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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NO DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO Renato S. Piccolomini de Azevedo [email protected]

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NO DIREITO

DE FAMÍLIA E SUCESSÕESLEGALE – PÓS GRADUAÇÃO

Renato S. Piccolomini de Azevedo

[email protected]

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NO

DIREITO DE FAMÍLIA E DAS

SUCESSÕES

Linha do tempo dos impostos

ITCMD

ITBI

IRPF

IRGCap

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DIVÓRCIO – DISSOLUÇÃO UNIÃO ESTÁVEL

Origem Operação Imposto

Divórcio/Dissolução

Partilha igualitária -

Divórcio/Dissolução

Partilha desigual sem

compensação

ITCMD sobre o que excedeu a

meação

Divórcio/Dissolução

Partilha desigual com

compensação

ITBI sobre o que excedeu a

meação

Efeito patrimonial: PARTILHA DE BENSITCMD

Prazo para pagamento:- 15 (quinze) dias ou antes

lavratura da escritura

Alíquota:- 4% (quatro por cento)

Base de cálculo:- Excesso de meação

ITBI

Escritura Pública:- Partilha igualitária em

cada bem considerado

individualmente

VI - o valor dos imóveis que, na divisão de patrimônio comum

ou na partilha, forem atribuídos a um dos cônjuges separados

ou divorciados, ao cônjuge supérstite ou a qualquer herdeiro,

acima da respectiva meação ou quinhão, considerando, em

conjunto, apenas os bens imóveis constantes do patrimônio

comum ou monte-mor. (Redação dada ao inciso pela Lei nº

13.402, de 05.08.2002, DOM São Paulo de 06.08.2002)

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DIVÓRCIO – DISSOLUÇÃO UNIÃO ESTÁVEL

Efeito patrimonial: ALIMENTOS

Sujeito passivo: Alimentando;

Alíquota: Progressiva (27,5%);

Forma recolhimento: Carnê-leão e apresentaçãoDeclaração de Ajuste Anualprópria ou do guardião;

Prazo pagamento: mês seguinteao recebimento do valor;

Base de cálculo: valor empecúnia constante da decisãojudicial que fixa alimentosdefinitivos ou provisórios;

Deduções do Alimentando:

- As mesmas permitidas para PessoaFísica (escola – até o valor de R$3.651,50 por ano; despesas médicase com saúde; advogado, etc.);

- O Alimentando não pode deduzirdespesas dele pagas diretamentepelo Alimentante;

Deduções do Alimentante:

- O valor pago em pecúnia a título depensão alimentícia;

- Despesas dedutíveis doalimentando pagas diretamentepelo Alimentante, (desde queexpresso na decisão judicial)

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DIVÓRCIO – DISSOLUÇÃO UNIÃO ESTÁVEL

Efeito patrimonial: ALIMENTOS

Alimentos em $$ Alimentos em $$ + in natura

Incidência maior de IR para o

Alimentando

Incidência menor de IR para

Alimentando

Possibilidade deduções legais Deduções legais aproveitadas pelo

Alimentante

Vantagem maior para Alimentante, que

tem dedução integral do valor pago

Desvantagem ao Alimentante, que tem

limitação de algumas deduções, como

despesas escolares* Alimentante não pode lançar o Alimentando no IR como dependente e

aproveitar suas deduções!

** Pode constar como dependente até 24 anos se estiver cursando universidade –

pagamento de despesas do dependente não constitui Alimentos, não estando

sujeito ao IR!

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DOAÇÃO

Constituição FederalArt. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal

instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer

bens ou direitos;

§ 1.º O imposto previsto no inciso I:

I - relativamente a bens imóveis e respectivos

direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou

ao Distrito Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos,

compete ao Estado onde se processar o inventário

ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao

Distrito Federal;

§ 1.º O imposto previsto no inciso I:

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo

Senado Federal;

RESOLUÇÃO Nº 9/1992 – SENADO FEDERAL

Art. 1° A alíquota máxima do imposto de que

trata a alínea a, inciso I, do art. 155 da

Constituição Federal será de oito por cento, a

partir de 1° de janeiro de 1992.

São Paulo: Lei 10.705/2000 (alterada pela Lei 10.992/2001)

Critério Espacial:- Imóveis (situação do imóvel)

- Móveis (domicílio do de cujus)

Alíquota: 4% (quatro por cento)

Sujeito passivo: donatário

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DOAÇÃO

Base de Cálculo: (????)Art. 9 e 14: Valor “Venal” = valor de mercado;

Art. 10: Avaliação Judicial ou atribuído pelo Inventariante e herdeiros;

Art. 13: Imóvel Urbano (IPTU*) / Imóvel Rural (ITR) – não inferior!

