13º salário (1/3), eis que o Governa-dor já havia manifestado a dificuldade que o Estado teria em honrar o 13º dos servidores estaduais, por motivo sobejamente conheci-do: o da dificuldade financeira por que passa o Estado. Ora, mesmo sabendo que o recebimento do 13º salário e da renda mensal dos integrantes da ex-PREVI-BANERJ nada tem a ver com o dos servidores do Estado, fizemos ver a nos-sos interlocutores que o essencial era o crédi-to da complementação de vencimentos, ainda no dia 25, deixando-se o 13º para pagamento da metade em novembro e o restante em de-zembro do corrente ano, como reza a lei. Dentro desse espírito enviamos e-mails a todos os envolvidos na elaboração do con-tratão que rege o pagamento da renda mensal vitalícia a aposentados e pensionistas da ex--PREVI-BANERJ. Finalmente, realizamos reuniões ao longo do dia com o pessoal do Itaú e fizemos conta-to com as áreas interessadas, principalmente a superintendência do Itaú em São Paulo, a qual se acha subordinada a área de Consul-toria do Rio que controla as contas A e B, jun-to a CEF. Foi esta Superintendência, que nos comunicou à tarde do dia 25 que os créditos

B A S T I D O R E SD O P A G A M E N T O D E O U T U B R O / 1 6

seriam feitos, sem o 13º salário e para tal já havia tomado as providências necessárias, junto a CEF e o Estado, dispensando, inclu-sive, os dois dias de antecedência obrigatória que o dinheiro deve transitar pelo Banco Itaú. Dessa forma acreditamos que fizemos a pressão no limite adequado que, naquele momento era plausível, já que o objetivo era conseguir o crédito de nossos estipêndios, deixando a questão do adiantamento da pri-meira parcela do 13º salário para outra opor-tunidade.Obs: Dentre as nossas iniciativas, para que fosse efetivado o pagamento no dia 25, en-caminhamos mensagens as seguintes insti-tuições: Tesouro Nacional, Secretaria de Fa-zenda do Estado, Presidências do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú.

Veja Em Nosso Site

1) Contrato de Assunção de Obriga-ções entre Estado do Rio de Janeiro, Previ-Banerj e Banco do Estado do Rio de Janeiro que garante o pagamento de nossa renda mensal vitalícia.2) Providências a serem adotadas em caso de falecimento pelo cônjuge re-manescente ou outro familiar.3) Prova de Vida Anual- SEPLAG e muitos outros assuntos de seu inte-resse.

www.aafbanerj.org.br

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Livro em FatiasA Eleição da Reeleição

Sebastião Nery

José Guiomard, mineiro de Santo Antônio do Monte, terra de Magalhães Pinto (houve um tem-po em que a cidade de 4.000 habitantes tinha dois senadores), engenheiro, oficial do Exército, governador do território de Ponta Porã antes de 1945, foi nomeado pelo presidente Dutra, em 46, governador do Acre. Tornou-se deputado, general, senador e senhor do território. Conhecia todo mundo no Acre. Habitante por habitante. Logo que chegou lá, uma manhã, quando saía do Palácio, um comer-ciante de Rio Branco, dos mais importantes da praça, chegou junto dele e beijou-lhe as mãos.- O que é isso? Por que é que você está fazendo isso?- O que é que eu fiz governador? Por favor, me diga.- Não fez nada. Não sei de nada. O que é que está havendo?- O senhor passou ontem por mim e não me cumprimentou. Desde ontem, ninguém fala comigo, pensando que o senhor está contra mim. José Guiomard pegou o homem pelo braço, saiu conversando, deu uma volta na praça. Um dia, já senador, contou-me e comentou:- Veja como é o poder. Quanto menor, maior. Quanto mais pessoal, mais perigoso. Com uma pe-quena caminhada, devolvi àquele homem os cumprimentos, o crédito e a honra. Para lhe roubar tudo isso, bastava não ter lhe dado o braço.

O Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, estava agitado naquela noite, de 1984. O governador Franco Montoro tinha convocado os governadores do PMDB e Leonel Brizola, do PDT, para jantar. Com a derrota das eleições diretas na Câmara, ia ser lançada a candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República, pelo Colégio Eleitoral. Montoro tinha dado ordens expressas à por-taria: só entravam os convidados (governadores, senadores, deputados federais) e os jornalistas credenciados.De repente surgiu uma confusão lá fora. Um homem baixinho chegou sem convite e foi barrado. O major-chefe da guarda não o deixou entrar. Ele disse que era o governador, o major não acreditou. Reclamou aos gritos. Lá da varanda, vi, reconheci, avisei a Montoro, que saiu rápido.O major grandalhão barrava com o braço o pequenino governador do Acre, Nabor Júnior, um metro e meio. Montoro chegou aflito e irado:- Major, pode ir embora! Está afastado do Palácio! Não tem condições de exercer essa função. Não conhece o governador Nabor Júnior, do Acre.O major quase chorou:- Ai meu Deus! Desde a escola primária que esse Acre me persegue. Eu nunca acertava a capital. Como é que eu ia acertar agora o governador?Nabor já estava lá dentro. E nós, alguns deputados e jornalistas, às garga-lhadas, pedimos a Montoro para perdoar o pobre major.

José Guiomard, João Gou-lart e Tancredo Neves

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Prova de Vida Anual – SEPLAG

A partir do próximo ano estas exigências deve-rão ser cumpridas pelos ex-participantes e be-neficiários da PREVI-BANERJ.

Ato do Secretário

Resolução SEPLAG nº 1522 de 05 de Outubro de 2016

DISPÕES SOBRE A PROVA DE VIDA ANUAL DOS EX-PARTICIPANTES E BENEFICIÁRIOS DA PREVI--BANERJ, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições, e conside-rando o disposto no art. 4º do Decreto nº 44.306, de 24 de julho de 2013, e o que consta no Processo nº E-01/067/1089/16:

RESOLVE:

Art. 1º - Com a finalidade de promover a atualização cadastral e garantir a regularidade dos pagamentos, os ex-participantes e beneficiários integrantes da folha PREVI-BANERJ deverão realizar Prova de Vida atual, no mês de seu respectivo aniversário e na forma pre-vista nesta Resolução.

§ 1º - O PREVI-BANERJ convocará os ex-participantes e beneficiários no mês anterior ao mês de aniversário, por meio de carta encaminhada ao endereço cadas-trado no PREVI-BANERJ. A convocação via correspon-dência ocorrerá somente, no primeiro ano da Prova de Vida.

§ 2º - Nos anos seguintes, a relação dos ex-participan-tes e beneficiários da PREVI-BANERJ que deverão re-alizar a Prova de Vida no mês de aniversário estará disponível nos sítios eletrônicos: www.servidor.rj.gov.br e www.rj.gov.br/seplag.

Art. 2º - A Prova de Vida Anual terá início no mês de janeiro de 2017 e será realizada mediante compareci-mento dos ex-participantes e beneficiários da PREVI--BANERJ no Posto de Atendimento sito à Av. Erasmo Braga, nº 118, 9º andar, Castelo, Rio de Janeiro, de 09:00 às 17:00 horas.

Parágrafo Único – Para fins de atualização cadastral, os ex-participantes e beneficiários da PREVI-BANERJ, deverão apresentar o original do documento de identi-dade com foto e cópia autenticada, o original do CPF e cópia autenticada, cópia do comprovante de residência (agua, luz, gás ou telefone fixo), cópia do ultimo con-tracheque INSS, comprovação de dependentes para fins de Imposto de Renda (certidão de nascimento, certidão de casamento e/ou união estável) e o original de comprovante de conta bancária em que é creditado seu pagamento, aceitando-se talão de cheques, cartão

de conta bancária ou extrato bancário como documen-tos probatórios, sendo desnecessária a apresentação de cópias.Art. 3º - Os ex-participantes e beneficiários residen-tes da PREVI-BANERJ impossibilitados de comparecer no local indicado deverão adotas os seguintes procedi-mentos:

