associação com a sadia vai criar um gigante global · do conselho de administra-ção da sadia,...
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brasil foods
1
Associação com a Sadia vai criar um
GiGAnte GlobAl
Acordo entre as duas empresas e oferta pública são comemorados em Wall Street
outubro/NoVEMbro 2009 - No 79
brasil foods
2
A revista que você vai ler é uma
edição h is tór ica. E la marca
uma nova fase para a compa-
nhia, a mais importante ao longo de
seus 75 anos: o nascimento da BRF–
Brasil Foods, resultado da associação
da Perdigão com a Sadia, em fase de
aprovação pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade).
A Brasil Foods já nasce grande e com
muita ambição. É uma das maiores
indústrias de alimentos do Brasil e quer
se consolidar como um dos maiores
players globais, levando o nome do
Brasil para consumidores do mundo
inteiro. A Brasil Foods nasce forte, com
marcas que fazem parte do dia a dia
e do coração de milhões de brasilei-
ros, forte parceria com os clientes e,
principalmente, o talento e a garra de
seus colaboradores.
A Brasil Foods nasce com a determi-
nação de, apoiada na longa e vitorio-
sa trajetória da Perdigão e da Sadia,
construir uma nova história. Com a
rica experiência que traz, quer criar
uma empresa moderna, inovadora e
vibrante. Uma empresa marcada pela
ousadia e pela sensibilidade. Ousadia
de projetar e perseguir planos ambicio-
sos. Sensibilidade para identificar e se
antecipar às necessidades do mercado.
Uma empresa que se apoia na tradição
de seus valores, mas investe no novo
e está preparada para acompanhar
as mudanças que ocorrem, em ritmo
cada vez mais rápido, no mundo da
tecnologia e no ambiente corporativo.
Esta rev ista apresenta uma nova
companhia, ainda em seus primeiros
passos – que todos nós, parte dessa
grande equipe, temos o privilégio de
acompanhar –, e os planos que ela
projeta para o futuro. É uma edição
especial também pelas inovações edi-
toriais que traz, a começar pelo nome.
A publicação ganhou novo formato,
um projeto gráfico renovado para es-
pelhar as transformações que vivemos
e uma est ra tég ia de comun icação
desenvo lv ida para re forçar os v ín-
cu los com os nossos púb l i cos .
Tenho certeza de
que, nessa nova
f a se , a rev i s ta
continuará a re-
g is t rar grandes
e m e m o r á v e i s
histór ias.
Claudia Pagnanodiretora geral do Negócio Perdigão
e de Comunicação Corporativa
UmA ediçãO históriCA
palavra do gestor
3 ENTREVISTAJosé Antonio Fay/BRF–Brasil Foods
6 ESPECIALUm gigante global
12 RHDesafios e oportunidades
14 CAPASucesso em Wall Street
18 NEGÓCIOSDe olho no futuro
19 DESTAQUEUnião de competências
20 PARCERIAA expansão da rede Condor
22 ACONTECEConsumidores e novidades
BRF é uma publicação periódica, de circulação externa e distribuição gratuita.
Conselho Editorial: José Antonio Fay; Claudia Pagnano; Wlademir Paravisi; Antonio Augusto De Toni; Leopoldo Viriato Saboya; Nelson Vas Hacklauer; Gilberto Orsato; Nilvo Mittanck; Luiz Stábile; Augusto Gitirana Gomes Ferreira; Joaquim Goulart Nunes; Maurício Puliti; Alcione Santin; Luiz A. Machado de Brito; Gentil Gaedke; Sidiney Koerich; Ideraldo Luiz Limae Eric Boutaud Coordenação: Rosa BaptistellaColaboração: Luciana Ueda; Jones Broleze; Camila Regis; Edélcio Lopes
Blander & Costa ComunicaçãoTel.: (11) 3032-3236, e-mail: [email protected] Editor: Mario Blander (MTb 13.346 SP)Direção de Arte e Produção Gráfica: Camarinha Editora & Comunicação, tel.: (11) 3030-0670Tiragem: 15 mil exemplares
SAC Brasil Foods: 0800-7017782
diV
ULG
AçãO
Capa: Divulgação Nyse
brasil foods
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Pres idente da BRF–Bras i l Foods, novo nome da Perd igão desde
outubro de 2008, José Anton io Fay comanda o processo de
assoc iação com a Sadia, que aguarda aprovação do Conse lho
Admin is t rat ivo de Defesa Econômica (Cade). Nesta ent rev is ta, Fay fa la
sobre a proposta da Brasil Foods ( “Estamos cr iando uma empresa l íder,
for te e inovadora, uma empresa que antec ipa o futuro” ) , as etapas do
processo de in tegração e os benef íc ios que a assoc iação t ra rá para
os d iversos públ icos.
Como surgiu a
associação entre
Perdigão e Sadia?
E como essa opera-
ção foi negociada?
A ide ia de uma
assoc iação não é
de ho je . Es ta fo i
a quar ta vez , nos
ú l t imos dez anos, em
que as empresas se
senta ram para d iscut i r
o assunto. Os pr imei ros
contatos ent re N i ldemar
Secches, pres idente do
Conselho de Admin ist ra-
ção da Perd igão, e Lu iz
Fernando Furlan, presidente
do Conselho de Administra-
ção da Sadia, foram feitos
em dezembro de 2008. As
conversas amadureceram
nos meses seguintes e
passaram a incluir execu-
tivos das duas empresas,
advogados, consultores e
representantes de bancos
de investimento, resultan-
do no acordo anunciado
em maio.
Especificamente em rela-
ção aos órgãos antitruste,
como está o processo de
associação com a Sadia?
