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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ASPECTOS FUNCIONAIS DA HABITAÇÃO ESTUDANTIL DA UFSCar - AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO Adm. José Claudio Ferreira SÃO CARLOS 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ASPECTOS FUNCIONAIS DA HABITAÇÃO ESTUDANTIL DA

UFSCar - AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

Adm. José Claudio Ferreira

SÃO CARLOS

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ASPECTOS FUNCIONAIS DA HABITAÇÃO ESTUDANTIL DA

UFSCar - AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

Adm. José Claudio Ferreira

SÃO CARLOS

2010

Monografia apresentada à Universidade Federal de São

Carlos, como parte dos requisitos para obtenção do titulo

de Especialista em Gestão Publica.

Departamento de Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Nigro Falkoski

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DEDICATÓRIA

A minha esposa Auriete B. C. Ferreira

e filhas Juliana Ferreira e Isabelle Ferreira.

“A vocês que sempre me incentivaram e acreditaram em mim; a

vocês que me iluminaram os caminhos obscuros com compreensão,

afeto e dedicação para que os trilhasse sem medo e cheio de

esperança. A vocês, esposa e filhas por natureza, por opção ou amor,

não bastaria dizer que não tenho palavras para agradecer tudo isso.

Portanto, faço da minha conquista um instrumento de gratidão, por

tudo quanto recebi de vocês”.

Dedico a vocês este trabalho.

Muito Obrigado!!!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço in memorium aos meus pais Leonilda Martins Ferreira e Osvaldo Ferreira, que

mesmo ausentes sempre me incentivaram e acreditaram em mim. Amo muito vocês!!!

Aos amigos Rogerio Fortunato Junior, Fernando Amorim de Souza e Henrique Affonso

de André Sobrinho, pela amizade, paciência, carinho e dedicação; pela disposição,

disponibilidade e boa vontade em sempre ajudar, deixando muitas vezes seus compromissos e

afazeres para me auxiliarem, estando nos momentos mais difíceis ao meu lado. Agradeço

muito pela contribuição na realização deste trabalho.

Aos amigos, Ivete e Alex, pelo carinho e boa vontade com que me auxiliaram; e por

atenderem aos meus pedidos sempre que possível.

Aos demais amigos e colegas da Prefeitura Universitária e da UFSCar, que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho, agradeço pela amizade, pelo carinho e pela

torcida.

“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”

A todos os dirigentes e professores da UFSCar que em algum momento se colocaram

disponíveis, para que hoje, juntos e felizes, pudéssemos participar dessa conquista, minha

gratidão. A nossa amizade àqueles que nos quiseram bem. O nosso perdão àqueles que por

motivos alheios à nossa vontade não nos compreenderam e nem se fizeram compreender. As

nossas desculpas se houve momentos que não foi possível mudar. A nossa compreensão pela

coragem que tivemos para mudar aquilo que pudemos. É preferível fazer, a nada fazer pelo

medo de errar. Meus agradecimentos àqueles que confiaram na honestidade do meu trabalho.

Tentei fazer o melhor.

Ao meu orientador Prof. Dr. Luiz Antonio Falcoski, agradeço pela confiança, paciência,

pelos conhecimentos transmitidos, por sua orientação, tornando-se uma pessoa fundamental

na minha formação profissional.

“Quem dera um dia pudéssemos medir nossos conhecimentos e saber exatamente quando deixamos de ser aprendiz para, enfim, havermo-nos tornado mestre. Conhecemos a utopia do saber completo, mas não apraz da mediocridade total. Aprendemos aos poucos, a necessidade de aprender e somos gratos àqueles que têm se dedicado à tarefa de nos ensinar e àqueles que se têm esforçado em nos mostrar que ”sábio não é àquele que ensina, mas sim o que sabe aprender”.

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade habitacional das moradias estudantis

da Universidade Federal de São Carlos, verificando se a construção dos módulos atende

realmente à demanda, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo, por meio da aplicação

de métodos e técnicas de Avaliação Pós–Ocupação (APO). Entende-se que é necessário

avaliar aspectos relacionados à satisfação e necessidades de utilização pelos usuários e, a

partir deste conhecimento, utilizar novas técnicas que minimizem os problemas levantados em

relação à utilização e convivência com o ambiente, de forma que haja compatibilidade entre

os projetos e as aspirações da comunidade estudantil. A pesquisa possibilitou ainda,

identificar as necessidades habitacionais dos usuários; avaliar o uso e ocupação dos espaços

existentes; verificar a existência de dispositivos que proporcionem acessibilidade e uso das

dependências pelos portadores de necessidades especiais (cadeirantes, deficientes visuais e

auditivos, etc.); avaliar a satisfação com as áreas disponíveis e seu grau de funcionalidade,

considerando-se o numero de moradores por módulos (sanitário, cozinha, corredores,

armários, etc.). Os resultados obtidos estão apresentados na forma de tabelas de freqüência,

gráficos, fotografias e plantas que fundamentam a análise da pesquisa e possibilitam a

exposição dos aspectos com desempenhos satisfatórios e insatisfatórios na visão dos usuários.

Através deste estudo foi possível concluir que grandes partes dos estudantes residentes das

moradias estão satisfeitos com a moradia estudantil. No entanto, apontam problemas de infra-

estrutura e relacionamento com o ambiente, principalmente nos blocos mais antigos,

mostrando a necessidade de correções e adaptações no planejamento de novos

empreendimentos destinados à Moradia Estudantil, para que haja satisfação dos usuários.

residentes.

Palavras – chave: Avaliação Pós–Ocupação; Moradia Estudantil; Universidade Federal de

São Carlos.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

3 D – Três dimensões

APO – Avaliação Pós-Ocupação

ASPLAN – Assessoria de Planejamento

CCET – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

CCBS – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

CECH – Centro de Educação e Ciências Humanas

EDF – Escritório de Desenvolvimento Físico

EUA – Estados Unidos da America

IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológica

RAC – Relação Ambiente Comportamento

UFSCar – Universidade Federal de São Carlos

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GLOSSÁRIO

Acessibilidade - Qualquer meio de entrar e sair de um ambiente.

Ambientes Arquitetônicos - O meio em que vivemos ou em que estamos relativos à

arquitetura.

Ante-projeto - Primeiras linhas traçadas pelo arquiteto em busca de uma idéia ou concepção

para desenvolver um projeto.

Área privativa - É a área do imóvel da qual o proprietário tem total domínio. É composta

pela superfície limitada da linha que contorna externamente as paredes das dependências

(cobertas ou descobertas) de uso privativo e exclusivo do proprietário.

Arquiteto - Profissional que idealiza e projeta uma construção. Possui a arte da composição,

o conhecimento dos materiais e suas técnicas e a experiência na execução de obras.

Avaliação Pós Ocupação -Ato de avaliar posterior a ação de ocupar, ou de tomar posse de

qualquer coisa.

Características subjetivas -Aquilo que caracteriza, que exprime ou manifesta apenas as

idéias ou preferências da própria pessoa.

Concepção de Projeto - Percepção de representação gráfica e escrita com orçamento de uma

obra que se vai realizar.

Desempenho Físico - Aspecto qualidade da representação.

Formas Construtivas - Modelo, norma que promove o melhoramento ou o progresso.

Leitura Espacial - Aquilo que se lê relativo ou pertencente ao espaço.

Moradia estudantil -É aquela em que estudantes habitualmente residem ou tem o seu lar,

provido das coisas necessárias ao uso doméstico. Casa de morada; domicílio.

Obra - Edificação, construção.

Pavimento - Andar. Conjunto de dependências de um edifício situadas num mesmo nível.

Preço justo - O que corresponde, real ou aproximadamente, ao valor da coisa. Aquele que é o

normal ou corrente no mercado, ou constante das cotações oficiais do lugar do contrato. Preço

não contrário à lei.

Programa - Conjunto das necessidades funcionais e sociais dos moradores que serve de

orientação ao arquiteto para a elaboração do projeto.

Projeto - Plano geral de uma construção, reunindo plantas, cortes, elevações, pormenorização

de instalações hidráulicas e elétricas, previsão de paisagismo e acabamentos.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – VISTA AÉREA DA ÁREA APROXIMADA DO CAMPUS SÃO CARLOS DA UFSCAR .. 21

FIGURA 2 – PLANTA GERAL E DETALHE DE LOCALIZAÇÃO DOS BLOCOS III A VII DA

MORADIA ESTUDANTIL DA UFSCAR ............................................................................... 30

FIGURA 3 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO III ..................................................................................... 31

FIGURA 4 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO IV ...................................................................................... 32

FIGURA 5 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO V ....................................................................................... 32

FIGURA 6 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO VI ...................................................................................... 33

FIGURA 8 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO VII .................................................................................... 34

FIGURA 9 – PAVIMENTO TÉRREO DO BLOCO VIII ............................................................................ 34

FIGURA 10 – PAVIMENTO TIPO DO BLOCO VIII ................................................................................. 35

FIGURA 11 – SEXO DOS ESTUDANTES RESPONDENTES ................................................................... 36

FIGURA 12 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO III ................................ 38

FIGURA 13 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO IV ................................ 38

FIGURA 14 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO V .................................. 39

FIGURA 15 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO VI ................................ 39

FIGURA 16 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO VII ............................... 40

FIGURA 17 – ESTUDANTES RESPONDENTES E RESIDENTES DO BLOCO VIII ............................. 40

FIGURA 18 – FREQUÊNCIA DE RESPONDENTES SEGUNDO NÚMERO DE PESSOAS COM QUEM

DIVIDE O APARTAMENTO. ................................................................................................ 42

FIGURA 19 – PORCENTAGEM DE ESTUDANTES POR QUARTO. ...................................................... 43

FIGURA 20 – FREQUÊNCIA DE MORADORES SEGUNDO OPINIÃO SOBRE A

APARÊNCIA EXTERNA DA MORADIA ESTUDANTIL .................................................... 44

FIGURA 21 – GRADES DE SEGURANÇA CERCANDO OS PRÉDIOS DAS MORADIAS

ESTUDANTIS. ......................................................................................................................... 45

FIGURA 22 – DISTRIBUIÇÃO DAS LUMINÁRIAS NA ÁREA CORRESPONDENTE AOS EDIFÍCIOS

DAS MORADIAS ESTUDANTIS. .......................................................................................... 46

FIGURA 23 – OPINIÃO SOBRE O TAMANHO DOS CÔMODOS. .......................................................... 47

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FIGURA 24 – ESPAÇO RESERVADO PARA A COZINHA, COM OS MÓVEIS E UTENSÍLIOS

DISPONÍVEIS AOS MORADORES BLOCOS III, IV, V, VI. ............................................... 48

FIGURA 25 – COZINHA EM CADA APARTAMENTO DO BLOCO VII. ............................................... 49

FIGURA 26 – LAVANDEIRA COM TANQUE, ANEXA À COZINHA, PRESENTE NOS

APARTAMENTOS DO BLOCO VIII. ................................................................................... 49

FIGURA 27 – LOCAL PARA OS ESTUDANTES RESIDENTES GUARDAREM SEUS PERTENCES. 51

FIGURA 28 - LOCAL PARA OS ESTUDANTES RESIDENTES GUARDAREM SEUS PERTENCES

NO BLOCO VIII ..................................................................................................................... 51

FIGURA 29 – BANHEIRO ADAPTADO PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS,

NOS BLOCOS VII E VIII ....................................................................................................... 52

FIGURA 30 – LOCAL DE BANHO ADAPTADO PARA PORTADORES DE NECESSIDADES

ESPECIAIS, PAVIMENTO TÉRREO, BLOCOS VII E VIII ................................................ 52

FIGURA 31 – SALA, NO BLOCO VIII, COM MESA, CADEIRAS, SOFÁ, ARMÁRIO E GELADEIRA.53

FIGURA 32 – OPINIÃO SOBRE O ESPAÇO DISPONÍVEL, ADEQUAÇÃO E MOBILIÁRIO DO

APARTAMENTO PARA OS RESIDENTES DESENVOLVEREM SUAS ATIVIDADES. . 53

FIGURA 33 – ESPAÇO RESERVADO AOS ESTUDOS DENTRO DOS QUARTOS DO BLOCO VIII.. 54

FIGURA 34 - ASPECTO INTERNO DA LAVANDERIA ........................................................................... 55

FIGURA 35 - ASPECTO EXTERNO DA LAVANDERIA. ......................................................................... 55

FIGURA 36 – A PRESENÇA DE TANQUINHOS NA LAVANDERIA PARA A LAVAGEM DAS

ROUPAS. ................................................................................................................................. 56

