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08/11/2015 1 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES” Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem Assistência de Enfermagem em Pediatria A infância Prof. Raquel Peverari de Campos FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES” Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem Assistência de Enfermagem em Pediatria Prof. Raquel Peverari de Campos Criança indesejável Fardo para a família O infanticídio (matar os filhos ) era comum em muitas culturas antigas tais como na Grécia, Roma, Índia , China , Coreia e Japão.

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Page 1: Assistência de Enfermagem em Pediatria A infância 17... · Luzes (XVIII), com o Iluminismo. Até o século XVI, as crianças eram vistas como “adultos em ... Luís XIV bebê com

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”

Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem

Assistência de Enfermagem em Pediatria

A infância

Prof. Raquel Peverari de Campos

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”

Habilitação Profissional de Técnico em Enfermagem

Assistência de Enfermagem em Pediatria

Prof. Raquel Peverari de Campos

�Criança indesejável

�Fardo para a família

O infanticídio (matar os filhos ) era comum em muitas culturas antigas tais como na Grécia,

Roma, Índia , China , Coreia e Japão.

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�A concepção de infância, até então, baseava-se no abandono, pobreza, favor e caridade, desta forma era oferecido atendimento precário as crianças; havia ainda grande número de mortalidade infantil, devido ao grande risco de morte pós-natal e às péssimas condições de saúde e higiene da população em geral, e das crianças em particular.

�Em decorrência destas condições, uma criança morta era substituída por outros e sucessivos nascimentos, pois ainda não havia, o sentimento de cuidado, pois as famílias, naquela época, entendiam que a criança que morresse não faria falta e qualquer outra poderia ocupar o seu lugar.

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Infância como construção social

O termo infância, tal qual o compreendemos nos dias de hoje, surge no Renascimento (séc. XV) e consolida-se no Século das Luzes (XVIII), com o Iluminismo.

Até o século XVI, as crianças eram vistas como “adultos em miniatura”, não há um espaço separado para o “mundo adulto” e o “mundo infantil”..

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Carlos II da Espanha

No século XVII, somente crianças

nobres tinham tratamento

diferenciado e recebiam educação

formal.

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A partir do século XVII, na França, a criança passa a ser associada à fragilidade, dependência e inocência.

Emerge um “sentimento de infância” e o governo dos infantis, ou seja, impedir a morte e promover a vida.

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Luís XIV bebê com as mãe, Ana da Áustria e quando assume a coroa e torna-se rei da França, aos 13 anos

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Nobreza, crianças eram deixadas aos cuidados das amas.

mucama em Salvador, em 1870

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Só a partir do século XVIII as mães passam a ser vistas como “cuidadoras” dos filhos, surge a noção de “amor materno”.

As amas de leite são substituídas pelas mães no cuidado das crianças, e as primeiras acusadas de promulgar os maus-hábitos e falta de saúde nas crianças.

A noção de higiene e cuidados com as crianças passa ser central.

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Surgem as primeiras instituições destinadas ao atendimento específico para crianças pequenas, destinados, inicialmente, para o cuidado e a assistência às crianças órfãs, filhas da guerra ou do abandono produzido pela pobreza, miséria e movimentos migratórios.

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Datam estas primeiras instituições de “Educação Infantil” a primeira metade do século XIX em vários países da Europa, e no Brasil, a partir da década de 1870.

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Alguns séculos se passaram, comportamentos e pensamentos se modificaram e um novo olhar foi lançado para as crianças.

Essas alterações se expressaram na Declaração dos Direitos da Criança em 1924, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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DIREITOS DA CRIANÇA

Os direitos da criança foram declarados na Assembléia Geral das

Nações Unidas, em Genebra (1924) e reconhecidos na

Declaração Universal dos Direitos Humanos em 20 de Novembro de 1959.

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Direitos da Criança Hospitalizada

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou os Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados, que foi apresentado e aprovado por unanimidade na 27ª Assembléia Ordinária do CONANDA - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, transformando-se na Resolução de número 41 de 17 de outubro de 1995.

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1. Direito à proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação;

2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa;

3. Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento de sua enfermidade;

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4. Direito de ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas;

5. Direito a não ser separado de sua mãe ao nascer;

6. Direito a receber aleitamento materno sem restrições;

7. Direito a não sentir dor, quando existem meios para evitá-la;

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8. Direito a ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos a serem utilizados, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico, quando se fizer necessário;

9. Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar;

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10. Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente do seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetido;

11. Direito a receber apoio espiritual e religioso conforme prática de sua família;

12. Direito a não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver discernimento para tal;

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13. Direito a receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para sua cura, reabilitação e ou prevenção secundária e terciária;

14. Direito a proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus tratos;

15. Direito ao respeito a sua integridade física, psíquica e moral;

16. Direito a prevenção de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e objetos pessoais;

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17. Direito a não ser utilizado pelos meios de comunicação, sem a expressa vontade de seus pais ou responsáveis, ou a sua própria vontade, resguardando-se a ética;

18. Direito a confidência dos seus dados clínicos, bem como direito a tomar conhecimento dos mesmos, arquivados na instituição, pelo prazo estipulado por lei;

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19. Direito a ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente;

20. Direito a ter uma morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis.

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PAPEL DA EQUIPE DE EFERMAGEM PEDIÁTRICA

O estabelecimento de um relacionamento terapêutico é o fundamento essencial para o provimento de um cuidado de enfermagem de qualidade.

A equipe de enfermagem precisa estar significativamente relacionada às crianças e seus familiares e ainda separar-se suficientemente para distinguir seus próprios sentimentos e necessidades.

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