A associação ainda está
sendo anal isada pelo
Cade. As duas empresas
assinaram um Acordo de
Preservação de Rever-
s ib i l idade da Operação
(Apro). Esse documento
estabelece que as es-
truturas administrat ivas,
produt ivas e comercia is
i rão permanecer separa-
das até que o negócio
seja aprovado. A nossa
expectat iva é que isso
deverá acontecer no pr i-
meiro semestre do ano
que vem.
Como ficam as opera-
ções das empresas até
a decisão do Cade?
Até lá, cada empresa terá
a sua administração in-
dependente, exceto em
algumas funções, como,
por exemplo, as da área
financeira e as atividades
externas no segmento de
carnes in natura. No exte-
rior, já podemos ser a Brasil
Foods que pretendemos
ser no mercado interno
num futuro próximo.Outra
novidade é que o balanço
do terceiro trimestre vai
trazer números consolida-
dos da Brasil Foods e da
Sadia. Dentro dos l imites
autorizados pelo Cade, o
processo está evoluindo.
Quais são os principais be-
nefícios dessa operação?
O que norteou as negocia-
“UmA emPresA dO fUtUrO”
entrevista
José Antonio faypresidente daBrf–Brasil foods
diV
ULG
AçãO
Capa: Divulgação Nyse
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entrevistações foi a percepção de
que, em um mundo cada
vez mais globalizado, ter
escala é fundamental. A
Perdigão e a Sadia eram
fortes sozinhas e a Brasil
Foods será ainda mais for-
te, mas não tanto quanto
alguns gigantes de fora
que também atuam no
Brasil. Precisamos des-
sa escala para competir
de igual para igual com
eles. A Brasil Foods trará
possibil idades inéditas no
mercado interno e, princi-
palmente, no exterior.
Qual será o porte da Bra-
sil Foods?
A Brasil Foods se tornará
a décima maior empresa
de alimentos do planeta. E
teremos condições de avan-
çar ainda mais. A determina-
ção de crescer e de buscar
o aprimoramento contínuo
faz parte de nossos valores
e esse é mais um caminho
que está se abrindo para
isso. O futuro é hoje.
Que vantagens a
Brasil Foods oferece
para o Brasil?
Ela reforça nossa posição
como uma das maiores
exportadoras mundiais de
proteínas. O Brasil reúne
condições ideais para a
produção de alimentos.
Temos clima adequado,
áreas favoráveis à agricul-
tura, excelente tecnologia e
abundância de água. Com
uma empresa forte e efi-
ciente, o país será ainda
mais competitivo e deverá
gerar mais oportunidades.
Que tipo de sinergia a
associação vai trazer?
Há possibilidades de ga-
nhos em todas as áreas,
desde as operacionais, com
mais eficiência na distribui-
ção, até a financeira, por
meio de racionalização dos
investimentos e menores
custos de capital. Sem falar
na gestão, com o emprego
das melhores práticas de-
senvolvidas por cada com-
panhia. Temos claro que é
preciso identificar o que a
Perdigão e a Sadia sabem
fazer melhor e um comitê
já está trabalhando nisso.
Vamos avançar em tudo o
que dê suporte ao nosso
projeto de crescimento.
Qual a previsão de ex-
portações para o médio
e o longo prazo?
A Brasil Foods já nasce
como a quarta maior ex-
portadora brasileira. Hoje, o
mercado externo responde
por 42% dos resultados,
mas os ganhos de escala
irão, com certeza, acele-
rar os negócios. Queremos
fortalecer nossa atuação
no mercado de produtos
de valor agregado e am-
pliar a produção no exte-
rior. A internacionalização
é um dos requisitos para
a economia brasileira ga-
nhar força, e a Brasil Foo-
ds quer fazer a sua parte
nisso, garantindo escala e
eficiência para competir.
A Brasil Foods acaba de
concluir uma oferta de
capital. Quais os resul-
tados obtidos?
A operação foi um su-
cesso, tanto aqui quanto
no exterior. A venda das
ações resultou na capta-
ção de cerca de R$ 5,3
bilhões, e a procura dos
investidores superou em
muito o valor ofertado. Foi
um claro sinal da recepti-
vidade do mercado à nova
empresa e da confiança em
seu potencial. Participamos
de um roadshow em várias
cidades do mundo e tive-
mos contato com aproxima-
damente 160 investidores
estrangeiros. O interesse
deles foi impressionante.
O que os acionistas po-
dem esperar?
A Brasil Foods associa o
valor dos ativos, as marcas
e a experiência de duas
grandes organizações. A
associação entre elas vai
trazer vantagens que terão
reflexos sobre o caixa e a
rentabilidade. Além dessas
perspectivas que a empre-
sa tem pela frente, também
é esperado um bom retorno
por causa da liquidez das
A internacionalização é um dos requisitos para a economia brasileira ganhar força, e a Brasil Foods quer fazer a sua parte nisso, garantindo escala e eficiência para competir.
diVULGAçãO
5brasil foods
ações, pelo alto nível de
governança, pela transpa-
rência nas informações e
pelo controle difuso. Isso
significa que as decisões
não são tomadas indiv i-
dualmente, mas pelo con-
junto dos acionistas.
O que vai mudar para os
funcionários?
A Brasil Foods será a quar-
ta maior empregadora do
país, com mais de 100 mil
funcionários. Isso equivale
a toda a população de mu-
nicípios como Varginha, em
Minas Gerais, Teixeira de
Freitas, na Bahia, e Vitória
de Santo Antão, em Per-
nambuco. Nossa previsão
é aumentar esse quadro,
já que em nosso negócio a
mão de obra é fundamental.
Essa é uma das raras ativi-
dades em que o avanço da
tecnologia não tem impacto
sobre o nível de emprego.
A Brasil Foods vai apri-
morar uma cultura voltada
para pessoas. Gente é um
ponto essencial em nossa
gestão. Para nós, quadros
de qualidade, competência
e espírito de liderança são
fundamentais. Vamos cres-
cer e queremos que nossas
equipes cresçam conosco.
