aspectos fisiológicos do treinamento para pessoas idosas_musculação

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1 ALEXANDRE DAMIÃO SAKR O IDOSO NA ACADEMIA DE GINÁSTICA – ASPECTOS FISIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS DO TREINAMENTO NA MUSCULAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Belo Horizonte 2009

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musculação idoso

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    ALEXANDRE DAMIO SAKR

    O IDOSO NA ACADEMIA DE GINSTICA ASPECTOS FISIOLGICOS E

    PSICOSSOCIAIS DO TREINAMENTO NA MUSCULAO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Belo Horizonte

    2009

  • 2

    ALEXANDRE DAMIO SAKR

    O IDOSO NA ACADEMIA DE GINSTICA ASPECTOS FISIOLGICOS E

    PSICOSSOCIAIS DO TREINAMENTO NA MUSCULAO

    Monografia apresentada junto ao Curso de Educao Fsica da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial obteno do ttulo de bacharel. Orientador: Ronaldo de Rezende

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Belo Horizonte

    2009

  • 3

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Acadmico: Alexandre Damio Sakr

    Nmero de matrcula: 2005010663

    Curso / Modalidade: Educao Fsica / Bacharelado

    Orientador: Prof. Ms. Ronaldo de Rezende

    Ttulo: O idoso na academia de ginstica aspectos fisiolgicos e psicossociais

    do treinamento na musculao.

    Nota:

    Data:

    ___________________________________

    Prof. Ronaldo de Rezende

    (Orientador)

    ____________________________________

    Ronaldo Dvila (Coordenador do Colegiado de Graduao de Educao Fsica)

    Belo Horizonte, 04 de Dezembro de 2009

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    minha av Divinha, pelos exemplos de simplicidade, luta,

    perseverana e f em Deus.

    Aos meus pais, Seme e Lia, pelo amor infinito.

    minha irm, Aline, pelos vrios bons exemplos de irm.

    A tia Sumaia, pelo companheirismo e hospedagem em Belo Horizonte.

    Ao meu amigo, professor e orientador Ronaldo de Rezende pelo suporte

    cientfico e emocional.

    A toda minha famlia de Conquista que enche a minha vida de felicidade.

    Aos meus amigos da Faculdade de Educao Fsica Fisioterapia e

    Terapia Ocupacional da UFMG, aos de Conquista e ao meu vizinho

    Pedro. Valeu!!!!!!

    Ao Led Zeppelin, The Doors e a Raul Seixas.

    Obrigado, meu Deus.

  • 5

    Time is

    Too Slow for those who Wait, Too Swift for those who Fear,

    Too Long for those who Grieve, Too Short for those who Rejoice;

    But for those who Love, Time is not.

    O Tempo muito lento para os que esperam. Muito rpido para os que tm medo. Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam

    Mas, para os que amam, o tempo eternidade."

    (HENRY VAN DYKE, traduzido por WILLIAN SHAKESPEARE)

    J sobrevivi ao passado. Posso consegui-lo novamente

    J passei por algumas situaes difceis. Posso consegui-lo mais uma vez J venci temporais, ursos, lobos e brancos. Consegui vencer tambm a velhice.

    No importa o quo difcil tenha sido, sempre sa com minhas ovelhas. Continuarei a faz-lo no importa minha idade.

    (LYMAM e EDWARDS in SCHIRRMACHER 2005

    registros de mantras de ndios da tribo Navajo).

  • 6

    Resumo

    O treinamento na musculao pode englobar as capacidades de fora,

    flexibilidade e resistncia. Os idosos, cujo nmero vem crescendo numa

    proporo bem maior que em outras faixas etrias no Brasil, esto, hoje, mais

    ligados s questes que envolvem a melhoria da sade e qualidade de vida.

    Dentre as vrias iniciativas que esse grupo de pessoas vem tomando para

    conquistar essas metas, est a maior procura pelas academias de ginstica.

    Para atender ao aumento significativo dessa demanda, h de se considerar

    que o profissional de Educao Fsica que lida com o idoso, deve possuir

    conhecimentos nos mbitos social e psicolgico, alm das questes fisiolgicas

    do treinamento especficas dessa faixa etria. Neste trabalho procuramos

    discutir esse assunto, dando nfase no treinamento de fora para os idosos,

    atravs da musculao, por considerarmos que este tipo de treinamento pode

    trazer benefcios significativos nesses trs mbitos. Destacamos os ganhos

    como a melhoria da estabilidade fsica e da postura dos idosos, a diminuio

    da possibilidade de quedas, a manuteno e, at, recuperao da densidade

    mineral ssea, a melhoria das tarefas do quotidiano, atravs do ganho de fora,

    a diminuio dos nveis de depresso, a melhor imagem corporal, alm de

    beneficiar a funo cognitiva. O profissional de Educao Fsica, sensvel aos

    diferentes aspectos do processo de envelhecimento, pode criar condies que

    favoream especificamente o pblico de idosos, propiciando-lhes alcanar uma

    melhor qualidade de vida.

