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----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------ ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 26 DE MAIO DE 2009. ---------------------------------- ---------------------------- ACTA NÚMERO SETENTA E OITO ------------------------- ----- No dia 26 de Maio de 2009, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Paula Maria Von Hafe Teixeira da Cruz, coadjuvada pelos Excelentíssimos Senhores Eng.º Jorge Manuel Mendes Antas e Nelson Pinto Antunes, respectivamente Primeiro e Segundo Secretários. -------------- ----- Assinaram a “lista de presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Afonso Miguel Silveira Machado Pereira Costa, Alberto Francisco Bento, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Belo Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, António Manuel, António Manuel de Sousa Ferreira Pereira, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes Silva, Carlos Manuel de Melo Barroso, Carlos Manuel Marques da Silva, Deolinda Carvalho Machado, Domingos Alves Pires, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fausto Jorge Gonçalves Teixeira dos Santos, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Francisco José da Silva Oliveira, Heitor Nuno Patrício de Sousa e Castro, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Ismael do Nascimento Fonseca, João Carlos Durão Lopes Saraiva, João Carlos Santos Pessoa e Costa, João Manuel Costa Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Miguel Narciso Candeias Mesquita Gonçalves, João Nuno Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim António Canelhas Granadeiro, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, Jorge Manuel da Rocha Ferreira, José das Neves Godinho, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Luís Português Borges da Silva, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Cal Gonçalves, José Manuel Rosa do Egipto, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, José Rui Roque, Lídia Marta Canha Fernandes, Luís Ângelo da Silva Campos, Luís Baltazar Brito da Silva Correia, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Manuel Fernando Dias de Almeida, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Marcelino António Figueiredo, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa Rodrigues Neves Vicente Mendes, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Marta Sofia Caetano Lopes Rebelo, Nelson Miguel Rodrigues Coelho, Nuno Roque, Paulo José da Silva Quaresma, Pedro Alexandre Valente de Assunção, Pedro Manuel Portugal Natário Botelho Gaspar,

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Page 1: ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA … · ----- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA----- ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO

----------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------ ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 26 DE MAIO DE 2009. ---------------------------------- ---------------------------- ACTA NÚMERO SETENTA E OITO ------------------------- ----- No dia 26 de Maio de 2009, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Paula Maria Von Hafe Teixeira da Cruz, coadjuvada pelos Excelentíssimos Senhores Eng.º Jorge Manuel Mendes Antas e Nelson Pinto Antunes, respectivamente Primeiro e Segundo Secretários. -------------- ----- Assinaram a “lista de presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Afonso Miguel Silveira Machado Pereira Costa, Alberto Francisco Bento, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Belo Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, António Manuel, António Manuel de Sousa Ferreira Pereira, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes Silva, Carlos Manuel de Melo Barroso, Carlos Manuel Marques da Silva, Deolinda Carvalho Machado, Domingos Alves Pires, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fausto Jorge Gonçalves Teixeira dos Santos, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Francisco José da Silva Oliveira, Heitor Nuno Patrício de Sousa e Castro, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Ismael do Nascimento Fonseca, João Carlos Durão Lopes Saraiva, João Carlos Santos Pessoa e Costa, João Manuel Costa Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Miguel Narciso Candeias Mesquita Gonçalves, João Nuno Vaissier Neves Ferro, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim António Canelhas Granadeiro, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, Jorge Manuel da Rocha Ferreira, José das Neves Godinho, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Luís Português Borges da Silva, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Cal Gonçalves, José Manuel Rosa do Egipto, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, José Rui Roque, Lídia Marta Canha Fernandes, Luís Ângelo da Silva Campos, Luís Baltazar Brito da Silva Correia, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Manuel Fernando Dias de Almeida, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Marcelino António Figueiredo, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa Rodrigues Neves Vicente Mendes, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Marta Sofia Caetano Lopes Rebelo, Nelson Miguel Rodrigues Coelho, Nuno Roque, Paulo José da Silva Quaresma, Pedro Alexandre Valente de Assunção, Pedro Manuel Portugal Natário Botelho Gaspar,

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Ver pág.ª 23/24 'Recomendação Número Quatro'
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Pedro Manuel Tenreiro Biscaia Pereira, Pedro Pinto de Jesus, Rodrigo Jorge de Moctezuma Seabra Pinto Leite, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rogério da Silva e Sousa, Rogério Gomes dos Santos, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui António Francisco Coelho, Rui José Silva Marques, Rui Manuel Pessanha da Silva, Timóteo Rodrigues Macedo, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado, Vasco Jorge Valdez Ferreira Matias, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves, Vítor Manuel Alves Agostinho, João Martins Vieira, António da Conceição Tavares, Pedro Gamito Cruz dos Santos, José Luís Morales De Los Rios Coelho, Luís Manuel Inês Cavaco, Maria João Bernardino Correia, João Capelo, Feliciano Marques Martins da Cruz David, Cecília da Conceição Simões Sales, João Pedro Gonçalves Pereira, Sílvia Maria ferreira Sepúlveda, Fernando Catarino Narciso, José Guilherme Figueiredo Nobre Gusmão. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------- ----- Fernando Pereira Duarte, João Augusto Martins Taveira, João Miguel Martins Ferreira, José Joaquim Vieira Pires, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira. ------------ ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciado e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais: --------- ----- Saldanha Serra (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal António Tavares. --------------------------------------------------------------------- ----- Jorge Penedo (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Martins Vieira. ------------------------------------------------------------------------------ ----- António Preto (PSD), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Fernando Catarino Duarte. ---------------------------------------------------------- ----- Maria de Belém Roseira (PS), por um dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Luís Coelho. -------------------------------------------------------------------------- ----- Ana Lamy Barreiros (PS), por um dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Maria João Correia. ------------------------------------------------------------------ ----- Hugo Lobo (PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Luís Manuel Inês Cavaco. ----------------------------------------------------------------------- ----- Sérgio Cintra, Sousa Nascimento, João Pinheiro, Maria João Faria, Nuno Pintão, André Garcia, Maria da Piedade Mestre, Patrícia Mourão, Maria Teresa Val de Matos, Maria Vitória de Melo, Carlos Poiares, Branca das Neves, Inês Drumond, Fátima Fonseca, Anabela Valente Pires, Fernando Gameiro, Pedro Lopes, América Coelho, Carlos Machado, António Amaral da Silva, Carlos Faria, Maria de Fátima Dias, Margarida Mota, Alexandra Bandeira, Margarida Velho, Carlos Castro, Maria Teresa Pires, José Oliveira Costa, Januário Costa, Diogo Leão, Alfredo Alves, Filipe Costa, Guilherme de Oliveira Martins, Carolina Tito de Morais, António Rebelo, Joaquim Capucho, Emílio Rincon Peres, Odete Ferrajota, Manuel Poças, Manuel Jeffree, Mário Paiva, João Valente Pires, Fátima Cavaco, Luís Novaes Tito, Pedro Costa, Teresa Estrela, Eurico Dias, António Rêgo, Deolinda Santos, Alberto Seguro Dias, António Lopes, Maria Antonina, David Amado, Alexandre Mateus, Anabela Pilar, Bruno Inglês, Pereira da Costa, Catarina Martins, Alberto Pereira, Rute Florêncio,

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Osvaldo Sousa, Fernando Gonçalves, Ena Bonfim, Lurdes Menor, Artur Oliveira, Luís Silva, Susana Martins, Vítor Formiga, todos Deputados Municipais suplentes do PS, pediram a suspensão do mandato por um dia. (26 de Maio de 2009). ----------------- ----- João Bau (BE), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal José Guilherme Gusmão. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Telmo Correia (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Pedro Gonçalves Pereira. ----------------------------------------------------- ----- Carlos Andrade, Deputado Municipal suplente do CDS-PP, por um dia (26 de Maio de 2009). ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ----------------------------------------------- ----- Maria Idalina Flora (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, por Pedro Gamito Cruz Santos. -------------------------------------------------------- ----- Joaquim Vieira Pires (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Engrácia, não tendo sido substituído. ---------------------------------------------------------------------- ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por João Capelo. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Justificaram faltas os seguintes Deputados Municipais: ------------------------------- ----- António Preto (PSD), relativamente à reunião realizada no dia 19 de Maio. ------- ----- Ana Bravo de Campos (PSD), relativamente à reunião realizada no dia 19 de Maio. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Jorge Ferreira (PCP), relativamente à reunião realizada no dia 19 de Maio. -------- ----- Às 17 horas, constatada a existência de quorum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião, entrando-se, de imediato, no período destinado à intervenção do público. --------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------ INTERVENÇÃO DO PÚBLICO ------------------------------ ----- O Sr. Eurico Vasco Pinho dos Anjos Póvoa, morador na Rua Flor da Serra – Bairro do Calhau, n.º 29 - r/chão esqº, Lisboa, disse que lhe foi atribuída uma casa na Ameixoeira, estivera lá a viver dez anos, depois pedira um desdobramento, apresentara documentos que provavam que se encontrava com problemas graves de saúde e a sua esposa também, esperara seis anos, foi mudado para diversos lados até ser instalado no Bairro do Calhau, junto ao Parque de Monsanto, mas aí não tinha nada: não tinha uma mercearia, não tinha uma farmácia, os autocarros passavam de hora a hora, estava desviado dos seus médicos, etc. ----------------------------------------- ----- Portanto, pedia que olhassem para a sua situação porque não tinha meios, foi fazendo, a expensas suas, algumas coisas em casa para a ir melhorando, inclusive tinha problemas com os esgotos e como tinha problemas nos pulmões não podia estar a respirar aquilo. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Referiu, ainda, que tinha diversos documentos que podiam testemunhar a sua situação, e acrescentou que disse à responsável pelo Gabinete da Ameixoeira que tinha que resolver o seu problema porque senão poderia ir a diversos lados, inclusive podia tentar ir à televisão, e a resposta dela foi que a televisão ainda se ficava a rir de si. Isso não era aceitável porque não é uma pessoa com saúde, não tem possibilidades

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de comprar nada no Bairro do Calhau, tinha que se transportar para fora do bairro para tudo isso, e já não podia. ------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse ao munícipe que a Assembleia Municipal não era competente na matéria que acabara de expor, mas iria sobre ela solicitar informação ao Executivo. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Sra. D. Liliana Alexandra Fernandes Teixeira, moradora no lote 45 - 1º, Bairro da Boavista, 1500-535 Lisboa, disse que vinha chamar a atenção da Sra. Dra. Ana Sara Brito, Vereadora da Habitação, para uma situação já ali apresentada por si, em função da qual a Sra. Vereadora mandara duas assessoras para falarem consigo a fim de lhe resolverem o problema. Mas a verdade é que foi só fogo de vista, porque falaram ali consigo, disseram-lhe que lhe iam resolver a situação e até hoje ninguém fizera nada porque a resposta foi o indeferimento. ------------------------------------------- ----- Recordou que o que pediu foi um desdobramento no Bairro da Boavista, porque vive numa casa com três quartos, dorme num quarto com um filho de sete anos, a sua mãe, com 55 anos, dorme com o seu irmão de 13 anos, e o seu pai encontra-se acamado com um cancro na bexiga, uma doença prolongada em que usa argália e fraldas, o seu filho fazia imensas perguntas ao avô que chorava quando lhe respondia, era uma tristeza lá em casa. ---------------------------------------------------------------------- ----- Portanto o pedido foi indeferido, metera um recurso que ontem mesmo lhe chegara também indeferido, isto depois do Sr. Sérgio Cintra, numa visita que fizera ao bairro juntamente com outros membros da GEBALIS, depois de ouvir a explicação que a sua mãe lhe dera, ter dito, com as lágrimas nos olhos, que realmente era uma situação indigna. Nem sequer quisera ir a casa ver, disse que acreditava e que ia procurar resolver a situação. --------------------------------------------------------------------- ----- Mas depois desse Senhor, que fazia parte da equipa da Sra. Vereadora, dizer que era uma situação grave, a verdade é que ontem recebera uma carta a comunicar o indeferimento do recurso. Isso não era justo e alguém teria que fazer alguma coisa, porque queria apenas uma casa com quatro paredes e um tecto para viver com o seu filho. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse, ainda, que foram dadas imensas casas no Bairro da Boavista. Por exemplo uma senhora que vivia com uma filha menor, tinha dois filhos a quem foram dadas duas casas nos melhores bairros sociais camarários, um ao pé do British Hospital e outro em Queluz, eram ambos solteiros e tinham casas T2. O cunhado dessa senhora tem uma casa no Calhariz e a mulher tem uma casa no Bairro da Boavista. Isso era indecente, mas ninguém ligava a isso. --------------------------------------------------------- ----- Concluiu dizendo que o seu pai daqui a um mês ia amputar uma perna, e perguntava se achavam justo que o seu filho estivesse a viver esta situação. Com certeza que não achavam! Aliás, o seu filho que foi sempre muito bom na escola tem vindo a descer no aproveitamento. ------------------------------------------------------------- ----- A Sra. D. Célia da Natividade Carapichoso, moradora na Rua Leite Vasconcelos, 84 - 4º Frente, 1170-200 Lisboa, disse que viveu ao pé do Castelo, de onde tivera que sair porque venderam o prédio, e por isso andava a lutar há muitos anos para que lhe dessem uma habitação. -----------------------------------------------------

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----- Disse que é uma pessoa deficiente, uma pessoa transplantada renal, agora vivia na Graça, tem consultas no Hospital Curry Cabral, tivera um princípio de rejeição e é diabética.-------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Andava há muito a lutar por uma casa, por isso a única coisa que pedia era que olhassem pelo seu problema, porque vive sozinha e já ia fazer 60 anos. ------------------ ----- Referiu que para sair deram-lhe 15.000 euros. O seu mal foi ter assinado o papel, não devia tê-lo assinado. Ainda procurara que lhe dessem casa, mas eles disseram-lhe que ou saía ou a punham na rua. Se então soubesse o que sabe hoje, nem que fosse com os caixotes para a rua não aceitava. ------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente pediu à munícipe que deixasse o seu dossier. --------------- ----- O Sr. Guilherme Vieira da Rocha, morador na Rua Octávio Pato, lote 14 – 4º D, 1750-375 Lisboa, disse que a razão desta sua intervenção na Assembleia era expor o seu descontentamento, e ao mesmo tempo chamar a atenção para a burocracia que existia na Câmara Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------- ----- Referiu então que apresentara dois requerimentos em datas diferentes, um no dia 23 e outro no dia 24 de Abril, o primeiro reportava à emissão de uma certidão para ser entregue, no prazo de dez dias úteis, no tribunal criminal, prazo esse já ultrapassado, e o segundo para consulta do processo com possibilidade de tirar cópias dos documentos que entendesse necessários. ------------------------------------------------------ ----- Disse que nos contactos que fizera junto da Câmara, nomeadamente no Serviço de Atendimento ao Munícipe, em 19 e 25 de Maio, a informação dos serviços foi que os requerimentos se encontravam na Directora dos respectivos Departamentos para despacho, pelo que a pergunta que fazia era quanto tempo mais pretendia a Câmara Municipal de Lisboa para dar despacho a esses requerimentos, não penalizando o munícipe nos seus direitos legais e constitucionais para fazer ver aos tribunais a sua inocência nos processos que lá tinha pendentes. ---------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente pediu ao munícipe que deixasse à Mesa a documentação possível. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Sra. D. Lisandra Patrícia Carreira Esteves, moradora na Rua Manuel Lopes, Lote 5 – 5º A, 1750-018 Lisboa, disse que no dia 24 Março passado expusera a sua situação habitacional na Assembleia, e não tendo até à presente data recebido qualquer resposta, quer da Presidência da Câmara, quer dos Serviços de Habitação Social, mais uma vez vinha pedir a colaboração de quem de direito para a resolução do seu problema. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que pediriam a informação solicitada ao Executivo. ----- O Sr. Manuel André Ribeiro, morador no Largo do Chiado, 5 - 3º dtº, 1100 Lisboa, disse, dirigindo-se ao Sr. Vereador Manuel Salgado, que no dia 20 de Janeiro interviera na Assembleia Municipal e entregara na Mesa cópia de um pedido que tinha feito em 9 de Dezembro de 2008, para rever o processo da sua casa, e isso ainda não foi concedido. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que tinha um problema há oito meses com um andaime clandestino pelo qual subiam os sem-abrigo, a sua mulher durante a noite já não descansava, já foi a

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duas consultas de psicologia, e perguntava de quem seria a responsabilidade se ela apanha-se um esgotamento. E o andaime continuava lá, ilegal! ---------------------------- ----- Referiu que o Sr. Vereador, nessa altura, pedira o processo para o seu Gabinete, tivera-o lá um mês para o senhorio ganhar tempo, e depois mandara-o para o Gabinete do Sr. Jorge Catarino onde estivera mais dois meses, e o andaime sem licença. O Sr. Vereador deveria ter referido na carta que lhe enviara, qual o despacho que dera relativamente a esse andaime clandestino que estava no Largo do Chiado. -------------- ----- Sobre a vistoria que o Sr. Vereador referia na carta que se fizera em 2008, disse que se tivesse reparado ela foi marcada para o dia 10 e foi feita no dia 11, mas foi uma vistoria na escada, ainda por cima era de lamentar que sendo o prédio de quatro andares nela se referisse o quinto andar e águas furtadas, mais um pouco referiam um arranha-céus no Largo do Chiado. -------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, no ponto três referia-se que os representantes da firma foram a uma reunião com a Baixa-Chiado, o que era de lamentar porque os inquilinos eram notificados e os proprietários iam reuniões. --------------------------------------------------- ----- Quanto à vistoria, disse que foi ele que a pediu, porque o Sr. Vereador foi para a televisão dizer que num mês faziam seis vistorias, a sua demorara sete meses a fazer e depois mais quatro meses para fazer o relatório. --------------------------------------------- ----- A concluir, disse que no ponto oito da carta do Sr. Vereador referia-se que o andaime era para ir limpar os algerozes devido aos pombos, só que o andaime foi montado em Outubro e a limpeza foi feita em Setembro. E enganaram-se na montagem do andaime, porque o prédio só tinha uma água e montaram-no de um lado quando os algerozes estavam do outro. -------------------------------------------------------- ----- A Sra. D. Ana Isabel Lopes Pires, moradora na Rua Almirante Barroso, 3 – Lisboa, falando na qualidade de dirigente do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, e em representação dos trabalhadores da EMEL, hoje em greve como já foi noticiado, disse que os motivos para essa greve eram claros e conhecidos. - ----- Apresentaram uma proposta de acordo de empresa em 2005, e até hoje, devido às sucessivas administrações que a EMEL tem tido, o processo tem-se arrastado. --------- ----- Disse que a última administração, que estava em funções há quatro meses, depois de ter recebido o Sindicato e de ter demonstrado à partida muito boa vontade para a negociação, semana após semana vinha afastando o processo, e veio agora alegar – o que para o Sindicato era uma clara manobra de diversão – que tinha que contactar outros sindicatos para saber a sua opinião, sindicatos esses que nunca demonstraram qualquer tipo de interesse, nem no acordo de empresa nem nos problemas dos trabalhadores. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nesse sentido, o mandato que os trabalhadores lhes tinham dado era claro: ou voltavam à mesa das negociações e concluíam de uma vez por todas o acordo de empresa, antes de chegar as Eleições Autárquicas porque depois dessas eleições o argumento seria que não tinham capacidade para se responsabilizar porque não sabiam quem vinha depois, ou convocavam esta greve. ------------------------------------- ----- Referiu que no grosso dos trabalhadores que faziam parte do núcleo da fiscalização, tiveram uma adesão de mais de 90%, portanto a Cidade de Lisboa, hoje,

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não tivera uma fiscalização efectiva, o que significava que os trabalhadores estavam com o Sindicato nesta luta e que estariam ali para resistir até conseguirem as suas reivindicações. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que o facto de não terem acordo de empresa, não terem a regulação das suas condições de trabalho, era tão grave quanto esses trabalhadores não terem categoria profissional: não tinham definição de funções, nada estava regulado e sofriam constantes ameaças com a desregulamentação dos horários de trabalho. ------- ----- Portanto, após terem contactado a Câmara várias vezes e nunca terem sido recebidos, inclusive o último contacto que tiveram foi directamente para o Dr. António Costa e não obtiveram qualquer tipo de resposta, esta greve era muito no sentido de trazer para a praça pública e fazer a denúncia pública de todos os abusos a que esses trabalhadores estavam sujeitos. ----------------------------------------------------- ----- Mas para além do acordo de empresa outras questões que lhes eram muito caras e que também teriam que ter a atenção da Câmara Municipal de Lisboa, como entidade que tutelava a EMEL, eram as questões da segurança e higiene no trabalho, pois não se admitia que os trabalhadores dos bloqueadores estivessem nas condições em que estavam no parque de rebocados de Sete Rios, onde passavam ratazanas, havia pombos mortos e havia dejectos, porque essas condições não eram dignas para ninguém. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Várias denúncias foram feitas à ACT, que não agira, foram feitos pedidos de ajuda à Câmara, que também não agira, e continuavam desta forma impune a manter os trabalhadores nessas condições. ------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, desde o princípio do corrente ano os trabalhadores têm sofrido mais agressões que o costume. Infelizmente, para além das agressões verbais, desde o princípio do ano tiveram sete ou oito agressões físicas graves, designadamente traumatismos cranianos, maxilares partidos. Estavam a falar de trabalhadores que eram agredidos a murro e a pontapé, estavam a falar de tiros de pressão de ar nas carrinhas, estavam a falar de agressões graves e nem a EMEL nem a Câmara se têm querido responsabilizar pela segurança desses trabalhadores. Por isso questionava até onde teriam que ir? Teria que um trabalhador morrer no decorrer de uma dessas agressões? ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Referiu que esta interpelação junto da Assembleia Municipal vinha no sentido de solicitar que se fizesse pressão sobre a Administração da EMEL para que retornasse à mesa das negociações, para concluir o acordo de empresa e para que de uma vez por todas resolvesse esses problemas graves que assolavam os trabalhadores. --------------- ----- A propósito de uma intervenção que ali ouvira sobre as dívidas das empresas municipais, disse que para o Sindicato era muito estranho quando lhes diziam que ainda não houve avaliações este ano, que ainda não se pudera resolver o desbloquear dos escalões dos trabalhadores, mas depois se convocava um encontro de quadros técnicos para um fim-de-semana num hotel de Sesimbra, um SPA, por ocasião do 15º aniversário da EMEL, que por acaso, estranhamente, até era em Outubro. ---------------