FIGURA 37 – ÁREA DA LAVANDERIA UTILIZADA PARA A SECAGEM DAS ROUPAS. ................ 57

FIGURA 38 – DEPENDÊNCIAS DA MORADIA UTILIZADAS PARA SECAGEM DAS ROUPAS. ...... 57

FIGURA 39 – FREQÜÊNCIA DE ATIVIDADES REALIZADAS NO AMBIENTE DA MORADIA

ESTUDANTIL. ........................................................................................................................ 58

FIGURA 40 – ACESSO AO CENTRO DE CONVIVÊNCIA. ..................................................................... 60

FIGURA 41 – APARÊNCIA EXTERNA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA. .......................................... 61

FIGURA 42 – PARTE EXTERNA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA COM MESAS E BANCOS. ........ 61

FIGURA 43 – LOCAL DESTINADO AS BICICLETAS, “BICICLETÁRIO”. .......................................... 62

FIGURA 44 – BICICLETAS ALOCADAS NAS ESCADAS DOS PRÉDIOS DA MORADIA,

DIFICULTANDO A PASSAGEM DOS RESIDENTES. ........................................................ 62

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FIGURA 45–BICICLETAS ALOCADAS DENTRO DA SALA DO APARTAMENTO, DIFICULTANDO

A PASSAGEM E UTILIZAÇÃO DAS MESMAS PELOS RESIDENTES. ........................... 63

FIGURA 46 – AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE E FLUXO NOS APARTAMENTOS E EDIFÍCIOS

DA MORADIA ESTUDANTIL APONTADAS PELOS ESTUDANTES RESIDENTES. ..... 64

FIGURA 47 – ACESSO AOS APARTAMENTOS POR ESCADAS. .......................................................... 65

FIGURA 48 – LOCAL DE ACESSO AOS BLOCOS, AUSÊNCIA DE RAMPA. ....................................... 66

FIGURA 49 – AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PARA DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES. .............. 67

FIGURA 50 – AVALIAÇÃO DA DIFICULDADE DE MANTER A PRIVACIDADE PARA

DESENVOLVIMENTO DE DETERMINADAS ATIVIDADES............................................ 68

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS ESTUDANTES RESPONDENTES ............................. 36

TABELA 2 – FREQUÊNCIA DE ENTREVISTADOS DE ACORDO COM DISTÂNCIA DAS CIDADES

DE ORIGEM ........................................................................................................................... 37

TABELA 3 – TEMPO DE RESIDÊNCIA NA MORADIA ESTUDANTIL................................................. 41

TABELA 4 – AVALIAÇÃO DO TAMANHO DOS CÔMODOS ................................................................ 46

TABELA 6 – AVALIAÇÃO DO ESPAÇO E MOBILIÁRIOS DISPONÍVEIS .......................................... 47

TABELA 7 – AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS ITENS DO APARTAMENTO............................ 59

TABELA 8 – AVALIAÇÃO DA CONVIVÊNCIA NOS APARTAMENTOS. ............................................ 59

TABELA 9 – AVALIAÇÃO DA CONVIVÊNCIA NOS E ENTRE OS EDIFÍCIOS DE MORADIA. ....... 60

TABELA 10 – ATIVIDADES NÃO DESENVOLVIDAS POR FALTA DE ESPAÇO ............................... 67

TABELA 11 – SITUAÇÕES E ATIVIDADES QUE GERAM SENTIMENTO DE FALTA DE

PRIVACIDADE ....................................................................................................................... 68

TABELA 12 – SÍNTESE DOS OBJETIVOS E RESULTADOS FUNCIONAIS DA APO DA

HABITAÇÃO ESTUDANTIL DA UFSCAR .......................................................................... 82

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 13

2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................................... 15

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................................. 18

3.1 UFSCAR – UM BREVE HISTÓRICO ..................................................................................19

3.2 AVALIAÇÃO PÓS OCUPAÇÃO ........................................................................................21

4 OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 25

4.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................25

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................25

5 METODOLOGIA ...................................................................................................................................... 26

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 30

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA MORADIA ESTUDANTIL DA UFSCAR ..................................30

6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS..............................................................................35

6.3 CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL E DA SUA OCUPAÇÃO .............................................37

6.3.1 Frequência de alunos por unidade das moradias .........................................................37

6.3.2 Tempo de residência na moradia estudantil .................................................................41

6.3.3 Número de moradores por apartamento ......................................................................41

6.3.4 Avaliação dos edifícios da Moradia estudantil .............................................................44

6.3.5 Avaliação do apartamento ...........................................................................................46

6.3.6 Acesso e fluxos ............................................................................................................64

7 CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 80

8 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 84

9 APÊNDICE 1 – CORRESPONDÊNCIA ENVIADA AO DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

DA PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS E ESTUDANTIS ........................ 87

10 APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO PARA COLETA DE DADOS ............................. 89

11 APÊNDICE 3 – MENSAGEM ELETRÔNICA ENVIADA EM 29/10/2009 AOS ALUNOS

BENEFICIÁRIOS DE BOLSA-MORADIA NO ANO DE 2009 ............................................. 96

12 APÊNDICE 4 – MENSAGEM ELETRÔNICA ENVIADA EM 24/11/2009 AOS ALUNOS

BENEFICIÁRIOS DE BOLSA-MORADIA NO ANO DE 2009 ............................................. 98

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1 INTRODUÇÃO

As Universidades contribuem para o crescimento econômico e social, influenciando a

dinâmica urbana de modo quantitativo e qualitativo. São importantes para o mercado

habitacional, devido à demanda gerada pelos estudantes (ZANCUL, 2007). Na cidade de São

Carlos, a presença de duas universidades públicas e duas privadas gerou diversas alterações

no mercado imobiliário e na economia local.

Devido ao aumento da procura por vagas nas instituições de ensino superior por

estudantes de diferentes níveis sócio-econômicos e oriundos de diversas localidades, as

universidades públicas precisaram estabelecer ações assistenciais voltadas aos estudantes

carentes, visando assegurar condições de permanência. Um dos muitos obstáculos que

dificultam a permanência é a própria situação de pobreza e seus reflexos. Dessa forma a

adoção de políticas afirmativas compensatórias, como restaurantes universitários, bolsas e

moradias estudantis a custo zero para estudantes de outras localidades se apresentam como

uma solução de curto prazo.

Com relação às moradias, tem havido, por parte dos pesquisadores, uma preocupação

em avaliar se esses espaços destinados ao uso coletivo se mostram eficientes. Uma das

metodologias mais utilizadas é a APO (Avaliação Pós Ocupação), que consiste em processo

sistematizado e rigoroso de avaliação de edifícios, através da observação da vivência do

espaço pelos usuários, depois de algum tempo de ocupação. A avaliação da adequação dos

ambientes arquitetônicos e urbanos aos seus usuários permite uma releitura do espaço

construído, incorporando não apenas a concepção inicial do profissional projetista, mas

também a percepção do usuário desse ambiente durante a ocupação do mesmo. A APO vem

sendo adotada há mais de 40 anos, na Europa, EUA e Japão quando começou-se a avaliar os

resultados da arquitetura moderna de massa, especialmente no caso dos grandes conjuntos

habitacionais (ZANCUL, 2007, ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003). Nos EUA, a referência à

APO e à RAC - Relação Ambiente Comportamento, data de 1967 (BRANDLI et all, 2001).

No Brasil, a metodologia da APO foi desenvolvida entre as décadas de 70 e 80, no

Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo. Recentemente, está sendo

empregada por grupos de estudos de outras universidades e institutos. Na década de 90 houve

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um aprofundamento nas pesquisas envolvendo a APO. Publicações e apresentações de

trabalhos nesta área procuraram difundir pesquisas que envolviam estudos de avaliação pós-

ocupação e de inovação tecnológica para a habitação (ZANCUL, 2007), embora a utilização

da técnica ainda se revele incipiente.

A aplicação da Avaliação Pós-Ocupação (APO) no estudo dos módulos da moradia

estudantil da UFSCar constituiu-se de um processo sistematizado de avaliação dos edifícios,

através da observação do espaço e da coleta de opinião dos usuários.

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2 JUSTIFICATIVA

O modelo de universidade passou por diversas etapas de transformação na sua

estrutura físico-funcional até atingir o padrão hoje conhecido. As primeiras referências ao

campus vêm do final da idade média, definido como espaço coletivo configurado pela

distribuição dos prédios de aulas e unidades administrativas, entre outros, que pertenciam à

universidade (VILELA, 2002).

O autor enfatiza que, atualmente, o conceito de campus, espaço onde há relações entre

os membros das universidades e dos moradores da cidade, sofreu varias transformações,

gerando o conceito de cidade universitária, em que se observa o rompimento da população

universitária com o meio urbano. Devido a esse “isolamento”, ocorreu um desenvolvimento

físico-espacial peculiar, visando atender as necessidades de seus usuários, como centro de

vivências, zonas de convívios e alojamentos, entre outros (VILELA, 2002).

A partir da década de 50 houve, mundialmente, uma corrida dos jovens para o ensino

superior formando, na década seguinte, um grupo de expressão política que adquiriu

visibilidade social. Segundo Laranjo e Soares (2006), no Brasil, a partir da década de 60, a

juventude de classe média passou a ter maior acesso à universidade, o que até então era

privilégio da classe dominante. Somente nos últimos anos do século XX é que se assistiu a

algum acesso das classes mais baixas às instituições de ensino superior, restringindo-se a

cerca de 10% dos jovens. Devido ao aumento do número de alunos das classes menos

privilegiadas, houve a necessidade da criação de moradias estudantis, tanto para alunos da

graduação bem como para os da pós-graduação (LARANJO; SOARES, 2006).

Para Fernandes (1974), os alojamentos universitários foram criados, inicialmente, para

atender as necessidades de moradia dos servidores (docentes, técnico administrativo) e

estudantes. Entretanto, atualmente este perfil se alterou, ficando o uso dos alojamentos

exclusivamente para os alunos (FERNANDES, 1974).

Os conceitos de qualidade e de satisfação do usuário, presentes na APO, são

subjetivos. Há que se considerar, entretanto, que a satisfação não pode ser dissociada do fato

de que as pessoas baseiam sua opinião em parâmetros de comparação entre seu ambiente atual

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e suas aspirações, havendo influência na formação da opinião de características como classe

social e faixa etária (GALSTER,1987, apud OLIVEIRA; HEINEK, 1998).

Por esse motivo, a opinião do usuário na avaliação da qualidade das habitações é

prioritária, mesmo considerando que a sua satisfação depende, além da vivência e de suas

aspirações, da situação em que se encontra o usuário. A satisfação, portanto, também varia

com o tempo, podendo o momento da entrevista influenciar em sua opinião (MORAES,

2002).

Dentro deste contexto e para sanar problemas existentes, a APO tem sido adotada para

avaliação das moradias estudantis com o objetivo de melhorar a relação entre moradores e

moradias, procurando identificar se as edificações estão de fato facilitando a permanência do

aluno na instituição e favorecendo o processo de ensino/aprendizagem. Além disso, também

avalia se as habitações atendem as necessidades para as quais foram projetadas, dando

condições para que se verifique a correta aplicação de recursos públicos. A avaliação de

diferentes aspectos - construtivo, econômico, de conforto ambiental, de praticidade e de

segurança - é fundamental para se garantir o bom funcionamento e o relacionamento do

usuário com o prédio (VIANA; ROMERO, 2002).

O conhecimento das necessidades dos usuários e a participação destes na formulação

dos projetos podem ser conseguidos utilizando-se leituras espaciais das habitações, em que se

incluem as moradias estudantis. Essa participação permitirá identificar os conflitos

arquitetônicos existentes nas interações dos moradores com suas moradias. Desta forma os

usuários, além de ter seus interesses contemplados, sentir-se-ão parte integrante do projeto, o

que gerará maior receptividade e co-responsabilidade em relação ao projeto (VIANA;

ROMERO, 2002).

Os estudantes da UFSCar são bastante ativos e constantemente trazem à administração

reivindicações e cobranças com relação à Moradia Estudantil, incluindo ampliação do número

de vagas, condições e prazos de construção, entre outras. Além disso, trazem um grande

número de reclamações variadas, indicadoras de seu grau de insatisfação com a Moradia.