I – os ex-participantes e beneficiários residentes na Região Metropolitana do Estado Do Rio De Janeiro, es-tando impossibilitados de comparecer por problemas graves de saúde, deverão realizar a Prova de Vida atra-vés de procurador devidamente identificado. O Pro-curador deverá apresentar os seguintes documentos: Procuração por Instrumento Publico registrada em cartório quando o ex-participante/beneficiário for pes-soa incapaz ou Procuração por Instrumento Particular com firma reconhecida, quando o ex-participante/be-neficiário for pessoa capaz, Laudo Médico (atualizado, legível e com o CRM do médico que o expediu) e os do-cumentos enumerados no art. 2. § 1º desta Resolução.

II – a Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro é composta pelos seguintes municípios: Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Ni-lópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio Bonito, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropé-dica e Tanguá.

III- os ex-participantes e beneficiários da PREVI-BA-NERJ residentes fora da região Metropolitana do Es-tado do Rio de Janeiro ou em outros Estados pode-rão enviar, para esta Secretariam Declaração de Prova de Vida registrada em cartório, além dos documentos enumerados art. 2. § 1º desta Resolução.

IV – os ex-participantes e beneficiários da PREVI-BA-NERJ que residem no exterior poderão enviar, para esta Secretaria, Declaração de Prova de Vida registra-da em Consulado, além dos documentos enumerados art. 2. § 1º desta Resolução.

Art. 4º - O pagamento dos benefícios de ex-participan-tes e beneficiários da PREVI-BANERJ que não realiza-rem a Prova de Vida no mês indicado será suspenso até que a situação cadastral seja regularizada.Parágrafo Único – Após a suspensão do pagamento, os benefícios serão regularizados mediante a realização da Prova de Vida, na forma prevista nesta resolução.

Art. 5º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2016FRANCISCO ANTONIO CALDAS DE ANDRADE PINTO

Secretário de Estado de Planejamento e Gestão

Nota: A Prova de Vida Anual, para comprovação junto ao INSS que é obtida nas agencias do Banco Itaú, Ban-co do Brasil ou próprio INSS, permanece obrigatória.

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Texto extraído de “Contos em Retalhos”, em fase de revisão.

Estava eu lá, posta em dignidade, no De-partamento Pessoal, todo mundo em pompa e circunstância, afinal era uma grande e famosa empresa, preenchendo os últimos detalhes de um cobiçado Contrato de Trabalho e entra um senhor grisalho, moreno forte, muito alto, de uma simpatia contagiante, corpulento, trans-pirando horrores (naquele tempo refrigeração não existia ainda naquele antigo prédio da Sede na Rio Branco perto da Praça Mauá) cabelos anelados caindo pela testa, aparentando muita disposição, tipo espalha-brasa, agitadão, sorrindo muito com dentes também grandes e largos. Foi logo dizendo: Essa é a minha me-nina? Preciso de 3! E me levou dali, ele mes-mo, puxada pela mão. Mais uma vez, o próprio chefe. Fui apresentada à equipe: sub-chefe, auxi-liares, contínuos, copeiros, serventes e tudo o mais. Não sei o porquê, mas o apelido do chefe era, lá entre os íntimos, Mestre Popó. O sub-chefe era uma pessoa exatamente oposta a tudo o que era o chefe. Muito magro, de boa estatura, pálido, cabelos ralos e rentes, não era de muito falar e pouco sorria. Fumava muito, se não me falha a memória, uma cigar-rilha, Negrita. E mal comparando, acho que fazia o gê-nero Bogart daquele filme, Casablanca. Fazia bem o tipo. Parecia até triste. Mas quando fa-lava ou sorria era divertidíssimo. Incompreen-sível, pois não? Deve-se a ele todos os apelidos dos funcionários, as piadas mais engraçadas, as críticas mais ácidas ditas de maneira joco-sa que terminariam por elegê-lo o paizão da equipe.