E em relação ao consu-
midor?
Um dos principais compro-
missos da Brasil Foods é
com os consumidores, para
quem oferecemos a maior e
mais variada linha de alimen-
tos do país. A empresa inicia
suas atividades com a firme
determinação de continuar
investindo na inovação, para
desenvolver soluções que
atendam às necessidades
do mercado, tanto do ponto
de vista da qualidade quanto
da praticidade.
E para os clientes?
A Perdigão e a Sadia so-
mam milhares de clientes
nos mais distantes pontos
do país, sem contar os
mais de 2 mil do exterior.
Essa gigantesca rede foi
conquistada por meio de
bons serviços e de um
relacionamento baseado
em parceria. E é isso que
a Brasil Foods continua-
rá a oferecer. Vamos dar
continuidade às marcas
construídas pelas duas
empresas, com estraté-
gicas próprias, mantendo
a competitividade entre as
diversas l inhas e o de-
senvolvimento de novos
produtos. Por outro lado,
pretendemos investir ain-
da mais na melhoria dos
serviços e na eficiência de
nossa logística.
Os últimos anos foram
marcados por avanços
no campo da sustenta-
bilidade. Esse compro-
misso será mantido?
As empresas hoje têm um
papel estratégico na bus-
ca do desenvolvimento
sustentável. Assegurar a
rentabilidade do negócio
não é somente geração
de lucro, é muito mais que
isso. Nosso compromisso
é gerar valor para todos os
stakeholders e assegurar
a perenidade de negócio.
Assim, vamos continuar
com o nosso compro-
misso, desenvolvendo e
apoiando iniciativas que
expressem a nossa cidada-
nia corporativa e o nosso
papel como um importante
agente de mudanças.
Alguns especialistas
afirmam que, apesar
da origem semelhante,
as duas empresas têm
culturas e estilos muito
diferentes. Como isso
será tratado?
Ao longo do tempo, tanto
a Perdigão quanto a Sadia
incorporaram outras com-
panhias e aprenderam a
conviver com a diversida-
de, adotando as melho-
res práticas de gestão e
os melhores processos e
soluções de cada uma. Isso
se repetirá agora com a
Brasil Foods. O planeja-
mento para a estruturação
da nova empresa já come-
çou e vai seguir um projeto
montado pela consultoria
McKinsey. Tudo está ca-
minhando bem. Estamos
muito satisfeitos.
A empresa já nasce como a quarta maior exportadora brasileira. Hoje, o mercado externo responde por 42% dos resultados, mas os ganhos de escala irão, com certeza, acelerar os negócios
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espeCial
Associação entre Perdigão e Sadia vai criar um gigante global, que terá escala e competitividade para reforçara posição do Brasil como potência do agronegócio
O QUeserÁ A
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o número de funcionários – mais de 100
mil – equivale a duas vezes e meia a
lotação de um estádio do tamanho do
Pacaembu, em São Paulo, e é 10% maior
do que o quadro da Coca-Cola no mundo
inteiro. Exportações de US$ 4,3 bilhões em
2008, quase o mesmo volume das vendas
externas de um país como o Uruguai, com
seus 3,5 milhões de habitantes. Um parque
industrial com 64 unidades de produção,
localizadas em praticamente todo o Brasil
e em três países europeus – nem a Toyota,
atual líder de vendas entre as montadoras,
tem tantas fábricas. Uma receita anual de
US$ 11 bilhões (segundo números da revista
Melhores e Maiores), o suficiente para garantir
lugar no ranking das dez empresas com maior
faturamento do país.
Esses são alguns dos números que ajudam a
mostrar a dimensão da BRF–Brasil Foods, quando
a associação entre a Perdigão e a Sadia for f inaliza-
da. A Sadia passou a ser subsidiária integral da Bra-
si l Foods, mas os negócios e as estruturas das duas
companhias continuam separados, por força do Acordo
de Preservação da Reversibil idade da Operação (Apro)
até uma decisão do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade). As exceções são a gestão de caixa e
as atividades externas no mercado de carne in natura,
que já acontecem de forma coordenada.
A associação vai criar um gigante global, com sede no
Brasil, para disputar espaço com os grandes players do
setor. “Mas a Brasil Foods não será apenas grande. Ela
nasce com um forte compromisso com eficiência, inovação,
modernidade e sustentabilidade”, diz José Antonio Fay,
presidente da companhia.
A nova empresa vai montar bases para fortalecer a atuação
da indústria brasileira no competitivo mercado internacio-
nal de alimentos. Com a Sadia, a Brasi l Foods se torna-
rá a décima maior empresa mundial do setor. “Somos
grandes, mas ainda não tão grandes quanto os nossos
concorrentes lá fora”, afirma Fay. “Há muito terreno para
avançar e esse é um dos pr incip a i s m o t i v o s q u e n o s
l e v a r a m a s o m a r f o r ç a s . ”
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espeCial
A reAçãO dO merCAdO“A associação é importante
para as duas empresas, vai
trazer mais oportunidades para
os produtores integrados e
aumentar a capacidade do país
de competir no exterior”
Reinhold StephaneS, miniStRo da agRicultuRa
“Sob reconhecida gover-
nança corporativa e lide-
rança, com marcas fortes e
alcance global, não tenho
dúvidas de que a Brasil
Foods se tornará referência
mundial em seu mercado em
um curto espaço de tempo”
Fabio baRboSa,pReSidente do SantandeR
A Brasil Foods será a quar-
ta maior exportadora bra-
sileira. Líder no comércio
internacional de proteínas
animais e a número um na
exportação mundial de
aves, com uma participa-
ção de 17%, a empresa irá
ganhar escala, recursos e
capacidade de gestão para
expandir seus negócios no
exterior. Produtos Perdigão
e Sadia já chegam a mais
de 110 países de todos os
pontos do planeta, e, em
vários deles, estão entre
os líderes locais em venda,
num caso ainda raro para
marcas brasileiras que
competem lá fora.