    Palavras-chave: Academia de Ginstica, Musculao, Treinamento, Idosos.

  • 7

    SUMRIO

    RESUMO....................................................................................................... 06

    1 INTRODUO............................................................................................... 08

    1.1 Justificativa............................................................................................ 10

    1.2 Objetivo ................................................................................................ 11

    2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 12

    2.1 A populao Idosa................................................................................. 12

    2.2 Caractersticas psicossociais do idoso e o treinamento na

    musculao................................................................................................. 14

    2.3 Caractersticas fisiolgicas do idoso e o treinamento na musculao.. 18

    3 CONCLUSO............................................................................................... 26

    4 REFERNCIAS............................................................................................. 28

  • 8

    1 INTRODUO

    Atualmente, nas academias de ginstica, as capacidades fora,

    flexibilidade e resistncia classificada como resistncia geral aerbia

    dinmica, segundo Hollmann e Hettinger (1980) in Weineck (1999, p. 138),

    caracterizam um programa de treinamento na musculao, seja qual for o

    pblico-alvo.

    Algumas disciplinas do currculo do Curso de Educao Fsica da

    Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como Teoria do Treinamento,

    Biomecnica, Cinesiologia, Fisiologia do Exerccio, Aprendizagem Motora e

    Pedagogia do Esporte, do suporte cientfico ao profissional de Educao

    Fsica, para que ele desenvolva sua atuao nesta rea com a devida

    competncia (CHAGAS E LIMA 2008). Entretanto, o idoso possui algumas

    caractersticas psicossociais naturais, especficas do processo de

    envelhecimento, requerendo, com isso, maior ateno e conhecimento do

    profissional que lida com ele no ambiente das academias de ginstica. Pereira,

    Monteiro e Dantas (2008, p. 25) in Dantas e Vale (2008) revelam um pouco

    dessa particularidade do idoso quando afirmam que,

    envelhecimento um fenmeno de grande complexidade e variabilidade, com dimenses biolgicas, sociais e psicolgicas, sendo um processo contnuo marcado por alteraes irreversveis ao longo da vida.

    O Colgio Americano de Medicina Esportiva (ACMS) enfatiza cinco

    reas do Treinamento Esportivo que devem abranger o treinamento para

    idosos: respostas cardiovasculares; treino intenso de fora; estabilidade

    postural; flexibilidade e preveno de quedas, e funo psicolgica (MAZZEO

    et al., 1998 in BARREIROS et al., 2008).

    O presente estudo enfatiza o treinamento de fora muscular com idosos,

    devido aos benefcios que traz a eles nos trs mbitos: fisiolgico, social e

  • 9

    psicolgico. Dantas e Vale (2008, p. 44), citando alguns autores (Clary et al.,

    2006; Hardy e Gill, 2005; Villareal et al, 2006), preconizam que para os idosos:

    a manuteno da autonomia funcional, provocada pela regularidade de participao em programas de atividades fsicas, principalmente os que desenvolvem a fora muscular, pode melhorar a estabilidade fsica e a postura, alm de beneficiar a funo cognitiva e diminuir os possveis nveis de depresso. Tambm melhora a auto-imagem e a auto-estima, podendo tornar o idoso til e engajado no contexto social em que vive.

    Em relao a um planejamento de fora para idosos, Fleck e Kraemer

    (2006, p. 328) argumentam que se deve:

    seguir as mesmas diretrizes cuidadosas de planejamento utilizadas para indivduos jovens. O planejamento do programa, contudo, precisa considerar os aspectos mdicos dessa populao, tais como problemas cardiovasculares e artrite.

    Porm, prescrever um treinamento para idosos na musculao significa

    estar atento no s a aspectos fisiolgicos das cincias biolgicas que

    embasam o treinamento na musculao para essa faixa etria, mas tambm s

    caractersticas sociais e psicolgicas que caracterizam as pessoas dessa

    idade.

    Dessa forma, a especificidade do treinamento estaria sendo extrapolada

    do campo biolgico para os campos social e psicolgico visando maximizar os

    benefcios advindos de um programa de treinamento na musculao. Portanto,

    um profissional que lida com o idoso deve conhec-lo em todos os seus

    aspectos, aumentando as possibilidades de especificidade do treino.

    Existem algumas falcias que so dominantes na nossa cultura que

    rotulam e comprometem a adeso prtica de exerccio fsico com pesos,

    pelos idosos. Para Samulski (2009), funo do prprio profissional atuante no

    ramo, desfaz-las. Nesse sentido, Viana de Freitas e Kopiller (2006, p. 591)

    destacam dois principais motivos para que tal fato acontea:

  • 10

    O preconceito quanto realizao dos exerccios com peso, associado falta de conhecimento para sua aplicao de forma correta, impediu que os benefcios advindos dessa modalidade de atividade fsica pudessem ser ofertados justamente para o grupo que mais precisa deles.