Verificar se a construção das edificações destinadas à Moradia atende realmente à

demanda por ela, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo, é necessário para avaliar

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aspectos relacionados à satisfação e necessidades de utilização pelos usuários. A utilização

deste conhecimento, pela UFSCar, poderá contribuir para a minimização dos problemas

levantados em relação à utilização e convivência com o ambiente, de forma que haja

compatibilidade entre os projetos e as necessidades e aspirações da comunidade estudantil.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

Estudar a habitação humana, através de perspectivas que englobam desde técnicas-

construtivas e características morfológicas do edifício até as necessidades individuais dos

moradores e políticas na área habitacional é necessário, uma vez que tais visões indicam que a

moradia pode ser analisada a partir de classificações como: localização, relações familiares

entre moradores, modo de produção, agentes envolvidos e tipo de edificação (ELALI, 2006).

Independente do tipo, como edifício destinado ao abrigo de indivíduo ou grupo familiar, além

de características físico-construtivas, a habitação se reveste de características subjetivas

referentes à relação que se estabelece entre pessoa e ambiente. Produzir unidades de moradias

estudantis de preço justo e de boa qualidade sem considerar tais aspectos poderá se constituir

em um problema para a universidade (MALARD, 2002).

Outro aspecto a ser considerado é a reivindicação dos usuários quanto à sua

participação no processo de construção das unidades de moradias, para que estas se adéquem

às suas necessidades e tenham qualidade. A participação dos usuários pode-se dar através da

identificação dos problemas elencados pelos alunos, aliada a técnicas áudiovisuais, como

maquetes e 3D, entre outras. Tais cuidados, além de minimizarem as dificuldades que o

arquiteto enfrenta para interagir com os usuários, fará com que estes se sintam parte integrante

do processo de desenvolvimento do anteprojeto baseado nas necessidades. Segundo Malard

(2002), o conhecimento da espacialização das moradias estudantis pode ser realizado de

diversas formas, dentre elas as leituras espaciais, que contribuem para a identificação dos

conflitos arquitetônicos que ocorrem entre os moradores e as suas moradias. O autor afirma

ainda que os projetos baseados no conhecimento de espacialização e na identificação dos

conflitos podem gerar lugares mais “aceitáveis”, nos quais os usuários se identifiquem e

sintam-se participantes de sua formulação. Prossegue dizendo que as técnicas avançadas de

computação gráfica e a arquitetura visual 3D podem auxiliar na comunicação entre usuários e

arquitetos, o que contribuirá para o grau de satisfação dos moradores com suas moradias.

Salienta a importância de se proporcionar aos estudantes das classes menos favorecidas, até

como compensação, um ambiente em que eles se sintam satisfeitos em morar, pois estão

saindo de casa, afastando-se dos familiares e amigos pela primeira vez, o que acarreta

mudanças na sua forma de vida e convivência (MALARD, 2002).

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19

3.1 UFSCAR – UM BREVE HISTÓRICO

A UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) foi criada por decreto

presidencial em 1º de Dezembro de 1968, na cidade de São Carlos, tendo sido a primeira e,

até o ano de 2008, a única Universidade Federal no interior de São Paulo. Iniciou sua

atividade educacional em março de 1970 com dois cursos: Licenciatura em Ciências (96

alunos), curso hoje extinto e Engenharia de Materiais, primeiro curso na América Latina

(UFSCar, 2005).

Da data de sua criação, em 1968, até o início das aulas, em 1970, ocorreu a

implantação do Campus, por meio do trabalho de uma comissão formada por membros da

Prefeitura Municipal de São Carlos. Após a análise de diversas áreas para implantação da

UFSCar, a comissão indicou para desapropriação pelo Município e posterior doação à União,

a Fazenda Trancham, com frente para a Rodovia Washington Luiz. De posse do imóvel,

houve a necessidade de adaptar as instalações para que comportassem a administração, salas

de aulas e laboratórios (UFSCar, 2005).

Na década de 70 foram criados os três primeiros centros acadêmicos. Em 1972 deu-se

a criação de três centros: o CCET - Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, sob

responsabilidade de quem ocorreu a implantação dos cursos da área de ciências exatas, dentre

eles Engenharia de Materiais, Física e Química; o CCBS - Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde, responsável pelos Cursos de Licenciatura em Ciências (posteriormente extinto e

substituído pelo Curso de Graduação em Ciências Biológicas), de Graduação em

Enfermagem, em 1977, primeiro na área de saúde; o CECH - Centro de Educação e Ciências

Humanas, que implantou o curso de Pedagogia (UFSCar, 2005).

A partir de 1980, com o processo de departamentalização realizado na UFSCar, o

corpo docente da área de humanas que estava vinculado ao Departamento de Fundamentos

Científicos e Filosóficos da Educação, foi redistribuído de acordo com sua área de atuação aos

Departamentos de Ciências Sociais, Educação, Filosofia, Metodologia do Ensino e Psicologia

Na década de 90 foram criados novos cursos: em 1991, Ciências Sociais; em 1994,

Biblioteconomia e Ciência da Informação; em 1996, Letras e Imagem e Som (UFSCar, 2005).

No século XXI podemos constatar a expressiva expansão da UFSCar com a criação de

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inúmeros cursos: em 2004, Licenciatura em Música com Habilitação Musical; em 2006 o

curso de Medicina; em 2009, os curso de Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica

(UFSCar, 2009).

Desde o início de suas atividades, no ano de 1970, a UFSCar recebe estudantes de

diferentes regiões e das mais diversas classes sociais. Buscando estabelecer uma política

assistencial que visasse assegurar condições de permanência, na universidade, dos estudantes

de baixa renda, a administração da Instituição viabilizou procedimentos que pudessem alojar,

sem custos, estes estudantes

Num primeiro momento a Universidade locou residências em suas imediações com a

finalidade de serem utilizadas como moradia estudantil. Em meados de 1985 ocorreu a

invasão, pelos estudantes, de um prédio desocupado, que anteriormente abrigava a Assessoria

de Planejamento - ASPLAN hoje denominada Escritório de Desenvolvimento Físico - EDF e

a Gráfica. Após a ocupação, em fevereiro de 1987, o prédio foi reformado e adaptado para ser

utilizado como alojamento estudantil, com acomodações para 24 alunos, sob a denominação

de Bloco I. Atualmente este prédio já foi demolido (UFSCar, 1986).

A considerável expansão da UFSCar nos últimos anos (a Universidade conta hoje com

37 cursos de graduação presenciais e cinco à distância, 50 cursos de pós-graduação e 31

departamentos acadêmicos), acompanhada do aumento do número de alunos acarretou a

necessidade da construção de mais seis módulos destinados à Moradia Estudantil, sendo que

um deles ainda está em fase de construção (UFSCAR, 2008).

A Moradia Estudantil da UFSCar, conta hoje com 470 vagas e destina-se

apenas aos estudantes que estejam regularmente matriculados, que não residam em São Carlos

e, que comprovem situação de carência sócio-econômica. Os candidatos a moradia participam

de um processo de seleção realizado anualmente por uma comissão composta por alunos

residentes no alojamento, professores e funcionários da UFSCar.

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Figura 1 – Vista aérea da área aproximada do campus São Carlos da UFSCar

3.2 AVALIAÇÃO PÓS OCUPAÇÃO

A APO é um processo sistematizado e rigoroso de avaliação de edifícios, passado

algum tempo de sua construção e ocupação, que focaliza os ocupantes do edifício e suas

necessidades. A partir das demandas dos usuários são avaliadas as consequências das decisões

do projeto no desempenho da edificação e, em função dos objetivos do ocupante e do tempo

necessário, desta forma a APO possibilita a adoção de melhorias a curto, médio e longo prazo

(PREISER et al., 1988).

A APO é utilizada para fazer o diagnóstico de diferentes aspectos das edificações

durante sua utilização, a partir de depoimentos de todos os envolvidos como projetistas e

avaliadores, além de moradores/usuários. Na aplicação da APO é essencial julgar o

desempenho físico das edificações, verificar se as necessidades estão sendo atendidas e se os

usuários estão satisfeitos (ROMÉRO e ORNSTEIN, 2003).

maps.google.com

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Suas origens remontam a três vertentes distintas de pesquisa iniciadas nos Estados

Unidos e Canadá, no final dos anos 40 e 50: (a) a Psicologia ambiental, que estuda as relações

entre ambiente e comportamento; (b) o desempenho dos edifícios (U.S. National Institute of

Standards and Technology e Committee E06 on Performance of Buildings of ASTM); e (c) a

consolidação da Architectural Programming 3 ou Programação Arquitetônica.

Tradicionalmente as pesquisas em APO têm como meta a avaliação de três conjuntos

de fatores: os técnicos (aspectos construtivos, condições de conforto ambiental, segurança e

consumo energético); os funcionais (estudo do dimensionamento dos ambientes, dos fluxos

presentes, das possibilidades de realizar as atividades previstas, do desempenho

organizacional e da acessibilidade); e os comportamentais (elementos como atividades que

acontecem no local, relações entre uso real e uso previsto, satisfação/aspirações dos usuários

da edificação) (PREISER et al., 1988; ORNSTEIN, 1993).

Rheingantz, Del Rio e Duarte (2002) propõem uma quarta categoria de fatores: os

culturais, que possibilitam reconhecer as transformações significantes produzidas nas relações

entre os grupos humanos e o ambiente construído, seus aspectos cognitivos (subjetivos), seus

valores declarados e reais, que influenciam e são influenciados pelo uso e pela operação dos

edifícios.

Categorização semelhante é proposta por Elali e Veloso (2004). Para poder avaliar as

rotinas de utilização dos edifícios analisados, os autores afirmam que a APO deve ser

realizada com a participação dos usuários e que a utilização do ambiente construído deve ser

avaliada em relação a diversos elementos e aspectos: (a) físico/construtivos, (b) funcionais,

(c) comportamentais intrínsecos, (d) ocupação, (e) econômico/financeiros, (f) estético-visuais

e (g) contextuais/sócio-culturais. Além disso, as autoras destacam que a “relação

usos/usuários do ambiente” é de extrema importância para a APO.

Sem deixar de considerar a importância do desempenho físico das edificações, a APO

volta suas análises principalmente para as necessidades e a satisfação dos usuários. Seus

resultados são, dessa forma, facilitadores do aperfeiçoamento, com controle de qualidade, na

produção de projetos e de edificações, para que os mesmos possam atender com mais

eficiência suas funções especificas, com praticidade de uso, menores custos de construção e

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manutenção e padronização dos ambientes, amenizando os atritos gerados pelos usuários após

a ocupação dos edifícios (MALARD, 2002).

Brandão (2004) afirma que a APO visa, como pesquisa aplicada de caráter pragmático,

realizar um feedback ao processo projetual-construtivo-ocupacional, buscando uma

arquitetura em maior consonância com os desejos e aspirações da comunidade. Para tanto,

focaliza os usuários do edifício e suas necessidades, a partir das quais elabora insights sobre

as consequências das decisões de projeto no desempenho da edificação. Identifica, ainda, os

problemas que surgiram durante sua utilização no decorrer do tempo. Este procedimento

constitui a base para criação de projetos de edifícios melhores no futuro (BRANDÃO, 2004).

A APO possibilita ainda, a adoção de melhorias, em função das necessidades dos

usuários. Tais melhorias são classificadas de acordo com seu tempo de maturação (PREISER

et all, 1988):

melhorias de curto prazo: identificação e solução de problemas nos diversos

sistemas/serviços, por meio da otimização do uso da área privativa ou espaço interno e

da realimentação da informação sobre a performance do edifício, das atitudes dos

ocupantes do edifício, do seu envolvimento efetivo no processo de avaliação, do

conhecimento da influência das modificações ditadas pela redução dos custos;

melhorias de médio prazo: flexibilidade e facilidade de adaptação às modificações

organizacionais e crescimento contínuo, incluindo reciclagem de serviços/sistemas

para novos usos, redução significativa nos custos de construção e de manutenção do

ciclo vital do edifício; acompanhamento permanente do desempenho do edifício, por

profissionais e usuários;

melhorias de longo prazo: aperfeiçoamentos e otimização dos dados de projeto,

padrões, critérios, e produção de literatura técnica; otimização e quantificação das

medições de performance do edifício.

A APO pode tornar-se um eficiente instrumento no desenvolvimento do edifício e

também do seu projeto. Através do conhecimento prévio das necessidades dos proprietários e

usuários, percebidas ou mesmo atribuíveis a usos inesperados e da identificação antecipada

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24

dos níveis de satisfação pretendidos pelos proprietários e usuários com o produto, por meio do

estudo comportamental não será difícil identificar suas insatisfações, suas mudanças de

hábitos ou até mesmo as suas fontes de necessidades (PREISER, 1988).

Acompanhando essa tendência, alguns estudiosos brasileiros já começam a se

apropriar da APO como instrumento em pesquisas de avaliação do ambiente construído. Aos

poucos vai-se tomando consciência da necessidade de inserir a percepção do usuário na

análise, na medida em que sua relação com o edifício influencia diretamente no desempenho

do mesmo (FERREIRA, 2006).