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----- Por fim, disse que deixava estas reflexões e fazia um pedido forte à Assembleia Municipal para que interviesse no sentido da resolução dos problemas dos trabalhadores da EMEL. ------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que a Mesa iria levar a questão à Conferência de Representantes e naturalmente inteirar-se da situação em que se encontrava esse processo. Portanto, tinham a garantia da Assembleia de que o seguiriam. ---------------- ----- A Sra. D. Maria Helena Rodrigues Pina, moradora na Rua Frei Manuel do Cenáculo, torre 1-10 Frente, 1170-150 Lisboa, disse que a sua intervenção era para expor a situação das torres do Alto da Eira, cujas condições de habitabilidade estavam muito degradadas. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Desde logo, os elevadores já estiveram dois meses sem funcionar, os edifícios tinham onze andares, havia vizinhos já com uma certa idade, inclusive alguns que já amputaram pernas, e por via disso ficavam impedidos de sair de casa. ------------------- ----- No dia 1 de Abril, a Sra. Vereadora Ana Sara Brito referira que antes de fazer qualquer intervenção naqueles edifícios tinha que saber o resultado de um estudo que foi pedido ao LNEC, mas os moradores há vários anos que se debatiam com a situação de não saber se aquelas torres eram para demolir ou não. Havia quem dissesse que sim, havia quem dissesse que não, mas era um facto que os edifícios tinham 33 anos e nunca sofreram quaisquer obras de conservação no interior. Só uma vez tiveram obras no exterior por causa do isolamento, mas também isso não funcionara porque em diversas casas chovia lá dentro. -------------------------------------- ----- Entregou na Mesa um abaixo-assinado dos moradores. ------------------------------- ----- O Sr. Custódio Neiva Antunes, morador na Rua Amadeu Sousa Cardoso, 24 - 2º, 1300-066 Lisboa, disse que vinha constatando que se continuava a aplicar herbicidas nas ruas de Lisboa, e com isso, numa cidade como Lisboa que tinha muita gente e onde o ar não se renovava com facilidade, estava-se a cometer, quanto a si, um crime para a saúde pública. Aliás, a questão da aplicação de herbicidas, assim como outros pesticidas, nas cidades e mesmo nos quintais, deveria ser objecto de um regulamento apertado. Essa era uma questão que deveria preocupar todos os órgãos dirigentes da Câmara. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Referindo-se ao barulho depois da meia-noite, disse que numa determinada altura, por volta da uma hora da manhã, havia um barulho enorme no Alto de Santo Amaro, ligara então para a polícia, que aparecera mais de hora e meia depois, e a polícia quando chegara pretendera que ele se levantasse para apresentar a queixa por escrito. Essa legislação teria que ser alterada. Não era suficiente a polícia presenciar o barulho e poder actuar? Era preciso alguém ainda fazer a queixa por escrito? Esta era uma questão que também o preocupava. ------------------------------------------------------- ----- Disse, depois, que para a Rua dos Lusíadas apresentara uma sugestão à Carris no sentido de que o autocarro em vez de passar na antiga Rua da Creche, seguisse o itinerário do autocarro 60 e depois subisse a Rua dos Lusíadas, e a resposta foi que na curva da Câmara não tinha condições, o que não era verdade porque o autocarro 738 fazia essa curva em sentido descendente. Ora, ele devia usar o mesmo itinerário porque na outra parte da Rua dos Lusíadas existiam os correios, a polícia não

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fiscalizava ali o trânsito, os carros estacionavam em segunda fila e então os autocarros esperavam 10 ou 15 minutos, enfim o tempo que fosse necessário até que a pessoa que tinha o carro mal estacionado o tirasse. E não lhe acontecia nada! ------------------- ----- Por outro lado, no Mercado da Boa Hora, constatava-se que alguns comerciantes e também alguns clientes fumavam, sem que alguém interviesse. ------------------------- ----- Referiu que na zona de Santo Amaro, e também por toda a cidade, havia passadeiras sem sinais luminosos e onde já estavam apagadas as marcações, o que deveria ser objecto de uma utilização porque uma grande parte dos condutores não paravam nessas passadeiras. --------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, disse que uma outra questão para a qual queria chamar a atenção da Câmara era que havia bastantes árvores já decrépitas e muito degradadas que deveriam merecer muita atenção, porque se caíam provocavam cataclismos que ficavam caros à cidade e podiam provocar a morte de alguém. ---------------------------- ----- A Senhora Presidente, terminado o período de intervenção do público, deu-o por encerrado declarando aberto o período de Antes da Ordem do Dia ------------------- ------------------------------- ANTES DA ORDEM DO DIA -------------------------------- ----- APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DA ACTA NÚMERO 69. ------------------------- ----- A Senhora Presidente pôs em apreciação a referida acta e como ninguém desejara pronunciar-se sobre o seu conteúdo, submeteu-a à votação, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por unanimidade. ----------------------------------------- ----- Depois, disse que tinham dois Votos de Pesar para votar, o primeiro, apresentado pelo PCP, relativo ao falecimento de Vasco Granja, e o segundo, apresentado pelo PS, relativo ao falecimento de João Bénard da Costa: -------------------------------------------- --------------------------------------- VOTO DE PESAR --------------------------------------- ----- “No passado dia 4 de Maio faleceu Vasco Granja, homem de cultura e combatente pelos ideais da paz, da liberdade e da democracia, que acreditava que uma cultura visual rica podia conduzir a um gosto pelas coisas bem feitas e bem desenhadas, imaginativas e belas. -------------------------------------------------------------- ----- Nascido em Lisboa em 10 de Julho de 1925, cedo abandonou a escola e começou a trabalhar aos 15 anos nos Armazéns do Chiado. ------------------------------------------- ----- Militante do Partido Comunista Português e preso político durante o fascismo, cineclubista, assumiu um papel central na divulgação da banda desenhada e do cinema de animação, tornando-se uma referência para várias gerações, antes e depois do 25 de Abril, que com ele descobriram um cinema de animação, inventivo, original e estimulante, desde as produções dos Estados Unidos da América, Canadá e de países da Europa de Leste. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Demonstrou desde muito jovem o seu interesse pelo cinema, associando-se nos anos 50 ao movimento cineclubista como uma forma de resistência antifascista. Foi nesse contexto que foi pela primeira vez preso pela PIDE, após a exibição do filme “Caminho da Esperança”, exibição que tinha como objectivo angariar fundos para os movimentos de resistência à ditadura. Já nos anos 60 foi novamente preso e torturado pela PIDE, devido à sua ligação ao Partido Comunista Português. Cumpriu mais de dois anos de prisão. -------------------------------------------------------------------------------

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----- Vasco Granja destacou-se também pela sua intervenção editorial, tendo integrado a equipa fundadora da revista francesa de crítica e ensaio de banda desenhada “Phénix”, e tendo dirigido durante muitos anos a revista portuguesa “Tintin”, bem como um conjunto de outras publicações e fanzines dedicadas à banda desenhada. ---- ----- Após o 25 de Abril, Vasco Granja iniciou um programa na televisão denominado “Cinema de Animação” que durou 16 anos e teve mais de 1000 emissões, dando a conhecer o cinema de animação de todo o mundo, tendo ainda em 1975 criado um curso de cinema de animação, a partir do qual viria a nascer a Associação Portuguesa de Cinema de Animação. ------------------------------------------------------------------------ ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 26 de Maio de 2009, delibera: ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- - Prestar homenagem a Vasco Granja e manifestar à sua família o seu pesar pela perda sofrida, guardando um minuto de silêncio em sua memória; -------------------------- ----- - Recomendar ao Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa que diligencie no sentido de homenagear condignamente a sua memória, em conformidade com o que foi aprovado por unanimidade na reunião de Câmara de dia 5 de Maio de 2009; ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- - Recomendar à Câmara Municipal de Lisboa e à Comissão de Toponímia que tenham em conta a justeza do seu nome vir a ser atribuído a uma artéria desta cidade, também em conformidade com o que foi aprovado por unanimidade na reunião de Câmara acima referida.” ------------------------------------------------------------------------- ----- (Subscrito pelo Deputado Municipal Modesto Navarro, do PCP) ---------------------- --------------------------------------- VOTO DE PESAR --------------------------------------- ----- “Morreu João Bénard da Costa no passado dia 21 de Maio. ----------------------------- ----- Um dos mais prestigiados intelectuais portugueses dedicou toda a sua vida ao cinema. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Nasceu a 7 de Fevereiro de 1935. ------------------------------------------------------------ ----- Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1959. ----------------------------------------------------------------- ----- Convidado por Delfim Santos para seu Assistente naquela faculdade, foi-lhe impedida a carreira universitária, por força da PIDE. ------------------------------------------ ----- Foi Presidente-Geral da Juventude Universitária Católica (1957/1958) e dirigente cineclubista entre 1957 e 1960, foi um dos fundadores, em 1963, da revista " O Tempo e o Modo", que dirigiu até 1970. ------------------------------------------------------------------ ----- De 1969 a 1971 assumiu funções como responsável pelo sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian. ----------------------------------- ----- Em 1973 voltou ao ensino, como Professor de História do Cinema da Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional onde se manteve até 1980. ---------------- ----- Nomeado subdirector da Cinemateca Portuguesa em 1980, assumirá as funções de director de 1991 a 2009. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Entre 1990 a 1995 presidiu à Comissão da Programação da Federação Internacional de Arquivos de Filmes. -------------------------------------------------------------

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----- Em 2000 foi responsável pelo capítulo Cinema Português da Enciclopédia Einaudi, incluída na História do Cinema Mundial. -------------------------------------------------------- ----- Colaborou ainda, com ensaios sobre o cinema português em obras colectivas sobre a arte do século XX editadas pelo Centro Nacional de Cultura (1998) ou pelo AR.CO (1999). ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em 1997 foi nomeado pelo Presidente da República (Jorge Sampaio) Presidente da Comissão do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. --------------- ----- Colaborou em vários jornais e revistas, publicou várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. ------------------------------------------------------------------- ----- Como actor participou em várias longas-metragens realizadas por Manoel de Oliveira. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Possui as comendas de “Officier des Arts et des Lettres” de França e a Ordem do Infante D. Henrique. --------------------------------------------------------------------------------- ----- A Universidade de Coimbra atribuiu-lhe o Prémio de Estudos Fílmicos em 1995. Em 2001 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa. ----------------------------------------------------- ----- Em Setembro de 2008, pelo trabalho à frente da Cinemateca Portuguesa foi-lhe atribuída a medalha de mérito cultural. ----------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 26 de Maio de 2009, delibera: ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- - Homenagear a figura de João Bénard da Costa. ----------------------------------------- ----- - Apresentar as mais sentidas condolências à família enlutada. ------------------------- ----- - Recomendar à C.M.L que atribua o nome João Bénard da Costa a uma artéria da cidade.” ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- (Subscrito pela Deputada Municipal Teresa Almeida, do PS) --------------------------- ----- Finda a leitura, submeteu-os à votação tendo a Assembleia deliberado aprová-los, por unanimidade. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois, a Assembleia, de pé, guardou um minuto de silêncio em memória das referidas personalidades. ------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, informou que estavam já distribuídas para discussão e votação sete moções e oito recomendações. ------------------------------------ ----------------------------------- MOÇÃO NÚMERO UM ----------------------------------- ----------------------------------------- Moção/Saudação ---------------------------------------- ------------------------ 31 de Maio – Dia Nacional das Colectividades ---------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- - Em 31 de Maio de 1924 foi fundada a Federação Distrital das Sociedades de Educação e Recreio (Lisboa) e, por esta razão, a Lei 34/2003 definiu este dia como o dia Nacional das Colectividades; --------------------------------------------------------------- ----- - A Federação Distrital das Sociedades de Educação e Recreio (Lisboa) esteve na origem da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, com milhares de Associados em todo o País; ------------------------------------- ----- - O Movimento Associativo e Popular conta com mais de 17 mil colectividades e associações sem fins lucrativos, mais de 220 mil dirigentes voluntários e cerca de 3 milhões de associados; ---------------------------------------------------------------------------

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----- - Apesar das dificuldades que enfrentam, as colectividades continuam a desempenhar um papel insubstituível de carácter social, cultural e desportivo no meio em que estão inseridas, constituindo um espaço de inclusão social, de humanização das populações e combate ao desenraizamento, à segregação étnica, racial e económica; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- - As colectividades são, em muitos casos e em certas situações, as únicas instituições activas, depois de encerradas escolas, unidades de saúde, indústrias e outras actividades sociais e económicas; ------------------------------------------------------ ----- - As colectividades e o Movimento Associativo, pelo funcionamento democrático dos seus órgãos, pela experiência que proporciona de vida colectiva, de respeito pelas decisões democráticas de participação dos cidadãos, constituem um espaço privilegiado de aprendizagem de hábitos de democracia participativa; ------------------- ----- O Grupo Municipal do PCP propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 26 de Maio de 2009, delibere: --------------------------------------------------------------- ----- 1. Saudar a Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto pela passagem do 85º aniversário e, por seu intermédio, todas as estruturas do Movimento Associativo e Popular; --------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Saudar todos os Dirigentes Associativos Voluntários pela sua generosidade, solidariedade, criatividade e capacidade de realização; -------------------------------------- ----- 3. Apelar à participação de todas as Colectividades e outras associações sem fins lucrativos da cidade de Lisboa, nas comemorações do dia Nacional das Colectividades; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- 4. Apelar à Câmara Municipal de Lisboa e ao Governo Central que desenvolvam uma verdadeira política de apoio ao Movimento Associativo e Popular, nomeadamente através da concretização de um conjunto de reivindicações, para as quais não tem havido resposta e das quais se destacam: ------------------------------------- ----- 4.1. A concretização do Estatuto de Parceiro Social; ----------------------------------- ----- 4.2. A adopção pela Assembleia da República de uma lei-quadro que clarifique os mecanismos de apoio da administração central ao movimento associativo; ----------- ----- 4.3. A criação de condições mais favoráveis para as associações ao nível da fiscalidade, com a devolução integral do IVA na aquisição de materiais e equipamentos desportivos culturais e outros, comprovadamente indispensáveis às actividades não lucrativas das associações, bem como na construção e reparação das sedes, à semelhança do que já acontece com a aquisição de instrumentos musicais; ---- ----- 4.4. A criação de medidas que assegurem benefícios ao Movimento Associativo, na persecução dos seus fins no que respeita ao IMI, regime de sucessões, policiamento, licenciamento de realizações públicas, segurança social dos trabalhadores das Associações, tarifas de transporte, custas judiciais, apoio ao arrendamento, consumos de água e energia eléctrica, preços dos combustíveis para aquecimento, IRC no que respeita às receitas de publicidade no interior de recintos fechados com utilização sem entrada paga e aos donativos das empresas para associações de utilidade pública; ---------------------------------------------------------------

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----- 4.5. Revogação da legislação sobre o porte-pago alargando o âmbito da sua aplicação às publicações e correspondência associativa. ------------------------------------ ----- 5. Dar conhecimento desta Moção / Saudação: ----------------------------------------- ----- À Confederação Nacional das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto ----- ----- À Federação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto do Distrito de Lisboa ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- À Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa ----------------------------- ----- Ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa -------------------------------- ---- Ao Senhor Primeiro-ministro --------------------------------------------------------------- ----- Aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República ------------------------------ ----- 6. Publicar nos meios de informação ao dispor do Município.” ---------------------- ----- (Subscrita pela Deputada Municipal Ana Páscoa, do PCP)------------------------------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO DOIS ---------------------------------- ----------- Saudação aos Sapadores Bombeiros de Lisboa pela comemoração ------------ ------------ dos 614 anos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa -------------- ----- “- Considerando que o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa comemorou no passado dia 22 de Maio os seus 614 anos de vida; ------------------------ ----- - Considerando a longa história dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, de serviço abnegado e inestimável à comunidade, com inúmeras páginas de actos de coragem no salvamento de vidas e bens, escrita várias vezes com o sacrifício da própria vida; ------ ----- - Considerando que os Sapadores Bombeiros de Lisboa muito justamente, são credores de grande prestígio e reconhecimento por parte dos lisboetas; ------------------ ----- - Considerando que os Sapadores Bombeiros de Lisboa nunca esqueceram a sua dimensão de cidadãos e, merecidamente, com o seu próprio esforço, viram a partir de 1992 ser-lhes retiradas as restrições existentes à sua cidadania plena, impostas por um estatuto militarizado e por um regulamento de disciplina ultrapassados, passando a partir daí a estar em pé de igualdade com a maioria dos seus companheiros de profissão europeus, incluindo no que respeita à possibilidade de ingresso de mulheres na profissão, como se tem vindo a verificar no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, desde essa altura; ------------------------------------------------------------------------ ----- - Considerando o prestígio que os Sapadores Bombeiros de Lisboa têm granjeado a nível internacional, para si, para Lisboa e para Portugal, pela sua colaboração altamente profissional e empenhada em operações de socorro, busca e salvamento, nalguns teatros de operações no estrangeiro, na sequência de catástrofes naturais. ------ ----- O Grupo Municipal do PCP, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sessão Extraordinária de 26 de Maio de 2009, delibere: ------------------------------- ----- 1. Saudar os Sapadores Bombeiros de Lisboa pela comemoração dos 614 anos da sua unidade que, 24 horas por dia, durante todos os dias do ano vela pela segurança de vidas e bens na Cidade de Lisboa; -------------------------------------------------------------- ----- 2. Guardar 1 minuto de silêncio em memória dos sapadores bombeiros caídos durante o combate a incêndios e outras operações de socorro; -----------------------------

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----- 3. Remeter a presente saudação ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao Comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e às organizações representativas dos Sapadores Bombeiros de Lisboa.” -------------------------------------- ----- (Subscrita pela Deputada Municipal Deolinda Machado, do PCP)---------------------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO TRÊS --------------------------------- --------------------------- Regulamento de Circulação de Veículos --------------------------- -------------------------- de Grande Dimensão na Zona dos Olivais -------------------------- ----- “Considerando: ------------------------------------------------------------------------------ ----- - Que o Regulamento de Circulação de Veículos de Grande Dimensão na Zona dos Olivais foi aprovado por unanimidade em Assembleia Municipal, a 21 de Outubro de 2008, através da proposta nº 760/2008; ---------------------------------------------------- ----- - Que o referido Regulamento estabelece regras que condicionam a circulação de veículos de grandes dimensões no interior da freguesia, facultando a sua circulação apenas naquilo que se define como rede primária e em vias previamente definidas da chamada rede secundária; ------------------------------------------------------------------------ ----- - Que a circulação de veículos pesados no interior da freguesia era, de há muito, objecto de protesto dos residentes dos Olivais, quer a nível de segurança quer de degradação do espaço público envolvente às zonas habitacionais e consequentemente da sua qualidade de vida; ------------------------------------------------------------------------ ----- - Que o tráfego automóvel, na freguesia, sofreu um considerável aumento nos últimos anos, este Regulamento poderia resolver o problema de circulação e do estacionamento nas ruas e passeios da freguesia; --------------------------------------------- ----- - Que o Regulamento de Circulação de Veículos de Grande Dimensão na Zona dos Olivais, publicado em Boletim Municipal, nº 768 de 6 de Novembro de 2008, no seu Artigo nº 8º (Fiscalização), define as competências para a fiscalização ao referido Regulamento; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- - Que desde a data da publicação do Regulamento, decorreram cerca de 5 meses. ----- O Grupo Municipal do PCP, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sessão Extraordinária de 26 de Maio de 2009, delibere: ------------------------------- ----- 1. Exigir o cumprimento e a aplicação urgente do Regulamento; -------------------- ----- 2. Exigir o cumprimento do Artigo 8º (Fiscalização) do referido Regulamento; --- ----- 3. Propor, sempre que o interesse público o justifique, que as disposições constantes deste regulamento possam ser, a todo o tempo alterado por esta Assembleia, conforme Artigo 11º do mesmo Regulamento.” ------------------------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal João Saraiva, do PCP) ----------------------------- ------------------------------- MOÇÃO NÚMERO QUATRO ------------------------------- ----- “A Câmara Municipal de Lisboa, presidida por António Costa, tem em curso uma campanha publicitária que atenta contra os mais elementares princípios democráticos, bem como contra a livre decisão dos órgãos autárquicos, o respeito institucional e a boa gestão dos dinheiros públicos. ------------------------------------------------------------- ----- Com efeito, ao afixar cartazes em várias zonas e prédios de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, presidia pelo Dr. António Costa, incapaz de governar e gerir a

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Cidade, procura desculpabilizar-se perante os Lisboetas pela sua inércia e incompetência, tentando responsabilizar a Assembleia Municipal de Lisboa. ----------- ----- Acresce que, nesta deriva eleitoralista, em que se reconhecem traços de desespero face ao futuro próximo, a Câmara Municipal de Lisboa, presidia pelo Dr. António Costa, utiliza abusiva e indevidamente, o símbolo da Assembleia Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Finalmente, a ligeireza, falta de rigor e irresponsabilidade desta campanha publicitária eleitoralista foi agravada com as declarações do Vice-Presidente da Câmara, Arqtº Manuel Salgado. ---------------------------------------------------------------- ----- Desde logo, exigindo que a Assembleia Municipal de Lisboa aprove um empréstimo de 120 milhões de euros para reabilitação urbana, proposta que apenas hoje está em agenda, como condição para retirar os referidos cartazes. ------------------- ----- Não há memória de uma situação de chantagem política tão acintosa e grave, mas simultaneamente tão pobre e tão descuidada, de um órgão executivo sobre um órgão deliberativo em Portugal. ------------------------------------------------------------------------ ----- Esta chantagem política, que já se repetira antes com as transferências de verbas de Protocolos de Delegação de Competências para as Juntas de Freguesia, ficará, para sempre, como imagem de marca deste Executivo Municipal, presidido pelo Dr. António Costa, interpretando uma postura e uma prática que devem ser rapidamente afastadas da gestão de Lisboa. ------------------------------------------------------------------ ----- Mas o Vice-Presidente, Manuel Salgado, declarou ainda desconhecer o valor gasto pela Câmara com esta abusiva campanha de cartazes, o que constitui um inaceitável desinteresse e desconhecimento sobre o uso e o desperdício de dinheiros públicos municipais, num Executivo que está sempre a queixar-se de falta de verbas. - ----- Merece, ainda destaque negativo o facto de o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, não se ter demarcado, como seria exigível, desta campanha nem das infelizes declarações do seu Vice-Presidente, o que o responsabiliza plenamente por uma iniciativa que visa defender, apenas e só, interesses meramente partidários e eleitoralistas do Partido Socialista. ------------------- ----- Por último, esta Assembleia Municipal não aceita qualquer insinuação de responsabilidade no estado em que a Cidade se encontra desde que a Câmara é presidida pelo Dr. António Costa, e lembra que apenas chumbou três propostas por ele apresentadas: o aumento de impostos sobre os Lisboetas em 2008, o gasto de 50 milhões de euros para uma rede de bicicletas partilhadas e a contracção de um empréstimo de 36 milhões de euros para antecipar receitas do IMI, entretanto já recebidas pelo Município. ----------------------------------------------------------------------- ----- Todas as outras propostas apresentadas pelo Dr. António Costa passaram nesta Assembleia Municipal. --------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, o Grupo Municipal do PSD propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 26 de Maio de 2009, delibere: ------------------------------------------- ----- 1. Censurar a Câmara Municipal de Lisboa, e em especial o Presidente Dr. António Costa e o Vice-Presidente Arqtº Manuel Salgado, pela campanha publicitária acima referida, que desrespeita institucionalmente esta Assembleia Municipal, que usa

