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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIRURGIÕES DENTISTAS – ABCD SECÇÃO BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SANTA CATARINA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA INFARTO DO MIOCÁRDIO X DOENÇA PERIODONTAL- Uma Realidade? Orientador: Prof. Eduardo Wayhs Matte Autor: N adine Schramm Câmara Bastos

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Page 1: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIRURGIÕES DENTISTAS – ABCD SECÇÃO BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SANTA CATARINA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA INFARTO DO MIOCÁRDIO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIRURGIÕES DENTISTAS – ABCDSECÇÃO BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SANTA CATARINACURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

INFARTO DO MIOCÁRDIO X DOENÇA PERIODONTAL- Uma Realidade?

Orientador: Prof. Eduardo Wayhs Matte

Autor: Nadine Schramm Câmara Bastos

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Introdução

INFARTO DO MIOCÁRDIO

ATEROSCLEROSE

DOENÇA PERIODONTAL

EXISTE RELAÇÃO?

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O objetivo deste estudo é discutir, a partir de dados encontrados na literatura, o mecanismo envolvido na relação entre a doença periodontal e infarto do miocárdio. Servindo como orientação para prevenção de doenças cardíacas e periodontais, obtendo uma melhor qualidade de vida.

OBJETIVO

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REVISÃO DA LITERATURA

DOENÇA PERIODONTAL: Gengivite e Periodontite

- Infecções bacterianas frequentemente crônicas e assintomáticas- Extensão da doença depende da interação dos microorganismos com o hospedeiro- Associação com bactérias anaeróbicas- Etiologia primária se deve à presença de placa bacteriana- GENGIVITE ( inflamação restrita á gengiva)- PERIODONTITE (inflamações que se estendem mais profundamente, envolvendo o ligamento periodontal, cemento e osso alveolar)

CARRANZA;NEWMAN E TAKEI (2002), RIBEIRO (2006)

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REVISÃO DE LITERATURA

SINAIS E SINTOMAS:

- Sangramento gengival, dentes amolecidos, aumento do espaço interdental, sensibilidade extrema ao ar inalado, sensações de queimadura na gengiva, sensibilidade á percussão.

- Estes sintomas podem somar-se sinais como o mau-hálito.

GLICKMAN (1972), LINDHE (1981)

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REVISÃO DE LITERATURA

Existem muitos fatores de risco relacionados com o desenvolvimento ou progressão da periodontite.

Fatores controláveis como: hábito de fumar, estresse, higiene oral precária. Fatores não controláveis como: hereditariedade, doenças sistêmicas e idade.

LINDHE (1999)

- As doenças periodontais são resultado da destruição dos tecidos periodontais pela ação dos produtos tóxicos liberados na área subgengival pelos periodontopatógenos específicos, como também pela resposta inflamatória desencadeada pela presença de microorganismos e

seus subprodutos tóxicos

ALLENSPACH-PERZILKA; GUGGEINHEIN, (1983)

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REVISÃO DE LITERATURA

- A importância do conhecimento dos patógenos periodontais está na bacteriemia, que pode surgir em qualquer procedimento que resulte sangramento gengival. As bactérias uma vez

presente na circulação sanguínea, podem ser levadas para qualquer parte do corpo

CONNER et al (1967)

A gengivite e a periodontite são de natureza crônica e podem persistir na ausência de tratamento; embora tanto a periodontite quanto a gengivite de origem local possam ser influenciadas na sua

forma por condições sistêmicas. Nenhuma periodontite documentada pode ser puramente de origem sistêmica.

RANNEY (1993)

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REVISÃO DE LITERATURA

INFARTO DO MIOCÁRDIO

- È a destruição da musculatura miocárdica, devido á deficiência de fluxo sanguíneo para a região do músculo cardíaco, cujas células sofrem necrose por falta de aporte nutritivo. A interrupção do fluxo coronário quase sempre é devido ao estreitamento repentino de uma artéria coronária pelo ateroma (aterosclerose), ou pela obstrução total de uma coronária por êmbolo ou trombo.

ARAÚJO; ARAÚJO, (2006)

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REVISÃO DE LITERATURA

- O paciente usualmente apresenta dor intensa no peito, na região subesternal ou precordial esquerda. A dor pode irradiar para o braço esquerdo ou para a mandíbula, e

pode estar associada à falta de ar, palpitações, náuseas ou vômitos.

FAZIO;FANG;SONIS (1984)

- A maioria dos infartos do miocárdio é transmural. Neste tipo de infarto, a necrose isquêmica envolve toda ou quase toda a espessura da parte da parede ventricular

irrigada por uma única artéria coronária

ROBBINS;CONTRAN, 2005

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REVISÃO DE LITERATURA

A destruição do músculo do coração é causada em geral por depósitos de placas de ateroma nas artérias coronárias. Essas placas nada mais são do que o acúmulo de células dentro dos vasos sanguíneos, conseqüentes as lesões dos próprios vasos, bem como depósitos de gordura, que vão aumentando com o tempo, formando verdadeiras “rolhas” no interior das artérias do coração.