    Gallahue e Ozmun (2005) sugerem que um dos desafios da profisso de

    professor de Educao Fsica no novo milnio ser aprender a integrar a

    atividade fsica no contexto social, cultural e econmico do envelhecimento

    ativo.

  • 11

    1.1 Justificativa

    Atualmente observa-se pouco espao para a cincia nas academias de

    ginstica. Os programas so prescritos usando-se a imaginao, com um

    limitado respaldo cientfico. Para Chagas e Lima (2008), a maioria dos

    profissionais que atuam nesse espao repete prescries, e as explicam

    baseando-se em raciocnios imaginados ou interpretaes pessoais e

    desorganizadas feitas a partir de leituras superficiais.

    Alm disso, a cincia perde espao para o modismo nesses locais. Faz-

    se o que est na moda. Os melhores professores so os bonites,

    irreverentes, bem-vestidos, com uma boa esttica corporal. Hoje j se sabe que

    essas caractersticas representam algumas das exigncias para os

    profissionais atuantes nesse ramo.

    Se, podemos considerar que boa parte dos profissionais que atua nas

    academias de ginstica no est devidamente preparada para atuar com o

    pblico jovem, com mais motivos tais profissionais tambm no estariam

    capacitados para lidarem com pessoas mais velhas. O idoso possui limitaes

    diversas e caractersticas intrnsecas. Sendo assim, faz-se necessrio investir

    na formao adequada de profissionais, nos mbitos acadmico e tcnico, para

    lidarem especificamente com esta parcela da populao (NOGUEIRA e

    GERALDO, 2008 in DANTAS E VALE, 2008).

  • 12

    1.2 Objetivo

    Esta pesquisa tem como objetivo determinar algumas especificidades do

    trabalho na musculao com idosos. Os seus resultados podero nortear o

    trabalho de profissionais de Educao Fsica atuantes nas academias de

    ginstica, possibilitando-lhes a programao de um treinamento que atenda s

    individualidades fisiolgicas, sociais e psicolgicas dessa clientela.

  • 13

    2 DESENVOLVIMENTO

    2.1 A populao idosa

    Segundo definio da Organizao Mundial de Sade OMS, idoso o

    indivduo com idade igual ou superior a 65 anos em pases desenvolvidos, e

    com idade igual ou superior a 60 anos nos pases em desenvolvimento (OPAS

    OMS).

    Em meados de 2008, o nmero de pessoas com 65 anos ou mais atingiu

    a marca de 506 milhes de pessoas no mundo, segundo o Departamento do

    Censo dos EUA. Esse nmero (506 milhes) deve mais do que dobrar at

    2040, chegando a 1,3 bilho de pessoas, ou 14% da populao global

    estimada.

    Hoje, o Brasil possui cerca de 9,2% de idosos, ocupando o lugar de

    nmero 77 entre os pases membros das Organizaes das Naes Unidas

    (ONU). Em 1940, havia 4% de idosos no pas e em 2000 esse percentual

    elevou-se para 8,6%, segundo fontes do Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica - IBGE. Em algumas cidades brasileiras, o percentual de idosos

    atinge ndices de pases desenvolvidos, como Japo, Itlia e Alemanha. Muitos

    dos bairros situados na Zonal Sul do Rio de Janeiro j possuem um percentual

    em que a populao com mais de 60 anos perfaz a marca de

    aproximadamente 20%, sendo que o bairro de Copacabana j atingiu o incrvel

    ndice de 27% de idosos (ALVES JUNIOR, 2008 in DANTAS e VALE, 2008).

    Estima-se que em 2025 a populao idosa perfaa 35 milhes e que, at

    2025, o Brasil seja o sexto pas do mundo em idosos (IBGE, 2008).

  • 14

    Belo Horizonte possui 221.511 idosos (acima de 60 anos) IBGE e entre

    1980 e 2006 o nmero de pessoas nessa faixa etria teve aumento de 70,4%

    (NOGUEIRA e GERALDO 2008 in DANTAS E VALE 2008).

    Para Alves Junior (2008), com o avano crescente do nmero de idosos

    no Brasil e no mundo, o estudo sobre o envelhecimento entra nas boas

    categorias para se investir, pois eles representam um diversificado mercado de

    consumo que tende a aumentar cada vez mais. Para alm da questo

    mercadolgica, segundo Pereira, Monteiro e Dantas (2008) in Dantas e Vale

    (2008), conhecer as alteraes fisiolgicas, psicolgicas e as limitaes do

    idoso, ajuda a criar recursos para esse novo corpo que surge, criando

    condies de uma vida com melhor qualidade para ele.

  • 15

    2.2 Caractersticas psicossociais do idoso e o treinamento na

    musculao

    Algumas mudanas encontram-se nitidamente definidas na velhice.