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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade habitacional do programa de moradia estudantil da

UFSCar, o nível de satisfação que ele proporciona e o atendimento das

necessidades de seus usuários, com ênfase nos aspectos funcionais.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as necessidades habitacionais dos usuários.

Avaliar o uso e a ocupação dos espaços existentes.

Verificar a existência de dispositivos que proporcionem acessibilidade e uso

das dependências pelos portadores de necessidades especiais (cadeirantes,

deficientes visuais e auditivos).

Avaliar a satisfação com as áreas disponíveis e seu grau de funcionalidade,

considerando-se o numero de moradores por módulos (sanitário, cozinha,

corredores, armários).

Traçar diretrizes que possam subsidiar futuros projetos e obras de mesma

natureza, minimizando a incompatibilidade do projeto com as expectativas de

seus usuários.

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5 METODOLOGIA

O trabalho realizado constituiu-se da Avaliação Pós-Ocupação dos módulos ocupados

atualmente pela Moradia Estudantil da UFSCar, com ênfase nos aspectos funcionais e

comportamentais.

Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica com o objetivo de orientar o

desenho da pesquisa e a determinação dos critérios a serem avaliados e a aplicação dos

instrumentos de coleta de dados.

De acordo com os vários aspectos abordados pelos diferentes fatores que podem ser

avaliados na APO, optou-se, neste estudo, pela seleção dos fatores mais significativos

relacionados ao indivíduo/ambiente, entre eles (ROMÉRO e ORNSTEIN, 2003):

a) sócio/econômicos: sexo, origem, tempo de moradia, faixa etária;

b) avaliação da satisfação dos usuários: aspecto visual; densidade ocupacional e

conforto psicológico individual e grupal (privacidade/territorialidade); identificação dos

moradores com o edifício e suas áreas comuns; espaços e equipamentos qualificados e

informais para convivência social;

c) avaliação funcional: flexibilidade/arranjo espacial da unidade habitacional; área

útil do apartamento/morador; área útil do dormitório, área útil da sala, área útil da cozinha;

área útil de serviço; área útil do banheiro/lavatório, pé-direito; circulação/integração entre

cômodos no apartamento; adequação ao uso/equipamento/mobiliário/intensidade de

sobreposição de tarefas; área útil/área construída do apartamento; adequação e acessibilidade

dos deficientes físicos aos apartamentos.

A pesquisa possibilitou identificar as necessidades habitacionais dos usuários; avaliar

o uso e ocupação dos espaços existentes; verificar a existência de dispositivos que

proporcionem acessibilidade e uso das dependências pelos portadores de necessidades

especiais (cadeirantes, deficientes visuais e auditivos, etc.); avaliar a satisfação com as áreas

disponíveis e seu grau de funcionalidade, considerando-se o numero de moradores por

módulos (sanitário, cozinha, corredores, armários, etc.).

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Como o levantamento de dados para esse trabalho abordou uma mesma população –

os moradores dos Módulos integrantes do Alojamento Estudantil da UFSCar – que outro

trabalho também desenvolvido como requisito para o Curso de Especialização em Gestão

Pública da UFSCar, optou-se pela coleta conjunta das informações.

A realização da coleta de dados junto aos estudantes da Moradia Estudantil da UFSCar

teve início com uma solicitação por escrito, enviada ao Departamento de Serviço Social da

PROACE – Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis da UFSCar, expondo os

objetivos e o planejamento do trabalho (Anexo 1). O cadastro dos alunos residentes na

Moradia Estudantil da UFSCar foi solicitado ao DeSS para balizar a coleta e a análise dos

dados. As informações referentes aos números dos Registros Acadêmicos dos beneficiários do

Programa de Moradia Estudantil fornecidos pelo Departamento permitiu a identificação do

endereço eletrônico de cada aluno.

Em seguida, foi criada uma Conta do servidor Google com uma identidade (login) que

deu direito ao acesso a diferentes ferramentas e serviços oferecidos sem custos para o usuário

(apo.aloja.ufscar).

O endereço de correio eletrônico [email protected] foi utilizado para

manter contato com os alunos da população-alvo. Além disso, foi formulado e editado um

questionário eletrônico autoaplicável (Anexo 2), no formato HTML – Hyper Text Markup

Language ou Linguagem de Marcação de Hipertexto, com questões abertas e de múltipla

escolha, disponibilizado no endereço eletrônico http://sites.google.com/site/apoalojaufscar/.

O questionário procurou averiguar o nível de satisfação dos usuários em relação aos

apartamentos, às áreas comuns das edificações, às áreas livres da Moradia Estudantil e aos

recursos disponíveis. Uma das questões abertas teve como base a ferramenta denominada

wish põem (poema dos desejos). Foi solicitado aos residentes que descrevessem o ambiente

ideal para eles, suas fantasias e seus desejos a respeito do ambiente que foi avaliado. A

questão aberta foi composta de uma frase que devia ser completada pelo entrevistado: “Eu

gostaria que a Moradia Estudantil...”. Ao respondê-la, os usuários puderam declarar suas

pretensões, fornecendo dados importantes sobre a adequação e a qualidade dos projetos e das

construções das moradias estudantis (SANOFF, 1991; RHEINGANTZ et al, 2009).

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Os estudantes foram convidados a responder o questionário disponibilizado “on line”,

por meio de uma mensagem enviada ao endereço eletrônico de cada um (Anexo 3).

As respostas registradas no questionário eletrônico eram registradas, em tempo real,

em uma planilha eletrônica do aplicativo Google Docs. As respostas puderam ser visualizadas

diretamente na planilha ou na forma de um resumo, que continha os resultados e os gráficos

correspondentes. O uso dessa ferramenta permitiu uma análise dos dados de forma rápida.

Além disso, também foram feitas fotografias dos aspectos mais relevantes das

edificações.

Segundo Lay e Reis (1993) os questionários têm sido um dos métodos mais comuns

para a coleta de dados sobre a satisfação dos usuários com sua habitação, devido a sua

adequação para coletar uma quantidade significativa de informações, que podem ser

comparadas e analisadas estatisticamente, fornecendo resultados que refletem as relações

existentes entre as variáveis analisadas (LAY; REIS, 1993). De acordo com Benevente

(2002), a fotografia também foi bastante utilizada com o objetivo de ilustrar as condições das

construções e como suporte para avaliações técnicas (BENEVENTE, 2002).

De acordo com Dauer et al (2009), aplicativos online que trabalham como coletores e

depositórios de dados são apoios importantes para a pesquisa, além dos editores e sistemas de

apoio de gerenciamento de processos e comunicação, que podem ser empregados no

planejamento e na organização trabalhos acadêmicos. Os autores relatam as facilidades do uso

desses aplicativos no trabalho do pesquisador, permitindo a otimização do processo e a

economia de tempo.

No dia 29 de outubro de 2009 foi enviada mensagem eletrônica a 498 estudantes

cadastrados no Programa de Bolsa Moradia da UFSCar, informando sobre o estudo a ser

desenvolvido e solicitando que visitassem o endereço eletrônico e respondessem o

questionário. Das 498 mensagens, 35 não foram entregues por erro, desativação ou mesmo

reduzida capacidade de armazenamento das caixas de entrada dos endereços eletrônicos dos

alunos contatados. No dia 24 de novembro de 2009, os 498 estudantes residentes da moradia,

receberam nova mensagem agradecendo a participação (Anexo 4) e solicitando a colaboração

dos residentes que ainda não tinham participado ou visitado o site que continha o

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questionário. A análise dos endereços de eletrônicos das mensagens automáticas recebidas em

resposta à primeira e à segunda mensagem enviadas, com a exclusão dos endereços

duplicados, foi possível verificar que 36, dos 498 alunos, não foram contatados, sendo 462

alunos residentes convidados a responder o questionário.

O questionário foi mantido ativo (online) durante 41 dias, sendo desativado no dia 9

de dezembro de 2009, encerrando a fase da coleta dos dados. Após essa data, os resultados

obtidos foram analisados e comparados com a literatura.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA MORADIA ESTUDANTIL DA UFSCAR

A Moradia Estudantil é composta por oito edifícios, denominados Blocos e numerados

de 01 a 08. Apresentamos na figura 2 um mapa geral do campus São Carlos e em detalhe a

implantação do conjunto das Moradias Estudantis.

Figura 2 – Planta Geral e Detalhe de localização dos Blocos III a VII da Moradia

Estudantil da UFSCar

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Atualmente, o Bloco I foi demolido e o Bloco II foi desativado. A figura 3 apresenta a

planta do pavimento tipo do bloco III das moradias estudantis, analisado neste estudo.

As moradias III e IV são compostas por três pavimentos com três apartamentos em

cada pavimento e três quartos por apartamento, como pode ser observado nas Figuras 3 e 4.

Ambos são ocupados por 63 alunos cada.

As moradias V e VI são compostas por três pavimentos com três apartamentos cada

pavimento e três quartos por apartamento, como mostram as Figuras 5 e 6. Cada módulo é

ocupado por 81 alunos.

A moradia VII é composta por quatro pavimentos com três apartamentos cada

pavimento, sendo dois apartamentos com três quartos cada e um apartamento com dois

quartos, sendo ocupada por 84 alunos. A Figura 7 apresenta a planta do pavimento térreo e a

Figura 8, a planta do pavimento tipo do bloco VII.

A moradia VIII é composta por quatro pavimentos com três apartamentos cada

pavimento, sendo três apartamentos com três quartos, ocupados por 98 alunos, como mostram

as Figuras 9 e 10.

Figura 3 – Pavimento tipo do Bloco III

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Figura 4 – Pavimento tipo do Bloco IV

Figura 5 – Pavimento tipo do Bloco V

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Figura 6 – Pavimento tipo do Bloco VI

Figura 7 – Pavimento térreo do Bloco VII

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Figura 8 – Pavimento tipo do Bloco VII

Figura 9 – Pavimento térreo do Bloco VIII

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Figura 10 – Pavimento tipo do Bloco VIII

6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS

Os moradores que participaram do levantamento de dados eram residentes de todos os

blocos das moradias estudantis localizadas no campus da UFSCar, incluindo moradores de 47

dos 60 apartamentos (78%). Realizando uma análise por blocos, observou-se que

responderam ao questionário 21% dos estudantes residentes dos blocos 3, 5 e 8, 20% dos

residentes do bloco 6, 17% dos residentes do bloco 4 e 15% dos residentes do bloco 7,

responderam.

Observou-se que 53% dos alunos que responderam o questionário eram do sexo

masculino e 47% do sexo feminino, conforme mostra a Figura 11.

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A maioria dos estudantes (98%) respondentes eram alunos da graduação, sendo uma

minoria (2%) da pós – graduação, como é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 – Nível de escolaridade dos estudantes respondentes

Nível Frequência relativa

Graduação 98%

Especialização 0%

Mestrado 2%

Doutorado 0%

Aluno especial 0%

Total 100%

Figura 11 – Sexo dos estudantes respondentes

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Observou-se que a grande maioria dos estudantes entrevistados são originários de

diferentes municípios (96% do Estado de São Paulo e apenas 4% de outros estados

brasileiros). A maioria dos entrevistados tem como origem cidades situadas a menos de 300

Km de São Carlos, conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Frequência de entrevistados de acordo com distância das cidades de origem

Distância da cidade de

Origem

Estado de São Paulo Outros Estados TOTAIS

< 99 Km 20 (22%) 0 (0%) 20 (22%)

100 a 199 Km 32 (36%) 0 (0%) 32 (34%)

200 a 299 Km 27 (30%) 1 (25%) 28 (30%)

300 a 399 Km 7 (8%) 1 (25%) 8 (9%)

400 a 499 Km 3 (3%) 0 (0%) 3 (3%)

> 500 Km 0 (0%) 2 (50%) 2 (2%)

TOTAIS 89 (100%) 4 (100%) 93 (100%)

6.3 CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL E DA SUA OCUPAÇÃO

6.3.1 FREQUÊNCIA DE ALUNOS POR UNIDADE DAS MORADIAS

A freqüência de alunos respondentes em relação a unidade da moradia que os que

residem, ficou distribuída conforme as Figuras 12, 13, 14, 15, 16 e 17.

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Figura 12 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco III

Figura 13 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco IV

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Figura 14 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco V

Figura 15 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco VI

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Figura 16 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco VII

Figura 17 – Estudantes respondentes e residentes do Bloco VIII

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Importante destacar que no Bloco VIII, apartamento 1, há apenas um morador, por ser

um portador de necessidades especiais. Este morador é tetraplégico e mora com a mãe, que

atende aos seus cuidados. A disponibilidade de um apartamento foi necessária porque o

mesmo precisa de livre acesso a todas as dependências do bloco, em especial do banheiro,

permitindo assim uma maior privacidade do mesmo.