ARAÚJO; ARAÚJO (2006)

FERREIRA (2006)

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REVISÃO DE LITERATURA

Mesmo sem o fechamento total do vasos sanguíneos, os fibroblastos da placa eventualmente depositam quantidades tão extensas de tecido conjuntivo denso que a esclerose (fibrose) se torna

muito pronunciada, com conseqüente rigidez das artérias. Posteriormente, é freqüente ocorrer precipitação de sais de cálcio com o colesterol e outros lipídios das placas, resultando em

calcificações quase ósseas que, algumas vezes, transformam as artérias em tubos totalmente rígidos. Esse último estágio da doença é denominado “endurecimento das artérias”

GUYTON (1992)

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ATEROSCLEROSE

É uma doença inflamatória e que cada lesão representa um diferente estágio do processo inflamatório crônico na artéria. Se não devidamente tratado esse processo resultará em uma lesão

avançada e complicada. As possíveis causas da disfunção endotelial que levam á aterosclerose incluem a elevação da lipoproteína de baixa densidade, dos radicais livres gerados pelo uso do

fumo, da hipertensão, diabetes, alterações genéticas, infecção por microorganismos, como vírus do Herpes simplex e chlamydia pnumoniae, e a combinação desses e outros fatores.

REVISÃO DE LITERATURA

ROSS (1999)

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REVISÃO DE LITERATURA

ATEROSCLEROSE

Tipo de arteriosclerose, caracterizada pelo espessamento das artérias, devido à formação de placas de ateroma (ateromatosas) na parede internadas artérias

ARTERIOESCLEROSE

Doença caracterizada pelo espessamento, perda da elasticidade, endurecimento das artérias.

ATEROMA

Placa fibro-gordurosa que se desenvolve na camada intíma (conjuntivo) dasartérias, formada por colesterol e ésteres de colesterol, macrófagos, fibroblastose colágeno, além do espessamento do músculo liso.

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ATEROSCLEROSE

REVISÃO DE LITERATURA

A lesão avançada é denominada de ateroma, formada por elevado número de placas focais íntimas com um centro necrótico contendo

células lisadas, cristais de colesterol, células musculares lisas, Macrófagos e linfócitos T.

A presença do ateroma deixa o paciente propenso à tromboses porqueA área associada a ele serve para aumentar a agregação plaquetária

E a formação de trombos.

RIBEIRO (2006)

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Vários são os fatores responsáveis pelo infarto do miocárdio. AlgunsSão passíveis de controle, outros não. Sabemos que a incidência

Aumenta com a idade, principalmente depois dos 50 anos.

- Homens mais susceptíveis que as mulheres- Homens (50 anos) tem 5 vezes mais chances que a mulher da mesma idade- Acredita-se que o estrógeno tem efeito “protetor”- Após os 50 anos a incidência de IM aumenta consideravelmente nas mulheres

REVISÃO DE LITERATURA

DE STEFANO (1993)

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REVISÃO DE LITERATURA

COLESTEROL

São conhecidos três tipos: o de baixa densidade (LDL) o de baixa densidade (VLDL)

o de alta densidade (HDL)

Muitas vezes pessoas que tem o colesterol alto por causa de doençashereditárias (hipercolesterolemia familiar), que fazem com que o corpo

não consiga produzir as enzimas necessárias para “dissolver” a gordura.São os casos de pessoas bem jovens que sofrem infarto.

STEVENS et al (1996)

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REVISÃO DE LITERATURA

VASOS SANGUÍNEOS

Devem ser lisosPermitir a livre circulação de sangue do coração para o corpo

FATORES DE RISCO

-Placas de gorduras no interior das artérias-Dificuldade da passagem de sangue para os deferentes órgãos

ATEROSCLEROSE

-Doença das artérias-Desenvolve-se lenta progressiva e silenciosamente-Coronárias, carótidas, renais, ilíacas, femorais e outras

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REVISÃO DE LITERATURA

DOENÇA PERIODONTAL x INFARTO DO MIOCÁRIDO

Em pacientes idosos, as alterações arterioscleróticas caracterizadas pelo espessamento da camada íntima, estreitamento do lume, espessamento

da camada média e adventícia, com ou sem calcificação, são comuns nos vasos da maxila e mandíbula, bem como em áreas de inflamação periodontal

A doença periodontal e a arteriosclerose aumentam com a idade e sugere-seque a deficiência circulatória induzida por alterações vasculares pode aumentar a

suscetibilidade do paciente à doença periodontal. Existem evidências atuaissugerindo que indivíduos com doença periodontal podem apresentar maior risco para doenças

cardíacas resultante de infecções periodontais crônicas eInflamação.

CARRANZA;NEWMAN;TAKEI (2002)

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Mecanismos que podem ligar a doença da artéria coronariana com a doença periodontal

REVISÃO DE LITERATURA

- Trombo bacteriano- Agregação plaquetária

O estudo sobre a relação entre a doença cardiovascular, doença periodontal e mediadores de células inflamatórias, incluindo a proteína C- reativa, teve como conclusão que a doença

periodontal induz a proteína C-reativa e possivelmente outros mediadores inflamatórios, os quais são conhecidos por serem fatores de risco independentes para cardiopatia.