    Entretanto, elas no so absolutas, nem exclusivas. Para Guimares (2006), in

    Barreiros et al (2006) envelhecimento um processo natural e a velhice um

    perodo cujos limites nem sempre so ntidos. Sobre tais mudanas, Gonzlez

    Torres 2001 in Dantas e Vale (2008, p. 116) descreve que:

    Os idosos vem os cabelos ficarem brancos, sentem o andar mais lento, falta-lhe a boa viso, h dificuldade na mastigao, tm menos amigos medida que o tempo passa, sentem solido, abandono, falta do trabalho, fatores estes, que, entre outros, provocam transtorno nos planos social e psicolgico.

    Samulski (2009), ao versar sobre a relao entre envelhecimento e

    exerccio, afirma que quando as pessoas chegam aos 40 a 50 anos sem a

    prtica regular de exerccios fsicos, comeam a notar uma decada na sua

    resistncia, na fora e na flexibilidade, com um indesejvel aumento de flacidez

    muscular e acmulo maior de gordura corporal. Essas alteraes, facilmente

    identificveis nos idosos, provocam uma mudana no seu auto-conceito,

    podendo fazer com que eles se sintam ainda mais velhos. As mudanas no

    auto-conceito podem levar a uma reduo ainda maior dos nveis de atividade

    fsica por parte do idoso, pelo medo de danos, que supostamente podem ser

    causados pelo exerccio, e por medo da crtica social. Esses medos so

    algumas das caractersticas negativas que podem estar presentes no

    comportamento do idoso e interferir na sua disposio para a prtica de

    atividades fsicas, como a musculao.

    Para Mesquita (2005), o medo da crtica social advm da idia de corpo

    perfeito que cada vez mais est em evidncia na nossa sociedade, deixando o

    idoso cada vez mais reprimido. O mesmo autor ainda considera que o corpo

    jovem sinnimo de capacidade, o corpo que envelheceu considerado

    repulsivo, pois no apresenta atratividade, produtividade, acarretando na

    maioria das vezes a perda da auto-estima (MESQUITA, 2005, p. 15).

  • 16

    Para Tani (2005), as mudanas na eficincia do controle motor nos

    idosos afetariam no apenas a sua competncia biolgica, mas tambm as

    competncias psicolgicas e sociais. Em outras palavras, a limitao da

    mobilidade das pessoas idosas levaria a uma dificuldade em lidar efetivamente

    com o ambiente, que influenciaria negativamente a adaptabilidade desses

    indivduos.

    Os aspectos da funo psicolgica que parecem ser mais suscetveis ao

    declnio com o envelhecer, e que geraram um corpo significativo de pesquisa

    com declaraes de consensos so: funo cognitiva, depresso e a

    percepo de controle ou auto-eficcia ACSM (1998) citado por MAZO (2008

    p. 68). A musculao poderia atenuar estes aspectos, pois demanda um rpido

    e fcil aprendizado (principalmente quando exerccios so prescritos em

    mquinas), possibilita o convvio social e uma ntida progresso do

    treinamento, o que contribui para a percepo da auto-eficcia.

    O processo de envelhecimento ocorre em trs mbitos que coexistem e

    que esto sempre abertos recepo de estmulos diversos mesmo durante

    um exerccio ou atividade fsica. Seria, ento, mais especfico um treinamento

    planejado e acompanhando com um raciocnio interativo dos aspectos

    fisiolgicos, psicolgicos e sociais? Requerem os idosos, particularidades tanto

    na interveno do professor quanto na execuo do treinamento?

    O fato de um indivduo dar uma pausa mais prolongada para conversar

    um exemplo de conduta que se pode adotar num treinamento com idoso, e que

    deveria ser considerado no planejamento. Assim, a especificidade do

    treinamento no estaria visando maximizao do rendimento, mas sim a

    adaptao de condies e hbitos que agradam ao indivduo, social e

    psicologicamente. Em concordncia com Daolio (1997, p. 76) O corpo mais

    que um conjunto de ossos e articulaes. Nele est a prpria cultura de um

    povo, escrita atravs de signos sociais.

  • 17

    Tambm, o professor de Educao Fsica na sala de musculao

    deveria estar ciente de que na velhice as situaes de irritabilidade e de mau

    humor so mais freqentes (ASSUMPO E OLIVEIRA 2008 in DANTAS E

    VALE, 2008). Ainda para os mesmos autores existe um sentimento social

    negativo a respeito da velhice que, associado ao fato de muitos idosos

    subestimarem seus potenciais (fsico e motor), acarreta um sentimento de

    incompetncia para o movimento. Como intervir profissionalmente, caso tal

    situao ocorra?

    Sobre o fazer academia, Melo (1997 p. 116) preconiza que:

    A construo do termo fazer academia, geralmente utilizado pelos seus freqentadores, no reduz ao sentido exclusivo da busca de um determinado treinamento e escultura corporal, mas expressa tambm a representao de um modo de ser, de estar e de se relacionar com o mundo que rodeia esse corpo. Neste fazer academia manifesta-se, sobretudo, a possibilidade de relacionar-se com outros corpos.

    Existem outras caractersticas psicossociais que podem estar presentes

    na velhice. Porm, como j fora mencionado, elas no so absolutas, nem

    exclusivas. Cabe ao profissional que lida com o idoso conhec-lo em todos os

    seus aspectos para lidar com ele especificamente.