“Vai ficar mais fácil forta-
lecer a rede de distribui-
ção no exterior”, observa
Antonio Augusto De Toni,
diretor da Unidade de
Negócios Perdix, o bra-
MAr
cell
o c
ASAl
Jr.
/ABr
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A reAçãO dO merCAdO“A BrF–Brasil Foods é motivo de orgulho para um país que,
na avicultura, já é o terceiro maior produtor e o maior
exportador, suprindo consumidores de mais de 110
mercados. Vamos consolidar, no mundo, uma marca
com a dimensão do Brasil produtor de alimentos”
FRanciSco tuRRa, pReSidente executivo da aSSociação bRaSileiRa
doS pRodutoReS e expoRtadoReS de FRangoS (abeF)
“esperamos que a associação fortaleça a empresa,
incluindo o integrado, o fornecedor e as pessoas que
compõem sua base de atuação, dando sustentabilidade
para todos os envolvidos no processo. Para o consumidor,
são esperados produtos de excelente qualidade”
antonio chavaglia, pReSidente da coopeRativa
agRoinduStRial doS pRodutoReS RuRaiS do SudoeSte goiano (comigo)
“A associação cria uma empresa forte no exterior.
No mercado interno, acreditamos que serão mantidos
os investimentos em marcas e inovação, importantes
para o consumidor”
SuSSumu honda, pReSidente da aSSociação
bRaSileiRa de SupeRmeRcadoS (abRaS)
ço internacional da Brasil
Foods. Um dos objetivos é
investir em canais próprios
de distribuição, como já
acontece em Dubai, nos
Emirados Árabes Unidos.
É um passo essencial para
a expansão dos negócios
e para reforçar a comer-
cialização de produtos de
maior valor agregado, já
que a vocação da Brasil
Foods é ir além do forneci-
mento de proteína animal.
Desde o anúncio da ope-
ração, o processo de as-
sociação entre Perdigão
e Sadia vem avançando,
dentro dos parâmetros
estabelecidos no Apro,
firmado com o Cade. Em
assembleia geral extraordi-
nária da Perdigão, no início
de julho, foram decididas
a troca da razão social
para Brasil Foods, a mu-
dança da sede social de
São Paulo para Itajaí (SC)
e instituídos os cargos de
copresidentes do Con-
selho de Administração,
ocupados por Ni ldemar
Secches, da Perd igão,
e Luiz Fernando Furlan,
da Sadia. Na mesma
assembleia, também foi
aprovada a incorpora-
ção das ações do bloco
controlador da Sadia. Em
agosto, foram incorpora-
das as demais ações.
Mantendo a separação
das operações, grupos de
profissionais das duas em-
presas já trabalham, desde
agosto, em um projeto de
planejamento da integra-
ção e de identificação de
sinergias. “A ideia é ter
um plano de ação para
ser colocado em execu-
ção assim que tivermos a
decisão do Cade”, afirma
Maurício Puliti, que está à
frente da equipe de ges-
tão de integração do Pro-
jeto BRF, juntamente com
Delmir Dal Cim, da Sadia.
Também foram formados
um Comitê de Melhores
Práticas e um Comitê Exe-
cutivo, com representantes
das duas empresas, sob
liderança do presidente da
Brasil Foods, José Antonio
Fay. Uma equipe de geren-
ciamento de projetos, com
participação da consulto-
ria McKinsey, está dando
suporte a todas as frentes
fOtO
s: d
iVUL
GAç
ãO
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espeCial
de trabalho. A participa-
ção da McKinsey garante
a neutralidade do processo
e reforça o acordo assina-
do com o Cade, já que a
consultoria vai concentrar
as informações que dizem
respeito à concorrência,
evitando que uma empresa
tenha dados sobre a outra.
A associação entre Per-
digão e Sadia não terá
impacto sobre o relacio-
namento com os seus di-
versos públicos. “A Brasil
Foods permitirá reduzir
custos, por meio de si-
nergias e de ganhos de
escala, que vão beneficiar
o consumidor final”, expli-
ca Claudia Pagnano, dire-
tora da Unidade de Negó-
cio Perdigão. A empresa
continuará investindo em
soluções que permitam le-
var produtos saudáveis e
práticos para a mesa dos
consumidores. Uma das
NAsCe Um Líder
dA iNdústriA mUNdiAL de
ALimeNtOs1a - Maior companhia de alimentos do brasil
1a - Maior companhia em industrializados e congelados do brasil
1a - Maior exportadora mundial de aves
1a - Maior branded food company do brasil
2a - Maior exportadora mundial de carnes
toP 10 - entre as companhias de alimento no mundo (valor de mercado)
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metas estratégicas, se-
gundo Claudia, é ampliar o
acesso das classes C e D
a alimentos de qualidade.
Os clientes também irão
ganhar. Com sinergias e
escala, será possível, por
exemplo, ter mais eficiên-
cia na distribuição.
Da mesma forma, os mais
de 19 mil produtores in-
tegrados, a base de um
modelo de negócio que
sustentou o crescimento
das duas empresas, tam-
bém não serão afetados.
Em geral pequenos pro-
prietár ios, eles cr iam a
grande maior ia das aves
e suínos processados nas
fábricas, desempenhan-
do um importante papel
para o país. De um lado,
ajudam a fortalecer a agri-
cultura famil iar; de outro,
contr ibuem para f ixar a
população no campo,
evitando o inchaço dos
centros urbanos. O dina-
mismo que a associação
vai trazer aos negócios
criará novas oportunida-
des para os produtores.