GENCO E ZAMBOM(1998)

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Uma infecção crônica pode levar ao processo de formação da placa aterogênica por duas diferentes maneiras: através da invasão direta de bactérias pelas paredes da artéria ou pela liberação de mediadores Inflamatórios sistêmicos. Com efeitos aterogênicos em resposta á

Infecção.

REVISÃO DE LITERATURA

GREERTS et al (2004)

As bactérias como Streptococcus sanguis e Porphyromonas gengivalis, podem se comportar como patogênicas oportunistas e induzir a agregação plaquetária e posterior

formação de trombos nas placas de ateromas, podendo ter como conseqüência a oclusão da artéria coronária e sinais de infarto do miocárdio

HERZBERG E MEYER (1998)

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REVISÃO DE LITERATURA

A elevação da proteína C- reativa tem sido associada positivamente com o infarto do miocárdio e morte súbita por problemas relacionados ao coração. Fato que qualifica a

proteína C- reativa, substância encontrada em altos níveis em indivíduos com doenças periodontais bem como com grandes contagens de patógenos periodontais , como um

fator de risco independente para doenças coronarianas e do coração.

GARCIA FILHO et al (2003)

Considera que uma infecção bacteriana oral crônica pode aumentar o nível de fibrinogênio do plasma e o número de células brancas, que estão relacionadas

com o aumento do risco de doença coronariana.

KWEIDER et al (1993)

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METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento literário revendo teoricamente a relação dadoença periodontal com o infarto do miocárdio, discutindo as causas desta relação.

Esta busca constituiu na pesquisa on-line em bases de dados nacionais eInternacionais, literatura clássica, e periódicos especializados.

Foram incluídos textos em inglês, português. Demais idiomas foram excluídos da busca

A revisão teórica optou pelo período de busca de 1972 até 2006.

Os dados literários obtidos foram discutidos, apresentando-se uma leitura e

Análise crítica por parte do pesquisador no que tange a relação das doenças.

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RESULTADOS E DUSCUSSÃO

Infarto do miocárdio é a principal causa de norte nos Estados Unidos. Cerca de 1,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos sofrem um infarto do miocárdio anualmente

e um terço delas morre. Pelo menos 250.000 pessoas morrem por ano de ataque cardíaco antes de chegar ao hospital.

ROBBINS E CONTRAN (2005)

No Brasil a morbi - mortalidade por doença cardiovascular são responsáveis Atualmente por 1/3 das mortes no país

MITRE (1993)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O aumento de bactérias periodontais no interior do epitélio juncional pode resultar na penetração das bactérias e seus produtos nos tecidos gengivais, provocando uma resposta

inflamatória com produção de mediadores inflamatórios, múltiplas respostas de defesa e aumento do número de células sanguíneas brancas, entre outras reações.

RIBEIRO (2006)

As doenças periodontais são infecções crônicas associadas com microorganismos anaeróbios que resultam em aprofundamento patológico do

sulco gengival pela migração apical do epitélio juncional, destruição do ligamento periodontal e osso alveolar pelos produtos tóxicos que são liberados na área subgengival pelos periopatógenos específicos, como também pela resposta inflamatória desencadeada

pela presença de microorganismos.

ALLENSPACH-PERZILKA; GUGGENHEIM (1983); CONNER et al (1967); RIBEIRO (2006)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A doença periodontal e a arteriosclerose aumentam com a idade e sugere que a deficiência circulatória induzida por alterações vasculares pode aumentar a suscetibilidade do

paciente a doença periodontal. Contrariamente, existem evidências atuais sugerindo que indivíduos com doença periodontal podem apresentar maior risco para doenças cardíacas resultante

de infecções periodontais crônicas e inflamação.

CARRANZA; NEWMAN;TAKEI (2002)

O infarto do miocárdio está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, isto é, interrupção do fluxo sanguíneo pra uma determinada área, devido a obstrução

completa ou parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação

ARAUJO; ARAUJO (2006)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A doença periodontal, uma vez estabelecida, proporciona uma carga biológicade endotoxinas e citocinas inflamatórias que servem para iniciar e exacerbar a

aterogênese e eventos tromboembólicos.

BECK et al (1999)

A maior gravidade da doença periodontal nos pacientes cardiopatas sugere quefatores sistêmicos podem estar envolvidos de forma simultânea na origem das

duas doenças

A doença periodontal e a doença cardiovascular possuem um caráter etiológicomultifatorial, podendo indicar ou não uma relação de causa e efeito devido a

superposição de muitos fatores de risco em comum.

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CONCLUSÃO

Da análise dos resultados e discussão pode-se concluir que:

- A condição da saúde bucal, especialmente a doença periodontal, pode ser um fator de risco para doenças cardiovasculares

-A gravidade da doença periodontal nos pacientes cardiopatas sugere quefatores sistêmicos podem estar envolvidos de forma simultânea na origem dasduas doenças, como diabetes

-Os homens têm mais chances de sofrer de infarto do miocárdio, sendo que as Mulheres quando chegam na menopausa essa relação diminui consideravelmente

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"Cada um tem a idade do seu coração, da sua experiência e da sua fé."(George Sand)