    De acordo com Dantas e Vale (2008), deve-se proporcionar ao idoso a

    possibilidade de escolha entre objetivos, atividades, material, msica. Para a

    autora tambm importante conscientiza-lo de que sempre poder melhorar

    em algum aspecto, seja ele fisiolgico, social ou psicolgico. Deve-se, por

    exemplo, esclarecer o propsito das atividades, prescrever objetivos de

    dificuldade moderada e proporcionar um feedback positivo.

    Na dimenso psicolgica a atividade fsica atuaria na melhoria da auto-

    estima, do auto-conceito, da melhor imagem corporal, das funes cognitivas,

    na diminuio do estresse e da ansiedade, como tambm na diminuio do

    consumo de medicamentos (MATSUDO E MATSUDO, 2000 in DANTAS E

    VALE, 2008).

  • 18

    Assumpo e Oliveira (2007, p. 65) in Dantas e Vale (2008) ainda listam

    outros benefcios com implicaes psicossociais que podem ser conquistados

    pelos idosos com a atividade fsica, como a musculao:

    As mudanas no bem-estar e da disposio geral, a melhoria da aptido fsica e do desempenho das atividades da vida diria, as sensaes corporais agradveis conforto, relaxamento, ausncia de dores, cansao, maior disposio, alterao dos quadros de doenas, supresso ou diminuio do uso de medicamentos, resgatam a condio de eficincia, independncia e autonomia que tem motivado os idosos vida ativa.

    Na velhice, h uma diminuio do crculo de relaes familiares e de

    amigos, pois h um processo natural de disperso e bitos. Assim, o idoso se

    sente mais s, perdendo a base da razo de ser social. Dessa forma, a solido

    se instala e podem ocorrer crises de depresso, que podem at mesmo levar o

    idoso ao suicdio, caso essa doena no seja tratada (OLIVEIRA 1996 in

    MENEZES 1999). Por esta razo, muitos deles procuram as academias de

    ginstica para aumentar o crculo de relaes ou at mesmo para se livrarem

    da solido.

    Em relao autonomia do indivduo idoso, possibilitada por um

    treinamento aplicado corretamente na musculao, h de se destacar mais

    independncia, maior auto-estima e, conseqentemente, uma rotina diria mais

    saudvel para ele. Tais conquistas proporcionam oportunidades para uma

    velhice mais ativa e satisfatria. Dessa forma, os aspectos psicossociais so

    influenciados pela diminuio ou desacelerao dos efeitos psicolgicos

    comuns ao envelhecimento (FURTADO e DANTAS 2008 in Dantas e Vale,

    2008)

    Destfani (2000), in Mesquita e Oliveira (2005, p. 26), listam as perdas

    mais comuns que acontecem na vida dos idosos perda gradual das pessoas

    queridas, perda dos papis sociais, perda da sade e perda da habitao

    alm de suas conseqncias:

  • 19

    Do ponto de vista psicolgico as perdas geram insegurana, medo da solido; sentimento de inutilidade; retrocesso gradual da inteligncia; alterao da auto-imagem; desprestgio e desvalorizao pessoal; reduo do mundo social; sentimentos de inveja e cimes; egosmo; ambio do poder; tdio; irritao, apatia; ansiedade, revolta, tristeza; sentimento de culpa; reduo da capacidade de trabalho; apego exagerado s coisas que lhes pertencem; carncia afetiva, com todas as suas manifestaes; depresso, comportamento regressivo, etc.

    Com mais tempo para cuidar de si durante a terceira idade, o idoso tem

    a chance de trilhar novos caminhos, de reavaliar a vida, de lanar-se rica

    tarefa de refletir sobre a condio humana (MESQUITA E OLIVEIRA, 2005). O

    profissional, sensvel aos diferentes aspectos do processo de envelhecimento,

    pode criar condies que favoream esse pblico a alcanar uma melhor

    qualidade de vida.

  • 20

    2.3 Caractersticas fisiolgicas do idoso e o treinamento na

    musculao

    Pela experincia que acumulei na rea, observo que na maior parte das

    academias de ginstica, o treinamento na musculao prescrito em uma ficha

    (o programa do treino) na qual consta a carga de treinamento para se melhorar

    as capacidades fora, resistncia e flexibilidade do ser humano.

    A resistncia se refere resistncia aerbia, definida por Platonov

    (2008) como a capacidade de sustentar, por um perodo de tempo maior

    possvel, a demanda energtica imposta ao sistema aerbio de fornecimento

    de energia. O treinamento dessa capacidade realizado em bicicletas e

    esteiras, na maior parte das academias. Porm, algumas delas oferecem aulas

    de hidroginstica, speening, dana e tambm aulas pr-coreografadas,

    realizadas em aparelhos como step, jump, entre outros que tambm privilegiam

    o treinamento aerbico. Realiza-se, tambm, para essa finalidade, o

    treinamento em circuito.