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indevidamente o símbolo desta mesma Assembleia, que usa a cidade de Lisboa como objecto de chantagem política e que delapida dinheiros públicos do Município. -------- ----- 2. Rejeitar qualquer responsabilidade da Assembleia Municipal de Lisboa pela incapacidade da Câmara Municipal de Lisboa, presidida pelo Dr. António Costa, em realizar obra na Cidade. -------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Exigir do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, e do seu Vice-Presidente, Arqtº Manuel Salgado, a apresentação imediata de desculpas institucionais à Assembleia Municipal de Lisboa, pela iniciativa que tomaram e que constitui uma grave quebra no relacionamento entre os dois órgãos autárquicos da Cidade. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 4. Exigir ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, informação urgente sobre as verbas gastas nesta campanha publicitária de cariz meramente eleitoral.” ----------------------------------------------------------------------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal Saldanha Serra, do PSD) -------------------------- -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO CINCO --------------------------------- -------------------------------------------- MUDE ------------------------------------------------- ---------------------------- Uma jornada de propaganda eleitoral ------------------------------ ----- “A abertura do Museu do Design e da Moda na antiga sede do B.N.U. na Rua Augusta, foi em si mesmo uma boa notícia pois anuncia a existência de um valioso acervo museológico com milhares de peças de grande valor. --------------------------------- ----- Foi a iniciativa e a coragem do Dr. Pedro Santana Lopes que evitou que esta valiosa colecção fosse vendida para o estrangeiro, como infelizmente acontece a milhares de obras de arte que saem de Portugal. ------------------------------------------------ ----- A grande justificação para a aquisição, por parte da Câmara Municipal de Lisboa, do edifício da Caixa Geral dos Depósitos, antiga sede do B.N.U., foi a revitalização da Baixa Pombalina. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Pretendia-se com a compra deste edifício instalar permanentemente o M.U.D.E. e ainda ocupar parte do R/C e do 12 andar com uma Loja do Cidadão por transferência da actualmente existente na Praça dos Restauradores, ficando separadas fisicamente e com entradas independentes. ----------------------------------------------------------------------------- ----- O M.U.D.E. tem inegavelmente forte capacidade de atracção principalmente como referência turística importante. --------------------------------------------------------------------- ----- A Loja do Cidadão respondia a dois objectivos: ------------------------------------------- ----- - A obtenção de meios financeiros com o aluguer do espaço que iria ocupar (entre 20 a 25 €/mês/m2), que compensaria os cerca de 600.000 €/ano que a Câmara já está a pagar à Caixa Geral dos Depósitos pela ocupação de vários andares no edifício daquela instituição financeira na Rua do Ouro; ------------------------------------------------------------ ----- - A animação comercial que iria trazer à Baixa Pombalina nomeadamente às Ruas da Prata e dos Fanqueiros a presença de milhares de pessoas que diariamente procuram a Loja do Cidadão. Na altura foi uma excelente notícia para os comerciantes daquela zona da Baixa ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Soubemos através de declarações feitas ao jornal Publico pela Directora do M.U.D.E., Dra. Barbara Coutinho, que afinal a Loja do Cidadão já não iria para aquele

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edifício mas sim seriam lá instalados, com o desagrado daquela responsável, a Moda Lisboa, a Experimenta Design, o Centro Português de Design e a Trienal de Arquitectura, não sabendo nós nem onde, nem como. ------------------------------------------ ----- A alteração dos pressupostos quanto à forma e às entidades que irão ocupar o edifício adquirido, pela Câmara obrigariam, caso o Dr. António Costa tivesse respeito pelo Executivo Camarário e pela Assembleia Municipal, que os mesmos lhe fossem comunicados e quais as razões dessa alteração. Acontece ainda que a aprovação pela Assembleia Municipal foi dada nos moldes que lhe foram propostos e pelos argumentos que lhe foram dados nas Comissões Permanentes e no Plenário, que sendo alterados, deveriam merecer alguma reflexão das instâncias que a votaram. ---------------------------- ----- O Dr. António Costa fez da inauguração da exposição minimalista do M.U.D.E. um verdadeiro comício eleitoral a que não faltou o apadrinhamento do governo e do Presidente da Caixa Geral dos Depósitos, bem como a enorme generosidade do Dr. Luís Patrão sempre tão relutante em apoiar outras iniciativas ligadas à animação ou promoção turísticas. Como isto é entre socialistas e em véspera de eleições o contributo do Turismo de Portugal, compreende-se. --------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa reunida em sessão extraordinária dia 26 de Maio de 2009, em face do conhecimento que veio a público de terem sido alteradas as circunstâncias que justificaram a compra do edifício da Caixa Geral dos Depósitos, antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, ou seja poderá já não ser instalada no edifício a Loja do Cidadão, solicita ao Sr. Presidente da Câmara Dr. António Costa que, com a máxima urgência, informe a Assembleia Municipal dessas alterações e a justificação para as mesmas.” ---------------------------------------------------------------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal Victor Gonçalves, do PSD) ----------------------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SEIS ----------------------------------- ----------------------------------- Informação e Publicidade ------------------------------------ ----- “1. Considerando que é dever dos órgãos representativos dos cidadãos informar os eleitores de toda a sua actividade, proporcionando uma maior informação e participação dos eleitores na vida e controle desses órgãos, nomeadamente nos Municípios; ------------------------------------------------------------ ----- 2. Considerando que essa informação deve ser feita com respeito pelos vários órgãos eleitos no município nomeadamente por esta Assembleia Municipal; -------- ----- 3. Considerando a publicidade colocada pela CML em vários locais usando o nome e o símbolo desta Assembleia Municipal sem o seu conhecimento nem o seu consentimento; ------------------------------------------------------------------------------- ----- 4. Considerando que toda a informação aos cidadãos deve ser do maior rigor, quer no seu conteúdo, quer na contenção de despesas, face à crise financeira que atravessa o país e o município; ------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda vem propor que a Assembleia Municipal de Lisboa reunida no dia 26 de Maio de 2009 delibere: -------------------- ----- A. Manifestar a sua condenação pelo uso do símbolo desta Assembleia Municipal sem o seu conhecimento e sem o seu consentimento; -----------------------

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----- B. Solicitar à CML que informe esta Assembleia Municipal, com a maior urgência e com detalhe, de todos os gastos em publicidade, dos vários pelouros, das várias direcções municipais, de toda a estrutura da CML, bem como de todas as empresas municipais, com referência aos anos de 2007, 2008 e 2009.” --------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal José Gusmão, do BE) ------------------------------ ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SETE --------------------------------- ----- “A. Considerando que Portugal é tradicionalmente um país de emigração, com portugueses espalhados, há século, pelos cinco continentes e portanto com uma forte cultura de convivência profícua com outros povos; ------------------------------------------ ----- B. Considerando a recente aprovação pelo Parlamento italiano da criminalização da imigração, da recente aprovação pelo Governo Português da redução das quotas para imigração, das notícias que deram conta do uso que o Parlamento Europeu fez, para as eleições europeias, da imagem da Europa-fortaleza como instrumento de propaganda eleitoral de apelo ao voto; --------------------------------------------------------- ----- C. Considerando ainda que usar o cenário macroeconómico de crise como justificativo principal da política de redução de quotas para a imigração é politicamente reprovável e socialmente estigmatizante, atendendo até as que os quantitativos fixados nunca foram cumpridos; sendo inaceitável porque contribui, assim, para alimentar e enraizar a expressão da xenofobia e do racismo; ----------------- ----- D. Atendendo ainda às declarações do Ex-comissário Europeu António Vitorino de que os fluxos migratórios diminuíram, nomeadamente, com o regresso aos países de lestes dos seus cidadãos e do abandono voluntario do território de muitos imigrantes; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- E. Considerando que esta politica em vez de contribuir para a promoção de uma politica inclusiva e respeitadora da diversidade cultural da sociedade portuguesa, ela favorece a expressão da xenofobia com o atestam os inaceitáveis cartazes do PND; --- ----- F. Registando o lançamento, no passado dia 6 de Maio, de uma Carta Aberta sobre Políticas de Imigração, uma iniciativa cidadã subscrita por diversas figuras públicas – académicos, advogados, líderes religiosos, activistas sociais - que, alertando para o perigo dos/as imigrantes se tornarem o bode expiatório para a situação actual de crise económica, vem apelar à promoção de um debate sério e construtivo e à necessidade de políticas assentes no respeito da dignidade humana e na promoção da igualdade de direitos; ------------------------------------------------------------ ----- G. Assinalando a realização, no passado dia 17 de Maio, de uma Jornada Europeia pelos Direitos dos Imigrantes que, promovida por um conjunto diverso de organizações, veio defender a regularização dos indocumentados e ainda contestar a crescente criminalização da imigração que se tem verificado na Europa, em particular em França, Itália e, mais recentemente, em Espanha; ---------------------------------------- ----- H. Registando a crescente generalização da realização de rusgas destinadas à detenção de imigrantes indocumentados o que incluiu, muito recentemente a tentativa de acesso, sem mandato judicial, a uma associação reconhecida pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas; -----------------------------------------

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----- I. Assinalando a forte atenção mediática e a polémica pública gerada em torno dos acontecimentos verificados no Bairro da Bela Vista e dos acontecimentos recentemente verificados no Bairro do Fim do Mundo; ------------------------------------- ----- J. Reconhecendo que o crescente clima de tensão social verificados nos Bairros Sociais requer uma abordagem, por parte dos vários actores institucionais, políticos, judiciais e sociais, que faça prevalecer o bom senso, o sentido de justiça, a sensibilidade social e os valores democráticos inscritos na Constituição da República Portuguesa e que rejeite a cedência à pressão dos populismos xenófobos e racistas; ---- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua sessão de 26 de Maio de 2009, delibere: --------------------------------- ----- 1. Condenar a instrumentalização política da imigração para efeitos eleitoralistas e rejeitar qualquer tentativa demagógica de associação da imigração à crise, à criminalidade e/ou ao desemprego; ------------------------------------------------------------- ----- 2. Saudar a oportunidade do apelo lançado pela Carta Aberta sobre Políticas de Imigração e reconhecer a pertinência dos seus alertas e recomendações; ----------------- ----- 3. Saudar a manifestação realizada em Lisboa no passado dia 17 de Maio, no âmbito da Jornada Europeia pelos Direitos dos/das Imigrantes; ---------------------------- ----- 4. Recomendar à CML que prossiga, em conjunto com as organizações da sociedade civil representadas no Conselho Municipal para a Interculturalidade e a Cidadania, a promoção de um espaço de debate de fundo sobre o desafio político de encontrar soluções políticas abrangentes para os problemas de marginalização social, de estigmatização e de discriminação com que se defrontam os imigrantes; ------------- ----- 5. Enviar esta moção a todos os órgãos de soberania, aos partidos políticos e às organizações da sociedade civil envolvidas na defesa dos direitos dos imigrantes.” ---- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal José Gusmão, do BE) ------------------------------ ---------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO UM --------------------------- ----- “Os Deputados da Assembleia Municipal de Lisboa, eleitos pela lista do CDS- Partido Popular, vêm, ao abrigo do disposto no Art.º 38º, n.º 1, alínea f) do Regimento deste órgão, apresentar a presente recomendação à Câmara Municipal de Lisboa: ------ ----- A Rua Sousa Lopes, é uma rua estreita de Lisboa, junto ao Bairro de Santos, na Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima. Integra uma zona eminentemente residencial. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Esta rua estreita tem início, a norte, na Avenida Álvaro Pais. Trata-se de uma Avenida larga e inclinada, que cruza com a Rua Sousa Lopes em sentido descendente. ----- Partindo desta Avenida em direcção à Rua Sousa Lopes (por sua vez também inclinada em sentido descendente) os automóveis dão entrada naquela Rua a velocidades muito elevadas, pondo diariamente em risco os peões e automobilistas que ali circulam. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Com a agravante de no lado direito da Rua Sousa Lopes se encontrar uma Escola Primária (Escola E.B.1. Mestre António Louro Almeida) e um Centro de Dia para Idosos (ASAS). Por conseguinte, os veículos que, a alta velocidade, dão entrada na Rua Sousa Lopes, encontram, entre os peões, número relevante de crianças e idosos. --

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----- Esta situação torna-se ainda mais perigosa por se encontrarem camiões diariamente estacionados à entrada da mesma Rua. Pela sua dimensão, estes camiões quase impossibilitam a visibilidade quer dos peões que a pretendem atravessar, quer dos condutores que nela dão entrada – e que não conseguem verificar se, por detrás de tais camiões, estará algum peão que tenciona atravessar. ----------------------------------- ----- Pelo perigo exposto e porque, para minorar o risco descrito, bastaria a colocação de um sistema de lombas no início da Rua Sousa Lopes, a Assembleia Municipal de Lisboa solicita à Câmara Municipal de Lisboa que: ----------------------------------------- ----- 1. Providencie, de imediato, uma solução que minimize o risco para peões e automobilistas, com sugestão da colocação de um sistema de lombas que imponha a diminuição da velocidade dos veículos que dão entrada na Rua Sousa Lopes, a partir da Avenida Álvaro Pais; ------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Que a presente recomendação seja remetida à Junta e Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima.” ------------------------------------------------------------------ ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal Rui Roque, do CDS-PP)--------------------------- -------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO DOIS --------------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- Compete à CML, de acordo com o disposto na alínea f) do nº 2 do artigo 64º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e pela Lei nº 67/2007, de 31 de Dezembro, criar, construir e gerir instalações, equipamentos, serviços, redes de circulação de transportes, de energia, de distribuição de bens e recursos físicos integrados no património municipal ou colocados, por lei, sob administração municipal; --------------------------------------------- ----- Compete ao Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego, através da Divisão de Gestão e Controlo Automático de Tráfego, promover a gestão da via pública, implementando a adequada sinalização vertical, horizontal e de informação geral; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Se assiste ao crescimento exponencial dos problemas da acessibilidade e mobilidade urbanas, ao nível ambiental e da saúde pública, fruto de várias “fontes” geradoras de tráfego e da utilização intensiva de meios de transporte individual motorizados, com destaque para a deslocação de focos residenciais para fora da Cidade, associada ao acréscimo das necessidades de deslocação por motivos profissionais; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Um número considerável de automóveis circulam diariamente em Lisboa, seja de residentes, seja de pessoas que, residindo fora de Lisboa, todos os dias rumam à Cidade, criando cenários de caos e congestionamento de trânsito; ------------------------- ----- Inúmeros intervenientes públicos, quer ao nível do poder central, quer ao nível do poder local, planeiam, coordenam e gerem várias infra-estruturas da cidade de Lisboa, com vista à promoção de um plano de mobilidade integrado e sustentável; -------------- ----- A CML tem um papel crucial na coordenação e orientação do tráfego no interior da Cidade, deparando-se com desafios constantes que implicam respostas concertadas, eficazes e ponderadas; ----------------------------------------------------------------------------

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----- Lisboa é uma das mais antigas capitais europeias cujo património histórico e cultural atrai, anualmente, milhares de turistas que visitam as suas ruas, praças, monumentos, igrejas, entre outros pontos de atracção; -------------------------------------- ----- É necessária uma coordenação de esforços no sentido de orientar, o mais eficazmente possível, os automobilistas que diariamente se deslocam para a Cidade e na Cidade por razões pessoais, profissionais ou turísticas; ---------------------------------- ----- Nem todos os que circulam na cidade de Lisboa diariamente a conhecem tão bem que possam dispensar a adequada sinalética de orientação; --------------------------------- ----- A sinalética actualmente existente na Cidade, muitas vezes descontínua e desactualizada, resulta num autêntico quebra-cabeças, desorientando quem dela necessite, com todas as agravantes que daí resultam, nomeadamente o aumento da poluição e a perda de tempo e de qualidade de vida; ----------------------------------------- ----- São inúmeros os casos, tomando como ponto de partida o centro da Cidade, em que a descontinuidade da sinalização de determinados locais não permite aos automobilistas chegar ao destino desejado, senão através da realização de percursos suplementares desnecessários e mais demorados; -------------------------------------------- ----- Que os Vereadores do PSD na CML apresentaram já uma Proposta neste sentido, que não foi ainda agendada pelo Presidente da Câmara, ------------------------------------ ----- O Grupo Municipal do PSD propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 26 de Maio de 2009, recomende: ------------------------------------------------- ----- 1. Que a Câmara Municipal de Lisboa proceda, de imediato, ao levantamento da sinalética existente em Lisboa e active os mecanismos e procedimentos necessários à implementação de um Plano de Melhoria e Correcção da Sinalização, que seja eficaz e coerente, e permita a sua atempada actualização. ------------------------------------------ ----- 2. Que este Plano contemple a sinalética orientada para as visitas turísticas, com o objectivo de tornar mais fluido e natural o percurso turístico, rentabilizando a fruição das belezas naturais e patrimoniais da Cidade e orientando percursos.” --------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal Saldanha Serra, do PSD) -------------------------- -------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO TRÊS -------------------------- ------------------------- Artesanato e Arte Popular na Rua Augusta -------------------------- ----- “Durante cerca de 24 anos, artesãos e pintores têm dado vida e animado turisticamente a Baixa de Lisboa e, mais concretamente, a Rua Augusta, junto ao Arco com o mesmo nome. ----------------------------------------------------------------------- ----- Trata-se de um mercado com características uniformes, devidamente licenciado especificamente para aquele local, pagando estes comerciantes de artesanato as devidas taxas mensais, sendo as respectivas autorizações de permanência renovadas anualmente, conforme cartão comprovativo emitido pelos serviços camarários. -------- ------ A própria página institucional na Internet da CML procede à respectiva divulgação sobre o tipo de produtos ali comercializados - artesanato -, a especificação do local com o mapa respectivo - Rua Augusta, na Freguesia de São Nicolau -, o horário de funcionamento - das 8h às 20h, de 2ª fª a domingo -, e que o mercado se encontra regido pelo ‘Regulamento de venda ambulante do concelho de Lisboa’. ------

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----- No entanto, entre 3ª e 4ª fª da semana passada, a CML decidiu, unilateral e inesperadamente, dar o mercado como extinto, convocando e notificando os vendedores para lhes comunicar que tinham 24 horas para abandonar aquele pequeno espaço turístico da Rua Augusta. --------------------------------------------------------------- ----- Motivo: a inauguração na passada 5ª fª do Museu do Design e da Moda. Justificação: a concorrência que as actividades daquele pequeno comércio produziria sobre este novo centro de cultura. -------------------------------------------------------------- ----- Após os lamentos e os protestos dos surpreendidos artesãos que ali têm permanecido há mais de duas décadas, aos pintores foi concedido deslocarem-se, mas apenas por mais uma semana, até final do corrente mês, para junto das obras em curso na Praça do Comércio. Aos restantes artesãos foi-lhes imposto pelo município que se dispersassem por locais alternativos, como o Cais do Sodré, a Praça da Figueira ou o Parque Eduardo VII, onde o afluxo turístico é manifestamente inferior e sem ambiente adequado para acolher um mercado que se tornou uma imagem de marca das pequenas ‘ramblas’ lisboetas na Rua Augusta, pelo que ambos terão que escolher outras zonas dispersas pela cidade para se instalarem, já a partir de Junho. -------------- ----- Considerando que o referido ‘Regulamento de venda ambulante do concelho de Lisboa’, publicitado pelo Edital nº 82/95, estipula ser “da competência do Presidente da Câmara ou Vereador” a criação ou alteração dos locais de venda, “ouvida a Junta de Freguesia da área respectiva”. --------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a inauguração com pompa, na Rua Augusta, do novo Museu do Design e da Moda, paredes-meias com os anteriores espaços de artesãos e turistas que deambulam pela Baixa, tendo fins culturais diferentes, não ‘concorrem’ directamente entre si. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que também os próprios lojistas daquela zona, reconhecendo a vantagem económica e a maior segurança que o povoamento e a animação, produzidos por aquelas actividades artesanais, têm trazido à Rua Augusta, se manifestaram solidários com os artistas, alegando que aquela artéria está agora “triste” e “despida” de animação, porque agora “as pessoas passam e não param”. ----- ----- Considerando ainda que, bem pelo contrário, nos dois últimos dias da semana passada foi já notória a quebra de circulação e paragem de turistas junto ao Arco da Rua Augusta e ao pequeno comércio de lojistas e restauração, os quais apelam a “que Câmara deveria ser mais flexível”. ------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista “Os Verdes”, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que: -------------------------------------------------------------- ----- - reconheça as vantagens turísticas, de segurança pública e de animação do espaço público, que a venda do pequeno artesanato origina na vida económica da zona comercial da Baixa; ------------------------------------------------------------------------------- ----- - antes de assumir qualquer decisão irreversível, dialogue, no sentido de obter um solução consensual, com os artesãos e artistas licenciados pelo município na Rua Augusta, bem como com a ou as freguesias abrangidas por este tipo de pequeno comércio; ------------------------------------------------------------------------------------------