6.3.2 TEMPO DE RESIDÊNCIA NA MORADIA ESTUDANTIL

Em relação ao tempo de residência na moradia estudantil, observou-se que 39%

habitam o local há menos de um ano; há mais de cinco anos, apenas 3% dos estudantes

residentes, destacando-se a quantidade de novos moradores que obtiveram vaga no ano de

2009, conforme mostra a Tabela 3.

Tabela 3 – Tempo de residência na moradia estudantil.

Tempo de residência Alunos residentes

Menos de 1 ano 39%

Entre 1 e 2 anos 19%

Entre 2 e 3 anos 22%

Entre 3 e 4 anos 13%

Entre 4 e 5 anos 4%

Mais de 5 anos 3%

Total 100%

6.3.3 NÚMERO DE MORADORES POR APARTAMENTO

Os dados permitem ainda afirmar que a maior parte dos estudantes (41%) residem com

mais de oito pessoas no mesmo apartamento, 25% informaram residir com mais sete colegas

e com menos do que 7 colegas (24%). Poucos informaram residir com mais nove colegas

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42

(10%) e apenas 1% afirmou residir com mais do que nove colegas, conforme é mostrado na

Figura 18.

Figura 18 – Frequência de respondentes segundo número de pessoas com quem divide o

apartamento.

Quanto ao número de estudantes com quem cada respondente divide o quarto,

constatou-se que a maioria residem com mais dois estudantes (69%), alguns com apenas mais

um (20%). Os que dividem o quarto com mais de dois estudantes são apenas 11%, como

mostra a Figura 19.

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43

Figura 19 – Porcentagem de estudantes por quarto.

O número de vagas disponíveis varia entre os diferentes Blocos e apartamentos. Todos

os apartamentos têm três quartos. Os Blocos III e IV têm um total de nove apartamentos,

sendo sete vagas por apartamento (divididos em dois quartos com duas vagas e um quarto

com três vagas). Os Blocos V e VI também apresentam nove apartamentos com 81 vagas,

todos os quartos com três vagas. Os Blocos VII e VIII apresentam 12 apartamentos, sendo

três quartos com oitos vagas e nove quartos com nove vagas, totalizando 95 vagas no Bloco

VII e três quartos com oito vagas mais nove quartos com nove vagas, totalizando 105 vagas

no Bloco VIII. Importante salientar que os Blocos VII e VIII contam com quatro pavimentos

e apresentam, no pavimento térreo, unidades habitacionais adaptadas para portadores de

necessidades especiais.

Os resultados são contraditórios, uma vez que algumas respostas sugerem a existência

de alguns apartamentos com superlotação e a existência de vagas ociosas em outros.

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44

6.3.4 AVALIAÇÃO DOS EDIFÍCIOS DA MORADIA ESTUDANTIL

Quanto à aparência externa da Moradia Estudantil, 38% dos moradores a classificaram

como regular e 33% a classificaram como boa. Segundo o depoimento de alguns alunos,

completando a frase “Eu gostaria que a Moradia Estudantil da UFSCar”...

“…(tivesse) maior acompanhamento da universidade quanto a

conservação dos prédios e depredação dos mesmos…”

“Melhorasse a aparência para que fosse possível nos sentirmos mais

em casa…”

Os resultados podem ser verificados na Figura 20.

Figura 20 – Frequência de moradores segundo opinião sobre a

aparência externa da Moradia Estudantil

Alguns estudantes residentes da moradia que responderam ao questionário relataram

problemas quanto à aparência e estrutura da Moradia que se relacionam com questões de

segurança:

“… segurança principalmente, os alunos precisam da sensação de

segurança de fato e há uma disparidade enorme entre os novos

prédios e os antigos, infelizmente”.

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“Creio que seja muito importante para que os alunos não precisem ir

até à SIN durante à noite, evitando outros tipos de problemas, como

assaltos”.

…”tivesse uma portaria que controlasse a entrada de pessoas

estranhas à moradia e tivesse os alambrados, que cercam a moradia,

substituídos por cercas mais seguras”.

“…colocasse grades nas janelas do térreo do módulo 8, para maior

segurança. Já que, estas são grandes o que permite que qualquer

pessoa entre nos quartos e na sala”.

Apesar das reclamações relacionadas à segurança, observa-se que as moradias

estudantis são cercadas por grades e bem iluminadas, com luminárias distribuídas por toda

área dos edifícios, mantendo desta forma certo nível de segurança. Porém, a realização de

festas pelos próprios moradores, sem nenhum tipo de controle de entrada, a sensação de

insegurança aumenta. As condições de estrutura e aparência externas da Moradia Estudantil

podem ser visualizadas nas Figuras 21 e 22.

Figura 21 – Grades de segurança cercando os prédios das moradias estudantis.

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46

Figura 22 – Distribuição das luminárias na área correspondente aos edifícios das

moradias estudantis.

6.3.5 AVALIAÇÃO DO APARTAMENTO

Com relação às dimensões dos cômodos dos apartamentos, a Tabela 5 e a Figura 23

demonstram que o tamanho da sala, dormitório e banheiro tiveram avaliação positiva, sendo

considerado adequado pela grande maioria dos respondentes. Somente a cozinha foi

considerada pequena pela maioria dos entrevistados (58%).

Tabela 4 – Avaliação do tamanho dos cômodos

Item Avaliado Pequeno Adequado Grande

Tamanho da sala 42% 51% 8%

Tamanho da cozinha 58% 41% 1%

Tamanho do banheiro 23% 73% 4%

Tamanho do dormitório 41% 56% 3%

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47

Opinião sobre o tamanho dos cômodos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Sala Cozinha Banheiro Dormitórios

Cômodos

Po

rcen

tag

em

(%

)

Pequeno

Adequado

Grande

Figura 23 – Opinião sobre o tamanho dos cômodos.

No entanto, os espaços e os mobiliários disponíveis para guardar roupas, material de

estudo e objetos pessoais foram considerados insatisfatórios, denotando descontentamento por

parte dos estudantes, como mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 – Avaliação do espaço e mobiliários disponíveis

Espaço e mobiliário disponível Insuficiente Suficiente

Roupas 59% 41%

Material de estudo 67% 33%

Objetos e produtos de uso pessoal 65% 35%

A Figura 24 apresenta a cozinha e os espaços disponíveis para os móveis. Deve-se

salientar que a cozinha foi desenvolvida para guardar mantimentos e um local para rápidas

refeições e não para realização das refeições principais, as quais são oferecidas pelo

Restaurante Universitário (RU) da Instituição.

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Figura 24 – Espaço reservado para a cozinha, com os móveis e utensílios disponíveis aos

moradores Blocos III, IV, V, VI.

A Figura 25 apresenta a cozinha nos apartamentos dos Blocos VII e VIII, com

presença de armários e um balcão. Em anexo há uma pequena lavanderia com um tanque,

para facilitar a lavagem de pequenas peças de roupa (Figura 26).

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Figura 25 – Cozinha em cada apartamento do Bloco VII.

Figura 26 – Lavandeira com tanque, anexa à cozinha, presente nos apartamentos do

Bloco VIII.

Analisando as respostas do questionário é possível notar que os estudantes estão

insatisfeitos, principalmente em relação ao local para guardar roupas, nos blocos mais antigos:

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“Nós temos um buraco que chamam de armário super pequeno que

mal cabe nossas roupas, nem dá para usar cabide. As roupas ficam

amontoadas e os objetos pessoais, livros e comida competem com o

espaço da mesa”.

“…e prateleiras dentro dos ''armários'', para acomodar melhor as

roupas”.

“…tivesse mais espaço nos armários dos quartos…”

Além disso, outros problemas são relatados pelos entrevistados:

“tivesse geladeira, fogão …”

“Tivesse as escrivaninhas dos quartos um pouco mais baixas ou

cadeiras mais altas”.

“…que tivéssemos armários debaixo das pias dos banheiros para

guardarmos produtos de higiene pessoal…”

“…tivesse disponível em todos os apartamentos uma mesa de estudo e

um móvel para guardar objetos pessoais (roupas, livros, etc)…”

“…tivesse armários na cozinha, …e uma sala de estudo decente…”

O pequeno espaço dentro dos quartos para os estudantes residentes guardarem seus

pertences pode ser observado na Figura 27, principalmente nos apartamentos das moradias

mais antigas. Nota-se que o armário disponível é pequeno, o que força a ocupação da parte de

dentro, de cima e até mesmo de baixo do móvel. Os apartamentos dos Blocos VII e VIII

possuem lugares mais amplos para os estudantes acomodarem seus pertences, como mostra a

Figura 28.

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Figura 27 – Local para os estudantes residentes guardarem seus pertences.

Figura 28 - Local para os estudantes residentes guardarem seus pertences no Bloco VIII

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Os Blocos VII e VIII, edifícios mais novos, têm no pavimento térreo banheiros

adaptado para portadores de necessidades especiais, como nota-se nas Figuras 29 e 30.

Figura 29 – Banheiro adaptado para portadores de necessidades especiais, nos Blocos

VII e VIII

.

Figura 30 – Local de banho adaptado para portadores de necessidades especiais,

pavimento térreo, Blocos VII e VIII

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A Figura 31 apresenta o espaço reservado à sala, no Bloco VIII, mobiliada com

um sofá, uma geladeira, um armário, uma mesa e cadeiras, onde os estudantes podem

executar as suas refeições e atividades acadêmicas.

Figura 31 – Sala, no Bloco VIII, com mesa, cadeiras, sofá, armário e geladeira.

Os entrevistados consideraram o espaço disponível para a realização de trabalhos

acadêmicos, lavar e passar roupas, bem como sua adequação e o mobiliário do apartamento

insuficiente. Já para atividades como estudar, receber amigos e descansar, o espaço e as

condições foram considerados suficientes, como pode ser observado na Figura 32. Avaliação do espaço disponível, adequação e mobiliário do

apartamento

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Estud

ar

Traba

lhos

Aca

dêm

icos

Receber

am

igos

Descan

sar

Lava

r rou

pa

Passa

r roup

a

Itens

Po

rcen

tag

em

(%

)

Insuficiente

Suficiente

Figura 32 – Opinião sobre o espaço disponível, adequação e mobiliário do apartamento

para os residentes desenvolverem suas atividades.

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Observa-se que o quarto é o ambiente mais utilizado para realizar determinadas

atividades, como estudar (63%), descansar (99%) e para passar roupas (68%). Para receber os

amigos, a sala é o cômodo mais utilizado (53%). A Figura 33 mostra que, nos quartos do

Bloco VIII, o espaço reservado aos estudos, mesmo com a presença de uma escrivaninha fixa

e cadeiras, ainda é insuficiente, considerando que o mesmo é utilizado por três estudantes.

Figura 33 – Espaço reservado aos estudos dentro dos quartos do Bloco VIII

A freqüência do uso da cozinha para realizar as refeições é de 44%, seguida da sala

(40%), o que pode ser atribuído às dimensões reduzidas da cozinha e a possibilidade de sua

utilização apenas para preparar as refeições.

O local disponível para lavar roupas foi considerado insuficiente pela maioria dos

moradores (70%). A frequência do seu uso é pouco intensa (maioria dos estudantes não

realiza esta atividade no edifício da moradia estudantil), pelo fato da lavanderia ser

comunitária, com reduzido número de tanques e espaço inapropriado, em relação ao número

de usuários potenciais. As Figuras 34, 35 e 36 apresentam a lavanderia interna e externamente

e a presença de tanquinhos para a lavagem das roupas, respectivamente.

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55

Figura 34 - Aspecto interno da lavanderia

Figura 35 - Aspecto externo da lavanderia.

B

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Figura 36 – A presença de tanquinhos na lavanderia para a lavagem das roupas.

Os depoimentos dos estudantes residentes consideraram a lavanderia pequena e

demandando a necessidade de máquinas de lavar roupa ou tanquinhos:

“…tivesse mais maquinas para lavar roupas…”

“Acredito que poderia melhorar algumas coisas, acho que a

lavanderia poderia ser arrumada…”

“…área de servisso (sic) maior também”.

“Melhorasse as lavanderias”.

“…tivesse uma lavanderia decente, com máquinas de lavar ou então

centrífugas, para melhor secagem das roupas”.

