aspectos geogrÁficos da incidÊncia de … · aspectos geogrÁficos da incidÊncia de...

1
ASPECTOS GEOGRÁFICOS DA INCIDÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO SISTEMA NERVOSO NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA Autores Thereza Taylanne Souza Loureiro Cavalcanti 1 , Henrique Gil da Silva Nunesmaia 1 Instituição 1 UFPB - Universidade Federal da Paraíba (Cidade Universitária, João Pessoa - PB, 58051-900) Resumo OBJETIVOS (a) Estabelecer uma curva decenal de ocorrência de Malformações Congênitas do Sistema Nervoso (MCSN) no Brasil, e compará-la às cinco regiões geográficas do país; (b) estimar a incidência de MCSN entre nascidos vivos, por estado e por região do Brasil. MÉTODOS A amostra correspondeu aos nascidos vivos em cuja Declaração de Nascido Vivo constava ocorrência de MCSN, no período de 2001 a 2010, segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Calculou- se a incidência relativa (IR) de MCSN por 1000 nascidos vivos para cada Unidade Federativa (UF) e região geográfica brasileira, expressa em ‰. RESULTADOS A incidência nacional de MCSN no período foi de 24.035, de um total de 29.789.304, perfazendo uma taxa de 0,8‰, com variabilidade entre estados e regiões tanto anualmente quanto ao longo da década. Analisando-se cada região geográfica do Brasil ao longo da década, o Nordeste apresentou a menor IR ‰ média, 0,71 ‰, seguido do Norte (0,74‰) e do Centro-Oeste (0,74‰); enquanto o Sul apresentou a maior, 0,94 ‰, antecedido pelo Sudeste (0,87‰). Avaliando as UF brasileiras isoladamente, Amapá e Piauí foram os estados de menor IR‰ média ao longo da década, 0,27‰ e 0,36‰, respectivamente; ao passo que Santa Catarina apresentou a maior incidência, 0,97‰. Além destes, IR‰ média dos seguintes estados também se situou acima de 0,9‰: Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraná, Mato Grosso, Pernambuco e Rio Grande do Sul, em ordem decrescente de incidência. CONCLUSÃO No Brasil, durante a primeira década do século XXI: (a) a curva decenal de ocorrência de MCSN por regiões geográficas revelou uma tendência à convergência dessas estimativas de incidência no país; (b) existe diferença significante entre regiões quanto à incidência de MCSN, sendo a frequência maior no Sul e Sudeste brasileiros. Essa heterogeneidade pode estar relacionada a diferenças regionais de registro ou populacionais. Palavras-chaves: Anormalidades Congênitas, Malformações do Sistema Nervoso, Epidemiologia, Estatísticas Vitais Agência de Fomento: Não há

Upload: phungdung

Post on 07-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ASPECTOS GEOGRÁFICOS DA INCIDÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO SISTEMA NERVOSO NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA

Autores Thereza Taylanne Souza Loureiro Cavalcanti 1, Henrique Gil da Silva Nunesmaia

1

Instituição 1 UFPB - Universidade Federal da Paraíba (Cidade Universitária, João Pessoa - PB, 58051-900)

Resumo OBJETIVOS (a) Estabelecer uma curva decenal de ocorrência de Malformações Congênitas do Sistema Nervoso (MCSN) no Brasil, e compará-la às cinco regiões geográficas do país; (b) estimar a incidência de MCSN entre nascidos vivos, por estado e por região do Brasil.

MÉTODOS A amostra correspondeu aos nascidos vivos em cuja Declaração de Nascido Vivo constava ocorrência de MCSN, no período de 2001 a 2010, segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Calculou-se a incidência relativa (IR) de MCSN por 1000 nascidos vivos para cada Unidade Federativa (UF) e região geográfica brasileira, expressa em ‰.

RESULTADOS A incidência nacional de MCSN no período foi de 24.035, de um total de 29.789.304, perfazendo uma taxa de 0,8‰, com variabilidade entre estados e regiões tanto anualmente quanto ao longo da década. Analisando-se cada região geográfica do Brasil ao longo da década, o Nordeste apresentou a menor IR ‰ média, 0,71 ‰, seguido do Norte (0,74‰) e do Centro-Oeste (0,74‰); enquanto o Sul apresentou a maior, 0,94 ‰, antecedido pelo Sudeste (0,87‰). Avaliando as UF brasileiras isoladamente, Amapá e Piauí foram os estados de menor IR‰ média ao longo da década, 0,27‰ e 0,36‰, respectivamente; ao passo que Santa Catarina apresentou a maior incidência, 0,97‰. Além destes, IR‰ média dos seguintes estados também se situou acima de 0,9‰: Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraná, Mato Grosso, Pernambuco e Rio Grande do Sul, em ordem decrescente de incidência.

CONCLUSÃO No Brasil, durante a primeira década do século XXI: (a) a curva decenal de ocorrência de MCSN por regiões geográficas revelou uma tendência à convergência dessas estimativas de incidência no país; (b) existe diferença significante entre regiões quanto à incidência de MCSN, sendo a frequência maior no Sul e Sudeste brasileiros. Essa heterogeneidade pode estar relacionada a diferenças regionais de registro ou populacionais.

Palavras-chaves: Anormalidades Congênitas, Malformações do Sistema Nervoso, Epidemiologia, Estatísticas Vitais

Agência de Fomento: Não há