E não era velho. Parecia, mas não era não. Discutia futebol com os colegas com a serie-dade de uma reunião de Diretoria. Era Ame-rica... Entendia muito do trabalho que fazia. E era respeitado por isso. Às vezes era surpreendido no meio de um palavrão quando as coisas não iam lá muito

bem. Mas emendava logo que moça educa-da e fina quase sempre era surda! Os outros também faziam das suas e um deles, muito culto e competente, além de funcionário, era professor de escola secun-dária e tinha o curso de odontologia mas nunca comentou sobre isso. Muito proble-mático, irritadiço e solteirão, era muito fino

no trato e até bonito, com seus olhos esverde-ados e cabelos claros levemente grisalhos. Era Fluminense, na época, no apogeu dos grandes clubes. Tremendo pó-de-arroz! Reclamava que as meninas não gostavam dele, pois eram todas vazias e só pensavam em rapazinhos bobos de topete engomado! Era casmurro e quase sempre de mau-hu-mor, embora educadíssimo e gentil; Quando estava nos seus melhores dias “dava aulas de brincadeiras e gozações” com os colegas; dan-çava imitando um cossaco do balé russo, no meio da sala. E olha que não era magrinho! Dirão: - que bela bagunça não? Nada disso, só depois do expediente encerrado, as portas fechadas! É dele aquelas velhas e engraçadas de sempre, de anotar nomes de pretensos clien-tes importantes que aguardavam no salão ao lado para serem recebidos e os passava para o contínuo trapalhão (ou ingênuo demais?) que feliz, saía apregoando: Dr. Amadeu Leite Fur-

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NOVEMBRO 2016 7

(Continuação da página 06)

tado, D. Maria Paty Faria ou Sr. Rolando Caio da Rocha! O outro auxiliar de chefia era garotão de praia, filhinho de papai, mais ou menos o nos-so mauricinho de hoje, também muito edu-cado, contido e ... chegado a uma birita. Se descuidasse, ele já chegava “alto” e os outros tinham que contornar a situação. É dele a me-lhor receita para resfriado: Pitucilina. Resolvia na hora. O comercial da cachaça é por conta da casa. Além deles, mais 3 moças, normais, tími-das a seu modo, nada além: todas as meninas ficaram noivas e casaram nesse período. Uma atrás da outra. E depois, também descasaram. Uma atrás da outra. E a equipe comparecia em peso ao casamento, dando presentes, assi-nando listas para colaborar com o novo casal. O contínuo principal, um mulato muito bom, cheio de dentes bran-quinhos, todo esquisito de andar, modos irrepreensíveis. Aliás, a boa educação era um fator muito presente naqueles ambientes à época. O pobre sofria nas mãos dos colegas, que o manda-vam comprar quilowatts na Light e ele ia; ou pediam para fazer ligações telefônicas muito importantes (!) e urgentes para o Dr. Leão ou D. Ema, sua secretária, e davam o número do Zoológico. E ele se empenhava para que os procurados atendessem! Para de-sespero dos funcionários do Zôo. O apelido dele era Mengálvio, acho que em homenagem ao Flamengo, seu clube, ou então algum jogador famoso do momento que home-nageavam, orgulhosíssimos. Neste paraíso de malucos, meu serviço, como de todo novato, não tinha escolha: ou atender balcão, orientando clientes, ou o ter-rível, o abominável, arquivo. Remember que estávamos na era jurássica e computador e informática estava ainda longe daqui. Esse arquivo, o máximo da modernidade da