A Figura 37 mostra o local para a secagem das roupas, com número limitado de varais

para estender a roupa em relação ao número de moradores que necessitam utilizá-lo; por este

motivo os moradores utilizam os corredores dos blocos para secar a roupa, como é possível

notar na Figura 38.

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Figura 37 – Área da lavanderia utilizada para a secagem das roupas.

Figura 38 – Dependências da moradia utilizadas para secagem das roupas.

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Os estudantes apontam outros problemas, tais como: a ausência de um local

apropriado para os estudos e uma cozinha maior e com armários para guardar os alimentos:

“Tivesse uma cozinha descente (sic) para 9 pessoas, pois com

excepção (sic) do mód. 7 todas as outras cozinhas são minúsculas”.

“…armário tipo dispensa, pois tenho que guardar alimentos…”

“Tivesse um lugar apropriado em cada apartamento para estudo”.

“Tivesse bancadas de estudos nos quartos que cabessem (sic) nosso

material…”

A Figura 39 mostra a freqüência do uso do ambiente em determinadas atividades

realizadas pelo estudante residente

Frequência de uso do ambiente

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Estud

ar

Desc

ansa

r

Fazer

refe

içõe

s

Rece

ber a

migos

Lava

r Rou

pa

Pas

sar r

oupa

Atividades

po

rcen

tag

em

(%

)

Sala

Quarto

Cozinha

Banheiro

Fora do apartamento

Figura 39 – Freqüência de atividades realizadas no ambiente da moradia estudantil.

Na percepção dos estudantes, a distribuição dos cômodos foi classificada como regular

(40%) e bom (40%); já o mobiliário do quarto e da sala foi considerado regular. Em relação

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ao mobiliário e aos eletrodomésticos da cozinha, a opinião variou entre regular (29%) e bom

(30%), conforme Tabela 7.

Tabela 7 – Avaliação da distribuição dos itens do apartamento

Distribuição

dos cômodos Mobiliário da sala

Mobiliário do

quarto

Mobiliário e

eletrodosmético

da cozinha

Péssimo 5% 17% 16% 18%

Ruim 12% 29% 16% 17%

Regular 40% 34% 34% 29%

Bom 40% 17% 26% 30%

Em relação à convivência com os colegas de quarto, 54% dos estudantes consideraram

ótima, sendo que nenhum estudante julgou péssima. No entanto, com colegas de apartamento,

49% informaram ser boa e 1% relataram ser péssima, conforme Tabela 8.

Tabela 8 – Avaliação da convivência nos apartamentos.

Convivência Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo

Colegas quarto 0% 1% 5% 40% 54%

Colegas apartamento 1% 3% 17% 49% 29%

Os estudantes classificaram a convivência com os colegas de edifício como regular

(42%) e péssima (2%). Porém, com os colegas de outros edifícios da Moradia Estudantil, 52%

qualificaram como boa e 3% como péssima, conforme Tabela 9.

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Tabela 9 – Avaliação da convivência nos e entre os edifícios de moradia.

Convivência Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo

Colegas de edifício 2% 4% 42% 40% 12%

Colegas de outros edifícios 3% 3% 34% 52% 8%

Os alunos sentem falta de uma área de convivência para realizar reuniões, conversas e

festas, enfim uma área para proporcionar maior integração entre eles, embora a UFSCar já

possua um Centro de Convivência ao lado dos alojamentos, como apresentado nas Figuras 40,

41 e 42.

Figura 40 – Acesso ao Centro de Convivência.

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Figura 41 – Aparência externa do Centro de Convivência.

Figura 42 – Parte externa do Centro de Convivência com mesas e bancos.

Percebe-se que um dos grandes problemas na moradia estudantil é a convivência entre

os residentes, relacionada à falta de respeito entre colegas, ao barulho (festas, reuniões, etc.)

em horários inapropriados, atrapalhando os demais residentes que desejam estudar ou dormir

e a preservação interna e externa da moradia e de seus anexos.

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Outro ponto de conflito entre os estudantes é a presença de bicicletas nas

proximidades das escadas ou até mesmo dentro dos apartamentos, dificultando a passagem

dos estudantes residentes, conforme pode ser visto nas Figuras 43, 44 e 45, muito embora haja

um “bicicletário” - local próprio para guardar as bicicletas.

Figura 43 – Local destinado as bicicletas, “Bicicletário”.

Figura 44 – Bicicletas alocadas nas escadas dos prédios da moradia, dificultando a

passagem dos residentes.

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Figura 45 – Bicicletas alocadas dentro da sala do apartamento, dificultando a passagem e

utilização das mesmas pelos residentes.

Segundo o questionário aplicado os alunos declararam:

“Só creio que algum tipo de integração maior entre os moradores

resolveria alguns probleminhas, ocorridos por falta de diálogo

mesmo”.

“Talvez a organização de encontros sociais para a conversa e o

contato entre os moradores”.

“…tivesse mais opções de lazer e melhores condições para aqueles/as

que permanecem nela por muito tempo."

“Os apartamentos são muito bons e o pessoal não está nem aí.

Rabiscam paredes, furam, sujam, quebram coisas, colam coisas nas

paredes recém pintadas, destroem um bem que é de todos e que meus

pais e os pais de todos estão pagando”.

“Ninguém cuida e eu acho que deveria ter um contrato que deveria

ser assinado pelo futuro morador e quando ele fosse sair a casa

deveria ser vistoriada e ele, no mínimo, trabalhar para reparar os

danos causados”.

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“…ter maior controle dos moradores quanto às regras condominiais,

por exemplo, questões de barulho durante as madrugadas, festinhas e

confraternizações na sala de estudo e no centrinho”.

“…tivesse algumas regras para a convivência, como por exemplo ser

proibido fazer festinhas embaixo das janelas até de madrugada”.

“Fosse menos barulhenta! E os moradores tivessem mais respeito

com relação ao horário…”

“Tivesse um estatuto de convivência, com definição de horários para

silêncio; tivesse um local para festas, evitando desentendimentos e

barulho em blocos…”

Podemos concluir que os problemas de convivência entre os alunos devem-se

mais aos conflitos interpessoais do que aos aspectos estruturais das moradias em si.

6.3.6 ACESSO E FLUXOS

Em relação à acessibilidade, apenas 9% dos estudantes residentes descreveram que

tiveram problemas e 91% afirmou nunca ter encontrado problemas, conforme demonstrado na

Figura 46.

Avaliação da acessiblidade e fluxo nos apartamentos e edifícios da

moradia

9%

91%

Dificuldade

Sem dificuldade

Figura 46 – Avaliação da acessibilidade e fluxo nos apartamentos e edifícios da moradia

estudantil apontadas pelos estudantes residentes.

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O principal problema descrito pelos estudantes é a dificuldade de acesso aos

apartamentos em decorrência dos degraus ou de barreiras arquitetônicas. Esses problemas

dificultam ou até impossibilitam o acesso de portadores de deficiências físicas a muitas

unidades habitacionais. Além disso, as bicicletas presas nos corrimões das escadas também

atrapalham, impedindo que pessoas usem esses apoios para dar segurança no momento da

locomoção . Em relação à acessibilidade, apenas um aluno, entre outras reivindicações,

apontou o problema:

“Tivesse churrasqueira, acessibilidade para todos (deficientes físicos,

principalmente), espaço melhor para confraternizações”.

As Figuras 47 e 48 mostram a dificuldade de acesso às moradias, principalmente para

portadores de necessidades especiais, devido à presença de escadas e ausência de rampas.

Apenas os apartamentos que estão situados no térreo possuem estrutura de acesso para os

portadores de necessidades especiais, especialmente os dos Blocos VII e VIII. No entanto, o

acesso para a entrada nos blocos antigos apresenta dificuldades devido à existência de um

degrau e pela inexistência de rampa de acesso para cadeirantes.

Figura 47 – Acesso aos apartamentos por escadas.

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Figura 48 – Local de acesso aos blocos, ausência de rampa.

Quanto à suficiência de espaço para o desenvolvimento de atividades, 52% dos

estudantes declararam estar satisfeitos; 48% dos entrevistados, entretanto, apontam

insatisfação com o espaço disponível, principalmente para receber amigos. A falta de

estrutura, as dimensões reduzidas e as más condições do edifício foram apontadas como

responsáveis pela insatisfação, dificultando também a realização de trabalhos e estudos em

grupo, conforme a Figura 49.

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Figura 49 – Avaliação do espaço para desenvolvimento de atividades.

Entre aqueles que que responderam positivamente, algumas atividades foram mencionadas

como de difícil execução pela falta de espaço. As atividades citadas estão listadas na Tabela 10.

Tabela 10 – Atividades não desenvolvidas por falta de espaço

Atividades N

Estudar 18

Receber amigos 8

Fazer trabalhos 7

Fazer Yoga/ginástica 3

Lavar/secar roupas 3

Guardar objetos pessoais 3

Assistir televisão 3

Cozinhar 2

Ficar sozinho 2

Comer 2

Manter relações sexuais 1

Usar o banheiro 1

Confraternizações 1

Lazer 1

Todo tipo de atividades 1

A maioria dos estudantes entrevistados declarou que, às vezes, sentem dificuldades

para manter a privacidade; outros têm esse tipo de dificuldades sempre, embora outros

declarem nunca sentir falta de privacidade, como mostra a Figura 50.

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Figura 50 – Avaliação da dificuldade de manter a privacidade para desenvolvimento de

determinadas atividades.

Os alunos relataram diferentes situações ou atividades em que sentem dificuldade para

manter privacidade, conforme pode ser visualizado na Tabela 11.

Tabela 11 – Situações e atividades que geram sentimento de falta de privacidade

Situações/Atividades N

Estudar 22

Muitos moradores no quarto/apartamento 15

Usar banheiro 10

Interior do quarto devassado 7

Trocar de roupas 7

Descansar/dormir 6

Receber amigos 5

Interior da sala/cozinha devassados 4

Para tudo 3

Festas na vizinhança 2

Falta sala/sala pequena 2

Ver televisão 1

Pensar 1

Festas (fazer/outros) 1

Fazer sexo 1

Namorar 1

Fazer refeição 1

Muitos depoimentos dos entrevistados falaram a respeito da falta de espaço e de

privacidade. Algumas questões relacionadas a esses problemas se destacaram. A principal

delas foi a dificuldade para as atividades de estudos:

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“O estudo é muito complicado para se desenvolver em um quarto

apertado, pois embora a sala propicie isso, a aglomeração na sala

causa o desvio de atenção por ser uma área de trânsito constante e

inegavelmente a socialização comum.”

“Quando necessito estudar no quarto, ou mesmo na presença de

algum outro colega que não possua vincolo (SIC) com o

apartamento.”

“Realizar trabalhos acadêmicos por falta de internet.”

“Estudo adequadamente pois o quarto é muito pequeno para 3

pessoas, além disso ocupo meu espaço na escrivaninha com muitos

livros e computador o que me impede de ter a mesa livre para

estudar. Dificilmente o quarto está vazio e com tranquilidade para

estudar, a cozinha menos ainda. Qualquer coisa que se fale na

cozinha ou no quarto se escuta no cômodo vizinho. Tudo isso

prejudica a concentração na hora de estudar. O sinal de celular é

péssimo, então temos que sair de casa para falar ao telefone, e graças

ao modulo novo (8) não temos mais sinal de internet em casa. assim,

temos que nos arriscar a ficar na internet no centro de convivência,

sujeitas a pessoas estranhas e assaltos. Não há qualquer possibilidade

de privacidade no alojamento, infelizmente”.

“Trabalhos em grupo, não há espaço suficiente!”

“Não tenho notebook, mas quem tem, sente falta de internet nos

blocos.”

“Estudar! Como são muitas pessoas na casa, mesmo sendo a

convivência muito bacana, acaba que é impossível estar sozinho ou

ter um silencio para concentrar-me nos estudos dentro de casa.

Quando tenho de estudar recorro ao quarto que também é muito bom

mas: tem a escrivaninha muito alta, ou são as cadeiras que são muito

baixas, o que acaba tensionando (SIC) os braços, pescoço e ombros.

Também ocorre que, divido o quarto com mais dois amigos e nesse

caso também é difícil ficar sozinho para poder estudar,

principalmente no caso de algumas matérias específicas relacionadas

ao curso de música. Acaba que'u (SIC) não consigo tirar o melhor

proveito desses estudos e também atrapalho os colegas do bloco.

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(Muitas vezes, na maioria, acabo indo pra outro lugar fora da

moradia para poder estudar).”

“Por não haver sala às vezes há uma dificuldade em relação à

horários para se estudar no quarto.”

“Falta de espaço para atividades de estudo dentro do quarto, com

possibilidade de gaveteiros e estantes para guardar material,

organizar papéis e livros.”