A Brasi l Foods também
dará impulso à economia
e ao desenvolvimento co-
munitár io – uma bandeira
que une Perdigão e Sadia
–, e vai ajudar a equil ibrar
a oferta e a demanda de
al imentos no mundo, uma
das mais graves questões
deste século 21.
NúmerOsde Um COLOssO
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1541
4
MArGArinASSobreMeSASSojA
UnidAdeSno exterior
lÁCteoS
CArneS
FÁbriCAS
Us$ 11,4BILHÕES
é o valor de mercado da companhia** 30/9/2009
4
Uma empresa que reconhece
e valoriza o trabalho de seus
funcionários, aposta que o
sucesso se constrói com talentos,
investe na criação de um ambien-
te de trabalho marcado pela ética e
pela cidadania e, principalmente, quer
crescer junto com toda a sua equipe.
São esses alguns dos princípios que
vão orientar a BRF–Brasil Foods e a
sua futura união com a Sadia.
Uma operação complexa, como
essa, envolvendo dois gigantes, en-
volve inúmeros detalhes, a maior ia
deles em fase de discussão e apro-
fundamento. “Uma coisa, porém, é
certa: a Brasi l Foods não quer ser
grande só para fora. Sabemos que
um de nossos maiores valores está
aqui dentro”, diz Gi lberto Orsatto,
diretor de Recursos Humanos.
Quando a associação for aprovada
pelo Cade, a Brasil Foods passará
a ter cerca de 100 mil funcionários,
um dos maiores quadros profissionais
do país, e cada um, segundo Gilber-
to, terá um papel a desempenhar na
construção da nova empresa. “Vamos
escrever essa história juntos”, afirma.
Como é natural nessas situações, a
mudança traz dúvidas para os fun-
cionários. “Muitos deles me procu-
OrGULhOde ser BrAsiL fOOds
reCUrsos HUManos
Nova empresa traz motivação, cria desafios e oportunidades, mas precisaque cada um faça a sua parte
diV
ULG
AçãO
raram para se inteirar das
etapas desse processo e
de seus desdobramen-
tos”, conta Gilberto. Aten-
ta a isso e empenhada em
garantir transparência, a
Brasil Foods desenvolveu
um plano de comunica-
ção para manter os fun-
cionários a par de todos
“A Brasil Foods quer se tornar uma das
melhores empresas para se trabalhar,
capaz de atrair e reter grandes talentos”
Gilberto orsatto,diretor de rH
os passos da operação.
Com informações sobre o
andamento do processo
e mensagens da l ideran-
ça, o bolet im eletrônico
Horizonte Brasi l Foods,
distr ibuído mensalmente
e com uma versão adap-
tada para os murais das
fábricas, é um dos prin-
cipais canais de comu-
nicação. “Apesar d isso,
cabe aos gestores um
papel impor tante nesse
processo. E les devem
estar preparados para
atender a essa demanda
e estabelecer um diálogo
com as suas equipes.”
Além de dúvidas, os con-
tatos mantidos por Gilberto
mostraram outro ponto co-
mum: o orgulho dos fun-
cionários em fazer parte
de uma organização que
nasce campeã e que quer
ser ainda melhor. “É um
sentimento forte, que man-
tém todos muito motivados
e dispostos a trabalhar ain-
da com mais garra.”
* Base: 31/12/2008
brasil foods
Capa
Sucesso da oferta publica, que totalizou r$ 5,3 bilhões, supera expectativas e viabiliza as operações daBrF–Brasil Foods e o saneamento financeiro da Sadia
A hOrA dALArGAdA
14
15brasil foods
Osino que o presidente da BRF–
Brasil Foods (a nova razão social
da Perdigão), José Antonio Fay,
fez soar na tarde do dia 22 de julho, no
pregão da Bolsa de Valores de Nova
York (Nyse), e a campainha acionada
por diretores da companhia na abertura
do pregão da BM&FBovespa, em 22 de
setembro, marcaram momentos deci-
sivos para a trajetória que a empresa
está iniciando. O primeiro comemorou
o acordo de associação e a operação
de uma oferta pública de colocação pri-
mária de ações. O segundo representou
o instante em que as ações da Brasil
Foods e da Sadia foram unificadas, na
companhia Brasil Foods.
Os resultados da oferta para viabilizar
as operações da Brasil Foods e sanear
as finanças da Sadia foram muito além
das expectativas. A demanda superou a
oferta, exigindo um rateio para atender
aos pedidos. No final, a oferta de 115
milhões de ações foi ampliada com
um lote suplementar de 15%, o que
resultou em uma captação de cerca
de R$ 5,3 bilhões. Desse total, R$ 950
milhões foram destinados à Sadia, para
pagamento de dívidas de curto prazo,
num aporte que deverá totalizar R$ 3,5
bilhões até o final do ano.
“Foi a segunda emissão do ano, em
volume, a primeira de uma compa-
nhia já listada em bolsa e a terceira
maior oferta pública já realizada por
uma empresa de alimentos em todos
os tempos”, diz Leopoldo Viriato Sa-
boya, diretor Financeiro e de Relações
com Investidores da Brasil Foods, que
também participou da cerimônia, junta-
mente com os diretores Mauricio Puliti,
de Planejamento e Controle, e Antonio
Zanella, de Finanças e Planejamento
do Mercado Externo.