época, foi apelidado pelo sub chefe, aquele que era sério, mui justamente de Belo Antonio, ins-pirado no filme de sucesso do momento estra-lado por Marcello Mas-troianni, o belo galã do cinema italiano. Tal e qual o moci-nho do filme, o arqui-vo era grande, rico, bonito, moderno; com mil maneiras de ser usado, rotativo, enfim o que havia de melhor! Comportava milhares de fi-chas, que nós iniciantes, tínhamos que colo-car em gavetas organizadas em ordem espe-cial, pois era giratório. Muito rico, muito tudo, mas como o Belo Antonio, não funcionava na hora que precisava! E nunca se encontrava o nome procurado. Além de esfolar todos os nos-sos dedos, acabavam com as unhas e as cutí-culas. Ô peste de arquivo! Dali partia-se para a sensação do momento: O telex, avô do fax. Todos queriam ser opera-

dores daquela maquininha incrível. Certa vez, estávamos aguar-dando uma mensagem importan-te, Mestre Popó, em pé, atrás de mim, olhando atentamente para a engenhoca, ás vezes sapateando de aflição (nunca esqueçamos que

ele de natureza, já era agitadinho) pela demora, e eis que entra um paquerador, de outra agência, já conhecido dos ou-tros colegas e começou a escrever gra-

cinhas, inclusive convidando para o ci-nema, uns chopes, etc. Como sempre era obrigatória a identifica-ção, o pateta azarador era bem manjado. Só que mestre Popó como um raio, puxou uma cadeira, empurrou a operadora para o lado e entrou: “aqui é Fulano, chefe da seção. O minuto deste telex ligado custa y de serviço. O total da mensagem será descontado de seu próximo salário. Desligo.”Bons tempos!

Nota: Não foi possível identificar o autor que, sabemos, ser ex-funcionário do Banerj. Aguardamos sua manifestação.

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No dia 27 de outubro passado, a AAFBanerj realizou mais um almoço de confraternização (o último do ano) no Clube Ginástico Português, restaurante “Da Silva”, conhecido pela excelência de seus pratos. O evento transcorreu, como sempre, em clima de mais pura camaradagem, em que antigos colegas se en-contraram e aproveitaram para colocar o “papo” em dia. Diretores da Associação explicaram aos colegas presentes as tratativas que participaram junto ao Itaú e Estado para que a questão do pagamento do mês de outubro fosse equacionada, ficando o pagamento do 13º salário para ser feita em novembro e dezembro próxi-mos, como manda a lei. (Vide matéria “Os Bastidores do pagamento de outubro” página 3)

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GILSON DAS NEVES PEREIRA - Alguém já ob-teve informação do motivo de tal ocorrência? Eu ouvi dizer que partir de agora os créditos serão feitos no final do dia, e que o 13º passará a ser pago em duas parcelas. Mas não sei se a fonte é confiável.ANA LÚCIA CAVALCANTI GONÇALVES - O pa-gamento já foi creditado em minha conta. Agra-deço pela gentileza dispensada em responder, prontamente, meus e-mails, sanando minhas dúvidas. Embora o Brasil - e alguns Estados como o caso do Rio de Janeiro - se encontre em estado muito crítico,o que é lamentável, e nos cause muita preocupação, fico mais tranquila por saber que podemos contar com a competên-cia da Equipe da AAFBanerj. Parabéns a todos vocês, que resolveram em tempo recorde essa si-tuação tão constrangedora.EUZA COBAIASHI - No meio de tantas dúvida-se preocupações, foram vocês dirigentes desta associação AAFBANERJ ,que nos tranquiliza-ram trazendo notícias,referente ao ocorrido.Pa-rabéns..! Obrigado por se preocuparem com os aposentados do Banerj.CINÉZIO ALVES DA CRUZ - “Acho que temos que tornar público isso. Este dinheiro não per-tence ao Estado. É nosso. Não podemos deixar isso acontecer. Por favor, peço as instituições que nos representam que façam alguma coisa, tomem as providências jurídicas cabíveis agora, pois se deixarmos rolar, um dia poderá ser tarde demais. Ficaremos todos nós e nossos depen-dentes sem pagamento. Vai começar a sofrên-cia!!!”MARIAH FREITAS- Pessoal, somos aposenta-dos, não podemos fazer greve, mas podemos mandar e-mails para as associações, para que juntas, exijam que o 13 seja pago. Se não for pelo Estado que seja pelos intervenientes. Se ficarmos passivos, vão postergar o pagamento e quando chegar dezembro, SE PAGAR, vão querer parcelar em 10, 12 x.RAIMUNDO RODRIGUES DE SOUSA - Recebo pelo BB e meu pagamento ainda não foi credita-do. Durante toda a minha história ligada ao BA-NERJ, essa é a segunda vez que isso acontece. A primeira, eu já estava aposentado, e aconteceu no governo da petista BENEDITA. Sabemos que uma das principais condições para que o Sena-do aprovasse o empréstimo que garante nosso salário (vitalício), foi a cláusula que (REZA) que o