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----- - seja urgentemente encontrado um local na zona, de acordo com os interesses da freguesia e as necessidades espaciais dos pequenos comerciantes, que têm por sustento a pequena venda avulso, que respeite as características particulares, mas uniformes, daqueles tipos particulares de artesanato turístico.” ---------------------------- ----- (Subscrita pelos Deputados Municipais Sobreda Antunes e Sílvia Sepúlveda, do PEV) --------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------ RECOMENDAÇÃO NÚMERO QUATRO ----------------------- ----------------------------- Parque Urbano Carnide-Telheiras --------------------------------- ----- “O Estado Português, que deveria cuidar do bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos, tem requerido à CML para alterar o PDM, de modo a que um terreno junto ao Lar Maria Droste, situado entre Carnide e Telheiras, adquira capacidade construtiva. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- A propriedade é uma zona expectante com cerca de 6 hectares, que se estende por uma encosta aberta a sul, localizada a poente de Telheiras, actualmente ocupada com vegetação e uma casa no extremo inferior, próxima de eixos rodoviários como a 2ª Circular e o Eixo Norte-Sul, as Ruas Fernando Namora, Prof. Jorge Campinos e a Travessa da Luz, tratando-se de uma zona já muito densamente povoada, com edificações do segmento médio-alto e alto. --------------------------------------------------- ----- É do conhecimento público que, nos últimos anos, este terreno foi à praça por várias vezes, mas a licitação ficou sempre deserta, por o valor base de €45 milhões se apresentar desajustado em função das possibilidades de construção, o que dificulta os intentos governamentais. ------------------------------------------------------------------------- ----- Acontece que as pressões do Governo sobre o município, para que este harmonize o PDM às necessidades de encaixe financeiro do Governo, tem em vista permitir uma valorização do terreno, através da alteração do uso do solo, em sede de Plano Director. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- No actual PDM, este terreno destinava-se à instalação de equipamentos colectivos e, de acordo com a actual proposta de revisão do PDM, projecta-se que passe a ter um uso de fruição pela população, ou seja, passar a ser uma área verde de recreio e lazer, tão necessária aos moradores daquela zona. -------------------------------- ----- Ora, se o PDM for adequado para possibilitar a construção de edifícios com utilização mista (habitação e escritórios), apesar da actual conjuntura, este terreno passará a ser muito apetecível para o sector imobiliário, reduzindo os escassos espaços verdes que servem uma área adjacente com elevado índice de construção. --------------- ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista “Os Verdes” recomendar que a CML: ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- - deve sempre, prioritariamente, acautelar os interesses de Lisboa perante o Estado, bem como proteger a qualidade de vida dos seus moradores; --------------------- ----- - rejeitar sugestões de alteração ao PDM que apenas sirvam os interesses financeiros do Governo ou de grupos imobiliários, não salvaguardando o património verde da cidade; -----------------------------------------------------------------------------------

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----- - estude a viabilidade de, em sede de revisão do PDM, integrar os referidos terrenos ‘Maria Droste’ num Parque Urbano para usufruto, não só da população de Carnide e de Telheiras, mas de toda a cidade de Lisboa.” ----------------------------------- ----- (Subscrita pelos Deputados Municipais Sobreda Antunes e Sílvia Sepúlveda, do PEV) --------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO CINCO ------------------------- ----------------------------- Dia Internacional da Biodiversidade ------------------------------ ----- “O Dia Internacional da Biodiversidade foi criado pela Organização das Nações Unidas em 1993, tendo por objectivo chamar a atenção para a importância da conservação da biodiversidade. Desde o ano 2000 que é comemorado a 22 de Maio, com o intuito de promover a consciencialização relativamente aos problemas que a biodiversidade enfrenta actualmente. ---------------------------------------------------------- ----- O principal impacto da perda de biodiversidade reflecte-se na extinção das espécies, sendo nela determinante as diversas acções humanas, como a eliminação ou alteração de habitats, a sobre exploração comercial, a poluição das águas, solo e ar, e a introdução de espécies exóticas. Aproximadamente 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem dos recursos biológicos. --------------------------- ----- Depois de em 2007 o dia ter sido dedicado ao tema da Biodiversidade e Alterações Climáticas, de em 2008 ter sido focada a relação entre a Biodiversidade e a Agricultura, em 2009 o Dia Internacional convidou à reflexão sobre as Espécies Exóticas Invasoras. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que de acordo com o Secretário-Geral da ONU, Sr. Ban Ki-moon, o mais rentável e viável método de controlo sobre as espécies invasoras é a prevenção. ----- Considerando que em Março deste ano, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade uma recomendação sobre as acácias infestantes no Parque Florestal de Monsanto. --------------------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista “Os Verdes”, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que: -------------------------------------------------------------- ----- - fomente e apoie, ao longo de 2009 e sob o tema da Biodiversidade e as Espécies Exóticas Invasoras, acções de divulgação, educação e formação no âmbito da conservação da natureza, junto dos serviços específicos camarários, assim como para os munícipes; -------------------------------------------------------------------------------------- ----- - promova a utilização de vegetação autóctone nos espaços verdes e a reflorestação de áreas como o Parque Florestal de Monsanto.” ---------------------------- ----- (Subscrita pelos Deputados Municipais Sobreda Antunes e Sílvia Sepúlveda, do PEV)---------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO SEIS -------------------------- ---------------------------- Pela abertura de um Concurso de Ideias -------------------------- --------------------------- para a Requalificação do Terreiro do Paço ------------------------ ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- 1. “O Terreiro do Paço é uma das praças maiores e mais bonitas da Europa, porta de entrada em Lisboa e centro a partir do qual a cidade ressuscitada”, como muito

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bem se afirma numa opinião expressa pelo Fórum Cidadania de Lisboa, num órgão de comunicação social, a propósito do projecto de requalificação desta Praça, da responsabilidade da Sociedade Frente Tejo, e divulgado pelo actual executivo municipal, como sendo a proposta que poderá vir a ser executada; ------------------------ ----- 2. A proposta de requalificação apresentada tem merecido bastantes reservas e mesmo oposição a algumas das ideias já avançadas e desenhadas para aquela Praça, nomeadamente as que se referem ao desenho do pavimento, ao desenho do futuro Cais das Colunas, à proposta de um corredor de pedra entre o Arco da Rua Augusta e o Cais das Colunas, dividindo a Praça ao meio, à proposta de desvio de todo o transporte público para a Rua do Arsenal, mantendo o atravessamento da Praça, na parte Sul, por veículos automóveis, quando estão ainda bem presentes declarações de vários responsáveis da Câmara de que esta poderia ser a oportunidade de acabar com o efeito-barreira que o tráfego automóvel continuará a constituir-se no acesso da Praça ao Cais das Colunas, que se apresenta como o términus natural de fruição do espaço terreiro pelos cidadãos, em continuum, desde o Arco da Rua Augusta até ao rio; ------- ----- 3. É discutível que, para além dos aspectos mencionados no considerando anterior, o ordenamento do trânsito futuro no Terreiro do Paço, venha a obrigar, do ponto de vista do ordenamento dos transportes públicos de superfície, que os seus utilizadores venham a ser desviados para a parte Norte da Praça e mesmo para paragens nas ruas adjacentes ao Terreiro do Paço (Rua do Arsenal e Rua da Alfândega), implicando percursos desnecessariamente penalizadores para aqueles, sobretudo quando já se encontra pronto e em condições de funcionamento, uma interface de transportes frente à Estação Sul e Sueste, que acabará por não ser aproveitado com a solução proposta; ----------------------------------------------------------- ----- 4. A Sociedade Frente Tejo colocou à discussão pública na internet o seu projecto, com o objectivo expresso de “promover o envolvimento dos cidadãos”, nas palavras do Presidente daquela sociedade, Arqº Biencard Cruz; --------------------------- ----- 5. A Câmara Municipal de Lisboa não se pode demitir da sua função de principal entidade responsável por todos os processos e projectos de urbanização e de requalificação na cidade, sendo este um caso absolutamente paradigmático da necessidade de o município reclamar para si, na teoria e na prática, a responsabilidade de decidir sobre tais processos e projectos, não tendo que se submeter a uma eventual obrigação de se “articular” com outras entidades do Estado, mas, pelo contrário, deve reclamar a necessidade dessas entidades se articularem com o município; --------------- ----- 6. Nestes termos, o processo de discussão pública está invertido, porque, alegadamente, está a ser conduzido por uma entidade exterior ao município, quando o que se exige, à luz das competências recentemente confirmadas em legislação própria sobre o ordenamento das frentes ribeirinhas, é que seja o município a conduzir esse processo de discussão e “envolvimento dos cidadãos”; ------------------------------------- ----- 7. Não podem ser ignoradas as várias reservas e críticas das soluções propostas para o Terreiro do Paço, bem como outras que, no passado, foram apresentadas para a requalificação da Praça e que não foram consideradas na solução apresentada pela Sociedade Frente Tejo; ---------------------------------------------------------------------------

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----- 8. A melhor forma de organizar e fomentar o “envolvimento dos cidadãos” é, como se provou para o Parque Mayer, a organização de um “Concurso Público de Ideias e Projectos”, processo esse que foi, em boa hora, preparado, desenvolvido e concluído, com resultados expressivos sobre as diferentes soluções que foram postas em confronto, em resultado de um processo largamente participado por gabinetes de urbanistas e arquitectos, mas também por entidades públicas e privadas com intervenção na área em discussão; -------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião extraordinária de 26 de Maio de 2009, decida: ---------------- ----- 1. Recomendar à Câmara Municipal a organização urgente e o lançamento de um “Concurso Público de Ideias para a Requalificação do Terreiro do Paço”, no prazo máximo de 90 dias, que inclua soluções urbanísticas, definição e uso dos espaços públicos, definição e uso dos edifícios existentes e ordenamento da circulação do trânsito e dos transportes públicos, quer na Praça, quer nas suas imediações; ------------ ----- 2. Recomendar a abertura, desde já, no sítio do Município, de um amplo debate de ideias para a requalificação do Terreiro do Paço, onde todo e qualquer cidadão seja livre de expressar o seu ponto de vista e, eventualmente, apresentar as suas propostas, incidindo quer sobre a proposta da Sociedade Frente Tejo, quer sobre outras cujos autores, querendo, devem ser igualmente disponibilizadas no mesmo sítio; -------------- ----- 3. Enviar a presente recomendação, para conhecimento, à Sociedade Frente Tejo, bem como ao Governo, Assembleia da República, Presidência da República, e órgãos de comunicação social.” ------------------------------------------------------------------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal José Gusmão, do BE) ----------------------------- --------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO SETE -------------------------- ---------------------- Intervenção integrada nas Torres do Alto da Eira ---------------------- ----- “Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- A. Os portões de entrada das Torres do Alto da Eira permitem livre acesso aos prédios, pondo em causa a segurança dos moradores e a higiene e a conservação do interior de cada uma das duas Torres; ---------------------------------------------------------- ----- B. Apenas existe um elevador em funcionamento em cada Torre, e que estes funcionam de forma irregular, levando vários idosos e doentes a estarem prisioneiros nas suas próprias casas; -------------------------------------------------------------------------- ----- C. A iluminação dentro das Torres é muito deficitária, adicionando-se como um factor que diminui a segurança dos moradores; ----------------------------------------------- ----- D. O estado de higiene nos espaços comuns é confrangedor; ------------------------- ----- E. Os problemas existentes no interior das casas (infiltrações, humidades), se devem a deficiências estruturais dos edifícios; ----------------------------------------------- ----- F. Constatando-se que os moradores, em geral, são pessoas com pouco vínculo comunitário (não obstante, muitas revelarem esmero no interior das suas habitações) desalentados pelo desprezo a que foram votados pela Gebalis e, portanto, pela Câmara Municipal de Lisboa; -----------------------------------------------------------------------------

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----- G. Na Reunião Pública Descentralizada da CML, no passado dia 1 de Abril, em resposta à intervenção dum munícipe, que realçou as situações supra indicadas, a Vereadora Ana Sara Brito informou: ----------------------------------------------------------- ----- 1. Estar em curso um estudo do LNEC sobre o estado estrutural das Torres, do qual dependerá o tipo de obras a realizar e a atribuição dos fogos entretanto devolutos; ----- 2. Que a C.M.L. Lisboa iria criar um grupo de 16 zeladores para o conjunto dos bairros da Gebalis; recrutados temporariamente entre os desempregados, no sentido de efectuarem pequenas reparações/manutenção; ------------------------------------------------ ----- H. Quer os vínculos, como as remunerações, que a C.M.L. considera pagar a estes “Zeladores”, se nos afiguram muito precários; ----------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda, propõe à Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 26 de Maio delibere recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que: ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- 1. Informe esta Assembleia Municipal e a Freguesia da Penha da França da data previsível da conclusão do levantamento rigoroso pelo LNEC dos problemas estruturais do edificado. -------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Dê conhecimento a esta Assembleia Municipal, à Freguesia e aos moradores do Bairro, da calendarização das obras mais prementes (colocação de portões de entrada e campainhas e ainda elevadores operacionais); ------------------------------------ ----- 3. Proceda a outras reparações (iluminação, caixas de correio), a uma limpeza profunda regular das entradas e terraços e a harmonização dos espaços envolventes; -- ----- 4. Que a C.M.L. e a Gebalis, reconsiderem o pagamento aos “Zeladores”, de forma a contratarem desempregados com contrato efectivo, podendo para o efeito, habilitarem-se ao subsídio de incentivo governamental à contratação sem termo, com a consequente remuneração.” ------------------------------------------------------------------- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal José Gusmão, do BE) ----------------------------- ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO SETE-A ------------------------ ----- “Considerando iniciativas recentes do PCP, sobre as Torres do Alto da Eira: ------ ----- Proposta nº 558/2008 ----------------------------------------------------------------------- ----- Proposta aprovada por unanimidade na sessão de Câmara de 25 de Junho: --------- ----- - Promover urgente vistoria técnica às condições de habitabilidade das Torres do Alto da Eira, cujo relatório deverá ser apresentado à Reunião de Câmara, no prazo de 15 dias após realização da vistoria; ------------------------------------------------------------- ----- - Que seja apresentada à Reunião de Câmara, no prazo de 60 dias, um programa de intervenção (acções e prazo de execução), com vista à conclusão das infra-estruturas e espaços públicos envolventes aos edifícios em questão; ---------------------- ----- - Solicitar informação, à Gebalis, sobre os recursos afectos à manutenção e limpeza dos edifícios em questão e a periodicidade de intervenção dos mesmos. ------- ----- Pedido de informações dos Vereadores do PCP na reunião de Câmara de 17 de Dezembro de 2008 -------------------------------------------------------------------------------- ----- Nesta reunião os Vereadores do PCP pediram informações sobre as obras que as Torres do Alto da Eira, na sequência da proposta aprovada em 25 de Junho de 2008, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------------------

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----- Contudo, o problema mais premente, segundo os moradores seria a falta de elevadores, pois nenhum estava em funcionamento. ----------------------------------------- ----- A Senhora Vereadora Ana Sara Brito informou que teria sido pedida urgência a uma empresa, a fim de serem colocados elevadores novos e que, em relação às obras, o LNEC já teria estado a analisar a situação das Torres e que iria ser elaborado um relatório, que serviria de base às obras. -------------------------------------------------------- ----- Intervenção dos Vereadores do PCP na Sessão de Câmara de 21 de Janeiro de 2009. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Sobre a situação dos elevadores das Torres do Alto da Eira, que ainda não tinham sido reparados, apesar de funcionarem, em condições precárias, um em cada Torre. --- ----- A Vereadora Ana Sara Brito informou que a Gebalis teria a reparação adjudicada desde Dezembro e que os novos elevadores teriam que ser feitos à medida para aquelas Torres que foram construídas há muito tempo. Informou igualmente, que enviaria aos vereadores a documentação relativa a esse problema. ------------------------ ----- Requerimento dos Vereadores do PCP, de 23 de Março de 2009, após visita com eleitos locais à Freguesia da Penha de França ---------------------------------------------- ----- “Nas Torres do Alto da Eira, encontra-se partida a clarabóia da Torre 1, tendo sido a da Torre 2 reparada com chapas metálicas; -------------------------------------------- ----- As condições de higiene da Torre 2 são deploráveis, com especial incidência no terraço da sobreloja, local onde começa a faltar a cobertura; ------------------------------- ----- Em ambas as Torres existem zonas onde faltam os ladrilhos do chão; -------------- ----- A portas dos elevadores não abrem no primeiro andar em nenhuma das Torres, havendo indicações de que se trata de uma opção da Gebalis que entende que os moradores se podem deslocar pelas escadas; ------------------------------------------------- ----- As lâmpadas não são trocadas tendo os moradores de proceder à substituição das mesmas.” ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os vereadores do PCP requereram informação sobre: -------------------------------- ----- As medidas a levar a cabo pela Gebalis, no sentido de solucionar as questões detectadas nas Torres do Alto da Eira, algumas das quais haviam sido já alvo de anteriores iniciativas por parte dos vereadores do PCP. ------------------------------------- ----- Requerimento que ainda não foi respondido pela Câmara. ---------------------------- ----- Assim, o Grupo Municipal do PCP propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 26 de Maio de 2009, recomende à Câmara: --------------------------- ----- 1. Que exija da Gebalis a reparação urgente dos elevadores que, de acordo com a informação da Senhora Vereadora Ana Sara Brito, está adjudicada desde Dezembro de 2008; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Que informe a Assembleia Municipal sobre o Relatório de LNEC relativo à estrutura das duas Torres; ------------------------------------------------------------------------ ----- 3. Que informe esta Assembleia sobre a programação das obras com vista à resolução dos problemas de degradação das Torres e da segurança dos moradores.” --- ----- (Subscrita pelo Deputado Municipal Modesto Navarro, do PCP) ----------------------- ----- O Deputado Municipal Victor Gonçalves (PSD), no uso da palavra, disse que pessoalmente apresentara uma Moção relativamente ao MUDE – Museu da Moda e do

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Design, e àquilo que constava que ia acontecer no edifício da Rua Augusta, que foi comprado à Caixa Geral de Depósitos para instalação desse museu, perante uma engenharia financeira aprovada pela Assembleia Municipal. --------------------------------- ----- Mas subjacente a essa aquisição, estava também a instalação nesse mesmo edifício de uma Loja do Cidadão, como com certeza se lembravam. Aliás, os projectos que foram apresentados na sequência da elaboração da proposta e em Comissão, referiam exactamente essa distribuição, onde a Loja do Cidadão seria um complemento e seria instalada autonomamente em relação ao MUDE, já que era separada fisicamente e teria também uma entrada independente por outra rua, portanto não havia colisão. ------------- ----- Todos aceitaram isso na medida em que reconheciam que o MUDE em si mesmo era um factor de referência importante para o dinamismo, nomeadamente turístico, da Baixa, e a Loja do Cidadão era também um factor importante para o dinamismo comercial, nomeadamente da Rua da Prata e da Rua dos Fanqueiros, cujo comércio estava naturalmente moribundo. ------------------------------------------------------------------- ----- Também reconheciam, e ponderaram isso como factor de decisão em termos daquilo que foi a votação do PSD, que as mais-valias em termos financeiros eram importantes, na medida em que aquilo que a Câmara iria receber pelo aluguer do espaço que era atribuído à Loja do Cidadão correspondia ao que seria o pagamento que a Câmara, por força da alteração do regime de comodato para regime de aluguer dos andares do edifício da Rua do Ouro, passara imediatamente a pagar à Caixa Geral de Depósitos. Ou seja, a Caixa Geral de Depósitos passara a exigir, e com razão naturalmente, o pagamento do aluguer desses andares, que antes a Câmara não pagava porque estavam em regime de comodato, e, por sua vez, a Loja do Cidadão ia compensar a Câmara com o pagamento entre 20 e 25 euros por metro quadrado da área que iria ocupar no edifício da Rua da Augusta. -------------------------------------------------- ----- No entanto, de acordo com informações vindas a público, nomeadamente através do jornal Público, a Dra. Bárbara Coutinho afirmara que essa situação já não se iria verificar. Ou seja, que a Loja do Cidadão não iria, eventualmente, ser instalada nesse edifício. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Também quem assistira ao discurso, ou ao comício podiam chamar-lhe assim com mais propriedade, do Dr. António Costa quando foi a inauguração da pequena exposição do MUDE, verificara que ele não proferira uma única palavra em relação à Loja do Cidadão, o que seria normal se de facto isso estivesse na sua perspectiva. -------- ----- Portanto, aquilo que queriam saber, e pensava que a Assembleia Municipal tinha direito a tal, era se isso era verdade ou era mentira e o que era que ia efectivamente para o edifício da Rua Augusta: se a Loja do Cidadão, se a Moda Lisboa, se a Experimenta Design, se era a Trienal de Arquitectura, e qual era a forma e o processo em que seria dividido o edifício. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Era importante que soubessem isso, porquanto se poderiam alterar os pressupostos que levaram à viabilização dessa proposta. ------------------------------------------------------ ----- Sobre a Moção apresentada pelo PCP relativa ao Dia Nacional das Colectividades, disse que o PSD também saudava as colectividades, que representavam, como ali já foi dito, um papel importantíssimo na vida das comunidades. Muitos dos presentes

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pertencem a colectividades de Lisboa e sabiam o papel que elas desempenhavam no desenvolvimento social, no acompanhamento juvenil e até da terceira idade, e muitas outras situações. Quer em termos de cultura, quer em termos de desporto, quer em termos de recreio, eram muito importantes. E esse reconhecimento deveria ser dado pela Assembleia Municipal. ------------------------------------------------------------------------ ----- Disse que fizeram uma sugestão ao Sr. Deputado Municipal Modesto Navarro no sentido de fazer alterações nalguns pontos da Moção. Aquilo que o PSD estava na disposição de viabilizar tinha a ver com o que era referido nos pontos 1, 2, 3 e 4, e depois o ponto que referia: “A adopção pela Assembleia da República de uma lei-quadro que clarifique os mecanismos de apoio da administração central ao movimento associativo”. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pensava que isso chegava porquanto essa lei-quadro poderia conter as medidas que fossem consideradas necessárias e suficientes para satisfazer e dar voz e mais capacidade ao movimento associativo. Se o PCP aceitasse essas alterações, o PSD votaria favoravelmente. -------------------------------------------------------------------------- ----- Também a Moção relativa à saudação aos Sapadores Bombeiros de Lisboa, apresentada pelo PCP, o PSD votaria favoravelmente, e igualmente a Moção sobre o regulamento da circulação de veículos de grande dimensão na zona dos Olivais, também apresentada pelo PCP, com a pequena alteração que foi feita o PSD votá-la-ia favoravelmente, porque esse regulamento foi ali votado e era fundamental que fosse cumprido. É que se não os regulamentos não serviam para nada. -------------------------- ----- Naturalmente a Moção apresentada pelo PSD, em que se censurava a Câmara Municipal de Lisboa em especial o Presidente Dr. António Costa e o Vice-Presidente Arqtº Manuel Salgado, pela campanha publicitária que tinham vindo a desenvolver, ainda por cima, hoje, com a aplicação de mais um encarte no jornal diário Público, relativamente àquilo que pensavam ser a reabilitação da Cidade de Lisboa. ------------- ----- Isso, de facto, era uma falta de consideração pela Assembleia Municipal e por todos aqueles que ali de alguma forma tentavam contribuir para a valorização da cidade e até para a melhoria de muitas das propostas vindas da Câmara. E sabiam, por experiência própria, que muitas delas estavam mal feitas, estavam mal redigidas, exigiam um maior cuidado, todas as forças políticas se têm sacrificado no sentido de as melhorar, e agora, antes mesmo de uma proposta ser entregue na Assembleia, já a Assembleia era acusada de alguma forma de estar a retardar a recuperação urbanística da Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Era mentira, era falso, não fazia sentido, de facto era uma forma pouco clara de fazer política. Portanto, o PSD votaria essa Moção favoravelmente e esperava que todos os partidos assim fizessem, incluindo o PS. -------------------------------------------- ----- Disse que a Moção n.º 6, apresentada pelo BE, se referia exactamente à mesma situação, a utilização abusiva do símbolo da Assembleia Municipal sem ninguém ter autorizado, com desrespeito pela Sra. Presidente, pela Mesa e por toda a Assembleia, portanto merecia a censura e o PSD votaria favoravelmente essa Moção. ---------------- ----- Relativamente à Moção n.º 7 “Uma nova Política de Imigração”, apresentada pelo BE, disse que o PSD iria abster-se, e em relação às recomendações, iriam votar