A operação começou a ser desenhada
logo após o anúncio da associação
entre as duas empresas, e ganhou im-
pulso com a assembleia geral extraordi-
nária que constituiu oficialmente a Bra-
sil Foods. Em apenas duas semanas,
brasil foods
O Closing Bell, em Nova York (acima) e a cerimônia da campainha da Bm&fBovespa, em são Paulo
NYs
e
bM
&Fb
oVe
SPA
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Capa
“Um dos fatos importantes a se destacar nesta operação, qUe cUl-minoU na criação da brasil foods, foi o respeito à transparência e aos acionistas. trata-se de Um Grande exemplo de ética e respon-sabilidade, qUe contribUi para qUe o brasil seja visto como o país do presente no mercado Global”
edemir pinto, presidente
da bm&fbovespa
“A criação da BrF–Brasil Foods é única na indústria de alimentos por reunir dois fatores distintos, mas com-plementares, de crescimento: marcas fortes e uma poderosa plataforma de exportação”
alexander robarts, diretor
do santander, em nova York
“acionistas, fornecedores, clientes, fUncionários e a socie-dade GanHam com o sUrGimento da brf–brasil foods, Uma empresa forte, líder e com comprometimento socioambiental. a brasil foods é mais Uma prova de qUe as empresas brasileiras podem ser competitivas no mercado Global”
allan toledo, vice-presidente de neGócios internacionais e atacado
do banco do brasil
uma intensa mobilização
envolveu uma centena de
profissionais das duas em-
presas, dos bancos que
participaram da operação
e dos escritórios de advo-
cacia contratados, além de
uma série de reuniões no
Brasil e no exterior, para
preparar o lançamento da
oferta pública.
A equipe passou a traba-
lhar na documentação
necessária. “Só a ver-
são em português do
prospecto, com todas
as informações so-
bre as duas empre-
sas e sobre a oferta,
tem 1.130 páginas”,
lembra Edina Biava,
gerente de Relações
com Investidores da
Brasil Foods. É mais
do que o clássico
Dom Quixote de la
Mancha, de Miguel de
Cervantes. Ao mesmo
tempo, o grupo cui-
dava da aprovação
da operação pela Comis-
são de Valores Mobiliários
(CVM), no Brasil, e pela
Securities and Exchange
Comission (SEC), nos Es-
tados Unidos, organismos
encarregados de fiscalizar
e disciplinar o mercado de
ações para garantir os in-
teresses dos investidores.
O roadshow para apre-
sentações a investidores
também exigiu um inten-
so esforço (veja o mapa
com as cidades visitadas).
Enquanto o presidente da
Brasil Foods, José Antonio
Fay, participava de encon-
tros na Europa, Leopoldo
Saboya mantinha reuniões
nos Estados Unidos e Nil-
demar Secches, um dos
copresidentes do Con-
selho de Administração,
cuidava dos contatos no
Brasil. O saldo desse tra-
balho concentrado foram
92 encontros individuais
(one on one), 13 em gru-
pos e 13 conference calls.
O esforço compensou:
o sucesso da oferta,
num momento em que o
mercado ainda sofr ia os
efeitos da crise f inanceira
in iciada em setembro de
2008, com a quebra do
Lehman Brothers, cha-
mou a atenção. Em con-
versa com diretores da
Brasi l Foods, o CEO da
Nyse, Duncan Niederauer,
destacou que o mercado
está novamente aberto,
mas de forma muito se-
let iva, o que reforça o re-
sul tado obt ido. A oferta
destaque nos pr incipais
jornais especial izados,
como The Wal l Street
Journal – e atra iu o in-
teresse até de um novo
tipo de investidores. “São
fundos globais, voltados
para mercados específ i-
cos, que não costumam
ter papéis de companhias
de países emergentes
“Foi a segunda emissão do ano, em volume, a primeira de uma companhia já listada em bolsa e a terceira maior oferta pública já realizada por uma empresa de alimentos em todos os tempos”
leopoldo viriato saboYa,diretor financeiro e de relações com investidores da brasil foods
17brasil foods
Roadshow incluiuencontros com investidoresem três continentes
VOLtAAO mUNdO
entre seus ativos”, explica
Saboya. “Eles se impressio-
naram com o tamanho da
oferta, com a liquidez que
os papéis passam a ter e,
sobretudo, com o potencial
que a empresa oferece.”
A mesma aposta foi feita
no Brasil, a começar pelos
acionistas da Sadia, que
optaram por manter suas
ações na Brasil Foods.
Outra demonstração de
confiança foi dada pelo
valor das ações, que su-
biu 7% nas três primeiras
semanas de julho, duran-
te a preparação da oferta.
Nessa fase, é comum a
cotação dos papéis cair.
Outro sinal positivo: desde
o lançamento da oferta,
as ações da Brasil Foods
nunca estiveram abaixo do
preço inicial (R$ 40).
Essa foi também a terceira
oferta primária realizada
pela Perdigão, atual Bra-
sil Foods, em três anos,
todas com êxito. A primei-
ra, em 2006, levantou re-
cursos para dar suporte
a um agressivo plano de
crescimento.
A segunda, em 2008,
viabil izou a incorporação
da Eleva, consolidando
a atuação da companhia
no mercado de lácteos. É
uma prova de confiança
no futuro, mas também
o resultado de um am-
plo trabalho desenvolvido
nos últ imos anos e que
se reflete em um elevado
padrão de governança
corporativa, transparência
e respeito aos acionistas.
brasil foods
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APerdigão e a Sadia sempre se-
guiram caminhos paralelos, que
agora se cruzam para constituir
a BRF–Brasil Foods. A história da em-
presa que vai criar um dos maiores pro-
dutores mundiais de alimentos e uma
das principais multinacionais brasileiras
começou a ser traçada em dezembro
de 2008, em conversas entre Nildemar
Secches, presidente do Conselho de
Administração da Perdigão, e Luiz Fer-
nando Furlan, presidente do Conselho
de Administração da Sadia.