Waldir Ornellas -

Sr. Presidente. Foi com muita preocupação e indignação , que ao consultar a minha C/Correntejunto ao Banco Itaú , verifiquei que a parcela do décimo terceiro salário ,que recebemos , já ha algum tempo, no mês de outubro, não ha-via sido creditada em minha conta. Tentei de várias maneiras saber o que havia ocorrido , mas infelizmente,não obtive êxito . Assim, fiquei lamentando o fato e não consegui saber até o presente momento o que realmente , aconteceu, e quando irei receber esse valor , que já estava comprometido. Então, gostaria que me fizesse o obséquio de me informar o ocorrido ,pois esse fato nunca aconteceu, ao longo de nossa vida profissional e agora que de certo modo me en-contro indefeso , para sair em busca dos acon-tecimentos. Certo de sua atenção , o mais breve possível, subscrevo-me,atenciosamente.Obrigado.WALDYR ORNELLAS

Resposta:

Caro Waldyr,Todas as medidas que foram tomadas pela AA-FBanerj foram no sentido de preservar o paga-mento da complementação de outubro, eis que o pagamento do 13º salário em 3 vezes tornou--se o obstáculo principal para o pagamento da suplementação. Desta forma, encaminhamos o problema para que o 13º seja pago em 2 parce-las em novembro e dezembro e estamos lutando para isso.Atenciosamente,Angelo ContePresidente

(continúa na pág.10)

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NOVEMBRO 2016 10

dinheiro só poderá ser utilizado para esta finali-dade (pagamento das aposentadorias e pensões). Jamais para cobrir “rombo” do Governo Estadu-al, ou algo que o valha.Ainda acho o teor do EMAIL (da AAFBanerj), um pouco brando, para o momento. Só dá pra fazer “COSQUINHA” como se diz lá no meu Maranhão. Atraso como esse poderá acontecer em meses fu-turos. Tudo vai depender de nossa reação atra-vés das Associações. Não devemos nos calar!Nosso CONTRA CHEQUE ainda não está dispo-nível no site da SEPLAG. Tampouco temos infor-mação quanto ao pagamento da primeira parcela do DÉCIMO TERCEIRO. Pura (DES) informação e organização (da SEPLAG)!DANILO BERTOLINE - Nesses momentos é que se comprova o valor do trabalho e a Força da As-sociação ! Bravos, diretores !LÚCIA SÁ DE ALMEIDA - Obrigada pela dedica-ção que vocês tem com a Associação e com seus colegas associados.RUTH SUCUPIRA - Sempre contando com essa associação e aos companheiros a informação ob-tida é que o governador não autorizou por estar com parte do 13° e que o SEPLAG estaria rodan-do nova folha.SANDRA SCOBEDO - Muito obrigada à estimada associação pelo trabalho, atenção e gentileza.VALÉRIA RIBEIRO - Parabéns!!!!Aos dirigentes desta Associação!!Pelo empenho e trabalho dan-do nos informações para nos tranquilizar. Obrigada!!!!ABRAHÃO SABAG- É a AAFbanerj ,por intermé-dio do seu atuante Presidente , cumprindo fiel-mente as funções de representante máximo da nossa Associação e sempre na vanguarda e na defesa de nossos direitos! ........Mesmo assim, PARABÉNS e grato em nome de todos os Asso-ciados!Nota da RedaçãoAAFBanerj agradece as manifestações de asso-ciados. Estamos em permanente contato com di-rigentes do Banco Itaú e Secretarias de Estado envolvidas no assunto. Cabe-nos encaminhar a questão primeiramente pelas vias do diálogo, e da troca de informações, não restando dúvidas que poderemos recorrer a esfera judicial, caso seja necessário, esgotadas todas as formas pos-síveis de solução, pela via administrativa.