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favoravelmente a n.º 1, apresentada pelo CDS-PP, a n.º 2 apresentada pelo PSD, e a n.º 3 apresentada pelo PEV. --------------------------------------------------------------------- ----- Quanto a esta última, sobre “Artesanato e Arte Popular na Rua Augusta”, disse que reconheciam que de facto aquela feirinha que existia debaixo do Arco da Rua Augusta, há vários anos, não se reconhecia como uma verdadeira feira de artesanato, não se reconhecia que obedecesse aos princípios que deveria ter uma feira daquela género, não se reconhecia que as pessoas utilizassem aquela área para de facto defender de alguma forma o turismo na medida em que havia ali algumas situações que deviam ser corrigidas. ----------------------------------------------------------------------- ----- Mas também se reconhecia que a culpa dessa situação existir era única e exclusivamente da Câmara, porque ela, através da sua capacidade de fiscalização, há muito tempo deveria ter condicionado as formas de aplicação e de utilização daquele espaço como uma verdadeira feira de artesanato, com os artesãos a poderem trabalhar mas de uma forma que fosse visível e valorizasse o turismo da cidade de Lisboa, e não aquilo que, infelizmente, tinha vindo a acontecer. ------------------------------------------- ----- Contudo, a Câmara nunca o fizera e não seria agora, de um momento para o outro, em 24 horas, que se agarrava nas pessoas e se lhes dizia para irem embora, porque isso não fazia qualquer tipo de sentido. Aliás, o Dr. António Costa, que andava por aí a propalar que se não aprovassem as verbas do empréstimo para a recuperação urbanística estavam a inviabilizar milhares de postos de trabalho, tinha a total desfaçatez para, de um momento para o outro, em 24 horas, acabar com 30 ou 40 postos de trabalho. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Mas qual era a dignidade e a razoabilidade de uma situação dessas? Que se corrigisse a situação, que se melhorasse a apresentação das pessoas, porque, de contrário, até dava a ideia que por causa do MUDE iriam ter ali uma situação elitista. Sabia que o PS era muito elitista, tinha muitos pergaminhos, era muito nobre! Mas por amor de Deus! Só porque estava ali o MUDE iam rapidamente retirar dali aquelas pessoas e fazer com que 12, 13 ou 20 famílias deixassem de ter subsistência? Que socialismo era esse? Era o socialismo do punha fechado! ----------------------------------- ----- Em relação à Recomendação que tinha a ver com o “Parque Urbano Carnide-Telheiras”, também do PEV, disse que o PSD iria viabilizá-la, e quanto à Recomendação n.º 6, do BE, “Pela abertura de um Concurso de Ideias para a Requalificação do Terreiro do Paço”, disse que ela tratava de um assunto importante, tanto mais que têm vindo a verificar que o que estava previsto era um bocado de meter medo. Portanto, pensava que um concurso de ideias como se fizera, e bem, para o Parque Mayer deveria ser feito, pelo que, naturalmente, apoiavam essa Recomendação. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação às recomendações sobre as torres do Alto da Eira, disse que o PSD também as iria votar favoravelmente. ---------------------------------------------------------- ----- Terminou dizendo que o conjunto de moções e recomendações apresentadas, como foi verificável, visava efectivamente que, através da acção dos Grupos Municipais ali representados, a Câmara pudesse provir a uma melhoria contínua daquilo que era a qualidade de vida dos lisboetas. Portanto, saudava todos os partidos

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que tiveram oportunidade de fazer moções e recomendações para que o Executivo as seguisse, se possível, e que elas contribuíssem, de uma maneira decisiva, para aquilo que era o papel e a obrigação dos Deputados Municipais, que era apresentar propostas que melhorassem as condições a que estavam sujeitos os munícipes. --------------------- ----- O Deputado Municipal Miguel Coelho (PS), no uso da palavra, começou por felicitar o Sr. Presidente da Câmara, a Vereação e a Sra. Vereadora da Cultura, por há dias se ter inaugurado o MUDE. Bem se recordava de quanto custara convencer ali o PSD a viabilizar a instalação do MUDE no sítio onde estava. E bem se recordava até, curiosamente, depois de ouvir a intervenção do orador anterior, que uma das preocupações que levaram o PSD a estar contra inicialmente, era precisamente ir para lá a Loja do Cidadão. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, agora ouvira com muita curiosidade este fantástico golpe de rins que o PSD acabara de dar. Mas, apesar de todo, desejava dizer que ainda não ouviu dizer em lado nenhum, em definitivo, que a Loja do Cidadão ia ou não ia ficar. ------------------- ----- De qualquer modo, a Baixa estava valorizada com a instalação do MUDE, ainda bem que lá estava, estava a funcionar, as informações que tinha era que tem tido milhares de visitantes, e, portanto, percebia que isso incomodasse o PSD, que por via disso até apresentara ali uma Moção para dizer que aquilo afinal foi mau porque faltava lá a Loja do Cidadão, quando antes nem a queria lá. -------------------------------- ----- E também desejava dizer que era com grande expectativa que aguardava a Moção do PSD sobre a reabilitação urbana, naturalmente também uma Moção para mostrar serviço. Mas gostava de recordar, já agora, que o PSD, em matéria de reabilitação urbana, era campeão em duas coisas: ---------------------------------------------------------- ----- Primeiro: era campeão na propaganda, sobre isso não havia dúvidas nenhumas. Aliás, era tão campeão na propaganda, porque era bom que, apesar de tudo, fizessem as comparações possíveis, porque em 2003 – isso estava nas Contas da Câmara – o PSD gastara em publicidade, em propaganda, 609.000 euros; em 2004, 775.000 euros; e em 2007, 104.601 euros; e em 2008, 87.800 euros. ---------------------------------------- ----- Portanto, o PSD era o partido da publicidade, o partido da propaganda, o partido do show-off, e devia estar com saudades disso. E tinha tantas saudades disso que achava agora que esta Câmara estava a fazer a mesma coisa, quando ela apenas estava a exercer o seu legítimo direito à informação. ------------------------------------------------ ----- Mas se o PSD já era o campeão nessa área da propaganda e da publicidade, em matéria de reabilitação recordava apenas três números muito simples. No programa de reabilitação que o PSD consignara à EPUL, de 92 edifícios, com a gestão de Santana Lopes/Carmona Rodrigues, foram recuperados apenas sete; das SRU’s, excluindo a Ocidental, só sabiam que o PSD gastara 14 milhões de euros e só um edifício aparecera recuperado, o que também era notável; e quanto às mega-empreitadas, dos 27,6 milhões de euros previstos para esse fim, lá conseguiram gastar e cativar mais de 84% dessa verba, mas deixaram 33 edifícios paralisados por falta de pagamento. ------ ----- Isso de facto era notável, isso era obra em matéria de reabilitação, e era por isso que o PSD, para esconder o sol com uma peneira, lhes apresentava ali moções destas, que mereciam o completo repúdio do PS e eram meramente eleitoralistas. --------------

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----- A Deputada Municipal Deolinda Machado (PCP), no uso da palavra, começou por saudar os trabalhadores da EMEL e aquilo que sobre eles já ali foi dito pela dirigente sindical Ana Pires, acrescentando que a adesão à greve foi grande e tinha a ver, efectivamente, com aquilo que o Grupo Municipal do PCP ali colocara em 17 de Fevereiro. Respostas ainda não houve, mas recordava três tópicos que também já ali foram referidos: a falta de limpeza no Túnel da Av. João XXI e no parque de rebocados de Sete Rios; os gabinetes de trabalho situados na Av. de Berna que não tinham quaisquer condições de trabalho para quem lá estava; e o túnel da Av. João XXI que tinha não só riscos para quem lá estava a trabalhar mas também para quem lá passava, ou seja, os automobilistas, devido ao funcionamento deficiente do sistema de alarme de incêndios. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Portanto, nesse dia, o Grupo Municipal do PCP recomendara à Câmara que solicitasse à Administração da EMEL esclarecimentos sobre a situação, e que solucionasse, com a maior brevidade, esses problemas, que eram da sua responsabilidade, com vista a melhorar as condições de quem ali trabalhava e ali passava também. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Para o acordo da empresa, como também já foi referido, as negociações não continuaram, os trabalhadores fizeram fé naquilo que lhes foi sendo transmitido pelas diferentes administrações, desde 2005 que esse processo estava em curso e desde essa altura os trabalhadores estavam à espera que fosse resolvida uma situação que era de justiça que o fosse. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que neste momento se percebia qual era a estratégia da Administração. É que antes das eleições autárquicas não queria resolver o problema, era uma manobra de diversão que estava a fazer para arrastar o processo para que não houvesse responsabilização, como era óbvio. Mas não era por isso que pugnavam, e por essa razão traziam uma questão ao Sr. Presidente da Câmara, uma vez que foi solicitada uma reunião, há cerca de dois/três meses, e à qual não foi ainda dada qualquer resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sobre a questão da violência a que esses trabalhadores estavam sujeitos aquando das fiscalizações, disse que urgia fazer-se uma campanha de sensibilização junto da opinião pública, porque eram trabalhadores que estavam no exercício do seu trabalho a fazer aquilo que devia ser feito. E também a EMEL aí poderia constituir-se como queixosa em defesa desses trabalhadores, e não o fazia. ------------------------------------ ----- Outro aspecto a realçar, era que esses trabalhadores deveriam ser colocados dois a dois para terem maior apoio no exercício das suas funções. ------------------------------ ----- A Deputada Municipal Lídia Fernandes (BE), no uso da palavra, começou por dizer que a Moção n.º 7 e a Recomendação n.º 7, apresentadas pelo BE, foram substituídas porque melhoradas e mais completas. ------------------------------------------- ----- Em relação à Recomendação n.º 7, disse que ela pretendia chamar a atenção para a crescente degradação verificada nas torres do Alto da Eira, aliás como já ali foi referido por uma munícipe. Este era mais um sintoma da ineficácia e incompetência da GEBALIS nas suas funções de gestão dos bairros municipais. -------------------------

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----- Referiu que ela pedia informações sobre o levantamento feito pelo LNEC e a calendarização das obras mais prementes, solicitando também que se procedesse a outras reparações como iluminação e caixas do correio, e chamava ainda a atenção para o modelo previsto pela Câmara para recrutamento de zeladores, porque, no entender do BE, a Câmara não podia estar a acabar com situações de falsos recibos verdes num ano, e no ano seguinte criar novas situações de falsos recibos verdes. ------ ----- Disse que o PCP tinha também uma Recomendação sobre esta matéria, que o BE iria também votar favoravelmente, mas achavam que a do BE complementava porque tinha uma referência a essa situação dos trabalhadores. ------------------------------------- ----- Relativamente à Moção n.º 7, “Por uma nova Política de Imigração”, disse que ela tinha a ver com um debate a que assistiram no País, nas últimas semanas, em que o tema da imigração invadira a agenda política e mediática pelas piores razões: pelos acontecimentos do Bairro da Bela Vista; e pelo anúncio, pelo Governo, da diminuição da quotas de imigração para 2009. ------------------------------------------------------------- ----- Ao fim de duas semanas, depois do tema ter enchido jornais, televisões, e inspirado as mais variadas opiniões, umas boas, outras más, não podiam deixar de assinalar o bom senso e o sentido de oportunidade dos cidadãos e cidadãs e um grupo diverso de organizações, que nas vésperas desses acontecimentos lançaram uma carta aberta sob políticas de imigração, alertando para o perigo de fazer dos imigrantes, das imigrantes e dos seus filhos e filhas bodes expiatórios para a crise de insatisfação hoje vivida. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Mas a política de quotas fracassara, não só por ser ineficaz mas também por ser cega às necessidades estruturais, demográficas e económicas do País e da Europa, como ainda, mais grave, por alimentar a clandestinização e o desrespeito pelos mais elementares direitos humanos. ------------------------------------------------------------------ ----- Disse, ainda, que a política da xenofobia e da expulsão nada de bom trazia, fosse em Itália, fosse em França, fosse em Grécia, fosse em Espanha, fosse em Portugal, conforme organizações e activistas sociais, um pouco por toda a Europa, lhes vieram dizer no passado dia 17 de Maio. Eram cada vez mais os que o diziam! Por exemplo, ainda hoje, a Conferência Episcopal Italiana criticara a política de expulsões levada a cabo pelo Governo Berlusconi. ----------------------------------------------------------------- ----- Por fim, disse que o crescente clima de tensão social que se vivia nos bairros sociais não se resolvia com a escalada da repressão, mas sim requeria uma abordagem pelos vários actores institucionais, políticos, judiciais e sociais, que fizessem prevalecer o bom senso, o sentido de justiça, a sensibilidade social e os valores democráticos inscritos na constituição da República Portuguesa, e rejeitasse a cedência à pressão dos populismos xenófobos. ----------------------------------------------- ----- Este era o sentido da Moção, porque consideravam que este tema merecia um tratamento sério. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Carlos Barroso (CDS-PP), no uso da palavra, começou por se referir às moções apresentadas pelo PSD e pelo BE, relativamente aos painéis colocados pela Câmara Municipal de Lisboa sobre os imóveis que seriam ou não reabilitados, e se a responsabilidade era ou não da Assembleia. ---------------------------

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----- Em primeiro lugar, tinha que dizer que os Deputados Municipais do CDS-PP se sentiram ofendidos a primeira vez que olharam para aqueles cartazes. E sentiram-se ofendidos por duas razões: primeiro, porque não sabiam do que se tratava já que à data em que aqueles painéis foram afixados nada tinha chegado ao Grupo Municipal do CDS-PP sobre algo que estivesse pendente na Assembleia Municipal; e, segundo, não era competência da Assembleia Municipal aprovar ou deixar de aprovar o que quer que fosse a nível de reabilitação urbana, a nível de licenciamentos. ----------------- ----- E sentiram-se ofendidos, acima de tudo, por uma Câmara que dizia que não tinha dinheiro para aquilo que era o dia-a-dia dos cidadãos, uma Câmara que dizia que não podia fazer isto, que não podia fazer aquilo, que não podia recuperar espaços verdes, que não podia trabalhar na mobilidade, que não podia actuar a nível da sinalização, que não podia apoiar o desporto, que recusava apoios a colectividades, que recusava apoios às Juntas de Freguesia com o argumento que não tinha verbas, e depois gastava o dinheiro que gastava em tarjetas que eram mera propaganda política. ------------------ ----- Gastar 35 mil euros, como o Sr. Presidente da Câmara afirmara na informação que dirigira à Sra. Presidente, era uma ofensa aos cidadãos de Lisboa, principalmente numa altura em que o País e a cidade viviam uma grande crise, em que havia pessoas que não tinham dinheiro para comer, pessoas que não tinham apoio da autarquia, mas a autarquia gastava essa verba nessas tarjetas. ------------------------------------------------ ----- Mas ainda mais grave que tudo isso, porque a Câmara era livre de gastar o dinheiro onde entendesse e disso seria julgada nas próximas eleições, era que o Sr. Presidente, na informação que dirigira à Assembleia, referia que, citou: “com esta iniciativa a Câmara agiu na prossecução do interesse público”. E os Deputados Municipais do CDS-PP, enquanto cidadãos de Lisboa, perguntavam qual foi o interesse público que Lisboa tivera com a afixação daquelas tarjetas. O interesse público aí era só um: era o interesse do Sr. Presidente da Câmara, era o interesse do PS em tentar denegrir a imagem dos partidos que tinham maioria na Assembleia Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Mas não se ficava por aí, pois hoje mesmo foi publicado um novo folheto. Ao olharem para o jornal ainda pensaram que era um folheto do PS-Lisboa, porque se a Câmara não tinha dinheiro para obra não tinha dinheiro para propaganda. Mas não, era mesmo um folheto da Câmara! ------------------------------------------------------------- ----- Portanto, o CDS-PP, através de um requerimento formal dirigido à Sra. Presidente, iria solicitar que a Câmara informasse a Assembleia qual o custo que tivera para o erário público a divulgação desse folheto. ------------------------------------- ----- Quanto à limpeza urbana, disse que foi feita uma campanha que não passara do papel, que não passara da comunicação social, que esta Câmara estava a dotar Lisboa dos meios para que a cidade fosse uma cidade limpa. Mas ontem mesmo constataram, numa visita que fizeram à noite a acompanhar quem andava a recolher o lixo, que os cantoneiros não tinham luvas, não tinham equipamento, apanhavam o lixo do chão mas as mãos. Eram os homens que tinham que acondicionar o lixo que apanhavam nas ruas em carrinhas abertas, para que aquilo que nelas depositavam não caísse meia dúzia de metros à frente. Eram essas as condições que a Câmara dava a quem tratava

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da limpeza e higiene urbana da cidade! Com campanhas publicitárias não iam longe, iam era com obras e era isso que exigiam da Câmara Municipal. -------------------------- ----- Disse, depois, que as obras que estiveram a decorrer no parque da Parada do Alto de São João já estavam concluídas, mas numa zona onde não havia estacionamento, onde o estacionamento à noite era feito em cima dos passeios, esse parque, que era o único parque disponível da zona, continuava com oito lugares de estacionamento vedados por uma cerca que a única coisa que tinha era um cartaz da Câmara dizendo: “Lisboa obra a obra melhora”, quando era um facto que a obra desse parque de estacionamento já acabara há mais de três semanas. ----------------------------------------- ----- Portanto, perguntavam ao Sr. Presidente qual a razão porque ali continuava aquele estaleiro, que já não tinha nada lá dentro, apenas tinha uma vedação e o cartaz que referira. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, disse que o CDS-PP iria votar, na generalidade, todas as moções e recomendações favoravelmente, com excepção da Moção n.º 7, apresentada pelo BE, sobretudo pelos considerandos. Não era que não concordassem com o teor deliberativo, mas nomeadamente quanto ao considerando do ponto três parecia-lhes que sem dados factuais concretos não se podiam pronunciar sobre uma actuação que era meramente policial, meramente judicial. Só por esses considerandos não votariam a favor da Moção. --------------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Silva Sepúlveda (PEV), no uso da palavra, no uso da palavra, disse que o Grupo Municipal “Os Verdes” apresentara hoje três recomendações: uma sobre o “Artesanato e Arte Popular na Rua Augusta”, outra sobre o “Parque Urbano Carnide-Telheiras”, e ainda uma outra acerca do “Dia Internacional da Biodiversidade”. -------------------------------------------------------------- ----- Através da Recomendação sobre o “Artesanato e Arte Popular na Rua Augusta”, disse que o Grupo Municipal “Os Verdes”, preocupado com a situação dos artistas e artesãos da Baixa, pretendia recomendar à Câmara que reconhecesse as vantagens turísticas, de segurança pública e de animação do espaço público, que a venda do pequeno artesanato originava na vida económica daquela zona comercial da cidade, bem como, antes de assumir qualquer decisão irreversível, dialogasse no sentido de obter uma solução consensual com os artesãos e artistas licenciados pelo Município na Rua Augusta, bem como com a/ou as freguesias abrangidas por este tipo de pequeno comércio; e que fosse urgentemente encontrado um local na zona, de acordo com os interesses da freguesia e as necessidades logísticas dos pequenos comerciantes, que tinham por sustento a pequena venda avulso, bem como respeitasse as características específicas, mas uniformes, daqueles tipos particulares de artesanato turístico. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ora, acontecia ainda que o Regulamento de Venda Ambulante do concelho de Lisboa, publicitado pelo Edital n.º 82/95, estipulava ser da competência do Presidente da Câmara, ou Vereador, a criação ou alteração dos locais de venda, ouvida a Junta de Freguesia da área respectiva, o que, lamentavelmente, não acontecera. Ou seja, a Câmara não ouvira, como devia, a Junta de Freguesia de São Nicolau. -------------------

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----- Relativamente à Recomendação sobre o “Parque Urbano Carnide-Telheiras”, disse que “Os Verdes”, conscientes das necessidades de espaços verdes de recreio e lazer, tão necessários aos moradores daquela zona da cidade, aconselhavam a Câmara a rejeitar sugestões de alteração ao PDM que apenas servissem os interesses financeiros do Governo ou de grupos imobiliários; estudasse a viabilidade de, em sede de revisão do PDM, integrar os referidos terrenos “Maria Droste” num Parque Urbano para usufruto, não só da população de Carnide e de Telheiras, mas de toda a Cidade de Lisboa, devendo sempre, prioritariamente, acautelar os interesses de Lisboa perante o Estado, bem como proteger a qualidade de vida dos seus moradores. ------------------- ----- No tocante à Recomendação sobre o “Dia Internacional da Biodiversidade”, disse que ele foi comemorado no dia 22 deste mês, um pouco por todo o mundo, e Portugal era reconhecido como um dos países da Europa com maior riqueza ao nível da biodiversidade. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- A diversidade biológica era a base da vida na Terra e um dos pilares do desenvolvimento sustentável, mas o planeta estava a perder biodiversidade a um ritmo sem precedentes, devido a diversos factores, nomeadamente a destruição de habitats, poluição e proliferação de espécies invasoras. ------------------------------------------------ ----- Referiu que em 2009, a ONU propusera o tema das Espécies Exóticas Invasoras para reflexão e debate do Dia Internacional da Biodiversidade, considerando-se os seus efeitos nocivos sobre a diversidade, não esquecendo os enormes custos sócio-económicos e ecológicos por todo o mundo. -------------------------------------------------- ----- Por todas estas razões, “Os Verdes” recomendavam à Câmara que fomentasse e apoiasse, ao longo de 2009 e sob o tema proposto pela ONU, acções de divulgação, educação e formação no âmbito da conservação da natureza, promovendo a utilização de vegetação autóctone nos espaços verdes municipais, espaços exteriores de escolas e a reflorestação de áreas como o Parque Florestal de Monsanto. -------------------------- ----- O Deputado Municipal Luís Newton (PSD), no uso da palavra, disse que já todos perceberam que sempre que se falava de trabalho, sempre que se falava do passado, o Deputado Municipal Miguel Coelho transpirava medo relativamente à qualidade da candidatura que o PSD preconizava, através do Dr. Pedro Santana Lopes, à Câmara Municipal de Lisboa. Mas por favor, que evitassem mentir sobre a verdade, porquanto isso não dignificava, nem a Assembleia, nem o próprio PS. Além disso o passado não se apagava, nem se reescrevia. ------------------------------------------ ----- Referiu que a intervenção ao nível da reabilitação urbana, no mandato do PSD, 2001-2005, foi feita em cerca de 600 fogos, tendo sido concluídos 400 ainda dentro desse período. E a intervenção não se resumira exclusivamente à componente do arranjo do edifício ou da casa, ela foi mais longe, foi feita com coragem a nível do próprio bairro. Foram fechados bairros na altura à circulação de trânsito automóvel, isso também era requalificação urbana. Foi inclusivamente requalificado um espaço público numa zona nobre da Cidade de Lisboa, sob grande pressão urbana e imobiliária, que foi o Jardim do Arco do Cego. ----------------------------------------------- ----- Sobre o MUDE, disse que a Loja do Cidadão era um elemento determinante no modelo de negócio do MUDE, como era também o garante do potencial de visitas que