Dos primeiros contatos até o anúncio
oficial da associação, quando Furlan
vestiu a camisa do Corinthians – time
patrocinado pela Batavo –, presente
que ganhou de Secches, foram cinco
meses de articulações. Com o tempo e
à medida que as negociações avança-
vam, as conversas passaram a incluir um
número maior de pessoas. No final, o
processo envolveu cerca de 30 pessoas,
entre executivos do primeiro escalão
das duas empresas, representantes de
bancos de investimento e advogados.
Para manter o sigilo, fundamental numa
operação desse porte, muitas das 60
reuniões real izadas ocorreram em um
hotel em Osasco, município da Grande
São Paulo, não muito longe da sede da
Perdigão e da Sadia, mas protegido o
suf ic iente de olhares indiscretos.
Também foram real izadas diversas
viagens. Secches, em especial, em-
barcou seis vezes na ponte aérea São
Paulo-Rio para consultas com o pool
de fundos de pensão que controlam
a Perdigão. Dessas maratonas de
reuniões e consultas nasceu a Bra-
si l Foods. “Estamos vendo a largada
de uma empresa campeã, de escala
global”, diz Furlan, “Ela já nasce gran-
de, maior do que a soma das duas
empresas que deram or igem a ela”,
comenta Secches.
NAsCeUmA CAmPeã
negóCios
como foi o processo que levou a uma das maiores associações já feitas no Brasil
Ni ldemar secches e Lu iz fernando fur lan, copres identes do Conselho de Admin is t ração da Bras i l foods
ArQUiVO Brf
Além da mesma ori-
gem e de uma tra-
jetór ia semelhan-
te, a BRF–Brasi l Foods,
ant iga Perdigão e a Sa-
dia, compart i lham muitos
pontos em comum. “Cada
uma sempre teve a outra
como pr incipal referên-
cia”, lembra Jul io Cardo-
so, que acaba de assumir
o posto de presidente da
Sadia. “Agora, vamos ter
de olhar para um mercado
que está se movimentan-
do rapidamente.”
Julio tem ampla experiên-
cia no setor – foi presiden-
te da Kibon, da Santista
Alimentos e da Seara.
Atualmente, acumula os
cargos de presidente exe-
cutivo e presidente do
Conselho de Administração
da Sadia, para o qual foi
indicado em substituição a
Luiz Fernando Furlan, eleito
copresidente do Conselho
de Administração da Brasil
Foods, ao lado de Nilde-
mar Secches.
As duas empresas estão
atuando de forma indepen-
dente no mercado interno,
mas já mantêm coopera-
ção no mercado externo.
“Nosso foco são os novos
concorrentes que também
querem crescer.” As duas
empresas dispõem de uma
base produtiva eficiente,
têm um portfólio com pro-
dutos de qualidade e con-
tam com uma equipe de
primeira linha. Para Julio,
esse é um dos grandes pa-
trimônios da nova compa-
nhia. “Vamos precisar de
talentos, temos de crescer
e nos transformar em uma
empresa global, com bases
fortes e uma estrutura de
apoio adequada.”
Outro ponto importante,
destaca, é uma estraté-
gia que inclua relações
sólidas e de longo prazo
com os clientes. “Vamos
buscar sempre a maior
satisfação dos clientes e
consumidores e para isso
vamos manter equipes co-
merciais independentes e
dedicadas”, afirma Julio.
Os clientes contarão com
o empenho da companhia
em oferecer serviços cada
vez melhores e continuarão
a ter opção de escolher
entre diferentes produtos
e marcas. “Elas estão entre
as mais valiosas do mer-
cado. A marca Sadia, por
exemplo, foi construída em
65 anos e manteve a sua
força mesmo no período
em que a empresa enfren-
tou dificuldades.”
Os próximos passos vão
trazer grandes desafios. A
incorporação jurídica é uma
coisa, a operacional vai ser
diferente e bem mais com-
plexas diz Julio. As duas
equipes têm diante de si
uma folha em branco. “Mas
tenho certeza de que o de-
senho que elas vão criar
em conjunto será muito bo-
nito e colorido. Felizmente,
competência não nos falta.”
Um deseNhO A dUAs mãOsPresidente da Sadia fala sobre as oportunidadesque a associação entre as duas empresas vai trazer
Julio Cardoso: “Competêncianão nos falta”
destaQUe
brasil foods
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brasil foods
20
Um pequeno açougue,
aberto em Curitiba em
1974, foi o ponto de
partida para uma das maiores
redes de supermercados do
país. Com 27 lojas, 6 mil fun-
cionários e uma receita apro-
ximada de R$ 1,2 bilhão, a
Condor, do empresário Pedro
Joanir Zonta, que também pre-
side a Associação Paranaense
de Supermercados (Apras),
acaba de anunciar um ousado
plano de expansão. A meta é
instalar duas novas unidades
por ano até 2015, reforçan-
do sua l iderança no estado e
avançando no ranking nacio-
nal, no qual ocupa atualmente
a 12a posição.
Presente em dez cidades do
estado, a Condor tem lojas pro-
jetadas para atender especial-
mente à classe média que, nos
últimos anos, viu seu poder de
compra reforçado. “Antes as
faixas B e C estavam preocu-
padas apenas com preço. Ago-
ra dão preferências às marcas
l íderes”, diz Jefferson Fidelis
de Oliveira, diretor comercial
da Condor. “Por isso, além de
adotar uma forte polít ica de
ofertas, passamos a oferecer
mais serviços e investimos na
melhoria do atendimento e na
disposição de produtos.”
Outro ponto importante é o rela-
cionamento com os fornecedores.
“A rede Condor é uma das
poucas a apresentar suas
estratégias de negócios aos
fornecedores”, explica Clau-
dio Kliemann, gerente regional
de vendas Sul da BRF–Brasi l
Foods. Trazida pelas redes
estrangeiras, essa prática for-
talece o relacionamento entre
as duas partes. “Ela garante
transparência e nos permite
trabalhar com projeções”, af ir-
ma Kl iemann.