“Sinto falta de um lugar para estudar”

“o espaço para estudos não é suficiente impossibilitando o estudo em

casa”

“Estudar, confraternizações...”

“Uma sala de estudos.”

“Para fazer alguns trabalhos acadêmicos, do tipo prático como

maquetes e afins.”

“Estudar.... tem muita gente em cada casa, cada um com seus

horários, um estuda a noite, outro de dia, de cursos diferentes, quem

faz curso de humanas não entende que o de exatas precisa estudar

mais horas, deveria ter mesas maiores, eu estudo na cozinha por que

a mesa do quarto é muito pequena e sempre tem gente passando e

atrapalhando a concentração.”

“Formar grupos de estudos sem que invada a privacidade de quem

irá utilizar o espaço para se alimentar, pois há apenas uma mesa e a

mesma fica na sala”

“para estudar mesmo.”

“espaço PRIVATIVO para estudar”

“Estudar no quarto, por falta de bancada suficiente.”

“O apartamento não possui sala, o que, pela quantidade de gente

atrapalha quando juntamos um grupo para fazer um trabalho, ou

mesmo convidar amigos para ir em casa.”

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“Não tem ambiente adequado para o estudo”

“O quarto poderia ser pelo menos 1 metro maior na parte da bancada

de estudos.”

“Em estudar mesmo no quarto, pois algumas colegas conversam

muito alto.”

“Quando precisamos estudar ou desenvolver atividades acadêmicas

em geral.”

“para estudar”

“Quando tenho que estudar, bem como realizar trabalho em grupo há

falta de privacidade, pois sei que estou sempre incomodando outros

moradores ou sendo incomodada, bem como as realizações de festa

incomoda muito outros moradores.”

“Minha dificuldade com relação a privacidade se restringe em

momentos em que preciso estudar,mas esse problema se relacionada

com o barulho. As paredes não isolam os ruídos externos,vindos da

sala ou cozinha por exemplo.”

“Para estudar ou receber amigos.”

“Como moro com mais duas pessoas no meu quarto é difícil estudar a

noite, porque sempre alguém precisa dormir e na sala se torna

inviável pela quantidade de pessoas que transitam o tempo todo.

Também para o descanso as vezes é complicado...”

“A proximidade inevitável da porta dos quartos com a sala comum ás

vezes prejudica minha privacidade, na medida em que quero revisar

as matérias do dia e o barulho incomoda.Mas acredito que esse tipo

de coisa seja contornável.”

“NA HORA DE ESTUDAR, COLEGAS DO MESMO BLOCO ESTÃO

CONVERSANDO EM TOM ALTO NA SALA E NÃO ADIANTA

PEDIR QUE ELES NÃO PARAM, NÃO ADIANTA RECORRER A

ORGÃO NENHUM PORQUE NÃO CONSEGUEM DAR UM JEITO,

MESMO ALGUNS SENDO REMANEJADOS DA CASA, ESTÃO LA A

TODO MOMENTO PARA BEBER E SUJAR A CASA E CONTINUAR

A BAGUNÇA COMO SE FOSSE SUAS PROPRIAS CASA.”(sic)

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“Principalmente para estudar, esse módulo 8 já é um inferno

barulhento todos os dias ainda é perto do amarelo piora mais

ainda....acrescente oito pessoas numa casa falando e entrando...fica

muuito (SIC) difícil estudar....”

“Para dormir (muitas pessoas não gostam de estudar na sala e fica

um clima desagradável) e para estudar (vou estudar na sala e é um

ambiente "movimentado" na casa).”

Muitos dos alunos entrevistados reconhecem, simplesmente, a impossibilidade de

manter privacidade vivendo em uma unidade habitacional dividida com tantos outros colegas:

“Não há como manter privacidade morando com mais oito pessoas.”

“Em um quarto com três pessoas, privacidade é algo inexistente.”

“A partir do momento em q se divide um espaço, torna-se impossível

manter a privacidade.”

“Morando com mais 8 pessoas é difícil a privacidade, mas isso não é

culpa da moradia.”

“Em nenhuma ocasião”

“Muitas situações, o problema é a divisão de quarto com muitos

elementos.”

“Nunca”

“Principalmente no quarto, por ser um quarto pequeno quando todos

os moradores do bloco estão lá é ruim.”

“Com o numero de pessoas por quarto mesmo. Muitas pessoas em um

mesmo quarto.”

“A sua vontade não é a vontade do próximo e isso se reflete diversas

vezes nos interesses de cada um. Exemplos: Se eu quero estudar no

meu quarto, sempre haverá outras pessoas que não se importarão e

não respeitarão este momento de estudo e ficarão escutando sua

música em alto tom, conversando em alto tom, gargalhadas para lá e

para cá... e assim fico sem estudar e portanto a privacidade não existe

no alojamento. A questão é se adaptar e pagar o preço da desordem.”

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“Praticamente em todas, morar no alojamento com muitas pessoas e

pouco espaço é correspondente a não ter privacidade. Somente na

hora de tomar banho e utilizar os vazos (SIC) sanitários que a

privacidade é totalmente garantida.”

“Querer estudar e o colega de quarto estar assistindo televisão,

precisar trocar de roupa e ter que ir ao banheiro para faze-lo, querer

descansar a tarde e o colega de quarto querer limpar o quarto.

Querer tomar banho a noite e ficar de pijama, mas os colegas de

apartamento chamam os vizinhos para ficar na cozinha, etc”

“Quando estão todos em casa?! às vezes.”

“Devido ao fato de os quartos serem habitados por mais de uma

pessoa, não se pode controlar a companhia de alguém, independente

de ela ser ou não desejável.”

“Preciso ficar sozinha as vezes e isso não é possível.”

“Só tenho privacidade no meu quarto..”

“Devido a grande quantidade de pessoas morando no mesmo lugar,

as vezes falta espaço para a melhor exposição de ideias.”

Outros depoimentos destacaram as dificuldades para receber amigos:

“Não há sala no apartamento.”

“nos apartamentos não tem sala e como os quartos são coletivos às

vezes não podemos nos sentir a vontade”

“Não posso receber amigos, o que chamam de sala no meu bloco é

um espaço na entrada onde fica uma mesa e só. A cozinha é

minúscula, com um fogão super velho que dá medo toda vez que a

gente vai assar algo no forno. A pia da cozinha é de madeira e está

caindo aos pedaços, as gavetas que sobraram não abrem e é um

verdadeiro criadouro de baratas e ratos. Dá vergonha levar alguém

ali pra visitar ou fazer alguma refeição. Também é difícil estudar, por

ser muito pequeno e nos quartos, mesmo se você fechar as portas dá

para escutar tudo o que os outros conversam do lado de fora ou na

pracinha em frente ao bloco.”

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“Receber alguma visita para passar a noite. Não há lugar nos

quartos.”

“É nos quartos que temos mais privacidade, portanto, com quartos

pequenos fica difícil estudar, receber amigos e até comer.”

“Receber amigos na minha própria casa, já que não há quase espaço

algum na sala.”

“quando quero receber amigos e não tem espaço no quarto...”

“Para pensar ou conversar com amigos de fora da moradia.”

Alguns entrevistados destacaram as dificuldades para a realização de atividades diárias

de rotina:

“A janela do meu quarto fica de frente à praça do alojamento, me

sinto um peixe no aquário sendo observado. O medo maior é que

tentem roubar alguma coisa porque é fácil ver o que está no quarto.”

“Moradores do prédio ao lado podem ver dentro do meu quarto

quando estou com a janela aberta. Normalmente não há problemas

com isso, mas já aconteceu de eu estar estudando ou dobrando roupas

no quarto e moradores do outro prédio, que eu não conhecia, fazerem

piadinhas ou comentários sobre isso... Bom, é só fechar a janela...”

“Durante o descanso e quando estou estudando. A janela do meu

quarto fica de frente para a área comum do prédio e, por isso, todos

que passam, podem olhar (e olham).”

“Ou à noite quando chego da aula para dormir, coloco meu pijama,

vou tomar um leite e encontro na cozinha homens na casa.”

“Muitas pessoas conseguem enxergar o lado de dentro do meu

quarto. Uma tela na janela resolveria esse problema.”

“quando quero me trocar dentro do quarto.”

“Ao sair do banho, para trocar de roupa e para conversar com os

amigos.”

“na hora de poder assistir algum telejornal na TV e trocar roupa no

quarto”

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“Trocar de roupa;”

“Para trocar de roupa, quarto com 3 pessoas fica complicado e ainda

mais com banheiros tão pequenos”

“em momentos qdo vc precisa se trocar, depois do banho etc.”

“porque tem que se trocar no banheiro as vezes por ter gente na sala

e não da pra passar de toalha, entre outras coisas.”

“Melhor espaço para lavar roupas. Melhor espaço para uso de

internet (também com wifi de melhor qualidade)”

“Pendurar roupas pra secar”

“Espaço adequado e suficiente para higiene diária e para limpeza das

roupas, pois as lavanderias em geral estão lotadas”

“Quando nos finais de semana ou feriados temos que cozinhar,o

tamanho da cozinha prejudica a atividade se vários moradores a

utilizam simultaneamente.”

O uso do banheiro também foi apontado como problemático por alguns entrevistados:

“O uso do UNICO banheiro, principalmente em horários entre aulas,

pois estes estão sempre lotados.”

“Para utilizar o banheiro”

“Usar o banheiro quando alguém já está usando;”

“Ao dividir o quarto e o banheiro.”

“No banheiro, o local para se trocar de roupa.”

“Como temos que dividir o banheiro com mais duas pessoas, temos

que realizar a nossa higiene pessoal e necessidades fisiológicas de

maneira rápida.”

“Quando há a necessidade de se utilizar o banheiro com outra pessoa

já o utilizando. Uma vez tive que fazer as "necessidades" ao lado de

outra pessoa que estava fazendo o mesmo.”

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“Para ir ao banheiro. Ter que dividir o banheiro com mais 6 é muito

ruim!”

“Na hora do banho, principalmente, porque há apenas um chuveiro,

então as vezes fica complica porque você tem que tomar banho e se

trocar no box, rápido por causa das outras garotas.”

“Durante o banho, já que o chuveiro é no mesmo cômodo que as duas

privadas e pias do bloco.”

Outros reclamaram da falta de espaço e estrutura para a realização de atividades de

laser e esportes:

“academia de ginástica”

“Espaço para ginástica. Nem sempre tenho tempo suficiente para ir à

pista de saúde e por isso poderia ter alguns aparelhos para ginástica

aqui próximo (barra, flexão, abdominal, etc.). com mais facilidade de

acesso à esse tipo de aparelho as pessoa costumam a se exercitar

mais melhorando a qualidade de vida.A piscina também é muito

pequena. Muitas vezes não há espaço para todos.”

“lazer de forma segura e que não atrapalhe outras pessoas.”

“Assistir TV sentada no sofá, pois não cabe sofá na sala.”

“Para fazer algum tipo de convivência entre os moradores não existe

um espaço adequado. Seria bom ter um espaço que não atrapalhasse

ninguém durante as noites de convivência.”

“O quarto já é extremamente pequeno para os três moradores, então

receber visitas é algo complicado.”

Alguns entrevistados expuseram muitos motivos para justificar o descontentamento

com a falta de espaço e de privacidade relatada:

“O fato da cozinha ser junta com a sala impossibilita de mobiliar o

apartamento com algum sofá ou cadeiras mais confortáveis para

assistir tv, ou simplesmente sentar com uma maior comodidade. Sem

contar que a tv acabou sendo colocada em cima da geladeira por esta

falta de espaço ou divisão dos dois cômodos.”

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“Sinto falta de lugares para: Passar roupa; Guardar livros, cadernos,

e até mesmo algumas roupas; Guardar malas; assistir TV de vez

enquando, em geral nas férias, já que TV nunca fez falta pra mim,

mas como fico nas férias aqui gostaria de um entretenimento

televisivo as vezes.”

“Para estudar, receber os amigos de forma realmente decente, já que

não temos sala, a cozinha se tornou uma. Isso entra em conflito com o

fato de que muitas colegas estudam na cozinha. Além disso, 3 pessoas

no quarto é impraticável, os horarios sempre coincidem e dificilmente

não atrapalhamos umas as outras quando estamos no quarto: uma

quer ouvir musica, outra a Tv e a outra estudar. Privacidade no

alojamento é impraticável. Sem contar com o barulho infernal dos

vizinhos madrugadas a fio, o som do apartamento de cima que é

totalmente escutado por nós debaixo, o som das descargas do

banheiro acionadas na madrugada pelas colegas vaza por todo o

apartamento.. enfim, todos acabam atrapalhando a todos pelos

mínimos motivos.”