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o MUDE apresentava, e foi esse que foi ali aprovado. E agora o que interessava aos lisboetas era compreender de que forma é que esse modelo de negócio que foi ali aprovado pela Assembleia Municipal estava de facto a ser executado, porque isso iria trazer custos não só para o erário público mas também para a própria imagem daqueles que estavam na Assembleia Municipal, não para defender interesses partidários mas para defender e fiscalizar a acção do Executivo camarário pois foi para isso que foram eleitos. ---------------------------------------------------------------------- ----- Aludindo à Recomendação n.º 2, relativa ao “Levantamento e Reforço da Sinalética na Cidade de Lisboa”, disse que ela surgia na sequência de uma proposta que PSD, na Câmara Municipal, solicitara para ser agendada em Fevereiro de 2009 e ainda estava por agendar. Era senso comum que a sinalização em Portugal era tida como errática, inconsequente e normalmente escassa, e estavam a falar de sinalização de trânsito, aquela que obrigatoriamente deveria estar correcta. --------------------------- ----- Uma correcta e completa sinalização informativa, mais do que garantir aos lisboetas percursos adequados para os seus destinos, evitaria desperdícios energéticos resultantes de percursos incorrectos, reduziria o trânsito automóvel e diminuiria o tempo para o destino, com claras vantagens para o meio ambiente e para a economia da cidade. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Mas porque Lisboa não era só frequentada por lisboetas, aí também poderia ser uma cidade pioneira marcando com este cartão de visita todos aqueles que procuravam Lisboa para o turismo e para o lazer. Seria uma extensão da hospitalidade e afabilidade, características que lhes eram amplamente reconhecidas. ------------------- ----- Este, disse a terminar, era um cuidado claro da cidade para com os seus visitantes e com os seus habitantes. ------------------------------------------------------------------------ ----- A Deputada Municipal Marta Rebelo (PS), no uso da palavra, disse que apenas pretendia dar conta de algo que vem sendo recorrente nas discussões do Orçamento municipal neste mandato, relativamente à Taxa Municipal de Direitos de Passagem. -- ----- Recordariam que ainda era Presidente da Câmara o Eng.º Carmona Rodrigues, ela própria e o Sr. Vereador Fontão de Carvalho tiveram acesas discussões acerca dessa temática, que era uma receita importante para o Município, mas cujo regime jurídico, transcendendo a capacidade regulamentar do Município, ficava muito a dever à própria lógica jurídica. ------------------------------------------------------------------ ----- Nesse sentido, na discussão do último Orçamento, ela própria e o Sr. Deputado Municipal Miguel Coelho, na condição de Deputado da Assembleia da República, comprometeram-se ali a apresentar um requerimento ao Governo levantando as inúmeras dúvidas jurídicas que esse dispositivo legal lhes colocava, e uma vez que já apresentaram o requerimento não queriam deixar de dar conta à Assembleia e solicitar à Sra. Presidente que mandasse distribuir o requerimento pelos Grupos Municipais, ou por todos os Deputados Municipais, como entendesse. -------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, referiu que queriam ali salientar algumas moções e recomendação, e começou justamente pela Moção que o PCP apresentara sobre o movimento associativo. Há anos que ouviam elogios ao papel do movimento associativo, mas na realidade, apesar de várias

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propostas do PCP, entre outras naturalmente na Assembleia da República, ainda não passara a Proposta de Lei-Quadro sobre o movimento associativo. ------------------------ ----- E era isso que salientavam na Moção que apresentaram. Era necessário de facto enquadramento jurídico para, de uma vez por todas, prestar a atenção, o apoio e a homenagem ao movimento associativo que era necessário prestar. Portanto, ficaria à consideração de cada força política a aprovação ou não de alguns pontos, ou a totalidade dos pontos dessa Moção. ------------------------------------------------------------ ----- Queriam também chamar a atenção para a Moção que apresentaram relativamente à saudação aos Sapadores Bombeiros pela passagem do seu aniversário. ----- A Moção n.º 4, do PSD, disse que iam apoiá-la porque havia de facto, e sentiam isso como um choque grande na vida de autarcas, a utilização abusiva do símbolo da Assembleia Municipal. --------------------------------------------------------------------------- ----- Na Moção n.º 5 disse que se iriam abster porque havia uma referência ao Dr. Santana Lopes com a qual não estavam de acordo. Lembravam-se bem do que foi a história da aquisição do MUDE, nomeadamente do que foram ali as suas discussões quanto ao seu acondicionamento, o aluguer caríssimo de instalações na Av. Infante D. Henrique, o falhanço do palacete de Santa Catarina, etc. Portanto, votariam favoravelmente essa Moção se não houvesse essa referência, a seu ver deslocada, ao Dr. Santana Lopes, porque a decisão foi da Câmara e da Assembleia Municipal. ------- ----- Votariam favoravelmente a Recomendação do BE sobre política de imigração, estavam de acordo com ela, e em relação à Recomendação n.º 6, sobre a requalificação do Terreiro do Paço, tinham muitas preocupações sobre o anteprojecto que foi apresentado, e, portanto, eram favoráveis à abertura de um concurso de ideias, como era proposto nessa Recomendação. ----------------------------------------------------- ----- Quanto à Recomendação n.º 7-A sobre as torres do Alto da Eira, que apresentaram, disse que ela levantava ali problemas de fundo que não estavam, no entender do PCP, contidos na Recomendação do BE embora ela tivesse questões que eram importantes para a população das torres. E porque as visitaram e visitavam a cada passo aquela zona, consideravam que efectivamente era preciso tomar medidas urgentes em relação a todos os aspectos que focavam na Recomendação, que tinham a ver com várias propostas que foram apresentadas na Câmara e na Assembleia Municipal. Queriam que a GEBALIS efectivamente fizesse a reparação dos elevadores mas não só, também das entradas porque aquilo estava numa situação horrível. Essa questão do Relatório do LNEC também gostariam de o ver e de o estudar sobre a estrutura das duas torres, e a informação à Assembleia, por parte da Câmara, sobre as obras com vista à resolução dos problemas de degradação das torres e da segurança dos moradores. ------------------------------------------------------------------ ----- Concluiu dizendo que as restantes moções e recomendações iriam votá-las favoravelmente. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Heitor de Sousa (BE), no uso da palavra, disse que não podia deixar de começar esta sua intervenção sem uma referência à solidariedade do BE com as razões que levavam os trabalhadores da EMEL a entrarem em greve, porquanto era absolutamente inaceitável que a Câmara tivesse uma política para si

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própria e que não cuidasse de estender essa política às situações dos trabalhadores das empresas municipais, que constituíam o seu universo de obrigações laborais. Portanto, não podiam senão estar de acordo com a exigência dos trabalhadores no sentido de terem um instrumento de regulação colectiva das suas relações de trabalho, em vigor. - ----- Porém, não podiam também deixar de referir e lembrar às Senhoras e Senhores Vereadores que a responsabilidade dessa situação era da Câmara Municipal, nomeadamente a responsabilidade das agressões que os fiscais da EMEL sofriam em virtude da execução do seu trabalho, tinham a ver com a responsabilização que a Assembleia Municipal aprovara no sentido que os trabalhadores da EMEL deveriam tornar-se em fiscais, tipo polícias de rua. ------------------------------------------------------ ----- Recordou que quando ali se aprovara essa competência, o BE votara contra porque achava que ela era da Polícia Municipal, nomeadamente. E não se podia atribuir uma competência a alguém que não tinha depois os atributos necessários para a desempenhar em condições. Portanto, quando os trabalhadores da EMEL eram vítimas de agressões, era porque estavam a exercer uma tarefa que não lhes devia ter sido cometida, mas sim a quem tinha a autoridade para o fazer, que eram as polícias, nomeadamente as polícias municipais. -------------------------------------------------------- ----- Diz o povo “quem boa cama fizer nela se deitará” pelo que aqueles Grupos Municipais que aprovaram a constituição da EMEL é que teriam agora que descalçar a bota resolvendo o problema dos trabalhadores e o problema do estacionamento público, porque o BE entendia que essa empresa municipal não tinha razão de existir. ----- E sucessivamente a Câmara Municipal de Lisboa, pelas decisões que ia tomando, ia retirando, inclusivamente, objectos para a existência dessa empresa. A última decisão da Câmara Municipal, nesse sentido, era o acordo que pretendia estabelecer, através de protocolo com a Polícia Municipal, no âmbito da política de segurança para a cidade, em que voltava a atribuir à Polícia Municipal a competência de exercer o policiamento de rua em termos de fiscalização do estacionamento. ----------------------- ----- Portanto, isso punha o problema da existência da própria empresa e, obviamente, entendiam que em caso de extinção da EMEL os trabalhadores tinham direito de serem integrados no Quadro Privado da Câmara Municipal, tal como se fizera com outros trabalhadores, num passado recente. --------------------------------------------------- ----- Seguidamente, disse que iam votar favoravelmente todas as moções, e isso não era um sinal dos tempos, tinha a ver com o conteúdo genérico de acordo com que essas moções ali eram trazidas, mas não podiam deixar de referir que a Câmara Municipal tinha um problema que teria que resolver. ---------------------------------------- ----- É que a Câmara não sabia gerir o problema da rua, não sabia gerir o problema das pessoas que andavam na rua, porque a forma perfeitamente autocrática, autoritária, com que “resolvera” o problema dos artesãos que vendiam na Rua Augusta era absolutamente inaceitável. Tratava-se de pessoas que ainda por cima pagaram as taxas de ocupação da via pública até ao fim do mês, mas que foram despejadas no passado dia 19 sem nenhuma contrapartida, sem sequer serem ouvidas! Isso era inaceitável para um Executivo que se dizia socialista, que tinha que ter preocupações com as pessoas! ------------------------------------------------------------------

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----- Disse que o Sr. Presidente da Câmara já não era Ministro da Administração Interna, já não tinha que se preocupar em tomar atitudes repressivas com as pessoas que andavam ou ocupavam a rua. Que dialogasse com elas, que resolvesse os seus problemas e não as enxotasse, não as tratasse como objectos, porque isso não era forma de tratar pessoas que tinham uma actividade que exerciam há vários anos. ------- ----- Portanto, para além de votar favoravelmente a Recomendação de “Os Verdes”, o BE apelava ao Sr. Presidente da Câmara no sentido de procurar levar a bom termo, e com diálogo com as pessoas que estavam na rua, o problema dos artesãos da Rua Augusta. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Câmara, no uso da palavra para responder às questões colocadas, disse que, sinteticamente, queria referir-se a dois pequenos problemas que têm agitado as intervenções da bancada do PPD/PSD, as suas moções, recomendações e outras iniciativas que tem apresentado: em primeiro lugar, a acção da informação do Município relativamente à reabilitação, e, em segundo lugar, a questão do Museu do Design e da Moda. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto ao Museu do Design e da Moda, disse que gostaria de recordar, em primeiro lugar, que esse foi um dos quatro projectos estratégicos que apresentaram para a zona da Baixa, e que foram ali aprovados; em segundo lugar, constava do Plano de Actividades que foi ali aprovado; e, em terceiro lugar, constava de uma terceira deliberação que a Assembleia Municipal acabara de viabilizar para a aquisição do edifício, o que significava que o arranque do Museu não foi nada que fosse feito à revelia do processo deliberativo municipal, antes pelo contrário resultara expressamente desse processo. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que não costumava ignorar a história nem o contributo que cada um dera para ela, e, por isso, ele próprio tomara a iniciativa de telefonar pessoalmente ao Dr. Pedro Santana Lopes dizendo-lhe que tinha muito gosto em que ele estivesse presente na cerimónia de inauguração, tal como aquando do debate ali na Assembleia Municipal recordara que aquele museu se destinava a expor uma colecção adquirida pelo Município de Lisboa aquando do mandato do Dr. Pedro Santana Lopes. ------------------- ----- Portanto, não utilizava aquela prática estalinista de andar a apagar fotografias, cada um tinha o seu papel na fotografia. ---------------------------------------------------------------- ----- Mas também desejava dizer ao PPD/PSD, que tal como não gostava de apagar os outros, também tinha aí alguma auto-estima para não ver apagado, como procuravam apagar, o contributo do actual Executivo. Não queria diminuir a relevância da decisão de se ter comprado a Colecção, que aliás tinha vindo a ser paga, em prestações anuais, e já tiveram o prazer de pagar duas dessas prestações. Como também em nada queria diminuir o contributo que o Prof. Carmona Rodrigues dera para conservar a Colecção, a manter encaixotada, devidamente armazenada e cuidada, porque, sem isso, não seria possível que ela hoje fosse exibida. --------------------------------------------------------------- ----- Contudo, também gostaria de chamar a atenção que quem tirara a Colecção dos caixotes e quem a começara a expor foi este Executivo, o que os honrava muito porque dera muito trabalho resolver isso. -----------------------------------------------------------------

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----- E desejava dizer mais: é que essa Colecção deixara de ser uma mera colecção de Moda e Design para passar a ser uma peça fundamental para uma operação estratégica de revitalização da Baixa. Recordou que a Colecção estava destinada a ser exposta no Alto de Santa Catarina, onde era muito duvidoso que houvesse boas condições de acessibilidades, era bastante duvidoso que o edifício que lhe estava destinado pudesse ser adaptado a um espaço museológico, tendo isso ainda uma incerteza acrescida que era a da legalidade da aquisição por parte do Município. -------------------------------------- ----- Alguém escrevia direito por linhas tortas, e, por isso, ainda bem que encontraram uma alternativa, porque, como era sabido, houve já uma decisão judicial a anular a aquisição do edifício de Santa Catarina e se lá tivesse sido instalada a colecção teriam agora um problema muito maior, que era como realojar uma colecção que estava a ser despejada de um edifício cuja compra tinha sido anulada. ------------------------------------- ----- Portanto, cada um tivera o seu papel. Agora, havia uma coisa que não podiam ter dúvidas: é que quem retirara a Colecção do caixote, quem utilizara aquela Colecção como um processo de revitalização da Baixa, foi o actual Executivo, tinham muita honra nisso e não deixariam também que apagassem esse contributo. ----------------------- ----- Seguidamente, disse que já tivera oportunidade de enviar uma carta à Sra. Presidente da Assembleia dando os esclarecimentos que lhe pareciam adequados relativamente à questão da afixação dos pendões. Mas também queria dizer uma coisa que, com toda a franqueza, o chocara, que era como foi possível que concentrassem tanta atenção numa questão que, apesar da sua importância institucional, era relativamente acessória quanto à questão absolutamente essencial. E qual era a questão absolutamente essencial? Era a questão da reabilitação urbana na Cidade de Lisboa! ----- ----- E a reabilitação urbana na Cidade de Lisboa foi definida como a primeira prioridade do Plano de Actividades que a Câmara aprovara e que a Assembleia Municipal viabilizara. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Primeira prioridade: reabilitação urbana. E dissera logo que a primeira coisa que tinham a fazer na reabilitação urbana, era resolver esse escândalo que se iniciara em 2003, com o lançamento das chamadas mega-empreitadas nas quais o Município tomara posse administrativa de dezenas de edifícios, desalojara as pessoas que lá viviam e foi realojá-las foram dos locais onde moravam, fazendo o Município pagar um milhão de euros por ano de realojamentos, para lançar umas obras de reabilitação, que foram lançadas sem o projecto estar feito e sem condições de financiamento asseguradas. ------ ----- Qual foi o resultado? O resultado foi que gastaram 84% do que tinham orçamentado que eram 27 milhões de euros e nem 40% conseguiram reabilitar. Havia dezenas de fogos em Alfama, no Castelo, na Mouraria, um pouco por todo o sítio, entaipados, com as pessoas retiradas das suas freguesias, com os proprietários desapossados dos seus bens e com as obras paralisadas pelo menos desde 2006. ---------- ----- Portanto, o que deviam fazer era meditar bem sobre o escândalo que constituíra essa falsa prioridade à reabilitação urbana nos mandatos do PPD/PSD, que se traduziram no fracasso das megas-empreitadas e no fracasso das SRU’s. Sabiam quanto foi que o Município gastara em SRU’s? 14 milhões de euros! E qual foi o resultado

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prático do trabalho das SRU’s? Um edifício reabilitado com 14 milhões de euros gastos! ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- E das operações “Lisboa a Cores 1”, Lisboa a Cores 2”, “Lisboa Feliz”, Lisboa isto, Lisboa aquilo, Lisboa muita coisa, cheio de bolinhas, cheio de corzinhas, através da EPUL, sabiam qual foi o resultado? Dos 90 edifícios que envolviam essas operações, cinco foram reabilitados porque o resto estava tudo ao abandono, estava tudo entaipado, estava tudo a desfear a cidade e estava este Executivo a suportar os custos de realojamento. Isto é que era um escândalo: o escândalo das SRU’s, o escândalo das megas, o escândalo das operações que montaram com a EPUL. Isto é que era absolutamente escandaloso! ------------------------------------------------------------------------ ----- E o que é que fez este Executivo? Fizera o que lhe competia que foi: primeiro, não cometer os mesmos erros; segundo, não fazer obra que não tivesse projecto nem fazer obra sem o financiamento assegurado; terceiro, não fazer obra nova sem acabar a obra que ficara inacabada. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que o Sr. Vereador Cardoso da Silva negociara duramente com o Banco Europeu de Investimentos, com o IHRU e com a banca nacional para arranjar condições de financiamento para pegarem nessas obras todas, completá-las e acabá-las. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, o Sr. Vereador Manuel Salgado, através dos seus serviços, desenvolvera os trabalhos necessários para que todas essas obras tivessem projectos e pudessem ser executadas. Portanto, com projecto podiam orçamentar, saber quanto era que iria custar, quanto era que tinham que obter de financiamento podendo-se assim lançar as empreitadas com o financiamento garantido para que a história não se voltasse a repetir. Foi isso que foi feito, e foi isso que a Câmara aprovara no Plano de Intervenção Prioritária das acções de reabilitação urbana. ---------------------------------- ----- E se os Senhores Deputados Municipais se dessem ao trabalho de percorrerem Alfama, a Mouraria, o Castelo, irem a muitos locais da Baixa ou à Rua da Madalena e outros sítios – tinha a lista que divulgaram – verificariam como era absolutamente urgente viabilizarem esse plano. ---------------------------------------------------------------- ----- Referiu que tem lido no jornal Público que o PSD ia viabilizar o financiamento dessa operação, mas só no final do mandato para que este Executivo já não pudesse executar nada desse plano. Bom, nem queria acreditar, devia ser uma invenção do Público, porque isso seria uma enorme irresponsabilidade por parte da maioria da Assembleia Municipal, que sacrificava os interesses da cidade em nome da mera mesquinhez eleitoral, quando este era um plano para executar a quatro anos. ----------- ----- Aliás, como tem dito o Sr. Vereador Cardoso da Silva, com aquela clarividência que todos lhe reconheciam, quem não quisesse agora viabilizar este projecto era porque também não esperava ter responsabilidades para o Executar nos próximos quatro anos. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Agora, o sentido de responsabilidade da Câmara era que fosse quem fosse que o tivesse que executar, havia uma coisa que tinham a certeza: era que aquelas obras não podiam continuar paradas, os proprietários não podiam continuar desapossados dos seus prédios, os moradores não podiam continuar desalojados dos bairros de onde

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foram retirados, e o Município não podia continuar a desperdiçar um milhão de euros por ano a pagar rendas de realojamento, em vez de investir o que devia investir para que as obras acabassem e as pessoas pudessem regressar às suas casas e voltarem a revitalizar os bairros onde viviam. -------------------------------------------------------------- ----- É por isso que têm tido o cuidado de dar uma informação clara, porque depois diziam “não sabemos para que é o empréstimo!”. Sabiam, estava identificado obra a obra, rua a rua, número a número, andar a andar, para que ninguém tivesse dúvidas quais eram as obras que eram feitas se o plano fosse viabilizado, e quais as obras que não seriam feitas se a Assembleia Municipal não viabilizasse o plano de financiamento. E isto não era chantagem! Isto era o diálogo democrático, é que os cidadãos tinham o direito de saber. ------------------------------------------------------------- ----- Outro dia, um grande professor dissera uma frase que retivera: “a essência da democracia é a prestação de contas”. É a possibilidade de serem responsabilizados pelo cidadão pelo que fizeram e pelo que não fizeram, e, por isso, era essencial que o cidadão dispusesse da informação. Só tinha medo de dar informação ao cidadão quem tivesse alguma coisa a esconder, pelo que não tendo nada a esconder daria toda a informação ao cidadão. -------------------------------------------------------------------------- ----- Disse, dirigindo-se ao Deputados Municipais do PPD/PSD, que era preciso ter uma memória muito curta para falarem de publicidade. Sabiam quanto foi gasto em publicidade pelo Município em 2003? 600 mil euros; sabiam quanto é que foi pago em 2004? 778 mil euros; sabiam quanto foi pago em 2005? 755 mil euros; sabiam quanto foi gasto no ano passado? 87 mil euros! Esses é que eram tempos de publicidade e de propaganda! ------------------------------------------------------------------- ----- E havia uma grande diferença, é que para além da diferença do custo havia uma outra diferença fundamental: é que, nessa altura, publicitavam-se essas obras e agora tinham que as fazer porque não foram feitas, e tinham que pagar porque não foram pagas. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, o que agora estava ali em causa era muito simples: fazer ou não fazer! Do lado do Executivo era claro: queriam fazer e iam fazer. -------------------------------- ----- O Deputado Municipal Cal Gonçalves (PSD), no uso da palavra, disse que o Sr. Presidente da Câmara, na intervenção que acabara de fazer, apelara ao rigor, à verdade e à memória, pelo que era importante, no âmbito desse apelo, que se começasse por analisar algumas afirmações. -------------------------------------------------- ----- Desde logo, quanto ao desalojamento para reabilitação expurgando as populações do seu local de residência para outros locais ou até para fora da Cidade de Lisboa, tardando anos e anos em poder regressar às suas habitações, não sabia se o Sr. Presidente da Câmara se queria referir à Freguesia do Castelo e à situação que por lá se vivera durante meses e anos, numa acção desencadeada por uma Câmara do PS. ---- ----- E importava, em abono do rigor e da verdade, que essas questões não fossem esquecidas. Atirar a pedra para o telhado dos outros era sempre mais fácil do que analisar com rigor as situações. ----------------------------------------------------------------- ----- Por isso, apelava ao Sr. Presidente da Câmara que com o mesmo rigor e a mesma verdade fizesse apelo à memória e visse as situações que se arrastaram vários anos na