A Condor dá atenção especial
aos cuidados com a natureza,
o que conta pontos especial-
mente entre os curitibanos. As
lojas mais novas, como a da
avenida das Torres, apresen-
tam uma proposta moderna de
sustentabilidade, explorando a
luz natural, o reaproveitamento
de água e o uso, nas ilhas re-
frigeradas, de um gás que não
agride a camada de ozônio, di-
minuindo em 90% a emissão de
poluentes. A rede foi também
uma das primeiras a apostar
em sacolas plásticas oxibiode-
gradáveis, que se decompõem
em apenas 18 meses.
35 ANOsde sUCessO
parCeria
A rede condor, do Paraná, anuncia plano de inaugurar duas lojas por ano para reforçar sua liderança
brasil foods
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Depois de br i lhar nos
gramados, a Batavo –
patrocinadora of icial da
equipe do Corinthians –
acelera na pista da Fór-
mula 1. A marca estará
estampada no capacete
PArCeriA PeLA CidAdANiA de Rubens Barrichello, da
Brawn GP, no GP Brasi l
2009. Essa parcer ia re-
verterá fundos ao Instituto
Barr ichel lo Kanaan – IBK,
que Rubinho mantém com
Tony Kanaan.
O IBK oferece apoio finan-
ceiro e técnico para enti-
dades do terceiro setor
e escolas públicas com
o objetivo de promover o
resgate da unidade familiar
e o desenvolvimento social,
proporcionando uma nova
perspectiva de vida para
crianças, jovens e adultos.
As ações patrocinadas
pelo instituto – desde a
formação de clubes de
basquete até a inclusão
digital de idosos – têm o
esporte como eixo prin-
cipal. “Além de aumentar
a autoestima de quem o
pratica, o esporte estabe-
lece valores como respei-
to, honestidade, espírito
de equipe, disciplina e
responsabil idade, entre
outros”, diz Barrichello.
A Batavo também acredita
no esporte como instru-
mento de desenvolvimento
pessoal e integração, que
se refletem na melhoria
da qualidade de vida. “A
marca tem tradição no in-
centivo à prática esportiva
e, portanto, conexão total
com a missão do IBK”, diz
Eric Boutaud, diretor de
Marketing da Unidade de
Negócios Batavo-Elegê,
ressaltando que Barrichello
é um ícone do esporte
brasileiro e um exemplo
de determinação.
Nos estádios e nas pistas,
a Batavo coloca-se em
sintonia com as paixões
nacionais. E Rubinho mais
ainda. Corintiano roxo, o
piloto tem usado nos trei-
nos camisas do Timão,
levando no peito a marca
que, no GP Brasil, estará
em sua cabeça.
Asse
ssO
riA/
rUBi
Nh
O
brasil foods
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reCOrdistA em PrêmiOsA EstAção dE trAtAmEnto dE ÁguA dE rEúso dA unidAdE industriAl dE CApinzAl (sC) rEndEu à BrAsil
Foods o prêmio Fritz müllEr, ConCEdido pElA FundAção do mEio AmBiEntE (FAtmA), dE sAntA CAtArinA.
Foi A nonA ConquistA dA EmprEsA Em 16 EdiçõEs do prêmio, o mAis importAntE dA rEgião sul nA ÁrEA
AmBiEntAl. A ÁguA dE rEúso FornECE Até 65% do totAl nECEssÁrio pArA A opErAção dA FÁBriCA. A iniCiA-
tivA FAz pArtE dE um projEto piloto, quE dEvErÁ sEr lEvAdo A outrAs plAntAs dA EmprEsA.
sABOr de PimeNtAdEpois do suCEsso dA mortAdElA ouro, ChEgA Ao mErCAdo A mortAdElA ouro Com grãos dE pi-
mEntA, lAnçAmEnto dA pErdigão, umA dAs mArCAs do portFólio dA BrF–BrAsil Foods. A novidA-
dE sEguE A mEsmA rECEitA quE ConsAgrou A mortAdElA ouro, umA dAs lídErEs dE suA CAtEgo-
riA, é dEFumAdA ArtEsAnAlmEntE E prEpArAdA Com ingrEdiEntEs noBrEs. A prinCipAl diFErEnçA
são os grãos dE pimEntA quE FiCAm ApArEntEs E rEssAltAm o sABor soFistiCAdo do produto.
eQUiPe CAmPeãA BRF–BRAsil Foods, AntigA PeRdigão, Foi A vencedoRA
do PRêmio PAdRão de QuAlidAde, nA cAtegoRiA Bens não
duRáveis, concedido PelA RevistA Consumidor moderno
às melhoRes PRestAdoRAs de seRviços de Atendimento.
só este Ano, o centRo de seRviços Ao consumidoR
(cARnes e lácteos) dA BRF já Atendeu mAis de 188 mil
consumidoRes, FoRnecendo inFoRmAções soBRe modo
de PRePARo e conseRvAção dos PRodutos, Além de oFe-
ReceR cuRsos de cul ináRiA e oRientAção nutR ic ionAl.
As PesQuisAs ReAl izAdAs mostRAm Que 99% dos consu-
midoRes FicARAm sAtisFeitos com o Atendimento.
o pEru intEiro Com AromA
dE mAntEigA é A novidAdE dA
BrAsil Foods nAs gôndolAs dA
AsdA, quArtA mAior rEdE vArE-
jistA dA inglAtErrA. A ComEr-
CiAlizAção do produto Com A
mArCA própriA dA rEdE, rEprE-
sEntA umA ConquistA impor-
tAntE dA ÁrEA intErnACionAl
dA CompAnhiA Em um mErCAdo
ExtrEmAmEntE sElEtivo.
Para inglês Provar
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