    O VO2mx volume mximo de captao de oxignio pelo organismo,

    um dos parmetros para mensurao da intensidade do treinamento aerbio

    e, para os idosos, o aprimoramento dessa capacidade importante para a sua

    autonomia e longevidade (BLINDER et al. 1999; PATERSON et al. 1999;

    BORTZ 2002 in BARREIROS et al., 2006). Segundo os mesmos autores o

    VO2mx representa ainda uma reserva funcional, atuando como uma margem

    de segurana face ao declnio causado pelo envelhecimento, o qual implica em

    alteraes cardiovasculares, como: menor aptido cardiorrespiratria,

    recuperao mais lenta, diminuio progressiva da fora, atipia de sintomas

    clnicos, extremidades frias, aumento da freqncia de arritmias e dispnia de

    esforos (VIANA DE FREITAS e KOPILLER 2006 in FREITAS, 2006).

    O ACMS (2006 pp. 249-250) in Barreiros et al (2006) ressalta que o

    treino da fora mxima e o treino de resistncia devem ser os principais

  • 21

    objetivos de um programa que demande o aprimoramento da fora muscular

    em idosos aparentemente saudveis, tornando-os fisicamente independentes.

    Em relao flexibilidade, geralmente h, nas academias de ginstica,

    um quadro com os exerccios de respectivos nmeros. Assim, o professor

    prescreve os exerccios (os nmeros correspondentes aos alongamentos

    prescritos) que o aluno executar, com uma carga de treinamento que atenda

    s necessidades e aos objetivos especficos do aluno. H a necessidade do

    aumento na ADM (amplitude de movimento) de alguma articulao ou do alvio

    de possveis dores musculares? Santa Clara 2006, alm de frisar a presena

    de um treinamento de flexibilidade num programa para idosos, destaca que

    esta capacidade fundamental para a aquisio e/ou manuteno da funo

    msculo-esqueltico e do prprio equilbrio muscular.

    Barretos (2006), ao versar sobre treinamento com idosos, atenta para a

    importncia da utilizao do mximo de ADM durante a execuo dos

    exerccios de fora, o que melhora a flexibilidade, pois as amplitudes articulares

    tendem a diminuir com a idade. Em contrapartida, o autor faz consideraes

    caso haja problemas articulares, sugerindo ento movimentos em que o grau

    de stress articular seja menor.

    Um treinamento na musculao pode englobar diferentes capacidades

    fsicas, porm o treinamento da capacidade motora fora o que se objetiva

    predominantemente com este meio de treinamento. Segundo Chagas e Lima

    (2008 p. 22):

    A Musculao um meio de treinamento caracterizado pela utilizao de pesos e mquinas desenvolvidas para oferecer alguma carga mecnica em oposio ao movimento dos segmentos corporais. A utilizao deste meio de treinamento, de maneira sistematizada, objetiva predominantemente o treinamento da fora muscular.

    O que se observa entre a terceira e sexta dcadas de vida uma

    diminuio de 30% da fora muscular, ocasionada principalmente pela

    diminuio na quantidade de fibras musculares, com ateno s fibras de

    contrao rpida (VIANA DE FREITAS e KOPILLER, 2006 in FREITAS, 2006).

  • 22

    Existe um pico mximo de fora por volta dos 25 a 30 anos de idade.

    Posteriormente h uma estabilizao at os 50 anos, aproximadamente. At os

    70 anos de idade evidencia-se um declnio gradual dessa capacidade, que se

    acentua nos anos que se sucedem (MATHIOWETZ 1999 in GALLAHUE e

    OZMUN, 2005).

    Para Barreiros (2006), diminuies dos nveis de fora com o avanar da

    idade esto associadas no s com a degenerao do tecido muscular inerente

    ao processo de envelhecimento, mas tambm com a menor utilizao dos

    msculos e conseqente reduo da sua estimulao.

    A perda de fora muscular e de performance motora so alguns dos

    principais fatores de prevalncia de incapacidade, dependncia e fraqueza

    (DEVITO et al., 2003; HORTOBAGYI et al., 2002; SCHOT et al., 2003 in

    DANTAS e VALE 2008). Para Correia (2006), as conseqncias da diminuio

    da fora com o envelhecimento, tm implicaes em inmeras tarefas

    cotidianas, tais como subir e descer escadas, transportar uma sacola de

    compras ou levantar-se da cadeira.

    Segundo Clary et al (2006); Hardy e Gill (2005); Villareal et al (2006) in

    Dantas e Vale (2008), atividades fsicas que tm como caracterstica o

    desenvolvimento da fora muscular trazem benefcios para os idosos, como a

    melhoria da estabilidade fsica e da postura, a diminuio dos nveis de

    depresso, alm de beneficiar a funo cognitiva. A auto-imagem e a auto-

    estima tambm so beneficiadas, o que pode tornar o idoso mais til e

    engajado no contexto social em que vive.