(continuação da pág.9)Almoço COPEG

Os ex-funcionários da antiga COPEG reu-niram-se no dia 26 de outubro passado, no Restaurante Demi-Glace, na Rua Gonçalves Dias - Centro, num almoço de confraterniza-ção, quando tiveram oportunidade de rever os antigos colegas e atualizar todos os assun-tos pendentes.

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NOVEMBRO 2016 11

Publicamos abaixo o fac-símille do Ofício enviado ao Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, com cópias para o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Itaú, Tesouro Nacional e Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG.

OBS.: Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro não havia respondido ao ofício.

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NOVEMBRO 2016 12

EXPEDIENTEPublicação da AAFBanerjDiretoria Executiva:Presidente: Angelo ConteVice-Presidente: Gerson BargDiretores:Administrativo: João Maria Pereira de CarvalhoAdministrativo Adjunto: José Carlos Ribeiro de CastroSocial: Elza Soares LinharesPatrimônio: Paulo Mario Correa CardozoFinanceiro: Edson da Costa LealFinanceiro Adjunto: Décio de Oliveira GomesCultural: Elizabeth Scheidegger FerrãoCultural Adjunto: Rui Antônio Duarte de MagalhãesApoio ao Idoso: Carmem Lauria de Carvalho e SilvaApoio ao Idoso Adjunto: Leda dos Santos M. BastosApoio ao Idoso Adjunto: Zuleiko do AmaralPlanejamento: José Renato Baptista JourdanDiretor: Roberto PercinotoConselho Deliberativo:Presidente: Paulo Gustavo Medeiros LeitãoConselho Fiscal: Presidente: Paulo Lober Ferreira de SouzaPRODUÇÃO: AAFBanerjSede Própria: Av. Nilo Peçanha, 50/Gr.309/Centro/Rio de Janeiro/RJ - 20020-100www.aafbanerj.org.brE-mail: [email protected] FAX: 0xx (21) 2220-2566/2220-2319/2220-2843 /2240-4115.Tiragem: 5.000 exemplaresOs artigos de colaboradores não expressam, necessáriamente, a opinião da AAFBanerj Os artigos e serviços anunciados são de responsabilidade dos anunciantes.

Capa: Centenário do Samba (Ilustração 1916)

Almoço em Porto Alegre Colegas gaúchos, das agên-cias localizadas no Rio Grande do Sul, reuniram-se em 28 de outubro passado num almoço de confraternização no Paseo Zona Sul – Porto Alegre, onde tiveram oportunidade de lembrar os “velhos tempos” de Banerj.

NOTAS SOCIAIS

Comemoraram no mês de novembro mais um ano de vida, o Diretor Edson Leal e nosso mais antigo colaborador Sirley. A AAFBanerj lhes deseja saúde, felicidade e paz! PARABÉNS”

Agenda

Dia 04/12/2016 - 12:00h às 16:00h Festa das Crianças - Casa de Festas Mansão dos Sonhos - Grajaú - RJ Dia 17/12/2016 - 19:00h às 00:00h Festa de Final de Ano - Clube de Aeronáutica

Associe-se à AAFBanerj Você tem acompanhado os esforços rea-lizados pela nossa Associação para que o Estado cumpra o Contrato que rege nossa complementa-ção. Nesse sentido, torna-se fundamental o forta-lecimento da defesa de nossos direitos. Motive seus colegas que ainda não são nos-sos sócios para que associem-se. Em caso de me-didas mais enérgicas, não temos como represen-tar quem não é nosso sócio. Associe-se pelo site: www.aafbanerj.org.br