Art. 14: Ações (valor de negociação em bolsa / valor patrimonial);

* Decreto Estadual 5502/2009: valor venal de referênciaIsenção*

2.500 Ufesps = R$

62.675,00

Por ano e por doador!Ultrapassado o limite incide

integral!Recolhimento antes da

celebração

Usufruto

Base de cálculo:

2/3 instituição do

usufruto

1/3 na extinção

Antecipação Legítima

Transmissão Valor IR

x

Transmissão Valor de

Mercado

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HOLDING

Holding Imobiliária ou Patrimonial

“É aquela que tem por objeto deter e/ou explorar patrimônio

imobiliário; para isso, as pessoas físicas conferem seus bens para a

holding, que passa a ser titular deles”.

- Integralização pelo sócio em sociedade com atividade

predominantemente imobiliária gera incidência de ITBI;

- A integralização pelo valor constante da declaração de imposto de

renda não implica em ganho de capital;

- Retirada da sociedade por meio de redução do capital (valor

contábil ou mercado);

- Podem os sócios pactuar acordo de acionista impossibilitando a

participação do cônjuge, dos descendentes e dos ascendentes…

- Lucro e dividendos não são tributados nas pessoas físicas;

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HOLDING

OperaçãoPessoa Física

PJ Lucro Real

PJ LucroPresumido

Aluguel27,5%

receita

34% lucro+

9,25% receita

14,53%

receita

VendaEstoque

15% lucro

34% lucro+

9,25% receita

6,73% receita

Venda Imobilizado

15% lucro 34% lucro 34% lucro

Holding: VANTAGEM ECONÔMICA 10

4

10

610

2

10

3

40

15

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INVENTÁRIO

Origem Operação Imposto

Inventário Sucessão causamortis

ITCMD herança

Inventário Partilha igualitária -

Inventário Partilha desigual sem

compensação

ITCMD sobre o que excedeu

quinhão

Inventário Partilha desigual com

compensação

ITBI sobre o que excedeuquinhão

Base de Cálculo: (????)Art. 9 e 14: Valor “Venal” = valor de mercado;

Art. 10: Avaliação Judicial ou atribuído pelo Inventariante

e herdeiros;Art. 13: Imóvel Urbano (IPTU*) / Imóvel Rural (ITR) – não

inferior!Art. 14: Ações (valor de negociação em bolsa / valor

patrimonial);

* Decreto Estadual 5502/2009: valor venal de referência

São Paulo: Lei 10.705/2000 (alterada pela Lei 10.992/2001)

Critério Espacial:- Imóveis (situação do imóvel)- Móveis (domicílio do de cujus)

Alíquota: 4% (quatro porcento)Sujeito passivo: donatário

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INVENTÁRIO

Inventário: VALORES POSSÍVEIS PARA PARTILHA

Inventário ITCMD IR

Imóvel (urbano)IPTU / Avaliação / ITCMD /

Mercado / Partes / IR

Venal de

Referência

Histórico /

Transmissã

o

Imóvel (rural)ITR / Avaliação / ITCMD /

Mercado / Partes / IRIEA

Histórico /

Transmissã

o

VeículosAvaliação / ITCMD /

Mercado / Partes / IRFIPE

Histórico /

Transmissã

o

Cotas/Ações

Nominal / Avaliação /

ITCMD /

Mercado / Partes / IR

Negociado em

Bolsa / Balanço

Patrimonial

Histórico /

Transmissã

o

Móveis /

Obras de Arte

Avaliação / ITCMD /

Mercado / Partes / IR

IR /

Avaliação

Histórico /

Transmissã

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DECLARAÇÃO DE ESPÓLIO

ESPÓLIO (conceito)

Instrução Normativa SRF nº 81, de 11 de outubro de 2001

Art. 2º Considera-se espólio o conjunto de bens, direitos e obrigações dapessoa falecida.

Continuidade da Obrigação Tributária

Enfim, com a morte deixamos de pagar impostos? NÃO!

- Para fins tributários, mesmo com o falecimento o contribuinte permanece

existindo na figura do Espólio, subsistindo a obrigação tributária.

- A responsabilidade somente se encerra quando da decisão judicial ou

escritura pública de partilha.