    Spirduso (1995) in Gallahue e Ozmun (2005) defende a necessidade da

    prtica de atividades fsicas com peso e a ingesto de clcio para as mulheres

    com osteoporose, como fatores de manuteno, e at mesmo de recuperao

    da densidade mineral ssea. Essa doena pode ocorrer tanto em homens

    como em mulheres, devido diminuio da densidade ssea com o

    envelhecimento (VIANA DE FREITAS e KOPILLER 2006). Porm, ela mais

    acentuada em mulheres no perodo da ps-menopausa. As mulheres tambm

  • 23

    possuem, naturalmente, menos massa ssea que os homens. Alm do mais,

    as mulheres so passveis de drsticas alteraes hormonais com o passar da

    idade. Estes fatores contribuem para uma maior perda de clcio, quando

    comparada perda nos homens (SPIRDUSO, 1995 in GALLAHUE e OZMUN,

    2005).

    No que diz respeito performance motora durante o processo de

    envelhecimento, a lentido dos movimentos dos idosos apresenta-se como

    foco central entre os pesquisadores da rea, como afirma Tani (2005).

    Entretanto, a lentido apenas um exemplo entre as muitas mudanas que

    ocorrem no comportamento motor com o envelhecimento, as quais podem ser

    vistas como a prpria expresso da adaptabilidade do organismo. Essa

    adaptao surge para tornar o idoso competente, dando-lhe suporte para

    enfrentar as demandas biolgicas e sociais do ambiente (CONNOLLY, 1975;

    MANOEL, 1988 in TANI 2005).

    Gallahue e Ozmun (2005) esclarecem que alteraes no desempenho

    de certas tarefas motoras ocorrem com o avanar da idade e podem ser

    resultado da degenerao do sistema fisiolgico e de fatores psicolgicos

    relacionados idade, do ambiente mutvel, de exigncias da tarefa ou de

    alguma variao que combine essas quatro variveis. Em relao s causas de

    alteraes no desempenho motor observa-se tempos de reao decrescentes,

    diminuio da manuteno de equilbrio e do controle postural e alteraes no

    padro de caminhada.

    Nesse contexto, Whipple et al (1987) in Gallahue E Ozmun (2005)

    sugerem que, para a manuteno do equilbrio bem como para evitar as

    quedas dos idosos, se faa um trabalho com eles objetivando alcanar nveis

    adequados de fora muscular na parte inferior e na parte superior das pernas.

    Para os mesmos autores, as mquinas de musculao so privilegiadas

    por ser mais seguras e, assim, possibilitar uma execuo facilitada do

    movimento. No entanto, existe a possibilidade dessa execuo facilitada

    implicar numa transferncia do ganho de fora para as tarefas do quotidiano.

  • 24

    Nesse caso, a solicitao do equilbrio e do ajustamento postural do idoso fica

    limitada. As mquinas podem e devem ser utilizadas, principalmente em fases

    iniciais de aprendizagem e para pessoas com limitaes ou disfunes graves,

    mas o treinamento de fora com idosos no se deve limitar-se apenas sua

    utilizao.

    As bandas elsticas, as bolas suas, os pesos livres e outros materiais

    no tradicionais, existentes atualmente no mercado, devem ser utilizados,

    aumentando assim o leque de desafios que podem ser propostos aos idosos

    (SANTA CLARA, 2006 in BARREIROS et al, 2006). Ainda para a mesma

    autora, a incluso de outros materiais no treinamento com idosos enriquece o

    programa, ao mesmo tempo em que responde s necessidades do trabalho de

    fora e de outras capacidades neuromusculares (equilbrio, agilidade,

    coordenao, etc.).

    O processo de envelhecimento pressupe perdas inevitveis e

    cumulativas. Existem vrias particularidades fisiolgicas relacionadas a essas

    perdas nas pessoas idosas e que repercutem no mbito psicossocial desse

    grupo etrio. imprescindvel que o programa de treinamento para essa

    parcela da populao se baseie nestas particularidades, o que torna o

    treinamento mais especfico s demandas do idoso. Alm do mais, a

    musculao permite um diversificado raciocnio em cima das vrias

    possibilidades de prescrio.

    A manipulao das variveis estruturais do treinamento, definidas por

    Chagas e Lima (2008) p. 32 como os elementos presentes no programa que

    podem ser manipulados, conduzindo a alteraes nos componentes da carga

    algo primordial na elaborao dos programas.

    Variveis estruturais que influenciam o programa de treinamento na musculao: nmero de sries, de repeties, de exerccios, de sesses, peso, ao muscular, posio dos segmentos corporais, durao, amplitude de movimento, trajetria, movimentos acessrios, regulagem do equipamento, auxlio externo ao executante, pausa. (CHAGAS E LIMA 2008, p. 32).

  • 25

    Os mesmos autores exemplificam algumas decises a serem tomadas

    durante a elaborao dos programas de treinamento: um exerccio pode ser

    realizado com diferentes trajetrias, ADMs e duraes e utilizar diversos

    recursos materiais. Ainda citam que os componentes da carga tradicionalmente

    descritos so volume, intensidade, durao, freqncia e densidade.