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Freguesia do Castelo, e que, comparando-as com as que estavam agora, visse quais se arrastaram mais tempo, quais as que custaram mais, quais aquelas que fizeram com que as populações, muitas delas vivendo já na margem sul, não pudessem em definitivo regressar às suas casas no Castelo, porque algumas delas não tiveram sequer condições para que assim pudesse ser. ------------------------------------------------ ----- E mais: havia proprietários que em relação a esses edifícios do Castelo continuavam a aguardar por esclarecimentos que vastas vezes pediram ao longo dos anos. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Sobre a questão do MUDE e as peças que estavam no caixote, disse que saudavam o facto do Sr. Presidente da Câmara ter participado num Governo que encaixotara aquele espólio, e saudavam-no agora por o ter retirado do caixote. --------- ----- A Senhora Presidente, findas as intervenções do PAOD, disse que a Assembleia recebera hoje, de facto, do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, junto à hora do almoço, resposta a um conjunto de questões que tinham formulado sobre a questão dos telões com o símbolo e a referência à Assembleia Municipal, em concretos edifícios. ------------------------------------------------------------------------------- ----- A Mesa não lera ainda a resposta dada pelo Sr. Presidente da Câmara, fizera-a distribuir pelos Senhores Líderes de Bancada, mas efectivamente não a lera porque tiveram, como era sabido, uma reunião da Conferência de Representantes à uma hora e trinta minutos, portanto não houve tempo, nem de ler, nem de analisar. ---------------- ----- De todo o modo, permitia-se referir ao Sr. Presidente da Câmara que a questão dos cartazes não era uma questão menor. E não era uma questão menor porque se tratava de uma relação entre dois órgãos que se queriam de estreita cooperação institucional, e porque havia de facto uma utilização do símbolo da Assembleia que não foi desde logo autorizada pela Assembleia Municipal, para além de outras considerações e de outras respostas que encontrariam, ou não, na resposta que o Sr. Presidente da Câmara dera à Assembleia Municipal. ---------------------------------------- ----- Esperava, em todo o caso, encontrar nessa carta a resposta a uma certeza: é que a Assembleia Municipal não era condicionável, nem de dentro, nem de fora. ------------- ----- Por outro lado, que lhes permitisse o Sr. Presidente da Câmara a ironia de que se a reabilitação fosse tão prioritária relativamente aos cartazes, teriam tido a reabilitação primeiro e não os cartazes. ---------------------------------------------------------------------- ----- Disse, ainda, que a questão era uma questão institucional com a Assembleia e não uma questão que se referisse a um ou outro partido, e a resposta era uma resposta que dariam, naturalmente em conjugação, como sempre têm feito. ------------------------ ----- Agora, sublinhou, não era de facto uma questão menor porque a Assembleia Municipal tem pautado a sua relação com o Executivo por uma actuação de profunda lealdade, independentemente das discordâncias que pudessem existir e que era natural que dois órgãos distintos e com funções distintas tivessem. Portanto, não adiantando mais porque se reservavam para a análise da carta que receberam, não deixavam de fazer notar que os telões continuavam nos edifícios, em alguns locais da cidade não foram retirados, o que induzia os munícipes em erro porque nada havia na Assembleia

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Municipal que estivesse em atraso ou que da sua competência dependesse a sua aprovação. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Acrescentou que queria deixar claro que a resposta de facto foi dada, antes mesmo do prazo que a Assembleia tinha fixado, porque o prazo era de oito dias, e oito dias administrativos terminariam sexta-feira. ------------------------------------------------- ----- Seguidamente, iniciou o processo de votação das moções, tendo a Assembleia deliberado: ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nota: As alterações que foram sendo anunciadas pela Sra. Presidente antes da votação de cada documento, assim como aquelas que foram sugeridas ao longo do debate e aceites pelos proponentes, encontram-se já inseridas nos respectivos textos, integralmente transcritos nesta acta no início do período de Antes da Ordem do Dia. --- ----- A Moção n.º 1, apresentada pelo PCP, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: -------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – aprovado, por unanimidade. --------------------------------------------------- ----- Ponto 2 – aprovado, por unanimidade. --------------------------------------------------- ----- Ponto 3 – aprovado, por unanimidade. --------------------------------------------------- ----- Ponto 4.1 – rejeitado, por maioria, com votos contra do PSD, votos favoráveis do PS, PCP, BE e PEV, e a abstenção do CDS-PP. ---------------------------------------------- ----- Ponto 4.2 – aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e a abstenção do PS. ---------------------------------------------------------- ----- Ponto 4.3 – rejeitado, por maioria, com votos contra do PSD, votos favoráveis do PS, PCP, BE e PEV, e a abstenção do CDS-PP. ---------------------------------------------- ----- Ponto 4.4 – rejeitado, por maioria, com votos contra do PSD, votos favoráveis do PS, PCP e PEV, e a abstenção do BE e CDS-PP. -------------------------------------------- ----- Ponto 4.5 – rejeitado, por maioria, com votos contra do PSD, votos favoráveis do PCP, BE e PEV, e a abstenção do PS e CDS-PP. -------------------------------------------- ----- Ponto 5 – aprovado, por unanimidade. --------------------------------------------------- ----- Ponto 6 – aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PS, PCP e BE, votos contra do CDS-PP, e a abstenção do PEV. --------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Moção n.º 2, apresentada pelo PCP. ------------------ ----- Seguidamente, para cumprimento do n.º 2 da parte deliberativa da Moção, a Assembleia, conforme aí referido, guardou um minuto de silêncio em memória dos sapadores bombeiros caídos durante o combate a incêndios e outras operações de socorro. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois, prosseguindo a votação das moções, deliberou: ------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 3, apresentada pelo PCP, com votos favoráveis do PS, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e a abstenção do PSD. ---------------------- ----- A Moção n.º 4, apresentada pelo PSD, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: -------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – aprovado, por maioria, com os votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------------------------------------------- ----- Ponto 2 – aprovado, por maioria, com os votos favoráveis do PSD, PCP, CDS-PP e PEV, votos contra do PS, e a abstenção do BE. --------------------------------------------

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----- Ponto 3 – aprovado, por maioria, com os votos favoráveis do PSD, PCP, CDS-PP e PEV, votos contra do PS, e a abstenção do BE. -------------------------------------------- ----- Ponto 4 – aprovado, por maioria, com os votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 5, apresentada pelo PSD, com votos favoráveis do PSD, BE e CDS-PP, votos contra do PS, e a abstenção do PCP e PEV. - ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 6, apresentada pelo BE, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. ---------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 7, apresentada pelo BE, com votos favoráveis do PS, PCP, BE, PEV e da Sra. Presidente, e a abstenção do PSD e CDS-PP. ----------- ----- Terminada a votação das moções, iniciou-se o processo de votação das recomendações, tendo a Assembleia deliberado: --------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 1, apresentada pelo CDS-PP. --- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 2, apresentada pelo PSD, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e a abstenção do PS. ---------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 3, apresentada pelo PEV, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 4, apresentada pelo PEV, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 5, apresentada pelo PEV. ------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 6, apresentada pelo BE, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 7, apresentada pelo BE, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. --------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 7-A, apresentada pelo PCP, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PEV, e votos contra do PS. -------------- ----- O Deputado Municipal Vasco Valdez (PSD) fez a seguinte declaração de voto: ----- “É só para esclarecer o sentido de voto do PSD em relação à Moção n.º 1, do PCP, relativa ao Dia Nacional das Colectividades. ------------------------------------------- ----- De facto, nós rejeitamos o estabelecimento de um conjunto de benefícios fiscais e outras medidas, não porque estejamos contra as mesmas, mas porque pensamos que isso deve ser matéria justamente da aprovação da Lei-Quadro da Assembleia da República. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Portanto, isso significa que será no momento da aprovação da Lei-Quadro que hão-de definir-se quais os benefícios, quais as vantagens e quais as situações que devem ser contempladas, em ordem a satisfazer as necessidades dessas colectividades que muito prezamos.” ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Teresa Almeida (PS) fez a seguinte declaração de voto: ----- “É para esclarecer o sentido de voto da bancada do PS em relação à Recomendação n.º 3, relativa aos artesãos da Rua Augusta, e à Recomendação n.º 7, sobre as torres do Alto da Eira. -----------------------------------------------------------------

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----- É evidente que os Senhores Deputados que propuseram estas recomendações sabem que os artesões e os pintores foram recebidos pela Sra. Vereadora Ana Sara Brito, portanto sabem que não foi assim. Sabem que este assunto está a ser tratado. ---- ----- Por outro lado, em relação ao Alto da Eira, também sabem, e foi-lhes dito até na reunião descentralizada, que um elevador já foi arranjado e que a Câmara Municipal está à espera do relatório do LNEC. ------------------------------------------------------------ ----- Portanto, votamos contra porque os Senhores Deputados proponentes sabem como está, neste momento, este assunto.” ----------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Carlos Barroso (CDS-PP) fez a seguinte declaração de voto: ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- “Relativamente à Moção n.º 7, do BE, o CDS-PP absteve-se pelas razões que tive oportunidade de enunciar na minha intervenção anterior. Ou seja, embora consideramos que a parte deliberativa tenha, efectivamente, aspectos com os quais concordamos, existem considerandos que não podemos aceitar porque entendemos que, sem dados concretos, não nos devemos imiscuir na actuação concreta do poder judicial e da própria autoridade policial. ------------------------------------------------------- ----- Quanto à Recomendação n.º 3, do PEV, o CDS-PP votou a favor mas não pode deixar de fazer um reparo. E esse reparo tem a ver com o facto de tratarmos estas questões apenas pelo facto de se ter instalado uma instituição, como foi o museu naquela zona. Entendemos que deve haver uma política de fundo, definir-se, à partida, estas situações concretas, saber como é que as podemos enquadrar num determinado espaço onde elas estão inseridas, e não apenas debruçarmo-nos sobre elas só porque se instituiu ali o MUDE. ------------------------------------------------------------------------- ----- Elas devem ser legalizadas, não podemos permitir aqui abusos, mas legalizadas de acordo com o contexto e não, como se dizia há pouco, as pessoas enxotadas só porque se instituiu ali um museu.” ------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrado o período de Antes da Ordem do Dia, declarando aberto o período da Ordem do Dia da presente Sessão Extraordinária, que tinha para discussão e votação os seguintes pontos: ------------------ ----- Ponto 1 – Proposta n.º 600/2008; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 2 – Proposta nº 246/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 3 – Proposta nº 312/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 4 – Proposta nº312-A/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 5 – Proposta nº 314/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 6 – Proposta nº 321/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 7 – Proposta nº 322/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 8 – Proposta nº 326/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 9 – Proposta nº 328/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 10 – Proposta nº 345/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 11 – Proposta nº 347/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 12 – Proposta nº 363/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 13 – Proposta nº 364/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 14 – Proposta nº 365/2009; ------------------------------------------------------

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----- Ponto 15 – Proposta nº 372/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 16 – Proposta nº 386/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 17 – Proposta nº 392/2009. ------------------------------------------------------ ----- Ponto 18 – Proposta nº 393/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 19 – Proposta nº 396/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 20 – Proposta nº 409/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 21 – Proposta nº 410/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 22 – Proposta nº 426/2009; ----------------------------------------------------- ----- Ponto 23 – Proposta nº 428/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 24 – Proposta nº 432/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 25 – Proposta nº 433/2009. ----------------------------------------------------- ----- Foi distribuído um aditamento com os seguintes pontos: ------------------------------ ----- Ponto 26 – Proposta nº 101/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 27 – Proposta nº 132/2009; ------------------------------------------------------ ----- Ponto 28 – Proposta nº 320/2009. ----------------------------------------------------- -------------------------------------- ORDEM DO DIA ----------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que foi acomodado em Conferência de Representantes uma alteração à Ordem de Trabalhos, de forma a que pudessem “limpar” primeiro o aditamento, com excepção do ponto 26, que era matéria referente aos ateliers, uma vez que esses pontos transitaram da Sessão anterior. ------------------- ----- Nessa conformidade, apreciariam primeiro a proposta 132/2009, ponto 27, e depois a proposta 320/2009, ponto 28. --------------------------------------------------------- ----- Constatando-se, porém, que a proposta 132/2009, ponto 27, ainda não estava em condições de ser discutida, a Ordem do Dia iniciou-se com a proposta 320/2009, ponto 28. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 28 – PROPOSTA 320/2009 – APROVAR A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS DO “FORNECIMENTO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS PARQUES RECREATIVOS DO ALTO DA SERAFINA E ALVITO”, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NOS ART.ºS 18.º E 22.º, AMBOS DO DECRETO-LEI N.º 197/99 DE 8 DE JUNHO, E NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI Nº 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI Nº 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------------------------------------- ------------------------------------- PROPOSTA 320/2009 -------------------------------------- ----- PELOURO: Departamento de Ambiente E espaços Verdes – Vereador José Sá Fernandes ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- SERVIÇO: DMAU/DAEV ---------------------------------------------------------------- ----- “Considerando a Câmara Municipal de Lisboa, através da Proposta nº 463/2008, autorizou o lançamento do Concurso Publico Internacional para o “Fornecimento de Serviços de Manutenção e Conservação dos Parques Recreativos do Alto da Serafina e Alvito” (Processo nº 43/DMSC-DA/08); ---------------------------------------------------- ----- Considerando que o Relatório Final do Júri que analisou as propostas, elaborado nos termos do disposto no nº 1 do artigo 109º do Decreto-Lei nº 197/99 de 8 de Junho;

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----- Considerando que o prazo do fornecimento de serviços é de 2 anos (12 meses prorrogável até ao limite máximo de duração do contrato de 2 anos); --------------------- ----- Considerando que a despesa resultante, embora dando lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico, não está prevista em Plano Plurianual aprovado no âmbito do Decreto Lei nº 54-A/99, de 22 de Fevereiro, porque reveste, em sede de classificação económica das despesas públicas, natureza de despesa corrente; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a Assembleia Municipal em reunião de 15 de Julho de 2008, autorizou a “abertura de procedimento relativa a repartição dos encargos referentes á realização da despesa”; ----------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que, havendo necessidade de adequar a repartição de encargos à real situação do mencionado Fornecimento de Serviços, deve aprovar uma nova repartição de encargos; --------------------------------------------------------------------------- ----- O Vereador José Sá Fernandes tem a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere: ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 1. Adjudicar, nos termos do disposto no artigo 54 e nº 2 do artigo 109º do Decreto Lei nº 197/99 de 8 de Junho, o “Fornecimento dos Serviços de Manutenção e Conservação dos Parques Recreativos do Alto da Serafina e Alvito” (Processo nº 43/DMSC-DA/08);”, á empresa Lusifor – Serviços Técnicos Especializados Lda., pelo valor de 258.480,00€ (duzentos e cinquenta e oito mil quatrocentos e oitenta euros), a que acresce o IVA à taxa legal em vigor, correspondente a 51.696,00€, perfazendo um total de 310.176,00€. ----------------------------------------------------------- ----- 2. Aprovar, nos termos do disposto no artigo 64º do Decreto-Lei nº 197/99 de 8 de Junho, a Minuta de contrato anexa, referente ao Contrato a celebrar com o adjudicatário, Lusifor – Serviços Técnicos Especializados Lda., no âmbito do Fornecimento de Serviços indicado em 1. ----------------------------------------------------- ----- 3. Aprovar submeter á Assembleia Municipal, para aprovação por este órgão deliberativo, uma nova repartição de encargos relativa ao Fornecimento de Serviços indicado em 1, com incidência nos anos económicos de 2009 a 2011, fixando o limite máximo do encargo correspondente a cada ano económico, conforme abaixo se indica: ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2009 - € 43.080,00, a que acresce o IVA, no montante de € 8.616,00, totalizando € 51.696,00. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2010 -€ 129.240,00, a que acresce o IVA, no montante de € 25.848,00, totalizando € 155,088,00. ------------------------------------------------------------------------ ----- 2011 - € 86.160,00, a que acresce o IVA, no montante de € 17.232,00, totalizando € 103.392,00. ------------------------------------------------------------------------ ----- O encargo relativo ao ano de 2009 tem cabimento na rubrica 09.01/02.02.25.02 do Orçamento em vigor, no âmbito da acção Gestão dos Espaços Verdes”, código 03/04/A102/01 do Plano de Actividades.” ---------------------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Ambiente e Qualidade de Vida apresentou o Parecer que a seguir se transcreve: ------------------------------------------------------------- ------------------------------------------- PARECER ---------------------------------------------

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----- “Por Convocatória de 12 de Maio corrente reuniu em 15 do mesmo mês a Comissão Municipal de Ambiente e Qualidade de Vida, tendo como Ordem de Trabalhos a apreciação da Proposta 320/2009, nos termos da deliberação da Conferência de Representantes de 21ABR09, relativamente ao Concurso Público n.º 43-DMSC-DA/2008, para Fornecimento de Serviços de manutenção e Conservação dos parques Recreativos do Alto da Serafina e Alvito e consequente elaboração de Parecer sobre o conteúdo da referida Proposta. ----------------------------------------------- ----- Em conformidade, a 2ª Comissão Permanente Municipal emite o seguinte Parecer: --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 1. Considera a Comissão que a sua análise do conteúdo da Proposta como apresentada à Assembleia Municipal deverá, no caso, limitar-se aos aspectos ambientais e de vivência, não se condicionando aos correspondentes vectores económico-financeiros, até porque a Proposta e seus Anexos muito ficam a dever à informação necessária a uma apreciação fundamentada nesses vectores. ----------------- ----- 2. A titulo de exemplo tenha-se presente que não distingue nem define as verbas que consagra a cada um dos Parques, não explicita quais as áreas a tratar e o âmbito das tarefas inclusas, nem permite, devido a tais omissões, verificar qual o custo unitário em período fixo que se encontra adjudicado, índice este aliás, objecto de grandes preocupações do Departamento de Ambiente e Espaços Verdes, ao estabelecerem-se os Protocolos de Delegação de Competência. --------------------------- ----- 3. Outrossim, dos documentos não constam as Condições Especiais ou Particulares do Instrumento Contratual e outros aspectos concursais, nem as razões que determinaram alteração sucessiva das verbas cabimentadas para os efeitos, coibindo portanto a devida aferição da Proposta. --------------------------------------------- ----- 4. Havendo que insistir na importância da qualidade da informação, sublinha-se a necessidade de assegurar que as Propostas e anexos apresentados a esta Assembleia Municipal para apreciação e votação sejam sempre acompanhados de documentação suficiente, o que manifestamente não foi o caso. --------------------------------------------- ----- 5. Esta Assembleia também não foi informada se a Adjudicatária é a mesma que no período anterior, cuja qualidade de acção não foi apreciada pela Autarquia Local, nomeadamente no Parque do Alto da Serafina, como não o foi relativamente à gestão dos equipamentos Sanitários, reconhecidamente essenciais para a fruição pública do espaço, especificamente no Parque do Alvito, onde se prolonga de forma inaceitável a disponibilização dessas Instalações em contentores. ----------------------------------------- ----- 6. Entende esta Comissão Municipal relevar ainda que no mesmo Parque do Alvito, a Entrada e a Saída da área reservada a Estacionamento estão agora condicionadas ao mesmo acesso, estreito, causando dificuldades óbvias aos condutores e potenciando acidentes e filas de espera. --------------------------------------- ----- Faz-se também sentir a falta de um estabelecimento de restauração, mesmo que de oferta limitada, para apoio às Famílias que aí acorrem. ---------------------------------- ----- 7. Quanto aos aspectos ambientais em si, será evidente que, perante a hipótese de espaços negligenciadas ou não tratados, esta Comissão preferirá sempre espaços cuidados, com maior ou menor eficiência, seja a preços concorrenciais ou não, o que,

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como se referiu, não pode neste caso ser aferido. Nada obsta porém a que se recomende a correcção imediata ou sequencial dos defeitos assinalados no corpo deste Parecer.” ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças e Desenvolvimento Económico elaborou um Parecer referente a várias propostas, o qual no que à proposta 320/2009 dizia respeito, referia o seguinte: ---------------------------------------- ------------------------------------------- PARECER --------------------------------------------- ----- “Alínea h) Proposta n.º 320/2009: -------------------------------------------------------- ----- A proposta está apta a ser apresentada e discutida em sessão da Assembleia Municipal de Lisboa.” ---------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Sá Fernandes, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que ela se referia a um concurso cujo lançamento foi aprovado pela Assembleia Municipal, onde foram apresentadas uma série de propostas, discutidos os preços, discutido o valor de cada uma das adjudicações, o processo era muito complexo, eram cerca de 20 pastas com as várias propostas, com a sua análise e os diversos valores apresentados, com a classificação de cada uma das propostas apresentadas porque houve vários concorrentes e, portanto, em termos financeiros e em termos de valia da proposta vencedora, que no fundo era aquilo que estava ali a ser discutido, ela era completamente transparente e evidente, portanto não conseguia justificar melhor a proposta do que os próprios documentos em que ela assentava. ----- ----- Era um concurso que foi aprovado pela Assembleia Municipal, que correra todos os trâmites legais, com todas as fases previstas na Lei para análise das propostas, elas foram analisadas, houve um relatório de propostas, e agora estavam na fase de adjudicação. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Portanto, das duas uma: ou havia alguma crítica em relação à própria análise das propostas, ou não conseguia explicar qualquer outra situação, porquanto estava tudo no processo. Pessoalmente não tivera intervenção nenhuma, tiveram os serviços em relação a essa questão como em muitas outras que vinham agora de seguida do mesmo género, com o mesmo tipo de formalismo e com o mesmo tipo de situação. --- ----- A Senhora Presidente, dado que mais ninguém desejara intervir, encerrou o debate e de seguida submeteu à votação a proposta 320/2009, tendo a Assembleia deliberado aprová-la, por maioria, com votos favoráveis do PS e BE, e a abstenção do PSD, PCP, CDS-PP e PEV. --------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 1 – PROPOSTA 600/2008 – APROVAR A ALTERAÇÃO DOS ESTATUTOS E DA DESIGNAÇÃO DA EPUL – EMPRESA PÚBLICA DE LISBOA, QUE SE PASSARÁ A DESIGNAR “EPUL – EMPRESA DE URBANIZAÇÃO DE LISBOA, EEM”, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA L) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ---------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Vereador Manuel Salgado, no uso da palavra para apresentação da proposta, disse que as alterações dos Estatutos da EPUL eram um imperativo nos termos da Lei do Sector Empresarial Local, à qual, obrigatoriamente, tinham que ser