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DECLARAÇÃO DE ESPÓLIO

Classificação (art. 3º, §2º, IN SFR nº 81/2001)

Declaração Inicial

I - inicial, a que corresponder ao ano-calendário do falecimento;

Declaração Intermediária

II - intermediárias, as referentes aos anos-calendários seguintes ao do

falecimento e até o ano anterior ao da decisão judicial transitada em

julgado da partilha, sobrepartilha ou adjudicação de bens;

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Declaração Final Espólio

III – final, a que corresponder ao ano-calendário em que for proferida a

decisão judicial transitada em julgado da partilha, sobrepartilha ou

adjudicação dos bens.

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Declaração Final

Espólio

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DECLARAÇÃO DE ESPÓLIO

Quando é preciso declarar?

Ter deixado bens a inventariar;

Se enquadrar nas situaçõesobrigatórias previstas para oscontribuintes pessoa física;

Se o falecido era obrigado e nãodeclarava?

- Devem ser apresentadas em nome dofalecido. Se erradas, necessário retificar.

Não precisam declarar:

- Não deixou bens a inventariar;

- Se, entregue a declaração doexercício, o contribuinte falece e nãodeixa bens.

Quem pode declarar?

Falecimento entre 01/01 e 30/04(referente ao exercício anterior):

- Inventariante / cônjuge ou convivente /sucessor a qualquer título ou porrepresentante do de cujus

Antes da abertura do inventário

- Cônjuge meeiro / sucessor a qualquer títuloou por representante destes.

Após abertura inventário

- Inventariante, em conjunto com o cônjuge,companheiro ou dependente cujosrendimentos sujeitos ao ajuste anual estejamsendo oferecidos à tributação nestasdeclarações

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DECLARAÇÃO DE ESPÓLIO

Falecimento entre 01/01 e 30/04

(referente ao exercício anterior):

- Não é Declaração de Espólio, deve

ser apresentada no prazo estipulado

para contribuintes pessoas físicas;

Declarações Iniciais e

Intermediárias:

- Devem ser apresentadas nos

mesmos prazos estipulados para os

contribuintes pessoas físicas

Declaração Final:

Art. 6º, IN SRF nº 81/2001 (alterada pela IN RFB nº 897, 2008)

Até o último dia útil do mês de abril doano-calendário subsequente ao:

I - da decisão judicial, sobrepartilha ouadjudicação dos bens inventariados, quetenha transitado até o último dia do mêsde fevereiro do ano-calendáriosubsequente ao da decisão judicial;

II - da lavratura da escritura pública deinventário e partilha;

III - do trânsito em julgado, quando esteocorrer a partir de 1º de março do anocalendário subsequente ao da decisãojudicial da partilha, sobrepartilha ouadjudicação dos bens inventariados;

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DECLARAÇÃO FINAL DE ESPÓLIO

2015 2016 2017

... Out Nov Dez Jan Fev Mar AbrJan Fev Mar Abr ...

Decisão Judicial

Trânsito em

Julgado

IR

Escritura Pública

IR

Escritura Pública IR

Decisão Judicial

Trânsito em Julgado

IR

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DECLARAÇÃO FINAL DE ESPÓLIO

Como apresentar?

Art. 6º, §2º, IN SRF nº 81/2001

- Através do Programa Gerador daDeclaração Final de Espólio do ano-calendário correspondente ao quefor proferida decisão judicial ouescritura pública;

Hipótese de comoriência

- Na comunhão parcial ou universal,deverá ser feita uma únicadeclaração;

- Na separação de bens, segue onúmero de inventários, um ou dois.

Sobrepartilha

Se ainda não apresentada a

Declaração Final de Espólio:

- Continua a ser feita através das

declarações intermediárias;

Se já apresentada a Declaração Final

de Espólio:

- Deve ser requerida sua retificação,

incluindo-se os bens e rendimentos da

sobrepartilha.

- Rendimentos até a data da decisão,

se no mesmo ano-calendário, ou de

todo ano-calendário, se em ano

posterior;

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DECLARAÇÃO FINAL DE ESPÓLIO

Como preencher?

Devem ser declarados todos osrendimentos recebido no períodocompreendido entre 01/01 e a datada decisão judicial da partilha ou daescritura pública;

Declaração de Bens e Direitos

- Discriminação da parcela quecorresponder de cada bem a cadaum dos beneficiários;

Dos valores dos bens transferidos

“Situação na Data da Partilha”

- Deve constar o valor histórico do

bem no Imposto de Renda (valor de

aquisição);

“Valor de Transferência”

- Deve ser informado o valor pelo

qual o bem será efetivamente

transferido para cada herdeiro

IR GANHO DE CAPITAL !!!