    Viana de Freitas e Kopiller (2006) in Freitas (2006) recomendam para os

    pacientes hipertensos e cardiopatas com disfunes ventriculares, a realizao

    de menos repeties por srie, principalmente em exerccios que envolvam

    grande massa muscular, pois as ltimas repeties sempre geram maior

    tenso, podendo levar ao maior aumento da resposta da presso arterial e do

    sistema simptico. Estes autores ainda destacam que os maiores valores de

    presso arterial so atingidos, quando mltiplas sries so realizadas entre 70

    e 95% da contrao voluntria mxima (CVM), at a exausto mxima.

    As respostas da presso arterial aos exerccios contra-resistncia dependem de uma srie de fatores, como magnitude do componente isomtrico, intensidade da carga (%CVM), quantidade de massa muscular envolvida, nmero de repeties e durao da carga. (VIANA DE FREITAS e KOPILLER 2006, p.591).

    Sobre a intensidade do treino de fora para pessoas idosas, estudos

    recentes associam intensidades mais elevadas a uma maior magnitude de

    ganhos na fora mxima (BENEKA et al., 2005; BINDER et al., 2005; BROSE,

    PARISE & TARNOPOLSKY, 2003; HARRIS, 2005 in SANTA CLARA 2006).

    Izquierdo et al., 1999, in Correia 2006 atentam para a importncia da

    perda de fora no membro inferior de pessoas idosas, a qual mais acentuada

    quando comparada aos membros superiores. Porm Steiner et al., 2004 in

    Santa Clara 2006 relatam que para a realizao de muitas atividades do

    quotidiano os braos so mais exigidos do que as pernas, e que estas

    atividades podem ser caracterizadas por esforos estticos ou dinmicos.

  • 26

    3 CONCLUSO

    J sabido que um trabalho na musculao traz benefcios nos mbitos

    fisiolgico, social e psicolgico para os seus praticantes. Como o processo de

    envelhecimento pressupe perdas inevitveis e cumulativas nesses mbitos, o

    pblico de idosos tem os ganhos potencializados nas reas descritas. De um

    modo geral, aqueles que praticam exerccio fsico na musculao procuram as

    academias de ginstica com diferentes objetivos. Como o idoso possui

    caractersticas intrnsecas e muito limitantes, advindas do processo de

    envelhecimento, requer maior ateno por parte dos profissionais de Educao

    Fsica que lidam com ele nesses ambientes.

    Questes como melhoria da imagem corporal, superao do sentimento

    de incapacidade e a solido, podem ser trabalhadas objetivamente na

    musculao, possibilitando uma melhor sade mental ao idoso. Tambm so

    tidos como ganhos psicossociais importantes para os idosos que se submetem

    ao treinamento de musculao em academias de ginstica, a diminuio dos

    nveis de depresso e a melhora da sua funo cognitiva. Para que o idoso

    obtenha esses benefcios, o profissional de Educao Fsica precisa ter

    conhecimentos que vo alm das questes fisiolgicas do Treinamento

    Esportivo, e estar atento s demandas dos idosos.

    O treinamento de fora muscular da parte inferior e superior das pernas,

    traz benefcios para os idosos como a melhoria da estabilidade fsica e da

    postura, o ajuda na manuteno do equilbrio, diminuindo a possibilidade de

    quedas dos idosos. O aumento da fora muscular no idoso implica numa

    transferncia desse ganho de fora para as tarefas do quotidiano, o que

    extremamente importante para as pessoas dessa faixa etria, que sofrem

    perdas importantes no exerccio das suas atividades dirias, comprometendo a

    qualidade de vida.

    O trabalho de musculao com idosos importante tambm por causa

    da melhor na eficincia do controle motor. A perda dessa eficincia nos idosos

  • 27

    afeta no apenas a sua competncia biolgica, mas tambm as competncias

    psicolgicas e sociais, gerando limitaes na sua mobilidade. H uma

    dificuldade do idoso em lidar efetivamente com o ambiente, o que influenciaria

    negativamente a adaptabilidade desses indivduos.

    Vale destacar o benefcio que o treinamento na musculao proporciona

    aos idosos em relao osteoporose. A diminuio da densidade ssea com o

    envelhecimento pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, sendo mais

    acentuada nas mulheres no perodo da ps-menopausa. Para minimizar os

    problemas relacionados osteoporose, h necessidade de se treinar com

    pesos. Esse, comprovadamente, um fator de manuteno e, at, de

    recuperao da densidade mineral ssea.

    Deseja-se que o ser humano que envelhece, seja independente em suas

    atividades dirias, nas suas decises e que viva mais tempo, com qualidade.

    Para isso, muito importante que os envelhescentes se submetam ao

    treinamento na musculao para o desenvolvimento da sua fora muscular, o

    que pode proporcionar melhorias nos mbitos psicolgico, fisiolgico e social.

  • 28

    4 REFERNCIAS

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