“Quando estou na sala e/ou cozinha, a falta de cortina na janela da

cozinha me faz sentir coagitdo (SIC) até mesmo pra comer um lanche,

já que sou reservado.”

Outros relatam que o interior dos apartamentos fica muito exposto à curiosidade de

estranhos:

“Janelas no piso térreo.... As janelas da sala do mód 7 e 8 deixam o

estudante à mostra em sua casa, de modo que outros estudantes do

mesmo módulo ou então pessoas de fora da universidade ( carros do

estacionamento ou indo ao parque ecológico(mód7)),possam observar

o estudante. Também, há alguns vigias que acabam observando

algumas meninas pelos vitrôs em módulos térreos, principalmente.Há

quartos como no mód 4, onde já ocorreu a falta de privacidade

quando, ao abrir a janela, havia um guarda (vigia, segurança) a

observar a estudante.”

“A janela do meu quarto é muito grande, e a vista dá pra o centrinho.

Todas as pessoas conseguem nos ver; na cozinha tbm , as janelas são

grandes, temos muita exposição.”

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Novamente a questão da convivência com colegas que não respeitam regras

relacionadas ao silêncio aparece nas reclamações a respeito de festas e excesso de barulho:

“Quando há festas em frente a minha janela...”

“No momento em que durmo, já que os visinhos não respeitam minha

privacidade e (...) conversam ou fazem festa próximo à janela do meu

quarto.”

Alguns referiram-se às dificuldades para namorar ou para a manutenção de uma vida

sexual ativa:

“Relações sexuais são impossíveis em um quarto que moram três

pessoas. Por mais banal que pareça, a sexualidade é um dos assuntos

mais importantes da vida humana, todos praticam ou existem em

consequência dela. Os alunos da moradia não são diferentes nesse

aspecto. É uma necessidade que todos têm.”

“Poder passar um tempo com meu namorado que também mora no

alojamento, na sala sempre há pessoas passando e mesmo quando

não tem dá para ouvir tudo o que se fala sobrando só os bancos

externos do módulo para ficar e que não são muito confortáveis para

se ficar a noite quando não estamos em aula.”

Finalmente, alguns apresentaram sugestões para melhorar o problema de falta de

espaço e de privacidade:

“Acredito que uma saída para minimizar problemas de privacidade

na Moradia é o estabelecimento de um padrão de número de

estudantes por quarto que não supere 2. Assim é mais interessante do

ponto de vista da privacidade, do rendimento acadêmico, da

resolução de conflitos pessoais e até de espaço físico.”

“Acho q o banheiro tinha q ter um maior espaço.”

“Os quartos poderiam ser individuais mesmo que pequenos.”

Como última análise foi solicitado aos estudantes residentes que completassem a frase:

"Eu gostaria que a Moradia Estudantil da UFSCar...", com o objetivo de identificar suas

expectativas em relação a moradia. Foram obtidas respostas de diferentes naturezas:

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“Melhorasse a qualidade dos apartamentos mais antigos, eles já tem

mais de 10 anos e precisam melhorar no mobiliário. Nós temos um

buraco que chamam de armário super pequeno que mal cabe nossas

roupas, nem dá para usar cabide. As roupas ficam amontoadas e os

objetos pessoais, livros e comida competem com o espaço da mesa.

Precisava ter um guarda-roupa de verdade, como nos blocos novos. A

única qualidade do nosso bloco é o espaço do quarto, ele é muito bem

aproveitado e espaçoso.”

Outra resposta muito encontrada foi à necessidade de internet sem fio nos

alojamentos, o que proporcionaria maior conforto e segurança aos estudantes. Segundo alguns

relatos, o fato dos alunos ficarem até tarde estudando ou preparando trabalhos até tarde,

aumentou a incidência de roubos de notebooks.

“…tivesse internet wi-fi nos quartos…”

“…tivesse internet wireless em todos os prédios, uma vez que quando

vou realizar alguma atividade que necessita de alguma consulta à

internet, tenho que me deslocar até o AT2, caso ainda esteja aberto,

caso contrário tenho que me deslocar até a SIn, ... Um outro motivo

para isso seria que pessoas que tem notebook não ficariam mais

expostas à assaltantes no centro de convivência, melhorando assim a

segurança da moradia”.

“... finalmente implantasse a internet wireless para dentro dos blocos

pois corremos grande risco utilizando computadores no "centrinho"

ou indo à SIN de madrugada quando às vezes precisamos de internet

para fazer trabalhos, visto que recentemente tivemos assaltos graves à

mão armada…”

Cabe aqui ressaltar que os estudantes residentes criaram um site interativo, com o

objetivo de divulgar eventos, expor problemas, estabelecendo desta forma, uma comunicação

mais eficiente. (http://www.ufscar.br/~moradia/).

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7 CONCLUSÕES

A discussão sobre o tema não se esgota neste trabalho. Para a sistematização e

consolidação de um processo de APO, ainda existem muitas questões a serem analisadas e

aprofundadas.

Suas implicações e desdobramentos ainda precisam ser mais bem analisados e

validados pela comunidade acadêmica. Logo, é preciso prosseguir com a discussão!

Partimos do pressuposto de que o entendimento da complexidade dos fatores

envolvidos nas relações estabelecidas entre o coletivo humano, tarefa, máquina e ambiente

construído é fundamental para a concepção de ambientes mais responsivos às demandas dos

usuários e das atividades desempenhadas por eles.

Para a compreensão e apreensão desses fatores, delineamos uma abordagem com base

na sistematização de procedimentos da APO, que teve o propósito de:

a) Identificação e sistematização dos fatores e/ou aspectos, bem como os

respectivos atributos de desempenho envolvidos na adequabilidade do

ambiente em uso de uma APO e avaliados a partir de um conjunto previamente

determinado de atributos de desempenho;

b) Análise da Tarefa, com os fatores comportamentais avaliados a partir dos

atributos da tarefa;

c) Análise da Percepção Físico-Espacial, com avaliação de fatores a partir dos

atributos de ambiência interna (conforto do ambiente interno e adequação dos

materiais) e fatores funcionais avaliados a partir dos atributos de espaço (área

útil, flexibilidade de layout, e, acessibilidade).

A incorporação dos procedimentos da APO, baseados na percepção dos usuários,

representa uma significativa contribuição para a melhor compreensão das relações

estabelecidas entre o ambiente construído estudado e o comportamento dos usuários,

reduzindo a necessidade dos mesmos investirem na adaptação do ambiente às suas

características pessoais.

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O processo de concepção de projetos disponibiliza um conjunto de procedimentos

adequados para a análise do desenvolvimento das situações de uso e para a compreensão

apurada das necessidades físicas, funcionais, cognitivas e culturais das pessoas e,

consequentemente, pode auxiliar os projetistas na elaboração de ambientes mais responsivos e

humanizados.

Conforme sugerido inicialmente, este trabalho poderá ser continuado por outras

unidades da instituição, eventualmente utilizando-se estas análises com objetivos diferentes,

empregando a metodologia da APO. Citamos a seguir algumas unidades que podem ter esse

interesse:

Escritório de Desenvolvimento Físico: por ser o setor responsável pelo

desenvolvimento de projetos, que envolve a identificação das demandas dos

usuários e pode incorporar melhorias nos projetos através destas análises, que

constituem o feedback dos usuários;

Prefeitura Universitária: por ser o executor das atividades de manutenção das

edificações, operação do setor de vigilância e urbanização, de forma a melhorar a

satisfação dos usuários e a relação custo-benefício.

Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis: por ser o órgão institucional

que gerencia as relações com entre os usuários das Moradias Estudantis e as

demais unidades da Administração, buscando a minimização de problemas e

satisfação das demandas.

Apresentamos na tabela 12 uma síntese dos principais objetivos do trabalho, resultados

funcionais obtidos e propostas levantadas junto aos usuários, que são decorrentes da própria

análise dos dados.

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Tabela 12 – Síntese dos Objetivos e Resultados Funcionais da APO da Habitação

Estudantil da UFSCar

Objetivos Resultado Funcional

Metodologia da APO Validação da metodologia da APO para a avaliação da

satisfação dos usuários quanto aos aspectos funcionais da

habitação estudantil da UFSCar.

Permite a utilização da metodologia por outras áreas e

unidades da instituição.

Uso e Ocupação dos

Espaços

É exclusivamente para os estudantes sócio-

economicamente carentes, sendo sua utilização por 98%

dos alunos da graduação, ver tabela 1.

Verificou-se que 69% dos quartos são ocupados por 3

alunos, ver figura 19, em concordância com o previsto no

projeto.

A maioria dos alunos reside durante até 5 anos na

Moradia Estudantil, ver tabela 3.

Acessibilidade Verificamos a necessidade de intervenções nos blocos III,

IV, V e VI, mesmo constatando-se a satisfação dos

usuários quanto a esse item, ver figuras 44 e 45.

Necessidades, Satisfação

dos Usuários e

Funcionalidade

A tabela 4 e figura 24 nos indicam que apenas o tamanho

da cozinha foi motivo de maior insatisfação quanto ao

espaço.

Também se constatou a insatisfação dos usuários quanto

aos espaços dos mobiliários para guarda de objetos

pessoais, roupas e material de estudo, ver tabela 6.

Foi relatada pelos moradores a necessidade de melhoria na

conservação das edificações e espaços comuns, bem

quanto à forma de utilização pelos próprios moradores, ver

página 44 e figuras 43, 44 e 45.

Identificou-se a necessidade de melhoria das condições de

segurança em relação ao cercamento e falta de

identificação das pessoas que circulam pelo local, ver

depoimento página 45 e figura 21.

O prédio destinado à Vivência Estudantil não é

compreendido como tal pelos moradores, por entenderem

que não atende às necessidades previstas e em função de

seu uso para festas, criando conflito entre as atividades,

ver depoimentos na página 60.

A concepção dos banheiros dos Módulos III, IV, V e VI,

foram severamente criticadas, pois não garantem

privacidade, ver relatos página 75.

Propostas e Sugestões Estabelecimento de regras de utilização e convivência na

habitação estudantil, conforme sugerido pelos moradores,

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Objetivos Resultado Funcional

ver sugestões às páginas 63 e 64.

Dar maior atenção à concepção dos banheiros, pois fica

evidente à necessidade de se proporcionar maior

privacidade, conforme tabela 11 e relatos constantes à

página 75, que são vinculados às soluções de projeto dos

Módulos III, IV, V e VI.

Estabelecimento de rotinas de verificação do uso dos

espaços da habitação estudantil.

Melhoria do cercamento do setor da moradia estudantil.

Implantação de uma portaria, para identificação dos

usuários e visitantes.

Previsão de maior espaço destinado às atividades de

estudo, seja no interior dos apartamentos, seja no Espaço

de Vivência, ficando salientada a necessidade de

infraestrutura de internet para todas as dependências,

conforme relatos às páginas 69 a 72.

Foram feitas sugestões quanto à necessidade de uma sala

de estar no apartamento, de modo a permitir melhores

condições de convívio, bem como atividades de descanso

e lazer, ver página 73.

Instalação de cortinas ou outro tipo de barreira visual que

garanta a privacidade dos moradores nas atividades

diárias, ver relato página 74.

Projeto de revitalização para os Módulos III, IV, V e VI,

que contemplem pelo menos as análises mais críticas desta

APO.

Com relação às principais contribuições deste trabalho, destacamos os seguintes

tópicos:

Registrar formalmente nível de satisfação dos usuários da habitação estudantil,

permitindo o uso da APO no desenvolvimento de novos projetos , políticas e propostas

de intervenção.

Identificação da necessidade do estabelecimento de regras de convívio e utilização da

habitação estudantil, ressaltando o valor do investimento da sociedade, que vem sendo

realizados atualmente pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), para

permanência de estudantes sócio-economicamente desfavorecidos matriculados nos

cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior e do

programa de permanência da instituição.

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9 APÊNDICE 1 – CORRESPONDÊNCIA ENVIADA AO

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DA PRÓ-

REITORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS E

ESTUDANTIS

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10 APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO PARA

COLETA DE DADOS

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11 APÊNDICE 3 – MENSAGEM ELETRÔNICA ENVIADA EM

29/10/2009 AOS ALUNOS BENEFICIÁRIOS DE BOLSA-

MORADIA NO ANO DE 2009

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12 APÊNDICE 4 – MENSAGEM ELETRÔNICA ENVIADA EM

24/11/2009 AOS ALUNOS BENEFICIÁRIOS DE BOLSA-

MORADIA NO ANO DE 2009

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