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Renato S. Piccolomini de Azevedo / 19.04.2016 / [email protected]

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Renato S. Piccolomini de Azevedo / 19.04.2016 / [email protected]

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Incidência

- Transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis de direito de

propriedade de bens e direitos adquiridos por valor superior àquele pelo qual

constavam na Declaração de Ajuste Anual do de cujus.

Art. 23 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997 / Arts. 3º, II, e 20 da IN SRF nº 84, de 11 de

outubro de 2001

Valor de Transferência > Valor de Aquisição (IR) = GANHO DE CAPITAL

Valor de Transferência = Valor de Aquisição (IR) = NADA A PAGAR

Alíquota

- 15% da diferença entre o valor de transferência e o de aquisição;

Art. 23, §1º, da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997 / Art. 27 da IN SRF nº 84, de 11 deoutubro de 2001 (a partir de 2017: Lei 13.259/2016)

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Bens excluídos do IRGCap

Decorrentes de operações realizadas:

I – em bolsa de valores, mercadorias, de futuros e assemelhados;

II – com ouro, ativo financeiro;

III – mercado de liquidação futura fora de bolsa

Contribuinte e Obrigação

Sujeito Passivo: Espólio

Compete, porém, ao Inventariante ocumprimento da obrigação tributária,com o preenchimento do Demonstrativode Apuração de Ganho de Capital,anexando-o à Declaração Final deEspólio.

Prazo para pagamento

Art. 30, §3º, IN SRF 84/2001

I – até último dia útil do mês subsequenteàquele em que o ganho houver sidopercebido;

IV – até a data prevista para a entrega daDeclaração Final de Espólio

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Fatores de Exclusão / Isenção

Exclusão:

Art. 30, §3º, IN SRF 84/2001

I - Alienação imóvel único com valorinferior ou igual a R$ 440.000,00.

Condições:

- Valor (em condomínio, 440K a parte de cada);

- Único imóvel do titular;

- Sem alienação de Imóvel nos últimos 05 anos.

Bens de pequeno valor

Art. 22, Lei 9.250/95 (redação Lei 11.196/05)

I - R$ 20.000,00 na alienação de açõesnegociadas no mercado de balcão;

II - R$ 35.000,00 nos demais casos.

Aplicação da venda em novoimóvel

Art. 39, Lei 11.196/05

- Pessoa Física no Brasil;

- $$ da venda em imóvel Residencial noPaís;

- Dentro do prazo de 180 dias;

- Aplicação parcial – tributa-se o nãoaplicado;

- Uma vez a cada 05 anos.

Não se aplica:

- Venda imóvel rural ou terreno;

- Aquisição vaga garagem ou boxeestac.;

- Para quitação de imóvel com débitoremanescente ou prestação de imóvel

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Fatores de Redução

Conforme o Ano de Aquisição

Art. 18, Lei 7.713, de 22 de dezembro de 1988Art. 26 da IN SRF 84/2001

Conforme o Tempo

Art. 40, Lei 11.196, de 21 de novembro de 2005

I - FR1 – atribui o desconto de acordo com onúmero de meses decorridos entre a data daaquisição e da publicação da Lei;

II - FR2 - atribui o desconto de acordo com o número de meses decorridos entre o mês seguinte à publicação da Lei e a data da alienação.

FR1 = 1/1,0060m1

FR2 = 1/1,0035m2

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Ano de Aquisição

ou Incorporação

Percentual de

Redução

Ano de Aquisição

ou Incorporação

Percentual de

Redução

Até 1969 100 1979 50%

1970 95% 1980 45%

1971 90% 1981 40%

1972 85% 1982 35%

1973 80% 1983 30%

1974 75% 1984 25%

1975 70% 1985 20%

1976 65% 1986 15%

1977 60% 1987 10%

1978 55% 1988 5%

Conforme o Ano de AquisiçãoArt. 18, Lei 7.713, de 22 de dezembro de 1988 / Art. 26 da IN SRF 84/2001

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Imóvel Urbano

Aquisição: xx/12/1979

Valor histórico IR

R$ 208.248,99

Valor de mercado (ref.)