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adaptados. Aliás, esta questão já tinha sido suscitada pelo Tribunal de Contas, que há muito insistia na alteração dos Estatutos e a sua conformação à Lei. ---------------------- ----- Referiu que para lá das alterações ditadas pelos imperativos legais, estava em causa recuperar para a EPUL a sua primeira vocação, isto é, uma empresa municipal dedicada essencialmente à urbanização da cidade. ------------------------------------------- ----- Daí que o objecto social da EPUL fosse redefinido e afinado, passando a ser definido o artigo 3º dos Estatutos para promoção, reabilitação e manutenção de bens e infra-estruturas públicas, e gestão do património edificado e promoção do desenvolvimento urbano, no quadro das políticas urbanísticas e de reabilitação do Município. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era nessa esfera de intervenção que se inscreviam também as SRU’s, porquanto as suas missões poderiam ser prosseguidas directamente pelo Município, ou, por delegação, pelas empresas municipais. -------------------------------------------------------- ----- Terminou dizendo que assumida que foi a extinção de algumas SRU’s, tornava-se particularmente eficaz transferir para a EPUL as funções de reabilitação urbana que elas detinham. A EPUL possuía quadros técnicos e experiência na matéria de reabilitação, e a prática do exercício de poderes de autoridade, designadamente em processos expropriatórios, pelo que, conforme estabelecia o artigo 16º dos Estatutos esta era uma das vocações importantes para o futuro dessa empresa municipal. --------- ----- A Senhora Presidente disse que a benefício de alguma verdade e lendo as transcrições da discussão desta proposta em Câmara Municipal, a Mesa não queria deixar de informar a Assembleia que esta proposta foi recepcionada no dia 15 de Agosto de 2008, e imediatamente agendada para a Sessão subsequente de 16 de Setembro, no dia seguinte, 17 de Setembro, enviara os ofícios para as Comissões respectivas, no dia 23 de Setembro recebera os pareceres das vários Comissões, e nesse mesmo dia a Conferência de Representantes assentara, por unanimidade, o adiamento da discussão e votação dessa proposta. ------------------------------------------- ----- No dia 8 de Outubro foi enviado um ofício solicitando um Parecer jurídico externo, e não vários pareceres jurídicos externos como era referido na discussão, indicando a Assembleia os critérios, prazo e preço. ------------------------------------------ ----- No dia 21 de Novembro foi enviado um ofício dirigido ao Sr. Chefe de Gabinete do Sr. Presidente da Câmara, no qual se informava que uma vez que não se obtivera nenhuma resposta à solicitação da Assembleia de Parecer jurídico, se insistia pelos mesmos. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois, a Câmara Municipal, entre os dias 21 de Novembro e 18 de Março abrira o procedimento, e só no dia 23 de Abril foi recepcionado o ofício com o pedido de agendamento desta proposta por parte da Câmara. Estavam agora numa Sessão de Maio, portanto ela foi agendada para a Sessão imediatamente a seguir. ------------------ ----- Concluiu dizendo que deste memorando, que era factual, se daria cópia aos Senhores Líderes dos Grupos Municipais. Portanto, não houve da parte da Assembleia o menor atraso na discussão e votação dos Estatutos da EPUL. ----------------------------

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----- O Deputado Municipal Nuno Roque (PSD), Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, no uso da palavra, disse que aquilo que ia referir sobre a EPUL não era uma análise concreta de cada um dos artigos dos Estatutos. -------------------------------- ----- Já ali foi hoje mencionado que as empresas municipais tinham 317 milhões de euros de dívidas, que a EPUL e a GEBALIS, nos últimos oito anos, tiveram quatro administrações, que receberam indemnizações chorudas quando os respectivos conselhos de administração saíram, e que, para lá disso, havia pagamentos de vencimentos que eram extraordinariamente superiores a qualquer Director Municipal, e o que têm visto nos últimos oito anos, é que as empresas municipais, no geral, faziam coisas que as Direcções Municipais também faziam, ou deviam fazer. ---------- ----- Disse que a actual Administração da EPUL tinha em andamento uma auditoria pela qual pagava 100 mil euros, e, por outro lado, tinha uma consultadoria, que vinha nos jornais, de 75 mil euros. Mas havia uma questão que não queria deixar de referir, que tinha a ver com o Sr. Presidente da Câmara e com o actual Executivo, que consistia em não cumprirem recomendações que eram aprovadas pela Assembleia Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- De facto, dava para pensar um pouco, por exemplo, sobre qual a razão porque era aprovada uma Recomendação num determinado sentido quanto a uma Divisão policial no Alto do Lumiar, e o Sr. Presidente da Câmara saíra ali da Assembleia para ir fazer a inauguração, quando a essa Divisão não foi dado o fim recomendado. -------- ----- Por outro lado, havia uma Recomendação relativamente a um parque de estacionamento do Lumiar, há imenso tempo, que não era cumprida; havia uma Recomendação relativamente ao Centro de Saúde do Lumiar que também não era cumprida; e havia uma Recomendação, para a qual já se chamara ali a atenção diversas vezes, sobre a EPUL não regressar à antiga sede na Quinta dos Lilazes, e o facto é que era a própria Administração da EPUL a dizer, num semanário, que embora havendo uma Recomendação da Assembleia Municipal a empresa regressaria às antigas instalações na Quinta dos Lilazes. ----------------------------------------------------- ----- Portanto, a sua pergunta era qual a razão porque andavam ali a perder tempo, já que por unanimidade aprovavam ali recomendações e depois, nem a Câmara, nem ninguém as cumpria. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Disse que estimava muito a forma brilhante como a Sra. Presidente tem desempenhado o seu cargo, mas estando ali dois órgãos, Câmara e Assembleia Municipal, era preciso que houvesse estima mútua e o Sr. Presidente da Câmara teria que ter a hombridade, perante todas essas recomendações, de dizer ali a razão porque não as cumpria. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Recordou que o Sr. Presidente da Câmara, anunciara, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, aquando da assinatura do protocolo com a ANAFRE, que o pavilhão do jardim seria entregue à Junta, nada referindo sobre a Academia Portuguesa de História. Mas no Lumiar reconheciam que a Academia Portuguesa de História naquela local era importantíssima, e que o pavilhão, sendo destinado à Junta, era importantíssimo também. Houve uma decisão de um Presidente da Câmara, em 2002, que determinara a saída da EPUL, depois houve o tal compromisso público, no Salão

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Nobre, por parte do actual Presidente da Câmara, e agora viam plasmado num jornal que a EPUL ia regressar à antiga sede, ainda por cima referindo a Administração que até havia uma Recomendação da Assembleia Municipal mas a verdade era que iam regressar. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Seria que eram as empresas municipais que faziam política, ou era a Câmara Municipal que a fazia porque foi eleita pela população? Era a Câmara que fazia política relativamente à EPUL, ou era a EPUL que fazia política relativamente à Câmara? -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Rematou dizendo que deixava esta questão porque a aprovação dos Estatutos tinha muito a ver com a função que as empresas deveriam ter. ----------------------------- ----- O Deputado Municipal João Saraiva (PCP), no uso da palavra, disse que retomavam, hoje, uma proposta já analisada no ano passado, que agora surgia com pequenas alterações e suportada, como, aliás, haviam sugerido num extenso parecer jurídico, cuja oportunidade não se contestava, até porque se estribava em doutas referências, entre outros eminentes constitucionalistas, do Doutor Vital Moreira. ------ ----- Portanto, quanto à base jurídico-constitucional que suportava a proposta, podiam, pois, estar descansados. Ficava a decisão política que lhe dera origem e quanto a essa, tal como no ano passado, discordavam frontalmente. ---------------------------------------- ----- Sabiam que a EPUL se constituía como indiscutível referencial de competência e que poderia e deveria desempenhar na cidade um importante papel, que no essencial seria o de proporcionar eficácia às políticas municipais. ------------------------------------ ----- Para isso, ganharia a EPUL em se dedicar a um âmbito de actuação eminentemente técnico de suporte às políticas da Câmara e que nessa linha deveria alargar o campo da sua vocação inicial de intervenção no urbanismo, ao âmbito da reabilitação, frente que assumidamente se apresentava, hoje, com uma dinâmica fundamental ao desenvolvimento sustentável da cidade. ------------------------------------ ----- Sabiam que a capacidade da EPUL para intervir em tais áreas não constituía novidade e dela constavam suficientes testemunhos de intervenção concreta. No entanto, a uma necessária progressiva evolução da sua competência técnica no campo da edificação, tem-se oposto o desvio da sua actividade para a questão e mediação fundiárias, de forma crescentemente equiparável às desenvolvidas pelo tecido empresarial privado. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Sabiam, também, que a faculdade de elaboração de instrumentos de planeamento urbanístico podia ser, legalmente, delegável em privados ou em empresas municipais, mas continuavam a considerar que essas competências deveriam residir exclusivamente na Câmara e não ser delegáveis, já que constituíam um instrumento essencial ao exercício da capacidade política na intervenção e na construção da cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Entendiam, por isso, que à EPUL não caberia intervir, quer na questão política do processo de reabilitação, quer na própria articulação com as populações residentes. --- ----- E, neste sentido, consideravam que para um exercício correcto das suas funções a EPUL não carecia de competências municipais delegadas. ---------------------------------

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----- Repetiu que a EPUL deveria assumir-se como meio capaz de proporcionar eficácia às políticas municipais e não como receptáculo de competências inerentes a essas políticas que deveriam caber exclusivamente à Câmara. ----------------------------- ----- Somar o erro da criação de algumas SRU’s ao erro de tratar a EPUL como de uma nova SRU se tratasse, não iria, certamente, ao encontro das necessidades existentes quanto ao processo de reabilitação urbana da cidade, que urgia reforçar e desenvolver, através de estudos que permitissem a concretização de novas metodologias de intervenção. Tarefa que, essa sim, deveria caber à EPUL. -------------- ----- Assim como lhe deveriam caber, também, as competências de intervenção no âmbito do projecto, dando resposta aos programas definidos pela Câmara, no da promoção dos respectivos cadernos de encargos no do apoio aos concursos de adjudicação da construção e, finalmente, no da fiscalização de execução das obras, mitigada dos poderes de sanção, que deveriam continuar a residir na esfera das competências municipais. ------------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, entendiam que, quer na área da urbanização, quer na da reabilitação, à EPUL caberia moderar o seu desempenho ao nível do mercado imobiliário, eliminando as componentes especulativas que a ele se encontravam associadas e, sobretudo, contribuindo para uma maior regulação dos desequilíbrios existentes. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Com efeito, à EPUL pedia-se que se assumisse como regulador do mercado e como arma de combate à especulação fundiária. E não eram estes os princípios que têm estado na base da sua actuação, quer por concorrer directamente no mercado, quer ainda por, em substituição do Município, ter desenvolvido a sua intervenção nas áreas do planeamento urbano e mesmo do ordenamento do território. --------------------------- ----- Disse que pretendiam deixar ali, no essencial, aquilo que era o entendimento do PCP quanto ao papel que à EPUL caberia desempenhar em termos de contributo para a concretização de uma correcta e sustentável política de urbanização e edificação para a Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------- ----- Lembrou que em 2008, na discussão da proposta de alteração aos Estatutos da EPUL, manifestaram as suas divergências quanto ao caminho proposto, e, um ano passado, apesar das pequenas alterações introduzidas, continuavam a considerar que a proposta apresentada não ia ao encontro de uma efectiva contribuição para a melhoria da prática das políticas de urbanização e ordenamento do território, que deveriam dar forma à construção da cidade. ------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, disse que para a maioria da Câmara esta era, como muitas outras, uma área em que assumidamente não pretendia exercer as competências que lhe cabiam e que se deveriam constituir como garante da intransigente defesa do interesse público e do reforço da coesão social. No entender do PCP, esta proposta integrava-se bem nessa directriz. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Heitor de Sousa (BE), no uso da palavra, disse que já tiveram oportunidade de discutir esta proposta de alteração dos Estatutos da EPUL na Comissão Permanente de Urbanismo e Mobilidade, inclusivamente já tiveram oportunidade de o fazer com o Sr. Vereador, e, na altura, manifestaram as suas críticas

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e oposições a alguns dos pontos concretos da alteração estatutária que esta proposta vinha consagrar, e disseram também que havia outras áreas que os Estatutos deveriam consagrar mas que não consagravam, e que lhes pareciam também merecedoras da oposição do BE. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Evidentemente não iam agora discutir os Estatutos artigo a artigo porque eles também já foram distribuídos nessa ocasião, mas iam, sobretudo, debruçar-se sobre a filosofia política que estava inerente à proposta em apreciação e àquela que, na opinião do BE, deveria ter sido seguida na elaboração desta proposta, e que não foi. --- ----- Disse, depois, que a EPUL, quando foi criada, foi para se tornar numa espécie de pequeno Estado dentro do Estado. Ela foi criada em 1971 e como todas as instituições criadas pelo antigo regime, era uma instituição que atribuía a si própria uma série de poderes, quer de intervenção na vida pública, quer inclusivamente de fiscalização e de regulação, que extravasavam totalmente o âmbito empresarial a partir do qual ela tinha nascido. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- E a EPUL era por muitos criticada pelo facto de se constituir como uma entidade acima do próprio Estado, com competências que eram, em princípio, atribuíveis aos Municípios, se a vida democrática antes do 25 de Abril tivesse podido ter a sua plena realização através de uma lei de autarquias locais. E como não existia porque o Estado era autocrático, organizava toda a sua estrutura de intervenção e de fiscalização ao modelo autocrático, e a EPUL nessa altura também reflectia esse conceito. ------------- ----- Mas, infelizmente, a oportunidade que se tinha agora para eliminar muitos desses resquícios da autocracia na intervenção pública e na intervenção urbana local, não foram seguidos nesta proposta. Por exemplo, atribuíam-se poderes de fiscalização à EPUL, mas num regime democrático em que os municípios deviam cumprir as suas atribuições e competências à luz daquilo que estava estabelecido na lei, não podiam ser competências delegadas em nenhuma outra entidade que não fosse o próprio Município. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por exemplo, a EPUL com estes Estatutos mantinha atribuições verdadeiramente inauditas e antidemocráticas. Só para citar, a EPUL, à luz destes Estatutos, poderia requerer ao Governo – ao Governo e nem sequer ao Município – “declaração de utilidade pública dos imóveis e direitos a eles inerentes, que se mostrem necessários à execução dos planos e projectos de criação, reordenamento e recuperação das áreas habitacionais e urbanas degradadas”. ---------------------------------------------------------- ----- Ou seja, a EPUL poderia, em tese, passar por cima da Câmara e da Assembleia Municipal, e requer directamente ao Governo a declaração de utilidade pública de um projecto de licenciamento, já que também, por incrível que parecesse, a Câmara, com estes Estatutos, podia delegar na EPUL o poder de licenciamento. ------------------------ ----- Portanto, havia ali um conjunto de matérias e de poderes que eram atribuíveis à EPUL, mesmo na nova proposta de Estatutos, que eram absolutamente inaceitáveis à luz, quer dos instrumentos de regulação e da legislação em vigor para os municípios e para as empresas publicas em geral, quer inclusivamente para a própria legislação que regulava os municípios e a sua intervenção no ordenamento do território a nível local.-

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----- Continuando, disse que este tipo de falhas, que não eram detalhes, tinham a ver com o tipo de filosofia política que presidia à constituição e ao funcionamento da empresa. Todos se recordavam que a EPUL, além de ser uma empresa, em tese, de urbanização, era também, por exemplo, uma empresa promotora de espectáculos, já que em muitas iniciativas que normalmente aconteciam em períodos eleitorais, aparecia também como um dos patrocinadores dessas iniciativas, de carácter pura e simplesmente comercial, ultrapassando totalmente a sua competência em termos daquilo que era a sua intervenção. E esse tipo de comportamento não era de forma nenhuma corrigido, nem sequer eliminado, na proposta de Estatutos em discussão. ---- ----- A Câmara, dizia na justificação da proposta, citou: “Retomando a sua vocação original, limita-se o objecto social da EPUL à promoção, reabilitação e manutenção de bens e infra-estruturas urbanísticas públicas e à gestão do património edificado e promoção do desenvolvimento urbano”, mas o problema era que entre o enunciado na proposta e o articulado dos Estatutos ia uma distância considerável que, como era evidente, não podiam acompanhar. ------------------------------------------------------------- ----- E também não podiam acompanhar o facto do Sr. Presidente da Câmara, ainda há pouco, a propósito das SRU’s, ter revelado ali uma filosofia que apontava no sentido da sua total extinção porque apareciam desprovidas de sentido, e a Câmara, no articulado que justificava a proposta, dizia apenas que se assumia a intenção de extinguir algumas sociedades de reabilitação urbana. --------------------------------------- ----- Ou seja, havia ali, potencialmente pelo menos, uma contradição entre aquilo que era a filosofia expendida pelo Sr. Presidente e a filosofia que o próprio texto integrava ao admitir, implicitamente, que algumas SRU’s se deviam manter e não deviam ser substituídas, do ponto de vista funcional e da sua intervenção urbana, pela EPUL. ----- ----- Portanto, havia ali um problema do coerência que a proposta não resolvia, e que pelo menos deveria ser assegurada para saberem exactamente do que estavam a falar quando fossem votar a proposta. ---------------------------------------------------------------- ----- Disse que outros aspectos da proposta que também mereciam a oposição do BE, tinham a ver com as omissões que os novos Estatutos continuavam a ter, infelizmente. E uma das principais omissões consistia no facto de eles não preverem que a EPUL devesse intervir no mercado de arrendamento urbano para exercer a função de regulação que se pretendia que ela assumisse no mercado urbano em geral, sobretudo no mercado da promoção e construção de planos urbanísticos e planos de desenvolvimento imobiliário. ------------------------------------------------------------------- ----- Isso para o BE era uma falha inaceitável. Entendiam que a EPUL, como vocação nos Estatutos deveria ter consagrado o poder de intervir e regular o mercado de arrendamento através da oferta de habitação, e ter uma função de regulação que servisse para uma outra função social que defendiam em Lisboa como noutros municípios, que era que o Estado deveria estar responsabilizado, sobretudo neste momento, no perfil imobiliário que tinha o mercado de habitação em Portugal, que era um mercado excessivamente orientado para a compra e venda de imóveis e nada orientado para o arrendamento urbano. O Estado deveria ter uma função reguladora, interventora no mercado de arrendamento, promovendo, ele próprio, uma bolsa de

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habitação, uma bolsa de arrendamento urbano a custos sociais controlados, que fosse de encontro à aplicação da mesma filosofia política que em boa hora este Executivo municipal acabara por integrar na sua prática urbanística, ao assegurar que em cada projecto novo de urbanização houvesse 25% de habitação a custos controlados. -------- ----- Para o BE, a forma de aplicar esse princípio ao mercado de arrendamento, seria fazer com que a EPUL tivesse capacidade de intervir e de colocar no mercado habitações a custos controlados, que permitissem aumentar a capacidade do Município para intervir no mercado de arrendamento com essa capacidade. ------------- ----- Só que essa norma estava omissa nos Estatutos da EPUL, o que no entender do BE deveria acontecer, em nome de uma política de urbanismo e de ordenamento do território coerente com as competências da Câmara e com as competências de uma empresa desse género. E, por outro lado, porque também os pontos omissos nos Estatutos não reorientavam a EPUL para aquilo que era alegadamente a sua função, que hoje em dia fazia parte do discurso de qualquer força política em Lisboa, que era procurar que a política urbanística estivesse orientada para a reabilitação e requalificação urbana. ---------------------------------------------------------------------------- ----- E a reabilitação urbana não se faria se fosse ignorada uma fatia do mercado de habitação em Lisboa, que era a fatia relativa ao arrendamento urbano, que queriam que crescesse. Aliás, a Câmara não se podia eximir de intervir no arrendamento urbano, de o regular, promover e facilitar através de um instrumento poderoso que tinha ao seu serviço, que era a EPUL, para condicionar esse mercado. ------------------- ----- Concluiu dizendo que esta proposta, pelas razões que acabara de apontar, não merecia a concordância do BE. ----------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente disse que tendo surgido, por parte de muitos Deputados Municipais, algumas dúvidas e algumas solicitações de clarificação, considerando que o Sr. Vice-Presidente estava disponível para clarificar essas dúvidas, aquilo que iam fazer era suspender a discussão com os tempos que estavam marcados e fazer a continuação da discussão e votação na próxima terça-feira. -------------------------------- ----- Até lá, e por uma questão de agilização dos trabalhos, o Sr. Presidente da Comissão Permanente de Urbanismo e Mobilidade, reuniria a Comissão, colocariam as questões, algumas delas acabaram de ser agora postas, de novo, pelo Sr. Deputado Municipal Heitor de Sousa, de forma a que estivessem em condições para, na próxima terça-feira, continuarem a discussão e fizerem a votação da proposta. -------------------- ----- Nota: As propostas votadas na presente reunião foram aprovadas, em minuta, nos termos da deliberação tomada pela Assembleia, por unanimidade, na reunião realizada no dia 2 de Março de 2006, inserida a páginas 40 da respectiva acta (acta n.º 6). ------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrada a reunião informando que a Sessão prosseguiria, em segunda reunião, no próximo dia 2 de Junho, terça-feira, pelas 15 horas. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Eram 20 horas e 10 minutos. -------------------------------------------------------------- ----- E eu, , Primeiro Secretário fiz lavrar a presente acta que subscrevo juntamente com o Segundo Secretário, . ---- --------------------------------------- A PRESIDENTE-------------------------------------------

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