R$ 2.145.494,00

Base Ganho de Capital

R$ 1.937.245,01

Atualização do valor imóvel no Inventário

Base IRGCap: R$ 1.937.245,01

Redução Lei 7.713/1988: 50%

Redução Lei 11.196/2005 (FR1): 50,93%

Redução Lei 11.196/2005 (FR2): 30,71%

Base IRGCap final: R$ 329.359,57

Desconto total final: 83%

Imposto devido: R$ 49.403,93

Transferência do Imóvel pelo valor histórico e posterior venda pelos herdeiros:

IMPOSTO DEVIDO: (R$ 1.937.245,01 x 15%) = R$ 290.586,75

Desconto: R$ 241.182,82

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Se Valor Atualizado

ITCMD

(R$ 300.000,00 x 4%) = R$ 12.000,00

IRGCap

Isenção em razão da Lei 7.713/88

Se vendido pelo herdeiro, por R$ 300K, não haverá ganho de capital a pagar.

TOTAL DE IMPOSTOS: R$ 12.000,00

Se Valor Histórico

ITCMD

(R$ 120.000,00 x 4%) = R$ 4.800,00

IRGCap – Base de Cálculo

Se vendido pelo herdeiro por R$ 300K:

(R$ 300K – R$ 120K) = R$ 180.000,00

IRGCap = 180K x 15% =

ZERO (Art. 30, §3º, IN SRF 84/2001)

TOTAL DE IMPOSTOS: R$ 4.800,00

Imóvel Urbano (interior) – Adquirido em 1969

Valor IPTU (R$ 120.000,00) / Valor IR (R$ 100.000,00) / Valor de Venda (R$ 300.000,00)

Um Herdeiro – não tem nem nunca teve imóvel próprio

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IMPOSTO DE RENDA – GANHO DE CAPITAL

Valor IR R$ 519.202,00

Valor Referência (26.03.2015) R$ 1.996.083,00

Valor Mercado R$ 3.000.000,00

CENÁRIO 1Transferência pelo Valor

HistóricoCENÁRIO 2

Transferência pelo Valor

de ReferênciaCENÁRIO 3

Transferência pelo Valor

de Mercado

ITCMD R$ 79.843,32 ITCMD R$ 79.843,32 ITCMD R$ 120.000,00

Base de Cálculo R$ 1.996.083,00 Base de Cálculo R$ 1.996.083,00 Base de Cálculo R$ 3.000.000,00

Alíquota 4% Alíquota 4% Alíquota 4%

IRGCap (atual) R$ 0,00 IRGCap (atual)** R$ 25.732,65 IRGCap (atual)** R$ 43.224,54

IRGCap (venda futura*) R$ 372.119,70 Base de Cálculo R$ 1.476.881,00 Base de Cálculo R$ 2.480.798,00

* Base de Cálculo = Valor de Mercado - Valor IR

Desconto Lei 7713/88 (65%) R$ 516.908,35

Desconto Lei 7713/88 (65%) R$ 868.279,30

Desconto FR1 (50,92%) R$ 253.698,62

Desconto FR1 (50,92%) R$ 426.151,48

Desconto FR2 (32,38%) R$ 171.551,01

Desconto FR2 (32,38%) R$ 288.163,63

Alíquota 15% Alíquota 15%

IRGCap (venda futura*) R$ 150.587,55

IRGCap (venda futura*) R$ 0,00

* Base de Cálculo = Valor de Mercado - Valor Referência

*Base de Cálculo = Valor de Mercado - Valor de Mercado

TOTAL CENÁRIO 1

atualR$ 79.843,32

TOTAL CENÁRIO 2

atualR$ 105.575,97

TOTAL CENÁRIO 3

atualR$ 163.224,54

TOTAL CENÁRIO 1 +

futuroR$ 451.963,02

TOTAL CENÁRIO 2 +

futuroR$ 256.163,52

TOTAL CENÁRIO 3 +

futuroR$ 163.224,54

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CRISE!!! – AUMENTO DE IMPOSTOS!!!

LEI Nº 13.259, DE 16 DE MARÇO DE 2016 (a partir 2017)

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 21 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, passa a vigorar com as

seguintes alterações:

“Art. 21. O ganho de capital percebido por pessoa física em decorrência da alienação de

bens e direitos de qualquer natureza sujeita-se à incidência do imposto sobre a renda, com as

seguintes alíquotas:

I - 15% (quinze por cento) sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00

(cinco milhões de reais);

II - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento) sobre a parcela dos ganhos que

exceder R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) e não ultrapassar R$ 10.000.000,00 (dez

milhões de reais);

III - 20% (vinte por cento) sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 10.000.000,00 (dez

milhões de reais) e não ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais); e

IV - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento) sobre a parcela dos ganhos que

ultrapassar R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NO

DIREITO DE FAMÍLIA E

SUCESSÕESFACULDADE LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO

Renato S. Piccolomini de Azevedo

[email protected]

OBRIGADO!